Amazon Prime Video - Mergulho (La Caída) (Dive)

1/31/2023 01:03:00 AM |

Abusos sexuais nos esportes é algo que já existe faz tempo, mas não parecia ser algo tão banal como hoje, que a cada dia ficamos sabendo de mais e mais casos estampados na mídia, aliás o tema não deveria existir em nenhuma profissão (afinal estou falando do esporte profissional, que tende a ter um envolvimento mais amplo entre técnicos e atletas), mas a cada dia que passa as coisas ficam mais sujas e feias no mundo todo, ou seja, não vemos uma solução fácil para a "humanidade" atualmente. Dito isso, o longa original da Amazon Prime Video, "Mergulho", usa como base os acontecimentos pré-Olimpíadas de 2004 na Grécia com a delegação de mergulho mexicana, mas a diretora usou relatos de vários outros ex-atletas que se dispuseram a contar seus casos para que tudo ficasse ainda mais marcante, e o filme embora simples de situações é completamente forte, cheio de nuances e olhares intensos, aonde a protagonista inclusive treinou por alguns anos o mergulho para não precisar tanto de dublês e passar o sentimento real em seus atos, ou seja, é daqueles filmes que a personificação chama até mais atenção do que a história em si, e tudo acaba sendo de grande importância, criando emoções e situações bem fortes, que só não digo que tenha sido perfeito por faltar talvez um impacto maior em tudo, mas como disse, infelizmente essa situação está bem banal, então fazer com que chocássemos com algo nesse interim é algo difícil de acontecer.

O longa nos mostra que Mariel é uma mergulhadora veterana e competitiva que tem uma última chance nas Olimpíadas. No entanto, quando uma terrível verdade vem à tona, Mariel tem que enfrentar seu maior dilema pessoal: ela está realmente conquistando seu sonho?

Diria que a diretora Lucía Puenzo foi muito imponente na forma de trabalhar o seu longa, pois soube segurar a dramaticidade em pontos bem específicos sem precisar ficar fazendo algo constante, mas sim deixando que o terror e a mensagem ficasse explícito no olhar e nas dinâmicas da protagonista, não jogando todo o fato para cima da garotinha, mas sim de alguém que já vivenciou tudo e começa a se enxergar na outra, pensando em tudo o que possivelmente já ocorreu, em tudo o que vivenciou e se aquilo foi algo bom para ela, e com atos introspectivos cheios de amplitude ela foi permeando tudo na cabeça do espectador para que as conclusões fossem únicas para todos, fora o que chama atenção nas falas e atos da adolescente, que depois pesquisando um pouco fiquei sabendo que foram falas reais de uma jovem e que aconteceu tudo daquela forma. Ou seja, é daqueles filmes que ficamos olhando indignados e revoltados por acontecer assim, e que por vezes até pediria algo mais ficcional para dar a explosão necessária para um filme, mas nesse caso não vou, pois a necessidade de mostrar isso está cada vez mais evidente, e possivelmente veremos em breve outras produções do mesmo estilo.

Sobre as atuações já falei um monte no começo e volto a falar sobre o quanto boa foi a interpretação de Karla Souza com sua Mariel, pois além de aprender a mergulhar para não precisar de dublês de corpo na maior parte das cenas (acredito que não tenha feito todas as manobras, mas se fez parabéns multiplicados ao máximo!), mas além disso soube trabalhar muito mais com olhares e expressões do que com diálogos, e isso fez dela algo que já falei de voltar às origens do cinema que é não precisar ficar explicando tudo o que está na tela para o público ver, e seus sentimentos cênicos disseram muito sobre tudo o que pensa e como a personagem pensava de uma forma única e muito precisa. Hernán Mendoza também foi muito bem com seu Braulio, de forma que se impôs como um técnico duro, porém bem carismático, mas que passa dos limites com suas atletas, e mesmo sem mostrar tudo o que ocorreu de fato, as sínteses acabaram sendo bem mostradas nas entrelinhas, e a cena do carro é marcante com ele se debulhando em lágrimas pedindo o perdão e a protagonista apenas um "não me toque nunca mais em sua vida", e sua expressão muda de forma bem imponente, ou seja, se encaixaram muito em tudo. Ainda tivemos outros bons personagens como o da garota Nádia vivida por Dèja Ebergenyi, a mãe imponentíssima dela vivida por Fernanda Borches, entre outros que deram encaixes para a trama, mas a base mesmo ficou com os dois protagonistas.

Visualmente o longa mostrou bem o centro de treinamento com vários equipamentos de acrobacias (sério eu não sabia como treinavam para as cambalhotas no ar e gostei muito!), a moradia de alguns atletas dentro do clube, o apartamento da família e um motel aonde a equipe ficou hospedada durante uma competição, mostrando bem todas as dinâmicas mais tensas e envolventes com simbologias e as devidas convenções, tendo claro como principais elementos os remédios para constantes infecções, o vídeo mostrando a vida de competições da protagonista e claro o diário da garotinha com suas anotações, mostrando que a equipe de arte trabalhou bem nos ambientes, tirando todo o ar "festivo" dos alojamentos e acertando em não forçar tanto a barra, pois dava para ir além.

Enfim, é daqueles filmes que você se sente mal só de pensar no que as atletas passaram com os técnicos que estão sendo acusados, e que faz pensar também o motivo de muitas não agirem de cara, pois muitas vezes a repreensão é tão grande que a vítima acaba sendo acusada de algo numa inversão idiota que muitos fazem, ou seja, um filmaço que faltou um pouco mais de explosão, mas que ainda assim é importantíssimo a conferida, e recomendo demais. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Dei um ponto a mais pela importância do filme, pois cinematograficamente falando a nota seria um oito.


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O Grande Mauricinho (The Amazing Maurice)

1/29/2023 10:49:00 PM |

Cada vez mais tem surgido animações com propostas malucas que misturam estilos e histórias clássicas, dando um tom diferente de tudo e que acabam brincando com o imaginário e com as ideias dos espectadores, de modo que tudo tenha estilo e cative também dentro da proposta, e isso é genial, pois sempre reclamamos de várias refilmagens, vários longas trabalhando as mesmas ideias, e quando vem algo diferente por vezes torcemos o nariz e não entramos no clima. E uma história bem maluca que entra em cartaz nos cinemas na próxima semana é o filme "O Grande Mauricinho", que brinca com a trama do "Flautista de Hamelin", mas de uma maneira mais icônica, dando voz para diversos narradores, mudando por vezes o protagonista durante toda a exibição de forma que não cansa pelo estilo chamado, mas sim revirando tudo para que conhecêssemos os personagens, criássemos carisma com os diversos ratinhos, e pouco entrasse na onda dos humanos, o que acaba sendo bem legal, porém é um filme com uma pegada meio maluca, que muitos podem assustar num primeiro momento, e ficar meio apreensivos com toda a estética, mas ao final tudo faz muito sentido, e o resultado acaba sendo algo divertido de ver, e que entrega uma boa sacada de fechamento que está entrando na moda, então fica a dica para conferir nos cinemas.

A sinopse nos conta que Mauricinho é um gato muito esperto que inventa um golpe para ganhar dinheiro fácil. Ele faz amizade com um grupo de ratos falantes e passa a viajar de cidade em cidade oferecendo-se para resolver misteriosos problemas de infestação… de ratos! Tudo vai bem com o golpe, até que Mauricinho e os roedores chegam à cidade de Bad Blintz e conhecem Marina, uma menina muito inteligente que pode fazer o plano ir por água abaixo.

O mais engraçado é que o diretor e roteirista Toby Genkel tem sido um dos que mais trabalha com animações diferentes dos moldes usuais, tendo entregue nos últimos anos "Epa! Cadê o Noé?" e sua sequência "Epa! Cadê o Noé? 2" e também "Missão Cegonha", que brincaram com o lúdico de histórias casuais e acabou divertindo bastante a todos, e aqui ele ousou mais uma vez nessa trama que é baseada no livro de Terry Pratchett e que foi roteirizada por Terry Rossio ("Aladdin", "Shrek") que acaba brincando com o fator de união para destruição, brinca com o lado de ganhar dinheiro usando os outros, e até mesmo a redenção de bondade no final, mas que entrega atos bem malucos para passar tudo, e com dinâmicas bem rápidas para evidenciar toda a essência da trama. Ou seja, pode ser que alguns menorzinhos não entrem tanto no clima que o diretor brincou, mas como tem boas cores e muitos personagens em movimento constante talvez peguem eles nesse conceito, já os maiores vão rir das situações e quem entrar por completo no clima vai curtir bastante, pois o diretor fez claramente uma história mais juvenil do que infantil dessa vez.

Sobre os personagens, dessa vez vi a versão original com Hugh Laurie, Emilia Clarke, Himesh Patel, Gemma Artenton, entre outros, mas sei que no Brasil virá com dublagens de Marcelo Adnet, Sophia Valverde e Marcus Eni nas vozes principais, então certamente o tino cômico vai ser ainda maior, e posso dizer que o gato Mauricinho é bem bacana, tem boas sacadas e dinâmicas cênicas bem trabalhadas, dando o devido encaixe tanto com os ratinhos quanto com os humanos, e isso é algo que funcionou bem, e falando nos humanos, ficou bem trabalhado toda a interação narrativa de Marina, que lê muitos contos de fadas e gosta de se ver no meio das tramas, ainda tivemos o garotinho Kinho que toca flauta muito bem e se conecta com todos, isso sem falar nos ratinhos bem trabalhados que levam os nomes das comidas que comeram e deram as vozes para eles, sendo bem bacana todo o ar de cada um, seus atos heroicos e cheios de desenvoltura, ou seja, é daqueles filmes que tem personagens bem desenhados e cada um com personalidades bem marcadas, o que dá um tom a mais para o filme.

