Netflix - A Mãe Do Ano (Dzień Matki) (Mother's Day)

5/30/2023 10:46:00 PM |

Costumo dizer que tem uns roteiristas que viajam tanto nas loucuras que entregam que ficamos na dúvida se realmente deveríamos dar play em determinado filme, e hoje como estava querendo algo agitado e rápido resolvi dar o play no longa polonês da Netflix, "A Mãe do Ano", e se arrependimento matasse eu estaria estatelado no chão nesse momento, pois a ideia é quase um John Wick feminino, só que sem uma história de origem bem determinada, que tem o filho sequestrado de sua família atual, já que está morta nos arquivos tradicionais, e sai para caçar os bandidos na base da pancadaria, mas são bandidos tão bizarros que cada ato parece um show de horrores na tela, e a mulher uma arma em movimento, e contando com batidas musicais eletrônicas intermináveis, o resultado acaba sendo algo que vou torcer para esquecer logo, pois foram os 94 minutos mais perdidos da minha vida, em algo estranho, sem nexo e que ainda deixa brecha para uma continuação, então quem não ligar para uma bagunça completa pode até dar o play, do contrário fuja para as colinas!

O longa nos mostra Nina, uma agente especial da OTAN aposentada. Ela tenta levar uma vida pacífica, longe do caos ao qual tinha se acostumado, mas quando seu filho, Max - que Nina nunca teve a chance de conhecer - é sequestrado por uma gangue de criminosos cruéis, a ex-agente decide que está na hora de voltar à ativa. Para ela, a missão é uma chance dupla: sentir a adrenalina de enfrentar o perigo como nos velhos tempos, e devolver a vida de Max como sempre deveria ter sido.

Não vou falar que o estilo agitado do diretor Mateusz Rakowicz seja algo ruim, pelo contrário, ele fez um filme sem controle algum, com cenas de ação bem intensas e marcantes, e muita desenvoltura que certamente fez os dublês e os protagonistas suarem bastante do começo ao fim, porém sua história é maluca, então como roteirista ele poderia ter se contido um pouco, não ter desejado dar um ar de quadrinhos e super-heróis para a trama, e principalmente deveria ter criado uma base principal para vermos a protagonista se aposentando, abandonando o filho e tudo mais. Ou seja, mais uma vez eu elogio e bato nele, assim como fiz em "O Rei das Fugas", pois ele poderia ter se contido um pouco mais para o filme funcionar melhor, mas já sei que esse é seu jeito de entregar, então da próxima vez que der um play em um de seus filmes já vou preparado para abstrações interativas e talvez consiga gostar um pouco mais.

Sobre as atuações, diria que a Nina de Agnieszka Grochowska é um misto entre Mulher Maravilha e John Wick, enfrentando tudo e todos que estiver na sua frente, saindo na pancadaria sem pensar em nada, tomando tiro, facada, socos e tudo mais e seguindo em frente, mas quanto aos trejeitos forçou ao máximo com caras e bocas que não convenceram muito, então dava para sofrer um pouco mais para chamar melhor a atenção. O jovem Adrian Delikta até tentou parecer interessante com seu Max, mas ficou quase que fugindo de tudo, dos sequestradores, da mãe, dos vilões e por aí afora, e nem mesmo seus atos que vê que é filho da protagonista entrega algo para chamar atenção, então talvez um jovem mais novo chamaria melhor as cenas para si. Quanto dos vilões, é bizarro as loucuras colocadas na tela, de modo que Sebastian Dela entregou um drogado bizarro com seu Telescópio, Konrad Eleryk nem viu os dois caminhões que passaram por cima de seu Tytus, e Szymon Wróblewski transformou seu Volto numa aberração maluca que até entrega muito com seu material elétrico, mas se perde nas cenas que precisou dialogar um pouco mais.

Visualmente a trama foi bem explosiva, com cenas cheia de tiros e lutas, na maioria das vezes usando bastões retráteis nos vilões, mas para a protagonista qualquer coisa vira uma arma na sua mão, desde latas de cerveja até pedaços de madeira, passando por panelas, facas e claro revólveres e rifles, com boas perseguições, cenas na chuva, luzes de contra para realçar bem o visual, tendo uma gigante orgia meio que numa festa na casa do principal vilão, alguns cofres com bolsas, e figurinos bem exóticos e coloridos, sendo algo bem quadrinesco de se ver.

Enfim, é uma trama maluca demais para o meu gosto pessoal, que alguns até pode ser que curtam o resultado final, mas não recomendaria para quem for esperando algo tradicional do estilo, então fica a dica para quem der play para abstrair todas as possibilidades malucas do filme, que aí talvez fique melhor. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - O Bom Vizinho (The Good Neighbor)

5/29/2023 11:59:00 PM |

Acho que nunca tinha assistido uma trama da Letônia, mas como aqui a produção é conjunta com os EUA, ainda acredito que não conferi um 100% do país, porém tirando esse detalhe, se você curte uma trama tensa, aonde um "favorzinho" após um crime faz com que o vizinho coloque você nas mãos dele, dê o play no longa "O Bom Vizinho", que chegou na Globoplay/Telecine e entrega algo insanamente tenso, com um vizinho maluco que vai fazer coisas que até Deus duvidaria de sua integridade, pois seu plano é bizarro para ser "amigo"/"irmão" do seu novo vizinho. O mais engraçado é que "O Pior Vizinho do Mundo" foi uma comédia doce e linda de ver, já "O Bom Vizinho" foi um suspense intenso e marcante, ou seja, é para nos deixar confusos realmente, e dito isso, o que posso falar sem dar muitos spoilers da trama é que aqui o filme inicialmente pode parecer simples, com um crime ocultado e tudo mais, mas depois conforme tudo vai deslanchando o medo do vizinho "amistoso" acaba ficando marcante com tudo o que o cara faz, e as cenas finais são brilhantes para quem gosta do estilo, só dando um spoiler não tão spoiler, é que eu terminaria o filme com o vizinho entrando na ambulância com o protagonista vendo do outro carro, e não da forma que ocorre, pois aí sim a coisa seria impactante mesmo. Ou seja, isso é apenas uma ideia de um final alternativo bem melhor que o original, mas a trama é densa, bem atuada, e chama muita atenção pelas atitudes em si, mostrando que uma ajudinha e uma mentira pode fazer você ficar nas mãos de alguém que não queria realmente lhe ajudar.

A sinopse é bem simples e nos mostra que dois vizinhos vivem uma noite de pesadelo quando atropelam uma mulher em um acidente e precisam lidar juntos com as consequências. O problema é que um quer confessar o crime e outro quer esconder a todo custo.

Diria que o diretor Stephan Rick foi bem ousado no desenvolvimento do roteiro, pois a história em si tinha tudo para ser bem básico, mas conforme vamos vendo tudo o que o vizinho faz, tudo acaba tomando proporções de psicopatia de nível máximo, aonde tudo só piora (ou melhora para nós que gostamos de ficar tensos com esse tipo de filme) para o protagonista, e o melhor é que o diretor soube segurar toda a dinâmica para claro acontecer o tradicional do estilo com uma boa reviravolta. Ou seja, o filme tem um estilo diferenciado em cima de situações comuns de tramas do gênero, porém como foi bem desenvolvido pelo diretor e pelos protagonistas, o resultado acaba indo para rumos bem mais interessantes do que o comum, e principalmente consegue travar o público com uma boa tensão, afinal tudo pode acontecer com a forma que o protagonista ficou preso, e isso foi muito funcional para o resultado do filme.

Sobre as atuações, Luke Kleintank trabalhou bem seu David, fez trejeitos desesperados nos atos principais, se desenvolveu bem durante os períodos acompanhando o caso com atos meio que depressivos, e depois que achou que tudo tinha ficado bom para ele voltou a vida normal, e o ator soube dosar bem todos esses estilos para cadenciar com seu antagonista, o que agradou bastante na tela. E falando do antagonista, Jonathan Rhys Meyers se jogou por completo com seu Robert, criando todas as nuances possíveis de uma pessoa problemática, mas cadenciou seus atos para algo menos impactante para não soar forçado, e isso foi muito bom de ver na tela, pois já de cara parecia alguém estranho, e se saísse explodindo tudo de uma vez acabaria sem sentido, e da forma escolhida ficou denso e bem colocado. Uma grande valorização posso dar para a equipe de maquiagem e cabelo, pois Eloise Smyth ficou muito parecida com Ieva Florence, realmente parecendo irmãs, tanto que após a morte da segunda logo no começo do filme, achei que era a mesma que estava fazendo um segundo papel, mas não Eloise segurou bem a onda de sua Vanessa, e seus atos finais foram bem dramatizados para chamar mais atenção. Quanto aos demais, a maioria apenas teve leves conexões com os personagens, levando claro a pior para Bruce Davison e Regina Razuma com seus Grant e Senhora Petrova, que não fizeram muito, mas acabaram no caminho do maluco.

Visualmente o longa foi simples, mas muito bem colocado, com algumas casas meio rústicas em um bairro afastado da cidade, uma boate/bar bem tradicional, uma redação de um jornal, uma barraca na beira de um lago, alguns atos de pesca, de canoagem e claro bons elementos cênicos para marcar cada ato, desde uma churrasqueira, um carro antigo de marca, e claro alguns apetrechos usados pelas profissões de cada um, de modo que vale claro o destaque para as miniaturas do maluco com os desenvolvimentos no mini-cenário conforme as coisas iam acontecendo, mostrando uma brincadeira da direção de arte com o roteiro.

