São Miguel Arcanjo - Anjo Maior (Saint Michael Meet the Angel)

7/30/2023 08:38:00 PM |

Falar de documentários religiosos é algo meio difícil, afinal são feitos bem direcionados para um público-alvo, porém algumas obras entregues nos últimos têm sido bem comoventes, trabalhando um ar emocional interessante junto com mostras de conhecimento sobre igrejas, santos, anjos e ideologias, de forma a funcionar também fora do grupo, claro que para os fiéis acabam sendo muito maiores, mas como um lado jornalístico tem sido bacana também de ver. E hoje eis que conferi a cabine de imprensa do longa "São Miguel Arcanjo - O Anjo Maior", que terá sessões no Brasil nos dia 12, 14 e 15 de Agosto, e mostra algo bem trabalhado de pesquisa sobre o anjo guerreiro, líder dos combatentes contra o mal, e através de bons depoimentos de historiadores, padres e pessoas que têm devoção pelo anjo, vemos um ar bonito desse protetor, dos acompanhamentos feitos à grandes padres, freis e bispos, passeamos pelas igrejas que possuem ele como fundador mundo afora, e tudo é bem mostrado, porém de um modo mais fechado do que os outros longas lançados nos últimos anos, não pegando tanto pelo emocional, mas sim como um vértice mais seco e direto ao ponto, e assim diria que vale mais pelo conhecimento direto do que para puxar uma nova devoção ao anjo.

O longa nos mostra escritores, fiéis e clero da igreja católica, nos lugares de revelação e devoção a São Miguel Arcanjo, descobrem o mistério do primeiro entre os Anjos da Luz. O testemunho de fé, a história da Igreja, a arquitetura e a arte na cultura cristã aproximam os espectadores da extraordinária figura do Arcanjo Miguel. O documentário estimula a reflexão sobre a realidade do mundo dos Anjos de Deus e sobre a missão escatológica cumprida por seu líder.

A trama mostra uma arquitetura bem interessante de algumas igrejas (destaques para o Santuário de São Miguel em Monte Gargano na Itália e o Santuário Monte São Miguel na França), construídas em grutas ou montanhas para dar ares ainda mais intensos para as imagens do santo com sua espada, conta histórias sobre a liderança do anjo em combater o mal e suas devidas orações, de tal forma que o diretor e roteirista Wincety Podobinksi conseguiu trabalhar cada dinâmica com histórias interessantes, mostrando todas as nuances dos grupos, envolvendo bem detalhes de pinturas, dilemas que alguns padres vivenciaram e até outras histórias que combinassem outros religiosos, e com isso sua pesquisa até foi bem elaborada, e deve agradar quem quiser mais conhecimento sobre o anjo, porém acredito que dava para ter ido mais além, como aconteceu com outros longas documentais religiosos que tem surgido por aqui, pois aí certamente pegaria mais a fundo no emocional.

Ou seja, é um filme que vai mostrar quem é o Arcanjo Miguel, o significado de seu nome, o seu papel na igreja e muito mais através dos depoimentos mostrados na trama, que para quem conhece sua história até vai pegar bem toda a ideia do documentarista, mas para um público mais leigo talvez tudo tenha ficado subjetivo demais, e assim o resultado mesmo sendo bonito de ver não se aprofunda tanto. Sendo assim minha recomendação é para grupos religiosos conferirem a trama, afinal vão complementar seus estudos e sua fé com todo o material entregue, e quanto aos demais, tem outros filmes no cinema e no streaming, e assim todos ficam felizes. E é isso pessoal, agradeço ao pessoal da Kolbe Arte pela cabine, e fico por aqui hoje, então abraços e até breve.


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Netflix - Paraíso (Paradise)

7/30/2023 05:49:00 PM |

Bem que achei no começo da trama do filme alemão da Netflix, "Paraíso", uma pegada meio com nuances de "Divergente", mas fiquei de boa apenas curtindo a ideia maluca de se vender alguns anos de sua juventude para ricaços, cientistas e ganhadores de prêmios poderem criar um mundo melhor com mais anos, enquanto o jovem que está precisando de dinheiro resolve sua vida, para isso basta encontrar alguém compatível com seu DNA e pronto, porém o filme que antes parecia apenas ser algo interessante pela pegada, das pessoas pró e contra o procedimento, toda a ideologia de certo ou errado, todos os planos de como se conseguir que alguém em sã consciência assine tal contrato, mas quando chegamos próximo ao final, aí que vem o fechamento com chave de ouro, a sacada de transformar a ideia em franquia, com personagens mudando de lado e tudo mais. Ou seja, é daqueles filmes que têm conceito, que tem estilo próprio, que brinca com nuances morais, e que ainda pôde virar uma franquia, pois é fechado ali bonitinho a ideia toda desse primeiro grande chamariz, mas deixando possibilidades para uma futura continuação, sem perder a classe, então veremos o que vai rolar, mas já mostraram bem a pegada, e a ideia é interessante.

O longa nos situa em um futuro não muito distante, onde a empresa AEON se tornou um grande conglomerado farmacêutico multibilionário. A startup administrou com uma tecnologia revolucionária que permite transferir o tempo de vida de uma pessoa para outra. Isso tem sérias consequências para partes da sociedade. Elena é confrontada com reivindicações de seguro que ela e seu marido Max não podem pagar. Então ela se sente compelida a vender 40 anos de sua vida para a AEON. O próprio Max trabalha para a empresa e a partir daí tenta de tudo para recuperar os anos perdidos de sua esposa. Ele descobre que o CEO da AEON tem como alvo a vida de Elena. Então ele trama um plano para sequestrá-la. Para Max e Elena, começa uma caçada que não apenas os leva além das fronteiras nacionais, mas também ao limite de seus próprios conceitos morais.

Após muitos curtas, séries e videoclipes, o trio de diretores e roteiristas Boris Kunz, Tomas Jonsgården e Indre Juskute resolveram ousar e criar uma trama de ficção futurista até que bem interessante de proposta, afinal sabemos bem como são as pessoas, e como vão se comportar quando se fala em dinheiro, e digo mais, o longa se passa num país teoricamente bem rico, se puxarem a ideia para um país subdesenvolvido então como é o caso mostrado no fechamento da trama, o que vai ter de pessoas vendendo a juventude dos filhos, e até mesmo de si próprio, que a empresa nem terá tempo para tantos candidatos. E a grande sacada do trio foi fazer várias inversões de certo e errado durante toda a trama, mostrando o jovem ganancioso que trabalha como gerente de vendas, convencendo os doadores a caírem no golpe da empresa, depois surtando quando a esposa que cai no golpe, e virando praticamente um sequestrador para tentar resolver tudo, até ter ainda outras viradas nos atos finais, de tal maneira que todo o conceito moral acaba funcionando bastante e levando o público a se indagar: será que eu daria alguns anos de minha vida por algum dinheiro? E quem está comprando esses anos, será que merecem tirar anos de outros? Fica a reflexão, e claro algo que pode ainda ser mais desenvolvido, mas que felizmente mesmo tendo a ideia de uma franquia possível, fecharam bem o longa, e o resultado funcionou bastante.

Quanto das atuações, diria que Kostja Ullman foi bem ousado no estilo que adotou para seu Max, de forma que conforme vamos tendo as reviravoltas da trama, ele vai mudando e se moldando também dentro dos conceitos do que acha certo ou errado, não sendo aquela pessoa certinha que mantém seus ideais, mas sim conforme vai vivenciando tudo, muda, e isso foi bacana de ver pelas expressões que faz a cada ato, e principalmente nos momentos finais. Como só vemos Marlene Tanczik rapidamente nas cenas iniciais com sua Elena, diria que fez bem seus atos mais desesperados, e passou bem a bola para Corinna Kirchhoff, que deu todas as nuances da personalidade da jovem com muito mais idade, e essa sacada de não usar maquiagem nem computação para envelhecer a garota foi uma sacada muito boa, pois não ficaram dependentes de erros de CGI, e Corinna soube ser bem intensa nos atos de fuga, fez atos quentes bem desenvolvidos e olhares muito bem trabalhados também dentro dos conceitos morais, mudando de acordo com o que foi acontecendo, e acertadamente escolheu bem o seu fechar, ou seja, agradou bastante. Iris Berben foi bem imponente nos atos de sua Sophie nos atos iniciais, e depois mais ao final quando temos Alina Levshin com sua personificação vemos algo bem funcional e interessante para ser usado mais para frente. Do mesmo modo que Lisa-Marie Koroll ficou muito parecida com as duas atrizes para dar todo o ar de confusão dos atos do miolo, e isso foi muito bem colocado. Ainda tivemos bons atos de Lisa Loven Kongsli com sua Lilith, líder do Projeto Adão contrário aos rejuvenescimentos, Lorna Ishema bem colocada e imponente com sua Kaya, a segurança de Sophie, e claro Numan Acar com seu Viktor cheio de personalidade, que não enganou muito quem já assiste filmes desse estilo. Ou seja, um elenco bem disposto a trabalhar, sem grandes nomes, e que se rolar continuações vão estourar mundo afora.

