O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear)

3/31/2023 09:02:00 PM |

Costumo dizer que alguns filmes são tão malucos que não tem como pensar que alguém sequer imaginou tudo o que é entregue na tela, e o que falar então quando a trama maluca é embasada em algo ainda mais insano que aconteceu? Pois pasmem, a história que vou descrever abaixo aconteceu realmente nos anos 80 quando um traficante jogou quilos de cocaína do avião que estava em uma floresta e um tremendo urso ficou viciado com o que encontrou, procurando pela floresta as demais sacolas do pó, e devorando e destrinchando quem o atrapalhasse! Claro que deram uma incrementada na história real para que o longa "O Urso do Pó Branco" impactasse e ainda causasse com muita violência e pedaços para todos os lados, mas ainda assim toda a entrega acaba sendo bem divertido e insano, sendo daqueles tão loucos de essência que mesmo sendo bem bizarro, ainda funciona como um bom slasher.

O longa conta a história de um urso de 220kg que consumiu a droga de maneira acidental após um avião derrubar várias doses de cocaína em uma floresta. Os efeitos no animal foram avassaladores e causaram diversos problemas locais.

A diretora Elizabeth Banks gosta de ousar, afinal como atriz entrou em tantas enrascadas que agora tem escolhido alguns filmes meio que bizarros demais, e aqui a história em si já é bem maluca, e ela não economizou com personagens ainda mais malucos para se envolver com o urso, de tal forma que o roteiro de Jimmy Warden acabou sendo daqueles que ao mesmo tempo que rimos de tudo, nos chocamos com a violência empregada, e o resultado acaba até sendo funcional para que a trama tivesse ritmo, ou seja, quem gosta de violência desmedida não vai reclamar de nada na tela, mas quem quiser algo mais realista talvez reclame da excentricidade que a diretora quis colocar com garotos violentos num parque ecológico, dois garotinhos comendo cocaína pura, traficantes confrontando policiais em meio de conversas, e tudo mais que pensar, resultando em algo muito bizarro mesmo, que não é ruim, mas não posso falar que é incrível de ver. Ou seja, diria que a diretora até foi bem no que fez, mas exagerou horrores em tudo para cair no gosto do público slasher.

Sobre as atuações, aí o problema já vai mais embaixo, pois o urso computacional está incrível, violento, babando sangue e cocaína, e impactando nas encenações perfeitas que foi colocado, já os humanos não  posso dizer o mesmo. Esse foi o último filme que Ray Liotta gravou, aliás voltou ao estúdio para gravar alguns áudios dias antes de morrer no ano passado, e aqui seu Syd acredito que teria até mais cenas cortadas, já que o personagem em alguns atos fora da floresta é meio bobo demais, mas com certeza o pessoal quis homenagea-lo e colocou elas no corte final, e na floresta foi bem importante e imponente na caça das drogas. Isiah Whitlock Jr. fez daqueles policiais meio forçados com seu Bob, mas é o estilo que gostam de colocar nesse estilo de filme, então foi bem no que fez. Quanto aos demais, Kery Russell fez a tradicional mãe que enfrenta tudo e todos para achar e salvar a filha, não fazendo atos tão impressionantes, mas caindo bem, os traficantes vividos por Alden Ehrenreich e O'shea Jackson Jr. brincaram bastante com cenas meio que bobas e Aaron Hollyday fez um jovem artificial e gritante demais, sobrando ao menos as cenas das crianças bem colocadas com destaque para as frases de Christian Convery com seu Henry bem cheio de facetas.

Visualmente a equipe de arte teve bastante trabalho para colocar várias partes de corpos destrinchados, sangue a rodo por todos os lados, algumas cenas com veículos sendo destruídos, e atos bem marcantes na floresta com o tremendo urso gigante atrás dos pacotes de pó, os policiais e traficantes na mesma caçada, e uma caverna bem escura com uma cachoeira e mais ursinhos viciados, ou seja, o pacote completo de um orçamento baixo que acaba funcionando.

Enfim, está longe de ser algo perfeito, mas que caiu no gosto popular, tanto que com um orçamento bem baixo lucrou muito com a propaganda boca a boca nos EUA, e assim já se fala até em uma sequência com um crocodilo, que ainda não apareceu no filme, mesmo a trama tendo 2 cenas no meio dos créditos, então fica a dica para quem gosta do estilo, e afirmo que é bem violento com cenas fortes bem colocadas e alguns sustos no começo, e assim digo que recomendo com ressalvas.
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Desejo Proibido (Heaven in Hell)

3/31/2023 12:54:00 AM |

São poucos os filmes que recusei ver no lançamento e não dei play até hoje, e um deles é a saga "365 Dias", e eis que hoje ao conferir a cabine de imprensa de "Desejo Proibido", o maluco nem leu a faixinha vermelha em cima do pôster e cá assistiu o novo filme do mesmo diretor da saga, que segue quase a mesma base erótica, mas aqui com uma síntese bem mais leve do que vi nos trailers e trechos que soltaram da franquia, puxando mais para o lado de um romance com pitadas dramáticas, mas sem grandes elos que chamassem a atenção, sendo um filme que quem gosta do estilo pode até ser que embarque na pegada do longa polonês, mas do contrário é melhor nem arriscar que vai reclamar da falta de tudo, pois tudo parece mais puxado para o estilo novelesco do que para uma trama de cinema mesmo, e nem a química entre os personagens parece algo real, então tem um visual interessante e algumas cenas intensas bem filmadas, mas que juntas não funcionam muito.

A sinopse nos conta que depois de se envolver com a filha de Olga, Max começa a desenvolver um sentimento por Olga e inicia um romance com ela sem saber da relação entre as duas. Os dois embarcam em um romance tórrido, até que a filha de Olga descobre e põe tudo a perder.

Praticamente todos os filmes do diretor e roteirista Tomasz Mandes pelo que vi em sua filmografia seguem a mesma base, e isso se olharmos a fundo não é algo ruim, pelo contrário, já que mostra sua assinatura, porém ele precisa entender que todo filme precisa de diálogos e histórias para se desenvolver, não ficando apenas colocando a música alta e os artistas se pegando na tela, pois isso tem outro nome no mundo do audiovisual, e aqui embora não seja algo maluco nas pegações, o resultado dentro da história acabou soando um pouco falso demais, sendo daquelas tramas que você não consegue acreditar em nada desde o começo, pois o que de início pareceu meio como uma piada num carro, logo menos vemos o cara invadir um lugar apenas de juízes e já sair transando, antes mesmo de um oi mais formal, ou seja, depois disso tudo poderia acontecer, e até temos algumas tentativas de reviravoltas, mas sempre seguindo algo meio sem dar para acreditar. Ou seja, faltou elaborar melhor o roteiro, e embora tenha um desfecho formatado, ficou parecendo que vão dar sequência na trama, o jeito será ver como a bilheteria mundial responde.

Sobre as atuações é algo meio difícil até de falar, mas como a química entre os personagens nem existiu ficou parecendo que os atores não estavam com muita empolgação nas dinâmicas (claro tirando as cenas de sexo, aonde não sei se usaram dublês de corpo, mas fizeram movimentações bem intensas), e dito isso Simone Sussina até trabalhou de forma bem sensual e emocional o seu Max, dando as devidas nuances nos olhares, e até indo um pouco além, mas seus diálogos não tem muita fluência, mostrando que ainda vai precisar muito trabalhar para conseguir papeis sem ser desse estilo, mas é seu terceiro filme apenas, então tem chão ainda. Já Magdalena Boczarska mostrou muito mais experiência nas desenvolturas de sua Olga, mas sua personagem é seca e sem impactos que chamasse a responsabilidade para si, de forma que chega a soar falso demais seu envolvimento com o protagonista. E da mesma forma a garota Katarzyna Sawczuk fez de sua Maya aquelas personagens mimadas que tanto temos raiva, e que não desenvolve sua interação com os demais, parecendo ter cortes em suas cenas, e isso é algo que dava para mascarar de uma forma melhor. Ainda tivemos outros personagens com algumas conexões como o outro juiz e o amigo que só deseja vir para o Brasil de qualquer forma, mas que nem temos grandiosas expressões, então melhor nem dar destaque para ninguém.

Visualmente a trama poderia ter explorado mais cenas na mansão da protagonista, no tribunal e no barco ao invés de focar em tantas cenas numa praia praticamente deserta, pois mesmo sendo algo paradisíaco o ambiente ficou meio sem elementos para serem usados, ou seja, a equipe de arte preparou lugares muito melhores e o diretor optou por trabalhar vários saltos de paraquedas, vários momentos nas areias e até que funciona pro ar erótico da trama, mas não como filme.

