Os Descendentes

1/28/2012 10:05:00 PM |

Um filme de atuação, é assim que posso definir "Os Descendentes", pois com uma história básica que poderia ser contada de qualquer outra forma, optaram por uma "herança" no Hawaii e um acidente para segurar uma trama, que pode até ser daquela maneira no país, mas para muitos que irão assistir, fariam o filme de uma forma bem mais tranquila de se contar e com muito menos drama para o famoso "encher linguiça".

O filme nos mostra Matt King, um marido indiferente e pai de duas meninas, que é forçado a reexaminar seu passado e abraçar seu futuro depois que sua esposa sofre um acidente de barco em Waikiki. O trágico acontecimento acaba por aproximar Matt das filhas, o que o ajuda na difícil decisão de vender um terreno herdado.

Como disse no início, a história é bem fácil de assimilar e não deve trazer grandes problemas para nenhum espectador, o que mais vai intrigar a maioria é apenas a ideologia do filme, que preza novamente o moralismo de unir uma família desarranjada com um trágico acidente, que felizmente optaram por não mostrar para comover ninguém como tem sido os últimos filmes do gênero. Você deve se perguntar, então o filme é ruim? Não, é até razoável, principalmente por ser uma história adaptada, o qual muita coisa deve ter sido eliminada, só não entendi ainda o fato de ter ganho o Globo de Ouro como filme, mas como sempre os prêmios de cinema são coisas discutíveis então melhor nem se aprofundar tanto, porém o prêmio de melhor ator vou discutir no próximo parágrafo, pois merece falar sobre a atuação de Clooney.

George Clooney é um ator que sempre faz bem seus papéis, tendo inúmeras facetas em sua expressão e interpretação, mas a forma que lida com o problema que tem em suas mãos para o papel de Matt King é algo realmente digno de ganhar prêmios, da mesma forma que deram o Oscar de coadjuvante para Christian Bale ano passado, pois o filme fica apenas na mão dele, poderia se dizer então como filme de um ator só, onde assim como em uma das cenas a câmera faz questão de focar firme em seu semblante desfocando todo o restante da cena. Tanto é forte sua atuação que nem convém falar praticamente de mais ninguém do elenco, mesmo todos estando perfeitamente bem em cena, apenas destacaria Judy Greer pelas 3 cenas que aparece para que na última dar uma bela forma de falar com alguém "morto".

As locações escolhidas para o filme agradam e conseguem deixar a fotografia com uma tonalidade bem calma e agradável, e a direção de arte soube aproveitar de elementos cênicos para simbolizar o antes desarrumado(exemplo claro a piscina suja de folhas, foi um elemento que pode representar bem a desarmonia que existe), e o depois com a cena final(a qual não vou citar os elementos família existente, mas todos que assistirem comprovarão que representa a volta da harmonia à família).

Um problema que me incomodou por demais no filme, foi o excesso de músicas havaianas, claro não sou contra de colocar temas locais em filmes, mas o exagero(espere os créditos e verá quase 1 minuto de créditos apenas de trilha sonora) acaba pecando, acredito que se o filme priorizasse mais o silêncio comum em dramas, teria impactado mais e não quebrado tanto o clima com toda hora entrando as músicas que estamos acostumados com o famoso cliché havaiano.

Enfim, é um filme razoável, longe de ser ruim, mas não diria que é bom também. Na minha opinião ele está para o Oscar mais parecido como o "Minhas Mães e Meu Pai" que entrou como um azarão do que como um alto candidato a ganhador. Fica apenas a questão de como o Globo de Ouro foi parar nas mãos dele!!! Encerro aqui essa semana, pois já assisti todas as estréias, mas volto na sexta, então até lá pessoal. Abraços.


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Millennium - Os Homens Que Não Amavam As Mulheres

1/24/2012 07:28:00 PM |

Nunca fui adepto de refilmagens, principalmente quando o filme original foi lançado a menos de 2 anos, mas claro fui conferir "Millennium - Os Homens Que Não Amavam As Mulheres", novo trabalho do diretor David Fincher que adaptou o livro de Stieg Larsson agora com extrema minúcia, colocando muitas coisas que na versão sueca não foi colocado, não que não goste da sueca muito pelo contrário, quando assisti adorei, mas agora o longa tem mais dinâmica e mesmo sendo longuíssimo(com trailers você dispensará aproximadamente 3 horas dentro da sala do cinema), o filme não cansa e passa voando.

A história nos mostra Mikael Blomkvist, um jornalista econômico determinado a restaurar sua honra, depois de ser condenado na justiça por difamação. Contratado por um dos industriais mais ricos da Suécia, Henrik Vanger, para investigar o desaparecimento de sua sobrinha Harriet, há 36 anos, ele se muda para uma ilha remota na costa gelada da Suécia sem saber o que o aguarda. Ao mesmo tempo, Lisbeth Salander, hacker da Milton Security, é contratada para levantar a ficha e os antecedentes de Blomkvist, missão que será o ponto de partida para que ela se una a Mikael na investigação de quem matou Harriet.

