Hoje vou falar pouco sobre "Roger Waters - The Wall", principalmente pelo fato de que comentar um show é algo que não agrada ninguém, pois o que as pessoas mais querem é curtir as músicas e o espetáculo em si, não analisar o que ocorre ao redor. Mas como o longa não se concentra apenas no show musical, sendo criado uma ficção documental para que a viagem de Waters até os túmulos de guerra de seus antepassados, temos de pontuar certos detalhes sobre como a trama foi feita e muito bem encaixada no espetáculo musical como um todo. E para não passar vontade, tenho de escrever ESPETÁCULO com letras maiúsculas mesmo, afinal a produção de palco do show, tanto cenograficamente, quanto em questões de iluminação é de deixar qualquer um babando com tudo o que foi feito, e com toda certeza dá para ficar com uma enorme inveja de quem presenciou e delirou vendo ao vivo toda a concepção acontecendo.
A turnê Roger Waters The Wall, que rodou o mundo entre os anos de 2010 e 2013, filmada detalhadamente em três cidades. A megaestrutura, que inclui um cenário faraônico que relembra os clássicos dos anos 1970, provoca as mais diversas sensações nos fãs. Paralelamente, o próprio Roger Waters embarca em uma viagem pessoal ao visitar os túmulos do pai e do avô, mortos na Segunda e na Primeira Guerra Mundial, respectivamente.
Antes de mais nada, vamos a um pequeno detalhe, este filme foi hoje lançado mundialmente em diversas cidades, portanto não confunda com "The Wall" lançado em 1982, pois embora tenham o mesmo roteirista são coisas completamente diferentes. Dito isto, temos que considerar a literalmente falando viagem que o diretor/roteirista/ator/cantor/guitarrista/baixista Roger Waters criou na proposta de ir visitar os túmulos de seu pai e seu avô mortos nas guerras, imaginando conversas sobre como foram as batalhas, como foram suas viagens com amigos, levando os filhos para conhecer os túmulos também, e principalmente ligando tudo às diversas músicas do álbum "The Wall" do Pink Floyd, o que já beira algo bem interessante de ver, e só essa ideologia seria capaz de criar um filme inteiro sem a necessidade de um show por trás, mas já que ele é músico, não poderia ser apenas um ator de sua própria criação e claro que um show bem elaborado sempre irá cair nas graças. Então junto com Sean Evans, parceiro tanto de roteiro quanto de direção, fizeram uma montagem incrível que acabamos viajando junto das canções fortes, conectando cada detalhe para um resultado final comovente.
Ainda sobre a parte ficcional, temos de parabenizar monstruosamente toda a equipe artística que juntamente de uma direção de fotografia impecável escolheu as melhores locações possíveis, para junto de ângulos precisos dar um simbolismo monstruoso e ao mesmo tempo vertiginoso aonde acabamos nos envolvendo junto do protagonista em um misto de sentimentos de tristeza, agonia e até raiva de tudo o que ocorreu nas guerras. Ou seja, garanto que muitos longas ficcionais não conseguiriam captar a essência passada por símbolos tão bem colocados numa única trama.