Enfim, é um filme que falha bastante, e que só funciona mesmo para quem gosta desse estilo, ou que queira ver alguns personagens nus, pois a história é fraca e os atores não são grandes nomes para conseguir dominar essa história e fazer dela algo chamativo, então diria que não recomendo ele, mas para quem quiser tentar a sorte ele estreia na próxima quinta 06/04, então fiquem a vontade. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Dungeons & Dragons - Honra Entre Rebeldes (Dungeons & Dragons - Honor Among Thieves)

3/30/2023 02:33:00 AM |

Confesso que estava com muito medo do que iriam entregar com "Dungeons & Dragons - Honra Entre Rebeldes", pois o trailer estava com um tom humorístico acima do normal, mesmo contando com alguns vilões bem intensos, e sabemos que o jogo também tem esse misto de sombrio com comicidade, então a dúvida era se conseguiriam fazer algo que ficasse assustador de certo modo, mas que divertisse também. E eis que hoje após conferir posso dizer que foi algo sensacional que apagou qualquer ideia de medo, e que facilmente dá para seguir com a franquia caso queiram brincar mais com ela, pois são bons personagens, o ar cômico funcionou bastante para que o filme não assustasse a garotada, e ainda assim tivesse uma proposta bem séria para que divertisse com estilo dentro de uma boa história, ou seja, o famoso pacote completo que agrada a todos! Então sem medo de errar, pode ir conferir sendo ou não fã dos jogos de RPG, pois tem aventura e ação desmedida para todos, e encaixa totalmente num estilo que anda em falta de sagas para franquias que jovens e adultos gostarão de acompanhar, agora é aguardar o que farão, afinal acho que nem os produtores imaginavam que faria tanto sucesso!

A história mostra um ladrão encantador e um bando improvável de aventureiros que armam um plano épico para recuperar uma relíquia perdida. Mas as coisas vão perigosamente mal quando eles encontram as pessoas erradas. O longa traz o mundo rico e o espírito divertido do lendário jogo de RPG para a tela grande em uma aventura hilária e repleta de ação.

O mais engraçado é que os diretores e roteiristas John Francis Daley e Jonathan Goldstein são conhecidos por comédias bem pautadas de humor ácido, e souberam brincar bem com esse estilo para que o filme não ficasse bobo demais, ao ponto que no melhor estilo de RPGs a trama vai tendo vários acasos, vários problemas e missões que são menores para um bem maior, e entrega personagens bem formatados para o decorrer da trama. Claro que muitos personagens mereceriam que suas histórias fossem melhor contadas, e esse diria que é o maior defeito do filme, pois alguns aparecem e entregam tudo na tela voando e você tem de aceitar aquilo, outras histórias acabam acontecendo e sendo meramente lembradas de forma jogada até, mas num contexto maior, o resultado disso não chega a atrapalhar, pois queremos ver mesmo a resolução de tudo, e isso posso dizer com toda certeza que foi feito da melhor forma possível, com uma produção gigantesca, e com um resultado tão preciso que tantos os fãs do jogo quanto quem nunca sequer pegou um RPG na mão irá gostar, e agora é esperar a bilheteria responder para que os produtores assinem novos contratos para continuações, afinal o fã de um jogo sempre quer jogar mais, e o filme proporcionou isso. 

Outro ponto fortíssimo da trama foi na escolha dos atores para os papeis, pois todo foram ótimos em todos os atos que fizeram, começando claro pelo protagonista Chris Pine com seu Edgin lotado de planos e desenvolturas, com o ator estando bem mais solto do que nas suas últimas produções, e trabalhando bons trejeitos e estilos que certamente acabou dando muito certo para o personagem. Ao seu lado tivemos uma Michelle Rodriguez imponente em nível máximo com sua Holga, mostrando tudo o que uma mulher bárbara é capaz de fazer, lutando como nunca e toda trabalhada nas boas nuances que o filme pode lhe dar, literalmente dando show. Justice Smith entregou um Simon tão leve e simples na tela, que facilmente poderia ficar até apagado, mas seu carisma e estilo foram tão bons em cena que acabamos nos conectando fácil demais para torcer para que conseguisse fazer muitas magias boas, e acertou muito em tudo. Outra gigante pequenina foi Sophia Lillis com sua Doric, que estando na forma humana é doce e bem emocional, mas que contando com efeitos especiais incríveis se transformou em animais de todos os estilos surpreendendo em desenvolturas e atos, ou seja, perfeita para o papel. Regé-Jean Page trabalhou seu Xenk sendo quase um lorde de estilo cadenciado, mas quando precisou lutou com garra e muito impacto, chamando tanta atenção que diria que acertaram demais em não deixar ele na equipe o tempo inteiro, pois apagaria os demais, e isso mostra uma qualidade tanto do ator quanto do personagem, que pode ser usado mais em outros filmes. Hugh Grant sempre funciona bem como canastrão, e aqui seu Forge foi colocado com muita sutileza e estilo por parte dele e da equipe, sendo sarcástico aonde precisou e bem imponente nas expressões mais chamativas, o que acabou chamando muita atenção. Agora sem dúvida alguma Daisy Head entrou completamente no clima macabro que sua Sofina precisava ter, pois a atriz é belíssima sem a maquiagem, e aqui ficou assustadora e intensa, com atos perfeitos de olhares e trejeitos mostrando que não estava para brincadeiras. Ainda tivemos vários outros bons personagens, com participações especiais de outras vertentes da história como homenagem e até um grande ator fazendo um pequenino personagem como foi o caso de Bradley Cooper, ou seja, todo mundo queria participar do filme.

Visualmente a trama foi literalmente um luxo cenográfico, iniciando com um ambiente na neve incrível, uma sala de julgamento perfeita, tendo várias cenas em flores e campos, um ótimo ambiente de batalha, várias vilas e castelos, cavernas e tudo mais de formas gigantescas e bem amplas, não economizando em nada para retratar bem os diversos "mapas" do jogo, além disso muitas armas e elementos cênicos alegóricos que foram sendo usados para desenvolver todas as interações e muito mais. Além disso o filme contou com efeitos gráficos de primeiríssima linha, não tendo rastros de CGI que encaixaram a naturalidade perfeita para que o filme não virasse um desenho e também não ficasse falso, e olha merecia ter sido convertido em 3D, pois temos muitas cenas em perspectivas com elementos aparecendo em primeiro plano, com boas sombras e tudo mais que funcionam demais.

Enfim, um tremendo filmaço que agrada demais, diverte demais e funciona demais, valendo cada minuto de tela, passando voando os 134 minutos (aliás fique um pouquinho após os créditos começarem a subir que tem uma boa cena no meio bem divertida apenas como uma sacada) que certamente vão fazer todos vibrarem com cada ato, ou seja, recomendo sem criticar praticamente nada, e que vai fazer parte dos melhores do ano de muitas pessoas, afinal tem peso para isso. E claro que tenho de agradecer meus parceiros e amigos da Difusora FM 97,1MHz por trazerem junto da Paramount Pictures e do UCI Cinemas essa ótima pré-estreia com 15 dias de antecedência para curtirmos com os amigos numa sala lotada, valeu mesmo e fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


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A Garota Radiante (Une Jeune Fille Qui Va Bien) (A Radiant Girl)

3/27/2023 11:37:00 PM |

Não sei se sirvo de muita base, mas adoro os longas franceses, pois ao mesmo tempo que entregam tramas simples e envolventes, cheias de doçura e desenvolturas, colocam uma subtrama imponente daquelas que arrepiam só de pensar, e se tem algo que muitos andam desenvolvendo nos últimos anos é a tal época do nazismo com filmes fortes e marcantes, mas também que sabem dimensionar o problema de uma forma completamente diferente do usual. E digo isso com uma grande felicidade, pois "A Garota Radiante" funciona exatamente como o nome diz, mostrando uma jovem entusiasmada, cheia de sonhos e ideias, se desenvolvendo bem no teatro da escola e na tentativa para passar em um conservatório famoso de teatro, arrumando novos namorados e tudo mais, porém o que ela não esperava era que sendo judia nesses anos não seria algo bom para ela, e Sandrine Kiberlain que tanto vimos em diversos longas marcantes como atriz soube criar algo tão marcante na sua estreia como diretora e roteirista que seu filme nos leva realmente à viajar na época da trama, se conectar completamente com a protagonista e sua família, e arrepiar com um fechamento tão imponente que não tinha forma melhor de encerrar, sendo daqueles que certamente vão ficar na memória e o resultado impacta sem soar forçado.

O longa se passa na Paris de 1942. Irene é uma jovem judia de 19 anos cheia de energia, sonhando em ser uma atriz de sucesso e entrar no teatro. É verão e sua família a observa descobrir o mundo, seus amigos, um novo amor e a paixão pelo teatro - que só aumenta a cada dia. Irene decide definitivamente que quer ser atriz e vive seus dias com a despreocupação característica da juventude. Ela então ensaia L'Épreuve, de Marivaux, para se preparar para o teste do conservatório. Porém, ela não sabe que sua vida corre perigo.

Um nome quase certo de vermos todo ano no Festival Varilux é o de Sandrine Kiberlain atuando em diversas tramas diferentes brincando em boas comédias, mas também envolvendo em dramas bem colocados, e agora eis que resolveu tomar rumos diferentes e estreia com dupla função de roteirista e diretora com um acerto incrível para um primeiro trabalho, pois seu filme é doce, é leve, descontraído, cheio de atitude por conta de uma protagonista graciosa e radiante como o nome do filme diz, porém ao mesmo tempo ela vai nos assombrando com o fantasma do nazismo rodeando a família judia da personagem, vemos os primeiros atos de apenas um carimbo vermelho no documento de identidade, o confisco de objetos pessoais, e claro o paletó com a estrela no peito, só que a felicidade da moça não se diminui com tudo o que vai rolando junto, e aí é que entra o final perfeito, mostrando que a diretora não só estudou demais sobre o tema, como soube escolher não forçar a barra para impactar sem destruir tudo, e isso só mostra seu potencial na função, que certamente iremos querer ver muito mais em breve, pois não pode parar, afinal começou acertando e pode ir muito mais além.

