Mubi - Crimes do Futuro (Crimes of the Future)

7/31/2022 07:01:00 PM |

Chamar o novo filme de David Cronenberg de circo de horrores seria dar ao seus fãs o selo de que o diretor voltou à suas origens e fez um brilhante trabalho envolvendo coisas contraditórias e bizarras que tanto chama a atenção do público, porém "Crimes do Futuro" não chega a ser algo que choque ou cause algo comum de se impactar, mas sim uma junção de bizarrices, cortes e situações sem muito ritmo que mais cansam do que marcam algo traumático que seria o que desejava o diretor. Ou seja, é daqueles filmes que talvez com muita explicação, com muitos adendos de pseudo-intelectuais você solte um "oh!", mas que quem conferir apenas esperando um bom longa de horror dramático vai acabar mudando de filme no miolo ou talvez até dormindo com o ritmo quase parado, então não posso dizer todos esses adjetivos do pôster para ele, sendo algo que vou preferir esquecer de ter visto.

O longa nos conta que em um futuro próximo, os humanos terão que aprender a conviver e se adaptar ao seu ambiente sintético. Isso faz com que a espécie tenha que ir mais além do que seu estado natural e ir para metamorfose, o que causa uma mudança em seu DNA. Enquanto alguns abraçam o potencial ilimitado do trans-humanismo, outros tentam policiá-lo. De qualquer modo, a Síndrome da Evolução Acelerada está se espalhando rapidamente. Saul Tenser é um artista mundialmente amado que abraçou esse novo estado de ser, resultando em alterações no seu corpo, como novos órgãos. Junto com Caprice, Tenser transformou a remoção desses órgãos em um espetáculo para seus fiéis seguidores se maravilharem no teatro em tempo real. Com uma subcultura e uma sociedade obcecada pelo artista, Timlin, uma investigadora do National Organ Registry, rastreia cautelosamente seus movimentos, e deseja usar a notoriedade de Saul para espalhar para o mundo as consequências desse experimento.

Quem já viu qualquer filme do diretor e roteirista David Cronenberg sabe que ele gosta de causar e trabalha suas tramas sempre com muita força de impacto, não deixando nada leve em nenhuma cena para que tudo flua e levante discussões, então muitas das vezes temos de entrar nas sessões de seus filmes preparados não para o que vamos ver ali, mas sim como tudo aquilo nos atinge, e o que cada ato quis passar sem estar escrito nas entrelinhas, meio como se entrasse em um museu com uma tela branca e ao ler no rodapé que ali está a floresta vista com o reflexo máximo do sol, e você vai pensar "Nossa! Como não tinha pensado nisso?". Porém aqui ele quis dar um passo muito futurista em algo que sequer podemos pensar alguma vez como mudanças corporais e o transportar de uma cirurgia ser tão prazerosa quanto um sexo, e assim vemos coisas mais bizarras do que chamativas, o que não causa sensações, mas sim conflitos e estranhezas, o que não é bacana, além de que abusou do ritmo lento no desenvolvimento, o que acaba mais cansando do que chamando atenção, e assim seu filme até pode se tornar algo futuro, mas no presente não atinge ninguém.

Sobre as atuações, diria que Viggo Mortensen até trouxe expressões marcantes para seu Saul, meio como alguém que curte se mostrar, que está envolvido em todos os meios e que não ligar para nada, de tal forma que tudo é bem centrado nele, e o ator domina o ambiente com bons atos, e cenas que chegam a ser marcantes, claro que usando de diálogos bem pausados que diminuem ainda mais o ritmo de tudo, mas que funcionam. Léa Seydoux caiu muito bem no papel de Caprice, sendo enigmática e direta nas exibições, criando performances bem trabalhadas e com boas nuances, mas não explode em seu papel, parecendo estar sempre um passo atrás do protagonista, o que não deveria acontecer, e assim o resultado não impacta tanto. Se elogiei ao máximo Kristen Stewart por seu filme anterior, aqui ela é quase um enfeite de duas ou três cenas, impactando apenas pelo teor sexual que dá em algumas cenas, mas nada que fizesse sua Timlin aparecer mais. Scott Speedman até parecia alguém que iria além com seu Dotrice, mas apenas fez algumas caras e bocas de imposição, e conseguiu o que queria que era uma autópsia do filho, mas nada que surpreenda muito. 

Visualmente o longa é um show de mutilações corporais, exibições de vísceras, partes de corpos deformados, e máquinas futuristas que se conectam aos corpos e fazem o trabalho todo de um cirurgião, mas tudo muito sujo, com um visual deprimente, pessoas filmando tudo, sendo meio que uma crítica à sociedade, mas também não chamando atenção para o que realmente importaria na trama, ou seja, ficou parecendo que foram filmar em um beco qualquer e o resultado foi jogado na tela.