A direção de Fincher manteve o mesmo ar investigativo do sueco, mas sua dinamicidade tradicional que já vimos em todos os seus filmes é nata ao ponto de certas cenas que no miolo do original cansavam e chegavam a dar sono, nessa nova versão está inexistente, pois o diretor soube dosar e colocar novos elementos, que creio eu, devem estar presentes no livro, que ainda não li, mas já está nos próximos para ficar preparado para as continuações. Quanto aos planos escolhidos poderia ter incrementado um pouco mais, mas não decepciona ao manter o tradicional, deixando o longa mais puxado para o clássico ao invés de ir para o lado blockbuster.

As atuações estão ótimas, tanto que Rooney Mara ganhou hoje já uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, claro que muitos irão atacar dizendo preferir a versão de Noomi Rapace de Lisbeth Salander, por estarem falando ser mais próximo da versão do livro, mas pensando no formato ficção e analisando a forma técnica da atuação de Rooney prefiro a versão americana. Daniel Craig nem pareceu ser o 007 visto a forma investigativa mais jornalistica e menos pancadaria, agradou bem sua atuação de Mikael. Os demais atores todos estão muito bem em cena, sem nenhuma decepção, só não posso dar detalhes de cada um senão entupiria o texto de spoilers.

A fotografia gélida da Suécia chega a dar frio na sala de cinema e com isso claro garantiu também uma indicação ao Oscar, e claro méritos também ao pessoal da arte ao escolher as locações perfeitas para rodar o longa, preferindo ir para campo ao invés de se prender em estúdios. Todos figurinos e elementos de cena estão sempre bem presentes e condizentes com a história não fugindo do tema original, e com isso a forma que tudo é mostrado acredito que vá agradar em cheio os leitores do livro que adoram detalhes.

A trilha sonora escolhida sempre envolvida com a trama agrada e em alguns momentos até chega a ser engraçado os temas escolhidos para a cena, mas sempre mantendo o clima tenso que a trama propõe consegue segurar o público preso aos acontecimentos sem destoar.

Enfim, é um longa pesado que o diretor não pensou em momento algum amenizar, tanto que lá fora saiu com  classificação 18 anos e aqui saiu como 16 anos, mas tudo que aparece na tela é bem forte, então caso não seja seu estilo ver cenas de sexo violento e evidências criminais(corpos e afins) evite, pois pode se incomodar com o longa, do contrário sairá vibrando do cinema com um longa bem atuado e dirigido. Como veio para pré-estréia para a imprensa acredito que a Sony vai distribuir bem o filme por todo Brasil a partir da próxima sexta 27, então confira. Encerro a semana cinematográfica aqui, mas sexta tem mais por aqui. Abraços.




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À Beira do Abismo

1/22/2012 03:16:00 AM |

É interessante que a moda de filmes de assalto voltem à tona, já é o 4 filme em menos de um ano que tem a temática envolvida, mas a idéia aqui está mais para o lado de "John Q." do que principalmente os demais que vi no ano passado. E uma coisa posso confessar assim como o filme de 2002, "À Beira do Abismo", voltou a me deixar tenso durante toda a exibição, pois é muito bem arquitetado.

Um ex-policial procurado pela justiça resolve se matar pulando do alto de um prédio de Nova York. Uma vez notificada, a polícia da cidade se mobiliza para tentar impedir que ele acabe com a própria vida, levando para o local inclusive uma policial psicóloga especialmente requisitada por ele. O que ela percebe, à medida que conversa com o homem no parapeito do prédio, é que tudo o que está acontecendo ali parece cada vez mais um jogo de cena, mas, para acobertar exatamente o quê?

Como disse, a história está muito bem amarrada e faz os 102 minutos até parecerem mais tempo devida a tensão que causa, mas por incrível que pareça não enrola nem um pouco o expectador. A ideologia do plano do protagonista é muito boa e embora até seja difícil de acreditar que tudo funcionaria daquela forma consegue como um filme de ficção agradar bastante.

As atuações estão bem centradas, pois filmes que envolvem poucos personagens consegue nos prender e reparar mais nos diálogos que estes estão interpretando. E por estarmos presos praticamente a um único homem num cenário onde não se tem muito a fazer, Sam Worthington faz bem seu serviço segurando a cena pra si nos momentos em que está no parapeito do prédio. Elizabeth Banks também está bem colocada como policial mediadora, embora certos momentos não nos convençam que qualquer policial faria aquilo. Jamie Bell e Genesis Rodriguez conseguem fazer a lá "Missão Impossível" a execução do plano de forma interessante e com pitadas cômicas puxam o foco da câmera em bons momentos. Ed Harris, Anthony Mackie e Titus Welliver completam o elenco com falas, embora mesmo tendo segredos e envolvimento com a trama apareçam pouco.

A equipe de arte e fotografia não precisou de muito pois são poucos os ambientes para produzir, mas está tudo bem colocado e fiel ao que é necessário. Com planos vertiginosos no parapeito do prédio e sufocantes nas cenas em que estão arquitetando o plano, o diretor consegue deixar a tensão presa em cerca de 80% do filme e com isso agradar bastante o público no geral. Claro haverá aqueles que vão reclamar da fidelidade, etc, mas nem me preocupo mais com esse pessoal que só assiste filme para reclamar.

Outro ponto interessante, que fazia tempo que não utilizavam é não parar para abertura, mostrar nome de filme ou atores no começo. O filme inicia no embalo com planos aéreos e já vai diretão sem parar, dando apenas uma pequena voltada para uma pequena explicação, mas nada que atrapalhe o ritmo. Vindo somente ao fim mostrar nomes, afins e entrar com trilha, deixando o longa em sua totalidade apenas com pequenos sons ou trilhas para segurar a tensão, nada de músicas.