Visualmente a trama foi bem desenvolvida numa cidade bem colocada, com desenhos não tão realistas, mas também não tão falsos, que ficassem fora de contexto, temos os vários elementos das cenas com comidas sumindo, vemos toda a interação dos ratinhos em luta contra cachorros, e bons elos desenvolvidos entre os personagens seja na floresta em busca da flauta que tenha um real encanto, além de um final bem interessante e marcado com a essência do filme, ou seja, vários símbolos, cores e envolvimento desde o quarto da garota quase parecendo uma biblioteca de tantos livros, até um esconderijo de comida recheado de gulodices, e assim o resultado funcionou bem nesse sentido.

Enfim, é uma trama bem diferente do usual que diverte na medida sem ser algo muito grandioso como estamos acostumados a ver nas animações de grandes estúdios, mas que funciona bem dentro do que é proposto, sendo uma grata surpresa para quem gostar do estilo mais dinâmico, então fica a dica para a conferida na próxima quinta nos cinemas. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - Esquadrão Secreto (Secret Headquarters)

1/29/2023 04:11:00 PM |

Gosto bastante de filmes reflexivos, mas também gosto de bobeiras que as vezes entregam apenas passatempos para uma tarde de Domingo, e eis que nessa tarde de domingão resolvi dar o play no lançamento que chegou na Globoplay/Telecine, "Esquadrão Secreto", que é um filme original da Paramount+, então pode ser conferido em qualquer uma das plataformas. Claro que passa bem longe dos tradicionais filmes de super-heróis, e também de filmes que crianças ganham poderes como já vimos em outros exemplares espalhados pelas mil plataformas de streaming que temos hoje, mas a base é tão simples quanto de uma fonte de energia extraterrestre que dá poderes para alguém, e aqui a brincadeira cai com um pai que esconde isso do filho e o garoto descobre sozinho o esconderijo com senhas tão banais quanto 1+1=2, e tudo se desenrola, ou seja, não é um filme ruim, tendo efeitos e ambientes até que bem interessantes, mas é simples demais, e quem não curtir o estilo passatempo de domingo vai reclamar mais do que gostar do que é entregue.

A sinopse nos conta que Charlie Kincaid acidentalmente descobre um quartel-general secreto sob a casa de seu pai que parece pertencer a um super-herói. Ele não perde tempo em compartilhar essa descoberta com seus amigos, e logo eles começam a acreditar que seu pai, Jack, pode estar levando uma vida dupla secreta. Seu pai é o super-herói nesta sede? Charlie não demora muito para resolver essa questão, pois quando os vilões atacam, ele deve se unir a seu pai para defender o quartel-general e salvar o mundo.

Os diretores e roteiristas Henry Joost e Ariel Schulman já nos entregaram bons filmes recheados de ação como alguns dos "Atividade Paranormal", "Nerve" e até "Power", mas sempre com um cunho mais violento e intenso que não serviam para cativar a família assistir com todos os membros juntos, e se a moda atual é colocar filmes de super-heróis, aqui eles quiseram brincar um pouco com isso, ousando jogar todas as sacadas/clichês do gênero em um filme leve e bem desembaraçado para as crianças curtirem, de tal forma que não vemos grandes motes, mas sim toda a desenvoltura de quando os pequenos pegam os apetrechos para brincar/usar para seus ganhos e como descobrir um super-herói escondido como um familiar. Ou seja, é a base mais simples do gênero, que funciona, mas que não eleva nem a grandes conselhos nem a algo que se deseje ver mais, e assim embora talvez uma continuação servisse para algo melhor, dificilmente façam um segundo, pois não foi tão além de um passatempo na entrega.

Agora sobre as atuações, ainda estou me perguntando o que o produtor de elenco tomou para achar que Owen Wilson de super-herói e Michael Peña de super-vilão seria uma boa ideia, pois nenhum deles tem perfil disso, e apenas fizeram cenas bobinhas demais nos seus atos, tendo até algumas boas lutas e expressividades, mas Owen é o tradicional bobão ingênuo que cai bem em filmes mais puxados para romance ou emocional, e sabe fazer bem papeis de pai, mas não alguém que precise lutar e tudo mais, e Peña é basicamente a mesma coisa com um sotaque latino, então tiveram ambos bons atos, mas de forma alguma os vemos ali onde foram colocados. O jovem Walker Scobell infelizmente vai ficar um bom tempo longe dos cinemas, pois após ir muito bem no filme da Netflix, "O Projeto Adam" acabou contratado para viver Percy Jackson na série, e se forem fazer todos os livros ele já pode esquecer de fazer qualquer outro papel, e aqui ele demonstrou ainda mais carisma e boa desenvoltura nos trejeitos de seu Charlie, sabendo aonde dar as dinâmicas do papel, sendo infantil mas sem soar bobo e agradou com boa desenvoltura cênica, ou seja, chamou a responsabilidade do protagonismo para si. Sinceramente achava que Jesse Williams que seria o grande vilão do longa com seu Irons, mas ele fez ares fortes e apenas terminou bem encaixado como um parceiro do protagonista no final, e assim acabaram usando pouco ele, o que é uma pena. Ainda tivemos bons atos com os demais personagens "jovens adultos" como se denominaram, com Keith L. Williams com seu Berger meio que gritador demais, Momona Tamada com sua Maya esperta e bem sagaz nos movimentos e Abby James Whiterspoon como a patricinha das mídias Lizzie, mas todos apenas bem encaixados, sem grandes explosões.

Visualmente a trama foi bem cheia de detalhes, com um QG completo de elementos tecnológicos, aonde as crianças puderam brincar bastante com vários apetrechos e dominaram bem cada um dos elementos para usar contra os soldados do vilão, contando com bons efeitos e cenas interessantes, vários arranjos e tudo mais, tivemos ainda boas cenas na escola com um baile meio que capenga de figurantes, mas tudo dentro da proposta, e alguns elementos cênicos de voo do protagonista que lembraram um pouco "Homem de Ferro", mas bem mais pobre, então toda a dinâmica cênica teve muito de computação gráfica e não erraram tanto, o que acaba sendo uma grata surpresa.

Enfim, não é daqueles filmes memoráveis que vamos lembrar daqui alguns meses, mas que certamente valeria uma continuação para desenvolver melhor o personagem e ir além como um bom filme de super-herói merece, e sendo assim quem estiver precisando de um bom passatempo para ver com a garotada até que é uma boa dica, então fiquem com essa recomendação, que eu fico por aqui agora, mas volto logo mais com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Casamento Armado (Shotgun Wedding)

1/29/2023 01:53:00 AM |

Costumo fugir das comédias românticas dos streamings, mas esse lançamento da Amazon Prime Video estava com uma cara de ser algo meio diferente, meio que puxado para algo com mais ação, com pegadas mais recheadas de desenvoltura, mas acabaram misturando tantas coisas na trama de "Casamento Armado", com algumas cenas tão bizarras e improváveis que até acabamos rindo, mas de desespero por terem colocado tantos atores numa roubada tão maluca e sem sentido. Claro que não digo que seja algo totalmente ruim, pois temos alguns momentos interessantes e até divertidos, mas é algo que sai completamente do eixo em tantos outros momentos que sinceramente não sei aonde o roteirista estava com a cabeça para pensar numa situação tão maluca dessa forma. Ou seja, serve como um passatempo para quem não liga para coisas malucas, mas do contrário, passe longe.

A sinopse nos conta que determinados a firmarem o matrimônio em um destino insólito, Darcy e Tom partem para o local escolhido na tentativa de realizar esse desejo. Reunindo suas adoráveis, mas teimosas famílias, os pombinhos escolhem um local distante. Ao mesmo tempo, acabam ficando receosos com o casório e o evento em si. De qualquer modo, o sonho é interrompido quando criminosos tomam o lugar e os noivos se veem impelidos a proteger suas respectivas famílias e convidados. A situação de risco evoca dúvidas sobre os reais motivos que levaram os dois a tomarem a importante decisão de se casar. "Até que a morte os separe" assume um novo significado para os dois, que vão tentar se matar em primeiro lugar.

O mais irônico é que o diretor Jason Moore sabe fazer boas comédias mistas, mas aqui pareceu forçar tanto no desenvolvimento que o filme ficou estranho de ver, talvez pelo roteiro mal dimensionado ou pelo excesso de personagens que tentam aparecer, mas tudo pareceu uma enorme bagunça no meio de uma floresta. Não digo que não tenha me feito rir, que é a principal função de uma comédia, mas na maioria dos atos fiquei pensando aonde queriam chegar com tudo, tendo apresentações mal elaboradas, um miolo acelerado, e um fechamento rápido demais, aonde tudo se encaixa com uma facilidade que fez parecer os piratas dos filmes dos Trapalhões que com meio taco de borracha caía e já estava amarrado na sequência. Ou seja, volto a frisar que não é um longa ruim, mas que dava para melhorar muito com bem pouca coisa, parecendo ter sido concebido com pressa, e nenhuma produção deve ser dessa forma.