Uma boa sacada da equipe de arte foi sair do grandioso complexo da AEON tão rápido quanto pudesse, pois como ali é algo futurístico demais, necessitaram trabalhar muito com computação gráfica, encarecendo o projeto todo, tendo claro muitos elementos para as cirurgias e tudo mais, então foram para lugares abandonados, que são bem explicados, tendo um depósito de carros, um hotel antigo bem trabalhado pelos ambientes como quartos, piscina, uma floresta escura completamente jogada fora, e mesmo os carros bem tecnológicos ficaram em contraponto para não saírem tanto do conceito, ou seja, um trabalho minucioso para não soar falso, nem recair para algo fora do contexto, e assim armas, navios e tudo mais ficou mais simples, porém efetivos dentro da proposta.

O longa trabalhou também algumas canções que já ouvimos versões originais marcantes, e que aqui ganharam uma roupagem nova com outros cantores, e acabaram ficando ainda mais intensas dentro do estilo do filme, de tal forma que o ritmo funcionou e as nuances se encaixaram bem demais, e claro que trago aqui o link para todos poderem curtir elas depois de ver o filme.

Enfim, desde que tinha visto um pedacinho só do trailer já tinha me interessado pela ideia toda do longa, só não esperava que fosse talvez virar uma franquia, mas como disse, os diretores foram muito espertos e deram um bom fechamento, que se der dinheiro continuam, senão já está fechado e concluído de modo satisfatório, e é isso que classifico como uma boa franquia, que tenha seus filmes individuais sem precisar deixar o público preso nas continuações, e assim sendo é claro que recomendo o filme pelo bom trabalho, e também pelas dúvidas morais que já falei mais acima, sinceramente não sei se venderia alguns anos de minha vida, mas pensaria bem na proposta monetária! E vocês? E é isso pessoal, eu fico por aqui agora, mas vou conferir mais um filme hoje, então abraços e até logo mais.


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O Convento (Consecration)

7/30/2023 01:13:00 AM |

Quando apareceu o título do filme "O Convento" na programação dessa semana e vi o pôster até achei bem estranho, pois tinha visto o trailer do longa já faz tanto tempo em alguma sessão que achava que já tinha até sido lançado e não vindo para o interior, pois na época achei interessante a ideia das freiras andando de trás pra frente com a música, se jogando de penhascos e tudo mais de aterrorizador que parecia a trama, mas não apenas a distribuidora foi empurrando as datas até chegar hoje no meio do caos que andam os horários dos filmes, mas eis que fui conferir. E por incrível que parecesse um longa de terror bem forte pelo trailer, na concepção final o resultado diria que foi bem morno, não trazendo algo que assustasse ou causasse algum desconforto como aparentava entregar, pois a trama brinca com algo misturando relíquias proibidas pela religião, o conceito de um anticristo vivendo na Terra desde a época das cruzadas que não morre nunca, e até o ato de causar coisas sem que as pessoas vejam o que está acontecendo, e assim sendo ficou quase um filme histórico com um ar mais tenso, mas que passa de boa sem causar nada. Ou seja, é daqueles que alguns religiosos podem ficar com um pouco de medo de pensar na existência disso, mas quem vê filmes de terror com frequência vai sair da sessão até cantando os cantos gregorianos que rolam durante o longa, sendo algo bem light para falar a verdade, e assim sendo, me desapontou bastante, pois esperava algo mais forte.

No longa vemos que Grace, uma jovem oftalmologista, é chamada para ir até um remoto convento na Escócia após o suposto suicídio de seu irmão, que era um padre. Desconfiando do relato da Igreja, Grace inicia uma investigação para tentar descobrir o que realmente aconteceu com a ajuda do padre Romero, do Vaticano. Ao mesmo tempo em que ela explora o local, Grace se vê em meio a uma grande trama de assassinato e sacrilégio, sendo obrigada a encarar uma verdade perturbadora sobre seu próprio passado - que promete trazer à tona alguns traumas que ela acreditava estarem há muito tempo enterrados.

Embora o diretor e roteirista Christopher Smith tenha muitos longas de terror no seu currículo, por incrível que pareça nunca tinha conferido nenhum aqui na nossa terrinha, ou seja, deve cair mais para os lados das locações virtuais, mas o que deu para perceber, ao menos por esse que conferi hoje, é que ele gosta de trabalhar mais suas histórias dentro de algo maior, não apenas para causar e dar sustos, e isso quando bem usado funciona para criar tensão e dar aqueles arrepios bons de sentir em algumas sessões. Porém, aqui ele precisou de muita história para desenvolver a protagonista, e quando tudo chega a uma conclusão decente, já é hora de finalizar o longa, e assim diria que ele poderia ter acelerado um pouco mais tudo para talvez usar mais da personalidade da protagonista em mais atos, pois aí sim a coisa iria ficar mais intensa, mas como não ocorreu, apenas falo que é um filme simples que mostra que mesmo não sendo baseado em fatos reais, muita coisa da época das Cruzadas ficou perdida mundo afora, e isso sim daria bons temas de terror.

Quanto das atuações, Jena Malone até que segurou bem as cenas de sua Grace, de modo que teve dinâmicas de todos os estilos possíveis, fez atos fortes e marcantes, mas também fez alguns atos meio que sem impacto, oscilando demais em cena, de tal forma que talvez como já disse faltou desenvolver mais rapidamente a trama para que a personagem em si explodisse, mas quem sabe saia uma continuação que funcione melhor. Danny Houston teve alguns atos explosivos com seu Padre Romero, criou alguns trejeitos bem colocados, mas não foi muito além, de forma que faltou explodir mais com a protagonista para criar algum tipo de rixa mais imponente. Tivemos ainda alguns atos bem trabalhados de trejeitos de Janet Suzman como a Madre Superior, algumas tentativas de susto com Eilidh Fisher com sua Meg aparecendo do nada, e até o jovem policial vivido por Thoren Ferguson tentou chamar alguma atenção em seus atos, mas tirando os dois protagonistas vale mais ver as crianças que sofreram à beça no miolo do que todo o restante da trama.

Visualmente o longa até é bem interessante, com um convento nos confins da Escócia, com muitos elementos destruídos de épocas passadas, símbolos das Cruzadas, livros imensos com escritas estranhas, muitas imagens de santos espalhados, e claro pouca iluminação para dar um tom mais escuro e usando velas para dar as quebras, ou seja, tudo bem encaixado, freiras estranhas, hospitais estranhos, e claro alguns elos de tortura das antigas, ou seja, um filme que tinha tudo para chamar mais atenção, mas que ficou apenas no básico.

Enfim, é um filme simples e até que bem feito, que tem uma história interessante no miolo que valeria ser melhor desenvolvida, e claro também um último ato intenso que talvez ampliado fosse mais além, mas demorou para acontecer, e com isso muitos vão achar tudo simples demais, então fica a dica apenas como um daqueles que você deve ir sem esperar muito, pois não vai causar quase nada em você. E é isso pessoal, fica assim sendo a recomendação, e amanhã volto com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Mansão Mal-Assombrada (Haunted Mansion)

7/29/2023 07:49:00 PM |

Costumo dizer que refilmar algo que já não foi grandioso é um risco bem exagerado por parte dos produtores, mas como a Disney tem muita grana para torrar, eis que tentaram fazer agora um "Mansão Mal-Assombrada" sem ser tão cômico como o de 2003, mas nem isso conseguiram muito, pois o novo filme mesmo tendo uma essência mais assustadora, com efeitos mais trabalhados que tentam criar um clima mais tenso para a trama, o resultado acabou sendo apenas um passatempo razoável de ver, daqueles que você vai, curte o momento e depois nem vai lembrar muito do que viu, sendo simples demais e com uma história bem secundária para empolgar realmente. Ou seja, básico para algo que até pensaram em virar uma franquia.

A sinopse nos conta que Gabbie é uma mãe solteira que se muda com seu filho de nove anos para uma mansão em Nova Orleans que eles compraram por um preço surpreendentemente baixo. Eles querem começar uma nova vida ali, mas logo percebem que algo está errado com a casa. Ela é assombrada e Gabbie pede a ajuda do padre local Kent. Ele, por sua vez, traz uma cientista viúva e uma vidente malsucedida, uma médium do bairro francês e um historiador obstinado. Juntos, eles querem livrar a casa dos espíritos malignos.

O longa original só funcionou mesmo em 2003 pelas sacadas de Eddie Murphy, de tal forma que o diretor Justin Simien (da série "Cara Gente Branca") usou uma base simples criada pela roteirista Katie Dipold ("Caça-Fantasmas"), e fantasiou bem os atos com os personagens tentando entender como acabar com a maldição toda, isso claro tendo algumas desenvolturas que não chegam a ser boas, mas que também não são ruins, e até agradam pelo estilo, pois talvez se ficasse cômico acabaria desgastando demais todo o resultado visual. Ou seja, é daquelas tramas que chegam com uma proposta e até entregam ela na tela, mas que fica parecendo faltar um pouco de tudo para ir mais além, inclusive faltando uma direção mais imponente para chamar atenção mesmo.