Sobre as atuações, o foco completo é em cima de Rebecca Marder com sua Irene cheia de desenvolturas, falante em nível máximo, mas com um carisma único para fazer com que nos conectássemos à ela e torcesse pelo seu melhor, mesmo sabendo que não seria possível com toda a base da história, mas a atriz se jogou na personagem e cativou cada momento seu com olhares e ensejos muito bem trabalhados, de forma que certamente vamos querer ver mais dela. Ainda tivemos atos bem gostosos junto de sua amiga Viviane muito bem interpretada por India Hair, tivemos todo o ar emocional da avó muito bem expressiva que Françoise Widhoff entregou, um pai preocupado com tudo o que está acontecendo, mas que acredita de forma errada nos acontecimentos vivido pelo sempre marcante André Marcon, além do irmão bem trabalhado que Anthony Bajon faz muito bem e ainda contando com Ben Attal com seu Jo e Cyril Metzger com seu Jaques, ambos bem simbólicos para os devidos atos, ou seja, um time de bons atores bem encaixados nos papeis, que deram os devidos gracejos para que a protagonista se conectasse e tivesse bons elos durante o filme todo.

É engraçado que mesmo sendo um filme de época, a equipe de arte não quis rebuscar com cenografias marcantes, ousando até que razoável em figurinos, mas deixando os ambientes sem grandes chamarizes, tendo uma boa festa num parque, o teatro mais fechado, alguns atos mostrando os judeus entregando seus bens, também contando com o apartamento bem simples da família, um consultório médico também bem simples e só, ou seja, não quiseram se perder com um orçamento fora da base, e o resultado foi efetivo no que precisava mostrar.

Enfim, um filme muito gostoso de ver, que funciona demais dentro da proposta, e que mesmo sendo simples entrega atitude e envolvimento do começo ao fim, sendo daqueles graciosos por natureza e impactantes com o fechamento, valendo demais a recomendação para todos verem à partir da próxima quinta em cinemas selecionados, então fica a dica. E é isso pessoal, fico por aqui hoje e volto em breve com mais textos.


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Amazon Prime Video - Aniara

3/26/2023 10:24:00 PM |

Tiro o chapéu para roteiristas de longas de ficção, pois imaginar tudo o que entregam na tela é algo que tem de viajar demais e pensar além de todas as caixas possíveis, e a trama do longa sueco "Aniara", que pode ser conferido na Amazon Prime Video, é daquelas que você inicialmente entra de cabeça na ideia, curte as possibilidades, mas assim como os tripulantes da viagem, com o passar do tempo acaba se cansando de tudo, começa a surtar, e nada mais passa a fazer sentido, de modo que a base mais simples de se imaginar é o fim. Ou seja, imagine pegar um desses cruzeiros de travessia de continentes e no meio do caminho o capitão falar que não tem mais combustível para chegar em lugar algum, que vai deixar a maré levar o navio até algum lugar ou esperar algum socorro, dessa forma até é possível que logo menos algum navio cargueiro passe e resolva o problema, mas e no espaço? Pois bem, se você fez essa breve reflexão conseguiria pensar em viver o resto de sua vida num cruzeiro espacial, sabendo que tudo tem suas limitações, que o psicológico do povo ali vai começar a surtar logo mais, e que a cada minuto as esperanças se esvaem? As respostas estão sim na tela, e por mais pessimista que eu seja, acredito que não veria a síntese total do longa, mas os diretores conseguiram trabalhar bem e envolver o público, mesmo que no miolo tudo acabe ficando ainda mais esquisito de se pensar.

A sinopse é bem sintética e nos conta que depois da destruição do planeta Terra, naves cheias de humanos são enviadas para estabelecer colônia em Marte. Quando uma das naves sofre um acidente e sai de percurso, seus passageiros obcecados por consumo se veem obrigados a refletir sobre seu lugar no universo.

O longa que é baseado num poema de 1956 de Hartinson é a estreia na direção e no roteiro de longas de Pella Pella Kågerman e Hugo Lilja, que antes fizeram vários curtas e aqui se sentiram seguros para dar um passo além, e foram bem além, tanto que é notável que exageraram um pouco na dose, pois dava para eliminar algumas cenas meio que estranhas demais, mas como todo o filme é algo para se juntar num contexto completo e chegar em outras conclusões, não diria que seja ruim as cenas que eliminaria estarem presentes. Ou seja, o trabalho deles é algo que se precisa assistir por inteiro para refletir sobre a ideia em suma, afinal ver as partes pode ser que em um primeiro momento você ache estranho as situações, mas que ao final tudo passe a fazer algum sentido maior, sendo daqueles filmes que as ideias mirabolantes fogem do comum, mostrando ousadia por parte dos jovens diretores, mas também um pessimismo maioral, daqueles que você tem de ver a trama sem esperar o melhor para algo, pois isso não acontecerá, porém como resultado, posso dizer que foram muito bem dirigidos cada momento da trama, com uma grandiosidade maluca, mas que flui.

Sobre as atuações a base toda é em cima de Emelie Garbers com sua MR, de modo que vemos a atriz andando para todos os lados da espaçonave, vemos fazendo diversos tipos de funções e principalmente se expressando com trejeitos de todos os tipos possíveis, que claro fluem em alguns atos e em outros ficaram estranhos de ver, mas de forma alguma podemos dizer que não fez o que precisava na tela, pois botou a cara e o corpo para valer do começo ao fim. Ainda tivemos bons atos bem sérios da brasileira/sueca Bianca Cruzeiro com sua Isagel, com performances mais ríspidas, mas sempre pronta para se envolver, chamando muito de tudo para si e tendo resultado. E claro outro que teve muitos atos marcantes foi Arvin Kananian com seu Chefone cheio de caras e bocas, mas mostrando estilo e conseguindo ser bem colocado nas cenas principais como um capitão deve ser. Tivemos muitos outros personagens secundários, afinal a trama é meio alongada, mas a maioria apenas se conectou com o trio, valendo destacar apenas Anneli Martini como a astrônoma da nave e Jamil Drissi como um intendente, mas sem muitos chamarizes.

Visualmente a inspiração da equipe com toda certeza foram os grandiosos cruzeiros que temos navegando os mares atualmente, misturando um pouco com o conceito das naves de "Star Wars" e "Star Trek", colocando várias lojas e ambientes para os viajantes desfrutar no período da viagem, tendo quartos mais simples com beliches e outros imensos com banheira e tudo mais, teatro, boliche, jogos e tudo mais, ou seja, bem parecido mesmo com um cruzeiro, além da sala da protagonista aonde uma máquina leva as pessoas para um envolvimento em suas memórias, sendo algo bem reflexivo e interessante de ver, que a equipe certamente viajou bastante na ideia abstrata, e o resultado se mostrou depois. Outro ponto notável da arte é ir vendo como os ambientes vão se degradando com os anos, ficando inicialmente lindo e todo cheio de glamour e depois praticamente abandonado na totalidade, ou seja, foram bem simbólicos e ousaram bastante nas alegorias.

Enfim é um filme bem interessante de proposta que poderia ter ido mais além com um desenvolvimento mais dinâmico e poucas cenas mais emotivas, para que não fosse apenas reflexivo, mas também um pouco mais emocional/dramático, mas de certo modo vale o tempo de tela e o resultado final é interessante, então fica a dica para conferirem. E é isso pessoal, consegui matar mais dois da minha imensa lista de filmes que coloco e sabe lá quando vou ver, já que sempre opto pelas estreias, mas como nessa semana tá bem feio de sugestões novas, eis que consegui ver dois que queria, então fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.


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Amazon Prime Video - A Jornada (Proxima)

3/26/2023 05:35:00 PM |

Tem surgido poucas estreias chamativas nos streamings, então finalmente resolvi ir pegando alguns filmes que coloquei nas listas e dar play, e um dos que pareceram mais interessantes foi "A Jornada", que pode ser conferido na Amazon Prime Video, mostrando a dificuldade de uma mãe de se separar de sua filha, mesmo já tendo treinado vários anos com ela, para ir para o espaço, e o mais bacana é que a diretora e roteirista Alice Winocour pesquisou bastante com as várias astronautas como foi esse processo difícil de separação, afinal diferente de uma viagem de trabalho comum que é ir para outra cidade, estado ou até mesmo um país, agora os riscos de ir para fora da Terra são muito maiores já que estão sentados em cima de milhares de quilos de explosivos, se bem sucedida a decolagem são meses ou anos fora com pouquíssimo contato mesmo por vídeos, além de uma difícil volta também bem arriscada, ou seja, são vários riscos físicos e também psicológicos, principalmente para mães que acabam perdendo muito da conexão que tem com seus filhos. E aqui a diretora quis mostrar bem esse processo de testes antes da separação, do sofrimento nas avaliações e exercícios, até mesmo da emoção em não poder tocar sua filha antes de partir, e o longa tem toda essa intensidade bem alocada com as devidas dinâmicas, sendo algo bem chamativo e emocional.

A sinopse nos conta que Sarah é uma astronauta francesa treinando na Agência Espacial Européia em Colônia. Ela é a única mulher no árduo programa. Ela mora sozinha com Stella, sua filha de oito anos. Sarah se sente culpada por não poder passar mais tempo com sua filha. Seu amor é avassalador, inquietante. Quando Sarah é escolhida para se juntar à tripulação de uma missão espacial de um ano chamada Proxima, isso cria o caos na relação mãe-filha.

