Os Estranhos: Capítulo 1 (The Strangers: Chapter 1)

5/31/2024 12:47:00 AM |

É até estranho pensar que estamos vendo uma refilmagem com menos de 16 anos da estreia do original, que lembro bem pouco dele, e na verdade lembro até mais duma continuação (ou um reboot) que rolou em 2018 e que odiei, ou seja, o pessoal está sem criatividade nenhuma para escrever roteiros, e para piorar a ideia toda, como os anteriores não fizeram tanto sucesso para gerar possíveis continuações, o que o diretor desse novo fez? Gravou já os três filmes de uma vez só e já vai ir lançando um atrás do outro nos cinemas (um atrás do outro é modo de dizer, pois ainda não temos as datas dos próximos, mas já estão filmados). Dito isso, "Os Estranhos: Capítulo 1" é o famoso filme-susto que costumamos chamar, aonde até temos uma certa tensão acontecendo na tela, ficamos apreensivos pelos barulhos ao redor, mas que o diretor só que deixar você achando que está pronto para te pegar na virada brusca da câmera aonde surge o personagem do nada. Claro que até é legal ver as vezes um filme desse estilo, mas fica parecendo faltar aquele algo a mais, como por exemplo a motivação dos vilões, personagens não tão burros, e tudo mais que poderia melhorar para não ficar tão morno de atitude, mas quem gosta acaba sendo um prato cheio.

A trama mergulha os espectadores em um grande terror implacável. Quando Maya e seu namorado Ryan partem para uma nova vida no noroeste do Pacífico, suas esperanças de um recomeço são despedaçadas quando o carro quebra no meio do nada. Forçados a passar a noite em um airbnb isolado na floresta, o casal é lançado em um pesadelo sem fim quando três estranhos mascarados começam um jogo mortal de perseguição e terror. O que começa como uma luta desesperada pela sobrevivência, rapidamente se transforma na jornada de coragem de Maya, enquanto ela enfrenta o horror e descobre a força dentro de si para confrontar seus perseguidores e sobreviver até o amanhecer. Este é apenas o primeiro capítulo de uma nova trilogia de terror que promete manter os espectadores imersos ao universo do filme e nos sentimentos dos personagens, com reviravoltas aterrorizantes e um terror que se infiltra até os ossos.

Como falei no começo, o diretor Renny Harlin foi o mais esperto de tudo, pois ao gravar os três capítulos, pode pensar se criaria uma trama mais alongada já com tudo o que gravou ou se dividiria realmente em dois ou três filmes, porém agora iremos querer ver o que vai rolar com o fechamento escolhido (e principalmente com a cena no meio dos créditos - fique uns minutinhos que é bacana), pois não é um longa ruim de ver, só fica faltando um pouco de tudo como as motivações, e quem sabe até saber quem da cidadezinha são os mascarados, afinal dava para ter incrementado isso na tela sem perder nada, mas quem sabe isso role no segundo ou terceiro filme, e aí sim iremos dar uma nota completa para o trabalho do diretor que ao menos soube criar tensão com muita névoa, uma floresta bem fechada, e uma casa no meio do nada.

Quanto das atuações, diria que Madelaine Petsch com sua Maya trabalhou bem seus sustos e desesperos, brincou com a ideia de estar drogada vendo coisas, e não forçou ser alguém cheia de poderes e forças, que é o que mais incomoda em filmes desse estilo, sendo frágil na medida, fugindo e se escondendo com bom propósito e trabalhando bem seus olhares para convencer de tudo. Froy Gutierrez até tentou ser meio imponente com seu Ryan, pilotando uma motona, botando a arma na cara da vilã (burro demais, que devia ter puxado o gatilho na primeira chance!), e foi dominado bem fácil, mas como o personagem é asmático, até que sobreviveu bem algumas correrias. Quanto dos personagens mascarados, ficou bacana que não saíram dos personagens em nenhum momento, com tudo bem denso, movimentos marcantes e imponentes, e sem ficar conversando, o que deu um show a mais na tela, mas isso também causa aquele burburinho de querer mais deles, e não acontece. Quanto aos moradores da cidadezinha nem vou ficar falando muito deles, afinal nenhum deu dicas de possibilidades de ser algum dos personagens, valendo apenas destacar o bronco mecânico que Ben Cartwrigth fez com seu Rudy.

Visualmente eu entro naquele famoso detalhe de filmes de terror, que diz tudo para você não parar num lugar ermo abandonado, mesmo que esteja morrendo de fome e/ou ir ao banheiro, pois vai dar merda como em todo filme de terror, mas trabalharam bem a cabana bem rústica, com muitos discos e símbolos possíveis, criaram uma floresta bem densa e marcante, usaram e abusaram da névoa, e a sacada da morte foi bem usada, só que nesses filmes é muito fácil achar erros, e dessa vez eu peguei algo gigante com o carro que estava socado no outro, na cena final ele está até virado para o outro lado, ou seja, os personagens arrumaram tudo bonitinho enquanto os protagonistas estavam apagados, mas nada que incomode.

Enfim, não é um filme ruim, mas dava para ser bem melhor, de tal forma que talvez um único com tudo acontecendo, nem que ficasse com uns 150 minutos, mataria tudo de uma vez, pois se tem algo que me incomoda é um longa sem final, embora aqui "acabe" de certa forma, mas esperar sabe lá um ano ou mais para fechar tudo me incomoda, ainda mais sabendo que geralmente a parte dois é a famosa enrolação de nada levando a lugar algum. E é isso pessoal, fica assim sendo a recomendação, não vou dar uma nota alta por achar que faltou para realmente causar, mas não é ruim, então vá conferir e tire suas conclusões, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Meu Sangue Ferve Por Você

5/30/2024 07:11:00 PM |

Quem me segue a um bom tempo sabe que uma das minhas maiores reclamações dos longas nacionais era da falta de brincarem com mais estilos sem ser comédia escrachada, comédia romântica, drama novelesco e drama favela, com raras tramas soltas de terror que dificilmente davam muito certo, porém parece que essa nova leva de diretores e produtores resolveram ousar e na mesma semana já surgiu um cyberpunk e agora um musical biográfico, ou seja, podem não serem perfeitos, mas minha felicidade em ver inovação já está a mil. Dito isso, "Meu Sangue Ferve Por Você" entrega um pouco de como Sidney Magal se apaixonou por Magali West quando foi entregar o prêmio de "A Mais Bela da Bahia" em 1979, e todas as artimanhas que seu empresário e a mãe da garota fizeram para tentar não dar certo o casal, mas mais do que isso a trama brinca com as nuances de suas músicas, dos shows icônicos do cantor, suas danças e tudo que coubesse em um musical diferente do usual, e até que funciona bem para quem curte o estilo, e claro, o cantor, sendo bacana de ver, mesmo que um pouco exagerado, mas como Magal sempre foi exagerado, e isso já vimos no documentário que teve no ano passado, a trama agrada.

O longa nos mostra que em 1979, Magal, um dos artistas mais populares e celebrados do país, segue a rotina de shows e compromissos em Salvador. Durante um programa de TV, conhece a deslumbrante Magali e é acometido por uma paixão inédita e avassaladora. Para conquistá-la, precisará vencer a resistência de Jean Pierre, seu empresário passional, além da desconfiança da família, amigos e da própria Magali. Embalado por grandes sucessos, o filme narra os encontros e desencontros dessa explosão de amor que mudará para sempre a vida do casal Magal e Magali.

O diretor e roteirista Paulo Machline é um dos poucos brasileiros que já foram indicados ao Oscar, tendo seu primeiro curta "Uma História de Futebol" chegado lá em 2001, e desde então tem feito boas tramas diferentes e interessantes de se ver, mas acredito que sua maior ousadia até hoje tenha sido acreditar na possibilidade de um musical nacional no cinema homenageando um dos maiores cantores do país, mas foi lá e fez, de tal forma que o longa até tem alguns defeitos, poderia ter trabalhado um pouco mais da vida de Magal e não apenas o ano de 1979, mas quem sabe algum produtor maluco encare uma continuação, e ele arrisque um pouco mais. Ou seja, sei que muitos vão olhar torto para sua ideia, outros não irão conferir por não gostar do estilo musical, mas confesso que a ousadia funcionou, e principalmente a ideia foi além, pois encontraram um ator que incorporasse o personagem Magal e vivesse com voz e dinâmicas tudo na tela.

E já que comecei a falar das atuações, diria que Filipe Bragança fez uma preparação incrível para viver Sidney Magal, de tal maneira que por várias vezes achei que o verdadeiro Magal estivesse dublando ele, e nas canções o jovem apenas tivesse mexendo a boca, mas não, nos créditos vemos que o ator mesmo gravou as novas versões das músicas icônicas e brincou com as facetas e danças sensuais do homenageado, mostrando potencial artístico que vamos ver muito ainda, pois ele é bem novo e mandou bem aqui. Giovana Cordeiro foi escolhida pela própria Magali West para viver ela, e a jovem que anda agradando muitos diretores de novelas conseguiu entregar personalidade e estilo na tela, sendo uma baiana invocada e intensa, além de bem graciosa também na interpretação, o que acabou agradando bastante. Caco Ciocler ficou meio engraçado como o empresário Jean Pierre, pois tendo um sotaque gringo bem forte, precisou forçar trejeitos, mas ainda assim conseguiu sendo um bom ator chamar muitas cenas para si na tela, só achei que faltou ele ficar com a mãe de Magali. E falando dela, Emanuelle Araujo foi bem intensa com sua Graça, trabalhando bem com a filha, fazendo imposições de mães fortes e rigorosas, sendo bacana de ver na tela. Ainda tivemos outros bons personagens, mas a maioria dando apenas conexões para a história, valendo ver Sidney Santiago com seu Renan/Sandra Pink, Tânia Tôko com sua Lurdes, Pablo Morais com seu Claudinho e Sol Menezes com sua Ana Maria, mas sem grandes destaques.