Enfim, valeu muito o filme, agrada por conseguir manter presa a tenção e pela idéia do plano concebido, assim como o filme que citei no início. Portanto não é um roteiro muito original, mas me agradou e recomendo para ver como ficção, friso mais uma vez para aqueles que reclamam da fidedignidade evitem-no. É isso, encerro por aqui mas essa semana tem mais filme por aqui, então até breve. Abraços.




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2 Coelhos

1/20/2012 11:57:00 PM |

O dia em que o cinema independente e experimental chegaria a um circuito comercial chegou. Se me falassem isso há uns dois meses atrás antes de ver o trailer de "2 Coelhos", iria rir na cara da pessoa que disse e falaria que a pessoa estava maluca, no mínimo. Mas chegou a data 20 de janeiro de 2012, e a revolução de Afonso Poyart nos é mostrada enfim. Confesso que pelo trailer estava desesperado para ver o filme, e já de cara posso recomendar para todos, pois vale o ingresso, embora muitos irão se desesperar por ver algo que não estão acostumados a assistir.

O filme nos mostra Edgar, que encontra-se na mesma situação que a maioria dos brasileiros: espremido entre a criminalidade, que age impunemente, e a maioria do poder público, que só age com o auxilio da corrupção. Cansado de ser vítima desta situação, ele resolve fazer justiça com as próprias mãos e elabora um plano que colocará os criminosos em rota de colisão com políticos gananciosos. Na medida que o plano de Edgar é executado, descobrimos pouco a pouco suas reais intenções e sua história, marcada por um terrível acidente e um amor que ele jamais esqueceu. Dois Coelhos é um enigmático suspense de ação onde cada minuto vale mais que todo o passado.

A sinopse define o filme melhor que o trailer, que muitos estavam preocupados pela alta velocidade e excesso de efeitos, não que não exista no filme isso, mas está em dosagens mais leves. Outro ponto preocupante era de não ter uma história o filme e ser apenas efeitos, muito pelo contrário, tem uma trama bem complexa, que inclusive se não prestar atenção, mesmo voltando para as devidas explicações acaba confundindo um pouco o público.

Pra um filme independente, aqueles que só recebem apoio para distribuição das grandes empresas do cinema, o filme é muito bem produzido, tendo uma qualidade técnica impressionante com locações e cenários muito bem vistos. E junto do diretor de fotografia, Afonso Poyart, em seu primeiro longa, abusou de planos abertos para mostrar a grandiosidade da produção, e também soube aproveitar bastante novamente a câmera Phanton que já falei no Sherlock |Holmes a usabilidade dela e seus muitos mil frames por segundo que é capaz de mostrar.

Com um elenco não tão famoso, mas que não decepciona, o diretor soube extrair boas interpretações e conseguir retirar o que precisava para que desse certo seu filme. Os destaques ficam pros protagonistas Fernando Alves Pinto, que faz várias caras e bocas, mas consegue deixar claro sua premissa, Alessandra Negrini, que cheia de sensualidade faz bem o elo entre tudo e Caco Ciocler, que está bem mais é uma incógnita que só vendo o filme para poder explicar melhor. O elenco de apoio formado por Thaide e Thogun também agrada bastante, embora lotem a tela com palavrões ditados na mesma velocidade de seus tiros.

Um grande destaque fica para a animação de Xico de Deus, que está caprichada e fará os amantes de games sair satisfeitos com as inserções, e caso queira pode se jogar o jogo na página do filme. E embora achasse que não fosse encaixar bem na trama pelo trailer ficou interessante os momentos em que foi usado. A equipe de efeitos especiais também soube mostrar muito do que pode fazer nas telas no Brasil e é pouco aproveitado, liderado por Sergio Farjalla Jr., que mostra no making of no youtube tudo que foi pedido pelo diretor.

Com uma trilha sonora bem usada para dar ritmo, e sem enganar o público pois música de trailer deve permanecer no longa, tem desde o funk Sou Foda até o hit Kings and Queens, e com isso deixa o longa ecleticamente interessante. Inclusive com uma versão frenética de "Será que é isso o que eu necessito?" dos Titãs que ficou muito legal.

Enfim, nunca fui muito fã de filmes experimentais, tendo inclusive um pre-conceito com eles, mas a mistura aqui agradou a minha pessoa, confesso que fui ao cinema esperando muito mais, mas sai satisfeito e recomendo sim que todos vejam essa "novidade", pelo menos nacional nas telas do cinema. Encerro por aqui hoje, mas essa semana ainda teremos mais duas pré-estréias, então aguardem. Abraços.


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Um Dia

1/17/2012 12:23:00 AM |

Romances sempre vão para duas vertentes, ou é tudo lindo ou é problemático. Não a pessoa mais apta para falar sobre histórias desse estilo, mas os últimos filmes que vi do gênero tem me agradado pela ideologia do amor empregada que acredito, o "Carpe diem". Não que este seja o correto ou adequado, ou até mesmo a linha escolhida para o filme "Um Dia", apenas estou citando e acredito nos trabalhos que tem dado certo usando a idéia.