Quanto das atuações, Rosario Dawson fez alguns bons trejeitos para que sua Gabbie parecesse preocupada com o que estava rolando na casa, mas não chama tanto para si a responsabilidade, ficando muito em segundo plano durante quase todo o filme e isso pesa um pouco, ou seja, precisava ir mais para frente para aparecer realmente. O garotinho Chase Dillon também não foi muito além com seu Travis, mas apareceu mais do que a mãe, se enfiando no meio das catacumbas, se arriscando com o vilão, e assim chamou um pouco da atenção para si. LaKeith Stanfield trouxe até uma certa personalidade para o seu Ben, tendo alguns sentimentos passados e intenções bem colocadas para seus atos, mas ficou no meio do caminho entre um herói e alguém que precisava ser salvo, o que acabou ficando um pouco estranho. Owen Wilson tentou fazer alguns atos cômicos com seu Padre Kent, mas demorou demais para se mostrar como um trambiqueiro, que aí sim as desenvolturas acabariam sendo mais trabalhadas com seu personagem, mas foi a opção do roteiro, e assim ele não pode ir muito além. Tiffany Haddish já ao contrário de Owen, já fez sua vidente Harriet com sacadas mais engraçadas e até bobas de se ver, de forma que acaba divertindo dentro da proposta de magias sem ser muito marcante, mas ao menos entregou o que precisava. E da mesma forma Danny DeVito acabou forçando um pouco a barra para que seu historiador Bruce Davis tivesse uma participação maior na trama. Ainda tivemos Jamie Lee Curtis com sua Madame Leota dentro de uma bola de cristal agradando como sempre e Jared Leto como o fantasma vilão, mas que poderiam ter trabalhado um pouco mais sua história para fluir melhor e ter alguma base sem ser corrida na tela com algumas imagens.

Visualmente conseguiram uma mansão bem cheia de detalhes, trabalharam bem o visual dos fantasmas que com alguns efeitos azuis acabam brilhando bem, tiveram atos em locações que mesmo escuras como o porão e as catacumbas tiveram detalhes presentes, tendo claro a sala dos espíritos um cuidado maior para chamar atenção, e claro quando o protagonista vai para o outro lado tivemos boas sacadas cênicas com ambientes mudando e tudo mais, que pareceram até ser efeitos práticos, mas vindo da Disney sei que foi computação 

Enfim, é um filme que dava para melhorar em muitos sentidos, e que com bem pouco resultaria em algo incrível de ver, afinal é uma das grandes atrações do parque da Disney há anos, e ainda não acertaram a mão para ter um filme que honrasse tudo. Acredito que até tinham em mente uma continuação para mostrar mais dos personagens, mas acho bem difícil rolar, pois como disse o que acabou acontecendo aqui é apenas um mero passatempo para quem estiver sem o que ver nos cinemas. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas vou para mais uma sessão ainda hoje, então abraços e até logo mais.


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Missão de Sobrevivência (Kandahar) (Burn Run)

7/29/2023 02:37:00 AM |

É engraçado como alguns atores gostam de trabalhar o mesmo estilão de filme, de tal maneira que o público já associe o que vai esperar quando vai conferir a trama, e Gerard Butler é o cara das fugas de algo ou alguém com caminhonetes/SUVs, pois sempre está no lugar errado na hora errada e tem de se virar com os contatos para conseguir chegar a algum lugar. Se você for esperando isso do novo longa que ele estrela chamado "Missão de Sobrevivência", pode ir tranquilamente que verá isso acontecer, com muitos tiros dados por vilões, explosões e tudo mais sem praticamente acertar o protagonista, e ele dará um ou dois tiros, e ploft, tá lá um vilão estendido no chão, mas se for ligar para todos os absurdos da trama, as ajudas que ocorre, as desenvolturas de alguns personagens mostrando literalmente que o deserto árabe virou uma terra de ninguém com brigas mil entre as diversas tribos, e que por lá o sinal do celular é maravilhoso, aí você vai ficar mais bravo do que contente com o resultado, então essa é a dica. Diria que o filme até é bacana, dá uma certa tensão na fuga do protagonista, mas dava para ir mais além, principalmente se desenvolvesse mais as histórias ao invés de mostrar praticamente só a fuga, mas aí eu queria demais!

O longa acompanha o agente secreto Tom Harris. Durante uma de suas missões no Afeganistão, Harris se vê encurralado em meio a um território hostil após ter sua identidade revelada. Agora, para escapar, sua única saída é tentar chegar o mais rápido possível a uma base de resgate em Kandahar, contando com a ajuda de seu intérprete. Ele está disposto a fazer de tudo para sair do perigoso deserto, lutando por sua vida enquanto foge de forças de elite inimigas e de espiões internacionais que querem seu fim.

O diretor Ric Roman Waugh gosta de trabalhar com Butler, tendo o usado ele sempre com estilo para boas tramas, mas aqui o primeiro trabalho do roteirista Mitchell LaFortune ficou sendo algo meio datado, afinal a guerra do Afeganistão já não é mais algo tão marcante, e embora o filme tenha algumas conexões bem encaixadas com as dinâmicas da trama, ficou parecendo realmente que é só correria e nada mais, ou seja, faltou desenvolver melhor os personagens, usar mais informações e até talvez brincar mais com cada tribo/país que passa a perseguir o protagonista, pois soou bem artificial tudo, e não era bem isso o esperado. Ou seja, não é um filme ruim, pois entrega o que vamos esperando ver, e que já havia sido mostrado no trailer, porém um desenvolvimento melhor de personagem e uma história um pouco mais convincente faria o filme decolar melhor.

Sobre as atuações, como disse no começo do texto, Gerard Butler já tem sua marca própria de estilo de filmes, e seu Tom Harris parece ter saído de qualquer outro filme dele direto para fazer a operação do longa, aliás, como esteve presente em "Invasão ao Serviço Secreto" que é do mesmo diretor, poderíamos até dizer que aqui é um epílogo da trama aonde o cara resolveu ir para o Afeganistão investigar algo, e precisou sair correndo, ou seja, nem trabalhou personalidades nem nada, o que é ruim de acontecer. Navid Negahban entregou um Mo bem colocado, trabalhando trejeitos de medo e revolta de forma interessante, mas sem dúvida a sua melhor cena foi com o líder de um grupo que de cara antes mesmo de falar já pegamos que foi teve alguma influência na vida do personagem, e o ator conseguiu demonstrar bem só com olhares, e depois o clima esquenta, ou seja, foi bem usado ao menos. Bahador Folad teve algumas boas cenas de preparação para capturar o protagonista, fez algumas caras e bocas bem encaixadas, mas dava para usar melhor seu personagem, aliás a cena dele com a jornalista quase que fica fora de tudo. Ali Fazal fez alguns atos bem interessantes com seu Kahil, sendo imponente na caçada com sua moto, fazendo trejeitos bem vilanescos e chamando atenção do começo ao fim, o que acaba agradando bastante. E para finalizar tivemos Travis Fimmel com seu Roman, que num primeiro momento parecia ser apenas um contratante que iria ficar isolado, mas depois entra na corrida e faz alguns atos bem colocados, o que acaba chamando atenção, mas nada que fique marcado em sua carreira.

Visualmente o longa trabalhou quase que um rali no deserto, com várias caminhonetes e SUVs andando pelas estradas, helicópteros, motos, e claro armas de todos os calibres possíveis que erram demais o protagonista, além de imagens de drones táticos, um local de operações à distância, toda a desenvoltura para explodir uma usina nuclear no começo do filme, tudo isso bem encaixado dentro de um deserto, com algumas montanhas aonde os protagonistas se escondem, algumas perseguições dentro de uma cidade, mas sem grandes atos marcantes, o que dava para chamar mais atenção também. Aliás o filme todo foi filmado na Arábia, ou seja, ao menos não inventaram tudo em algum estúdio tradicional.

Enfim, é um filme que não vai trazer nada memorável na sala, não vai deixar você desesperado com a tensão entregue, mas que serve como um bom passatempo do estilo que o ator e o diretor sempre fazem, sendo daqueles que vez ou outra podemos parar para conferir se estiver passando na TV, enquanto esperamos algo melhor, então fica assim sendo a dica para como escolher ele. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Human Lost (Ningen shikkaku) (人間失格)

7/28/2023 09:06:00 PM |

Costumo dizer que gostar de animes é algo muito relativo, pois ou você mergulha de cabeça na ideia entregue ou tudo fica parecendo uma abstração tão maluca que nada parece ter sentido, e hoje fiquei bem impactado visualmente com a entrega de "Human Lost", que estreia agora dia 02/08 no SATO Cinema, mas também extremamente confuso com toda a ideia, de tal forma que vemos uma briga por tecnologia, por poderes, candidatos à vida eterna e tudo mais, numa alegoria misturando realidade futurística com saúde e revolução. Ou seja, vou falar que hoje irei dar apenas minha opinião quanto ao visual entregue, pois sinceramente não sei se entendi tudo o que a trama queria passar, e talvez só vendo mais umas duas ou três vezes, o que não farei, mas confesso que é algo bem imponente o que é mostrado na tela, então quem gosta do estilo certamente irá pirar com tudo.

A sinopse nos conta que o ano é 2036. Uma revolução no tratamento médico venceu a morte por meio de nanomáquinas internas e do “Sistema Shell”, acessível somente para os mais ricos. Yozo Oba não é o mais rico. Incomodado por sonhos estranhos, ele une-se à um grupo de motociclistas do seu amigo numa infeliz ida a “The Inside”, onde a elite da sociedade vive. Isso instiga uma jornada de descobertas aterrorizantes que mudaram a vida de Yozo para sempre.