Visualmente a trama mostrou bem o estilão do final dos anos 70, com carros simbólicos, shows em teatros bem produzidos como o cantor sempre fez, e claro figurinos fortes e coloridos para representar as canções e danças, de modo que a equipe soube brincar bastante com cada nuance para funcionar na tela, com faixas e cartazes que sempre representaram bem as fãs malucas do cantor, fazendo com que o filme agradasse bastante.

Enfim, se você curte musicais, gosta das loucuras do cantor Magal e principalmente se quer ver um filme nacional diferente do comum que sempre nos apresentam, recomendo que vá conferir o longa nos cinemas, pois mesmo tendo alguns defeitos de estilo, ao menos é gostosinho de ver, e ajuda para que outros diretores acreditem que arriscar sair do comum pode dar certo, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas ainda vou aproveitar o feriado para ver mais um longa hoje, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Biônicos

5/30/2024 02:10:00 AM |

Desde a estreia de Afonso Poyart com "2 Coelhos" venho dizendo que ele é um dos nossos melhores diretores do país, que segue bem a cartilha Zack Snyder de uso de câmeras lentas, mas que principalmente sabe inovar no país e lá fora também, saindo bastante do eixo drama, novela e comédia que tanto permeia nosso cinema nacional, e claro que ao ser contratado pela Netflix para fazer um longa cyberpunk futurista não ia nos desapontar, tanto que antes mesmo de saber que era dele o longa quando vi o trailer já fiquei bem curioso, mas quando pesquisei sobre e vi seu nome, nem pensei duas vezes e já deixei meu dia 29/05 reservado para o longa. Dito isso, "Biônicos" chegou na plataforma para quebrar conceitos, mostrando algo completamente diferente do que já foi entregue, afinal misturar esporte e crime é algo que infelizmente tem suas bases, mas outro dia vendo as Paraolimpíadas fiquei intrigado em até quanto as próteses davam algo a mais para o atleta, e aqui a ideia mostra que muitos podem não ser acidentados realmente, ou seja, a trama traz uma discussão de até onde vale perder um membro para ficar famoso e campeão de algo, junto disso até onde vale vender sua alma para conseguir ser campeão, e usando toda essa base a trama traz um visual futurista bem chamativo nas competições e nos painéis das ruas, misturando com uma base de abandono do passado, o que acaba transformando tudo em algo maior do que parece. Claro que tem defeitos, e o principal é ter uma pegada um pouco de série/novela, mas não atrapalha e funciona dentro da proposta, o que era o que precisava. 

A sinopse nos coloca no ano de 2035, em um mundo transformado pela tecnologia, aonde as próteses biônicas são as novas fronteiras da sociedade. Nesse novo mundo conhecemos, Maria, uma atleta de salto em distância que dedicou a vida a treinar incansavelmente em busca do pódio, e se ressente com a ascensão das próteses biônicas, que trouxeram consigo uma nova realidade para o esporte. A situação se torna ainda mais complexa quando sua irmã mais nova, Gabi, ganha os holofotes como atleta biônica, recebendo toda a atenção e glória para si. Impulsionada por sua ambição e pela rivalidade com a irmã, Maria se vê envolvida em um labirinto de dilemas morais, adrenalina e muita ação ao cruzar caminhos com Heitor.

Já falei muito de Afonso Poyart no começo, e volto a frisar o quão bom é o diretor, que não tem um currículo gigantesco, mas prezando pela qualidade ao invés da quantidade, tem pego boas histórias e conseguindo fazer com que elas ficassem bem imponentes na tela, de modo que muitos vão reclamar do excesso de efeitos, da falta de desenvolver mais alguns personagens, mas ele entrega o que o público comum que gosta de um bom cinema fora do clássico quer ver, então ele vai com tramas de ação, policiais e até quando encarou uma comédia dramática soube como não deixar ela comum, e isso é brilhante, pois vemos pegadas clássicas de tramas de muitos países lá fora em suas ideias, mas mais do que isso vemos originalidade nos seus planos, nas dinâmicas, e com isso ele acaba indo além. Tanto que aqui seu longa é um futuro, mas não algo lá longe, algo que pode estar num pulo literalmente falando aonde a tecnologia e o crime cibernético se define, aonde ele brinca com o saudosismo da protagonista gostar de treinar numa pista antiga abandonada com uma competição toda tecnológica com luzes e sensores de recordes criativos, e ainda traz todo o elo de rixas familiares, de criminosos que parecem bonzinhos, e assim até tem em segundo plano algo meio novelesco, mas que felizmente não precisou forçar tanto. Outro grande acerto posso dizer que foi o roteiro de Josefina Trotta, que brincou bem com toda a ideia da culpa, do vender a alma que disse no começo, mas principalmente colocou todo o lance do quão forte e potente pode mudar um super-humano paratleta?

Quanto das atuações, não conhecia Jessica Córes, afinal só tinha em seu currículo novelas e séries que não confiro, então aqui no seu primeiro longa e já de cara como protagonista, soube segurar bem as emoções e trazer dinâmicas fortes para que sua Maria fosse imponente e cheia de estilo, trabalhando bem os saltos, não deixando que a prótese ficasse falsa, e principalmente criando tensões com seu parceiro de cena, para que o filme funcionasse por completo, e sendo assim agradou bastante com o que fez. Bruno Gagliasso dispensa elogios, afinal ele sabe segurar qualquer trama que lhe jogarem para fazer, e aqui seu Heitor é ao mesmo tempo durão como chefe da organização, tendo um lado meio que doce e amistoso para com os atletas que ajuda, mas tem muitos segredos, e sabe criar nuances no olhar como ninguém o que acaba chamando muita atenção na tela. Ainda tivemos a rapper e atriz Gabz fazendo uma Gabi cheia de marra e personalidade, mas jogando exatamente como seu papel pedia, e isso acabou agradando bastante na tela. Danton Mello trouxe um ar calmo demais para o policial Guerra, de modo que talvez um pouco mais de intensidade levaria o personagem para rumos maiores, mas não desapontou com o que fez. O longa ainda contou com muitos outros atores como Miguel Falabella fazendo uma pontinha no final, Klebber Toledo entregando o irmão do protagonista no comecinho, Paulo Vilhena fazendo um técnico/médico de performance da equipe de salto, Nill Marcondes fazendo o pai/técnico das garotas, mas sem dúvida quem chamou mais atenção entre o elenco secundário foi Christian Malheiros com seu Gus bem marrento e com estilo, que no final já pode ser chamado para um outro filme de super-heróis bem conhecido.

Visualmente a trama brincou com tecnologia e esporte, tendo claro muitas cenas feitas com computação gráfica, usando e abusando de efeitos, mas principalmente dando boas nuances para as próteses, que ficaram bem marcantes em todos que usaram (de modo que se alguém achar um making off gostaria de ver que deve ter sido bem bacana o famoso processo de criação/gravação), tendo todo um sentido multicolorido, mas também brincando com coisas mais densas e antigas como os estádios de treinos, carros e elementos alegóricos que talvez ficassem mais caros se fossem brincar tanto com o futuro, mas como disse no começo, não foram tantos anos a frente, então não precisaram abusar, e o resultado ficou interessante de ver na tela funcionando.

Enfim, é um longa que fui conferir já com muita expectativa, e isso pesa sempre como já falei outras vezes que é o pior jeito de ver qualquer filme, mas diria que ficou bem dentro do que eu esperava ver, e que vale com certeza a indicação para todos conferirem, afinal é algo diferente dentro do nosso cinema nacional, e só por isso já faz valer o play, mas com uma história boa e interessante acabou sendo algo gostoso de ficar na frente da tela pelo tempo proposto, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Por Trás Da Verdade (The Good Mother)

5/29/2024 02:02:00 AM |

Sempre digo que gosto muito mais de ficções do que tramas documentais, pois dá para permear a nossa mente com algo mais imaginativo e cheio de inflexões que sabemos que não são tão tradicionais, porém algumas tramas nos entregam vértices tão próximos de uma realidade que acabamos envolvidos com a ideia toda. E com o longa "Por Trás da Verdade" vemos uma mãe que expulsou o filho de casa por causa do envolvimento com drogas, acaba conhecendo um pouco mais desse mundo junto da namorada dele, quando acaba assassinado na rua, e conforme entra mais nas ideias todas acaba vendo que nem tudo o que aparentava ser bonito era realmente, e isso é uma realidade que muitas mães veem quando tentam tirar ou acabam descobrindo da pior forma possível tudo o que envolve nesse mundo das drogas, sendo que o longa até tem alguns atos meio que incoerentes e que davam para ter dado uma lapidada para não parecerem tão abstratos, mas de certa forma quem tem algum parente ou amigo nesse mundo irá ver que não é só quem é usuário que vive da grana das drogas.

O longa conta a história de uma jornalista chamada Marissa Bennings, que, depois de ter um de seus filhos assassinado, decide se unir à namorada do rapaz para encontrar os responsáveis pelo crime. Aos poucos, elas vão encontrando pistas que ligam o jovem a um mundo de drogas, corrupção e segredos que colocarão as vidas delas também em risco.