Enfim, é um filme que não atinge nenhum ápice e o ritmo desaponta ainda mais, sendo daqueles que os críticos famosos fazem mil chamarizes para toda a questão intelectual, e que no fim acabamos mais desapontados com tudo do que envolvidos realmente com a proposta, e assim sendo não recomendo ele de forma alguma para ninguém. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Aos Nossos Filhos

7/30/2022 11:53:00 PM |

Costumo falar que o mundo mudou tanto que hoje pra você dar um simples bom dia é preciso pensar o quanto você pode influenciar alguém, e se a pessoa queria ouvir algo de você, então o certo é se vai atrapalhar algo na sua vida, aí você pode opinar, do contrário deixe que o outro siga fazendo o que gosta, da forma que deseja e não se meta com opiniões furadas, e o mais bacana que o longa "Aos Nossos Filhos" transmite na sua essência, é que a mesma pessoa que sofre preconceito por algo, também é preconceituosa com outra pessoa, então olhe para sim mesmo antes de acusar ou fazer algo, pois o que você vai deixar para o outro pode ser ruim para ele. Ou seja, o filme tem uma pegada que cutuca muitas situações do mundo atual moderno, como homossexualismo, pessoas que sofreram na ditadura, crianças abandonadas soropositivas, adoção ou ter um filho por reprodução assistida, e por aí vai, que daria panfletagem e discussão por horas numa boa sessão debate, mas também tem uma essência comercial bem feita, daqueles filmes que você não se cansa com ele, e assim sendo fica valendo a dica para refletir com tudo o que é passado, pois é muito difícil alguém que não tenha um pré-conceito de algo que vai julgar demais antes de conhecer, e isso é algo que precisa mudar.

A sinopse nos põe para imaginar uma cena: Eva e Eva sonham em ter um filho no paraíso, enquanto um menino soropositivo lê Moby Dick no fundo de uma piscina vazia. Eva é Tânia, uma jovem que estuda para passar em concurso público e se tornar juíza. A outra Eva é Vanessa, uma executiva que trabalha em uma grande agência de publicidade. Vera, mãe de Tânia, coordena, aos trancos e barrancos, uma ONG que cuida de crianças soropositivas. Ela sempre foi uma mulher corajosa e lutadora, além de uma defensora apaixonada de todas as liberdades. Mas o fato de a filha querer ser mãe pela barriga da parceira é algo que ela não consegue admitir. Essa situação impensável traz à tona uma enxurrada de perguntas, e lembranças dolorosas de seu passado como rebelde começam a surgir. Apesar das grandes diferenças entre elas, essas duas mulheres, mãe e filha, ambas nascidas em uma classe média abastada, ainda acreditam nas virtudes do diálogo e nas conquistas da democracia.

Diria que o texto forte de Laura Castro (que também é a filha Tânia aqui no filme e foi por vários anos no teatro) é tão atual e bem trabalhado, que a diretora e atriz portuguesa Maria de Medeiros (que na peça faz a mãe) apenas soube dosar os atos com muita destreza e ampliar a situação de uma peça para algo maior, com mais campo, e o resultado ficou bem interessante, dinâmico e representativo para fazer o público sentir e refletir, contando com nuances bem amplas, com situações marcantes, e agradando por mesmo sendo forte não pesar a mão, deixando que o dilema todo fosse parcial e direto. Ou seja, felizmente ela conseguiu criar um filme e não uma representação cênica de uma peça na telona, contando com atos certeiros e com atuações e dinâmicas bem trabalhadas para que o público critique sim tudo, mas principalmente discuta os pré-conceitos de cada tema trabalhado, e como já disse no começo são muitos, interconectados, e que não se destoam nem tropeçam uns nos outros, o que ficou incrível de ver.

Sobre as atuações, foi um grande acerto a diretora não repetir seu papel na peça, pois por mais que já tenha feito centenas de apresentações, quando se está dirigindo você passa um novo olhar e sabe melhor ainda o que pedir da protagonista, e claro que a escolha de Marieta Severo é um luxo para qualquer filme que seja, e a atriz se entregou de tamanha forma para que sua Vera fosse precisa de trejeitos, passasse medo no olhar, angústia nas cenas mais duras, mas também representasse bem a maioria dos pais/mães que não aceitam o mundo atual, mesmo se julgando super liberal, de tal forma que muitos se verão no que ela faz, pois a atriz é tão certeira nas nuances que não tem como não ver alguém de sua família ali na personagem, ou seja, deu show. Já Laura Castro não quis colocar outro nome fazendo sua Tânia, afinal o papel ali é mais do que alguma personagem que tenha interpretado por anos, mas sim alguém que ela criou e vivenciou para chegar no roteiro da peça, e soube dosar a força teatral para que no cinema a personagem tivesse mais esse impacto, e mesmo não sendo daqueles personagens memoráveis da cinematografia nacional, ela representou bem as pessoas que são discriminadas muitas vezes em casa, mas que também discriminam aos montes, como acontece nas cenas dentro do instituto. Ainda tivemos bons atos de Marta Nobrega com sua Vanessa bem impositiva e forte, Ricardo Pereira fazendo um exagerado Antônio, e José de Abreu fazendo de seu Fernando aquele pai que dá tudo, que faz tudo e não entra em conflito nenhum com a filha, sendo o extremo oposto da mãe, além de Claudio Lins surpreendendo com seu Sergio, num papel que inicialmente pensamos uma coisa, mas que no final acabamos levando um belo susto com todo o desenvolvimento trabalhado.