Diria que o diretor Fuminori Kizaki conseguiu trabalhar bem toda a dinâmica da trama, desenvolvendo bem o relacionamento da garota e do rapaz, que mesmo tendo um destino que se cruzam, não podem ficar juntos, e isso é bem moldado dentro da trama com o outro rapaz que quer apenas acabar com todo o sistema do planeta, ou seja, vemos uma trama tradicional se analisarmos bem a fundo, porém é tão bem desenhada no estilo de anime, com efeitos e lutas tão gigantescas, que praticamente podemos relevar bem a história toda, tendo tudo um conceito maior reflexivo sobre sociedade que vai além, mas como disse no começo, seria necessário ver até mais que uma vez para compreender tudo o que desejavam mostrar. Ou seja, é daquelas tramas que cada vez que o espectador confere vê um algo a mais, e isso ao mesmo tempo que é bom, também acaba sendo ruim, então deixo como dica que vejam ele com a mente bem aberta, pois aí tudo pode ir mais além.

Sobre os personagens, diria que dava para ter desenvolvido um pouco mais cada um, pois a história mesmo sendo desenvolvida em capítulos, meio que entendemos a essência dos personagens com tudo correndo na velocidade máxima dos atos finais, não indo tão a fundo em nenhum dos três protagonistas, mas diria que o médico Masao Horiki foi bem imponente de proposta, conseguiu dar as nuances fortes para acabar com o sistema, e usou tudo o que tinha para fazer. Já o jovem Yozo Oba se vê meio indeciso com o que fazer, e se perde entre sonhos até resolver lutar com tudo realmente. E por fim a jovem Yoshiko Hiiragi tem um coração bom, e praticamente se apaixona pela essência do rapaz, ajudando ele a conseguir seu objetivo. Todos muito bem desenhados no estilão anime que conhecemos bem, sendo interessante a desenvoltura de cada um para o que tem a mais para dar, ou seja, lutar pelo bem maior.

Visualmente já falei e volto a repetir, a trama é um luxo de efeitos, mostra uma cidade poluída em nível máximo aonde as pessoas andam de máscaras, vemos o sistema de saúde bem imponente por máquinas que quando a pessoa morre ou fica doente basta uma ligação e as nanomáquinas dentro da pessoa fazem ela viver novamente (será que algum dia isso se realizará?) e claro vemos o lugar dos anciões todo característico do Japão antigo bem modelado com ares mais futuristas, ou seja, tudo bem marcante, além de alguns bichos estranhos que os "humanos perdidos" viram quando as máquinas param, que lutam contra a polícia e o sistema.

Enfim, falei um pouco do que entendi da trama, tenho certeza que muitos irão se revoltar com meu texto falando que eu não entendi nada do que foi mostrado, mas confesso que gostei da trama por completo, mesmo não entendendo muito todo o resultado, e detalhe, a música final que explica bem os atos finais pela letra acaba sendo bem boa de escutar, e deixo o link aqui. E é isso meus amigos, eu deixo a recomendação para quem gosta de animes ir conferir o longa no SATO Cinema em São Paulo à partir do dia 02/08, e fico por aqui agora, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Depois de Ser Cinza

7/27/2023 11:49:00 PM |

Costumo dizer que para gostar de um drama introspectivo você precisa se desligar completamente do seu dia e mergulhar na essência que o diretor tenta nos passar com sua trama, de tal forma que geralmente não me pegam muito por ser sempre agitado no dia a dia e quando vou ver um longa após o trabalho nem sempre que consigo me desligar, porém diria que hoje mesmo a trama de "Depois de Ser Cinza" ter essa estrutura mais fechada, mais densa, acabei ficando curioso com o desenrolar de tudo e embarquei na onda fluída que o longa entregou, de tal maneira que as mudanças da vida do rapaz, e principalmente das moças que passaram por sua vida no longa conseguem instigar e fazer com que você pense na sua própria estrutura também, e assim o resultado acaba sendo até que gostoso de acompanhar, só pontuaria mesmo que talvez um final mais fechado agradaria demais, mas aí eu queria demais também!

A sinopse nos conta que três mulheres, de histórias completamente distintas, têm uma coisa em comum: amaram e se relacionaram com o mesmo homem. Sob o ponto de vista destas mulheres, através de uma estrutura intrincada de idas e vindas no tempo, vem à tona a história de Raul.

A maioria dos diretores estreantes em longas gosta de trabalhar dramas mais introspectivos, primeiro por não ser algo tão caro, e segundo que não precisam se preocupar tanto em desenvolver personagens, pois a liberdade artística assume como se pudesse fazer tudo, e aqui o diretor Eduardo Wannmacher pegou um bom texto de Leo Garcia para iniciar sua carreira em longas metragens, e soube dosar bem as dinâmicas entre Porto Alegre e a Croácia de modo a que tudo fizesse um sentido maior na vida do protagonista, de tal forma que seu filme tem uma estrutura bem interessante, que foi quebrada em partes para abrir os personagens e desenvolver eles dentro de suas mentas fluidas, aonde vemos um jovem problemático, seu relacionamento sem muito retorno com a sua colega de faculdade, que lhe trata quase como um irmão, o desenvolvimento dele dentro das sessões de terapia e o relacionamento dele com a terapeuta, e também o vemos numa fuga para outro país se desenvolvendo também um relacionamento com uma mulher problemática brasileira que conhece por lá, ou seja, a trama é sobre pessoas problemáticas, relacionamentos e envolvimentos estruturais, que tem sua função bem encaixada, mas que dava para ir além também, transformando fácil o longa em algo digamos mais comercial com um simples fechamento melhor.

Sobre as atuações, diria que João Campos caiu bem na personalidade de Raul, pois deu ares bem diretos para os seus três momentos bem distintos dentro da produção, de forma que mesmo os momentos estando meio que entrelaçados durante toda a exibição, é notável que cada um ocorreu após o fechamento do outro, e isso é algo que o ator foi pegando para seu personagem, mudando as garotas, e também se modificando um pouco por dentro, o que acaba funcionando bem na tela. Já o estilo de Elisa Volpatto com sua Isabel é a mais solta e explosiva das três mulheres, trabalhando muito bem o idioma croata nas desenvolturas entregues, tem um algo que fica meio que solto de seu começo meio que desesperado, mas também entrega nuances bem emocionais e interessantes de ver com o protagonista, de tal forma que se conecta bem com ele. Com Branca Messina já vemos a tradicional mulher que tenta seguir os caminhos do pai, que se cobra demais, e que se droga demais no começo, tendo uma boa reviravolta em seu fechamento, mas tem um ar maluco e solto bem interessante dentro da pegada de sua Suzy, agradando de certa forma, porém um pouco explosiva demais para a personalidade que não precisava de tanto. E por fim Silvia Lourenço tem seus problemas familiares, mas é a mais centrada do trio que passa pelo rapaz, afinal sua Manuela é terapeuta e tenta não se envolver num primeiro momento com o paciente, mas muda toda essa estrutura por algo perigoso, o que acaba dando a sua impulsão e problematização para o rapaz, ou seja, tem uma virada bem ruim que o jovem passa para todas um pouco, e a atriz conseguiu mostrar bem isso.

Visualmente tirando as belíssimas cenas em praias, ruas e rodovias na Croácia, o restante do longa fica mais nos quartos dos protagonistas, em algumas festas e num consultório, sem grandes usos de elementos cênicos chamativos, de forma que o ambiente em si é apenas para contextualizar o espectador de onde está ocorrendo tudo, e o que está sendo passado, ou seja, funciona, mas nada que surpreenda e chame muita atenção, o que dava para ter trabalhado também um pouco mais.

Enfim, é um filme interessante, bem atuado pelos protagonistas, com uma edição bem densa e certeira que não cansa e não atrapalha, mas que com poucas mudanças dava para deixar o longa incrível, envolvente, sem mudar a nuance e o estilo, mas que levaria a trama para outros patamares, saindo do artístico total para algo comercial que facilmente se venderia sozinho, mas claro que perderia um pouco do que o público que gosta de algo mais introspectivo veria na tela, e assim sendo, recomendo o longa mais para esse público-alvo, que vai assistir e gostar bastante do que é mostrado na tela. O filme estreia no próximo dia 03 de agosto em alguns cinemas, então fica a dica para conferirem, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até breve com mais dicas.


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Amazon Prime Video - Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-De-Rosa (Als Hitler Das Rosa Kaninchen Stahl) (When Hitler Stole Pink Rabbit)

7/27/2023 12:40:00 AM |

Costumamos ver muitos filmes do período da Segunda Guerra mostrando a parte mais caótica de tudo, já com os campos em pleno funcionamento, fugas e tudo o que foi feito com os judeus, mas são poucos os que trabalham contando a história dos judeus alemães que viram que o leite ia azedar antes da eleição majoritária do partido de Hitler em 1933, e com a trama baseada no livro semi-biográfico de Judith Kerr, "Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa", que pode ser conferido na Amazon Prime Video, vemos bem todo esse dilema sob o olhar de uma garotinha judia que precisa ficar mudando de países junto com a família para fugir do nazismo e também para ir aonde o pai conseguisse emprego, e vemos bem o sentimento de pessoas vivendo asilo em lugares que não conhece, tendo de aprender a língua, sobrevivendo com muito pouco dinheiro e comida, e quando acha que terá um lar ou voltará para sua origem, eis que vai para algum lugar ainda mais longe. Ou seja, é uma trama bem arquitetada, simples, porém bonita e bem densa, aonde conseguimos ver o olhar da jovem e também um pouco dos países por onde passaram como eram tratados os judeus fugitivos de Hitler. Diria que talvez desse para pegar um pouco mais pesado na trama, para emocionar mais, mas ainda assim o resultado acaba sendo bem trabalhado na tela.