Sobre as atuações, gosto de filmes aonde Jennifer Lopez se entregue mais e tente fazer menos comicidade, pois ela até tem um estilo meio que engraçado, mas quando não precisa se envolver em atos bobos, ela meio que se perde, e aqui o filme precisava de alguém com mais impacto, o que ela não conseguiu doar, claro que tem seus momentos sexy, seus atos de explosão, mas a personagem de Darcy parecia ser mais maluca do que geniosa, e isso não ocorreu aqui, fora a idade que não se enquadrava muito no papel. E falando da idade, o mesmo aconteceu com Josh Duhamel, pois o ator até tentou parecer mais novo na tela com seu Tom, aparentando ser um jogador de beisebol desempregado, mas tava bem mais para técnico do que tudo, ou seja, a equipe errou feio aqui nas escolhas do casal protagonista, mesmo ambos tendo se esforçado para as nuances pedidas. Quanto aos demais, tivemos boas participações de Lenny Kravitz como o ex-noivo da protagonista, tivemos Jennifer Coolidge como a mãe do noivo e até a brasileira Sonia Braga (frisando em cena que é brasileira) como a mãe da noiva, e quanto desses três personagens até tiveram um pouco mais de esmero nos trejeitos, não indo muito além, mas sendo bem melhores que todo o restante que vou preferir nem entrar em detalhes.

Visualmente a equipe locou uma ilha com uma pousada simples, tendo alguns quartos, uma piscina grande na frente de um salão, e uma floresta imensa aonde deu para ter alguns atos de esconderijo com os protagonistas, além de um bunker bacana embaixo da sala da gerência do hotel, cozinhas recheadas de comidas, e algumas cenas com explosões, cortes e muitos tiros, não sendo algo muito brilhante, mas que foi bem feito ao menos, ou seja, fizeram o básico com piratas encapuzados, armas interessantes, mas muita coisa improvável acontecendo como as cenas com granadas.

Enfim, é o tradicional filme de passatempo para quem quer dar o play em algo de ação, mas que a namorada queira ver algo romântico, mas que ambos irão se decepcionar por o filme não agradar nenhum dos dois, tendo alguns atos cômicos bem trabalhados, porém longe de ser um primor por isso também, ou seja, é a tentativa de ir por três lados e não acertar, mas que ainda assim passa longe de ser totalmente decepcionante. Diria que tem filmes mais bem trabalhados bem semelhantes, então dê o play por sua conta e risco. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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O Pior Vizinho do Mundo (A Man Called Otto)

1/28/2023 06:47:00 PM |

Costumo dizer que todo filme para ser considerado excelente precisa causar algo no público, e dessa forma posso colocar sem dúvida alguma o novo longa de Tom Hanks na lista de melhores do ano, pois "O Pior Vizinho do Mundo" é daqueles longas que criam um carisma tão grande no público que nos vemos conectados ao protagonista, à todas as suas ações e desenvolturas, nos vemos um pouco nos seus atos, e quando chegamos ao fim é só olhar pro lado da sessão e ver todo mundo enxugando os olhos, pois a emoção veio ao nível máximo. Ou seja, mesmo sendo uma refilmagem de um longa que chegou a concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2017 pela Suécia, o diretor conseguiu imprimir algo tão bem trabalhado pelo ator que o filme ficou realmente parecendo ser seu e original, tendo situações comuns e bem atuais trabalhadas e que funcionaram incrivelmente bem para trazer o resultado para todos, só sendo uma pena que a inscrição dele deva ficar para os prêmios do ano que vem, e assim sendo lançado agora em janeiro muitos irão esquecer dele na hora de votar, mas facilmente entraria em muitas categorias pelo que foi entregue.

O longa conta a história de Otto Anderson, um viúvo rabugento que é muito apegado ao modo de vida que estabeleceu para si. Quando uma família jovem e cheia de vida se muda para a casa em frente a sua, ele conhece a esperta e extremamente grávida Marisol, e eles desenvolvem uma amizade improvável que vai virar seu mundo de cabeça pra baixo. Viva uma divertida e calorosa história sobre como algumas famílias podem se formar em lugares onde menos esperamos.

Chega a ser até engraçado como o diretor Marc Forster oscila bem entre os gêneros, pois está fazendo um filme de guerra, pega outro meio que de terror, passa por um infantil e quando vemos está nos entregando um drama cômico do melhor estilo possível, e com tanto envolvimento e estilo ele não joga apenas algo abstrato na tela, mas sim algo com muito sentido, com situações que muitos podem achar exageradas, mas não são, pois temos muitas pessoas com essa nuance toda de Otto, que reclamam de tudo e que muitas vezes mesmo reclamando ajudam mais do que os bonzinhos com tudo. Ou seja, o diretor pegou a história do livro, juntou com a trama do longa sueco que foi o filme estrangeiro mais assistido nos EUA em 2016, colocou algumas situações mais atuais e pronto, o resultado acabou único, envolvente, emocional e perfeito, de tal forma que é difícil enxergar algo que incomode ou dê para reclamar, fazendo tudo o que precisava em poucos gestos bem encontrados.

Sobre as atuações, a escolha do protagonista foi mais do que certeira, pois a equipe quando começou a escrever a adaptação tinha outro nome em mente, mas com Tom Hanks o personagem de Otto foi para outro nível, sendo emocional e rabugento na mesma medida, trabalhando trejeitos gostosos e falas ácidas com a mesma síntese, e principalmente chamando sempre a responsabilidade cênica que é uma característica sua para a maioria dos atos conseguiu ir muito além do que se pensava ser possível com o filme, fora o detalhe que a produção acertou demais em dar para seu filho o papel dele jovem, então Truman Hanks conseguiu chamar muita atenção nas lembranças do protagonista de como chegou ali na sua vida. Ainda tivemos muitos bons atos com Mariana Treviño com sua Marisol explosiva, cheia de sensibilidade e com um bom carisma para conectar perfeitamente ao protagonista, tivemos Rachel Keller fazendo situações bem impactantes como a esposa do protagonista em cenas bem encaixadas, e até mesmo Mack Bayda e Cameron Britton conseguiram chamar atenção com seus Malcolm e Jimmy, conquistando o protagonista nos atos certos, além de outros que tiveram cenas menores, mas não menos expressivas, isso sem esquecer das garotinhas Christiana Montoya e Alessandra Perez que foram bem graciosas.

Visualmente a trama foi bem simples e correta, tendo um pequeno condomínio de casas bem iguaizinhas aonde o protagonista dita as regras e faz sua ronda diária para ver se todos estão cumprindo com elas, temos os vários atos de tentativa de suicídio fracassadas por alguma desenvoltura mal preparada, vemos todo a conexão com a família mexicana tanto pela comida como pelos lutadores, tivemos todos os atos simbólicos bem marcados da forma que o protagonista conheceu a esposa no trem, colocando a moeda de 25 centavos em evidência, e claro entrando quase como um personagem do filme, o gatinho que acaba sendo acolhido por todos ali, ou seja, é um filme sem grandes impactos cênicos, mas que funciona bem dentro do contexto que precisava.

Enfim é um filme que me tocou muito (talvez por eu ser meio semelhante ao personagem principal em alguns quesitos ou não), e que conseguiu ter estilo dentro de uma proposta envolvente e emocionante, tendo sua base bem encaixada em vários momentos, e conseguindo chamar muita atenção, valendo demais a conferida para quem gosta de um drama cômico muito bem atuado e dirigido que certamente vai fazer muitos derrubarem algumas lágrimas na sessão, então fica a dica, e eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Até pensei em não dar a nota máxima para o filme, talvez por ser simples demais, mas o filme me emocionou tanto que resolvi deixar com a nota completa, diria que se tivesse notas quebradas seria um 9,5.


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A Profecia do Mal (The Devil Conspiracy)

1/28/2023 01:46:00 AM |

Não sei bem o que eu estava esperando do filme tcheco "A Profecia do Mal", pois logo que li a sinopse para preparar um texto já fiquei sem entender toda a maluquice que seria entregue na tela, mas longe de ser um terrorzão como aparentava, o filme acaba entregando uma ficção científica violenta com nuances mistas entre religião e ocultismo, cheio de efeitos meio que estranhos, e um ar aventureiro bem imponente do protagonista. Ou seja, é daqueles filmes que não digo que passaria tranquilamente numa Sessão da Tarde, mas facilmente seria assistido por diferentes faixas de idade e curtiriam toda a briga entre bem e mal, e digo mais, não duvidaria da Record comprar os direitos do diretor e transformar o filme em novela, pois tem toda a cara do estilão que eles gostam de colocar.

O longa nos conta que Lucífer é expulso do céu e é acorrentado a um local infernal para sempre por Miguel, jurando, no entanto, que um dia ele terá sua vingança. Milênios depois, uma poderosa empresa de biotecnologia possui uma tecnologia inovadora que permite clonar as pessoas mais influentes da história usando apenas alguns fragmentos de DNA. Por trás desse empreendimento está uma cabala de satanistas que rouba o sudário de Cristo e, assim, obtendo posse do DNA de Jesus. O clone deve servir como a oferenda definitiva ao diabo. O Arcanjo Miguel vem à Terra e não vai parar até impedir a conspiração do diabo, usando o corpo de um padre falecido para poder batalhar contra as forças do mal.

Não posso falar muito sobre os trabalhos anteriores do diretor Nathan Frankowski nem sobre o que fez o roteirista Ed Alan, pois do diretor nenhum filme passou por perto de mim, e quanto do roteirista esse está estreando na posição, então posso dizer que entregaram algo com um estilo bem próprio, que funciona dentro da proposta, e que prende a atenção, pois tendo a única sessão legendada bem tarde consegui ficar completamente ligado tentando entender tudo o que desejavam passar, pois ele tem alguns arcos meio que estranhos, mas nada que no final você não saia feliz com o resultado. Porém é fácil demais descobrir que se trata de um primeiro longa de um roteirista, afinal ele esqueceu o principal item de um longa envolvendo uma gestação, que é o tempo dela, e isso o diretor nem tentou disfarçar, entregando algo que você não sabe se o protagonista tá vivenciando um tempo diferente no Inferno, não sabe se a gestação por ser algo fora dos padrões foi apenas em uma semana ou um dia, e menos ainda se o padre que ficou olhando tudo rolando à distância esqueceu que largou alguém lá na fortaleza e apenas se assustou no final, ou seja, vemos um longa com situações bem encaixadas, mas que faltaram determinar as passagens temporais de uma forma mais coerente, e isso é uma falha grave, que dava para ser arrumada bem facilmente.