O filme nos mostra a história de Dexter e Emma, que se conheceram na noite em que eles se formaram na Universidade de Edimburgo em 1988 e concordaram em manter a amizade e visitar um ao outro na mesma data todos os anos para ver como estão suas vidas. Embora ambos passem por diversos envolvimentos românticos, eles têm uma ligação especial que não conseguem explicar.

O roteiro é forte, afinal o livro é um bestseller internacional e acredito terem se embasado bem no livro pelo formato datado que optaram na edição, claro que cada ano no livro deve ser várias páginas enquanto no filme alguns anos são meros minutos em tela. Algo que gostei, embora seja algo bobo, é a forma escolhida para apresentar as datas, gosto de letreiros movimentados interagindo com pessoas ou cenários, bem legal. Poderia falar bastante da história aqui, de pontos que achei interessante, mas daria spoilers e estragaria as surpresas do filme, então ou leia o livro e saiba tudo ou vá conferir.

As atuações de Anne Hathaway e Jim Sturgess estão convincentes e existe a química de amizade necessária que o filme pede. Fora claro o trabalho incrível de maquiagem/figurino que foi feito para mostrar de 1988 a 2008 as mudanças de idades. Claro que Jim não ficou muito bem com as mechas brancas no cabelo e não tenha aparentado tanto sua velhice, principalmente no período de 2008 a 2011 mas está legal. Em compensação Anne nem parece ser a mesma atriz em todos anos de forma alguma. Só um pequeno deslize de usar o mesmo vestido mais de um ano que as meninas na sala de cinema mais atentas pegaram.

A direção de arte caprichou nos cenários, passando pelos diversos anos sem revelar furos de datas, e a equipe de pesquisa fez um bom trabalho com trilhas sonoras, estou falando sem ler o livro, pois as vezes está escrito a música que toca, que marcaram os anos pelos quais os personagens passam. O tom sépia escolhido pela fotografia também achei bastante interessante, pois deixa o filme com tom de memórias, embora não seja essa a ordem escolhida, nem ninguém contando nada.

Outro ponto que sempre gosto de ver no cinema é o lance da reação das pessoas com os acontecimentos, pois assim como no filme "Lembranças", onde a cena final derruba o público ao chão, aqui a cena principal do filme também ouve reações semelhantes de pessoas bravas com o acontecimento, outras choram, outras fazem apenas a cara de espanto. O tanto que sempre odiei de ser analisado pelas pessoas, agora ando fazendo isso nas salas, e confesso é interessante o que se vê no público na cena.

Enfim, vamos parando por aqui senão vou acabar contando o filme. É um filme fantástico não, mas não é um filme no formato tradicional do final comum em romances, ou melhor é a segunda vertente de romances, que anda na moda até. A mulherada em sua maioria que lota a sala, vai gostar, e incrivelmente homens presentes com suas namoradas, saíram comentando bem de ter gostado, então posso recomendar a todos, principalmente que não liguem para cenas açucaradas em alguns momentos. É isso, encerro a semana cinematográfica bem cedo, mas sexta tem mais. Abraços.


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A Hora da Escuridão em 3D

1/15/2012 10:04:00 PM |

Filmes com alienígenas de baixo orçamento começam a surgir pelas telas, a premissa de "A Hora da Escuridão" até era inteligente e interessante com a premissa de seres de energia, até chegar as cenas finais que volta ao padrão conhecido. Claro que filmes desse estilo não se espera que todos morram ou que se salvem de forma bem feita, mas o filme tem umas coisas que ou os personagens são altamente inteligentes ou é muito fácil descoberto as coisas.

O filme nos mostra que após sair de uma festa em um clube de Moscou, cinco jovens descobrem que a Terra está sob ataque de uma estranha raça de alienígenas invisíveis. Então, resta a eles defender o planeta contra esta ameaça interestelar e liderar uma luta pela sua própria sobrevivência.

A idéia do roteiro até ia bem, pois não sabemos como são os seres de outros planetas, então porque não serem invisíveis e dotados de energia? Agora o problema começou, porque americanos que estão na Rússia e foram enganados por um sueco, já mostrando que não são inteligentes o suficiente, vão conseguir se salvar? E porque ao final é necessário mostrar a "identidade" das bolas enérgicas? Não poderia ficar apenas nisso?

Ok, coloquei alguns spoilers no parágrafo anterior, mas são as indagações que na minha opinião se tivessem sido estudadas por qualquer diretor, antes de finalizar um roteiro, teria salvo um filme que não é ruim, mas também não é bom, e teria o transformado em algo sensacional, pois a história é interessante e até causa em alguns momentos uma certa tensão. E com efeitos, como disse bem feitos, até as cenas finais o longa tudo pareceu até uma obra de grande orçamento, mas custou apenas 30 milhões, o que é pouquíssimo comparado à outras produções do mesmo gênero.

Com atores não desconhecidos, mas também não do alto escalão, as atuações até nos prende a atenção, mas todos parecem estar com muito pouco medo de algo invisível que desintegra você transformando em pó. O rapaz crescido de "Um Show de Vizinha", Emile Hirsch até tenta ser heroico, mas não caiu bem o personagem pra ele, parece que a todo momento ele diz "sou o cara", mas não convence. Max Minguela, até tenta ser algo concentrado, mas some também na metade do filme suas idéias brilhantes. As garotas fazem o que sempre fazem em filmes do gênero, ou gritam ou morrem.