O longa nos conta que na Berlim de 1933, Anna tinha apenas nove anos quando sua vida mudou por completo. Para escapar dos nazistas, seu pai Arthur Kemper, um conhecido jornalista judeu, teve que fugir para Zurique. Sua família - Anna, seu irmão de 12 anos, Max, e sua mãe Dorothea - o seguem logo depois. Anna deve deixar tudo para trás, incluindo seu amado coelho rosa, e enfrentar uma nova vida cheia de desafios e privações no exterior.

Com toda certeza a diretora e roteirista Caroline Link devorou o livro de Judith Kerr, pois conseguir passar toda a síntese de um período dificílimo para os judeus e ainda colocar a voz e olhar da trama todo pela ótica de uma garotinha é algo para se envolver e ficar querendo conhecer outros trabalhos dela, afinal isso é algo que não costuma funcionar com muita facilidade, e o estilo entregue conseguiu ser bem leve, mesmo trabalhando cenas bem duras e tristes, parecendo que a jovem tinha esperanças demais para causar qualquer trabalho para seus pais, e com isso seu filme acaba tendo uma doçura bem marcante que flui e envolve bastante. Ou seja, é algo que podemos dizer bem novo nesse estilo, pois a proposta até poderia ser dramática de um nível altíssimo, mas como o livro mesmo é algo bem desenhado e com uma proposta quase que lúdica, o resultado do filme também fluiu para algo mais de aventura familiar de mudanças do que um drama pesado sobre o período do nazismo.

Sobre as atuações posso dizer sem dúvida alguma que a garotinha Riva Krymalowski entregou tudo com olhares simples e bem expressivos com sua Anna, de tal forma que mesmo tendo alguns atos com uma certa timidez, acaba se desenvolvendo facilmente no ambiente e chamando toda a atenção para si, ou seja, mostrou personalidade e certamente pode ir muito longe com seu estilo. O jovem Marinus Hohmann também foi bem direto na desenvoltura de seu Max, passando aquele ar de irmão mais velho, que entende um pouco mais de tudo o que está acontecendo, mas que também ainda é uma criança com apenas 12 anos, e deu bons tons nos seus atos junto de Riva, brincando praticamente com o ambiente e com a seriedade que precisou passar. Oliver Masucci fez bem toda a imponência que seu Arthur precisava passar, sendo um jornalista e crítico de arte passou envolvimento, classe e também muito orgulho para com suas atitudes, o que acabou chamando muita atenção no segundo ato, que acabou sendo até meio que rude, mas correto para o que o papel pedia. Do elenco todo conhecemos bem mais Carla Juri, que entregou claro uma mãe bem conectada aos filhos com sua Dorothea, mas que segue sempre o marido nos desafios até onde dá, de modo que vemos suas atitudes bem colocadas, mudando completamente seu estilo de vida e agradando com os trejeitos passados nessa mudança. Quanto aos demais, vale claro mencionar Justus von Dohnányi como seu Julius bem conectado à garotinha e claro a empregada da família Heimpi bem feita por Ursula Werner, de tal forma que ambos trouxeram um envolvimento bem doce para a jovem garota.

Visualmente a trama mostra bem a casa rica da família em Berlim, o estilo de vida deles com muitas obras literárias, piano, roupas chiques e tudo mais, depois vão para um hotel ainda bem classe alta em Zurique, depois vão mais para o interior da Suíça numa pousada bem simples, com uma escola simples também, aonde vemos maiores conexões das crianças, até a mudança por completo para Paris, aonde vemos claro uma escola completamente diferente, um apartamento bem pobre quase que escondido de tudo, a dificuldade com comida, e o contraponto com os ricos da cidade, e para finalizar ainda temos uma boa cena no topo da Torre Eiffel junto com mais uma viagem de barco, ou seja, a equipe foi simples e representativa, usando ambientes menores para não necessitar talvez mostrar coisas que já mudaram com o passar dos anos, mas principalmente não precisou mostrar o nazismo e a guerra em si, sendo algo mais fechado na família mesmo.

Enfim, é um filme bonito e envolvente, que não chega a pesar nem emocionar tanto quanto poderia com bem poucas mudanças, mas que consegue ser agradável e passar bem a mensagem de como alguns conseguiram sobreviver nessas fugas todas, que claro por terem um pouco mais de dinheiro e contatos tudo fluiu, mas que muitos não tiveram essa mesma sorte e ideia antes da explosão que ocorreu com Hitler assumindo o poder. Então fica a dica para uma boa sessão diferente dentro desse tema, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até breve com mais dicas.


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Globoplay - O Príncipe Esquecido (Le Prince Oublié) (The Lost Prince)

7/25/2023 10:31:00 PM |

Talvez seja um pouco demais chamar de um "Divertidamente" em live-action só que francês o filme "O Príncipe Esquecido", mas podemos usar um pouco dessa base para representar a evolução dos sonhos de uma criança, ou melhor, da forma que o pai dela elabora as histórias para ela dormir, e como ele e todos os demais que conhece se veem dentro desses sonhos, e com uma sacada alegórica bonita e bem leve, a trama se desenvolve com uma facilidade bem encaixada cheia de nuances. Claro que o filme tem uma boa quantidade de exageros, uma técnica visual meio estranha para o público que está acostumado com todo o visual das animações de grandes estúdios, mas a trama tem boas sacadas e envolvimentos, e consegue ser bem entregue pelo protagonista, trazendo um ar lúdico até que bem desenvolvido, mas que emociona e agrada quem conferir, sendo uma boa dica para os pais que estão vendo os seus pequenos mudarem e não curtindo mais as brincadeiras tradicionais que curtiam antes.

O longa nos conta que Djibi é um pai solteiro cujo mundo gira em torno de sua filha, Sofia. Desde que ela era pequena, toda noite ele lhe conta histórias fantasiosas antes de dormir, em que ele estrela como o heroico Príncipe Encantado. Porém, conforme Sofia se aproxima da adolescência, ela passa a criar suas próprias histórias, sem a presença do pai, e Djibi precisa descobrir como se manter o herói de sua filha tanto no mundo real quanto no imaginário.

O diretor e roteirista Michel Hazanavicius, que a maioria conhece pelo filme "O Artista" aonde ganhou diversos prêmios, foi bem sagaz numa história mais tranquila e lúdica, mas que também entrega algumas dinâmicas cheias de nuances que podem levar muitos a refletir sobre o crescimento dos filhos, e com isso, mesmo não sendo uma obra-prima, o resultado acaba fluindo de uma forma gostosa e interessante, aonde vemos vários pontos chaves para cada momento, sendo claro ajudado bastante pela equipe de arte com mensagens nos pontos de ônibus, em placas nas ruas e até nos ônibus, que vão levando o público para as diversas partes da trama. Ou seja, mesmo que o filme tenha um ar meio que infantil, a dinâmica é bem mais pensada para os adultos, e com isso tudo flui muito bem e agrada bastante, mostrando que o diretor ainda está em forma para brincar com suas ideias.

Quanto das atuações é muito fácil falar de Omar Sy, pois o ator se joga no papel de pai solteiro, que já fez em outras produções, e brinca com o mundo dos sonhos ao mesmo tempo que trabalha o conflito da adolescência, criando boas dinâmicas com os demais personagens, fazendo trejeitos bem colocados para ir além na história, e principalmente deslancha com a trama quase que sozinho, já que os demais são mais colocações cênicas do que personagens com grandes nuances, então é quase um filme que ele necessita dar seu máximo e mais um pouco, e ele consegue. Bérénice Bejo trabalha alguns atos de conselhos ao mesmo tempo que tenta dar cantadas no protagonista como uma nova vizinha no prédio, e sem criar muito, mas fazendo o que é preciso para aparecer, ela consegue soar divertida e bem encaixada, o que funciona. Sarah Gaye fez uma Sofia meio que tímida demais para as nuances mais sérias da mudança corporal e de gostos pessoais, de modo que ficou um pouco seca demais em suas desenvolturas, mas como o papel pedia um pouco disso conseguiu ser bem colocada dentro da trama toda. O jovem Néotis Ronzon também não pareceu muito confortável com seu Max, parecendo por vezes até artificial de trejeitos, mas fez bons saltos, teve estilo como um adolescente bem fechado, e o resultado funciona dentro da proposta, porém dava para criar um ar mais galanteador para o rapazinho. Quanto aos demais, a maioria tem apenas situações encaixadas de leve, valendo então o destaque para François Damien com seu Sultantã, como um vilão dos sonhos, mas também aquele que complementa a saga do herói, e chamando bons atos para si no decorrer da trama acaba agradando bastante com o que faz.

Visualmente a trama foi bem interessante, pois ao misturar dois mundos, acabamos vendo um apartamento simples, mas aonde a garota faz os desenhos baseados nos seus sonhos que são frutos das histórias que o pai conta, vemos o apartamento vizinho todo em reforma, vemos a ida da garota para a escola nos ônibus, e todas as sacadas com as placas escritas dando as nuances de virada da trama, isso tudo com tons mais escuros para representar a mudança de fases, aonde no começo temos mais colorido pela garotinha e na adolescência já tudo mais em tons mais fechados, e já do lado lúdico, a equipe de arte brincou com muitas cores, com personagens animados, com muita cenografia, e com um mundo quase como um grande parque de diversões, ou melhor, como um grande estúdio de cinema aonde várias histórias se desenvolvem, ou seja, um trabalho minucioso que até dava para melhorar em texturas, mas que agrada bastante no resultado da proposta.