Sobre as atuações, posso dizer que Alice Orr-Ewing deu literalmente seu corpo para o filme, pois a jovem tem expressões corporais fortes, alguns movimentos complexos, olhares e trejeitos estranhos, além de algumas mudanças visuais bem imponentes para que sua Laura suporte uma gravidez tão marcante, e a jovem foi bem no que fez, chamou atenção e agradou. Já Joe Doyle inicialmente pareceu muito simples com seu Padre Marconi, mas quando o Arcanjo Miguel assume seu corpo, praticamente ganha super-poderes e sai correndo e lutando com tanta imposição que nem podemos dizer que é o mesmo ator, ou seja, se doou bem e agradou. Ainda tivemos momentos tensos com Eveline Hall com sua Liz bem durona e impositiva, Peter Mensah fazendo a versão de Miguel como anjo guerreiro e Brian Caspe fazendo um médico geneticista bem cheio de envolvimento, ou seja, todos foram bem, e ao menos se esforçaram para que seus trejeitos não soassem falsos demais.

Agora no quesito visual volto a dizer que praticamente vi um filme de baixíssimo orçamento, afinal são efeitos bem toscos e estranhos de ver, cenários imponentes mas bem imaginativos, e mesmo tendo alguns atos fortes e cheios de desenvoltura, e ambientes bem detalhados, tudo ficou muito arbitrário, sem grandes chamarizes, valendo claro o visual de um inferno montanhoso em meio a algumas labaredas, e claro a imponente fortaleza dos satanistas, mas tudo ficou parecendo faltar, e assim não vemos um trabalho de equipe de arte que chamasse tanta atenção, e quanto da Besta da Terra é melhor eu nem falar o que pensei daquilo, pois tem jogos de videogame que assustam mais com personagens melhor desenhados computacionalmente.

Enfim, confesso que fui assistir esperando algo bem pior, que talvez ganhasse a cena com sustos gratuitos, mas que acaba sendo mais uma aventura ficcional com um ambiente dark envolvente do que realmente um terror que chame atenção, então quem curte esse estilo pode ir conferir tranquilamente que não vai ficar sem dormir depois, mas sem dúvida dava para melhorar consideravelmente com bem poucas mudanças. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Alerta Máximo (Plane)

1/27/2023 01:32:00 AM |

Não ligo para filmes longos e cheios de dramaticidade e reflexões, mas é sempre bom quando entregam um na medida certa de tamanho, que você se empolga com a entrega cheia de tensão e logo ela é resolvida da forma mais prática possível, no que costumo chamar de filme gostoso de ver em qualquer horário. E mesmo o longa "Alerta Máximo" sendo bem tenso, cheio de nuances fortes e muito envolvimento do começo ao fim, tudo passa com muita objetividade na tela, conseguindo fazer com que ficássemos vidrados pelos 108 minutos torcendo para o piloto que é bom de briga e não leva desaforo para casa, e que mesmo tendo alguns elementos exagerados, daqueles que você tem certeza que nunca daria certo, mas que no filme dão, o resultado final é bem interessante, conseguindo deixar o público preso e satisfeito com o que viram na tela. Ou seja, pode ser que muitos odeiem tudo o que é mostrado, alguns abusos cênicos e claro toda a verdade explícita de uma ilha dominada pelo crime, mas o longa tem a intensidade na medida certa para não cansar pela lentidão dramática nem exagerar para que você saia parecendo ter corrido uma maratona, e sendo assim acaba resultando em algo até acima de um mero passatempo de fim de semana.

O longa nos mostra que o piloto da Trailblazer Airlines, Brodie Torrance, está fazendo um voo de Singapura para Honolulu quando precisa salvar seus passageiros de um raio, fazendo um pouso arriscado em uma ilha devastada pela guerra – e descobre que sobreviver ao pouso era apenas o começo. Quando a maioria dos passageiros são feitos de reféns por rebeldes perigosos, a única pessoa com quem Torrance pode contar para ajudar é Louis Gaspare, um acusado de assassinato que estava sendo transportado pelo FBI. Para resgatar os passageiros, Torrance precisará da ajuda de Gaspare e descobrirá que há mais nele do que aparenta.

Diria que o diretor Jean-François Richet soube pegar uma boa história e desenvolver ela de uma maneira agitada e sem muitas firulas, ao ponto que tudo parece até bem crível de conferir, deu para sentir que o protagonista estudou bem todo o funcionamento do avião, e principalmente vemos que o diretor foi bem sábio em não colocar muitos personagens com falas ou sínteses, deixando o longa praticamente todo apenas para o piloto, para o passageiro preso, para o copiloto e um ou dois líderes da ilha, além no final da equipe de resgate, e isso é ótimo pois sem precisar ficar explicando quem é quem, ou motivos de estarem no voo, ou até mesmo conexões fora dali, tendo uma rápida explicação dos motivos do piloto pegar voos tão ruins e nada mais. Porém se tivemos simplicidade por parte das sínteses de personagens, com as dinâmicas de ação o resultado já foi bem acima do esperado, pois temos desde toda a dramaticidade para um pouso perfeito contando os minutos de bateria, quanto todo o desespero na fuga sem serem pegos pelos soldados da ilha, ou seja, muita luta, ação e dinâmicas bem encaixadas para que o filme tivesse uma precisão e mais do que isso, uma tensão perfeita.

Sobre as atuações, como disse foi bem fácil Gerard Butler detonar em suas expressões, pois o filme é praticamente inteiro dele e outros figurando quase, então seu capitão Brodie Torrance teve trejeitos marcantes, teve luta, sangue, cabeçada, tiros e tudo mais que pudesse fazer para mostrar que era o dono de tudo, e contando ainda com todo o apoio do público que acaba se envolvendo com tudo o que faz, ou seja, se entregou e acertou demais. Ainda tivemos bons atos e feições mais fechadas de Mike Colter com seu Louis Gaspare, dando nuances mais de militar mesmo para suas cenas, e claro chamou atenção na forma de fechamento de seu personagem, que quem sabe poderia até ter uma continuação partindo dali, mas como não é o caso, posso dizer que o ator foi bem no que fez. Quanto aos demais, daria leves destaques para Yoson An com seu Dele e para Remi Adeleke com seu Shellback mas sem grandes chamarizes.

Visualmente como todo bom filme de tensão em aviões fizeram uma cabine bem fechada, equipamentos pifando, andanças de pessoas em situação que tudo pula, até chegarmos numa ilha bem fechada, com poucos ambientes, alguns lugares de matança e uma vila quase inexistente, ou seja, diria que o orçamento foi bem baixo e conseguiu passar tudo o que precisava, tendo tiroteios e tudo mais de maneira fácil e intensa de ser vista e causar tensão no público.

Enfim, não diria ser um filme perfeito, mas que tem bastante estilo e cumpre o que promete, ah isso cumpre, pois senti um bom friozinho na barriga durante toda a exibição, só não sei se foi pelo ar condicionado da sessão estar no turbo, mas certamente recomendo o filme para todos que gostam desse tipo de trama, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Narvik (Kampen om Narvik) (Narvik - Hitlers First Defeat)

1/25/2023 01:01:00 AM |

Acho que com o tanto de filme de guerra que já assisti posso escrever uma novela gigantesca de vários capítulos contando toda a história de diversos países e juntar personagens que se conectem para algo bem imponente, mas vou me ater apenas a comentar mesmo já que não tenho tamanha pretensão! E eis que hoje conferi o lançamento norueguês da Netflix, "Narvik", que mostra uma trama baseada em alguns fatos reais que rolou na pequena cidade norueguesa exportadora de minério de ferro quando os alemães e ingleses brigaram por suas posses, e que de uma maneira bem trabalhada conseguiu dimensionar todo o envolvimento de uma família com os três lados (Noruega, Inglaterra e Alemanha) conflitando interesses e traições, aonde o salvar a pele tem muito mais sentido do que salvar um país, e facilmente daria para o filme ter um conteúdo menor e mais simbólico, mas para ficar gigante de informações optou por muitos atos com fatos históricos sendo contados apenas com textos, e isso pesou um pouco para que o longa não ficasse perfeito, mas como já disse outras vezes, é sempre bom ver tudo o que ocorreu numa época tão tensa para que nunca precisemos usar dos mesmos artifícios. Ou seja, é um bom filme, mas dava para ser melhor sendo mais simples e apenas fictício sem precisar tantos elos escritos.

O longa nos situa na Primavera de 1940, na cidade de Narvik, na Noruega. A cidade litorânea é um ponto estratégico para os alemães abastecerem seu país com minério de ferro. 200 noruegueses pegam em armas e não querem que sua cidade seja sitiada pela Alemanha nazista, entre eles o jovem cabo Gunnar Tofte. Enquanto ele luta pela liberdade de seu país, sua esposa, Ingrid, é forçada a colaborar contra sua vontade tornando-se intérprete.