Por incrível que pareça não vi o longa anterior do diretor Miles Joris-Peyrafitte, e olha que já passei por ele algumas dezenas de vezes na minha lista da Amazon Prime Video, e agora vou dar logo mais uma chance para ele, pois vi que tem pegada e sabe conduzir bem com um estilo próprio, afinal o longa aqui dava para seguir dois caminhos, um mais aberto e investigativo de cara, ou um mais com uma mãe que é escritora criando sua própria história nos caminhos mais obscuros por onde seu filho passou antes de morrer, e a grande sacada do longa é a forma que o diretor desenvolve isso usando como base a namorada drogada do rapaz que está grávida, e suas nuances conforme vão sendo trabalhadas. Claro que o filme poderia ter sido melhor lapidado e criado alguns atos mais emocionantes, porém o ponto de virada foi crucial para que a história ficasse intensa, e a reviravolta que isso causou quando a outra mulher acha o elemento traz um outro filme nos momentos finais, e se isso tivesse acontecido bem antes, o filme seria espetacular.

Quanto das atuações, chega a ser engraçado ver como Hilary Swank foi mudando seu jeitão de interpretar durante os anos, pois se antes era meio que displicente e explosiva, agora ela entrega trejeitos mais amplos e reflexivos para suas personagens, e aqui sua Marissa tem um estilão seco de emoção e consegue nos conectar bem com isso, de tal forma que não vemos atos em que ela sai para frente de tudo, mas ao mesmo tempo domina bem seu ambiente agradando com estilo. Olivia Cooke também entregou uma mulher bem diferente de seus papeis anteriores para sua Paige, porém faltou a personagem sair mais para jogo e não ficar tão em segundo plano, pois o filme pedia um algo a mais dela, e não aconteceu. Ainda tivemos alguns bons atos com Jack Reynor com seu policial Toby meio que conflituoso demais e Dilone trabalhando até que bem sua Gina, mas ambos também ficando muito em segundo plano para que a estrela do filme ficasse só em Swank.

Visualmente diria que entregaram um longa simples demais, tendo muitas cenas no mundo obscuro das drogas, com casas abandonadas, trilhos de trem meio que escuros demais, e até mesmo a casa da protagonista não é tão iluminada quanto poderia para detalhar mais, de modo que vemos os elementos familiares meio que em segundo plano, tendo alguns atos na redação do jornal que a protagonista trabalha, mas nada que ficasse em destaque, ainda tivemos uma reunião de viciados em bebidas e drogas, e um centro de troca de seringas (algo que não sabia da existência), ou seja, tudo colocado no modo básico, mas bem feito.

Enfim, é um filme interessante, que tem uma boa pegada, e uma história com boas reviravoltas, mas como disse, deveria ter ocorrido ela antes para que o segundo ato e os atos finais tivessem mais desenvolvimento, pois acabou ficando uma trama mais de luto do que de busca realmente, e isso faria uma tremenda diferença, mas ainda assim é algo que tem pegada e vale a conferida quando estrear oficialmente nos cinemas, então fica a dica, e eu fico por aqui agradecendo o pessoal da A2 Filmes pela cabine, então abraços e até logo mais.


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Star+ - Maus Momentos No Hotel Royale (Bad Times at the El Royale)

5/28/2024 01:01:00 AM |

Lá no saudoso fim de 2018 e começo de 2019, antes mesmo da existência da pandemia que mudou toda a vida das salas dos cinemas que até hoje não voltaram no seu grande momento, um filme bem intenso passava o trailer em quase todas as sessões, mas por muito azar nosso de morar no interior acabou não chegando nas salas dos cinemas por aqui, esse que vos digita sempre estava com muita vontade de ver ele, e depois acabou esquecendo, mas eis que hoje fazendo uma caça para achar algo bom para ver e comentar, localizei "Maus Momentos No Hotel Royale" dentro da plataforma da Star+ (que em junho irá migrar todo o conteúdo para a Disney+), e claro que dei play nele, e mesmo sendo algo mais antigo resolvi vir aqui compartilhar a experiência, pois é daqueles filmes que muitos vão enxergar quase como uma série, já que é longo com 141 minutos, e internamente tem várias divisões quase que capitulares para conhecermos mais a fundo cada um dos personagens, ou seja, tudo está se desenrolando em algum dos quartos ou do hall do hotel, para e volta para um passado para entendermos melhor cada um que está ali no meio da conflituosa noite, e embora isso recaia para um estilo meio que novelesco, o resultado funciona, afinal todo o conteúdo importa para não ficar apenas jogado na tela, e a montagem foi bem esperta de não jogar apenas numa sequência, mas sim com quebras, pois o respiro embora quebre a tensão dá uma vazão maior, e assim o fechamento (embora seja muito fácil de descobrir como irá terminar logo nos primeiros minutos!) acaba interessante o suficiente para quem assistiu por completo.

O longa nos conta uma história misteriosa que se passa na década de 1960, onde sete desconhecidos - cada qual com seus próprios segredos - se conhecem por uma simples obra do acaso no Hotel El Royale, um local degradado perto de Lake Tahoe, na Califórnia. Ao longo de toda uma noite, alianças são feitas, segredos são revelados e um por um, os até então estranhos mostram suas verdadeiras personalidades. Cada um deles precisará encontrar redenção durante esta noite...antes que tudo vá para o inferno.

Diria que o diretor e roteirista Drew Goddard soube segurar bem sua trama com um desenvolvimento rápido e seguro, pois mesmo o longa sendo longo e fragmentado com ares novelescos, ele não chega a cansar e não incomoda com as quebras, de tal forma que tudo aparenta um bom propósito e traz segurança na ideia toda. Claro que com uma outra montagem ficaria mais cinematográfico e com uma pegada menos parecida com uma série, mas não impactaria tanto como dessa forma que foi entregue. Ou seja, o filme tem todo um estilo amplo que dependeu bastante da entrega dos protagonistas, mas como o elenco teve boa percepção do espaço e criou cada momento seu como algo para ficar marcante, acabamos entrando no clima que o diretor desejava, e o resultado funciona, só acredito que poderia ser mais desenvolvido para não entregar tão fácil quem vai sobreviver no final, pois aí a trama impactaria ainda mais.

Quanto das atuações é bem fácil dizer que todos dominaram o longa com seus personagens, pois qualquer erro de percurso faria com que o longa ficasse extremamente cansativo, e Jeff Bridges trouxe uma personalidade forte, porém com densidade bem colocada para seu Padre Flynn, não fazendo tanta arruaça quanto costuma entregar em seus personagens, o que acabou dando um tom bacana para o papel. Cynthia Erivo cantou muito com sua Darlene, e fez trejeitos bem dimensionados de desconfiança para com todos os homens da produção, sendo bem coerente com o que o papel pedia. Até Dakota Johnson entregou olhares e interações bem dramatizadas para sua Emily, chamando a responsabilidade para si em muitos atos. Chris Hemsworth brincou com seu Billy Lee, dançando e fazendo imposições marcantes com muito sarcasmo bem encaixado para chamar atenção em todas as suas cenas. Jon Hamm trabalhou seu Laramie falante demais, de modo que chega a incomodar no começo, mas depois que vemos os motivos acabamos concordando com sua interação. Lewis Pullman trabalhou seu Miles com sinceridade no olhar e muita dinâmica expressiva, de tal forma que sua história do passado é a melhor, e faz jus ao seu desespero por perdão do padre. E por fim a jovem Cailee Spaeny se divertiu ao máximo com sua Rose, se jogando no lustre, tocando música e o terror com fogo, sendo simples, porém bem encaixada nos atos que participou.

Visualmente a trama foi até bem além do esperado, pois mesmo o hotel sendo um lugar com muitos ambientes, tendo vários quartos diferentes, tendo toda a ideia de estar em dois estados do país dividido por uma linha bem separada, um hall luxuoso, porém bagunçado, e tudo com moedas em máquinas bem moderno para época que se passa o longa, mas além disso foi mostrado um pouco da vida de cada um, mostrando roubos, cultos, ensaios, guerras, e até centrais de espionagem aonde tudo foi bem detalhado com passagens marcantes ao ponto que mostra que a equipe de arte gastou bastante do orçamento do longa.

Enfim, é um filme que certamente no cinema deve ter impactado mais por ter uma ambientação grandiosa, mas que funciona também na telinha, sendo bem bacana de conferir, mesmo que volte a afirmar que ao conferir fica bem fácil acertar o resultado final. Fica a dica então para quem não viu ele ainda, já que estreou há muito tempo na plataforma (eu achei ele apenas agora), pois é bem bacana e vale a recomendação, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até breve com mais dicas.


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Amazon Prime Video - A Lição (The Lesson)

5/27/2024 12:20:00 AM |

Muito se fala que no mundo literário e artístico muita coisa não é original, já que as pessoas acabam pegando uma referência aqui, outra ali, e se não tiver controle o seu livro/filme já vira uma cópia deslavada de outro trabalho que por vezes nem é tão conhecido, e assim sua obra vira a original. E com essa base, o longa "A Lição", que pode ser conferido na Amazon Prime Video, trabalha bem as entonações de um jovem escritor que nunca publicou nada e vai dar aulas de literatura e redação para o filho de um grande escritor, cujo o jovem o tem como ídolo literário, só que ao conviver com a família vê que nem tudo são flores por lá, e com isso acaba envolvido com toda a situação complexa e tensa sem querer viver aquilo. Claro que o longa é algo bem ficcional, mas tem bem essa base do famoso escritor, das muitas referências e das vivências que cada um tem para escrever suas obras, mas diria que o diretor foi muito sintético com a sua trama, pois poderia ser algo mais psicótico, ter cenas mais intensas e criar todo um mote mais chamativo, pois tudo acontece, e pronto, nada é tramado, nada pega a fundo, mas como funcionou, o resultado acaba sendo interessante de ver, porém dava para ser daquelas obras que arrepiaria, e você iria querer ver mais vezes, o que não é o caso.