Enfim, é um filme que fui ver meio com receio, pois parecia bobinho demais, mas que tem um bom desenvolvimento e consegue envolver do começo ao fim, entregando atos bem colocados para reflexões familiares, e que certamente muitos vão aprender com tudo o que é entregue, claro que está bem longe de ser perfeito, tendo alguns traquejos que davam para serem melhorados, mas ainda assim é vale a dica para ver com os filhos e claro olhar para eles com um ar mais profundo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - Alerta de Emergência (Bisang Seoneon) (비상선언) (Emergency Declaration)

7/25/2023 12:08:00 AM |

Já falei várias vezes que um dos gêneros que mais gosto de ver são suspenses que causem muita tensão e tenha boas reviravoltas, e se ultimamente tem algo que deixa qualquer um em pânico é pensar em um ataque com vírus em qualquer situação que seja, e se para piorar um pouquinho a tensão o vírus for solto dentro de um avião que não deixarão descer em qualquer lugar por virar uma bomba contagiosa altamente perigosa? Pronto, o roteirista de "Alerta de Emergência" nem precisou pensar muito com toda a ideia de seu longa entregue bem no meio da pandemia em alguns cinemas e festivais, e que agora chega para nós através do streaming da Globoplay/Telecine, e olha... é daqueles filmes que prendem você na poltrona, bate um desespero com tudo o que vai acontecendo, e quando você acha que não dá para piorar ou ficar mais intenso, eis que o diretor vira tudo novamente, ou seja, é daquelas tramas que conseguem prender a respiração do espectador, que trabalha um tema atualíssimo, e que mesmo não sendo algo real vai fazer quem conferir se emocionar bastante com todas as situações entregues!

A sinopse nos conta que o voo nº KI501 parte do Aeroporto de Incheon com destino ao Havaí. O veterano detetive da polícia In-ho se depara com uma mensagem de vídeo ameaçando um ataque terrorista neste avião e acaba descobrindo que sua esposa também está a bordo. Ele tenta urgentemente encontrar uma solução a partir do solo. Um dos passageiros inclui Jae-hyuk, que tem medo de voar e foi intimidado por um homem de aparência suspeita no aeroporto, descobre que ele havia embarcado no mesmo avião. Enquanto fica preocupado, ele tenta manter suas emoções em relação à filha. O voo avança e um passageiro com sintomas graves morre inesperadamente. Com a tripulação lutando para resolver a situação, os passageiros ficam assustados ao perceber que um desastre os espera. O copiloto se vê fazendo um 'Alerta de Emergência'.

Diria que o diretor e roteirista Jae-rim Han foi muito preciso na formatação de sua trama, pois entregou tantas situações claustrofóbicas em um único filme que por vezes chegamos a pensar no que mais poderia acontecer para piorar tudo (talvez alguns animais peçonhentos?), mas não precisou de tanto, pois toda a situação tem ao menos umas seis reviravoltas, e cada uma vertendo para algo pior que não tenha soluções fáceis de fechamento, e ainda assim arrumam uma boa, só diria que para ficar completo eu daria uma resolução final de conversa entre dois personagens para que o longa se fechasse como um ato de heroísmo, e assim chamar mais atenção. Aliás essa ideia com toda certeza aconteceria se fosse um filme americano, aonde teria toda uma festança de entrega de prêmio para todos os principais nomes, veríamos a bandeira flamulando e tudo mais, mas como é uma trama sul-coreana, o diretor optou por fechar no básico, e o resultado já se faz por valer, causando muitas sensações, emoções e tudo mais que podia fazer.

Sobre as atuações, diria que o filme tem basicamente três protagonistas bem encaixados, o terrorista vivido por Yim Si-wan que traz olhares bem intensos misturando um pouco de psicopatia com um estilo bem preparado para tudo o que vai fazer em cena, e consegue mesmo exagerando chamar muita atenção para os seus atos; depois tivemos Byung-hun Lee, que conhecemos por "Round 6", como o ex-piloto que tem medo de voar e está apenas viajando para tentar dar uma boa vida para a filhinha, mas que precisará assumir com tudo o que ocorre, e o ator soube passar bons atos para seu personagem com um tom sereno e até calmo demais em contraponto com tudo o que fez no começo, agradando bem com suas cenas; e por último, mas não menos importante o detetive em terra vivido por Kang-ho Song, que mais conhecemos pelo filme "Parasita", e entrega um desespero bem maluco já que sua esposa está no voo, fazendo alguns atos bem imponentes meio que até absurdos, mas que mostram uma intensidade cênica tão precisa que acaba se destacando bastante. Dentre os demais, a maioria está apenas no meio da confusão toda, valendo leves destaques nas desenvolturas de Kim Nan-gil como o primeiro oficial do voo e Do-yeon Jeon como a ministra que tenta resolver as coisas no solo.

Visualmente a trama é bem pautada em três ambientes, no centro de operações no aeroporto, mostrando toda a preparação para o pouso, a confusão na frente da empresa de vírus e vacinas, várias pessoas tentando conversar com os operadores e presidentes de outros países; temos o avião, que certamente fizeram via ambiente preparado, para poder ficar dando cambalhotas com os personagens, toda a confusão nos vários setores de econômica e de executiva, as pessoas morrendo e ficando com feridas no corpo, o desespero e o caos com boas tomadas em vários ângulos, que com certeza fizeram uma réplica bem trabalhada do avião; e o das ruas/aeroportos com as famílias, repórteres e jornalistas mostrando as opiniões do que fazer com o avião e os passageiros, além de toda a preparação de quarentena para receber os passageiros, ou seja, um trabalho imenso da produção e da equipe de arte, que provavelmente gravaram logo após o estouro da pandemia e conseguiram um resultado bem trabalhado para representar tudo.

Enfim, é um tremendo filmaço, que causa muitas sensações nos espectadores, e que entrega tudo o que promete do começo ao fim, não sendo um filme exagerado de situações, nem algo que canse o público com loucuras a fio, sendo daqueles que certamente iremos lembrar quando nos pedirem um filme de tensão e envolvimento, que quem tem medo de voar vai ficar ainda mais traumatizado, e só não darei a nota máxima para ele por achar que poderiam ter trabalhado mais 10 minutinhos de cenas de encerramento, que daria algumas nuances maiores para o fechamento, mas de resto, é perfeito. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Uma Lição de Esperança (Persischstunden) (Persian Lessons)

7/24/2023 01:22:00 AM |

Quem nunca ouviu a frase: "O mundo é dos espertos"? Diria que essa frase define muito do jeitinho brasileiro que é tão comum de acontecer no dia a dia das pessoas, mas se formos mais a fundo, podemos ver que isso é uma verdade na hora de decidir sobreviver ou morrer, principalmente na época de uma guerra, aonde praticamente todos os seus pares estão sendo mortos, e com o longa "Uma Lição de Esperança", que por enquanto está para locação na Amazon Prime Video (mas acredito que em breve deve ser incorporado no pacote tradicional), vemos bem essa frase em nível máximo, afinal um jovem que estava rumo à sua morte, trocou o único sanduíche que tinha por um livro de persa, e se passando por um, conseguiu enganar um general por alguns anos durante a guerra ensinando uma linguagem que nunca falou, e a trama mostra boas sacadas, dinâmicas fortes e também bem marcadas por soldados que não se davam bem entre si, e claro mostrando também as diversas mortes nos campos de concentração. Ou seja, é daqueles filmes tão bem desenvolvidos que acabamos entrando no clima e torcendo pelos personagens, o que como sempre digo, é o jeito mais fácil de um diretor fluir sua trama, e aqui funcionou bastante com algo real e muito bem colocado.

O longa nos situa em 1942. Gilles, um jovem belga, é preso pela SS junto com outros judeus e enviado para um campo de concentração na Alemanha. Ele evita por pouco a execução jurando aos guardas que não é judeu, mas persa. Essa mentira o salva temporariamente, mas Gilles recebe uma missão aparentemente insustentável: ensinar persa a Koch, o oficial encarregado da cozinha do campo, que sonha em abrir um restaurante na Pérsia (Irã) assim que a guerra acabar. Gilles se vê tendo que inventar uma língua que não conhece, palavra por palavra. À medida que o relacionamento incomum entre os dois homens começa a incitar ciúmes e suspeitas, Gilles percebe que um movimento em falso pode expor sua fraude.

Diria que o diretor Vadim Perelman foi muito cuidadoso com sua trama, pois mesmo sendo algo absurdo, a história é baseada em um caso real, e mesmo ficando claro que mostrando o quanto os alemães eram sem quase nenhum conhecimento, principalmente os de alto escalão, poderia se voltar para ele algumas sanções e críticas mais fortes, mas isso não o impediu de trabalhar toda a essência da relação do jovem belga com o general alemão, e mais do que isso, o como o jovem adotou rapidamente um método de memorização de palavras usando os nomes dos demais prisioneiros judeus do campo, que acabou servindo posteriormente para notificar várias famílias sobre as mortes. Ou seja, podemos dizer que tanto o rapaz foi criativo, quanto o diretor e mais ainda o escritor Wolfgang Kohlaase, que redigiu o livro em cima do que os soldados aliados contaram sobre o rapaz, foram criativos para que as dinâmicas funcionassem bem e ainda tivessem tensão e emoção bem dosadas para que o filme funcionasse bem.

