Bom se você vivencia o mundo corporativo das grandes empresas, sabe bem a loucura que é de ter prazos curtíssimos, relatórios insanos, cobrança fora do comum, e uma pressão que são poucos que não saem doentes de lá, e houve uma época na Suíça que muitos diretores começaram a cometer suicídios, e ninguém explicava isso, então a diretora Sabine Boss resolveu pesquisar, e entregou o longa "Tempo de Caça", que certamente indicarei para os amigos que dão aulas em cursos de administração, pois é um filme forte, intenso, e que praticamente mostra bem o clima de cobrança que deixou um diretor maluco, e que só não é mais indicado para o público comum por mostrar algo quase que documental de intenso, sem firulas, sem conceitos de cinema artístico, mas sim algo duro e direto que quem for da área entenderá bastante, e ficará sem dormir depois com toda a ideia passada. Ou seja, a diretora fez um trabalho de pesquisa incrível, e criou um filme mais incrível ainda, que parece ser até mais longo do que realmente é, mas não cansa e agrada bastante.
A trama nos conta que como diretor financeiro, Alexander Maier luta pela sobrevivência da empresa onde trabalha. Quando Hans-Werner Brockmann, o novo CEO, é nomeado, Alexander se envolve numa luta de poder que cada vez mais o desequilibra. Diante da ruína de sua existência, ele vê apenas uma possibilidade de vingança.
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A trama nos conta que como diretor financeiro, Alexander Maier luta pela sobrevivência da empresa onde trabalha. Quando Hans-Werner Brockmann, o novo CEO, é nomeado, Alexander se envolve numa luta de poder que cada vez mais o desequilibra. Diante da ruína de sua existência, ele vê apenas uma possibilidade de vingança.
Já disse isso, mas volto a falar que o trabalho da diretora Sabine Boss foi algo quase documental, transportado para o lado ficcional apenas para ter personagens e não precisar dar nome de empresas e funcionários, mas quem vive nesse meio certamente verá muitos rostos conhecidos, conectará detalhes e enxergará alguém próximo de si, pois foi algo muito bem feito, rico em detalhes de pressões, de reuniões, de ambientes tóxicos, de situações enfrentadas por funcionários menores que riem em momentos de descontração, mas acabam desesperados por gritos de números e mais números. Ou seja, a diretora junto com os demais roteiristas (e até um consultor de roteiro para os termos mais técnicos) foram bem demais em tudo, criando algo de um valor tremendo para o público que o filme foi direcionado, pois volto a frisar, a maioria verá o longa com olhos esperando uma ficção mais insana sobre o ambiente corporativo, e acabará decepcionada e cansada, pois não verão nada disso, e assim sendo, é um filme de nicho, que é curto e direto no ponto, e que funciona.
Quanto das atuações, basicamente Stefan Kurt deu um show com seu Alexander Maier, sendo preciso nos olhares desesperados, no temperamento controlado para não dar um tiro na cabeça do chefe, imponente nas decisões, e claro como todo empresário, deixando a família de lado, ao ponto que vemos o ator de uma maneira tão concisa de estilos, preciso nos atos para ser representativo que até sentimos suas dores de cabeça, suas insônias e tudo mais, ou seja, perfeito. Da mesma forma Ulrich Tukur foi direto como Brockmann, sabendo os momentos certeiros como todo grande CEO costuma fazer, indo direto nos pontos chave, e com olhares sempre dinâmicos para parecer o perseguido, ou seja, um trabalho de estudo muito bem feito, que também chama muita atenção. Quanto aos demais, como disse acima conseguimos enxergar cada amigo da área corporativo, vemos que todos os atores se dedicaram bastante nas personalidades encontradas, e certamente pesquisaram com amigos e parentes que vivem desse meio, afinal é impossível uma diretora ter conseguido passar tudo para eles, e assim sendo o resultado tanto dos familiares, quanto dos demais membros da empresa foi bem utilizado, mas sem grandes destaques.
Visualmente a trama teve uma proposta bem encaixada, mostrando uma empresa cheio de salas de diretoria, com salas de reuniões simples, porém bem feitas, alguns ambientes com vários operadores, mas o destaque ficou para as casas dos diretores, com direito a stand de tiro virtual e tudo mais, lareiras, e tudo de muito requinte, além de uma caçada em uma floresta, ou seja, tudo bem ornamentado para dar um certo "alívio" das tensões dentro do ambiente pesado da corporação, mas que ainda assim mantiveram bem intenso e com propostas de competitividade bem ousadas, marcando cada elemento como algo bem trabalhado.
Enfim, é um filme que tenho certeza que nas mãos de outros amigos da crítica irão odiar e dar notas baixíssimas, afinal como cinema mesmo o longa acaba sendo cansativo e não passa uma mensagem para o espectador comum, porém como o Coelho fora do mundo da crítica trabalha também nessa área mostrada no longa, o resultado foi perfeito, muito realista, e como disse várias vezes, quase documental, ao ponto que vou indicar para diversos professores da área, e claro para alguns amigos da área também, pois vale muito a conferida, então se você também tem amigos da área administrativa de grandes empresas, confira o longa, mas do contrário, até recomendo, mas certamente você irá mais se cansar do que gostar do que verá. Deixo aqui o link para quem quiser conferir, mas lembrando que só estará online até as 20hs do dia 01/09 então corra. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.