Enfim, é um filme que chama a atenção para os tipos "amigáveis" que muitos acabam se metendo, e que depois se veem numa enrascada gigante para conseguir sair ou tirar a pessoa de perto, e claro que uma mentira/crime que poderia ser mais simples acaba virando algo gigante quanto mais se mexe. Ou seja, vale bem a recomendação e quem gosta de um bom suspense vai entrar bem nessa refilmagem do longa alemão de 2011. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - O Último Vagão (El Último Vagón) (Where The Tracks End)

5/29/2023 12:13:00 AM |

O cinema mexicano gosta de trabalhar dramas que tenham aquele algo a mais para envolver o público e/ou dar alguma lição bonita, e isso é algo que prezo bastante de ver no país, porém uma história precisa emocionar um pouco mais do que apenas passar uma lição, e a sacada da trama da Netflix, "O Último Vagão" é bem bacana de ser conferida, mostrando uma escola bem simples numa zona meio que abandonada no México, com crianças bem pobres, filhas de pais que trabalham na construção de linhas de trem ou na zona rural, e que por muitas vezes nem são alfabetizadas direito, mudando de cidade para cidade conforme seus pais conseguem novos trabalhos, aonde vemos uma professora dedicada a passar sua mensagem para os mais jovens, e também vemos um outro lado de um jovem que tem de ir fechando algumas escolas por um novo plano do governo. Ou seja, temos alguns planos ambiciosos bem desenvolvidos que acabam chamando atenção, temos toda a comoção com o pouco que cada um consegue para viver, e claro também tem todo o lado da educação como algo essencial, que transforma, de tal forma que os paralelos são bem moldados e no final se encontram, o que já era esperado, e assim sendo pode ser que alguns se emocionem mais, outros menos, mas a linha é bem ditada, e funciona, só dava talvez para ser algo um pouco mais impactante, que aí sim o filme iria para outros rumos.

O longa nos conta que a vida é feita de ensinamentos que nos transformam e de pessoas que nos tocam o coração, mostrando a emocionante aventura de Ikal, um menino que junto com seus amigos vai descobrir o verdadeiro significado da amizade, a importância de crescer e o impacto e a inspiração que os professores podem ter na vida de seus alunos.

Diria que o diretor Ernesto Contreras quis fazer uma homenagem significativa aos mestres que lhe ensinaram e trabalhou bem o roteiro que lhe foi entregue, pois vemos bem o carisma da professora que tenta ajudar em tudo, vemos os pais que não sabem ler uma simples carta dos filhos, e claro toda a desenvoltura de crianças simples que desejam o pouco que tem de uma forma melhor, e com esse emocional simples, ele trabalha até que bem toda a essência mesmo nos atos mais duros que é o caso do inspetor de educação que está fechando algumas escolas pelo país. Ou seja, o diretor foi sutil e ao mesmo tempo bem direto na base de um país ao mostrar que a educação pode levar pessoas para longe, mas também pode mudar as pessoas de um lugar, só que diria que ele acabou priorizando um pouco mais alguns elos que não precisaria tanto, e faltou conectar melhor todos os trilhos do trem que mostrou, pois dava para ser ainda mais sentimental se não cortasse tantas cenas notáveis.

Sobre as atuações, diria que Adriana Barraza foi muito bem na personalidade da professora Georgina, trabalhando carisma junto com bons olhares. Kaarlo Isaacs deu uma boa desenvoltura para seu Ikal, e até mesmo as demais crianças conseguiram segurar bem seus papeis, destacando claro Frida Cruz com sua Valeria, Ikal Paredes com seu Tuerto e Diego Montessoro com seu Chico, de forma que criaram bem uma aliança gostosa de ver e entregaram bons atos. Além deles Memo Villegas fez bem o Inspetor Hugo, porém seu personagem só se conecta mesmo no último ato, de tal forma que várias cenas suas ficaram meio que estranhas, e isso pegou um pouco no resultado cênico.

Visualmente o longa tem um bom estilo, mostra bem o processo de criação de algumas linhas de trem, vemos os alojamentos todos bem conectados como vagões mesmo, vemos uma escola simples, mas com boas atitudes da professora para mostrar um pouco mais de tudo para seus alunos, independente de séries, mas sim juntando cultura e aprendizado, vemos muitos objetos cênicos, um circo simples também, mas cheio de magia para as crianças que nunca viram nada ali, vemos claro a propriedade do patrão das terras com muita comida, e tudo bem representado para as mudanças do governo. Ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante para representar tudo na tela, não ficando algo barato de ver, mas que funcionou ao menos.

Enfim, é um filme bem simples, bonito de ver, com um ar de emoção bem colocado, mas que dava para ir muito além, valendo a recomendação pelo tema educação ser algo que sempre vale o play, mas poderia facilmente ser daqueles memoráveis com bem poucas mudanças. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Tempestade (Survive)

5/28/2023 07:26:00 PM |

O mais engraçado do filme "Tempestade", que entrou em cartaz na Amazon Prime Video, é que ele fala o tempo todo como frase motivacional para não fazer drama aonde não tem drama, e basicamente é o que a trama faz o filme inteiro, pois a história comece de forma bem depressiva mostrando uma clínica de recuperação de suicidas e pessoas com problemas psicológicos diversos, depois vemos a protagonista fingindo estar curada indo pegar um avião aonde pretende se matar no banheiro do voo, o avião cai no meio de uma montanha isolada e quem se salva? Somente a garota e o rapaz que ficou gamado nela, tentando agora os dois sobreviver ao frio extremo e também aos terrenos irregulares das montanhas. Ou seja, é daquelas tramas que brincam de valorizar os momentos, que joga a todo tempo flashbacks do motivo da garota ser dessa forma e finaliza de um modo meio bobinho demais, mas que quem não liga de muita coisa falsa dá para passar um tempo, vendo um drama que fala para não fazer drama fazendo muito drama!

A história acompanha a dupla Jane e Paul que, apesar de não se conhecerem, acabam unidos por uma terrível catástrofe: em uma viagem, o avião deles acaba caindo em uma montanha remota coberta de neve. Como os únicos sobreviventes do acidente, eles precisam se unir para continuarem vivos, dando início a uma jornada perigosa que os forçará a enfrentarem condições brutais e até mesmo alguns traumas do passado.

Ao pesquisar sobre o diretor vi que o longa que é baseado em um livro, antes de ser lançado como filme foi desenvolvido como uma série em 12 capítulos de pouquíssimos minutos cada, e a montagem entregue aqui conseguiu suprir bem essas quebras, pois o longa tem um desenvolvimento bem cadenciado, as memórias são bem colocadas, porém mesmo sendo curto acaba sendo cansativo e alongado, de tal maneira que muitas situações soam absurdas, e isso recai bem para cima do diretor, pois no livro provavelmente isso funcionou. Ou seja, talvez a trama sem o começo alongado mostrando os problemas da garota, e desenvolvendo isso num miolo sem precisar efetivamente da cena do hospital resultaria em algo melhor e mais sucinto, que não melhoraria muito a ideia com todos os atos absurdos, mas ao menos não enrolaria tanto.

Sobre as atuações, até que Sophie Turner conseguiu segurar bem a dramaticidade de sua Jane, entregando cenas bem imponentes com saltos, cortes e tudo mais, mas exagerou um pouquinho na dramaticidade em alguns momentos, criando desenvolturas parecendo forçadas, o que não é ruim num filme desse estilo, mas que certamente dava para ir por outros caminhos. O mais engraçado é que Corey Hawkins foi indicado ao Emmy por seu papel na série, e seu Paul diria que é mais um coach daqueles que fazem tudo ao contrário do que falam, de tal forma que até soa emocionante alguns de seus atos, mas assim como falei da protagonista, ele também exagera ao máximo nas expressões e isso pesou um pouco na trama. Quanto aos demais, a maioria é mero enfeite cênico, tanto que as cenas no hospital se fosse um filme meu, eliminaria com muita facilidade, e dessa forma vale apenas um leve destaque para Marta Timofeeva como a protagonista criança e Jo Stone-Fewings como o pai dela, por mostrar algum envolvimento e dar as nuances de suicida para a protagonista.

Visualmente tivemos algumas cenas bem imponentes no topo da montanha, com vários pedaços do avião espalhado, tivemos uma descida intensa e bem marcada e uma floresta interessante de ver, a cena do lobo nem preciso dizer que ficou incrivelmente falsa, e o detalhe principal da moça levando o pedaço de espelho desde o avião, saltando, caindo no meio de uma avalanche sem se cortar nem quebrar ele do mesmo tamanho que pegou lá em cima da montanha foi outro absurdo lindo de ver, ou seja, a equipe de arte até pensou nas possibilidades, mas esqueceu de convencer o público do realismo na proposta.

Enfim, é um filme mediano que se atrapalha bastante nas situações, e que entrega algo até bacana de ver, mas que quem ficar prestando atenção nos detalhes vai se incomodar do começo ao fim e o resultado não vai agradar em nada, mas quem assistir apenas como um passatempo pode ser que curta a ideia pelo menos. E é isso pessoal, fico por aqui agora, mas vou arriscar mais um para ver se tenho ao menos um domingo mais feliz, então abraços e até mais tarde.