A sinopse nos conta que Liam, um jovem escritor, aceita ansiosamente um cargo de tutor na propriedade familiar de seu ídolo, o renomado autor J.M. Sinclair. Mas logo Liam percebe que está preso em uma teia de segredos de família, ressentimento e retribuição.

Depois de muitas (mas muitas mesmo) séries, a diretora Alice Troughton resolveu atacar com um longa metragem, e como já disse, um dos melhores gênero para se iniciar é o suspense, pois se você amarrar bem toda a história e ir dando migalhas para o público, quando você apresentar o desfecho já estarão satisfeitos e tudo funcionará muito bem, ou então dar uma bela quebra e surpreender com um final inesperado que acaba dando rumos bem diferentes, e ela conseguiu brincar bastante com a trama, dando as devidas nuances com o andamento do roteiro, encontrou olhares e sacadas bem dispostas, só talvez não necessitasse quebrar o longa em capítulos como em um livro, pois a montagem conseguiria desenvolver isso com apenas alguns cortes, que acabaria resultando em algo mais fluido, mas ainda assim soube dosar os momentos para que o público pegasse bem a linha que ela queria.

Quanto das atuações, Daryl McCormack fez de seu Liam um professor centrado demais, regular, sem grandes nuances, que vai movimentando a casa com as sacadas bem encaixadas, mas sem grandes explosões, como poderia e deveria ter feito, pois mesmo sendo um filme britânico, acabou sendo polido demais até para uma trama britânica, de forma que faltou pegar o papel e soar grandioso com ele, como talvez ficou no fechamento, ou seja, faltou pressão no personagem. Já Richard E. Grant entregou para seu J.M. Sinclair a arrogância em nível máximo, rindo com pose, desdenhando do jovem escritor, mas quando as coisas saem do eixo também se jogou e expressou potência, o que fez dele quase tão mais protagonista que o jovem, e isso deu uma certa quebra na trama. Julie Delpy conseguiu ser bem cheia de artimanhas e sedução com sua Hélène, trabalhando olhares e dinâmicas de uma forma séria, mas bem dosada de estilo, não soando artificial um segundo que fosse, o que deu um tom marcante para a trama. E por fim ainda tivemos Stephen McMillan bem simples com seu Bertie, sabendo trabalhar olhares e ensejos meio que de desdém num primeiro momento, mas depois de muita conexão com o protagonista, demonstrando bem o envolvimento completo na trama.

Visualmente a trama foi bem rica numa mansão isolada com lago, casas de visitas e toda uma ambientação bem fechada para conectar quartos e ambientes dentro do requinte da família, mostrando uma biblioteca bem organizada e obras de arte chiques para mostrar a riqueza que muitos nunca terão, e a equipe de arte conseguiu direcionar bem toda a diferença entre um livro escrito a mão de um no computador, além de belas cenas com tudo sendo jogado no lago e as letras sumindo, ou seja, um trabalho simples, porém bem elaborado cenicamente.

Enfim, é um filme com uma certa pegada, bem colocado dentro de uma história simples, que não diria ter uma reviravolta tão chamativa quanto poderia, mas que funciona e envolve o público como um bom suspense deve fazer, e sendo assim vale a recomendação de conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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A Metade de Nós

5/26/2024 06:09:00 PM |

Entender o que se passa na cabeça de uma pessoa que comete suicídio já é algo bem complexo, mas para os pais que perdem seu filho é algo quase que impossível, aonde cada um acaba desenvolvendo seu luto de forma bem diferente, e a proposta do longa "A Metade de Nós" é permear essa discussão acompanhando os protagonistas em alguns meses após o caso, colocando suas angústias, ideias malucas que acabam fazendo num momento de surto, e até a quebra do envolvimento entre eles, afinal nem sempre um está disposto a ouvir o que o outro está pensando quando o silêncio faz muito barulho na cabeça. Ou seja, é daqueles filmes que facilmente você olha e pensa vai ficar tão introspectivo que não vou aguentar conferir, mas que os protagonistas conseguiram ir por rumos tão diferentes e ousados que a trama acaba se abrindo mais do que fechando, resultando em algo até que gostoso de ver, com muito sentimento e presença, o que mostra técnica e boa escolha tanto da direção quanto da forma de passar isso para o público. Claro que alguns vão sentir mais, outros vão dialogar e refletir mais sobre tudo, mas a base é boa e mesmo tratando de um tema pesado que já vimos tantas obras usando, acaba sendo leve e interessante de conferir.

A sinopse nos conta que Francisca e Carlos lutam para se adaptar à nova realidade após o suicídio do único filho, Felipe. Mergulhados em fantasias, medos e melancolia, cada um a seu modo vivencia experiências radicais. Carlos se muda para o antigo apartamento de Felipe, alienando-se na vida do filho morto. Já Francisca, assombrada pela culpa, dedica-se a desvendar o enigma do suicídio.

Em sua estreia na direção de longas, Flavio Botelho usou como base sua experiência com a perda da irmã, e isso é algo bem notável na tela, pois sutilmente vemos sua sensibilidade para tratar o tema sem ser justamente um soco no estômago como costuma ocorrer em tramas desse estilo, e isso fez com que seu longa se diferenciasse tanto. Claro que temos uma montagem quase que teatral dos protagonistas, e isso dá um tom diferente para o longa, mas ainda assim a trama tem uma pegada bem densa aonde cada simples detalhe chama a atenção, e claro que os gestuais falam até mais do que o próprio roteiro em si, e dessa forma o acerto foi bem marcado na tela, mostrando um preparo meticuloso para que o filme tivesse algo a mais para mostrar.

Quanto das atuações, diria que Denise Weinberg puxou sua Francisca para um lado mais de revolta e explosão, procurando achar uma solução de culpa e identificação, aonde vemos olhares mais profundos e o pensamento a mil, contando com cenas aonde não consegue dormir, respirar e suas dinâmicas se voltam a alguém mais agitado, conseguindo passar tudo muito mais com o corpo do que com diálogos, o que é bem bacana de ver. Enquanto Cacá Amaral pegou para seu Carlos um lado mais afetivo, mais de necessidade de conversar com alguém, de encontrar um propósito moral e emocional, se desesperando e chorando pelos cantos, e sabendo captar uma essência que nem ele mesmo sabia que tinha, o que acaba dando ares diferentes, mas com muita sinceridade visual e expressiva. Quanto aos demais, apenas temos conexões e dinâmicas, sem grandes anseios maiores para que não perdesse realmente a essência dos pais, mas tivemos boas participações de Kelner Macêdo com seu Hugo e Henrique Schafer com seu Sérgio, que poderiam até ter rendido um pouco mais de imposição cênica na tela, mas que o diretor mesmo optou por deixar em segundo plano.

Visualmente a trama tem uma pegada simples, oscilando entre a casa dos protagonistas e o apartamento do filho, usando e abusando de detalhes de pinturas feitas pelo jovem, sua cachorra, e claro a rotina do casal de comer seu ovo pela manhã, ir nadar, e até mesmo a visita a um apartamento aonde pode se ver o médico do garoto, sendo tudo bem sutil, mas que ao mesmo tempo se abre para as discussões do tema da trama, e como disse ser algo bem teatral, os protagonistas conseguem pegar cada elemento cênico e tornar ele ainda maior do que é, o que mostra uma sintonia bem grande entre equipe e protagonistas.

Enfim, é o famoso filme simples muito bem feito, que tem pegada, tem estilo, e mais do que tudo faz o público refletir sobre o tema tão polêmico que é o suicídio, já que não traz apenas consequências para quem o comete, mas sim tudo e todos à sua volta que precisarão lidar com a vida que precisa seguir, mas que acaba sendo mais difícil do que já é naturalmente. Fica a dica então para conferirem o longa nos cinemas a partir do dia 30/05, e eu fico por aqui agora agradecendo ao pessoal da Sinny e da Pandora pela cabine. Volto mais tarde com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Jardim dos Desejos (Master Gardener)

5/26/2024 02:23:00 AM |

Gosto de filmes aonde o diretor vai direto ao ponto, pois conseguimos curtir mais a trama e se envolver com os personagens, mas também é bacana vez ou outra conferir filmes aonde o diretor tenta entregar mensagens para o público usando algumas metáforas mais abrangentes, de forma que você acaba pensando nas possibilidades e reflexões usando mais do que apenas o que está sendo deixado na tela. E um diretor que costuma ousar por vezes esse estilo é Paul Schrader, que trouxe uma trama bem densa no seu novo longa "Jardim dos Desejos", permeando entre flores, relacionamentos e crimes toda uma ideologia marcante de uma vida nova e complexa, que até flui facilmente na tela, mas que você acaba esperando por um algo a mais que daria frutos mais intensos e acaba não ocorrendo. Ou seja, é daqueles filmes que você fica tentando entender o algo a mais na tela, que tem uma abertura interessante e até levemente poética pelo fato do ensinar o dom da jardinagem para alguém desabrochar, mas tendo por trás um passado negro que pode explodir a qualquer momento, e esse vértice denso acaba floreando a história e agradando de certo modo. 

