Netflix - Interceptor

6/04/2022 01:06:00 AM |

Já disse outras vezes que temos de abstrair muita coisa real para aceitar alguns detalhes de filmes de ação, pois senão a chance de reclamar e odiar tudo do começo ao fim é bem alta, e a principal situação que mais irrita esse Coelho (que fala para abstrair, mas esquece disso) é o fato de os vilões darem tapinhas, amarrarem, provocarem e tudo mais o herói ao invés de meter uma bala logo na testa e resolver toda a parada, mas aí acabaria o filme com menos de 10 minutos, e eles fariam mais ou menos o que? Falei tudo isso para iniciar o texto do lançamento da Netflix, "Interceptor", por ele ser exatamente isso, uma heroína que está disposta a tudo para salvar a base de disparos antimísseis dos EUA de um grupo de desertores que estão preparando um ataque massivo junto da Rússia para acabar com o país, e se você espera qualquer historinha antes de começar todo o quebra pau, pode esquecer, pois logo de cara tudo já começa com mil tiros, e vamos conhecendo um pouco mais da protagonista durante a exibição, alguns detalhes que sofreu anteriormente, e claro vários detalhes que o antagonista vai usar no seu plano psicológico para tentar causar algo nela. Ou seja, é bem a base da maioria dos filmes do estilo, que com muita ação, alguns tiros, e muita força, socos e loucuras acaba sendo imponente, divertido por algumas sacadas, e até meio bobo, mas que serve como um bom passatempo para quem curte o estilo, e assim faz valer o tempo olhando para a tela.

A sinopse nos conta que a durona capitã J.J. Collins se vê encarregada de uma solitária base de interceptação de mísseis nucleares no meio do Oceano Pacífico depois que ela é injustamente expulsa de seu emprego dos sonhos no Pentágono. Quando um ataque coordenado simultâneo ameaça a própria base, Collins fica cara a cara com o carismático e corrupto Alexander Kessel, um ex-oficial de inteligência militar dos EUA com a intenção de realizar um plano impensável. Com apenas alguns minutos no relógio, Collins deve utilizar seus anos de treinamento tático e experiência militar para determinar em quem ela pode confiar e impedir Kessel e seus mercenários secretos de completar sua missão distorcida e terrível.

Embora o filme seja cheio de absurdos dos mais variados tipos, o diretor Matthew Reilly mostrou em seu primeiro trabalho como diretor e roteirista um estilo ousado e bem colocado dentro dos moldes tradicionais, e talvez um refino melhor nos diálogos, e uma pesquisada maior para não colocar tantas loucuras incompatíveis de serem realizadas (como por exemplo a moça cair de uma altura gigantesca no mar, baleada no braço, e subir tudo com uma mão só pulando em menos de 5 minutos, apenas para exemplificar o ponto máximo, mas tiveram outros atos menos malucos que também seriam improváveis de acontecer realmente) dariam uma perspectiva maior para o longa, e a tensão ainda se manteria para o público que curte o estilo. Mas como já disse o gênero aceita essas insanidades, e assim sendo posso dizer que é daqueles trabalhos que o diretor tenta mostrar seu máximo para aparecer para os demais dizendo que fez tudo em um único longa, e assim conseguir mais produtores para o próximo trabalho, e isso ao menos temos aqui aos montes, tanto que boa parte do dinheiro veio de Thor, ou melhor Chris Hemsworth que assina a produção e dá o ar da graça em três ceninhas bobas, inclusive em uma no meio dos créditos.

Sobre as atuações, diria que exageraram um pouquinho na força de Elsa Pataky para sua JJ, pois a jovem não tem um físico de impacto, daquelas que socariam e quebrariam qualquer brucutu do jeito que foi mostrado no longa, e assim sendo vemos algumas situações meio inusitadas demais para que ela fizesse, como já falei acima de sua queda, mas nos atos que precisou mostrar um pouco de expressão ao menos não decepcionou, e assim sendo vemos oscilações entre trejeitos sou a monstra e sou singela, o que soou um pouco estranho demais. Luke Bracey teve um ar bem marcado com seu Alexander, com doses de tortura bem colocadas, dinâmicas e olhares fortes, e soube criar o clima em seus momentos, mas poderia ter sido mais incisivo em alguns atos, que ficaram meio que abertos ao invés de explodir de vez. Aaron Glenane e Mayen Mehta foram até bem colocados em alguns momentos com seu Beaver e Shah, mas alguns de seus atos foram tão bobos e ingênuos que mais rimos do que acreditamos no que fazem, e assim poderiam ter amenizado as coisas para ao menos os coadjuvantes. Quanto aos demais, a maioria apenas apareceu, fez algumas caras e bocas, algumas falas completamente estranhas como as do general do Pentágono desesperado num montinho de pessoas acumuladas, e até mesmo a presidente não foi muito além, então vale destacar os atos do pai da protagonista vivido por Colin Friels pelos atos carismáticos e só.

Sobre o visual criaram basicamente três ambientes apenas bem simples, contando com uma sala de comando com vários monitores exibindo números e algumas imagens, o lado exterior da base, que acredito que tenham feito bem em computador, não indo para nenhuma plataforma real, e o gabinete presidencial aonde aglomeraram vários personagens meio que jogados, além de um quarto bagunçado inteiro pichado para as memórias da jovem, então tudo que é usado como armas, ácidos, soldas e tudo o que tinha no meio do caminho para lutarem foi bem marcante e mostrou que a equipe quis ir além, mas nada de grandioso para chamar tanta atenção, deixando isso para os protagonistas.

Enfim, é um filme razoável pela história e pelos exageros, mas que dá para passar um tempo, dá para ficar tenso com alguns atos, e se entrar no clima sem ligar para os absurdos dá até para curtir bastante, então diria que talvez com uma direção menos forçada o longa seria algo marcante no gênero, mas como disse, tem de relevar muita coisa para não reclamar do filme inteiro, e sendo assim diria que foi bem na média, e recomendo com várias ressalvas. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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