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O Último Ônibus (The Last Bus)

5/27/2023 10:56:00 PM |

Ultimamente tem surgido tantos filmes com quase três horas de duração, outros dividindo em várias partes para caber um roteiro imenso que quando vem algo menor muitos assustam, mas com apenas 86 minutos dificilmente você não irá se emocionar com o belíssimo "O Último Ônibus", que estreia na próxima quinta nos cinemas nacionais, pois o protagonista entrega tanta personalidade em sua última promessa feita para sua esposa que praticamente viajamos junto com ele de uma ponta a outra da Grã-Bretanha, e claro junto de tudo mostrando suas lembranças quando passou no caminho inverso quando era mais jovem. Ou seja, é um road-movie diferente de tudo, aonde o senhorzinho chamou toda a atenção das pessoas nos diversos ônibus que pegou, e o resultado é mais do que perfeito, sendo preciso e totalmente emocional.

A sinopse nos conta que Tom Harper, um viúvo de 90 anos, sai sozinho em uma viagem épica rumo à sua casa de 50 anos atrás, partindo de uma vila remota no nordeste da Escócia até o extremo sul da Inglaterra. Ele atravessa a Grã-Bretanha em uma jornada de 1.400 quilômetros. Lutando contra o tempo e as limitações da idade, ele precisa cumprir uma grande promessa feita à sua amada esposa Mary. Nosso intrépido herói enfrenta uma incrível odisseia, revisitando seu passado, conectando-se com um mundo moderno que ele nunca experimentou, e com uma Grã-Bretanha diversificada e multicultural.

Diria que a direção de Gillies MacKinnon foi muito certeira, pois trabalhou algo amplo de uma forma simples e gostosa de ver, de tal maneira que ele deu toda a voz para o protagonista e o desenvolveu durante várias paradas e trocas de ônibus, durante vários processos complexos envolvendo outros personagens aleatórios nos ônibus ou nas estações, e de um modo leve foi trabalhando todas as essências e emoções, afinal o senhorzinho já está também bem debilitado de doença, e claro que uma viagem de 1400km é exaustiva para ser feita em poucos dias, mas o diretor vai nos conectando com as pessoas que passam a lhe dar força ou apenas estar com ele, e o resultado vai se formando de uma beleza tão marcante que não tem como não sentir tudo o que acontece. Ou seja, não é algo que você vai vivenciar vendo um drama ou uma situação só, mas sim toda a generosidade, todas as marcas do passado vindo na memória, e claro como vamos vendo tudo o que aconteceu na vida do protagonista a montagem foi importantíssima, já que talvez sendo linear cansaria e não mostraria tudo.

Sobre as atuações, basicamente temos Timothy Spall dominando demais toda a trama, e o mais engraçado é que ele faz de seu Tom alguém realmente com muitos anos de vida, de tal forma que até achei que ele tivesse algo bem próximo dos 90, mas não, ele tem apenas 66 anos, ou seja, conseguiu impactar com olhares e gestuais tão marcantes na personalidade de seu personagem que o vemos ali sofrendo com tudo, apaixonado pela sua promessa, e nem notando tudo o que acontecia ao seu redor, já que o país inteiro passou a lhe conhecer como vemos acontecendo e depois nos créditos vendo o que tanto o pessoal postava nas redes sociais, ou seja, perfeito demais. Ainda tivemos muita essência emocional passada pelos jovens Natalie Mitson e Ben Ewing mostrando alguns momentos do protagonista e de sua esposa jovens, aprendendo a viver após alguns atos do passado, e claro vale destacar Phyllis Logan como Mary já nos últimos momentos de sua vida, de modo que o trio claro acaba sendo o alicerce de pensamento do protagonista. Agora quanto aos vários personagens que passaram pelo caminho do protagonista, não digo que valeria dar destaques individuais, mas tudo foi muito pleno e gostoso de sentir as emoções aflorando por cada ato e mensagem passada.

Visualmente o longa também é bem bonito, passando por várias cidades, mostrando os campos, os vários tipos de ônibus do país, vemos pessoas de todos os tipos, conhecemos algumas casas de pessoas que hospedam e algumas casas de locação, mas como toda boa essência de um road-movie, o foco mesmo é a estrada, e isso chama muita atenção por algumas estações/paradas, além claro do elemento cênico marcante que é a maleta do protagonista, que descobrimos depois o que ele guardava nos atos finais, e até tendo uma festa no meio do caminho, acredito que a produção foi muito econômica.

Enfim, é um filme singelo, mas que bate muita emoção nos atos finais, sendo algo incrível de ver, que vale bastante a recomendação para todos sentirem a empatia pelo próximo, e claro ver o senhorzinho cumprindo sua promessa nos cinemas na próxima quinta-feira dia 01/06. E é isso meus amigos, agradeço o pessoal da Pandora Filmes por ter enviado a cabine de imprensa pra esse Coelho que vive fora das capitais, e volto em breve com mais textos.

PS: Tiraria 0,5 ponto do filme por não termos mais tantas cenas dos velhinhos no começo, que talvez valeria para dar ainda mais conexão do público para com o velhinho, mas como não trabalho com notas quebradas, vamos de 10 mesmo, pois está aí mais um filme que conseguiu arrancar lágrimas desse crítico aqui!


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Netflix - Sangue e Ouro (Blood & Gold)

5/27/2023 12:30:00 PM |

Alguns brincam que já virei quase um especialista em filmes de guerra pela quantidade de longas do estilo que dou play, mas retruco que prefiro os que tem uma pegada mais densa do que os que recaem para o lado cômico apelativo, não que seja algo ruim de ver, mas que acabam forçando demais e/ou se comparando a outros que deram certo. E o longa alemão da Netflix, "Sangue e Ouro", vem bem para esse segundo estilo, o da comparação com outro clássico do estilo que Tarantino fez, pois ousa jogar com cenas meio de faroeste, com matanças explosivas e até com personagens desfigurados para fazer gracejo com uma briga pelo ouro judeu em uma pequena cidade. Ou seja, não vou falar que tenha sido um filme ruim de acompanhar, pois foi bem produzido, tem estilo e diverte bem, mas dava para terem trabalhado um pouco mais de originalidade na trama e ousado mais para não ficar tão cheio de cenas clichês, que quem gosta do estilo até vai ficar feliz com o resultado, mas ficou parecendo faltar aquele algo a mais que uma trama de guerra sempre traz, aliás, falando em longa de guerra, já vi pessoal que erra tiro, mas aqui acho que até os figurantes de Star Wars acertariam mais os personagens.

O longa se passa nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e acompanha Henrique, um desertor alemão; Elsa, uma fazendeira; e um grupo de nazistas liderado por von Starnfeld. Em sua fuga do front, Henrique acaba encontrando a tropa de nazistas, e quase é enforcado, porém Elsa salva sua vida. Em uma vila próxima, os nazistas buscam por um tesouro judaico escondido e protegido pelos moradores, mas Henrique e Elsa acabam indo parar no meio da busca, que resulta em uma batalha sangrenta na igreja do vilarejo.

Diria que o diretor Peter Thorwarth é daqueles que gostam de muita ação com temas diferenciados, pois já vimos ele botar vampiros em um avião, e agora colocou alemães contra alemães numa trama insana e ao mesmo tempo interessante, pois ao brincar com os últimos dias da Segunda Guerra Mundial e a SS em busca de ouro judeu escondido por outros alemães, acabamos vendo algo bem conflituoso, mas não só pela essência trabalhada, mas sim pelos atos cheios de violência, sangue para todo lado e até coisas bizarras em cena, numa brincadeira meio cômica, meio séria, que até entrega algo bem feito do estilo, mas que se baseia em situações já trabalhadas, que até dariam para funcionar melhor se ele jogasse completamente para o escracho, mas ao tentar levar para algo mais de profundidade acabou se perdendo um pouco. Ou seja, não é um filme ruim, só faltou optar melhor para o caminho que desejava mostrar na tela, que aí talvez funcionasse com mais vontade.

Sobre as atuações, Robert Maaser se jogou por completo com seu Henrique, brigou bastante, fez olhares de todas as formas, levou tiro, facadas, foi enforcado e tudo mais em cena, de tal forma que o protagonista surpreende nas atitudes, e talvez pudesse ter ido até mais além. Marie Hacke também trabalhou bastante sua Elsa, sendo imponente, ousando em trejeitos bem dramatizados, e não se fazendo de vítima em nenhum ato, o que acaba sendo marcante com sua força. Alexander Scheer ficou bem interessante com a maquiagem de seu Von Starnfeld, desenvolvendo atos mais dirigidos, mas com muita imposição no melhor estilo que um general deve ser. Ainda tivemos atos bem marcantes com Florian Schmidtke com seu Dörfler, no melhor estilo de um combatente que não se abala por nada e luta até o último minuto, sendo intenso e bem colocado em todas as cenas. E por fim, mas não menos importante ainda tivemos Simon Rupp com seu Paul fazendo um estilo mais fechado de expressões, mas colocando tudo o que podia para chamar atenção, agradando bastante. Ainda tivemos muitos outros personagens na cidade, cada um desenvolvendo suas cenas, mas sem irmos muito além com nenhum, de forma que não vale destacar ninguém.