Com uma fotografia e direção de arte interessantes, pois a cenografia convence e em muitos momentos faz lembrar até um pouco o filme "Eu Sou a Lenda", com o cenário de tudo parado e ninguém andando. Mas o problema que pro filme agradar, é preciso que se esqueça dos atores, pois eles até tentam fazer parte do contexto, mas como disse acima não convencem. Os efeitos também estão muito bem feitos e dignos de uma atenção especial, que faz valer o filme.

Enfim, como disse não é um filme perdido, é até interessante de se assistir, claro não necessariamente no cinema, muito menos em 3D para gastar mais dinheiro, embora a profundidade do filme esteja muito boa e se mantenha até o final, mas convém esperar o lançamento em DVD/Blu-ray e assistir em casa mesmo. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais um. Abraços.




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As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne em 3D

1/14/2012 09:17:00 PM |

Há muito tempo as animações deixaram de ser um atrativo somente para crianças, ainda mais quando vem à tona filmes que a maioria dos adultos viram os desenhos ou histórias em quadrinhos quando eram crianças. Essa é a premissa que Steven Spielberg tomou pra si ao aceitar dirigir "As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne", pois o que se via hoje na pré-estréia era muito mais adultos que crianças. E se você pensa que por ser um filme do Spielberg as crianças não irão curtir, ledo engano, pois a dosagem divertida do grande mestre chegou ao seu ápice com esse novo longa, e empolgará a todos nessas férias desde o pequeno até o mais velho.

No primeiro filme de uma trilogia, nos somos apresentados a Tintim, um jovem jornalista que viaja pelo mundo com seu inseparável cão Milu, e ao comprar uma réplica de um galeão antigo, que logo é roubado de seu apartamento, descobre que nele havia parte de um mapa de um tesouro, fazendo com que Tintim e seus amigos ingressem em uma jornada em sua busca.

Embora seja um filme que vai envolver continuações, o longa tem toda sua história bem mostrada e com tudo bem encaixado. Ainda mais se tratando de uma reprodução de 2 histórias em quadrinhos de Hergé tudo parece ser um contexto só, então isso faz um mérito imenso. Confesso que quando saiu a notícia de que a animação seria filmada com pessoas através dos equipamentos de captura de movimentos, fiquei muito indignado pensando, pra que gastar tanto dinheiro com isso, mas hoje após conferir, posso dizer com segurança que nenhum desenhista seria capaz de fazer movimentos tão precisos quanto a perfeição que Spielberg e Peter Jackson conseguiram nessa produção. É algo brilhante de se ver e sair empolgado do cinema.

A história é bonita de se ver, é empolgante e deve render bastante aqui no Brasil, pois muitos conhecem a história e vem num bom momento para as animações. Tem um visual agradável e tem ritmo para segurar o público na sala rindo com as trapalhadas do Capitão Haddock, interpretado majestosamente pelo rei das interpretações através da captura de movimentos Andy Serkis que novamente brilha. Jamie Bell também faz um bom Tintim e agrada.

Toda a técnica do filme é primorosa, com movimentos sutis para os desenhos e o visual animado dos personagens remete completamente ao desenho dos anos 80, então tudo está completamente dentro do que se espera ver e não decepciona os fãs. Uma recomendação completamente incomum, é que se você assistiu os desenhos ou leu a versão brasileira dos quadrinhos, assista o filme dublado, senão é capaz de você desconhecer os personagens pelos nomes que viu aqui, a começar pelo cachorrinho Milu(que lá fora é conhecido como Snowy), além de que a dublagem foi feita pelos mesmos dubladores da versão do desenho então está muito bem realístico.

A trilha sonora se mantém agradável sem sobressaltos e marca bem o ritmo do longa. Alguns fãs do desenho talvez reclamem da trilha de abertura não ser a mesma, mas ainda assim não decepciona e está bem feita para conduzir tudo que Spielberg pensou para o longa. A abertura traz diversos desenhos da HQ e agrada também pela forma feita.

Quanto da terceira dimensão, o filme está bem feito, com uma boa profundidade e fazendo com que um desenho se torne mais próximo da realidade que de um desenho, mas com toda sinceridade para aqueles que não se preocupam em ver dessa forma dá pra economizar uma grana vendo em 2D mesmo.

Enfim, Spielberg começa 2012 no Brasil com 2 bons filmes que agrada e deve fazer uma boa bilheteria por aqui. Recomendo com certeza para todos, principalmente por se manter fiel ao que conhecemos. E para aqueles que não conhecem a história, devem assistir e se interar do assunto, pois 2014 deve vir a segunda parte e aí sim ser obrigatório o conhecimento. Encerro por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.


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Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras

1/14/2012 01:49:00 AM |

Ao encerrar o primeiro longa em 2009, todos já saíram das salas apenas esperando a data da sequência de "Sherlock Holmes", e embora tenha sofrido duras críticas de fãs, eu curti bastante aquela versão. Agora nesse novo longa "Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras", que foi feito com mais liberdade das histórias dos livros do detetive, o que vimos na tela é muito mais as características que faltaram no primeiro e nos remete mais ainda ao personagem do livro.

A história mostra que um ano depois dos acontecimentos de Sherlock Holmes, o príncipe da Áustria é encontrado morto após supostamente cometer suicídio, mas o famoso detetive britânico acredita que se trata de um plano maligno criado pelo Professor Moriarty, um homem tão inteligente quanto ele. Ao lado de Watson  e da vidente Simza, que possui uma estranha ligação com o príncipe, Holmes tenta desvendar o caso mais difícil de sua carreira.