Como falei no começo do texto, a diretora e roteirista Alice Winocour trabalhou bem sua pesquisa sobre astronautas femininas, pois o longa tem todo esse envolvimento maternal, mostra bem os desafios de uma profissão quase que totalmente masculina, e envolve bem toda a síntese da despedida, afinal tudo pode acontecer numa profissão que não depende totalmente de você, aliás ser astronauta é depender muito mais dos outros do que de si mesmo, e essa preparação para os riscos, o lado emocional e toda as dinâmicas são colocadas em cheque no treinamento da personagem. Ou seja, a diretora soube criar o envolvimento materno meio como se ela estivesse se despedindo da filha e passando a ser não mais a fornecedora de afeto, mas sim quem vai precisar se conectar à outro cordão umbilical, no caso à equipe de voo, e esse sentimentalismo é bem passado, traz desenvolturas fortes, e mais do que isso chegamos a nos conectar tanto com a protagonista, que nos seus últimos atos quase queremos bater nela, e isso é algo que mostra que a diretora foi muito bem, afinal sentimos a força da trama e de tudo o que desejava passar, sendo um grande acerto.

Sobre as atuações, Eva Green mostrou não apenas a sua qualidade expressiva para que sua Sarah fosse intensa, como trabalhou bem em diversos idiomas, mandando ver em francês, inglês, alemão e russo, e muito além de poliglota, a atriz soube dimensionar seus atos com um carisma próprio bem duplo, estando feliz por conquistar seu sonho, mas sofrendo tanto pelo forte treinamento e pela distância da filha, oscilando bastante nos olhares, nas emoções e fazendo dessas suas forças internas mais performáticas, de modo que o filme até tem vários outros personagens, mas a trama é sua, o sentimento é seu, e o desenvolvimento funciona todo ao seu favor, ou seja, deu show. Outra que foi muito bem em cena foi a garotinha Zélie Boulant que deu um tom muito amplo para sua Stella, trabalhou o envolvimento com a mãe ali em cena como algo bem de cobranças mesmo, e conseguiu chamar atenção nos atos que precisou, não soando artificial como ocorre em muitos casos, e isso agradou demais. Quanto aos demais, tivemos bons atos intensos com os companheiros de viagem da protagonista vividos por Matt Dillon e Aleksey Fateev, alguns atos bem colocados de Sandra Hüller como a psicóloga que acompanhava a garotinha nas viagens para ver a mãe, e claro toda a conexão familiar com Lars Eidinger como o ex-marido da protagonista, mas todos apenas dando as devidas conexões, já que o filme foca quase que em tempo integral nas duas personagens.

Visualmente a equipe filmou bastante em Star City na Rússia, conseguindo bastante envolvimento com o tema, vivendo todo o treinamento que a maioria dos astronautas do país são colocados, além de bons atos em hotéis com as devidas reflexões, chamadas de vídeo e tudo mais, além claro de muitos elementos cênicos bem representativos para evidenciar a conexão entre as personagens, ou seja, um filme aonde a equipe desenvolveu bem tudo para ser bem simbólico, afinal a saudade é algo que não é muito fácil de se representar, mas conseguiram através de muitos elos.

Enfim, é um filme bem marcante e chamativo, aonde os sentimentos das protagonistas praticamente saem da tela, sendo daqueles que quem for conferir esperando algo mais científico, como a viagem para fora do planeta e/ou algo mais intenso como o treinamento para a viagem, se decepcione um pouco, afinal o longa é sobre a despedida em si e o sentimento materno da separação, e com isso quem for pronto para essa síntese mesmo vai se emocionar e gostar bastante de tudo o que é apresentado na tela, então fica a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Padre Johnny (Johnny)

3/25/2023 09:01:00 PM |

Gosto de ver biografias de pessoas que não conheci por ver tudo sem esperar determinado acontecimento aparecer na tela, mas alguns filmes já surgem com a premissa de homenagem e até soam bonitos de ver, mas um fator que o diretor precisa pensar é como funcionar a trama também como filme, e assim impactar mais do que apenas homenagear. Comecei o texto do lançamento polonês da Netflix, "Padre Johnny", dessa forma por justamente ser uma trama bonita, de mostrar um homem que foi contra as ordens da Igreja de sua cidade para construir um lar de acolhimento para as pessoas moribundas no fim de sua vida, e que ao empregar um jovem ex-detento que precisava cumprir sua condicional acabou mudando a vida dele também, mas que ficou faltando algo que explodisse melhor na tela, pois temos a doença, temos a fé e temos a violência do jovem também impactando tudo, então era apenas dar uma leve desenvolvida no arco ficcional para que tivesse uma amplitude melhor. Claro estou falando assim como alguém técnico que desejava algo maior, porém a forma entregue também foi gostosa e bonita de ver, mas parcial demais de forma que serve apenas para conhecermos o personagem e ver a justa homenagem feita para ele, sendo um bom passatempo apenas.

O longa que é baseado em uma história real, conta que Patryk é condenado pelo tribunal a prestar serviços comunitários em um asilo como punição por um roubo. Na instituição ele conhece o padre Jan Kaczkowski, que cuida dos moribundos de maneira notável e sabe motivar os alunos da escola profissionalizante a fazer trabalhos de caridade regularmente e com muito humor. Um evento dramático garante que as vidas dos dois estejam intimamente ligadas.

Eu nem precisaria ter pesquisado a filmografia do diretor Daniel Jaroszek para saber que essa é sua estreia como diretor, pois o filme tem as devidas falhas de um estreante na posição, mas nada que incomode, pois ele soube pegar o bom roteiro de Nacueh Jraszewski e desenvolver toda a trama de uma maneira bem simbólica, mostrando as desenvolturas de um homem que já tinha os seus problemas físicos, mas ainda procurava passar um bom sentimento para todos os próximos que necessitassem de sua ajuda, e diria que o estilo da trama tem uma pegada leve e bem trabalhada, contando com símbolos bem encaixados e dinâmicas bem colocadas, sendo uma homenagem sincera e interessante que ao final quando comparamos os personagens reais ficaram ainda mais evidentes a felicidade por saber que conseguiu mostrar tudo. Claro que poderia ser mais impactante, ter um desenvolvimento mais forte e conciso, mas não era a proposta da trama, e assim posso dizer que para um primeiro trabalho até que o jovem fez bem tudo o que podia fazer.

Sobre as atuações, antes de mais nada temos de parabenizar a equipe de maquiagem, pois Dawid Ogrodnik não se parece em nada com o padre Jan Kaczkowski, mas foi tão bem colocado que nas cenas finais que mostram o verdadeiro, acabou ficando muito parecido, e o ator soube pegar a essência, fazer movimentos corporais dificílimos que deve ter cansado à beça, e com olhares e diálogos bem encaixados conseguiu envolver com muita simplicidade, carisma e simpatia, ou seja, acertou em cheio com tudo o que precisava fazer. Piotr Trojan também se jogou na personalidade de seu Patryk, criou as devidas desenvolturas e olhares, e foi mudando gradualmente seus trejeitos conforme ficava mais na casa assistencial, de forma que mesmo ainda entregando alguns atos mais tensos de crimes, deu as nuances certas para o seu devido momento, ou seja, o ator soube segurar bem a intensidade e soar marcante. Ainda tivemos outros bons personagens de conexão, cada um aparecendo bem pouco com tudo, mas sem dúvida vale o destaque para Maria Pakulnis com sua Hanna inicialmente bem fechada e não gostando do garoto, mas depois sendo quase como sua melhor amiga ali, tendo um envolvimento de olhares bem bonitos de se ver.

Visualmente o longa foi simples de locações, mas conseguiu mostrar bem o asilo do padre com vários idosos e doentes, mostrou uma cozinha bem montada aonde o jovem descobriu sua paixão, tivemos alguns atos de julgamentos e até a igreja aonde o padre pregava, além de algumas cenas em shows e na TV, ou seja, conseguiram simbolizar bem os principais atos do verdadeiro padre para dar uma boa essência para a trama, inclusive com alguns atos bem divertidos dentro do carro dele, aonde as pessoas precisavam rezar para pedir para sobreviver até o fim da viagem com o jeito de dirigir do padre. Ou seja, a equipe pesquisou bem os atos e foi bem simbólica sem precisar de nada muito chamativo.

Enfim, não é daqueles filmes que você vai se surpreender, mas é um bom passatempo para conhecer um homem simples e suas atitudes para com os próximos, tendo cenas que alguns vão se emocionar, mas a essência completa é mais de homenagem, sendo algo bem simbólico e bacana de ver, então para quem gosta fica a dica desse bom filme polonês. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Um Filho (The Son)

3/25/2023 01:48:00 AM |

Quando você assiste tantos filmes acaba vendo alguns que acabamos já sabendo o final logo nos primeiros atos, e isso é algo que pode ter dois vértices, um muito bom que o diretor consegue surpreender no desenvolvimento dos atos do miolo, e o outro que é quando vemos vários tropeços que poderiam ir muito além não acontecerem e ficarmos bravos com todo o restante. E infelizmente mesmo tendo um elenco incrível e um tema que está muito em pauta que é o transtorno mental e a depressão, o longa "Um Filho" recai para essa segunda opção, pois é notável logo de cara o problema do garoto e só os pais não conseguem enxergar o modo de conversar e/ou tratar a doença do jovem, mostrando algo muito sério que acontece com muitas famílias, porém quando poderiam ter trabalhado toda a dramaticidade em cima disso, o foco ficou meio que perdido aonde atacar, parecendo que não desejava trabalhar tanto o filho mesmo, mas sim o pai dele, e isso acabou pesando para que a trama não impactasse tanto quanto poderia, e mais do que isso, acabou custando ao filme as grandiosas chances que tinha de ser candidato aos diversos prêmios como aconteceu com seu antecessor "Meu Pai", o que é uma pena, pois tinha tudo para isso.