Sobre as atuações, Nahuel Pérez Biscayart trabalhou muito bem com seu Gilles/Reza fazendo olhares preocupados com o que poderia de dar errado nessa sua maluquice, fazendo trejeitos de medo de tudo e todos ao seu redor, e sendo preciso nas sacadas para inventar as palavras para o general, de tal forma que o jovem foi dinâmico e muito criativo em cena, não entregando risos e nem se destoando em nenhum ato, o que acabou sendo perfeito demais. Lars Eidinger é daqueles atores que já vimos tanto atuando, afinal está em muitas tramas hollywoodianas, que aqui seu general Koch acaba sendo tão sutil no estilo, tão ingênuo no acreditar das palavras, que ficamos pensando será mesmo que isso ocorreu, pois é meio impossível alguém cair tão fácil assim, mas acaba sendo até gostoso ver sua relação estranha com o protagonista, e todo o desenvolvimento expressivo que ele acaba entregando, ou seja, foi muito bem em cena também. Quanto aos demais, a maioria teve poucas conexões e cenas para se desenvolver muito, tendo claro o destaque para Jonas Nay com seu Max, que fez trejeitos fortes e se enciumou de um nível máximo com a relação do general com um judeu, e sempre ficava procurando modos de pegar no pulo o rapaz, ou seja, surtou e se irritou bem em cena.

Visualmente o longa trabalhou bem o campo de concentração, mostrou os alojamentos bem aglomerados, a "comida" servida para os prisioneiros e a comida de primeira linha para generais e as dos soldados mais baixos, com direito a picnic, peixes e tudo mais, os métodos de troca de comida melhor que alguns tinham direitos, as fazendas e pedreiras para onde alguns prisioneiros iam trabalhar, e claro as noites com o jovem ensinando as palavras no aposento do general, tudo com muitos detalhes, muitas desenvolturas nos atos mais fortes de mortes, e claro muitos objetos cênicos para mostrar como o jovem fez para inventar as palavras, os cadernos de prisioneiros, e até alguns atos em florestas, ou seja, a equipe de arte trabalhou muito bem para que tudo ficasse na medida certa para ser bem representada.

Enfim, é um filme muito interessante de acompanhar, e como já disse outras vezes, me surpreendo com o tanto de tramas envolvendo a Segunda Guerra Mundial por diversos ângulos que conseguem entregar sem repetir as ideias, ou seja, cada dia vemos mais coisas sobre as barbaridades que os alemães fizeram, e como alguns conseguiram sobreviver na época, e assim sendo sempre é bom aprender mais sobre essa época para quem sabe algum dia utilizar, esperamos não precisar, mas cultura sempre é bom adquirir. E é isso pessoal, fiquem com essa recomendação e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Clonaram Tyrone (They Cloned Tyrone)

7/23/2023 07:01:00 PM |

Alguns filmes costumam se verter para algo mais fechado de estilo, querendo chamar atenção para determinado grupo, só que por vezes funciona bem, e em outros casos acaba ficando apenas um passatempo meio diferenciado, e colocaria o longa da Netflix, "Clonaram Tyrone", nesse segundo grupo que talvez viram todo o sucesso de "Meu Nome é Dolomite", e quiseram fazer uma segunda época do blaxploitation, agora usando uma referência mais puxada para a ficção científica que por vezes tenta puxar uma ou outra cena mais cômica, mas com uma base até que chamativa para o estilo, porém nem tudo funciona bem seguindo o mesmo formato, e aqui a trama acaba meio que cansando com os excessos dos protagonistas, tendo um ato ou outro com um certo gingado que diverte, outras cenas tentando puxar um lado mais misterioso de suspense, mas sem grandes chamarizes. Ou seja, é daqueles filmes que até entregam boas sacadas, mas que no final você fica esperando um algo a mais que não acontece, não sendo ruim de ver, mas que talvez amanhã eu já nem lembre que eu tenha visto ele.

A trama acompanha uma série de eventos aleatórios e coincidências super sinistras que, por obra do acaso, acabam colocando um trio improvável - formado por Fontaine, Yo-Yo e Slick Charles - diretamente no rastro de uma conspiração nefasta organizada pelo governo norte-americano. Nessa aventura cada vez mais misteriosa, os três serão forçados a se unir para solucionar a situação - que é bem maior do que eles poderiam imaginar - e tentar sair ilesos.

Diria que faltou um pouco de experiência para o diretor e roteirista Juel Taylor para que conseguisse entregar algo com mais desenvoltura, pois se analisarmos separado cada estilo do filme vemos muitos problemas, pois acabou não sendo um filme de ficção científica bem colocado como deveria ser, não vemos uma trama cômica que fizesse rir realmente, e também não temos uma pegada de filmes negros como tentou se passar, misturando tudo de maneira bem grosseira que acabamos até seguindo bem toda a densidade entregue, com um filme que entrega atos interessantes e uma certa coesão, porém sem ir além do que vemos durante a exibição, o que é ruim, afinal dava para trabalhar um pouco mais tudo e criar algo com uma pegada bem tensa sobre clones e o uso de produtos químicos, sonoros e tudo mais para "domesticar" uma população.

Sobre as atuações, posso estar bem errado, mas talvez se invertido os protagonistas o resultado seria muito melhor, pois John Boyega ficou meio que seco demais para com seu Fontaine, não tendo nem a desenvoltura séria de um traficante, nem alguém com uma presença maior para comandar o grupo na investigação, e isso pesou um pouco no ritmo da trama. Já Jamie Foxx pegou seu Slick Charles com propriedade, fazendo seus trejeitos clássicos como um bom cafetão deve fazer, e se desenvolveu bem nas cenas mais cômicas, o que acabou dando ritmo junto da parceria que fez com Yo-Yo, ou seja, seguraram bem a onda da trama e não deixaram que o filme caísse num lado mais depressivo. E falando na parceira de Foxx, Teyonah Parris foi bem dinâmica e cheia de estilo com sua Yo-Yo, brincando com as sacadas dos dois protagonistas, desenvolvendo o ritmo da personagem sem que ficasse forçada, e assim chamou a responsabilidade para si em diversos momentos, ou seja, deu show. Quanto aos demais, a maioria apenas teve uma ou duas cenas para aparecer e tentar se desenvolver, não sendo nada que marcasse muito ou chamasse atenção, tendo leves destaques para Kiefer Sutherland com seu Nixon, Leon Lamar com seu Frog e J. Alphonse Nicholson com seu Isaac.

Visualmente a trama se passa nos anos atuais, porém tem uma granulação e uma ambientação meio que dos anos 80, parecendo que a equipe quis desenhar um bairro mais estilo gângster de época e não tanto moderno, mas o subsolo recheado de elementos de pesquisa, laboratórios de teste e tudo mais que se possa imaginar, mostrando que usavam por lá e funcionava era levado para a superfície como produtos para cabelo, frangos fritos viciantes com drogas que geravam um humor a mais, suco que soltava os os mais quietos da comunidade na igreja e por aí afora, sendo algo que dava para ter sido mais usado, ao invés de se prender tanto nos protagonistas.

Enfim, não é um filme ruim, mas também passa bem longe de ser algo muito bom, valendo ver como um passatempo bem moldado com atores que fizeram bem seus papeis, mas com certeza daqui a alguns dias nem vou lembrar de ter visto ele, ainda bem que posso recorrer aqui para saber se vi. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou tentar salvar o domingo com algum outro filme, então abraços e até logo mais.


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Oppenheimer

7/23/2023 12:07:00 AM |

Diria que essa semana está bombástica nos cinemas! Não só literalmente por mostrar a história do "pai" da bomba atômica, como também sendo realmente a volta das pessoas aos cinemas pós-pandemia, aonde praticamente todas as salas estão ficando com ingressos esgotados seja para "Barbie" ou "Oppenheimer", o que deixará nossos amigos dos cinemas exaustos, mas felizes com o movimento! Mas como já falei muito do mundo rosa, vamos agora concentrar tudo em cima de "Oppenheimer" que é um tremendo filmaço com estilo, imponência e importância histórica muito bem desenvolvido, porém com a quantidade de personagens históricos importantes e um tema tão forte, as longas três horas de exibição acabam sendo poucas na verdade, parecendo ser até acelerado o tanto de informação que cada um passa na trama, e  um bom detalhe que alguns podem achar até estranho é que a trama tem momentos coloridos e outros em preto e branco, e podemos ver como sendo quase que dois filmes, o colorido de J. Robert Oppenheimer e o preto e branco como de Lewis Strauss, que não darei spoilers, mas é bem importante olhar para esse personagem que num primeiro momento parece meio inútil, mas que vai ser intenso no final. Ou seja, é um filme que dava para ir muito além, e ser maior ainda, mas que também cansa com o excesso de diálogos, nem parecendo ser um filme de Nolan que tanto se desenvolve mais com ações, e isso pode ser bom por um lado, mas ruim por outro, vai depender de como cada um analisar tudo.

Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o longa acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer, físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan - que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945.

