É até engraçado ver o longa "O Herói" que estreou hoje na Netflix, mas que já está até velhinho, pois saiu no Festival de Sundance em 2017, ou seja, praticamente esqueceram de lançar ele nos cinemas e nas prateleiras digitais, e é até fácil entender o motivo, pois a trama embora tenha uma mensagem bem bonita em cima de encontrar sua verdadeira personalidade, de ser o herói que representou verdadeiramente, de sobreviver e tudo mais, porém falta para o longa uma desenvoltura maior, que faz dele um filme singelo demais, que até envolve, mas fica mais cheio de símbolos do que de atitudes, e assim sendo são poucos os que acabam se emocionando e entendendo a real essência da trama. Ou seja, o filme está bem longe de ser algo ruim, pois é curto, muito bem interpretado e funciona, mas é calmo demais, aberto de ideias demais, e isso não é algo que o público em geral gosta de ver na telona, então agora que está na telinha é capaz de vender um pouco mais a mensagem de se encontrar.
O longa nos conta que Lee Hayden é um ator veterano de westerns, cujos melhores anos de carreira ficaram para trás, depois de seu único ótimo filme. Agora, passando a dublar comerciais, Lee descobre que tem um prognóstico terminal de câncer de pâncreas. Incapaz de contar a alguém sobre isso, especialmente sua família afastada, Lee só pode pensar sozinho, pois sonhos perturbadores, mas inspiradores, o assombram. As coisas mudam quando ele conhece Charlotte Dylan, uma comediante de stand-up que se torna uma amante que inadvertidamente impulsiona seu perfil público. Agora, enfrentando um conflito emocional profundo de ter um retorno em potencial à carreira, mesmo que sua morte iminente o esteja encarando, Lee deve finalmente aceitar as duas realidades quando finalmente confessar sua situação à única pessoa que puder.
O mais interessante é que ontem mesmo assisti ao novo filme da diretora Brett Haley ("Por Lugares Incríveis"), e posso dizer que ela manteve o mesmo nível de emoção desde 2017, ou seja, já vinha trabalhando esse estilo mais fechado de envolvimento, aonde o protagonista tenta passar a dramaticidade e a dor para fora, mas não sabe como fazer, criando perspectivas próprias, mas sempre digerindo o problema todo para si, e com isso não sabendo como demonstrar que precisa de ajuda também. Ou seja, vemos um trabalho bonito da diretora, mas que certamente poderia ter desenvolvido melhor tudo para não ser apenas simbólico, pois temos momentos do protagonista que poderiam rumar para algo que envolvesse mais o convívio do protagonista, mais sua doença, e até mais seus pensamentos, não ficando somente no âmbito mínimo e sim mais aberto para tudo. Dessa forma não dizemos que foi um erro dela, mas que faltou um pouco mais de atitude para funcionar melhor.
Quanto das atuações, é fato que Sam Elliot já fez tantos personagens cowboys que não o vemos sem essa formatação, e seu Lee é ele escrito, de forma que convence do começo ao fim com bons trejeitos, boas atitudes, comove pela doença, mas demonstra vivência para o personagem, sendo um bom acerto em tudo. Diria que achei levemente exagerado o abuso do velhinho por parte de Laura Prepon, pois sua Charlotte até entrega uma boa personalidade, tem momentos interessantes, mas seus atos soaram exagerados, de modo que até podemos imaginar outra coisa do filme, mas talvez pudessem não trabalhar tanto a formatação entregue, mas ao menos a atriz foi muito bem nos seus atos sedutores. E para finalizar vou falar apenas de Nick Offerman como o traficante Jeremy que deu um show de trejeitos, brincando bastante com a brisa de seus produtos, e fazendo o filme ter um lado mais cômico ao menos, e assim sendo o acerto foi bem colocado. Quanto aos demais, todos figuraram praticamente, e até mesmo a filha do personagem principal acabou sendo mero enfeite cênico pela falta de expressividade da atriz.
Visualmente a trama tem ao mesmo tempo um ar country com um dramalhão emocional, e isso soa estranho num primeiro momento, mas depois vamos nos acostumando, ao ponto de pensarmos até que o protagonista já está morto e tudo não passa de um sonho, mas acredito que não seja isso, e sem essa ideia na mente, a equipe artística teve de elaborar momentos sóbrios com pirações alucinadas pelas drogas, e ainda tentar manter o emocional funcionando, ou seja, o filme tem de tudo, e até fica bonito de ver pelas locações escolhidas de bom grado visual.