O longa nos conta que Narvel Roth é o meticuloso horticultor dos Jardins Gracewood. Ele é tão dedicado em cuidar dos terrenos desta bela e histórica propriedade quanto em agradar sua empregadora, a rica viúva Sra. Haverhill. No entanto, o caos invade a existência espartana de Narvel quando a Sra. Haverhill exige que ele aceite sua problemática e conturbada sobrinha-neta Maya como nova aprendiz, desvendando segredos sombrios de um passado violento enterrado que ameaçam a todos eles.

O mais engraçado de ver na trama do diretor e roteirista Paul Schrader é que ele não se fecha em momento algum para a densidade que deseja entregar na tela, de tal forma que seu filme acaba sendo fluido e denso na mesma proporção, conseguindo brincar por vezes com coisas sutis e interessantes de ver, como na mesma cena entra em cheque algo tenso e marcante para refletir sobre a sociedade em si, heranças, culturas e até mesmo sobre o mundo atual aonde vemos a ressocialização de presos como algo difícil de se aceitar. Ou seja, ele sabe permear bem entre fases de sua trama, e principalmente segurar o espectador criando ambientações simples, mas com muitas mensagens subliminares na condução, e isso é uma arte que poucos dominam. Claro que fazer isso no filme inteiro acaba sendo chato de ver, mas no contexto completo acaba funcionando o resultado proposto, mesmo que pudesse ser cortado alguns momentos enfeitados demais.

Quanto das atuações diria que a escolha de Joel Edgerton para o papel principal foi algo muito bem pensado, pois é um ator que consegue ao mesmo tempo entregar alguém "bonzinho", apaixonado por flores e plantas, mas que também entrega uma densidade violenta bem guardada no olhar, e sua entrega acaba fluindo fácil na tela, mostrando um Narvel cheio de camadas, que se você for tirando as peles vai enxergar tudo e verá um ator perfeito para cada ato. Sei que Sigourney Weaver não é mais a mocinha que vimos anos atrás, mas aqui envelheceram tanto ela para fazer uma Sra. Haverhill cheia de desejos e desenvolturas que acaba sendo até estranho de ver, com um ar meio que rabugento, meio que de pessoas que se acham demais, e a atriz soube segurar cada elo de uma forma marcante na tela também. A jovem Quintessa Swindell também soube ser sutil com sua Maya, não criando muitos atos explosivos, mas também não deixando que sua personagem ficasse secundária no meio de duas estrelas, ao ponto que vai ganhando a tela e consegue seduzir bem o protagonista, fazendo atos secos, porém amplos de significado, o que acaba chamando atenção na tela. Quanto aos demais, a maioria apenas teve conexões com os três, então não diria que dá para dar qualquer destaque.

Visualmente a trama tem elos bem bonitos com os jardins, tem uma cena incrivelmente cheia de detalhes quando os personagens atingem seu ápice, e também vemos atos de destruição bem fortes e representativos, com uma boa separação da riqueza e da diferença de classes, vemos alguns momentos em lanchonetes de apresentação criminal bem comum de presos que cumprem sentenças livres, e vários momentos em motéis de estrada, aonde a equipe de arte conseguiu desenvolver bem cada momento do roteiro para que a história tivesse uma vida interessante de se ver, além dos objetos predominantes em quase todas as cenas que foram a tesoura de poda do protagonista e seu diário.

Enfim, é um filme que muitos talvez não se conectem como o longa pede, mas que se analisar bem a fundo todas as ideias e metáforas presentes conseguirá ver um filme intenso cheio de camadas que dá para se pensar bastante, então fica a dica para a conferida nos cinemas à partir do dia 30/05. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo claro o pessoal da Pandora Filmes e da Sinny pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Atlas

5/25/2024 09:37:00 PM |

Não costumo reclamar de ver filmes exageradamente digitais, pois ocasionalmente conseguem compensar o excesso gráfico com histórias mais pontuais e imponentes, porém mesmo gostando bastante da entrega do longa da Netlix, "Atlas", me vi assistindo uma partida de videogame aonde alguém estaria jogando e eu apenas do lado acompanhando (como fiz muitas vezes na minha infância), aonde víamos os personagens passando por fases, lutando contra personagens mais simples até chegar em algum tipo de chefão, com tudo cenograficamente sendo destruído, fogo, computação, inteligência artificial e claro a famosa discussão de até onde vale compartilhar suas vivências para serem transformadas em dados e retornado com algo que lhe conhecerá e saberá como lhe agradar exatamente como você espera ser tratado. Ou seja, muitos irão reclamar da atriz, outros do visual computacional/videogame demais, e alguns vão até dizer que a trama não é algo interessante de ver, mas digo que a sacada do longa é justamente a de entregar como o futuro pode ser um abismo com tantos dados espalhados sendo "dados" para as inteligências, e o quanto isso vai voltar de forma segura para a humanidade, mas claro que o diretor gosta de ação, pancadaria e aventura, então ele permeia essa ideia quase que em segundo plano bem escondido, mas que funciona na tela, e agrada de certa forma.

No longa conhecemos Atlas Shepherd, uma analista de dados brilhante, mas que não se sente atraída e nem confortável para socializar com pessoas. Num mundo totalmente dominado pela tecnologia, não é normal que uma analista possua uma profunda desconfiança em relação à inteligência artificial, mas esse é o caso de Atlas. No entanto, quando uma missão para capturar um robô com um passado enigmático sai do controle, ela se vê obrigada a trabalhar em conjunto com a IA para evitar uma catástrofe iminente. Com a ameaça de um robô determinado a extinguir a humanidade, Atlas embarca em uma jornada de confiança improvável, enfrentando seus próprios preconceitos enquanto luta para salvar o futuro da civilização, sendo uma emocionante exploração dos limites da confiança, da tecnologia e da determinação humana diante de uma ameaça existencial.

O estilo de aventura do diretor Brad Peyton é algo que você tem de se acostumar, pois ele não tem insegurança alguma em colocar efeitos aonde você menos esperar, de tal forma que se a protagonista gravou uma cena só sem ser com fundo verde foi muito (talvez a da casa dela), pois todo o restante você vê a formatação escolhida pelo diretor em toda síntese possível e imaginária, e quanto da história como disse no começo até tem um viés interessante para se pensar em como o mundo será daqui alguns anos com toda a loucura de inteligência artificial, mas que dentro de toda a interação, lutas, tiros e explosões acabamos nem percebendo toda a ideia colocada de fundo, o que é uma pena, pois dava para trabalhar com tudo e ainda dar essas devidas nuances, mas não é o estilo do diretor, então já vamos assistir sabendo disso que não tem erro.

Quanto das atuações, tem quem não goste de Jennifer Lopez atuando, mas aqui até que entregou bem a protagonista, fez bons trejeitos e claro sendo produtora do longa faria o que quisesse, afinal o dinheiro é dela, então pegou o estilo e viveu dentro da tela verde toda a interação que a trama pedia, fazendo olhares e caras bem tradicionais e desesperados, o que qualquer uma atriz poderia fazer, afinal a personagem Atlas mesmo tendo o protagonismo, não se impõe na tela, então até se quisessem usar uma pessoa criada por IA funcionaria. Poderiam ter usado mais o personagem de Simu Liu na tela, pois o ator sempre trabalha intensidades fortes e chamativas, e aqui seu Harlan tinha tudo para ser uma IA imponente e chamativa, mas apareceu praticamente só em memórias e nos atos finais, ficando meio sem uso. Agora quem acabou aparecendo quase que em looping, morrendo e renascendo das cinzas, com diversas cópias foi Abraham Popoola com seu Casca, que chega até incomodar, mas como a proposta era essa e o ator soube aproveitar bem o estilão, o resultado acaba sendo bem colocado. Dentre os demais, diria que Sterling K. Brown entregou uma certa personalidade bem encaixada para seu Elias Banks, não sendo explosivo demais nos trejeitos, mas botando tudo pelos ares, e Mark Strong até teve uma pegada bem direta como General Boothe, mas sem dúvida o destaque completo ficou para Gregory James Cohan pelo tom de voz e desenvoltura que entregou para seu Smith, sendo preciso de sacadas e entonações para criar muito carisma para o papel e chamar atenção sem aparecer realmente em cena.

Visualmente se você já jogou qualquer jogo espacial no videogame vai olhar para a tela e ver seu jogo lá, pois tudo é artificial, tudo tem um ar computacional para onde quer que olhe, de tal forma que se os planetas lá fora forem assim melhor nem ir procurar vida por lá, que o povo já vai ter cansado, e melhor ficar na Terra mesmo, de tal forma que a equipe de arte acabou exagerando um pouco no tom computacional de tudo, valendo apenas pelos robozões que os personagens ficam dentro, mais pela imposição do que tudo.

Enfim, apenas digo que como história funcionou, e acaba sendo algo que gostei de ver, mas que dava para ter ido bem mais além, e mesmo o visual sendo interessante de ver por lembrar bons jogos de videogame, acabou me dando muita dor de cabeça, ou seja, são cores fortes em movimento que numa telona grande então com 3D seria fácil de passar mal mesmo. Ou seja, veja como um passatempo sem esperar muito dele, que aí vai valer o tempo gasto, agora se for esperando algo a mais, melhor dar play em outro filme. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou conferir mais um hoje, então abraços e até logo mais.