Visualmente o longa tem boas cenas de ação, com muitos tiros e explosões, sendo a maioria na igreja, seja no topo, na frente e até no altar, vemos uma cidadela bem criada com todo o gracejo da pousada e claro muito sangue e pedaços para todos os lados, de forma que a equipe protética trabalhou bastante junto com a maquiagem, mostrando o estilão mais cru, mas que funcionou bem dentro da proposta com muitas armas, pás e tudo mais que pudesse ser usado em combate, inclusive barras de ouro!

Enfim, o longa passa longe de ser algo brilhante, mas também fica bem longe de ser algo ruim de ver, de forma que acaba sendo um bom passatempo sangrento para quem gosta do estilo, valendo a recomendação com ressalvas. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.



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A Pequena Sereia em 3D (The Little Mermaid)

5/26/2023 01:04:00 AM |

Já disse isso algumas outras vezes e friso novamente, vá ao cinema esperando nada ou o pior de um filme, e pronto, você irá se apaixonar pelo resultado do que jurava que iria odiar, pois vimos nos últimos dias tantas campanhas contra o novo "A Pequena Sereia", toda a falação desde quando anunciaram uma protagonista negra para o papel de uma sereia branca e ruiva, mas espera lá, sereias não existem, então poderiam colocar qualquer um ali, que seria a mesma coisa, mas a alegação era apenas que acabaria com a infância de muitos, que tinha de ser igual ao desenho, então mais uma alegação, já tivemos desde que o conto de Hans Christian Andersen foi publicado em 1837, várias outras adaptações, algumas bem bizarras, então apenas usaram aqui a mesma base do desenho de 1989, algumas canções, e pronto recriaram o ambiente, agora mais próximo de um caribe ou algo do tipo para ter mais representatividade (que é a marca da Disney atual), e o resultado ficou muito bom de ver, aliás, diria que muito melhor do que esperava ver, me divertindo com muito carisma dos personagens secundários, e com um visual 3D de tirar o chapéu. Então deixe seu preconceito de lado e vá curtir, leve as crianças e seja feliz, pois o resultado funcionou bastante!

A sinopse nos conta que a caçula das filhas do Rei Tritão, Ariel, é uma bela e espirituosa jovem sereia com sede de aventura. Desejando descobrir mais sobre o mundo além do mar, Ariel visita a superfície e se apaixona intensamente pelo arrojado Príncipe Eric, ao salvá-lo de um naufrágio. Mas para procurá-lo em terra firme e se aproximar do príncipe humano, a sereia pede ajuda à bruxa do mar, Úrsula, e aceita ceder sua voz para que a feiticeira lhe dê pernas. Agora, ela terá o desafio de se comunicar com o rapaz ao experimentar a vida em terra firme, além de entrar em conflito com os valores de sua família.

De uma coisa sobre a produção eu tinha certeza, que seria um grandioso musical, ainda maior que o desenho original, pois o diretor Rob Marshall nos transportou para esse mundo diversas vezes com "O Retorno de Mary Poppins", "Chicago", "Nine" e "Caminhos da Floresta", então aqui ele pegou o roteiro de David Magee fez em cima do clássico de 89 e brincou com novas e velhas canções, desenvolveu bem cada situação da trama, e trabalhou um visual tão bonito de ver tanto no fundo do mar quanto na vila do castelo, que confesso que não vi o tempo passar, e olha que aumentaram consideravelmente o longa, pois se na animação tínhamos 83 minutos, agora nos foi entregue algo com 130 minutos de muita ação e envolvimento, ou seja, o diretor pegou algo que já era grande de essência e trabalhou bem cada momento para que tudo ficasse ainda mais amplo, o que funcionou bem demais.

Antes de falar das atuações, quem me conhece sabe que não curto ver filmes com atores reais na versão dublada (sim, é um preconceito e um trauma de colocarem piadas e trejeitos aonde não precisam pôr), mas como os horários legendados estavam horríveis, resolvi dar a chance para a versão nacional, e meus amigos, não sei o que Halle Bailey fez para o público amar sua voz, mas Laura Castro deu literalmente um show no filme inteiro, com canções fortes, tons em nível máximo, fazendo de sua Ariel única e perfeita, ou seja, não sou de recomendar dublado, mas esse vá que a mulher deu show, e não só ela, Ítalo Luis deu uma boa personalidade para seu Príncipe Eric, Andressa Massei foi bem imponente com o tom de sua Úrsula, Pedro Buralli teve uma voz bem característica e interessante para o seu Linguado, e Yuri Chessmann cantou com gosto a canção de Sebastião que tanto ouvi quando era garoto, e um último destaque nacional para a voz de Priscila Concepcion que praticamente fez a Awkwafina com seu Sabidão, ou seja, que elenco de dublagem meus amigos! E falando da presença cênica agora com os atores reais da produção, gostei de ver o estilo de Halle Bailey com sua Ariel, trabalhando bem os olhares e desenvolturas, principalmente nas cenas que não podia falar. Javier Bardem foi bem imponente com seu Rei Tritão, trabalhando todo um estilo de senhor dos mares, o que caiu bem no visual. Jonah Hauer-King botou o corpo para jogo com seu Príncipe Eric, todo cheio de camisa molhada, peito aparecendo e tudo mais. Melissa McCarthy caiu muito bem no papel de Úrsula, de modo que ficou com um estilão malvado, mas trazendo nuances meio que engraçadas como é seu estilo tradicional. Agora quanto aos demais personagens, não vou falar deles pelos atores, pois como vi dublado não vi as entonações que Jacob Tremblay, Daveed Diggs e Awkwafina entregaram para seus Linguado, Sebastião e Sabidão respectivamente, mas suas animações estão perfeitas, com movimentos que lembram bem os animais e de forma que não estranhamos suas desenvolturas, ou seja, puxaram todo o carisma da trama para eles e não fizeram feio.

Agora falar do visual é lembrar do clássico e se apaixonar pelo que fizeram nessa nova versão, pois o fundo do mar é riquíssimo, cheio de peixes e formas na canção "Aqui No Mar", vemos também vários detalhes pelos objetos que a protagonista coleciona dos humanos, a cena da festa no navio foi bem imponente com muitos fogos e dinâmicas, um castelo bem montado com alguns detalhes mais fechados, mas na sala aonde o príncipe guarda seus objetos também foi rico de tudo, tivemos o local da bruxa cheio de nuances escuras e muitos elementos ali para assustar, e a vila ficou muito divertida e colorida cheia de elementos para serem usados, e depois no barquinho outro show visual, ou seja, a equipe de arte brilhou tanto nas locações quanto na computação gráfica para realçar e envolver demais. Outro ponto muito satisfatório foi o uso do 3D para dar imersão nas cenas dentro do mar e fluidez nos atos mais rápidos, de modo que tudo parece estar ao nosso alcance e com a perspectiva perfeita para tudo.

Estamos falando de um musical, e mais do que isso, de um que já teve várias canções que marcaram nossas infâncias nos anos 80, então o elenco tanto original quanto o nacional botaram o gogó para jogo e foram muito bem, de forma que quem quiser dar play no nacional é só clicar nesse link aqui, e quem quiser ouvir a versão original dê o play aqui, pois tudo fez muito sentido com ótimas coreografias e desenvolturas, marcando ritmo e claro funcionando como parte da trama.

Enfim como já disse no começo gostei demais do resultado final que acabaram entregando, sendo algo que vai agradar tanto os fãs do original que não ligarem para as mudanças, quanto os mais novos que poderão se espelhar na nova sereia, pois como disse e friso, sereias não existem, então vá e se divirta, que essa é a proposta, e recomendo demais. Claro que analisando friamente como um filme musical, temos alguns atos praticamente que param para entrar nesse estilo, não seguindo uma naturalidade, e só por isso vou pesar um pouco na nota, mas ainda assim é um filme encantador. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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HBO Max - Substitutos (Simulant)

5/24/2023 12:58:00 AM |

Estamos vendo que cada dia mais as inteligências artificiais tem melhorado e superado as expectativas da humanidade, então ver esses filmes de ficção científica aonde robôs são fabricados à semelhança de seus criadores e passados a memória de um para o outro para continuar sua vida começa a ficar parecendo mais realidade do que tudo, ou seja, é para ficarmos com medo de um futuro próximo ninguém mais morrer efetivamente, mas sim apenas mudar de corpo. Se você ficou com medo apenas dessa introdução, diria para não dar play no lançamento original da HBO Max, "Substitutos", pois a ideia não só trabalha essa ideologia, como também dá sugestão de como as máquinas dominariam tudo quebrando as principais regras, e o final então é bem marcante nesse sentido, de tal forma que muitos podem falar que já viram muito do estilo nos diversos filmes do "Exterminador do Futuro" entre outros que trabalham a ideia, porém aqui o lado "humanizado" e a síntese de IAs é bem arquitetada, e para ser perfeito só faltou um mísero detalhe: dar ritmo para a produção, pois toda boa ficção científica que se preze precisa ser dinâmica, e por vezes vemos uma certa frenagem acontecendo durante toda a exibição, não deslanchando como deveria acontecer, mas de resto é um tremendo filmão com um elenco bem imponente e boas cenas para serem refletidas.