Diria que o diretor e roteirista Erik Skjoldbjærg soube criar uma trama bem tensa sobre como uma mãe age quando necessita de ajuda para o seu filho, e da mesma forma como um soldado age quando se vê que vai morrer ao ser preso pelo inimigo, ou seja, a base é quase a mesma de se salvar independente do que seja necessário fazer, e só com isso o filme teria algo muito bem elaborado para desenvolver e ser criativo, mas como optou por trabalhar os fatos reais da cidade para dar um ganho para a trama, ele acabou necessitando um pouco mais de explicações escritas para não onerar tanto o orçamento, e isso deu ao filme tanto um conteúdo muito maior, quanto uma base histórica bem interessante de ser conferida, então dessa forma não diria que o acuso de estar errado, mas acuso sim de que poderia ter lapidado um pouco de tudo para o filme ainda ser forte e não precisar tanto das dinâmicas escritas. Claro que muitos nem vão ligar para esse detalhe técnico, mas precisei pontuar, então fica a dica para algum produtor/roteirista de outro país recriar o longa sem tantos "escritos", que o resultado confesso que será ainda mais interessante.

Sobre as atuações, Kristine Hartgen trabalhou sua Ingrid sempre com o sorriso no rosto tradicional das pessoas que trabalham em hotéis, e deu dinâmicas e atitudes bem coesas na desenvoltura da personagem nos atos mais intensos, trabalhando quase como uma espiã dupla por saber falar alemão pela profissão de recepcionista e acabar sendo intérprete do cônsul alemão, ou seja, fez bons trejeitos e chamou a responsabilidade para si na maior parte da trama, agradando bastante e servindo tudo o que o papel precisava. Na outra ponta tivemos Carl Martin Eggesbø com seu Gunnar, que trabalhou bem os atos de soldado, fez alguns trejeitos meio que jogados e até se entregou bem em alguns momentos, mas forçou a barra um pouco correndo no meio de tiros sem nada o acertar, indo por caminhos que ninguém conhecia e tudo mais, e isso soou um pouco falso demais, mas veio do roteiro, então ele apenas fez os atos. Ainda tivemos muitos outros bons personagens, cada um dando suas devidas nuances, mas o destaque mesmo ficou para o que Christoph Bach entregou para seu cônsul alemão, e claro para o garotinho Christoph Gelfert Mathiesen que foi bem simbólico e emocional com seu Ole.

Visualmente o longa é muito marcante, mostrando uma cidadezinha minúscula aonde todos praticamente sabem da vida dos outros, um hotel bem montado com a maioria das cenas acontecendo no refeitório, temos muitos atos com explosões, dentro de um bunker, muitas cenas nas montanhas com neve pra todo lado e os prisioneiros carregando armas, vários ataques aéreos e claro toda a simbologia, e também tivemos muitos momentos de explicações de tudo o que aconteceu realmente. Ou seja, é um filme de atos fortes visuais que a equipe dosou na entrega e fez muito bem em não chamar a responsabilidade, mas que não jogou fora toda a oportunidade de representar.

Enfim, é um bom longa de guerra, tem momentos bem marcantes e interessantes de ver, que consegue mostrar como a Noruega foi abandonada por todos os lados, mesmo sendo uma importante fonte de minério de ferro para todos, e que entrega sem dúvida toda a dinâmica que falei no começo de o que você faria se fosse preso e também no caso da mãe com o filho doente se você ajudaria seu inimigo ou não, ou seja, várias coisas para se pensar e o resultado acaba sendo bem bacana de ver, mesmo não sendo algo incrível pela forma de condução, então recomendo com algumas ressalvas. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Operação Hunt (헌트) (Heon-teu) (Hunt)

1/24/2023 01:38:00 AM |

Costumo dizer que filmes de investigação são daqueles que você fica tenso tentando descobrir o infiltrado, tenta entender o conflito e vivencia um pouco do momento em que a trama se passa, e isso é algo ainda mais complexo quando falamos de uma guerra tão complexa e cheia de desenrolares como foi e ainda é a da Coréia do Sul versus a do Norte, e com o filme "Operação Hunt", que estreia no próximo dia 02/02 nos cinemas, acabamos ficando bem na dúvida de como cada personagem entrega suas operações, para quem está agindo, o que realmente deseja, e tudo mais que gostamos de ver num filme desse estilo, só tenho um grande porém que eles ocultam e misturam tudo de uma forma tão complexa dentro do roteiro, que ao final acabamos sem realmente saber tudo o que tinha para saber, parecendo algo meio inacabado, aonde o desenvolvimento se embaralhou tanto que se perdeu. Ou seja, pode ser que você acabe o filme e fique pensando em cada um dos personagens que são muito parecidos e se investigam entre eles, mas uma coisa é certa, os dois desejavam praticamente a mesma coisa, só que por meios diferentes, então o conflito é aberto, e o pior de tudo, o modo que a trama acaba com um lado ainda mais fora da caixinha, e isso não era necessário, de forma que não digo que tenha sido ruim, apenas não foi bom.

O longa que é baseado em eventos reais, conta a história de Park Pyong-ho e Kim Jung-do, integrantes da Agência Central de Inteligência Sul-Coreana. Eles precisam desmascarar a identidade de um traidor infiltrado e acabam descobrindo a existência de um plano para assassinar o presidente do país.

Diria que o diretor e protagonista do filme Lee Jung-jae até trabalhou bem sua ideia para criar todo um suspense em cima de quem era o infiltrado, no desenvolvimento de toda a trama para não ficar tão fechado que acabou esquecendo que o público também precisa entender o que ele quer mostrar para gostar da ideia toda, e no ato em que descobrimos a situação, o filme poderia ter acabado ali, ou então descobrirmos no ato seguinte (literalmente) mais explosivo, mas ele deu o fechamento naquela cena, fez uma micro-reviravolta para dar uma jogada, foi para a cena da explosão, e não bastando tudo o que aconteceu ainda fecha com algo aberto e meio que jogado. Ou seja, fez o que costumo dizer que é querer se aparecer demais, afinal ele que estava em cena, e se realmente tudo ocorreu dessa forma no conflito real foi mal desenvolvido por ele, do contrário se perdeu um pouco e deu um leve tiro no pé, pois o filme poderia ser muito melhor com uma situação redonda de movimentos.

Sobre as atuações, vou colocar um problema imenso aqui que aconteceu comigo, pois todos os atores são muito parecidos em estatura, nos vestuários, nos cabelos, mudando um pouco os rostos e trejeitos, e isso embora seja algo que talvez alguns notem melhor, pesou muito na condução da história, de forma que talvez como ocorre nos longas militares ter algo mais diferencial entre as agências de ambos os personagens, para aí ficar mais evidente quem está jogando no time de quem. Dito isso, o diretor Lee Jung-jae até trabalhou bem seu Park Pyong-ho, deu trejeitos bem diretos e incisivos nas cenas mais intensas, atirou sem parar em vários momentos, e teve ainda alguns atos de surto bem fortes quando sua aliada estava sendo interrogada, ou seja, apareceu como era de sua vontade. Da mesma forma Jung Woo-sung fez atos mais fechados com seu Kim Jung-do, sempre sério e determinado nas suas cenas, criando poucos momentos aonde deu qualquer abertura para os demais ao seu redor, e sendo completamente investigativo com as nuances que pode aparecer mais, o que ficou parecendo que ficou acuado, mas foi bem e agradou no que fez. Ainda tivemos muitos outros personagens dando conexões para os protagonistas nos interrogatórios ou no meio dos tiroteios, mas sem dúvida quem tentou algo a mais e fez algumas boas expressões diferentes do comum foi Hye-jin Jeon com sua Bang Joo-Kyung, que principalmente em seu ato final chamou tudo para si e agradou.

Visualmente a trama se desenvolveu até que bem, mostrando vários meios de torturas das companhias de investigação, muitos atos de interrogatórios violentos, muitos atos de escutas, cenas de carros nas ruas com tiroteios vindo de todos os lados com armas de vários calibres, todos usando terno igualzinho para confundir o público, carros antigos bem escolhidos para mostrar a época, alguns atos de manifestações, um ato ao final com toda uma cerimônia presidencial conflituosa, ou seja, um pouco de tudo que a equipe fez de forma bem representativa, mas que volto a bater na tecla que poderia ser diferenciado os dois lados.

Enfim, é um bom filme que até poderia ir mais além, mas que representa bem a época, mostra os bastidores de uma guerra que pouco sabemos por aqui como foi, mas que aconteceu de forma bem violenta, e que acaba sendo bacana para dar esse conhecimento, mas me cansou um pouco tantas reviravoltas no final que acabou não sendo tão impactante como deveria ser, e sendo assim até recomendo ele, mas com mais ressalvas do que elogios, então fica a dica para a estreia na próxima semana nos cinemas. E é isso meus camaradas, como já diria no filme do lado comunista, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos por aqui, então abraços e até logo mais.