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Fúria Primitiva (Monkey Man)

5/25/2024 02:48:00 AM |

Costumo sempre falar que tem de ser muito maluco de iniciar na carreira de diretor enfrentando um longa de ação e pancadaria, e se isso fosse pouco alguns ainda resolvem atuar dentro do próprio filme como protagonista, o que beira a insanidade máxima, e um dos atores que mais impressionaram em diversos filmes resolveu fazer dessa forma sua inserção no mundo da direção dos longas, entregando algo que pode parecer com um "John Wick", mas que fez de sua "Fúria Primitiva" algo mais puxado para o lado social de uma Índia corrupta, suja e sem escrúpulos, do que um conflito com uma máfia organizada como é o caso da trama americana. Ou seja, o que vemos na tela é algo bem imponente, violento, mas cheio de simbolismo e reflexão política usando uma opressão nos mais carentes e diferentes e a famosa busca por vingança de um crime, que facilmente poderia ter se tornado um dos filmes mais marcantes dos últimos anos, e a resposta para isso não ter acontecido é tão ingênua quanto o início da maioria dos diretores: cortar pedaços do filho, pois a trama que tem 121 minutos com 100 ficaria perfeita, não teria tantos atos repetitivos e ainda assim entregaria o mesmo teor, só que melhorado.

O longa é um conto de vingança e redenção que segue a jornada de um jovem anônimo, conhecido apenas como Kid, que ganha a vida em um brutal clube de luta underground. Noite após noite, sob uma máscara de gorila, Kid é espancado por lutadores mais populares em troca de dinheiro. No entanto, após anos de repressão, sua raiva acumulada explode quando ele encontra uma maneira de se infiltrar na elite sinistra da cidade. Inspirado na lenda hindu de Hanuman, que representa força e coragem, Kid emerge como um símbolo de determinação implacável. À medida que um trauma de sua infância ressurge, suas mãos misteriosamente marcadas tornam-se instrumentos de justiça, desencadeando uma saga explosiva de vingança contra aqueles que tiraram tudo dele. Com uma narrativa intensa e repleta de ação, Fúria Primitiva explora os limites da dor, da redenção e da capacidade de superação. Este filme promete uma montanha-russa emocional, enquanto acompanha Kid em sua busca por justiça e paz interior em meio ao caos da vida urbana.

Tirando o fator de economia de cortes, diria que a estreia de Dev Patel na direção foi algo bem positivo, pois conseguiu criar um longa dinâmico, imponente e claro crítico ao Estado indiano, aonde claro mesmo tendo um cunho social real não podemos esperar cenas críveis dentro das lutas e intensidades, afinal nesse estilo permite-se maluquices com tiros que erram facilmente o protagonista, vilões que ao invés de alvejarem o protagonista com tiros resolvem partir para socos e facadas, e até mesmo a loucura de um roubo de carteira acabou sendo agigantado, ou seja, você tem de ver filmes desse estilo com a mente aberta e pronta para todo tipo de loucura em cena, e Dev não economizou nesse sentido, deixando tudo fluir como se fosse bem natural, o que sabemos que num dia a dia comum não ocorreria nada nem perto do que aparece na tela. Ou seja, se ele for seguir essa linha de ação como diretor, talvez a melhor recomendação possível é deixar a edição nem ficar perto dele para poder cortar, e mesmo sendo um excelente ator ficar somente atrás das câmeras, pois aí não precisa se expressar tão fortemente para se ver na tela, o que é bem notável que ocorreu aqui.

E falando das atuações, agora Dev Patel como ator trabalhou seu Kid com a explosão máxima possível, lutou bastante, apanhou bastante (ele ou o dublê!) e soube fazer trejeitos bem expressivos para que seu personagem mesmo não sendo um brucutu tradicional de filmes do estilo se jogasse na tela e mostrasse imponência, ou seja, fez bem o que sabe fazer. Sikandar Kher trabalhou o delegado Rana com trejeitos durões bem colocados, mas se desenvolvendo pouco em cena, o que talvez pudesse dar alguns ares mais marcantes com dinâmicas mais trabalhadas, o que aumentaria ainda mais a duração do longa, então melhor ficar com apenas o flashback e depois lutando contra o protagonista. O guru Baba Shakti foi bem interpretado com nuances calmas e marcantes por Makrand Deshpande, mas com o mesmo problema de Rana, pois sua introdução foi rápida e estranha demais, mesmo tendo uma quantidade grande de cenas, mas não decepcionou em cena. Ainda tivemos bons momentos com Pitobash com seu Alphonso vendendo muitos tipos de drogas na boate, Ashwini Kalsekar bem colocada como a dona do clube, e até Vipin Sharma bem marcante como a trans Alpha, mas foi Sharlto Copley quem conseguiu se destacar entre os secundários com seu Tiger bem marcado e imponente como um bom dono de ringue deve ser.

Visualmente a trama tem uma pegada meio que de cinema noir, com tons escuros e bem puxados para o vermelho, lembrando um pouco "Sin City", com muita sujeira nos ambientes contrapondo com o luxo do clube, muitas referências desenhadas para dar o tom da história, muito sangue cenográfico voando para todos os lados, e ambientes recheados de figurantes para criar algo ainda mais grandioso, mostrando que a equipe de arte trabalhou bem conectada com a equipe de coreografia para que o funcionamento cênico não ficasse bagunçado. Agora aceito muita coisa em filmes desse estilo, mas um tuktuk turbinado quase voando baixo foi abusar demais da minha mente.

Enfim, não é um longa perfeito como já expliquei bem, mas que empolga, diverte com alguns absurdos e funciona na tela mesmo sendo alongado demais, mas que para um primeiro trabalho de direção foi uma boa amostragem do que aprendeu vendo e fazendo muitos filmes, então veremos se vai manter essa essência nos próximos, e claro digo que vale a conferida. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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De Repente, Miss!

5/24/2024 09:42:00 PM |

Costumo dizer que nada que é feito industrialmente no mundo da arte dá certo, e alguém precisa parar Hsu Chien Hsin, pois já é seu terceiro filme no mesmo ano, e o segundo estreando no mesmo dia, e ainda tem mais um para esse ano, ou seja, nem ele sabe mais o que está fazendo, tanto que o longa de hoje, "De Repente, Miss!" é daqueles que eu não consigo classificar em gênero algum, não sendo comédia, drama, nem uma novelona jogada, nem um pedaço estendido de alguma série, sendo algo apenas que você vê, acha legal pelo empoderamento materno da protagonista, e sem expressar qualquer reação que seja do que viu na tela, sai da sessão, e isso é algo errado demais de acontecer, pois no mundo das artes você precisa gostar ou não de algo, e não consigo dizer o que senti pelo filme. Claro que algumas mães vão se ver nos dois lados da trama, alguns vão simpatizar pelo estilo escolhido da protagonista, mas o diretor não conseguiu imprimir nada na tela, ficando aquele branco simples demais que não agrada.

A sinopse nos conta que Mônica é publicitária, mas abandonou a carreira promissora e o aumento do salário para cuidar de seus dois filhos, Luíza e Leo. Beirando seus 40 anos, ela não está nada feliz com as escolhas de sua vida, e se sente triste que sua filha, uma influencer em ascensão, não a vê mais como fonte de inspiração. Para comemorar o aniversário, seu marido, Marcus, decide organizar uma viagem em família para o Beach Park Resort, no Nordeste do país. Com sua rotina já organizada, Mônica entra em pânico por ter que quebrar o calendário de seu dia-a-dia, mas acaba dando uma chance para a ideia do marido. Logo na chegada, Mônica conhece Flávia, ex-modelo, ex-atriz e atualmente detentora da coroa do concurso de beleza do resort. Luíza e Flávia se ligam instantaneamente, para frustração ainda maior de Mônica. Mais do que nunca, reconquistar a amizade e a admiração da filha será uma missão e para completá-la, Mônica enfrentará o que for preciso… até mesmo disputar o concurso Miss Beach Star.

Como comecei falando, o diretor Hsu Chien Hsin pode ser considerado quase um metódico do cinema indiano no Brasil, pois não desliga, e já não está mais conseguindo mostrar que tem estilo, pegando quase sempre os mesmos atores e entregando propostas na telona, e não mais histórias ou dinâmicas, o que embora seja algo interessante de falarmos que o Brasil tem uma indústria cinematográfica, mas que é ruim por não ter mais qualidade ou embasamento para entregar algo, do tipo que você vê que as pessoas vão conferir seus filmes por gostar de um ou outro ator, mas que não riem na sessão, não se emocionam, nem nada, apenas assistem, e isso desanima. Claro que seus produtores são bem espertos, pois na maior parte dos filmes sempre rola uma propaganda master, como é o caso aqui do Beach Park e das milhas da LATAM, mas então eu não paguei para ver um filme, mas sim para uma propaganda moldada na telona, e isso precisa ser revisto antes que vire uma bola de neve gigante com ele fazendo 10 filmes por ano.