A sinopse nos conta que as leis que regem os androides ditam que os proprietários devem desativar Simulantes indesejados (SIMS). Mas como Faye já desligou seu falecido marido, ela não consegue fazer o mesmo com Evan, sua contraparte androide - mesmo depois de perceber que seu relacionamento com ele está apenas prolongando sua dor. Em vez de desativar Evan, Faye o instala em um apartamento para viver ilegalmente por conta própria. Enquanto está lá, ele conhece Casey, um programador brilhante que o ajuda a se tornar mais humano para reconquistar Faye. Sem o conhecimento de Evan, seu novo amigo é procurado para interrogatório por um determinado agente da Artificial Intelligence Compliance Enforcement (AICE), Kessler. Evan tem que conquistar o coração de Faye antes que ambos sejam descobertos e ele perca tudo.

Não conhecia o trabalho da diretora April Mullen, mas posso dizer que o que entregou aqui foi algo bem trabalhado, com nuances bem desenvolvidas e uma história que convence bem do começo ao fim, de forma que não cheguei a pensar no final entregue e isso é bem interessante de ver vindo de uma diretora de séries, ou seja, conseguiu pensar numa forma de fechamento sem precisar de continuações, porém diria que ela alongou um pouco a trama, pois mesmo sendo curto com apenas 95 minutos, parece ter muito mais já que as cenas são meio lentas, e assim sendo dava para explodir mais com a história do agente, que fica claro sua obstinação, mas poderia ser mostrado a cena para o público ter um pouco mais de carisma com ele. Ou seja, de forma alguma vou falar que não gostei do que vi, pois achei um tema bem interessante e muito bem desenvolvido, mas dava para impactar muito mais.

Outro ponto bem positivo na trama foi a inserção de atores bem colocados em cada personagem, de modo que nos conectamos bastante com toda a imposição do agente Kessler vivido por um Sam Worthington direto nas atitudes, desesperado para capturar e entender o programador fugitivo, mas cheio de estilo e bem colocado nas cenas de ação. Nos afeiçoamos bastante na personalidade de Robbie Amell com seu Evan em dúvida do que realmente é e como conquistar novamente o amor de sua amada, e trabalhando de um modo seco, mas com sentimentos deu bons atos para o personagem. Ficamos intrigados com todo o estilo que Simu Liu dá para seu Casey, mas quando descobrimos seu plano por completo ficamos ainda mais em dúvida de tudo o que faz, e o ator se mostrou bem direto nas intensões e densidades, criando um bom personagem em cena. E até mesmo Jordana Brewster que costuma soar meio inexpressiva na maioria dos filmes que faz acabou entregando uma Faye densa e com vontades bem trabalhadas. E para finalizar os protagonistas diria que Alicia Sanz fez bem os atos de suas Esmé, tendo cada uma um estilo diferente, mas ambas diretas e bem cheia de olhares. Ou seja, todos foram bem em cena, só sendo algo meio estranho a robô que Masa Lizdek entregou, pois mesmo sendo artificial como deveria, o resultado ficou meio bizarro.

Visualmente o longa entregou atos até que bem interessantes, com uma cidade mista entre ambientes normais e alguns tecnológicos, com hologramas, armas de pulso eletrônico e o charme ainda ficou para as casas dos protagonistas, com moveis mais clean, mas tudo bem rebuscado, mostrando claro o estilo das pessoas que vão fazer seus clones, afinal deverá ser bem caro o processo, então diria que a equipe de arte minimizou tudo e fez um bom serviço.

Enfim, é um filme bem interessante que dava para ter ido mais além, principalmente se melhorasse o ritmo, mas que funciona bastante pela proposta e pela reflexão em cima de uma possível revolução das máquinas para cima da humanidade, mesmo que venham mais humanizadas, então eu acredito que não verei isso acontecer durante essa minha passagem nesse planeta, se voltar mais para frente quem sabe, então fica a dica para a conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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HBO Max - Um Crime Argentino (Un Crimen Argentino) (Singular Crime)

5/23/2023 01:12:00 AM |

Já falei isso tantas vezes que até quem não me conhece já sabe que reclamo de quando vão adaptar alguma história real e não trabalham ela de um modo ficcional mais convincente, ficando com uma trama presa demais que parece não se desenvolver, e infelizmente esse é o problema que ocorre no longa "Um Crime Argentino", pois a história em si é bem interessante e merecia um desenvolvimento mais imponente no estilo suspense policial, mas ficaram numa amarração tão estranha entre os personagens, desenvolvendo estilos políticos que rolavam no país incluindo nos departamentos de investigações, que acabaram se perdendo não entregando nem algo que fosse empolgante do gênero, nem uma trama tão realista que tivesse um funcionamento direto, resultando em algo cansativo, sem muitas desenvolturas, que até chama a atenção para o fechamento, mas que facilmente com poucas alterações acabaria sendo incrível, então quem sabe daqui há alguns anos nas mãos estrangeiras o resultado funcione, pois adoram adaptar tramas latinas de temas polêmicos, então veremos.

O longa que é baseado em um fato real ocorrido na década de 1980, conta sobre o intrigante desaparecimento de um empresário na cidade de Rosário, no marco da ditadura militar argentina. O caso é entregue a dois secretários de um tribunal de investigação algumas semanas antes de um deles emigrar para a Espanha. Em uma corrida contra o tempo, os dois advogados tentarão resolver o caso diante da interferência de uma polícia subordinada ao poder repressivo.

Diria que o diretor Lucas Combina se perdeu um pouco em sua primeira direção de longas, pois pegar uma história real logo de cara é algo que tem de ter muita coragem e pulso firme para desenvolver e ser criativo, e aqui para esse estilo de trama necessitaria alguém com mais coragem para entregar situações fora da base e inventar um pouco mais de situações, além claro de tentar dar um ritmo maior para tudo, pois o calor que os protagonistas estão sentindo no Dezembro abafado da Argentina é sentido pelo cansaço da trama, e isso pega bastante no detalhamento da trama. Claro que não posso dizer que ele tenha errado na forma de fazer seu filme, pois ele contou a história e foi sucinto nas situações, mostrando o lado da polícia desesperada para torturar por motivos absurdos e do outro lago os investigadores tentando entender tudo, e no meio o assassino enrolando todos para conseguir seu tempo que é explicado no final, mas dava para tudo ir mais além, e assim sendo ele falhou em não expandir mais tudo o que tinha para que seu filme ficasse mais interessante.

Sobre as atuações, a dupla de investigadores vivida por Nicolás Francella com seu Antonio e Matías Mayer com seu Carlos foi até que bem dinâmica, ambos com personalidades bem diferentes tendo o primeiro um pouco mais de controle e o outro mais explosivo, mas ambos conseguiram criar suas cenas com um envolvimento bacana do que era esperado deles, de tal forma que vemos as devidas conexões, os trejeitos de Antonio na dúvida de ir ou não embora da Argentina e de Carlos completamente maluco para resolver o caso o quanto antes, e a química deles acaba sendo até engraçada ao ponto da legista olhar e saber que eles estavam brigados, ou seja, foram muito bem em cena. Darío Grandinetti também fez olhares bem densos para o seu Marquez, e por alguns momentos até consegue nos enganar bem, pois tem um estilo calmo e denso que o personagem pedia, e o acerto foi marcante. Ainda tivemos atos explosivos de Alberto Ajaka, alguns mais estilosos de Malena Sanchez e até algo dentro dos conformes de Luis Luque, mas tudo bem certinho demais na produção, o que acabou não deslanchando.

Visualmente a equipe de arte conseguiu brincar bastante com os elementos alegóricos de época, nos levando bem para os anos 80, de modo que vemos um pouco meio que de lado as torturas tradicionais, vemos as investigações bagunçadas, e claro muita cenografia nas dinâmicas do filme, tendo poucos atos bem chamativos, mas com certeza depois de ver onde estava o desaparecido, muitos vão pensar duas vezes em tudo, pois o filme muda completamente.

Enfim, é um filme correto, que não atinge nem grandes ápices, mas também não falha tanto, sendo apenas problemático com relação ao ritmo, e que facilmente daria para ser um tremendo longa policial, mas ainda assim dá para dar o play nele na HBO Max. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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HBO Max - A Extorsão (La Extorsión) (The Extortion)

5/22/2023 01:09:00 AM |

Sou um fã incondicional do cinema argentino, tanto que estava sem a HBO Max há algum tempo e hoje voltei a assinar apenas para conferir o longa "A Extorsão", que claro irei ver mais coisas por lá, mas a essência de uma trama até simples se olharmos a fundo de um piloto que acaba se envolvendo num mundo criminoso para ocultar algo que descobriram sobre ele, acaba se desenvolvendo de maneira tão impressionante que não conseguimos tirar os olhos do protagonista, ficamos pensando como ele conseguiria sair sem ser morto, e como ir além, e a escolha do fechamento foi realmente a de se chamar inteligência, pois tudo poderia dar muito errado, mas funcionou e acabou agradando bastante. Claro que o filme tem alguns defeitos e exageros, mas a trama tem estilo e sabe ir por meios tão bem colocados que acabamos nos envolvendo com tudo, valendo demais o play.