O roteiro ficou tão bem amarrado com o anterior que mesmo com a saída de Rachel McAdams da produção, conseguiram eliminar ela e como dito na cena final entre Moriarty e Holmes, não há pontas soltas para ter problemas. É um longa muito bem conduzido pelas mãos do diretor Guy Ritchie que soube usar a câmera e o orçamento disposto na medida certa.

Falando em câmera, a direção de fotografia de Philippe Rousselot fez a diferença, usando agora de momentos com muito slow graças à câmera Phantom usada, algumas exageradas confesso, mas que caíram muito bem na trama dando todo o ar pensante do detetive que estamos acostumados a ler em suas histórias. O destaque fica para a cena na floresta que já temos um trecho visto no trailer, mas que empolga e muito no filme.

No quesito atuação, Robert Downey Jr. chegou ao ponto que precisava para fazer o detetive, usando um bom sotaque britânico e com o humor tradicional sem puxar o longa para comédia, melhorou pelo menos uns 90% em relação ao anterior que todos criticaram. Jude Law como Watson está perfeito e intrigante, pois foi lhe dado mais espaço na trama e com isso está um bom resolutor de problemas e menos apenas um parceiro para o detetive. Jared Harris como Moriarty, está razoável pois poderia ser um vilão mais ativo, mas a sua cena final jogando xadrez em pé com Holmes já faz tudo que não havia feito o longa inteiro ser limpo com uma borracha, apenas deixando pequenas marcas, genial a cena. Stephen Fry, como o irmão Mycroft Holmes é o ponto cômico da trama e faz muito bem seu papel. Noomi Rapace é a única que não disse a que veio, ficando apenas como um personagem de ligação e faltando ação para que mostrasse algo que pudesse chamar atenção. Os demais personagens, para não dizer como sempre falo figurantes de luxo com falas, estão bem colocados e fazem bem seus papéis sem atrapalhar e em alguns momentos até ajudando.

Com uma direção de arte na medida, acertando novamente em cheio nos figurinos, cenários e maquiagens, conseguem dar um ar denso e ao mesmo tempo clássico para diversas cidades pelas quais o detetive passa no decorrer da história. Claro, a maioria é digital, com nosso amigo chromakey mandando muito bem, mas em momento algum, na minha opinião atrapalhou a história ou tenha ficado falso, ou seja passa como sendo real que é a obrigação de todo filme.

Muitos que irão assistir o filme, vão fazer a mesma questão que tinha feito ao ver o trailer do longa, porque o diretor não optou por fazer 3D, que dá muito mais lucro e o filme tem muitas cenas em profundidade e com objetos saindo de dimensão? A resposta Guy Ritchie diz na lata, o objetivo do cinema desde os primórdios é fazer com que uma imagem tenha a sombra necessária para parecer dimensionada. E no filme, o que vemos é uma 3ª dimensão perfeita sem necessitar de óculos nenhum, tudo está em camadas muito bem feito.

Falar de trilha sonora num filme que tem Hans Zimmer no comando musical é quase desnecessário, pois ele consegue transformar qualquer trilha antiga numa versão muitas vezes melhorada e com o seu toque ficar genial. Então você ouvirá desde Mozart até Enio Moricone de uma forma que você não está acostumado a ouvir. E com isso ele consegue fazer grandes homenagens à filmes que já passaram apenas usando seu remix.

Enfim, o filme vale muito o ingresso, é definitivamente bem melhor que o primeiro e que venha o terceiro. Recomendo com toda certeza ele para todos, inclusive se seguir o ritmo de pessoas que estavam na estréia hoje vai quebrar a bilheteria facilmente pois a sala estava super lotada. Poderia ser melhor caso os personagens femininos tivessem tido o mesmo destaque do primeiro, mas mesmo assim é muito bom e mostra o que promete. Fico por aqui, mas amanhã tem mais, e essa semana só filmes que prometem. Abraços pessoal.


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As Aventuras de Agamenon, O Repórter

1/11/2012 09:57:00 PM |

Alguns filmes eu fico me questionando o motivo pelo qual são feitos. E a resposta é mais óbvia que tudo, ganhar dinheiro, pois mesmo o filme sendo ruim, e ter ouvido míseras risadas durante toda a sessão, a sala onde fui assistir estava com uma alta quantidade de pessoas. Vou preferir acreditar que a semi-lotação foi motivo do público estar mais com saudade de ver os "Cassetas" do que foram por ter gostado do trailer ou ter ouvido falar bem de "As Aventuras de Agamenon, O Repórter", pois o investimento feito pelo público pagando o ingresso não é válido de forma alguma.

O filme na verdade é um falso documentário, uma comédia sobre a vida do lendário jornalista Agamenon Mendes Pedreira, personagem fictício que assina a coluna publicada na edição dominical do jornal O Globo. Agamenon é um jornalista que teria nascido no final do século 19 e estaria vivo até hoje, estando presente em diversos momentos importantes históricos do século 20, tendo sempre uma versão única dos acontecimentos.