O longa conta a história de Peter, cuja vida agitada com a nova companheira é interrompida quando a ex-mulher Kate chega com o filho adolescente problemático e distante, Nicholas, deixando a família em caos. Embora Peter mal conheça Nicholas, ele decide se dar uma chance e concorda em hospedá-lo. O próprio Peter tem uma relação terrível com o pai, que era cruel quando ainda estava em sua vida. Tudo parece indicar que o homem superou o trauma da infância e espera ser um bom pai para Nicholas.

Diria que o diretor e roteirista Florian Zeller soube conduzir muito bem sua trama, e mesmo sendo proveniente de uma peça teatral o longa tem uma personalidade bem colocada, tem estilo, e principalmente consegue envolver, porém o que ele fez no final do longa, ele deveria ter feito no filme inteiro, que é uma reviravolta plausível e marcante, pois soou aberto demais com o tema, e ao invés de focar nas dinâmicas e interações que levassem tudo para um patamar mais denso da discussão sobre depressão e transtornos mentais, ele optou por florear o relacionamento de um pai, da culpa ou não pela separação, e até da forma de representação de um passado como filho virando um pai omisso da mesma forma, e não era o momento ali, o que é uma pena, pois a trama tinha a pegada, e principalmente tinha um elenco que faria o filme incrivelmente marcante, mas faltou um pouco de tudo, e tirando o final surpreendente (mas que já era esperado com o desenrolar da trama), o restante ficou morno demais.

E quando falo que o elenco tinha tudo para surpreender é só parar e olhar Hugh Jackman com seu estilo clássico de drama, que transparece envolvimento em cada cena de seu Peter, que se vê desesperado para tentar não passar o mesmo que sofreu com seu pai no passado para seu filho, e sem usar de trejeitos caricatos do gênero soube se expressar demais com tudo. Do outro lado tivemos uma Laura Dern muito mal aproveitada, sendo usada em uma ou outra cena com sua Kate, mas quando entra em cena pega tudo para si e envolve bastante, soando simples, mas enfática nos atos. Vanessa Kirby também puxou muitos atos marcantes para sua Beth, mas em nenhum ato trabalhou a densidade do ambiente para si, ficando muito em segundo plano o que era algo ruim para esse estilo. E claro tivemos Zen McGrath que trouxe para si todo o envolvimento dramático de seu Nicholas, pesando olhares e trejeitos, e soando claramente em cena os problemas de seu personagem, mas sem ir além durante quase todo o filme, acabou meio que jogado demais no estilo, não explodindo como deveria. Ainda tivemos uma participação rápida de Anthony Hopkins, mas assim como os demais o diretor deixou tudo muito em segundo plano com ele, tendo a cena uma discussão interessante em si, mas sem grandes floreios para pegar como deveria.

Como já disse a trama é baseada numa peça do próprio diretor, então adaptar visualmente uma peça para um filme é algo que sempre dá para ir muito além da simplicidade cênica, e aqui o longa se passa quase que inteiro no apartamento do protagonista, tendo algumas cenas no seu escritório ou em reuniões na capital, vemos a casa de seu pai, e também a de sua ex-esposa, tendo algumas alegorias como facas, armas e outros elos que acabam soando importantes, mas certamente dava para brincar mais com as cenas da escola e do hospital, que foram meros enfeites jogados na tela.

Enfim, é um drama até que bem construído, que tem um bom envolvimento e cenas marcantes, mas que você olha para cada ato e fica esperando ele ser desconstruído realmente, fica esperando passar a mensagem que está explícita na tela, mas nada vai para frente, ficando apenas ares reflexivos durante quase toda a projeção para ter realmente a explosão nos dois atos finais, e isso é volto a dizer, uma tremenda de uma pena, pois tinha tudo para dar muito certo, porém ainda assim recomendo ele para quem gosta de dramas alongados, pois o contexto em si passa bem a mensagem, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto logo mais com outros textos, então abraços e até breve.


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La Situación

3/23/2023 10:07:00 PM |

Fico muito feliz quando vou conferir um longa nacional que não entregue situações novelescas e ainda divirta o público com boas sacadas, pois é algo raríssimo já que infelizmente a maioria do público brasileiro gosta desse estilo, e quando o desenvolvimento de uma trama mesmo que apele um pouco funciona bem, o resultado acaba sendo algo gostoso de conferir. E hoje diria que fui até que surpreendido com as sacadas de "La Situación", pois o filme trabalha um humor tradicional com uma pegada mais ácida e bem colocada, aonde o desenvolvimento se dá meio que no estilo de road-movie, mas sem brincar com os traquejos tradicionais do gênero, e assim ao invés das locações serem os principais elos, a desenvoltura aqui recai em cima das personagens, que deslancham bastante com toda a liberdade criativa, que acaba agradando mesmo que soando exagerada em alguns momentos. Ou seja, é uma comédia que alguns vão rir muito de tudo e outros vão sair da sessão sem entender nada, mas o que mais importa é que ela funciona bastante dentro da pegada, e isso é algo que faz valer demais tudo.

O longa conta a história de Ana, uma mulher que está infeliz na vida pessoal e profissional, até que recebe a notícia de que tem direito à herança da avó que morava na Argentina. Ela parte então para uma viagem ao lado de sua melhor amiga, Letícia, esposa e mãe que também passa por uma crise existencial. A contragosto, as duas levam a prima ‘excêntrica’ de Ana, Yovanka. Chegando no país vizinho ao Brasil, passam por perrengues, situações hilárias e perigosas e dificuldades ao se envolverem, sem saber, com traficantes locais.

Já elogiei várias vezes o trabalho do diretor Tomás Portella, pois tem sido um dos poucos diretores que ousam brincar em todos os estilos possíveis sem cair em armadilhas e traquejos no percurso, tanto que se faz uma comédia usa bem o estilo com as sacadas tradicionais e se necessitar força um pouco a barra, se precisa de carga dramática pesa a mão para isso, e se vai ter ação não se retrai para o campo seguro, e assim tem acertado bastante nos filmes que fez, e aqui não foi diferente, pois ele soube pegar um roteiro que se olhar tem um fio de continuidade bem simples, e deu ganho de tela com as protagonistas, deixando elas fluírem de maneira ousada e bem pautadas nem que para isso usassem de artifícios forçados de sua origem, tanto que vemos na tela muito do estilão do "Porta dos Fundos" que as protagonistas tanto dominam, e assim o resultado acaba agradando e mostrando mais uma vez que o diretor tem boa mão para comandar suas produções, veremos o que virá ainda já que em breve tem mais dois filmes para estrear nesse ano.

E já que comecei a falar das atuações, diria que todas foram bem encaixadas dentro das personalidades de suas personagens, não querendo uma sobrepor a outra, e ainda fazer com que suas dinâmicas fossem bem colocadas nas cenas, ou seja, se jogaram sem precisar abusar do besteirol para fazer graça. Dito isso, a que foi menos exagerada e claro mais centrada no rumo da produção foi Natália Lage com sua Ana, trabalhando alguns olhares sempre diretos, não precisando gritar para aparecer, e criando todas as conexões com o ambiente e com os demais personagens, mas claro tendo ares engraçados para que sua personagem não se apagasse no meio de duas comediantes, e assim fluiu bem no que precisava e agradou. Já Thati Lopes costuma pegar um pouco mais pesado com seus papeis, fazendo alguns atos mais forçados, apelando por vezes, mas aqui esse estilão dela caiu muito bem para sua Yovanka, de modo que vemos sua pegada necessária para que o filme tivesse o devido ritmo com toda sua loucura, e assim brincou bastante em cena, e mostrou que domina o que faz. Da mesma forma Júlia Rabello fez sua Letícia como uma mãe surtada, que grita bastante e acaba entregando dinâmicas mais aceleradas que o normal de qualquer personagem, e isso foi algo bem bacana de ver, pois acabou virando quase que uma segunda personagem quando dá o jeitão sindical para o movimento, e o resultado geral dela não deixou que o filme ficasse nem bobo demais nem calmo demais, acertando bastante. Como o filme foi rodado na Argentina e no Uruguai, tiveram muitas participações e figurações de atores locais como Roberto Suárez com seu El Papá e Soledad Pelayo com sua Duquesa, o que acabou dando um ar diferente para a produção, mas a base acabou toda recaindo nas três protagonistas e claro no policial vivido por Dudu Azevedo, além do marido de Letícia vivido por Marcelo Gonçalves, mas sem ter grandes chamarizes que não fossem ligados às atrizes. 

Visualmente o longa brincou com boas locações, afinal sendo embasado no estilo road-movie passou desde os perrengues no aeroporto, depois em um ônibus de excursão bem bagunçado, passando para uma travessia em pôneis, chegando num acampamento de sem terras, mais fugas em carros, um hotel com bar internacional aonde rolaram algumas canções e claro depois os encontros com os traficantes em ambientes bem amplos e cheios de detalhes, ou seja, a equipe de arte precisou trabalhar bastante para compor tudo e funcionar, além da maluca ideia de drogas em absorventes internos.