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Netflix - RRR: Revolta, Rebelião, Revolução (RRR: Rise Roar Revolt) (Ratham Ranam Roudhiram)

1/22/2023 08:59:00 PM |

Pois bem pessoal, fugi por quase três meses de ver o épico indiano da Netflix, "RRR: Revolta, Rebelião, Revolução" pelo simples preconceito de longas novelescos indianos, mas como o longa levou o prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Critics Choice de domingo passado, e o prêmio de Canção Original tanto no Critics quanto no Globo de Ouro, resolvi dar a chance e assistir ele, e sim ele tem esse molde novelão, contando a história de um, a história do outro, volta pro presente, vai pro passado de novo, vem de um lado, vai pro outro e tudo mais, mas ao menos o foco fica com os dois protagonistas, sem precisar inserir tantos outros personagens no miolo, como uma novela tradicional, o que acaba sendo uma grata surpresa, e com resultados bem colocados como nem imaginaria ver. Claro tem muitos excessos, os protagonistas são mais fortes e aguentam bem mais pancadas que os super-heróis dos quadrinhos, mas a entrega de um épico da era antes da independência da Índia acaba sendo moldada de uma forma interessante e que dá pra curtir, se empolgar e ficar na torcida pelos protagonistas, isso claro até antes de começarem a dançar no final, mas esse é o estilo deles, então não vamos julgar. Ou seja, é um filme que realmente chama muita atenção, é muito bom dentro do que se propõe a fazer, e acaba valendo o play de mais de 3 horas, que daria para ser encurtado, mas que no estilo deles não caberia algo menor, e assim sendo haja orçamento gasto e já anunciaram uma continuação sendo desenvolvida, então veremos no que vai dar nas demais premiações.

A sinopse nos situa na Índia em 1920. Determinado a reunir Malli, uma garota Gond sequestrada, com sua mãe, o destemido defensor da tribo, Bheem, põe os pés na vasta Delhi usando uma nova identidade. Mas os britânicos têm a população sob seu controle. Como resultado, o implacável governador Scott Buxton confia a Rama Raju, um policial durão, uma tarefa vital: trabalhar disfarçado para descobrir um guerreiro Gond desconhecido. E em pouco tempo, Bheem e Raju têm um encontro casual no local de um acidente e eles imediatamente se unem. No entanto, quando os dois amigos íntimos embarcam em uma perigosa missão de resgate nas movimentadas ruas de Delhi, totalmente inconscientes da verdadeira identidade um do outro, questões urgentes surgem. O que acontece se um dos poderosos companheiros estragar seu disfarce? Na batalha real entre fogo e água, quem venceria?

Diria que o diretor e roteirista S.S. Rajamouli foi extremamente ousado na proposta da história feita por seu pai Vijayendra Prasad, pois facilmente o filme tem toda uma história épica de submissão dos homens do país para com os soldados do exército britânico, sofrendo com toda a colonização, acabando com vilas e colocando todos bem dependentes de tudo, e com isso vemos a insurgência de ambos os lados, primeiro com uma busca incessante pela garotinha levada da aldeia por ser exímia cantora e desenhista, que a mulher do governador se acha no direito, e do outro lado vemos o homem que entrou para o lado dos colonizadores para se vingar por algo que aconteceu no passado, mas para chegar aonde deseja precisa matar e machucar seus compatriotas, ou seja, é uma história bem marcante aonde o diretor conseguiu muita imposição, trabalhou bem ambos os lados, e diferente do que acontece no cinema americano, ele explicou tudo e mais um pouco de ambos os lados, não deixando brechas para imaginações, e isso é algo muito legal de ver que acaba rolando em séries de TV, mas não, aqui ele usou brilhantemente seus 185 minutos para mostrar começo, meio e fim de todas as possibilidades, a junção de ambos e toda a revolução bem impactante. Mas claro com isso usando um orçamento monstruoso, muita computação gráfica, muitas lutas insanas e bizarras de serem vistas, e claro também como é de praxe do cinema indiano canções e danças marcantes, que funcionaram bem tanto com a ideia original, como soltas apenas como clipes, então agora é aguardar o que virá na sequência já anunciada, pois tivemos sim um fechamento, mas podem tudo ainda antes da independência do país chegar na tela.

Sobre as atuações é fato que tenho de me concentrar nos protagonistas, senão teria mais reclamações do que elogios sobre o filme já que alguns secundários só fizeram caras e bocas, mas N.T. Rama Rao Jr. (NTR) com seu Bheem/Akhtar foi incrivelmente forte nos seus atos, mostrou brutalidade em diversas cenas e também muito envolvimento em outras, criou boas dinâmicas e demonstrou muita personalidade, inclusive parecendo ser dois personagens realmente diferentes quando vemos Bheem como o lutador brucutu sem medir forças físicas, com Akhtar mais colocado nas nuances, trabalhando um ar meio tímido na forma de lidar com tudo, mas bem disposto a ajudar, ou seja, foi muito bem e dançou muito nos atos que precisaram disso. Do outro lado tivemos Ram Charan Teja com seu Rama Raju sendo um imponente soldado, cheio de força e determinação, com olhares secos e diretos, mas também escondendo muito durante praticamente mais da metade do filme, e suas desenvolturas mudaram completamente no final com vestimentas e forma de atacar, sendo algo diferente de tudo, e entregando ares bem marcantes, além claro de dançar muito nos atos pertinentes. Ainda tivemos Ray Stevenson bem durão como o governador Scott Buxton, Alison Doody bem cruel e sanguinária como a esposa do governador, Olivia Morris com sua Jenny doce e bem colocada para ajudar o protagonista, e Edward Sonnenblick meio que jogado como um capataz do governador, valendo também dar um leve destaque para as feições da garotinha Twinkle Sharma com sua Malli.

Visualmente o longa é gigante, e aliás a equipe deveria ter indicado o longa na categoria de Design de Produção das premiações, pois daria para brigar bem com os filmes que estão concorrendo, afinal temos desde animais digitais bem imponentes nas lutas como também temos milhares de figurantes nas cenas de revolução seja na hora do açoitamento ou na tentativa de invasão da delegacia, aonde vemos muita ação e luta nos devidos atos; além disso tivemos um palácio bem rico em detalhes, muitos ambientes pobres pelo meio do caminho, e vários atos em florestas que acabaram chamando muita atenção, ou seja, a equipe de arte sofreu muito para conseguir entregar tudo da forma gigantesca que foi elaborado, e o resultado funcionou bastante.

Não sabia desse detalhe, mas as canções do filme tem duas versões, e dependendo do áudio escolhido para ver o filme você verá um cantor diferente, então na forma que eu assisti a canção que tem levado todos os prêmios se chama "Naacho Naacho" enquanto nas premiações está aparecendo como "Naatu Naatu", ou seja, ambas as formas são músicas bem bacanas e ditam o ritmo e contam alguns dos atos da trama, então vou deixar o link das duas para poderem ouvir depois e claro brincar de comparar: link1 (Naacho Naacho) e link2 (Naatu Naatu).

Enfim, confesso que fui surpreendido pela qualidade da trama, e gostei bastante do que vi, pois mesmo sendo bem exagerado, o resultado é algo bem interessante de ver, que diverte em alguns atos, impacta em outros, e até faz rir das coisas impossíveis que foram colocadas em cena, ou seja, mais um longa que não vi na data por puro preconceito (mesmo gostando da ideia quando li a sinopse, e não vi por ser indiano) e valeu as horas assistidas, então fica a dica para dar play em tudo que gostar, pois agora que está vindo os prêmios, valeu a conferida. E é isso meus amigos, recomendo o longa principalmente se você não liga para o estilo meio exagerado, e volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Procura-se Gonker (Dog Gone)

1/22/2023 02:18:00 AM |

Diria que a maioria dos filmes envolvendo animais trabalham conceitos morais familiares e todo o envolvimento que o público tem com os bichinhos, de forma que vemos sempre o quão inteligentes eles são, e que muitos são tão bem treinados que conseguem passar até mais expressividade que os humanos envolvidos na produção. Comecei o texto do longa da Netflix, "Procura-se Gonker", dessa forma, pois se olharmos bem a fundo, a produção é extremamente simples, e mesmo sendo baseada numa história real, vemos um jovem que passa os quatro anos da faculdade apenas se divertindo com seu cachorro e quando volta para casa sem saber com o que deseja trabalhar vira um encosto na família e após o desaparecimento do cachorro na floresta acaba se conectando mais à família, em base contei o longa inteiro em menos de cinquenta palavras, ou seja, é bem simples, mas como disse no começo a base sentimental e emocional com filmes de animais entra na mente do público, então nos emocionamos com seus trejeitos, torcemos para serem encontrados rápidos e até nos conectamos com a história do pai e do garoto se encontrando durante as andanças de busca, e assim o longa simples se torna uma produção que todos vão querer ver. Sendo assim, se você gosta de animais e tem seus bichinhos como entes familiares é bem capaz de lavar a sala, mas se for apenas ver pela história vai acabar se decepcionando um pouco.

A sinopse nos conta que o jovem Fielding Mashall está caminhando pela Trilha dos Apalaches quando perde seu amado cachorro, Gonker, nas vastas e intimidantes florestas da região. Para Fielding, trazer o amigo de volta não é apenas uma questão de lealdade e amizade, mas também uma questão médica séria, já que Gonker sofre da doença de Addison, uma insuficiência adrenal que requer injeções mensais. Desesperado, Fielding pede ajuda à família, o que significa que ele pede ajuda ao pai, John, de quem se separou anos antes. No meio da busca desesperada, e com vários vizinhos e voluntários envolvidos, os Marshalls devem resolver seus problemas enquanto todos se concentram em um objetivo maior: salvar seu amigo.

Diria que o diretor Stephen Herek é fã de cachorros desde 1996 quando dirigiu a animação original da Disney, "101 Dálmatas", e aqui ele trabalhou até que bem o livro de Pauls Toutonghi que o roteirista Nick Santora adaptou para a tela, pois vemos toda a composição cênica funcionar, vemos as dinâmicas entre os personagens serem bem dimensionadas de tal forma que realmente o cãozinho ficou parecendo ser deles (embora sempre estivesse com alguns olhares para fora da câmera - provavelmente para seu real dono) e também conseguiu passar a química quente entre pai e filho serem amornadas durante toda a trama, ou seja, tudo foi bem fluido e gostoso de ver, que mesmo sendo simples como disse no começo, acaba sendo leve e bem trabalhado, ao ponto que não nos incomoda essa simplicidade cênica e o resultado acaba parecendo uma boa sessão da tarde para se curtir sem pensar em muita coisa, apenas acompanhado do lencinho para se emocionar com tudo.