A idéia do longa até é interessante e já foi usada algumas vezes no cinema, o problema do longa na minha opinião são as piadas velhas e algumas vezes não bem aproveitadas com os personagens. O filme em si, elimine roteiro e falas, e terá algo singelamente bom, pois as montagens feitas seja em vídeo ou em fotos estão muito bem feitas, algo que muitos editores de programas da alta sociedade que vemos espalhados por todo Brasil devem estar pesquisando para saber como faz para usar em suas edições. Mas devolvendo diálogos e roteiro, o filme se torna uma catástrofe.

Os convidados para dar depoimentos, convencem e caso fosse um documentário sobre uma pessoa cairiam perfeitamente, mas como este não é o caso são depoimentos interessantes apenas inseridos numa comédia. Das atuações até estão interessantes nos papéis Marcelo Adnet e Luana Piovani, claro fazendo apenas o que é necessário para a sua cena, sem querer auxiliar em nada para um aumento significativo do filme. As expressões de Adnet são caricatas e a cena do funk embora piegas demais é uma das poucas que faz rir, mesmo beirando o ridículo. Hubert e Marcelo Madureira estão no seu tradicional que era no programa dos Cassetas, ou seja forçam rir com expressões bobas. Tirando a cena de Hubert entrevistando Osama Bin Laden, não se aproveita mais nenhuma.

As texturas inseridas para caracterizar as datas, foram bem usadas e são determinantes para a única coisa boa do filme que como falei mais acima são as montagens de fatos históricos com o personagem Agamenon. No quesito musical, espere de tudo desde orquestra sinfônica, passando por funk e terminando com o tradicional e obrigatório "Sorria, Sorria" de Evaldo Braga, quase falando por clemência, dê uma risada do nosso filme.

Nunca gostei de falar mal de filmes nacionais, mas não recomendo de forma alguma e até digo mais, que é por essa e outras produções que falam tanto mal dos filmes brasileiros. Mas como o longa é da toda poderosa emissora, temos várias salas ocupando os cinemas de passarem outros filmes que poderiam estar em cartaz. Enfim, economize o que iria pagar para ver esse, pois esse ano ainda tem muitas promessas tanto nacionais quanto estrangeiras. Encerro aqui a semana cinematográfica, mas sexta tem mais. Abraços.


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Alvin e Os Esquilos 3

1/09/2012 11:57:00 PM |

Ver filmes infantis no cinema para muitos é sempre uma roubada, mas como sempre sou do contra, eu gosto, pois me divirto mais com as reações do público do que com o filme em si, pois sempre tem a pessoa que ri sozinha de algo que não é engraçado, tem aqueles pais bobos que ficam falando pros filhos de forma mais infantil ainda e claro tem a diversão do filme em si, quer programa melhor pra ver no cinema. Todos elementos estiveram presentes na sessão hoje de "Alvin e Os Esquilos 3", que embora sempre traga algum tipo de encrenca nova que Dave e seus esquilos falantes aprontam, com toda certeza haverá alguma ligação com os anteriores, não que quem não tenha visto nenhum dos seus antecessores se perca, mas se tiver visto ajuda nas ligações. E na minha visão embora tenha alguns problemas, esse terceiro me foi mais digerível para adultos mesmo continuando sendo algo para crianças.

A história nos mostra que de férias a bordo de um luxuoso cruzeiro, Alvin, Simon, Theodore e as Esquiletes estão agindo como de costume, transformando o navio em seu playground pessoal, até que eles ficam encalhados em uma ilha deserta. Enquanto Dave Seville procura neuroticamente por sua equipe desaparecida, os ‘Esquilos e as Esquiletes’ fazem o que fazem de melhor: cantam, dançam e causam confusão. Mas eles terão uma surpresa quando embarcam em uma aventura insular com seu novo amigo: um náufrago que é mais do que páreo para Alvin e os Esquilos.

A história que está mais do que bem detalhada na sinopse é basicamente a mesma como disse, mas o que mais me chamou atenção dessa vez foi a quantidade de referências cinematográficas que temos em um único filme, principalmente claro para filmes que se passam em ilhas, indo desde Indiana Jones, passando por Tarzan e claro Náufrago, sendo esses com cenas inclusa e outros apenas alguns meros detalhes. E o que mais pode clarear é que o público adulto presente na sessão, e não eram poucos quiça a maioria, todos reconhecendo as cenas e se divertindo nos momentos delas.

De todos os filmes que envolvem computação gráfica, no caso os esquilos, mixando com humanos sempre a série Alvin é a que mais me impressiona na interação, seja em momentos apenas com figurantes olhando para o chão onde estão os bichinhos ou seja com os coadjuvantes que necessitam conversar e fazem bem o papel. A única atuação que está completamente fora do eixo, ok vão falar que era necessário devido ao personagem ter desvaneios de náufragos, é de Jenny Slate que saída diretamente de "Saturday Night Live", onde fazia papéis completamente pirados, continuou com suas pirações no filme e acaba parecendo uma pessoa com problemas mentais no mínimo. Os demais personagens, por estarem presentes nos demais filmes aparentemente soam bem melhores senão iguais nos outros, fazendo o trivial.

A arte do filme está bem colocada e "quase" faz aparentar que estão mesmo em uma ilha, mas alguns momentos denunciam bem a computação gráfica, tanto que o plano aberto para tentar ambientar sempre é colocado o mesmo. Mas não pense que está ruim não, agrada bem e está condizente com a história.