Enfim, é um filme que não vai muito além, que entrega uma história até bonita de se pensar, que brinca com a busca do conhecimento do verdadeiro herói que tem dentro de cada um, da busca familiar, do abandono em fim de carreira, e tudo mais que já ouvimos falar de grandes atores, mas que falha um pouco por não ir num ápice mais forte, e assim sendo o resultado soa levemente fraco de ver. Não diria que é algo ruim de conferir, mas que certamente muitos não vão se apaixonar pela trama como poderia parecer num começo, mas que vale a conferida por ser curtinho e funcionar dentro do que se propõe. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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O longa nos conta que Lee Hayden é um ator veterano de westerns, cujos melhores anos de carreira ficaram para trás, depois de seu único ótimo filme. Agora, passando a dublar comerciais, Lee descobre que tem um prognóstico terminal de câncer de pâncreas. Incapaz de contar a alguém sobre isso, especialmente sua família afastada, Lee só pode pensar sozinho, pois sonhos perturbadores, mas inspiradores, o assombram. As coisas mudam quando ele conhece Charlotte Dylan, uma comediante de stand-up que se torna uma amante que inadvertidamente impulsiona seu perfil público. Agora, enfrentando um conflito emocional profundo de ter um retorno em potencial à carreira, mesmo que sua morte iminente o esteja encarando, Lee deve finalmente aceitar as duas realidades quando finalmente confessar sua situação à única pessoa que puder.
O mais interessante é que ontem mesmo assisti ao novo filme da diretora Brett Haley ("Por Lugares Incríveis"), e posso dizer que ela manteve o mesmo nível de emoção desde 2017, ou seja, já vinha trabalhando esse estilo mais fechado de envolvimento, aonde o protagonista tenta passar a dramaticidade e a dor para fora, mas não sabe como fazer, criando perspectivas próprias, mas sempre digerindo o problema todo para si, e com isso não sabendo como demonstrar que precisa de ajuda também. Ou seja, vemos um trabalho bonito da diretora, mas que certamente poderia ter desenvolvido melhor tudo para não ser apenas simbólico, pois temos momentos do protagonista que poderiam rumar para algo que envolvesse mais o convívio do protagonista, mais sua doença, e até mais seus pensamentos, não ficando somente no âmbito mínimo e sim mais aberto para tudo. Dessa forma não dizemos que foi um erro dela, mas que faltou um pouco mais de atitude para funcionar melhor.
Quanto das atuações, é fato que Sam Elliot já fez tantos personagens cowboys que não o vemos sem essa formatação, e seu Lee é ele escrito, de forma que convence do começo ao fim com bons trejeitos, boas atitudes, comove pela doença, mas demonstra vivência para o personagem, sendo um bom acerto em tudo. Diria que achei levemente exagerado o abuso do velhinho por parte de Laura Prepon, pois sua Charlotte até entrega uma boa personalidade, tem momentos interessantes, mas seus atos soaram exagerados, de modo que até podemos imaginar outra coisa do filme, mas talvez pudessem não trabalhar tanto a formatação entregue, mas ao menos a atriz foi muito bem nos seus atos sedutores. E para finalizar vou falar apenas de Nick Offerman como o traficante Jeremy que deu um show de trejeitos, brincando bastante com a brisa de seus produtos, e fazendo o filme ter um lado mais cômico ao menos, e assim sendo o acerto foi bem colocado. Quanto aos demais, todos figuraram praticamente, e até mesmo a filha do personagem principal acabou sendo mero enfeite cênico pela falta de expressividade da atriz.
Visualmente a trama tem ao mesmo tempo um ar country com um dramalhão emocional, e isso soa estranho num primeiro momento, mas depois vamos nos acostumando, ao ponto de pensarmos até que o protagonista já está morto e tudo não passa de um sonho, mas acredito que não seja isso, e sem essa ideia na mente, a equipe artística teve de elaborar momentos sóbrios com pirações alucinadas pelas drogas, e ainda tentar manter o emocional funcionando, ou seja, o filme tem de tudo, e até fica bonito de ver pelas locações escolhidas de bom grado visual.
Enfim, é um filme que não vai muito além, que entrega uma história até bonita de se pensar, que brinca com a busca do conhecimento do verdadeiro herói que tem dentro de cada um, da busca familiar, do abandono em fim de carreira, e tudo mais que já ouvimos falar de grandes atores, mas que falha um pouco por não ir num ápice mais forte, e assim sendo o resultado soa levemente fraco de ver. Não diria que é algo ruim de conferir, mas que certamente muitos não vão se apaixonar pela trama como poderia parecer num começo, mas que vale a conferida por ser curtinho e funcionar dentro do que se propõe. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.