Enfim, é um filme que passa longe da perfeição, que dava para ser um pouco mais engraçado, mas que tem seu estilo de humor bem colocado, diverte na medida e funciona dentro do que se propôs a fazer na tela, sendo uma boa escolha para quem gosta de comédias diferentes e não querem recair para as dramédias, pois aqui é tudo sem o menor drama, mas também não recai para o besteirol, então fica a dica para todos. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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John Wick 4 - Baba Yaga (John Wick: Chapter 4)

3/22/2023 02:18:00 AM |

Acho que essa é a primeira franquia que tenho todos os textos no site, então vamos à contagem, primeiro filme nota 6, segundo filme nota 8, terceiro filme nota 7, a nota desse novo darei no final, mas posso expressar rapidamente com uma única expressão: Filmaço do c******!! Sinceramente estava com muito medo do que iriam entregar nesse novo "John Wick - Baba Yaga", pois como encerrei o texto do terceiro longa, acreditava que deixaram muita coisa para um fechamento de franquia, e a promessa de algo incrível a cada novo trailer, a cada conversa de bastidores e tudo mais acabava parecendo que veríamos uma trama imensa, sem final definido e que cansaria demais, e felizmente isso tudo não aconteceu! Pois contando com quase três horas de duração, a trama passa voando, o tempo é usado da melhor forma para contar tudo, as cenas de lutas e tiros são impressionantemente bem coreografadas (a do Arco do Triunfo no meio dos carros, e a dentro da casa abandonada em plano-sequência é algo que vai ficar na mente eternamente!), e o resultado não desaponto nem em roteiro, muito menos na direção precisa, quiçá nos efeitos e na produção, sendo algo tão impecável que quem reclamar de algo realmente não gosta do estilo e foi assistir somente para reclamar. Portanto é o filme perfeito de ação que vai deixar saudades, afinal o que sabemos é que vem talvez uma série derivada e um filme sobre outra personagem do miolo, mas os filmes teoricamente acabam aqui e nem cena pós-crédito tem, afinal não precisaria também! (Edit: o longa tem uma cena no final dos créditos para fechar a história de um dos personagens e o gancho para o longa "A Bailarina") 

A sinopse nos conta que John Wick descobre um caminho para derrotar a Alta Cúpula. Mas antes que ele possa ganhar sua liberdade, Sr. Wick deve enfrentar um novo inimigo com poderosas alianças em todo o mundo e forças que transformam velhos amigos em inimigos.

Se no primeiro filme eu reclamei de um dublê/diretor de dublês assumir a direção de algo tão imponente como primeiro filme, nos demais eu disse que o diretor Chad Stahelski assumiu algo que é completamente a sua cara, pois ele dominou tudo, deu sua cara e basicamente quando algum diretor decide ter cenas de ação desenfreadas com coreografias gigantescas de lutas e dublês aos montes vão até ele para se consultar, e o melhor, ele manteve esse estilo como a sua assinatura, pois os quatro filmes você não consegue ver sendo de outro diretor. Ou seja, ele foi se aperfeiçoando tanto que as cenas que entregou agora no último capítulo da franquia, acaba sendo de um nível inimaginável, com tantos personagens em cena lutando, ambientes enormes que você vê que não são computacionais, com vidros quebrando no meio da pancadaria, carros passando entre os personagens e atropelando e trombando num balé gigantesco, e ao entrar numa casa abandonada ele teve o apoio do diretor de fotografia Dan Laustsen para fazer um plano sequência tão genial por cima do ambiente, mostrando tudo acontecendo no melhor estilo de videogame que pode não ser que ganhe prêmios, mas nas nossas mentes jamais será esquecido!

Sobre as atuações, não tem nem como falar sobre outro ator, afinal Keanu Reeves entrega tudo e muito mais em cena, fazendo muitas das principais lutas, e claro usando seu dublê para outras digamos mais perigosas, mas como a base é muito pegada, e é necessário grandes expressões no meio de tudo, o veterano ator se tornou um grande especialista em artes marciais e se joga por completo no personagem, fazendo com que seu John Wick tivesse carisma, impressionasse bastante em cada cena e marcasse uma época, então espero que pare a franquia aqui, podendo fazer um ou outro spin-off derivado, mas que não inventem moda. Diria que a inserção de Bill Skarsgård como o grande vilão Marquês de Garmont foi muito bem trabalhada, pois ele já sabe fazer vilões, tem cara de psicopata e conseguiu mesmo sem lutar chamar a atenção para si, o que é raro numa franquia do estilo, mas soube usar claro seus vários vilões e impostar trejeitos para marcar suas cenas. Ainda tivemos bons usos dos personagens de Ian McShane com seu Winston, Laurence Fishburn com seu Bowery King, Donnie Yen com seu Caine, e até uma forma de homenagem (mesmo sem saber que morreria realmente na semana passada, não dando tempo para refilmagens ou até mesmo para colocar nos créditos algo) para Lance Reddick com seu Charon, mas sem dúvida quem acabou chamando muita atenção entre os secundários foi Shamier Anderson com seu rastreador Ningúem e sua cachorra violentíssima que acompanharam a trama do começo ao fim com cenas bem marcantes e envolventes.

Visualmente o longa é luxuosíssimo, tendo quase portais de teletransporte por todos os cantos do mundo, afinal o personagem está em Nova York, na cena seguinte em Osaka, logo depois na Rússia, pula para Paris e claro passando por diversos pontos conhecidos e outros muito bem montados, tendo vitrais em uma exposição incrível no Japão com tudo sendo estilhaçado durante lutas imensas e tiroteios para todos os lados, na Rússia vemos uma rave completamente insana com vários figurantes dançando sem parar e os personagens lutando que nem malucos no meio de cascatas de água, em Paris vemos os atos principais na rotatória do Arco do Triunfo com um balé incrível de carros, motos e atores, uma escadaria imensa com muitas lutas e tiros também, e uma casa abandonada cheia de elementos cênicos que foi inteiramente montada para gravação aérea incrível, isso tudo com armas imponentes, ternos de kevlar à prova de balas, armas brancas e tudo mais que se possa imaginar sendo usado em cena, ou seja, uma produção gigantesca que a equipe de arte não economizou uma moeda que seja.

A questão sonora é algo para se tirar o chapéu também, sendo uma das melhores mixagens já feitas, e sem dúvida já podemos esperar que estará nas premiações do ano que vem, além de uma trilha sonora incrível que dita o ritmo do começo ao fim, sendo que nas cenas em Paris passam a fazer parte com uma rádio de DJs montando o setlist para a caçada ao protagonista, fora os sons impressionantes fortes e com muito impacto na sala Imax que vibra até a cadeira, ou seja, bom demais.

Enfim, é um tremendo filmaço, que fecha muito bem a franquia (volto a falar que por enquanto só se sabe que teremos uma série na Prime Video sobre o Hotel Continental sem os protagonistas dos filmes e o spin-off "A Bailarina" que já está filmado contando com muitos dos personagens originais e deve ser lançado em breve, então não espero que voltem com mais sequências) e que vale completamente os 169 minutos de projeção para quem gosta de ações frenéticas do começo ao fim, então vá na maior sala possível e que conte com o melhor som de sua cidade, e curta bastante, pois recomendo demais a trama para todos. E é isso pessoal, até talvez daria para dar um 9,5 ou 9,8, mas como não trabalho com notas quebradas, vamos com a nota máxima, e fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Star+ - Fresh

3/19/2023 10:39:00 PM |

Quem vê o pôster de "Fresh" pode achar que a trama do longa é assustadora e forte, mas diria que conseguiram manter um tom que qualquer um consegue assistir de boa, pois mostra que as vezes um encontro com um cara bonito, charmoso e sensual não vai dar muito certo, então tem de ficar esperta mesmo. Confesso que esperava algo mais impactante, pois a sinopse já é algo bem forte de se pensar, e pelo pôster junto de algumas imagens do filme que saiu já tem um ano, pensava que cairia mais para o lado de um terror gore, mas não é um suspense bem alocado com doses de terror e até algumas pitadas cômicas, aonde os protagonistas estão ótimos no que fazem em cena, e que ainda contou com algumas surpresas bem interessantes, ou seja, já fazia quase um ano que pensava em dar play nele, e nem sei direito o motivo que acabei deixando de lado, mas hoje conferi e posso dizer que vale o tempo de tela, sendo algo que dava para pesar ainda mais a mão e também dava para ser ainda mais leve caso quisessem, então acabou sendo daqueles que vamos lembrar e gostar de indicar.

O longa nos conta que frustrada de usar aplicativos de namoro apenas para acabar em encontros chatos e tediosos, Noa se arrisca ao dar seu número para o charmoso Steve depois de um encontro na parte de produtos de hortifruti no mercado. Durante o encontro em um bar local, brincadeiras atrevidas dão lugar a uma conexão carregada de química, e uma apaixonada Noa se atreve a esperar que ela possa realmente ter encontrado uma conexão real com o estranho do supermercado. Ela aceita o convite de Steve para uma escapadela de fim de semana improvisada, apenas para descobrir que seu novo amante esconde alguns apetites incomuns.