Quanto das atuações, gosto de ver que Fabiana Karla sempre se entrega bem para suas personagens, e mesmo fazendo um papel que não combinei tanto com ela consegue trabalhar a mensagem e fazer algo próprio bem encaixado, e aqui ela fez certíssimo de não forçar a barra com sua Mônica, de forma que agrada com o que faz e segura o protagonismo na tela, mesmo que seja simples, mas não decepciona e se sai bem. Giulia Benite também está no outro filme do diretor que estreou nessa semana, e aqui sua Luiza é completamente diferente de todos os personagens que já fez, tanto que num primeiro momento até fiquei pensando se era ela mesmo, mas depois se entrega e vemos seus traquejos tradicionais que agradam e funcionam para a proposta do filme. Outra que quase sempre está nas produções do diretor é Danielle Winits, e aqui sua Flávia é forçada demais, tendo um ar que chega a dar pena, mas que é a proposta de uma mulher que só vive para ser Miss e nada mais, ganhando o concurso infinitas vezes e não sendo mais que isso, algo que ela sabe fazer bem, mas que não precisava. Quanto aos demais, todos tentaram ser simpáticos na tela, valendo um leve destaque para o marido entusiasmado vivido por João Baldasserini e a amiga que sabe empoderar bem a protagonista vivida por Polly Marinho, mas nada que fosse surpreendente, ou seja, todos bem básicos na tela.

Visualmente diria que dava para terem aproveitado muito mais o espaço do Beach Park, pois como já foi usado em outro filme nesse ano também fazendo pura propaganda, sabemos que tem espaços mais legais do que apenas uma piscina, uma quadra de vôlei de areia, o mar e algumas salas para convenções e concursos, ou seja, a equipe de arte deveria ter se imposto mais para que o diretor usasse os recursos que tinham. 

E falando em recursos, concordo que é caro pagar trilha sonora, mas só alguns toques quase polifônicos de celular foi algo de produtor muito mão de vaca mesmo.

Enfim, volto a dizer que o que vi na tela não é algo ruim, apenas não foi um filme, e isso acabou desapontando bastante, e o outro casal que estava na sala não vi eles rindo ou expressando algo também durante o longa, pelo contrário, começaram até conversar sobre outros assuntos logo que a sessão acabou. Ou seja, minha recomendação é que se você quiser "prestigiar" o diretor e o cinema nacional, vá conferir "Morando Com o Crush", que ao menos é gostosinho de ver. E é isso meus amigos, vou encarar mais um filme hoje, pois esse não valeu, e só não vou dar uma nota menor, pois ao menos a protagonista se saiu bem nessa propaganda alongada, então abraços e até logo mais.


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Furiosa: Uma Saga Mad Max em Imax (Furiosa: A Mad Max Saga)

5/24/2024 12:59:00 AM |

O mais interessante de ver no longa "Furiosa - Uma Saga Mad Max" é que o diretor não perdeu a mão na criação de histórias, pois desde que criou a franquia lá em 1979, muitos falaram que não daria certo um mundo pós-apocalíptico, depois de muitos anos passados lá em 2015 disseram que era maluco gravar realmente no meio do deserto uma produção gigantesca, e agora ele volta para o meio do nada para entregar uma trama que ainda não conhecíamos sobre o meio do caminho, com muita imponência técnica e uma boa entrega, e só isso já faz valer a conferida completa do longa na maior tela possível, porém como o longa de 2015 foi tão incrível, cheio de adrenalina, explosões, carros monstruosos, aqui ficou parecendo faltar algo que nossos queixos caíssem para se impactar novamente. Ou seja, em momento algum estou dizendo que ficou ruim, ou que tenha nos sido entregue algo comum demais que já sabíamos 100% do que ocorreria, mas talvez pudessem ter explodido mais coisas na tela, para que o filme não dependesse tanto dos atores, pois embora sejam dois bons atores à frente do projeto, eles não conseguiram dar as nuances necessárias para impactar realmente.

O enredo segue uma jovem Furiosa, sequestrada de seu lar, o Lugar Verde de Muitas Mães, por uma grande horda de motoqueiros liderada pelo senhor da guerra Dementus. Cruzando Wasteland, eles alcançam a Cidadela, dominada pelo Immortan Joe. Enquanto os dois tiranos disputam o domínio, Furiosa se vê envolvida em uma batalha incessante para retornar ao seu lar. O filme oferece uma visão mais profunda do universo de Mad Max, explorando os motivos e desafios enfrentados por um dos personagens mais marcantes da franquia.

Falar do diretor e roteirista George Miller é praticamente ficar repetindo a mesma frase sempre, pois se tem alguém que não pega um filme se não for colocar a produção toda no nível máximo é ele, e isso ficou muito claro com as entrevistas que deu depois de fazer o longa em 2015, demonstrando que arriscou tudo levando câmeras, geradores e tudo mais para o meio do nada, filmando tomadas em alta velocidade para impressionar e tudo mais, e aqui embora acredite que tenha usado efeitos de duplicação, ele ainda assim levou muitas motos para o meio do deserto para que sua tomada ficasse grandiosa, tenha colocado alguns carros loucos para subir os paredões de areia e criado todo um ambiente convincente nas duas cidades principais da trama. Ou seja, ele não economizou na produção e nem na história, pois o maior medo que tinha era ser algo que apenas enrolasse até chegar na cena inicial do filme de 9 anos atrás, mas não, ele criou todo um argumento bem trabalhado e fez com que a história se expandisse até o devido ato, só não sei se sobrou espaço para criar mais algum outro trabalho no meio de tudo, mas no quesito texto e direção ao menos dominou a tela.

Quanto das atuações, já repeti isso várias vezes, mas me incomoda demais a falta de trejeitos expressivos de Anya Taylor-Joy, pois ela domina muito bem os diálogos e dinâmicas de sua Furiosa e de qualquer outro personagem que lhe dê, mas no conceito expressivo é sempre a mesma cara e o mesmo olhar, e isso pesa demais em filmes aonde você precisa impactar corporalmente como é o caso aqui, que no filme de 2015 foi vivida por Charlize Theron, ou seja, uma responsabilidade imensa que ela não fez como poderia, claro que não digo que ela tenha se saído mal com o que fez em cena, mas faltou personalidade para um papel forte. Chris Hemsworth entregou atos bem marcantes com seu Dementus, porém mesmo sendo um personagem imponente, pelo estilo meio que sarcástico demais acabou lembrando muito seu Thor, ou seja, pareceu não ter abandonado o seu papel icônico e talvez com algum outro ator o resultado chamaria mais atenção. Se me falassem que não tinham mudado o ator que fez o Immortan Joe, eu acreditaria, pois Lachy Hulme praticamente entregou os mesmos trejeitos e entonações que Hugh Keays-Byrne fez no longa de 2015, mas como aqui o personagem não foi tão além, ele apenas segurou a onda. Agora quem chamou muita atenção na tela foi Alyla Browne como a jovem Furiosa, fazendo trejeitos fortes e imponentes, e sabendo segurar a tensão no olhar em todos os seus momentos, o que acaba sendo bem interessante de ver na tela. Ainda tivemos alguns atos bem colocados de Tom Burke com seu Pretorian Jack, que valeria ter sido mais explorado na tela, e também Nathan Jones e Josh Helman como filhos de Immortan que entregaram trejeitos fortes, mas não foram muito além.

Visualmente o longa é um luxo completo que vai fazer muita gente sair limpando os óculos depois de tanta areia voando pela tela (acho que conseguiu ganhar de "Duna 2"), tendo um bom aspecto montanhoso para os carros e motos ficarem subindo e descendo, alguns precipícios interessantes (que poderiam ser mais imponentes na tela para dar mais profundidade), duas cidades bem marcantes como a das armas e a do combustível (que também valeria ter entrado em mais detalhes e não ser apenas lugares para os personagens passarem), e um pouco da Cidadela do filme de 2015 e uma rápida amostragem do lugar bonito que Furiosa vivia, ou seja, a equipe de arte não foi valorizada quanto poderia em suas construções, deixando tudo nas mãos das motos e do caminhão gigante, sem grandes aspectos que levassem o filme para o mesmo patamar que vimos em 2015.

Enfim, diria que gostei do que vi na tela, entrei no clima da história, mas confesso que esperava muito mais dele, talvez com outros atores que se entregassem mais o resultado seria outro, porém ainda assim é algo que vale mais do que apenas um passatempo, e agora é ver para onde vão no futuro, pois o diretor já anunciou que está trabalhando em mais um filme da saga, não revelando muitos detalhes, então veremos no que vai dar. E é isso meus amigos, fica assim sendo uma recomendação de ir conferir numa sala gigante, pois o que faz valer no longa é o tamanho dos ambientes na tela, então em casa é capaz de não impactar e nem agradar como poderia. Eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Nahir: Entre a Paixão e as Grades (Nahir)

5/23/2024 12:51:00 AM |

Costumo dizer que uma das grandes diversões que gosto de fazer é conferir filmes de crimes com julgamentos possíveis para o público, pois mesmo alguns sendo histórias reais, a forma que um diretor conduz sua obra, por vezes, dá margem para que a sentença dada não seja a mesma que ele quer, e que o público quer ver, e sem dar spoilers a versão final que a protagonista do longa da Amazon Prime Video, "Nahir - Entre a Paixão e as Grades", conta para uma advogada e que foi recusada no caso verdadeiro é muito mais crível que todas as outras que o longa simula, o que mudaria todo o processo por completo. Ou seja, a trama tem uma pegada meio que de novelona argentina, e até achei que a moça ia ser meio Richtofen pelo pôster, mas de certa forma o resultado acaba sendo interessante e funciona na tela, criando essa ideia de podermos meio que analisar quem estava certo no julgamento, julgar as atitudes da garota e do rapaz, e claro próximo ao final ter uma ideia ainda mais diferenciada de uma terceira possibilidade, que como já disse foi julgada improcedente, então confira e faça o seu próprio julgamento, já que o estilo permite essa funcionalidade.