Gosto muito de todos os filmes do diretor Christopher Nolan, e mesmo sendo exagerado em alguns momentos de suas tramas, o resultado acaba sendo sempre grandioso e interessante de ver dentro da proposta, e aqui não foi diferente, pois mesmo levantando diversas polêmicas como o não querer usar computação para fazer a explosão do filme, acabou construindo muita tecnologia física, e assim sendo o resultado chamou bastante atenção, porém o maior problema aqui não foi a grandiosidade da proposta como muitos esperavam que acontecesse, mas sim pegar o livro ganhador do Pulitzer, "Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer" que contém muita história e muitos personagens importantes da História, e não condensar isso de forma que virasse um filme, mas sim colocar tudo na tela, o que acabou lotado de personagens com atores tão bons, que a trama se ampliou para um tamanho impossível de ser cortado, e aí optaram por acelerar todos os processos, e diálogos e mais diálogos acelerados acabam cansando em demasia o público. Ou seja, a direção e o roteiro de Nolan ficaram tão gigantes que o melhor a se fazer seria entregar uma série de uns 4 a 5 capítulos de uma hora cada que resultaria em algo muito mais eloquente e bonito de se ver, pois a história toda é incrível, ver as duas vertentes acontecendo é brilhante, e a cena pós destruição do Japão é algo que não tem como não se emocionar vendo o povo vibrando e aplaudindo o cientista, enquanto o ele parece sentir o que fez, sendo algo perfeito demais de se ver, de tal maneira que tudo merecia algo a mais. Agora quanto da sacada de fazer dois filmes juntos, um em preto e branco e outro colorido para dar ênfase nos dois personagens foi brilhante, e pega bem a intensão de ambos protagonistas.

Sobre as atuações é fato que Cillian Murphy tem um estilo tão próprio que chega a ser difícil não gostar de algo que faça em cena com seu Oppenheimer, chamando sempre a responsabilidade cênica para si, criando desenvolturas próprias e marcantes, e principalmente tendo um tom de voz calmo e bem preparado para comandar realmente uma equipe de cientistas para fazer aquilo que foi o começo do fim do planeta, e o ator soube fazer alguns trejeitos tão fortes em alguns atos que acaba até emocionando com o resultado final, ou seja, foi perfeito no que precisava fazer, e certamente deu seu nome para a produção. Robert Downey Jr. também foi muito bem encaixado como Lewis Strauss, colocando nuances iniciais que pareciam ser simples, tendo uma desenvoltura de um diretor comum, mas que depois vira tudo com atitudes tão marcantes com imposições diretas e tão boas que mostram como ele é muito mais do que vimos por vários anos. Emily Blunt trabalhou trejeitos tão fortes com sua Kitty, que conseguiu passar a mensagem completa de suas falas só com olhares, mas ainda trouxe perspectivas marcantes e cheias de estilo para que entregasse tudo em suas cenas, o que acabou agradando bastante. Outro que foi muito bem em cena foi Matt Damon com seu Leslie Groves, fazendo bem toda a imponência de um soldado em meio a uma guerra, e que mesmo sendo colocado mais para o lado burocrático da guerra trabalhou com tensão e frieza no olhar, agradando bastante. Agora embora apareça apenas em três cenas, Tom Conti ficou incrível como Albert Einstein, de tal forma que se algum diretor está pensando em fazer qualquer filme sobre o cientista, já pode colocar o nome dele como primeira opção, pois foi perfeito em seus atos. Como disse no começo são muitos bons atores e bons personagens, então se for ficar falando aqui vou passar o resto da noite escrevendo, então vale apenas a citação de Jason Clarke com seu Roger Robb, Kenneth Branagh com seu Niels Borh, Tony Goldwyn com seu Gordon Gray, Gary Oldman como o presidente Truman, e claro o grande destaque sensual vai para Florence Pugh com sua Jean Tatlock, com a cena do depoimento sendo algo de um impacto tremendo visual.

Visualmente o longa foi muito imponente também, mostrando desde as reuniões nas faculdades que o protagonista trabalhou, algumas reuniões dos partidos comunistas, e claro toda a construção da cidade de Los Alamos aonde aconteceu todo o projeto Manhatan com o desenvolvimento da bomba em detalhes, sua detonação e claro todo o "julgamento" do protagonista bem como suas reuniões pós ataque ao Japão, sendo algo que o diretor fez de forma tão grandiosa, sem uso de computação (segundo ele) que chega realmente a impressionar pela magnitude de tudo. Vale também destacar o visual dos personagens em várias fases, tendo um trabalho tanto de figurino quanto de maquiagem para envelhecer todos, e claro ficarem bem parecidos com cada personagem real, ou seja, algo muito chamativo e bem trabalhado.

Enfim, é uma tremenda produção, que com todo o som e o impacto da sala Imax, as poltronas viraram quase que um daqueles brinquedos de parque que ficaram chacoalhando, sendo algo muito sensorial, porém o longa acaba sendo um pouco cansativo pelo excesso de diálogos e personagens, de tal forma que alguns acabarão nem se envolvendo tanto, mas é brilhante como obra e certamente vai impactar em muitos toda a ideia de algumas bombas que se realmente aparecerem podem acabar com o mundo como é hoje, então vale com certeza a conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Capitu e o Capítulo

7/22/2023 02:49:00 AM |

Quem me acompanha desde os primórdios do site sabe que um dos estilos de filmes que mais consegue me brochar é o tal do experimental, pois vejo a possibilidade que determinada trama tem para alçar voos incríveis com a história, com ótimos atores, com toda a perspectiva, e vai lá e fica enfeitando com abstrações, com elementos fora da casinha e tudo mais que seja possível apenas para se colocar como cult. E felizmente o longa "Capitu e o Capítulo" só tem 75 minutos disso tudo, contando com créditos bem lentos, ensaios durante os créditos lentos e até uma abertura, ou seja, encheram de coisas para ser vendido como longa, pois facilmente cairia como um média-metragem que trabalha um dos textos mais complexos e interessantes de Machado de Assis, mas que brinca com nuances entre os protagonistas colocando trechos mistos entre as interpretações dos atores com viagens alucinógenas de outros filmes estranhos, brincando com pinturas e canções, danças e tudo mais, ou seja, se antes a discussão do texto era se Capitu traiu ou não Bentinho, agora podemos discutir poetas brasileiros que morreram com menos de 30 anos, vermes, palavras indígenas usadas no nosso vocabulário, entre várias outras loucuras que o diretor quis colocar na sua montagem. Ou seja, é daqueles filmes que você entra na sessão comprando a obra pela capa e pelo conteúdo possível, e sai pensando o que é que eu fui conferir!

A sinopse nos conta que entre olhares, atitudes, vicissitude e passionalidade, novas e antigas percepções, vemos uma trama que permeia a inquietude trazida pelo sentimento mais primitivo que o ser humano pode experimentar, criando e sorvendo o fantasma criado pelo ciúme, desdobrando-se em intrigas capitulares criadas por Bentinho em devaneios que o tomam sobremaneira pelo amor doentio por sua Capitu.

Diria que o diretor e roteirista Júlio Bressane é um dos cineastas nacionais que está há mais tempo no mercado de filmes, praticamente não parando de produzir desde a metade dos anos 60, ou seja, já fez de tudo um pouco, mas é daqueles que gosta de trabalhar ideias e desenvolturas de uma maneira meio que diferenciada, ou seja, gosta de pegar um roteiro potencial e brincar com ele, experimentar coisas novas, misturar liberdade criativa com textos rebuscados, e aqui ele usou de técnicas de vários estilos, permeou ideias da trama de Machado de Assis, deu ares rebuscados para um reflexivo Dom Casmurro, e praticamente "criou" o swing no século passado dentro de sua história livremente inspirada na obra do clássico autor. Ou seja, desenvolveu algo que sua mente quis, deixou provavelmente alguns editores malucos para tentar entender o que deviam fazer, e o resultado acabou sendo algo que não agrada, mesmo chamando atenção pelas ousadias.

Quanto das atuações, diria que todos foram bem dentro da proposta, trabalhando personificações bem densas de Capitu, Bentinho e Casmurro acabamos vendo Mariana Ximenes, Vladimir Brichita e Enrique Diaz bem colocados em cena, trabalhando trejeitos fortes e chamativos, que se desenvolvessem melhor todas as dinâmicas, colocando alguns elos entre elas nem precisaria inventar com os vídeos estranhos no miolo, pois o trio seguraria muito bem todos seus atos, e junto dos demais atores acabaria fluindo toda a ideia da trama de um modo seguro e inteligente, mas como isso não ocorreu, apenas fizeram bem as personificações e ganharam seus cachês para filosofar mais com Diaz, fazer olhares de dúvidas com Brichita e ser sedutora e meio maluca com Ximenes, o que todos fazem bem.

Visualmente a equipe de arte ficou só em uma casa, brincando com os ambientes de fundo, mudando os papeis de parede com pinturas chamativas de vários pintores, ousando com poucos elementos cenográficos mas bem contextualizados, tendo claro destaque as cenas de Casmurro numa sala/biblioteca bem rica de livros, e também o minimalismo nos ambientes para que a desenvoltura ficasse mesma no texto, e assim também sobrasse espaço para as loucuras dos vídeos que prefiro nem citar um a um, mas que beiram a loucura por completo. Ou seja, diria que quem trabalhou um pouco mais foi a equipe de figurino para dar o contexto de época para todos em cena, e assim acertou ao menos.

Enfim, é um filme fraco de resultado, mas interessante de proposta, que pessoalmente não tenho como recomendar por ser algo abstrato demais para quem gosta de tramas mais comerciais, mas que por ser bem curto não chega a incomodar tanto, então dá para dar uma viajada nas nuances e tentar ao menos não desgostar de tudo o que é mostrado, e sendo assim fica ao seu critério se gostar do estilo ver nos cinemas a partir do dia 27/07. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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