Netflix - O Homem de Toronto (The Man From Toronto)

6/27/2022 04:57:00 PM |

Costumo dizer que as comédias de ação são perfeitas quando fazem rir mais do que fazem explodir as coisas, pois do contrário vira apenas um bom passatempo com coisas engraçadas que muitos verão e logo vão esquecer, e infelizmente o longa da Netflix, "O Homem de Toronto", se encaixa nesse último tipo, sendo daqueles com muitas cenas de ação, tiros, explosões e tudo mais que até funcionam e entretêm, mas no final foi apenas um passatempo de quase duas horas, aonde vemos Kevin Hart fazendo as piadas tradicionais dele, e Woody Harrelson fazendo carões para manter o ar de assassino. Ou seja, não é um filme ruim, muito pelo contrário, tem dinâmicas bem interessantes que fazem valer o passatempo todo, mas falta aquele algo a mais, algum tipo de reviravolta ou desenvoltura maior, o que acaba não acontecendo. Então se você está sem muitas opções, até pode ser uma boa dica de diversão, mas não vá esperando muito dele.

O longa conta a história de um consultor de vendas atrapalhado que tem sua identidade trocada com o assassino mais mortal do mundo - conhecido apenas como o Homem de Toronto - e eles precisam se aliar para sobreviver.

Diria que o diretor Patrick Hughes trabalhou até que bem a história que lhe foi entregue por Jason Blumenthal, ao ponto que lembramos até que bem de seus trabalhos anteriores (principalmente "Dupla Explosiva" que tem um ar mais cômico), e assim entramos no clima cheio de ação e de conflitos malucos quando se coloca um vendedor atrapalhado para conversar com assassinos, mas ficou faltando aquele elo a mais para que o filme tivesse algo a desenvolver, parecendo que os personagens só entraram numa missão, fizeram o que tinham de fazer e nada mais, o que é meio banal, mas tem quem curta a ideia, então posso dizer também que a proposta foi entregue de certo modo. Ou seja, não é um filme que conseguiu chamar a atenção pela história, aliás quem gosta desse estilo nem está muito preocupado com a história, então o resultado para esse pessoal será divertido e bem colocado, mas quem for esperando um algo a mais apenas verá o longa e terminará sem nem ter dado uma risada ou se espantado com alguma perseguição maior, o que é um pecado para uma produção com tantas explosões.

Sobre as atuações, gosto do estilo do Kevin Hart, apesar de sempre fazer seus personagens gritando e exagerando um pouco, e aqui seu Teddy segue o mesmo padrão, tendo ares divertidos em alguns momentos e muita bobeira em toda a execução dos atos, ao ponto que parece sempre desesperado, ofegante, mas disposto a entregar bons momentos, e assim seu estilo encaixa perfeitamente para o papel aqui que necessitavam. Woody Harrelson é sempre um brucutu que entrega boas personificações para assassinos, e aqui seu Homem de Toronto tem uma boa pegada, tem técnica, e consegue chamar muita atenção, ao ponto de quem sabe algum dia fazerem um filme só dos vários "homens" que aparecem no final do longa, e assim ele desenvolveu bem a personalidade, bateu muito e fez boas caras e bocas, agradando de certa forma. Quanto aos demais, a maioria apenas aparece para se conectar com os protagonistas, tendo os diversos vilões que aparecem mais para serem interrogados, bater ou apanhar, sem grandes técnicas ou expressões, temos o mandante de tudo vivido por Alejandro de Hoyos, que quase nem foi usado nas últimas cenas, temos a dona do grupo vivida por Ellen Barkin, que também só faz vozes e tem alguns momentos de ataque mais ao final, e claro o Homem de Miami que faz alguns ensejos e cenas mais trabalhadas de luta vivido por Pierson Fode, mas nada de impressionante, então diria que não dá para destacar ninguém, muito menos a galera do FBI ou a esposa e a amiga delas, que são bem cuidadas pelo agente Santoro vivido pelo galã Jencarlos Canela.

Visualmente a proposta toda é muito boa, com o protagonista tendo várias invenções malucas de produtos fitness, temos a academia em que trabalha bem montada, uma cabana no meio do deserto aonde conhecemos o protagonista, um chalé no meio do nada com muitas armas, um restaurante chique ao final, uma fábrica, vários atos de luta numa aeronave gigantesca no ar com muita interação, lutas numa feira de tecnologia em Porto Rico com alguns elementos acrobáticos para os protagonistas ficarem pulando, e um apartamento chique do vilão no miolo, de forma que tudo foi muito bem preparado e representativo pela equipe de arte, e claro que a equipe de efeitos especiais fez as vezes de explodir a maioria das coisas, contando com muitos tiros, sangue, e tudo mais, ou seja, uma produção gigantesca bem trabalhada que faz até inveja no melhor estilo que a Netflix costuma entregar.

Enfim, volto a frisar que não é um longa ruim, apenas não tem nada a mais que chame a atenção, sendo um bom passatempo de ação, com boas desenvolturas e lutas bem interessantes em várias locações, de forma que quem curte o estilo irá ficar bem feliz com tudo, mas quem for conferir esperando alguma grandiosa surpresa, vai ficar bem decepcionado. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda terei mais dois filmes do Festival, então volto mais tarde com outros textos, deixo aqui meus abraços e até logo mais.


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