A sinopse nos conta que um experiente piloto de avião, à beira da aposentadoria, é obrigado a colaborar com os serviços de inteligência de seu país para evitar ser punido por um erro grave que cometeu no trabalho. Ele é rapidamente mergulhado em um submundo de intriga e extorsão que colocará sua vida em risco e ele pagará um preço muito alto para escapar disso.

Diria que o diretor Martino Zaidelis soube brincar bem com cada elemento da trama, e principalmente com a qualidade dos atores, pois a ideia em si é bem simples, mas o estilo do filme consegue prender o expectador para toda a essência trabalhada, de tal forma que acabamos torcendo pelos protagonistas. Claro que talvez o roteiro pudesse ter criado alguns atos mais densos e fortes como os atos no aeroporto pós viagem sem a mala, que aí veríamos ainda mais do ator com receio de tudo o que está fazendo, porém acredito que o longa iria para um rumo ainda mais de suspense policial do que de drama que é aonde a cadência foi colocada. Ou seja, a direção e o roteiro em si foram impecáveis, mas dava para ir ainda mais além com pouquíssimas mudanças de estilo.

Sobre as atuações, é muito fácil falar de Guillermo Francella, pois o ator tem um estilo próprio de olhares, não entrega nem comicidade demais nem dramaticidade de menos, ficando sempre no meio do caminho que permeia vários rumos, e com um esse estilo ele consegue convencer bem quem o assiste, de tal forma que seu Alejandro tem todos os semblantes e personificações possíveis, e seu ato final foi bem marcado e cheio de impacto, ou seja, deu show em cena. Pablo Rago também foi bem imponente com seu Saavedra, trabalhando um poder de persuasão tão forte que nem que o protagonista fosse o melhor homem do mundo cairia no golpe facilmente, pois o estilo que pegou para trabalhar é muito convincente e chama demais a atenção. Ainda tivemos bons atos com Guillermo Arengo com seu Fernando, que sabemos que um amigo para trair a confiança precisa estar bem encrencado, mas tudo o que faz em cena, não sei se teria a capacidade de perdoar não, e isso mostra que o ator se entregou demais. Outro que foi bem com um ar meio que malvado, meio que vingativo foi Alberto Ajaka com seu Porchietto, trabalhando no limiar da loucura. E dentre os demais valem leves destaques para Andrea Frigerio como a esposa do protagonista e Carlos Portaluppi como o chefe da polícia aduaneira Aldana, mas ambos mais como ligações de tudo do que com grandes expressividades.

Visualmente a trama foi bem montada com várias cenas dentro de uma cabine de avião, alguns atos em aeroportos, muitas trocas de malas em um vestiário e alguns atos em hotéis, além claro da casa do protagonista e do amigo, e alguns momentos em negociações em salas de gerencias, de modo que tudo foi bem detalhado e simbólico para funcionar nos devidos momentos, de forma que o principal elemento acaba sendo as malas, mas a boa sacada final dos apartamentos foi precisa e marcante, mostrando bons elos da direção e da equipe de arte.

Enfim, é um filme bem interessante que dava para ter ido mais além para causar mais tensão, mas ainda assim mantém bem como um tradicional filme argentino com estilo e bom envolvimento dos atores, que conseguem trabalhar suas emoções e prender o espectador com toda a história, e sendo assim já vale com certeza o play, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amor(es) Verdadeiro(s) (One True Loves)

5/20/2023 11:18:00 PM |

Costumo dizer que para um romance funcionar bem ele precisa envolver o espectador e trazer toda a sensação gostosa de amor entre os personagens, e um dos principais pontos nesse estilo é a edição bem feita, pois do contrário ele acaba sendo apenas bonitinho sem grandes emoções realmente. Comecei o texto de "Amor(es) Verdadeiro(s)" dessa forma justamente para elucidar o maior problema da trama que fez uma montagem tão bagunçada com idas e vindas que se você piscar é capaz de não entender mais nada que está ocorrendo ali, e se já não bastasse a dúvida da protagonista em ficar com seu novo amor que lhe trouxe de volta a vida após 3 anos de luto ou voltar para o marido dado como morto que volta após 4 anos numa ilha deserta, o público acaba tentando juntar todas as peças românticas de ambos os casos para se envolver com qualquer um deles. Ou seja, diria que faltou desenvolver melhor o projeto todo para que o filme cativasse melhor tudo, pois talvez no livro que foi baseado, essa formatação até fizesse algum sentido, mas na tela o resultado acabou se perdendo e ficando apenas gracioso de ver, mais pela divertida cena de desabafo do personagem oriental com seus alunos, do que pelo gracejo emotivo da garota da livraria, não sendo algo ruim de ver, mas que dava para ir bem mais além.

No longa vemos que Emma e Jesse vivem um casamento apaixonado, até que ele sofre um grande acidente fatal. Após três anos, ela tentou reconstruir seu caminho, mas só se se sentiu feliz novamente ao se apaixonar por Sam, um amigo de infância de quem se torna noiva. Mas quando o casamento está prestes a acontecer, Emma descobre que Jesse está vivo. A partir daí, surge a dúvida: ela será inesperadamente forçada a escolher entre o marido que pensava estar morto e o noivo que finalmente a trouxe de volta à vida.

O diretor Andy Fickman tem em seu currículo muitas comédias, e com isso diria que se perdeu um pouco no estilo dramático que deveria ter trabalhado o livro de Taylor Jenkins Reid, pois ficou faltando muita coisa para envolver realmente como deveria, afinal o estilo pedia elementos de envolvimento, pedia conflitos dramáticos mais fortes, e até mesmo os atos cômicos da trama pediam mais sensibilidade para ir além. Fora todo o problema técnico da edição, pois talvez com algo mais linear (nem precisaria ser totalmente linear, tendo uma ou duas quebras no máximo) a trama se desenvolveria bem, conheceríamos os personagens e até julgaríamos eles de uma forma melhor, afinal da forma entregue não é possível saber realmente como foi o passado deles, se a paixão por viagens da protagonista ficou desgastado, pois mesmo passando 4 anos longe da pessoa amada, certamente ela sentiria algo a mais por ele, então ficou tudo artificial demais, não sendo algo ruim de ver, mas que apareceu falhas demais na direção, e isso pesa na hora de assistir um drama romântico.

Sobre as atuações ficou parecendo que Phillipa Soo estava sem muita vontade de atuar, não entregando para nenhum dos dois homens olhares apaixonados com sua Emma, de certa forma sendo doce e intensa, mas sem grandes desenvolturas que chamasse atenção. Luke Bracey já foi mais intenso com seu Jesse, trabalhando emoções mais rápidas e dinâmicas e também criando frases meio que de possessão sobre a mulher, que talvez até tenha pesado na forma que chegou ao voltar de 4 anos numa ilha, e diria que valeria mostrar um pouco mais de seus atos lá, para dar um pouco mais de pena dele. Já Simu Liu pegou seu Sam com tanta empolgação e carisma, que acaba chamando muita atenção, trabalhou também alguns elos cômicos, e diria que pôr o diretor ter uma preferência por esse estilo, seus atos foram mais entregues, ficando divertidos e bem encaixados. Ainda tivemos alguns outros personagens bem colocados em cena, mas valendo apenas destacar o estilo verborrágico da irmã da protagonista que ficou a cargo de Michaela Conlin.

Visualmente o longa teve bons atos numa faculdade de música aonde o protagonista leciona, tivemos o casal protagonista viajando por diversos países, e tivemos atos mais íntimos nas casas e na livraria da família, tendo alguns elos marcantes bem colocados, algumas dicas de livros e também o elemento cênico principal da carta aonde a protagonista expressa melhor seus sentimentos do que falando ao vivo, de tal forma que tudo soou bem encaixado e representativo, de tal forma que diferente de muitas adaptações literárias que parece que você está lendo tudo, aqui o resultado ficou mais fechado, não sendo ruim de ver, mas sim parecendo simples demais.

Enfim, é um filme que dava para ir muito além, que confesso que estava um pouco curioso pelo resultado, afinal durante o Festival Filmelier vi o trailer em 15 dos filmes, ou seja, já sabia até de cor algumas falas, mas que funciona dentro do que se propõe, de ser bonitinho e trabalhar a imaginação de o que você faria numa situação dessa, então para quem curte, vale a sessão, só não espere muito dele, e não pisque ao menos nas cenas iniciais, pois o vai e volta temporal pode deixar um pouco confuso demais. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Fiéis (Faithfully Yours)

5/20/2023 03:51:00 PM |

O gênero de suspense policial quando bem dirigido consegue enganar tão bem o público que acabamos vendo tudo acontecer na nossa frente, nos é dado as devidas pistas, mas não enxergamos o óbvio, e claro que com isso uma trama acaba tendo as devidas reviravoltas que tanto gostamos de conferir. Ou seja, o longa holandês da Netflix, "Fiéis", parecia de cara algo meio bobo e sem grandes impactos, tinha um estilo aparentemente lento, mas como era bem curto, foi a minha escolha para hoje, e na metade eu já estava com tantas dúvidas quanto a protagonista, nem sabendo mais em quem ou em o que acreditar, e aí entra a frase que aparece tanto no começo quanto depois na palestra do filme em nossas mentes que diz exatamente tudo e ao mesmo tempo nem damos bola para ela "O castigo do mentiroso não é o fato de ninguém acreditar nele, mas sim dele não acreditar em ninguém", então leia e se prepare, pois o filme vai surpreender demais e quando você ver já será tarde para sua cara de que tudo estava bem óbvio e você não viu, se tornando um filmão intenso e bem interessante, que trabalha bem o tema da mentira.