Agora já que estamos falando de um filme musical infantil, o prato cheio do longa está na trilha sonora, que graças ao bom Deus, não dublaram, pois está presente todos os hits do momento desde Lady Gaga à Britney Spears que são usadas nos shows particulares dos esquilos. Além claro de músicas conhecidas, que cantadas pelos bichinhos dizem ao melhor estilo musical o que está rolando.

Enfim, vale levar a criançada nas férias para dançarem com os bichinhos ao saírem da sessão (vi várias crianças rebolantes no shopping indo pro carro), e claro para os adultos dar boas risadas e tentar fazer o descubra o filme em algumas cenas. Como disse, não é um filme que eu vá falar nossa que obra prima cinematográfica, mas me diverti mais nesse que nos anteriores, e acho que com a maioria das pessoas dirão o mesmo. E claro se prepare para daqui um ano mais ou menos ver eles quase todos os finais de semana na TV. É isso encerro por aqui, mas essa semana ainda tem mais. Abraços pessoal.


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Cavalo de Guerra

1/07/2012 02:22:00 AM |

É interessante como a mão que mais produziu praticamente em 2011 e na sua maioria filmes de extrema destruição, volte a dirigir após 3 anos um filme embora envolvendo um tema forte e pouco retratado nas telas do cinema, a 1ª Guerra Mundial, consiga dar um ar leve e doce ao mesmo tempo para "Cavalo de Guerra". Sim estou falando do grande Steven Spielberg, que na minha opinião ainda é o maior produtor vivo atualmente. E se você assim como eu, não curtiu suas últimas direções, se prepare pois ele volta a mostrar como sabe fazer bem um filme.

O filme mostra a história de amizade entre um cavalo chamado Joey e o jovem Albert, que o domestica e o treina, na Inglaterra. Quando Joey é vendido à cavalaria e mandado para o combate durante a Primeira Guerra Mundial, eles são forçados a se separar e Albert inicia sua jornada em busca do amigo, na França, inspirando a vida de todos que encontra em seu caminho.

A história embora possua bons momentos de tensão e seja bem longa(146 minutos) é tratada de forma bem doce e infantil, o que muitos irão reclamar com certeza principalmente por não gostar de filme com animais envolvidos. Então vá preparado não esperando nada forte e destrutivo comum dos filmes de guerra, afinal a censura é 10 anos. E tirando esse detalhe da doçura do filme, é extremamente agradável e bem retratado os diversos momentos da época em que o longa retrata numa bela Inglaterra colonial.

Spielberg optou como protagonista um jovem desconhecido Jeremy Irvine, e este tendo sua oportunidade de ouro de sair de uma série(Life Bites) para estrelar seu primeiro longa já nas mãos de um grande diretor, faz bem feito o que lhe é proposto, embora faça muitas caras de pessoa sofrida que poderia ser um pouco minimizada, mas como ele faz parte de uma família simples até cai bem. Os demais personagens contam com rostos bem conhecidos da tela de muito tempo como Emily Watson fazendo uma mãe doce com poucas palavras mas que retrata todo seu sentimento em seus belos olhos azuis. Poderia citar vários personagens, mas o melhor a dizer é que todos fazem bem seus papéis, embora algumas figurações façam papéis colocados apenas para divertir e soam bobos(vide a cena dos soldados chamando o cavalo). Outro ponto(ou porque não dizer ator) bem trabalhado foi o cavalo, que ainda não pesquisei mas deve ter sido usado mais de um para a quantidade de cenas, que faz tudo tão bem feito que nem parece ser um animal, e como já trabalhei com cavalos em um dos meus filmes sei o quão difícil é fazer eles ficarem bem em quadro.

Um ponto inegável que deva concorrer aos prêmios de melhor no ano, com certeza é a fotografia do longa. Janusz Kaminski que sempre está presente nos longas de Spielberg faz um trabalho memorável envolvendo diversos tons de cores e a cada momento colocando o tom exato que a cena pedia. O tom avermelhado da cena final é de aclamar muito pelo feitio perfeito obtido que há muito tempo não via nas telas do cinema.

Claro que como sempre digo uma boa fotografia não é nada se não aliada à uma boa direção de arte e essa colocou cenários, figurinos e locações perfeitas, tudo muito bem retratado digno de uma produção do mestre Spielberg. A única pena é que ultimamente o que vem levando prêmios sejam as produções criadas digitalmente, senão seria um grande candidato.

As trilhas também do sempre presente nos filmes do diretor é de John Williams e se você assistiu um filme de Spielberg sabe o que esperar musicalmente. Com suavidade ele mantém o longa sem necessitar mudar de tom muitas vezes, e assim sendo ele acaba adoçando mais ainda a trama.

Enfim, como disse o longa é "infantil" e poderia até considerá-lo um pouco novelesco, devido à quantidade de pessoas conversando com a tela(confesso que em alguns momentos até eu inclusive), e acredito que deva agradar o público brasileiro, embora a longa duração deva afastar muita gente das salas. Recomendo sim como um bom drama leve, no qual é retratado uma guerra na qual embora ainda seja uma guerra não tenha sido algo tão feio como foi a 2ª, e pela alta qualidade técnica em todos os quesitos que é mostrado no filme. Inicio bem o ano, mas fico por aqui hoje, porém essa semana temos mais alguns filmes para ver, então até mais pessoal. Abraços.


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