Agora, ao falar do show, temos de pontuar um ponto positivo monstruoso que é a concepção de palco junto de um telão imenso, que é construído e destruído praticamente peça a peça durante todo o show, unindo imagens referenciando tudo o que as canções diziam e com iluminações densas, figurinos fortes e impactantes, além de aparições dos cantores e instrumentistas em lugares completamente inusitados, fazendo uma performance incrível de ver, sentir, emocionar, cantar e vibrar junto com tudo o que ocorria no palco no mesmo estilo da plateia que conferiu o show no chão. Mas também temos de pesar o ponto negativo do show, que mesmo que quisessem "fingir" que era um show ao vivo ocorrendo (o que costuma acontecer em muitas produções do gênero que andam passando nos cinemas), mas não era o caso aqui, omitiram de colocar legendagem nas canções, e como disse acima, elas fazem todo o contexto completo do filme em si, simbolizando o estar cantando atrás do muro, referenciando o separatismo, dando medicamento para o pobre louco e por aí vai, e se colocassem as letras para o público acompanhar, certamente todos teriam um aproveitamento maior. Claro que posso dizer que 90% das salas (sim, aqui em Ribeirão Preto, interior do interior, acabaram lotando 3 salas para conferir o filme, então imagino como foi no restante do país e no mundo) foram ocupadas por fãs que conhecem quase todas as músicas de trás pra frente, e assim sendo todo o significado de cada uma delas, mas no momento agradaria mais até mesmo quem entende bem inglês. Mas da mesma forma que falei no outro documentário musical que acompanhei essa semana, isso não atrapalha em nada, apenas seria um ganho a mais para a produção que já foi excepcional. E além disso temos de tirar o chapéu para os solos de guitarra de Snowy White e Dave Kilminster, e para o vocal preciso e incrível de Robbie Wyckoff que foi bem em todas as músicas, mas em "Confortably Numb" humilhou e muito.
E claro para finalizar, logo após os créditos que mostram diversos mortos injustiçados, inclusive alguns brasileiros como Jean Charles (que o músico dedica o show) e Chico Mendes, vem o momento cômico da trama em um bate papo descontraído entre Roger Waters e Nick Mason (para quem não sabe, baterista original do Pink Floyd), respondendo diversas perguntas sobre a banda, separação, brigas, tudo de uma forma muito gostosa e divertida de acompanhar para fechar o filme com chave de ouro realmente, ou seja, um deslumbre só.
Portanto, por tudo que falei (até demais, pois ia ser mais breve) recomendo demais que todos assistam assim que possível e lançado em mídias, e claro que como sempre digo que ver nos cinemas é algo muito melhor, para quem perdeu o lançamento mundial hoje 29/09, no sábado(03/10) e domingo(04/10) haverá reprises em diversos cinemas, ou seja, quem puder ir vá que é garantia de uma ótima sessão. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto na quinta com mais estreias, então abraços e até lá.
PS: Iria remover um coelho da nota e dar 9 para o filme, por não terem colocado legendagem no show, mas como produtor não consigo dar nota menor que 10 para a maravilhosa produção cênica envolvendo iluminação, figurino e o próprio palco sendo montado do show, além da fotografia primorosa da ficção, então vou me deixar levar pela empolgação e manter a nota máxima para tudo.
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A turnê Roger Waters The Wall, que rodou o mundo entre os anos de 2010 e 2013, filmada detalhadamente em três cidades. A megaestrutura, que inclui um cenário faraônico que relembra os clássicos dos anos 1970, provoca as mais diversas sensações nos fãs. Paralelamente, o próprio Roger Waters embarca em uma viagem pessoal ao visitar os túmulos do pai e do avô, mortos na Segunda e na Primeira Guerra Mundial, respectivamente.
Antes de mais nada, vamos a um pequeno detalhe, este filme foi hoje lançado mundialmente em diversas cidades, portanto não confunda com "The Wall" lançado em 1982, pois embora tenham o mesmo roteirista são coisas completamente diferentes. Dito isto, temos que considerar a literalmente falando viagem que o diretor/roteirista/ator/cantor/guitarrista/baixista Roger Waters criou na proposta de ir visitar os túmulos de seu pai e seu avô mortos nas guerras, imaginando conversas sobre como foram as batalhas, como foram suas viagens com amigos, levando os filhos para conhecer os túmulos também, e principalmente ligando tudo às diversas músicas do álbum "The Wall" do Pink Floyd, o que já beira algo bem interessante de ver, e só essa ideologia seria capaz de criar um filme inteiro sem a necessidade de um show por trás, mas já que ele é músico, não poderia ser apenas um ator de sua própria criação e claro que um show bem elaborado sempre irá cair nas graças. Então junto com Sean Evans, parceiro tanto de roteiro quanto de direção, fizeram uma montagem incrível que acabamos viajando junto das canções fortes, conectando cada detalhe para um resultado final comovente.