O longa nos mostra um dos casos mais polêmicos dos últimos anos, este filme se baseia na história real de Nahir Galarza e do assassinato de seu namorado que deixou a nação em choque. Ela foi a ré mais jovem da história da Argentina a ser condenada e sentenciada à pena máxima, porém, a dúvida ainda permanece: teria sido esse um crime passional ou a verdade ainda deverá ser descoberta?

Claro que o diretor Hernán Guerschuny está levando muitas bordoadas pelos familiares e amigos do rapaz morto por estar fazendo um filme enquanto eles estão pedindo justiça, porém o roteiro em si ainda coloca a culpa em alguém, e mostra que ele foi morto de maneira impiedosa, independente se fazia abuso mental ou não da namorada como o advogado da garota tenta provar para inocentá-la, então a justiça seguiu sendo mostrada na tela com a garota presa, mas a grande sacada que muitos nem irão ver por ficar só falando ao invés de dar play, é que o diretor soube dar esse vértice opinativo para o público, e isso já fez com que suas cenas deveras repetitivas funcionassem bem na tela e saísse do comum desse gênero, mas certamente dava para criar mais tensão ao invés de se enrolar com repetições, pois aí o filme iria para um outro patamar.

Quanto das atuações, diria que Valentina Zenere fez alguns trejeitos meio que densos demais, quase puxando para um ar de psicopatia mesmo para sua Nahir, de tal forma que chega a dar mais medo de seus olhares do que ficar com qualquer pena dela, e isso talvez force um pouco o olhar do público para essa vertente da história, mas diria que a atriz soube dominar bem o ambiente da trama e entregar o protagonismo que precisava. Cesar Bordón fez um Marcelo que entrega tudo só com olhares, sendo daqueles pais que você respeita e apenas acena a cabeça sem trocar meias palavras, claro que o estilo policial lhe caiu bem, e assim deu todas as nuances necessárias que o papel pedia. Simón Hempe fez um Federico meio que forçado e explosivo demais, de modo que muitos vão achar até que é uma versão da história própria para acusar a vítima da história verdadeira, de tal forma que poderiam ter trabalhado ele menos exagerado nas explosões. Quanto aos demais a maioria fez apenas participações, tendo alguns leves destaques para os delegados e advogados, mas sem grandes atos que merecessem destacar os nomes.

Visualmente como já disse a trama ficou um pouco repetitiva demais, mostrando o crime de vários ângulos e intenções, trabalhando um pouco o julgamento, um pouco da jovem na cadeia, e claro muitas festas e ações na casa da protagonista, sempre detalhando a arma do crime de facílimo acesso em cima da geladeira (algo meio absurdo em uma casa com um jovem deficiente!) e mostrando que a equipe de arte também foi bem sagaz nos detalhes dos ambientes para realçar suas opiniões para o público, ou seja, é o simples bem feito que vale a pena.

Enfim, é um filme que não vai ser memorável e nem considerado algo impactante no streaming, mas que tem uma pegada bacana para quem gosta de opinar em casos jurídicos no cinema, então diria que funciona dentro da proposta. Claro que dava para ter ido muito mais além, ter dado algumas nuances mais ficcionais, mas sairia do eixo filme baseado em fatos reais, então veja ele dessa forma e opine sobre o caso, afinal não somos o júri nem de defesa nem de acusação do caso real. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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The Shift - O Deslocamento (The Shift)

5/22/2024 12:41:00 AM |

Sei que a ideia é evitar comparações para que não sejam criadas expectativas, mas é inegável que muitos  (não religiosos) que forem conferir "The Shift - O Deslocamento" nos cinemas à partir de quinta-feira 23/05 verão algo muito semelhante aos filmes antigos "Jumper" e "Looper", claro que com outra pegada e simbolismos, mas toda a ideia de viagem temporal usando arquétipos de multiverso para tentar reencontrar a amada e quem sabe também o filho é muito semelhante, porém estamos diante de uma ficção científica religiosa, produzida pela Angel que trouxe "O Som da Liberdade" ao mundo e também o estúdio por trás de "The Choosen", que vai trabalhar fé, escolhas, e principalmente o oportunismo que um ser do mal tenta dar vazão com as mudanças de universo para que tudo saia do seu modo, e as pessoas esqueçam de Deus. Ou seja, ainda é um filme religioso, que muitos tendem a reclamar e outros se apaixonar pela ideia, mas felizmente viram que dá para fazer algo sem ser um dramão cansativo e meloso, brincando com cenas rápidas, bem encaixadas e com situações diferentes, de tal forma que facilmente os jovens das igrejas conseguirão se conectar melhor, e até mesmo quem não for religioso não se incomodará com a base, pois o longa tem estilo e agrada bastante sem precisar ficar apelando, e isso mostra a preocupação em novidade dentro do meio, o que é muito bom de ver.

A sinopse nos conta que após um encontro com o enigmático Benfeitor, Kevin se vê arrastado para uma série de realidades alternativas. Desesperado para reencontrar sua esposa, Molly (Elizabeth Tabish), ele embarca em uma busca desafiadora e perigosa através de mundos distópicos e desconhecidos. Enquanto luta pela sua sobrevivência e tenta decifrar os motivos por trás da intervenção do Benfeitor, Kevin é confrontado com escolhas difíceis e dilemas morais. Cada nova realidade apresenta obstáculos únicos, testando não apenas sua determinação, mas também a sua fé no amor verdadeiro. Com reviravoltas emocionantes e uma narrativa cativante, The Shift - O Deslocamento é uma aventura de tirar o fôlego que explora os limites do que o telespectador está disposto a enfrentar pelo bem daqueles que se tem amor e apego.

Embora seja a estreia do diretor e roteirista Brock Heasley em um longa metragem, ele fez em 2017 a versão curta da mesma história, ou seja, testou bem e claro vendeu os direitos para fazer algo maior e mais imponente, o que acabou dando muito certo, pois como já disse a base do filme é religiosa e usa um pouco da história de Jó embasada na Bíblia, só que não ficou preso em algo metódico e marcado apenas para os religiosos, conseguindo que seu filme tivesse uma pegada mais ficcional envolvente, que brincasse com o que mais se tem falado no mundo do cinema que são os famosos multiversos e aparelhos capazes de se transportar entre eles, de tal forma que ainda ousou bem na briga entre bem e mal, e também na fé e na perda dela. Ou seja, é o famoso mirar em algo que já é grande e acertar em algo maior, aonde a compostura técnica não chega a ser brilhante, tendo alguns momentos que davam para elaborar um pouco mais, mas que mostrou uma direção centrada e certeira, o que certamente o qualifica para esperarmos mais do diretor, principalmente nessa linha que vai fazer sucesso.

Quanto das atuações, diria que Kristoffer Polaha segurou muito bem todo o protagonismo, entregando atos bem encaixados para seu Kevin, ousando trejeitos fortes, fazendo toda uma passagem de alguém elegante para quase um mendigo, fora suas várias outras versões mostradas num telão de cinema, numa alegoria bem interessante, ou seja, se doou ao máximo para o diretor e conseguiu convencer dentro do que o filme pedia. Neal McDonough conseguiu passar um ar não tão diabólico para seu Benfeitor, de forma que ele convence naturalmente como uma pessoa comum que quer vender algo e vemos muitos assim, que tentam tirar o sonho das pessoas só com a lábia e o olhar, ou seja, conseguiu chamar atenção e agradar sem precisar usar de estereótipos comuns em filmes do gênero. Ainda tivemos bons atos com Sean Astin com seu Gabriel e até mesmo alguns atos bem encaixados de Elizabeth Tabish com sua Molly deram o tom para marcar as cenas mais formatadas da trama para cima do protagonista, sendo que cada um do seu modo soube passar a sua mensagem e chamar atenção sem sobrepor o personagem principal, mas quem conseguiu transparecer bem e vale o destaque pelo teor desesperador foi Rose Reid com sua Tina, pois mesmo tendo praticamente duas cenas para si, foi marcante e tensa de ver.

A equipe de arte também foi bem dinâmica, criando ambientes meio que distópicos, mas sem criar realidades paralelas exageradas, trabalhando o mundo principal para onde o protagonista vai com policiais imponentes com capacetes meio que robóticos, um ar sujo e meio que abandonado, muita miséria pelas ruas e tendo base cinemas para ver sua versão em outras realidades como algo que as pessoas gostam de ver, além de toda a ideia de uma encenação do principal ato de renuncia, ou seja, isso só na base principal, além de algumas passadas por outros universos bem interessante que o visual fez bem a diferença na tela.

Enfim, não vou afirmar que muitos não religiosos vão se apaixonar pela obra, aliás alguns vão reclamar bastante, porém dentro desse estilo acredito que tenha sido um grande passo para uma mudança efetiva no gênero sem precisar forçar a barra com dramas cansativos e exagerados, caindo para um vértice ficcional que vai levar mais jovens religiosos ao cinema, e conhecerem algumas passagens bíblicas sem toda a fantasia abstrata que muitas vezes não convence, mas que em uma trama de ficção certamente vai causar mais, então fica a dica para mais diretores arriscarem dessa forma, e também fica a recomendação para que todos vá ao Cinemark de sua cidade conferir à partir de quinta dia 23/05, pois aparentemente é uma exclusividade da rede de cinemas no país. E eu fico por aqui hoje, agradecendo o pessoal da Kolbe Arte que sempre está trazendo longas religiosos para os nossos cinemas, e que mandou a cabine para conferida, então abraços e até logo mais.


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