O pessoal não acredita, mas fica claro que o melhor estilo para se estrear na direção de longas é a comédia, pois ela abre possibilidades para você fazer muitas coisas, e aqui a diretora Mimi Cave depois de muitos curtas e videoclipes encontrou o tom certo para trabalhar algo engraçado de certo modo e  bem tenso também, afinal colocou em cheque o estranho gosto de alguns canibais, e se tem quem coma, tem quem faça o trabalho sujo, ou nem tão sujo como é o caso aqui, e contando com um roteiro preciso da também roteirista estreante em longas Lauryn Kahn, se deu abertura para fazer um filme cheio de boas sacadas, com doses bem tranquilas e outras mais violentas, e subjetivando bastante esse meio gourmet de elite que alguns malucos têm. Ou seja, pode parecer estranho num primeiro momento, com um ritmo calmo e bobo em seguida, mas quando chega na casa mesmo do protagonista, aí o mundo gira e as coisas ficam mais intensas, porém ainda assim com um certo charme e bem trabalhado por todos para que o filme fluísse de maneira bacana, e assim sendo se seguir essa linha pode até ser que ambas diretora e roteirista fiquem famosas, pois mostraram a que vieram sem errar no tom.

Sobre as atuações com toda certeza vamos lembrar muito mais de Sebastian Stan aqui do que com seus ares imponentes nos filmes de heróis, pois o ar galanteador que deu para seu Steve e depois todo o estilão de médico/açougueiro de luxo ficou incrível, de tal maneira que ele pegou o personagem, se divertiu com todo o estilo e não pecou em uma cena sequer, ou seja, se doou por inteiro e fez trejeitos e intenções de maneira precisa para tudo o que o papel pedia. Daisy Edgar-Jones também foi muito bem em cena, trabalhando sua Noa com um semblante delicado e bem colocado, mas nas cenas que precisou agir foi muito bem e deu show, sendo uma personagem até que meio bobinha se olhar a fundo, porém que conseguiu ter dinâmicas certeiras e chamar para si a responsabilidade nos atos que precisava, acertando bastante. Ainda tivemos bons momentos de Jojo T. Gibbs com sua Mollie, alguns atos meio que engraçadinhos com Dayo Okeniyi com seu Paul, e até Charlotte Le Bon marca presença com sua Ann, mas vale mesmo o destaque para Andrea Bang com sua Penny, mais pelo tom das conversas sem se verem, do que pelos atos finais em si, mas lutou com força quando precisou também.

Visualmente a trama mostrou que a equipe de arte não economizou em nada, tendo desde um apartamento simples da protagonista com um jantarzinho bem arrumado, passando por alguns restaurantes interessantes, até chegar na mansão do protagonista, aonde muitas celas são vistas mas sem serem do tipo de cadeia, com um certo luxo meio que de quartos, uma cozinha com mesa de jantar bem rebuscada, e claro um freezer lotado de partes de corpos, além de um ar campal bem marcante para serrar partes mais duras, ou seja, tudo muito bem elaborado e cheio de detalhes, isso sem contar a segunda casa dele, aonde vemos sua esposa e o detalhe dela, ou seja, tudo com muito luxo e rigor que os clientes desse tipo de carne exigem!

Enfim, dava para o filme ser bem mais tenso e recair mais para um terror mais forte, mas o estilo cômico caiu bem para dar uma aliviada e funcionar dentro da proposta de dar medo nas pessoas que fazem encontros às escuras, mas ainda divertir com sacadas bem colocadas, e contando com atuações bem encaixadas não tinha como dar errado. E assim sendo é claro que recomendo o longa na Star+ para todos do país e na Hulu para o pessoal de fora, pois vale o tempo, não é alongado e vai trazer sensações diferentes para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - Emily, A Criminosa (Emily The Criminal)

3/19/2023 06:58:00 PM |

Costumo dizer que alguns filmes começam com um ritmo tão forte que parecem querer resolver tudo nos primeiros minutos de tela, e isso não é bom de acontecer, pois a tendência logo em seguida é amornar para ter o devido desenvolvimento, e a trama de "Emily, a Criminosa" que estreou na Globoplay/Telecine usa desse artifício para mostrar a vida da protagonista que trabalha como entregadora de comida e não consegue um emprego melhor por ter antecedentes criminais, e devendo muito dinheiro para o banco acaba aceitando entrar para um grupo de pessoas que clonam cartões e compram coisas para revender. Ou seja, toda essa dinâmica de furtos é passada voando, e logo vemos ela caindo de ritmo e se envolvendo em outras coisas sem ficar rodeando, de forma que não digo que tenha sido algo ruim o estilo escolhido, só poderiam ter usado menos velocidade em tudo, pois se olharmos ao fundo, a trama é um drama, e não uma síntese de ação, o que acabou parecendo ser o contrário. Portanto é um passatempo até que interessante para quem gosta do estilo, mas é daqueles que mostra que o crime compensa o risco, e assim o filme não joga mensagens interessantes para o público.

A sinopse nos conta que Emily está com dificuldades na vida. Sendo uma universitária com uma grande dívida estudantil, ela precisa achar um emprego rápido, porém com uma pequena ficha criminal tudo fica mais complicado. Isso a leva tomar medidas desesperadoras e entra em um esquema de fazer compras com cartões de crédito roubados por Youcef e revender tais compras. Recebendo um "não" após o outro em suas diversas entrevistas, Emily começa a tomar gosto pelo dinheiro rápido e o mundo do mercado negro.

É bem fácil entender um pouco dessa correria ao ver que é a estreia do diretor e roteirista John Patton Ford em um longa metragem, pois como sabemos quando fazemos curtas temos de ir direto ao ponto, o que não é tão necessário quando se tem mais tempo, mas isso não impediu de trabalhar bem a personagem, mostrar suas ambições e suas amizades meio que forçadas, e claro desenvolver bem a formatação do golpe, mostrando os devidos riscos, e depois usar ainda a base para mostrar como as pessoas por trás do golpe fazem tudo, e assim diria que ele até foi bem em algumas dinâmicas, mas certamente dava para não pesar tanto a mão de uma vez só. Ou seja, o que vemos na tela é o desenvolvimento de uma garota num crime, e faltou um pouco mais de mostrar como os criminosos agiam, e assim fluir melhor, mas o filme funciona de certa forma e agrada bem, mostrando que o diretor tem estilo, e possivelmente num próximo longa irá se sair melhor.

Sobre as atuações, diria que gostei do estilo que Aubrey Plaza colocou para sua Emily, de modo que trabalhou vários trejeitos e situações durante seus atos, foi marcante dentro da medida, e agradou sem precisar forçar a barra, mostrando claro que não leva desaforo para casa e disposta a conseguir tudo o que era dela, ou seja, fez bem as vezes que uma protagonista precisa ter e agradou. É até engraçado que Theo Rossi seja americano mesmo, pois na maioria dos filmes ele é colocado como estrangeiro que chegou no país e está fazendo sua vida por lá, e aqui seu Youcef combinou demais com sua personalidade, de modo que cheguei a pensar realmente que tinham colocado algum libanês no papel, e isso mostra que ele soube segurar bem os trejeitos de seus ancestrais e chamou atenção com boas dinâmicas. Quanto aos demais tivemos mais participações apenas, sem grandes chamarizes, com destaques leves para a amiga "não muito amiga" da protagonista Liz, vivida por Megalyn Echikunwoke, e também para o irmão do protagonista vivido por Jonathan Avigdori que mostrou atitude em alguns atos com caras fortes, mas não foi muito longe com tudo.

Visualmente a trama focou em mostrar um pouco da vida dos entregadores de comida dos EUA, levando refeições grandes meio que diferente daqui, trabalhou com a ideia de serviços para ganhar dinheiro fácil, mas não honesto e mostrou uma máquina de clonar cartões bem interessante (não sabia que era dessa forma que faziam), e claro algumas cenas mais criminosas e impactantes com os roubos dos dois lados, mostrando que a equipe de arte arrumou muitas caixas para um depósito e brincou bem com toda a simbologia criminal.

Enfim, é um filme até que interessante de proposta, que mostra bem o lance criminoso dando a vez para a protagonista, e que mostra ainda que o crime compensa se bem trabalhado e sabendo dos riscos, mas como filme acho que poderia ter melhorado mais em tudo, sendo um passatempo bem simples para quem gosta de um drama simples. E assim sendo fica a recomendação, e eu fico por aqui agora, voltando em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Skinamarink: Canção de Ninar (Skinamarink)

3/19/2023 02:19:00 AM |

Diria que o terror "Skinamarink: Canção de Ninar" é claustrofóbico de certa forma por não mostrar efetivamente os atores, nem trabalhar com uma tensão de sustos, mas acredito que tenham exagerado demais na duração da trama, e talvez na escolha do desenvolvimento para que fosse mais "entendível", pois quem não ler a sinopse inteira antes de conferir o filme provavelmente não irá entender absolutamente nada do que está sendo mostrado na tela com imagens cheias de ruído e que causam uma certa estranheza de olhar para os ambientes da casa, cantos, objetos e brinquedos caídos, e tudo mais. Em certo momento acreditei ir por um caminho meio óbvio usando a fala do pai da criança logo no comecinho, mas depois nada me fez acreditar nisso com grande afinco, então apenas digo que não sei se fui atingido como deveria pela trama. O mais estranho é que o longa se tornou viral mundo afora, então deve chamar muita atenção do público nas salas de cinemas, aliás eu mesmo quis conferir a cabine de imprensa logo que chegou o convite, mas meu medo agora é com os amigos gerentes de cinema, pois a chance de pedidos de reembolso vai ser meio que alta, e não por ser um filme ruim, apenas por ser algo tão diferente e experimental, que muitos não vão se conectar com o resultado, e isso sim é uma falha grande. Ou seja, se o diretor cortasse cerca de 30-40 minutos eu diria que seria algo perfeito, que criaria tensão e grandes estranhamentos com tudo, mas 100 minutos foi algo que acaba se perdendo muito fácil sem ter alguém ou algo na trama para se conectar.

