As comédias motivacionais andavam meio sumidas dos cinemas, pois não conseguiam atingir o ápice de passar a mensagem e também divertir, mas como é de costume, sempre tem algum diretor que resolve ressurgir um gênero para ver se funciona. "Sexy Por Acidente" se encaixa bem nesse estilo, e até tenta florear vértices bem colocados para emocionar e divertir no mesmo tom, mas assim como aconteceu com outros do estilo, o longa acaba soando bonitinho, passa a sua mensagem, mas não diverte nem comove como poderia, e o resultado fica no meio do caminho. Claro que aqui felizmente o longa não destoou tanto e acaba sendo até levemente divertido na sua primeira metade, mas ao virar para o ponto motivacional, aonde a lição de moral acaba predominando, o filme acaba ficando exagerado demais e cheio de clichês forçados, e com isso o resultado raspa a trave de ficar desagradável. Ou seja, a trama funciona dentro do que se propõe, mas poderia ter sido mais original e não tanto forçada.
O longa nos conta que Renee convive diariamente com insegurança e baixa autoestima por conta de suas formas físicas. Depois de cair e bater a cabeça numa aula de spinning, ela volta a si acreditando ter o corpo que sempre sonhou e assim começa uma nova vida cheia de confiança e sem medo de seguir seus desejos.
Após anos de parceria de sucesso escrevendo comédias românticas, a dupla Abby Kohn e Marc Silverstein, resolveu dirigir seu primeiro filme, e aí é que entra um dos grandes problemas do longa, pois sim suas histórias sempre foram boas, e aqui também é bem escrita, mas falta atitude de direção, estilo de corte e tudo mais que um diretor mais experiente conseguiria trazer para que a trama não ficasse solta, pois é nítido um filme até a metade, uma virada brusca, e um fechamento entregue jogado, fazendo com que o resultado final fosse entregue, mas sem uma coesão de momentos. Claro também que o longa foi completamente dependente da protagonista nas mais diversas situações que acabou aprontando, e embora Amy tenha uma boa desenvoltura, um filme depender totalmente de suas atitudes é forçar a barra.
Já que comecei a falar da atuação de Amy Schumer, temos de pontuar que a jovem mandou bem nos trejeitos, e certamente se alguém der algumas cochiladas no filme sairá da sessão falando que a garota ficou maluca, que é o que acaba parecendo, mas sua Renee foi bem trabalhada, e talvez se o filme não dependesse 100% dela, teria sido uma de suas melhores interpretações da carreira. Michelle Williams está irreconhecível com sua Avery, fazendo um papel que nunca sequer imaginaria para ela, de tal forma que incomoda a voz, incomoda os trejeitos, e nem em sonho a atriz acho que fez um papel tão ruim e desconexo. Tom Hopper é o tradicional galã que precisa ser colocado em filmes desse estilo, e seu Grant até teve alguns momentos para chamar a atenção com algum texto desenvolvido, mas só foi enfeite mesmo. Já Rory Scovel fez de seu Ethan um personagem digamos estranho, pois até a protagonista desconfiou de seu estilo, ficando algo um pouco fora de contexto, mas foi bem bacana nas cenas finais. Embora as amigas tenham boas participações, acabaram ficando meio que desconectadas e forçadas de expressões, então melhor nem dar destaque para elas.
No conceito cênico a trama ficou bem desenvolvida com uma grife de maquiagem chique, mas fez uma dura crítica social, mostrando algo que acontece muito enquanto as pessoas estão vendo o glamour em prédios enormes, decorações ridículas e absurdas, o pessoal que realmente trabalha está num cantinho escuro, cheio de fios e sofrendo para trabalhar, e só isso já fez valer toda a cenografia do longa, mas ainda tivemos alguns outros bons elementos divertidos para conectar cada momento seja no avião riquíssimo, na academia milagrosa, ou até mesmo nono bar aonde a politicagem faz ganhar alguém da casa um prêmio, e por aí vai, ou seja, tudo bem feitinho e simples. A fotografia ficou um tom abaixo do que deveria, pois raspou a trave de cair para o lado dramático e certamente não era isso que a equipe desejava, e se talvez melhorassem o colorido o longa seria mais divertido.