A sinopse nos conta que as melhores amigas Bodil e Isabel, aparentemente com casamentos felizes, fogem para casos secretos usando uma a outra como álibi. Mas quando Isabel é morta quando elas deveriam estar juntas, Bodil fica presa em sua própria teia de mentiras.

Diria que o diretor e roteirista André van Duren foi bem sagaz no desenvolvimento de sua trama, pois brincou com os elementos à sua disposição, colocou diversas possibilidades acontecendo e confundindo ainda mais o expectador, e principalmente não deixou com que as pistas elucidassem tudo num primeiro momento, só fazendo muito sentido no final quando nos é revelado toda a trama, e se você pensa que vai ficar bravo de ver tudo o que não viu acontecer, pelo contrário, acaba sendo brilhante como amarraram tudo em pequenos detalhes para não soltar fácil todos os acontecimentos, e o resultado acaba sendo surpreendente, pois como a frase que nos é dita no começo, não acreditamos nem em nós mesmos quando mentimos, e com esse bom uso, acabamos nos perdendo no entrelace da trama, e isso funciona demais.

Sobre as atuações, posso dizer que Bracha van Doesburgh entregou uma postura bem encaixada do começo ao fim com sua Bodil, fazendo trejeitos de todos os estilos possíveis e sendo impactante nos atos que precisava ser marcante, de tal forma que acabamos quase que presos junto dela, na mesma sintonia e seu gesto no último ato foi mais do que perfeito, pois faria a mesma coisa, ou seja, me vi quase na personagem, e isso é um trabalho que poucos atores conseguem passar para o público, sendo um grande acerto. Nasrdin Dchar fez atos bem duvidosos com seu Milan, deixando o público sempre com uma pulguinha atrás da orelha, e isso foi muito bom para o filme todo, de modo que sua cadência impressiona e chama atenção. Gijs Naber fez um Luuk meio maluco, meio estranho e meio duvidoso do começo ao fim, que até relevamos por estar sob efeito de remédios, mas poderia ter ido um pouco mais além nos atos finais, de modo que faltou um pouco de intensidade, e mudaria tudo na trama. Elise Schaap fez sua Isabel intensa e marcante nos atos iniciais, teve boas atitudes, mas morre rápido demais, então acabamos não a conhecendo como deveria, mas fez bem tudo o que precisava na tela. Matteo Simoni foi bem como palestrante e trabalhou bem sua sensualidade e carisma ao ponto de fazer quase que a protagonista apaixonar por seu Michael, e a cena no apartamento dele foi bem interessante ainda usando a metáfora da frase. Tivemos ainda alguns atos interessantes com Hannah Hoekstra com sua Yara bem estranha, e também com as investigadoras vividas por Sofie Decleir e Anna De Ceulaer, mas sem grandes destaques.

Visualmente o longa trabalhou bem a casa de praia da protagonista, com atos em vários ambientes, teve bem a sacada da câmera escondida, muitos elementos cênicos bem dispostos para mostrar que é uma família rica, vemos uma boate interessante, um hotel com câmeras sem muito destaque, e até uma palestra simples, de tal forma que o filme age bem rápido e trabalha bem cada nuance de tela, mas sem usar os objetos como parte da trama, claro sem contar com o aparelhinho de choque que depois teve toda um bom uso, mas nada que fosse chamativo realmente.

Enfim, diria que esperava bem menos do que me entregaram, e isso é muito bom quando acontece, pois acaba surpreendendo e fazendo com que o filme ficasse até melhor, então recomendo não ler muita coisa sobre ele, pois alguns amigos críticos costumam entregar spoilers, e aqui qualquer vírgula vai atrapalhar o resultado, então veja e surpreenda como aconteceu comigo. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas logo mais volto com mais textos, então abraços e até breve.


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Velozes e Furiosos 10 em 3D (Fast X)

5/18/2023 01:21:00 AM |

Bom vamos lá, já fazem 22 anos desde que vimos Vin Diesel fazer um racha de carros na telonas e fissurarmos em corridas, batidas insanas e brigas com cenas que eram praticamente impossíveis de acontecer e agora são realmente impossíveis de serem feitas normalmente, então quem for conferir o novo "Velozes e Furiosos 10" não vá querer sair com seu carro e tentar derrubar helicópteros, saltar de um avião em movimento, ficar trombando numa bomba em formato de bola achando que é futebol de carros e muito menos descer uma represa com seu carro achando que é apenas um tobogã legal, pois no máximo se seu carro tiver um bom turbo vai conseguir correr contra alguns desafiantes como é mostrado no pôster acima. Mas voltemos ao que importa que é falar do filme, que mesmo contando com tantas cenas improváveis, entrega muita ação e praticamente os 141 minutos de projeção passam voando, pois são muitas interações para desenvolver "a história", e sim coloquei entre aspas já que a base é apenas o de sempre dos últimos filmes da franquia com o vilão desejando vingando algum parente morto pela família Toretto, e esses tentando aniquilar todas as possibilidades e fugir das armadilhas, ou seja, o básico do básico, feito com muitas explosões, tiros, saltos, e tudo mais que se possa imaginar, e para quem acha que estou debochando por não ter gostado, ledo engano, pois curti bastante cada minuto na sala. Só que aí no final aconteceu algo que me incomoda demais com sagas, que se você quer fazer uma trilogia ou 200 filmes, tenha todos com um começo, um meio e um final, e aqui tivemos um começo, vemos as várias conexões com o quinto filme da franquia que se passou no Rio de Janeiro, depois tivemos todo o desenvolvimento colocando vários personagens do 6, 7, 8 e 9, mas chegamos nos últimos minutos (confesso que nem notei que já estava no final) e pronto, na principal cena que vai acontecer algo fortíssimo, logo após uma cena intensa com "mortes" impactantes para a trama o que acontece? Nada... sobem os créditos! Ou seja, largaram tudo para o próximo filme que chega em 2025 aos cinemas, e digo mais, essa semana foi divulgada a notícia que serão três partes para fechar a franquia, ou seja, não acabará em 2025 sendo deixado mais algo para sabe lá Deus quando, e aí meus amigos, o Coelho ficou muito bravo, adorando o que viu, mas desapontado de um fechamento sem fechamento! Mas entregou o que prometia, muita ação em um dos filmes com um dos melhores vilões, e que veremos o que vai acontecer algum dia!

A sinopse nos conta que ao longo de muitas missões e contra probabilidades que pareciam impossíveis, Dom Toretto e sua família foram mais espertos e superaram todos os inimigos em seu caminho. Agora, eles devem desafiar o adversário mais letal que já enfrentaram. Alimentada pela vingança, uma ameaça terrível emerge das sombras do passado na forma de Dante, para destruir o mundo de Toretto e destruir tudo - e todos - que ele ama. Ele então, comandando novamente a equipe de corredores mais conhecida do mundo, encara mais uma difícil missão sobre quatro rodas.

O diretor Louis Leterrier é bem eclético nas escolhas que faz de projetos, e em sua carreira sem dúvida o melhor filme que já dirigiu foi o primeiro "Truque de Mestre", mas aqui ele se mostrou disposto a gastar o que tivesse em mãos para que a história seguisse ainda todos os vertentes dos demais filmes, e tivesse um rumo de fechamento, afinal são 22 anos fazendo o mesmo filme e os mesmos personagens, e claro que há o desgaste natural, porém os fãs da franquia foram exigindo cada vez mais loucuras, mais cenas improváveis, e o orçamento só decolando sem limites, ou seja, o diretor aqui chegou quase como um maníaco total e se aventurou por completo, entregando algo que quem é fã da franquia vai gostar, ele não fez cenas cheias de enrolação, o que é excelente, e que mesmo não tendo um final (ao menos aqui na primeira parte), ele não fica segurando os atos, de tal maneira que quando acaba você fica se perguntando o motivo de parar ali, e isso só saberemos em 2025, felizmente com o mesmo diretor, e talvez ali ele vai ter de mostrar serviço, pois como já foi anunciado que haverá uma terceira parte, ele não poderá nos enrolar, e aí é que vai morar o perigo, pois ação desenfreada em 2 filmes sem finais é um risco que poucos pagaram para ver, e nós pagaremos, mas talvez cobraremos a cabeça do diretor.

