Costumo dizer que tem uns roteiristas que viajam tanto nas loucuras que entregam que ficamos na dúvida se realmente deveríamos dar play em determinado filme, e hoje como estava querendo algo agitado e rápido resolvi dar o play no longa polonês da Netflix, "A Mãe do Ano", e se arrependimento matasse eu estaria estatelado no chão nesse momento, pois a ideia é quase um John Wick feminino, só que sem uma história de origem bem determinada, que tem o filho sequestrado de sua família atual, já que está morta nos arquivos tradicionais, e sai para caçar os bandidos na base da pancadaria, mas são bandidos tão bizarros que cada ato parece um show de horrores na tela, e a mulher uma arma em movimento, e contando com batidas musicais eletrônicas intermináveis, o resultado acaba sendo algo que vou torcer para esquecer logo, pois foram os 94 minutos mais perdidos da minha vida, em algo estranho, sem nexo e que ainda deixa brecha para uma continuação, então quem não ligar para uma bagunça completa pode até dar o play, do contrário fuja para as colinas!
O longa nos mostra Nina, uma agente especial da OTAN aposentada. Ela tenta levar uma vida pacífica, longe do caos ao qual tinha se acostumado, mas quando seu filho, Max - que Nina nunca teve a chance de conhecer - é sequestrado por uma gangue de criminosos cruéis, a ex-agente decide que está na hora de voltar à ativa. Para ela, a missão é uma chance dupla: sentir a adrenalina de enfrentar o perigo como nos velhos tempos, e devolver a vida de Max como sempre deveria ter sido.
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Não vou falar que o estilo agitado do diretor Mateusz Rakowicz seja algo ruim, pelo contrário, ele fez um filme sem controle algum, com cenas de ação bem intensas e marcantes, e muita desenvoltura que certamente fez os dublês e os protagonistas suarem bastante do começo ao fim, porém sua história é maluca, então como roteirista ele poderia ter se contido um pouco, não ter desejado dar um ar de quadrinhos e super-heróis para a trama, e principalmente deveria ter criado uma base principal para vermos a protagonista se aposentando, abandonando o filho e tudo mais. Ou seja, mais uma vez eu elogio e bato nele, assim como fiz em "O Rei das Fugas", pois ele poderia ter se contido um pouco mais para o filme funcionar melhor, mas já sei que esse é seu jeito de entregar, então da próxima vez que der um play em um de seus filmes já vou preparado para abstrações interativas e talvez consiga gostar um pouco mais.
Sobre as atuações, diria que a Nina de Agnieszka Grochowska é um misto entre Mulher Maravilha e John Wick, enfrentando tudo e todos que estiver na sua frente, saindo na pancadaria sem pensar em nada, tomando tiro, facada, socos e tudo mais e seguindo em frente, mas quanto aos trejeitos forçou ao máximo com caras e bocas que não convenceram muito, então dava para sofrer um pouco mais para chamar melhor a atenção. O jovem Adrian Delikta até tentou parecer interessante com seu Max, mas ficou quase que fugindo de tudo, dos sequestradores, da mãe, dos vilões e por aí afora, e nem mesmo seus atos que vê que é filho da protagonista entrega algo para chamar atenção, então talvez um jovem mais novo chamaria melhor as cenas para si. Quanto dos vilões, é bizarro as loucuras colocadas na tela, de modo que Sebastian Dela entregou um drogado bizarro com seu Telescópio, Konrad Eleryk nem viu os dois caminhões que passaram por cima de seu Tytus, e Szymon Wróblewski transformou seu Volto numa aberração maluca que até entrega muito com seu material elétrico, mas se perde nas cenas que precisou dialogar um pouco mais.
Visualmente a trama foi bem explosiva, com cenas cheia de tiros e lutas, na maioria das vezes usando bastões retráteis nos vilões, mas para a protagonista qualquer coisa vira uma arma na sua mão, desde latas de cerveja até pedaços de madeira, passando por panelas, facas e claro revólveres e rifles, com boas perseguições, cenas na chuva, luzes de contra para realçar bem o visual, tendo uma gigante orgia meio que numa festa na casa do principal vilão, alguns cofres com bolsas, e figurinos bem exóticos e coloridos, sendo algo bem quadrinesco de se ver.
Enfim, é uma trama maluca demais para o meu gosto pessoal, que alguns até pode ser que curtam o resultado final, mas não recomendaria para quem for esperando algo tradicional do estilo, então fica a dica para quem der play para abstrair todas as possibilidades malucas do filme, que aí talvez fique melhor. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.