Sobre as atuações, diria que o jovem Johnny Berchtold foi bem com seu Fielding, teve uma boa conexão com o cachorro e fez bons trejeitos de dor nos atos que precisou demonstrar isso, ao ponto que não soou tão artificial como nas cenas que fez com seu pai, pois ali faltou um pouco mais de envolvimento, principalmente no começo. Da mesma forma Rob Lowe soube segurar bem toda a essência clara nos atos familiares, demonstrando claro a falta de conexão de ambos por serem bem diferentes, e tentando uma aproximação não muito bem convencionada, o resultado soou estranho no começo, e claro com o cachorro inicialmente não quis muito, mas depois já estava brincando todo faceiro com ele. Kimberly Williams-Paisley inicialmente fez uma mãe bem tradicional, que não entende nada de tecnologia, mas vai aprendendo tudo tão rápido que até chega a surpreender, mas diria que forçaram um pouco a barra com a representação dela criança e a perda de seu cachorro lá, pois ficou parecendo algo meio que fora do contexto, com pais rígidos e uma garotinha que não lembrou em nada ela, ou seja, seu ato de ligação no final foi bem bonito de juntar as histórias, mas faltou trabalhar melhor a cena do passado. Ainda tivemos Nick Peine dando alguns atos meio que bobos de seu Nate, mas que encaixou bem na junção do jovem protagonista, mas poderia ser algo menos jogado.

Visualmente a trama foi mais fechada, praticamente toda filmada em trilhas, campings e cidades bem conectadas à floresta, dando uma nuance meio que repetitiva, mas que funciona dentro da ideia toda, e a casa dos protagonistas bem rica em detalhes, com todo o processo de busca amarrado quase como em uma série policial bem marcante, ou seja, forçaram um pouco a barra na representação de tudo, mas que a mistura de road-movie com a densidade dramática dos ambientes até foi bem feita.

Enfim, é daqueles longas para passar um tempo gostoso na frente da TV, se emocionar com tudo o que é entregue e vivenciar os devidos momentos de reflexão e mote familiar, mas que por ser bem simples, muitos nem vão entrar tanto nessa ideia, então fica sendo apenas uma recomendação de uma boa sessão da tarde. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Chef Jack - O Cozinheiro Aventureiro

1/21/2023 08:04:00 PM |

Já falei outras vezes que o Brasil tem melhorado bastante na qualidade de seus filmes e não apenas nos gêneros tradicionais como comédia e drama, mas entrando fundo nas tramas animadas que conseguem chamar um público mais amplo, e isso é bem bacana de ver, pois mostra que temos potencial para tudo, inclusive já vimos até uma animação nossa entrando no Oscar, ou seja, dá para esperar muito desse pessoal mais novo no mercado. E hoje fui conferir uma animação proveniente do pessoal lá de Minas Gerais, que foi adquirida pela Sony e assim entrou em cartaz em vários cinemas "Chef Jack - O Cozinheiro Aventureiro" que brinca com a mistura de aventura com competição gastronômica, dois gêneros bem diferentes de se colocar na mesma tela, e além disso trabalhou o elo de ajudar o próximo sem pensar nas consequências, de crescer sem usar outros de degraus, e claro mesmo sendo meio maluquinho também usa alguns conceitos familiares no meio, sendo um bom filme para toda família.

O longa nos mostra que Chef Jack é um chef de cozinha de bom coração, mas com uma pitada a mais do que o necessário de confiança. Ele é um dos prodígios da Culinária da Aventura, viajando por todos os cantos do planeta cozinhando e achando os ingredientes mais raros e finos para completar suas receitas. Porém, sua vida doce azeda quando erra a mão em uma de suas receitas e sua reputação cai drasticamente. Para provar a todos que seu erro não lhe define, ele entra a competição de culinária chamada de Convergência de Sabores. Mas se ele pensava que iria ganhar essa tranquilamente, Jack precisará aprender a trabalhar em dupla quando é posto junto ao novato Leonard.

Diria que o diretor Guilherme Fiúza Zenha trabalhou muito bem em sua primeira animação visto que antes já tinha feito um longa infantil mas com pessoas reais ("O Menino No Espelho") e foi muito bem lá também, ou seja, se mostra como um diretor que tem técnica e sabe conduzir uma boa história com destreza e boas ideias, e aqui usando o roteiro de Artur Costa conseguiu desenvolver um bom trabalho rápido e bem coeso, porém tenho de criticar alguns detalhes, pois no começo não temos muito uma apresentação dos personagens, meio que todos sendo jogados na tela e vamos vendo apenas, sem criar um carisma com eles, e isso pesa bastante, mas acredito que o motivo principal era que a história foi feita para ser uma série de vários episódios, e assim talvez criaríamos mais conexões com cada personagem, e o resultado iria mais além. Porém passado o começo que ocorre rápido demais, na sequência já sabemos quem é quem, e a competição rola bem encaixada e divertida, com muitos detalhes que deram sensações na tela, de modo que sempre que trabalham com comida devem nos deixar com fome, e mesmo sendo uma animação até as comidas feitas de madeira para agradar os castores/capivaras ficaram com uma cara gostosa de ver, ou seja, foi um bom acerto de técnica de animação, com a história desenvolvida pelo diretor, e assim funcionou.

Quanto dos personagens e das dublagens, diria que escolher Danton Melo para dublar o protagonista foi um acerto meio que arriscado, pois embora seu Jack tenha ficado bem incrível de dinâmicas, afinal sabemos que ele é um tremendo dublador, sua voz é muito conhecida, então a todo momento eu via o Danton na tela e não o Jack, mas isso é um detalhe técnico, afinal o personagem foi bem bacana e divertido com todo seu ego nas alturas. O pequenino Leonard já foi mais puxado pro lado do emocional de um fã trabalhar com seu ídolo, e o dublador Rodrigo Waschburger foi bem inteligente nos tons que usou, que junto com a personalidade do garoto acabou funcionando. Ainda tivemos vários outros bons personagens na tela, mas o destaque recai mesmo para o vilão Jeremy com seu ajudante gigante Desmond, e para a apresentadora que gritava e tentava aparecer mais do que os próprios personagens principais, mas que no contexto geral funcionou bem.

O longa não tem muita tridimensionalidade, então não espere ver como tem acontecido em outras animações personagens com formas quase humanas, mas sim o velho e bom desenho gráfico que com uma boa dose de sombras conseguiu desenvolver um visual interessante e bem marcante com muitos elementos cênicos para observar, afinal eles vão para uma ilha com vários elementos de sabores, com castores/capivaras gigantes com paladar requintado, com montanhas de pão, pântanos misteriosos e até um vulcão que é usado de forno/fogão, ou seja, tudo muito bem pensado para dar as devidas nuances e agradar bastante.

Enfim, é uma boa trama, divertida e bem feita, que agrada bem dentro do que se propõe e erra pouco aonde dava para errar, mas que acredito que tenha falhado principalmente na data de estreia, pois as sessões de "Gato de Botas - O Último Pedido" ainda estão cheias, e visualmente a criançada prefere algo mais seguro, então hoje a sessão em que fui estava completamente vazia para a animação nacional e isso é uma pena, afinal é um bom longa que vai agradar a família toda, então torcer para a bilheteria dar resultado em outros lugares, pois o roteirista já afirmou ter história para a continuação, então aguardaremos. E é isso pessoal, deixo a recomendação para todos conferirem, e eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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M3GAN

1/21/2023 12:59:00 AM |

Pois bem, temos mais uma boneca do mal entrando para o seleto grupo de bonecos assassinos do cinema, e o melhor é que essa pegou bastante com a campanha de marketing feita com dancinha viral e tudo mais, e infelizmente isso é muito ruim, pois acabaram cortando as cenas mais violentas do filme "M3GAN" para baixar um pouco a classificação etária, e isso é ruim para quem gosta de muito sangue, mas quem for disposto a se divertir com toda a inteligência da boneca, com os atos imponentes feitos, e toda a dinâmica entregue nem vai ligar para isso, pois o filme tem um bom estilo e consegue ser intenso e bem marcado pelas sacadas do roteiro e principalmente pelo ar de superioridade que a boneca vai ganhando forma conforme vai aprendendo mais, ou seja, é um filme divertido, que não chega a assustar como deveria por ser classificado como terror, e nem chega a causar tanta tensão, mas que funciona bem dentro desse subgênero que são os terrores de bonecos, que já temos vários exemplares, e agora com todo esse mote da inteligência artificial certamente veremos muitos outros surgindo, e aqui foi bem impressionante tudo o que conseguiram entregar em cena, mesmo que diferente de outros exemplos que usaram bonecos mesmo, aqui tivemos uma garota bem maquiada dando a intensidade cênica na tela.

No longa seguimos uma jovem garota chamada Cady, que teve seus pais mortos em um acidente de carro e é deixada sob os cuidados de sua tia Gemma, uma roboticista de uma empresa high-tech de brinquedos de criança em Seattle. Gemma trabalha no desenvolvimento chamado M3GAN, um robô humanoide, designada para ajudar a criança e ser companhia para elas. Mas após um teste que ocorreu mal, o projeto foi cancelado. Sem ter alguma conexão com a sobrinha e sempre sendo workaholic, Gemma presenteia M3gan para a sobrinha após ela querer a "boneca". O modelo finalizado é emparelhado com Cady, e convence a empresa do potencial de sucesso do projeto após observar as interações de M3GAN com Cady. À medida que o tempo passa, M3gan acaba ficando mais independente e andando pela casa sem qualquer ordem, além de matar qualquer coisa que ela considere uma ameaça para Cady. Mas os dias passam e M3gan pode parecer mais uma ameaça para Cady e Gemma do que imaginado.