Enfim, é um filme que diverte com muitas ressalvas, mas que também passa bem longe de ser algo ruim que não valha ser visto, pois consegue passar sua mensagem mesmo em meio a muitas falhas. Como disse a história em si é boa e talvez nas mãos de um diretor de maior impacto não cairia toda a responsabilidade na atuação da protagonista, e assim o longa seria perfeito, mas como não dá para refazer, quem quiser se divertir sem se preocupar muito é uma boa pedida. Bem é isso pessoal, encerro aqui bem cedo essa semana cinematográfica, mas agora nas férias de Julho é assim mesmo, com duas ou no máximo três estreias por semana, então abraços e até breve.
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O longa nos conta que Renee convive diariamente com insegurança e baixa autoestima por conta de suas formas físicas. Depois de cair e bater a cabeça numa aula de spinning, ela volta a si acreditando ter o corpo que sempre sonhou e assim começa uma nova vida cheia de confiança e sem medo de seguir seus desejos.
Após anos de parceria de sucesso escrevendo comédias românticas, a dupla Abby Kohn e Marc Silverstein, resolveu dirigir seu primeiro filme, e aí é que entra um dos grandes problemas do longa, pois sim suas histórias sempre foram boas, e aqui também é bem escrita, mas falta atitude de direção, estilo de corte e tudo mais que um diretor mais experiente conseguiria trazer para que a trama não ficasse solta, pois é nítido um filme até a metade, uma virada brusca, e um fechamento entregue jogado, fazendo com que o resultado final fosse entregue, mas sem uma coesão de momentos. Claro também que o longa foi completamente dependente da protagonista nas mais diversas situações que acabou aprontando, e embora Amy tenha uma boa desenvoltura, um filme depender totalmente de suas atitudes é forçar a barra.
Já que comecei a falar da atuação de Amy Schumer, temos de pontuar que a jovem mandou bem nos trejeitos, e certamente se alguém der algumas cochiladas no filme sairá da sessão falando que a garota ficou maluca, que é o que acaba parecendo, mas sua Renee foi bem trabalhada, e talvez se o filme não dependesse 100% dela, teria sido uma de suas melhores interpretações da carreira. Michelle Williams está irreconhecível com sua Avery, fazendo um papel que nunca sequer imaginaria para ela, de tal forma que incomoda a voz, incomoda os trejeitos, e nem em sonho a atriz acho que fez um papel tão ruim e desconexo. Tom Hopper é o tradicional galã que precisa ser colocado em filmes desse estilo, e seu Grant até teve alguns momentos para chamar a atenção com algum texto desenvolvido, mas só foi enfeite mesmo. Já Rory Scovel fez de seu Ethan um personagem digamos estranho, pois até a protagonista desconfiou de seu estilo, ficando algo um pouco fora de contexto, mas foi bem bacana nas cenas finais. Embora as amigas tenham boas participações, acabaram ficando meio que desconectadas e forçadas de expressões, então melhor nem dar destaque para elas.
No conceito cênico a trama ficou bem desenvolvida com uma grife de maquiagem chique, mas fez uma dura crítica social, mostrando algo que acontece muito enquanto as pessoas estão vendo o glamour em prédios enormes, decorações ridículas e absurdas, o pessoal que realmente trabalha está num cantinho escuro, cheio de fios e sofrendo para trabalhar, e só isso já fez valer toda a cenografia do longa, mas ainda tivemos alguns outros bons elementos divertidos para conectar cada momento seja no avião riquíssimo, na academia milagrosa, ou até mesmo nono bar aonde a politicagem faz ganhar alguém da casa um prêmio, e por aí vai, ou seja, tudo bem feitinho e simples. A fotografia ficou um tom abaixo do que deveria, pois raspou a trave de cair para o lado dramático e certamente não era isso que a equipe desejava, e se talvez melhorassem o colorido o longa seria mais divertido.
Enfim, é um filme que diverte com muitas ressalvas, mas que também passa bem longe de ser algo ruim que não valha ser visto, pois consegue passar sua mensagem mesmo em meio a muitas falhas. Como disse a história em si é boa e talvez nas mãos de um diretor de maior impacto não cairia toda a responsabilidade na atuação da protagonista, e assim o longa seria perfeito, mas como não dá para refazer, quem quiser se divertir sem se preocupar muito é uma boa pedida. Bem é isso pessoal, encerro aqui bem cedo essa semana cinematográfica, mas agora nas férias de Julho é assim mesmo, com duas ou no máximo três estreias por semana, então abraços e até breve.