A sinopse nos conta que após um acidente bizarro, uma menina de seis anos e seu irmão de quatro anos acordam uma manhã e descobrem que todas as portas e janelas dentro de sua casa desapareceram. Todos os telefones estão mudos e o cabo também. O pai deles também está desaparecido. Para lidar com a situação estranha, os dois trazem travesseiros e cobertores para a sala e se acomodam em uma festa do pijama tranquila. Eles reproduzem antigas fitas de vídeo de desenhos animados para preencher o silêncio da casa e distrair da situação assustadora e inexplicável. O tempo todo na esperança de que eventualmente alguns adultos venham resgatá-los. Depois de uma noite dormindo na casa lacrada, coisas estranhas começam a acontecer. As coisas desaparecem. Sons estranhos emanam do andar de cima. As luzes se apagam sozinhas. Depois de um tempo, fica claro que algo está cuidando deles.

Diria que o diretor e roteirista Kyle Edward Ball foi muito esperto, pois em seu primeiro longa, usou toda a sua experiência com o canal de vídeos curtos que tem e através de um crownfunding (ou vaquinha como conhecemos aqui) arrecadou o dinheiro para fazer o longa e com isso seu filme teve diversos produtores mundo afora, de tal forma que o famoso boca a boca se popularizou, então não é por ser uma trama aterrorizadora de pesadelos de infância que o filme explodiu, mas sim por muitos irem indicando e com isso mais e mais pessoas querendo ver, e aí variando dos gostos, cada um enxergou algo na ideia aberta do longa e o resultado foi assim. Ou seja, a trama acabou sendo exageradamente experimental, tanto para o diretor que teve sua primeira experiência com um longa, quanto para o público, que diria ter sido usado em algo que não traz quase que nenhum sentimento, e isso é algo que pesa bastante.

Só não vou pular a parte que falo das atuações, por respeito aos meus leitores, pois o filme tem quatro atores, sendo duas crianças (Lucas Paul como Kevin e Dali Rose Tetreault) e dois adultos (Ross Paul e Jamie Hill), mas facilmente daria para fazer igual nos desenhos do "Tom e Jerry" em que os humanos não aparecem a cabeça nem o corpo direito e colocar qualquer um em cena, pois diria que consegui enxergar os jovens umas quatro ou cinco vezes por inteiro, e sem expressões quase que nenhumas, e os adultos tentam dar alguns sustos em tons de vozes e poucas aparições, ou seja, se quisesse economizar com cachê pegava uma atriz pequena e ela faria os quatro papéis.

Visualmente, o que conseguimos ver no meio das cenas bem escuras é uma casa de dois andares, vários cantos dela, um quarto de casal aonde rolam algumas cenas estranhas com uma mulher sentada na beirada, um porão e um banheiro que some a privada e precisam usar baldes (aliás a única cena com luz total que vemos bem o ambiente), e claro aonde rola praticamente o filme todo que é a sala aonde os protagonistas mirins levam suas cobertas e ficam por ali assistindo alguns desenhos antigos, além de um chão cheio de brinquedos de montar que vão sumindo, e uma mosca logo no começo que pareceu até sair de minha TV (único momento que fiquei bem tenso querendo tirar o bicho dali, devido a profundidade que deram para tudo), ou seja, a equipe de arte sofreu mesmo para se achar na casa escura, e o diretor optou por um excesso gigante de ruído na tela que acaba incomodando de uma forma bem ruim, mas é um estilo.

Enfim, é um filme completamente diferente de tudo o que já vi nesses anos de crítica, e isso é bom por mostrar criatividade, mas como já disse o gênero experimental (nem vou classificar o longa como um terror) é um dos que menos gosto, então pelo meu gosto pessoal não recomendaria a trama, mas sei que tem gente que ama o estilo, então talvez se apaixone pelo resultado, e assim sendo fica a dica para os que estão completamente malucos para ver a trama pelo hype criado na internet e nos aplicativos de vídeos instantâneos. E é isso pessoal, fico por aqui hoje agradecendo a distribuidora A2 Filmes pela cabine de imprensa, e volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Star+ - O Estrangulador de Boston (Boston Strangler)

3/18/2023 08:09:00 PM |

Costumo dizer que uma história real tem várias formas de ser contada, e também tenho falado muito que ultimamente a maioria dos roteiristas andam extremamente preguiçosos e sem criatividade, usando elos de outros filmes e desenvolvendo histórias que por vezes nem acabariam impactando tanto, mas que conseguem chamar atenção ao menos. Dito isso, a história dos casos de assassinato em Boston nos EUA já geraram diversos filmes, séries e tudo mais que se possa ser falado, e cada vez usavam o vértice de um investigador, do assassino e agora chegaram na formatação para mostrar um pouco da história das duas jornalistas investigativas que praticamente viveram os anos de 62 a 65 em cima de tudo sobre os casos, descobrindo elementos e pistas bem colocadas para suas matérias, que por vezes sem ter toda a burocracia que os policiais precisavam para investigar os crimes, acabaram sabendo muito mais coisas antes mesmo que os investigadores profissionais, ou seja, o longa da Star+, "O Estrangulador de Boston", acabou sendo mais uma homenagem à Loretta McLaughlin e Jean Cole, do que realmente um filme sobre o assassino, mas que o diretor soube desenvolver bem os elementos dramáticos em cima do estilo policial, envolvendo bem e dimensionando tudo para que a trama ficasse bem interessante.

O longa acompanha um misterioso assassino que faz cada vez mais vítimas, e a jornalista Loretta McLaughlin, que se torna uma das primeiras a conectar os assassinatos do estrangulador de Boston. Todavia, quando Loretta tenta seguir sua investigação ao lado de sua colega e confidente Jean Cole, a dupla se vê prejudicada pelo sexismo da época. Mesmo assim, McLaughlin e Cole seguem corajosamente, arriscando suas vidas em uma busca para descobrir a verdade.

Diria que o diretor e roteirista Matt Ruskin até foi bem no clima que construiu em cima da trama, mostrando a densidade cênica bem colocada em cima da protagonista, desenvolvendo bem toda a dinâmica das investigações, e mostrando claro que o meio aonde elas estavam mexendo era algo não muito comum de mulheres estarem envolvidas, mas que não ligaram e foram fortes em busca de respostas, e claro exigindo mais investigações em cima dos casos. Algo que tem de ficar claro sobre a ideia do diretor é o de mostrar a atuação feminina, o meio de pesquisa da época e claro toda a estrutura jornalística em cima de tudo, e não tanto focar nos crimes como outros filmes fizeram, então o longa tem uma abertura mais marcante em cima dessa essência jornalística, mostrando que esse grupo de jornalistas investigativos se arrisca demais para conseguir um furo ou a resolução de algum problema, por vezes esquecendo da sua própria segurança e de sua família, ou seja, merecem as devidas homenagens com toda certeza, pois muitas vezes alguns fazem o trabalho investigativo maior que muitos policiais e detetives, e não por esses não quererem ir além, mas por toda a burocracia que envolve tudo, então só por esse motivo vemos um filme aonde vemos muito de um ar feminista, mas poderia ser qualquer um ali, o caso é que aqui a história foi real, e mereceu ser mostrada assim.

Sobre as atuações, Keira Knightley trabalhou bem sua Loretta, deu um estilo direto de mulher moderna em plenos anos 60, e desenvolveu olhares e atitudes fortes mesmo vendo imagens duras de mulheres mortas por alguém, e claro trabalhou bem seus gestuais para que não soasse forçado a dinâmica que o papel pedia, ou seja, agradou sem exagerar, mostrando seus medos e indo além deles. Já Carrie Coon mostrou alguém realmente do meio, que não tem medos, que é explosiva e que entende muito como é esse meio jornalístico, trabalhando sua Jean bem pautada nas cenas, e ampla de estilo, mostrando força e astúcia para saber aonde pegar cada elemento para sua matéria. Tivemos ainda boas participações de Chris Cooper como o editor do jornal Jack bem direto nas ideias, Alessandro Nivola como o detetive que virou consultor dos filmes sobre o assassino nos anos 60, entre outros bem colocados, mas a base toda do filme focou nas duas mulheres, então apenas se postaram bem e não tiveram grandes destaques.

Visualmente a trama mostrou além de algumas cenas dos crimes, todas com uma densidade noir bem marcante do estilo policial, toda a realidade dentro de redações jornalísticas da época, com muitas máquinas de escrever, a montagem dos jornais com colagens das fotos, das matérias e dos títulos em destaque (hoje o pessoal faz isso de olhos fechados no computador!), vemos as divisões de coberturas com a clara escolha de utensílios domésticos e colunas sociais para as mulheres, e claro vemos também toda a infiltração de jornalistas nos meios para conseguir melhores informações, ou seja, a equipe de arte trabalhou em muitos lugares para realçar todo o ambiente das protagonistas, e conseguiu chamar atenção.

Enfim, é um filme que passa longe de ser algo perfeito, pois em alguns momentos até força a barra, em outros usa e abusa de elos já mostrados em outros filmes, mas que conseguiu passar bem a mensagem e agradar de certa forma, valendo tanto para jovens que desejam seguir uma carreira no jornalismo investigativo ver um pouco mais da profissão, e também para conhecermos as duas jornalistas que deram o máximo de si para tentar desvendar o caso dos assassinatos na época, então fica a recomendação para ver o longa no streaming. E eu fico por aqui hoje, já que o outro longa tem embargo e a crítica vai sair só na terça, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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