Ainda sobre a parte ficcional, temos de parabenizar monstruosamente toda a equipe artística que juntamente de uma direção de fotografia impecável escolheu as melhores locações possíveis, para junto de ângulos precisos dar um simbolismo monstruoso e ao mesmo tempo vertiginoso aonde acabamos nos envolvendo junto do protagonista em um misto de sentimentos de tristeza, agonia e até raiva de tudo o que ocorreu nas guerras. Ou seja, garanto que muitos longas ficcionais não conseguiriam captar a essência passada por símbolos tão bem colocados numa única trama.
Agora, ao falar do show, temos de pontuar um ponto positivo monstruoso que é a concepção de palco junto de um telão imenso, que é construído e destruído praticamente peça a peça durante todo o show, unindo imagens referenciando tudo o que as canções diziam e com iluminações densas, figurinos fortes e impactantes, além de aparições dos cantores e instrumentistas em lugares completamente inusitados, fazendo uma performance incrível de ver, sentir, emocionar, cantar e vibrar junto com tudo o que ocorria no palco no mesmo estilo da plateia que conferiu o show no chão. Mas também temos de pesar o ponto negativo do show, que mesmo que quisessem "fingir" que era um show ao vivo ocorrendo (o que costuma acontecer em muitas produções do gênero que andam passando nos cinemas), mas não era o caso aqui, omitiram de colocar legendagem nas canções, e como disse acima, elas fazem todo o contexto completo do filme em si, simbolizando o estar cantando atrás do muro, referenciando o separatismo, dando medicamento para o pobre louco e por aí vai, e se colocassem as letras para o público acompanhar, certamente todos teriam um aproveitamento maior. Claro que posso dizer que 90% das salas (sim, aqui em Ribeirão Preto, interior do interior, acabaram lotando 3 salas para conferir o filme, então imagino como foi no restante do país e no mundo) foram ocupadas por fãs que conhecem quase todas as músicas de trás pra frente, e assim sendo todo o significado de cada uma delas, mas no momento agradaria mais até mesmo quem entende bem inglês. Mas da mesma forma que falei no outro documentário musical que acompanhei essa semana, isso não atrapalha em nada, apenas seria um ganho a mais para a produção que já foi excepcional. E além disso temos de tirar o chapéu para os solos de guitarra de Snowy White e Dave Kilminster, e para o vocal preciso e incrível de Robbie Wyckoff que foi bem em todas as músicas, mas em "Confortably Numb" humilhou e muito.
E claro para finalizar, logo após os créditos que mostram diversos mortos injustiçados, inclusive alguns brasileiros como Jean Charles (que o músico dedica o show) e Chico Mendes, vem o momento cômico da trama em um bate papo descontraído entre Roger Waters e Nick Mason (para quem não sabe, baterista original do Pink Floyd), respondendo diversas perguntas sobre a banda, separação, brigas, tudo de uma forma muito gostosa e divertida de acompanhar para fechar o filme com chave de ouro realmente, ou seja, um deslumbre só.
Portanto, por tudo que falei (até demais, pois ia ser mais breve) recomendo demais que todos assistam assim que possível e lançado em mídias, e claro que como sempre digo que ver nos cinemas é algo muito melhor, para quem perdeu o lançamento mundial hoje 29/09, no sábado(03/10) e domingo(04/10) haverá reprises em diversos cinemas, ou seja, quem puder ir vá que é garantia de uma ótima sessão. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto na quinta com mais estreias, então abraços e até lá.
PS: Iria remover um coelho da nota e dar 9 para o filme, por não terem colocado legendagem no show, mas como produtor não consigo dar nota menor que 10 para a maravilhosa produção cênica envolvendo iluminação, figurino e o próprio palco sendo montado do show, além da fotografia primorosa da ficção, então vou me deixar levar pela empolgação e manter a nota máxima para tudo.