O diretor Gerard Johnstone pode não ser muito conhecido, mas pegou uma história do mestre do terror moderno James Wan e conseguiu criar bastante em cima dela, pois toda a intensidade cênica foi moldada para algo para maiores de 18 anos, e ao criar a sacada da dancinha que viralizou no TikTok e outros aplicativos das redes sociais, o diretor simplesmente explodiu a cota de marketing e modificou o longa para algo aceitável de ver com censura de 14 anos, e como já disse no começo, não ficou ruim de ver, só não ficou pesado e tenso, mas deu possibilidades para que o filme tivesse condições de envolvimento bem maiores do público com a protagonista, e o melhor, ele conseguiu fazer com que o público ficasse do lado da boneca do mal e não dos personagens humanos, ou seja, acabou sendo daquelas vilãs que torcemos para que se dê bem, e sem dar spoilers de como o longa termina já deram o anúncio que em 2025 teremos "M3GAN 2.0" então é só esperar, pois o sucesso já veio.

Sobre as atuações, já de cara temos de dar os parabéns para toda a movimentação incrível que Amie Donald deu para a boneca, pois foi algo muito realista e interessante, cheio de grandes facetas e desenvolturas e chamou muita atenção para a personagem, e juntando a voz de Jenna Davis ficou ainda mais marcante, com uma entonação que por vezes era doce, mas em outros momentos era melhor correr que causava impressão forte de fazer calar o público. Allisson Williams já fez muitos papeis de vilã, e com isso o público não queria ver ela sobrevivendo à boneca não, mas sua Gemma entregou uma personalidade forte, um pouco confusa em como cuidar da sobrinha, mas bem inteligente e colecionadora de brinquedos, ou seja, dá pra gostar dela também um pouco. A garotinha Violet McGraw entregou um semblante tão triste com sua Cady, que realmente dá para sentir pena dela, mas também teve atos de gritaria que davam para ser menos explosivos, ou seja, oscilou muito de temperamento, e isso mostrou o que sabe fazer na tela, e assim certamente vai longe na carreira de atriz. Ainda tivemos atos bem colocados de Lori Dungey como a vizinha Célia chata demais, Brian Jordan Alvarez com seu Cole medroso demais, Jen Van Epps fazendo uma Tess cheia de ideias, Amy Usherwood como a secretaria social Lydia chata a beça e até Stephane Garneau-Monten com um Kurt copião de projetos, mas sem dúvida um dos secundários que marcou bem em cena foi Ronny Chieng com seu David cheio de personalidade e que incomoda como um chefe persuasivo, então a dancinha da boneca foi bem colocada para ele.

Visualmente a trama foi bem tecnológica com cenas mostrando bem a fábrica de brinquedos inteligentes para os jovens modernos, com valores bem salgados para os pais entrarem numa dívida eterna, vemos o laboratório cheio de elementos tanto na empresa quanto na casa da protagonista, vemos uma vizinha pentelha com o famoso furo de cerca que ninguém nunca arruma, atos tensos num barracão de equipamentos guardados, uma escola ao ar livre meio sem nexo com a cena famosa da boneca perseguindo o garotinho, e bons atos dentro de uma casa recheada de elementos bem encaixados e muita tecnologia também envolvida, de forma que nada soou falso, e isso que é o melhor de ver num filme assim, pois geralmente os longas de terror tem tudo muito jogado, e aqui desde a boneca perfeita, tudo foi muito bem criado para dar as devidas nuances visuais.

Enfim, é um bom filme com boas sacadas e um desenvolvimento cheio de atos bem encaixados, que como disse poderia ter sido mais violento, poderia ter sido mais intenso e até poderia ter chamado mais atenção como um terror deve ser, mas o dinheiro falou mais alto e assim sendo o resultado é honesto, divertido e que funciona ao menos por apresentar um novo personagem que certamente será muito usado ainda, veremos o que nos espera em 2025, mas não deixem de assistir, de fazer as dancinhas para ganhar prêmios nas redes sociais, e tudo mais, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Fervo

1/20/2023 06:19:00 PM |

Como falam no fim do filme: "Vida longa ao Fervo", repito as palavras para falar dele, pois sem dúvida o filme "Fervo" foi uma das melhores comédias nacionais que já vi, tendo boas sacadas, trabalhando bem os personagens, tendo um monte simples e funcional, e que principalmente diverte sem precisar apelar, trabalhando algo meio que da pegada de "Ghost", mas sem o ar dramático e romântico, mas sim trabalhando o envolvimento dos fantasmas presos aonde morreram. Espero que o filme tenha uma procura maior do que a sessão que estive, pois vale demais toda a entrega dos atores com seus devidos personagens, sendo algo simples, mas bem encaixado no tema.

A sinopse nos conta que três fantasmas ficam presos em uma casa e assombram cada novo morador com o intuito de terminarem sua missão na Terra para poderem passar para a próxima vida. Isso até que um casal de arquitetos se mudam para o local e decidem reformar, revitalizando-o. No entanto, eles acabam descobrindo que o casarão era o local de uma antiga casa de shows chamado "Fervo" e passam por uma série de mal-entendimentos com os fantasmas.

O diretor Felipe Jofilly está com tudo, pois já estreou semana passada "Nas Ondas da Fé", e agora tem essa semana mais uma produção sua nas telonas, e aqui com o roteiro que Thiago Gadelha entregou baseando no filme francês de 2006, "Poltergay", conseguiu trazer o tema para o ambiente nacional e fez algo leve e bem trabalhado que consegue ter envolvimento com o ar das boates antigas, contando com nuances puxadas para canções nacionais, e ainda dando todo o âmbito das boates gays atuais com as devidas colocações de montagens de drags e tudo mais. Ou seja, o diretor soube ser direto e objetivo na proposta, trazendo um filme divertido e bem encaixado, e fazendo o principal numa comédia que é fazer rir, ainda tendo alguns atos emocionais bem colocados que agradaram bastante.

Sobre as atuações, Felipe Abib foi bem dinâmico com seu Leo, entregando as devidas nuances e sendo bem claro na proposta, mostrando uma alma sensível para enxergar os fantasmas e conseguir fazer bons trejeitos de susto, e mesmo não forçando a barra conseguiu ser gracioso dentro da proposta, o que acaba agradando bastante. Georgianna Góes trabalhou bem sua Marina, ficando confusa com razão nos momentos mais abertos do seu parceiro, mas foi bem emocional nos atos finais, acertando bem sem precisar abstrair muito do ar da trama. Gabriel Godoy fez de seu Diego um fantasma bem preparado, com muitas dúvidas no ar, mas disposto a se entregar para as cenas, e isso acabou sendo bem conectado com os demais. Agora Paulo Vieira deu show com seu Jonas de pois inicialmente parecia ser apenas um influenciar meio bobo, mas foi entrando no personagem e agradou muito nas cenas com Suely Franco pelo lado emocional, e no fechamento todo montado de drag botou banca e foi bem demais. Renata Gaspar foi um pouco seca demais com sua Lara, mas trabalhou bem a conexão com o protagonista e coube a ela a maior parte das explicações, então chamou a responsabilidade e agradou também. Já Rita Von Hunty com sua Mo Nanji Manhattan/Samuel conseguiu chamar muita atenção nas cenas de brincadeiras com os vivos e foi quem mais ousou dentro da proposta toda, que acredito que tenha até mais cenas suas que não foram pro material final, mas ainda com o que foi, mostrou potencial. Outra que apareceu pouco, mas fez cenas bem marcantes e diretas foi Joana Fomm com sua Morte, agradando de um modo meio mórbido, mas acertado para o papel e não deixando falhas. Ainda tivemos Dudu Azevedo bem trabalhado com seu Jorge, fazendo as devidas experiências engraçadas com alguns trejeitos mais fechados, mas não falhou e divertiu, e isso é o que importa. Também tivemos muitas participações especiais com Rosi Campos com sua Lúcia, Julia Lemmertz com sua Leticia, Tonico Pereira com seu Tibério, Marcelo Adnet como um Escrivão e Welder Rodrigues como um Atendente do Necrotério, aliás esse último tendo a melhor cena cômica do filme que quase rolei na sala com o susto que tomou, ficando muito bom mesmo de ver a cena completa que já tinha aparecido no trailer.

Visualmente a produção arrumou ou montou uma tremenda boate bonita de ver nas cenas finais e destruída e abandonada durante todo o filme, com cortinas caindo, tvs antigas, camarins jogados e tudo mais que fosse simbólico para o ambiente, e além disso ainda tivemos uma casa bem bonita, uma loja de tintas, um teatro, uma prisão e um necrotério, todos bem simples, mas representados com bons elementos cênicos, mostrando que a equipe de arte trabalhou de forma acertada.

Enfim, sinceramente não esperava que o filme fosse tão bom, de forma que o trailer parecia algo mais bobinho, mas teve conteúdo, teve envolvimento e claro muitas risadas com várias cenas, surpreendendo na medida certa. Claro que tem alguns leves defeitos em algumas dinâmicas, algumas resoluções rápidas demais, mas é algo banal perto de todo o trabalho bem entregue, então recomendo ele demais com toda certeza para todos. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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