Sobre as atuações se eu for falar de todos os que aparecem ao menos um pouco na tela vou passar o resto do mês digitando aqui, então vou ser bem sucinto colocando antes de mais nada Jason Momoa como um dos melhores vilões do cinema, não apenas da franquia, de tal maneira que se James Gunn não quiser mais ele como Aquaman pode facilmente virar vilão de qualquer outro filme que irá dar show, e dito isso seu Dante aqui é imponente, cheio de versatilidade e comicidade, criando trejeitos fortes, sendo maluco e vingativo ao nível máximo, e principalmente não se contendo e nem sendo contido, tendo liberdades expressivas e marcando completamente seu território, ou seja, deu show e fez seu nome na franquia. Falar de Vin Diesel é praticamente falar de qualquer filme da franquia "Velozes e Furiosos", pois praticamente nem lembramos de mais nenhum outro longa que ele fez (não vou contar seu Groot, pois é só a voz!), ou seja, o ator e seu Dominic Toretto podemos dizer quase que são as mesmas pessoas, sem distinção de onde vemos o ator e onde vemos o personagem, e ele se impõe como sempre, faz os trejeitos canastrões usuais e se entrega completamente para todo o tipo de cena, seja lutando, correndo ou apenas fazendo caras e bocas, e só isso já basta. Quanto aos demais, toda a turma faz pequenas aparições e desenvolvimentos, tendo claro destaques para Michele Rodriguez com sua Letty fazendo boas lutas e desenvolturas com uma moto, Alan Ritchson com seu Aimes bem imponente quase como um segundo vilão, e John Cena com seu Jakob bem preparado para as cenas marcantes, mas praticamente todos os demais dos nove outros filmes aparecem (isso foi um spoiler!) e para não falar coisas que atrapalhariam a experiência do público vou parar por aqui. Vou dar um leve destaque rápido para Daniela Melchior e Luis da Silva Jr. que junto de Vin Diesel falaram um pouco do bom português, afinal o filme se passa no Brasil, mas tão rápido já mudaram para o inglês para não ficar perdido no caminho.

Visualmente posso dizer que a equipe gastou cada moedinha dos 340 milhões de dólares do orçamento nas destruições (e claro também uma boa parte no cachê do elenco gigantesco), nos carrões que são destruídos, nas cenografias imponentes passando por muitas cidades, e detalhe aqui, pois o filme se passa na maior parte do tempo no Brasil, mas só filmaram algumas tomadas sem ninguém aqui para referência, pois a maioria das gravações ocorreu em Portugal (Lisboa, Vila Real, Viseu e A24 - Autoestrada do Interior Norte), alguns atos em Londres e uma cena bem trabalhada em Roma, ou seja, tivemos ambientes bem grandes, vários elementos cênicos bem encaixados como arma para impactar, e claro muitas explosões e tudo que possa chamar atenção. Quanto do 3D, nem deveria falar nada, mas temos poucos atos com alguma profundidade, e tirando as legendas duplicadas, a maioria do filme rola de boa sem, ou seja, nem fez diferença alguma.

Enfim, é um filme empolgante, que segue bem o ritmo da saga, que tem boas cenas de ação e até uma história de vingança interessante, que conseguiu juntar tudo e todos numa trama que tem espaço e duração fácil para os três filmes, mas que pela demora é capaz de esfriar muito fácil, de modo que já deveriam estar gravando o segundo e o terceiro para lançar em 2024 e 2025, e não como vai ser 2025 e sabe lá quando o terceiro. Ou seja, consigo recomendar o longa para quem gosta da franquia e ninguém mais, pois mesmo os fãs de ação raiz acabam achando exageros demais em tudo o que é entregue aqui, então se você curte pode ir tranquilo que vai gostar do que verá na tela, do contrário é melhor nem chegar perto, e claro, vá preparado sabendo que não vai ter um fim, ao menos não nesse ano. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Star+ - Concorrência Oficial (Competencia Oficial) (Official Competition)

5/16/2023 10:23:00 PM |

Costumo brincar que o diretor que sabe fazer bem uma metalinguagem em cima de estar filmando outro filme sem que soe estranho e por vezes bizarro é algo para se contemplar, rir, indicar e tudo mais, pois a maioria erra colocando exageros e sínteses que por vezes não acontece, mas sabemos que o mundo do cinema é algo completamente maluco, cheio de brigas de egos, de métodos de interpretação e de direção, aonde vivem pessoas bizarras e que o mais estranho no mundo comum é comum por lá, então o que posso dizer do longa "Concorrência Oficial" da Star+? Que é simplesmente genial! Pois entrega tudo com uma naturalidade ímpar, cheio de desenvolturas insanas, fora um elenco de aplaudir de pé, que consegue passar tudo de uma forma tão comum e crível que certamente muitos vão perguntar se é realmente dessa forma os bastidores do cinema, e já lhe respondo que sim, desde os filmes mais simples de baixíssimo orçamento, passando pelos filmes de faculdades, até chegar nos blockbusters todos se acham estrelas, têm chiliques e estão dispostos a tudo para brilhar, então confira e surte com cada momento, pois é algo muito bom de ver na tela, mesmo que pareça abstrato demais para você!

O longa nos mostra que um bilionário com medo de perder sua significância decide fazer um filme para deixar sua marca. Para fazer isso, ele contrata os melhores: um time sensacional composto por Lola Cuevas, uma cineasta famosa, e dois atores incrivelmente habilidosos, mas com egos enormes, Félix Rivero e Iván Torres. Um é ator famoso em Hollywood e outro um ator radical de teatro, ambos lendas, mas não os melhores amigos. Com uma série de coisas que Lola pede para os atores fazerem nos ensaios, não só terão que se aturar enquanto contracenam, mas também terão que decidir qual legado querem deixar.

Ao menos o filme teve dois diretores e fico na torcida pelos atores para que eles não fossem uma Lola com eles, pois a personagem de Penélope Cruz é daquelas diretoras completamente malucas, que exigem absurdos e muito mais de seus protagonistas, então se Mariano Cohn e Gastón Duprat foram dessa forma em dobro ainda, fico com muita dó dos atores protagonistas aqui (ou não, já que merecem também umas puxadas de orelha!!). Mas brincadeiras a parte, diria que os diretores e roteiristas foram muito bem no cerne de uma história casual que facilmente quem trabalha no meio cinematográfico já viu acontecer, com brigas, egos, exageros e tudo mais em apenas alguns dias de convívio complexo, e souberam desenvolver cada personagem de maneira precisa para cada situação, e o melhor de tudo é que eles conseguem nos convencer dos absurdos que ocorrem, ou seja, mesmo que você não seja do meio, você irá acreditar em cada momento, irá se desesperar junto e surtar com tudo o que é mostrado, sendo um trabalho perfeito de 3 diretores (2 reais e 1 personagem) e 5 atores (3 reais e 2 personagens) que juntos com os demais deram show na tela.

Sobre as atuações, acredito que deva ser muito mais difícil fazer papel de ator e diretor em uma trama do que criar um personagem mais comum, pois muitas vezes você vai se comparar ou então parecer demais com algum conhecido, e com isso tudo entra em conflito na tela, porém o elenco escolhido não tinha como dar errado, e o trio principal simplesmente se jogou em cena e deu show. Para começar é claro que tenho de colocar Penélope Cruz no topo, pois sua Lola Cuevas é brilhante, com olhares ameaçadores, com disposição física para sair da caixa e colocar o ego dos atores no chão, cheia de loucuras e manias, mas completamente imponente, sendo perfeita para o papel. Oscar Martínez também foi bem direto e cheio de métodos para mostrar seu Iván Torres como um dos atores tradicionais de teatro, que dão aulas para outros atores e tem o nome acima de tudo, contando com desenvolturas mais clássicas, mas não menos importantes para a trama de modo a chamar muita atenção e claro ciúmes do outro protagonista, sendo preciso e imponente também. Agora se você não rir com metade do estilo de Antonio Banderas com seu Félix Rivero você já morreu, pois o ator consegue ter um carisma tão estranho, com uma personalidade cheia de trejeitos, que facilmente enxergamos uma dezena de atores do mesmo estilo no mundo hollywoodiano, e ele pega o papel com uma facilidade que impressiona demais, valendo cada minuto seu. Ainda tivemos outros personagens que deram mais conexões como o bilionário vivido por José Luiz Gómez, a sua filha que coloca na produção que Irene Escolar entrega bem, o assistente de Félix completamente exótico que Koldo Olabarri entrega e até mesmo a assistente da diretora seca que Nagore Aranburu faz são bem encaixados na trama, ou seja, todos caíram muito bem em seus papeis e descontaram o que veem nos bastidores das produções que já fizeram.

Visualmente a trama se passa praticamente toda dentro do Instituto do bilionário, com ensaios completamente malucos, mostrando bem o trabalho de decupagem das cenas que a diretora fez com elementos que desejava ver, recortando modelos de pessoas, de tecidos junto com a diretora de arte da trama, colocando elementos para os protagonistas se desenvolverem, criando ambientes estranhos como o da pedra e dos microfones, mas sem dúvida alguma a cena mais impactante é a do teatro, pois meus amigos, é um surto de outro nível o que a produção arrumou para representar ali, sendo um trabalho minucioso e até que bem detalhado, sem precisar ir muito além, mostrando que a equipe artística brincou bastante em cena.

Enfim, confesso que não esperava nem metade do que vi no longa, e pela sinopse achei que seria algo bem bobo, mas tem tanta personalidade e desenvoltura, misturando bem as doses cômicas e dramáticas, sendo daqueles que você ri sabendo do que riu, não por algo que tenha sido forçado, e dessa forma o resultado final acaba sendo incrível, valendo demais a recomendação para todos, mas para os amigos do meio cinematográfico acaba sendo obrigatório a conferida. E é isso pessoal, não darei a nota máxima para o filme somente por desejar talvez por querer que tivesse ainda mais uma ou duas cenas depois do final, mas isso não tira o mérito da trama, então veja! E eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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