Visualmente o longa foi bem representativo para mostrar que as protagonistas são bem ricas, com casas e apartamentos em bons lugares, mas a mãe opta por viver em um projeto social dentro da favela, com tiros e infiltrações diretas, com tudo do mais simples possível, enquanto a filha vive numa casa chique, numa área bem ampla e de visual bonito para dar bons confrontos, temos ainda as cenas fortes da ditadura com muitas baratas e toda a vivência de memória da protagonista, e embora tudo seja pouco usado, meio que nos moldes da peça, tudo é simbólico e funciona bem.

Enfim, não é um filme perfeito, pois força alguns momentos e não fecha praticamente nenhuma discussão, mas é bem representativo e consegue agradar bastante quem se dispor a refletir sobre eles, sendo assim tanto uma boa trama de cinema, quanto uma boa trama para projetos de discussão, aonde os espectadores vão praticamente fechar tudo o que o longa abriu, valendo então a dica para quem trabalha com esses temas nas comunidades. E é isso meus amigos, fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


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DC Liga dos Super Pets (DC League of Super-Pets)

7/29/2022 12:28:00 AM |

É tão bacana quando um filme dá muito certo e faz você rir do começo ao fim, enxergar cada sacada bem encaixada e ainda por cima ter dinâmicas bem inteligentes bem casadas com o tempo e que facilmente funciona bem desde o menorzinho até o mais velho! E a nova animação da DC, "Liga dos Super Pets" entrega algo tão genial, tão bem contextualizado que não tem como não comparar com a formação da liga pelos personagens humanos, mas que assim como vem ocorrendo já faz tempo, as animações da companhia tem acertado muito mais do que os filmes live-action, e assim sendo, o resultado acaba surpreendendo a todos com muitas cores e bichinhos fofinhos para a garotada, e muitas referências aos quadrinhos e boas dinâmicas para os adultos, que vão gargalhar a cada aparição e comparação. Ou seja, é daquelas animações para serem encaixadas entre as melhores já vistas, que vai agradar com muita certeza quem for conferir, e que brinca com tudo desde o primeiro minuto até o último segundo dos créditos, afinal são duas cenas pós-créditos, sendo a segunda a mais genial dos últimos tempos dos filmes de heróis, juntando dois personagens que muitos gostariam de ver nos filmes live-action na mesma cena, além da sacada sarcástica do supercão Krypto para com seu adversário.

O longa acompanha Krypto o Supercão e Superman, amigos inseparáveis, compartilhando os mesmos superpoderes e lutando contra o crime em Metrópolis lado a lado. Quando Superman e o resto da Liga da Justiça são sequestrados, Krypto, forma uma equipe de animais de estimação que receberam superpoderes: um cão chamado Ace, que se torna super forte e indestrutível; um porco chamado PB, que pode crescer até o tamanho gigante; uma tartaruga chamada Mirtes, que se torna super rápida; e um esquilo chamado Chip, que ganha poderes elétricos. Ele deve convencer o bando de abrigo a dominar seus próprios poderes recém-descobertos e ajudá-lo a resgatar os Super-heróis - e assim Krypto cria a liga dos Super Pets.

O diretor e roteirista Jared Stern já havia escrito o melhor filme do Batman que já tivemos "Lego - Batman", e agora junto de Sam Levine montou um dos melhores filmes de super-heróis já feito também, colocando tantas sacadas e situações, que quem assistir com muito tempo como alguns costumam fazer vai ficar notando easter-eggs em muitos detalhes, vai reparar em cada personagem e ver estilo e técnica, mas mais do que isso, o resultado que conseguiram trazer para telona é uma animação gostosa, divertida e que agrada a todos, praticamente sem momentos lentos, sem enrolação, e que brincando e trabalhando tudo de maneira simples e efetiva acaba envolvendo a todos. Ou seja, é um roteiro bem simples, direto no ponto, que surpreende pelos ótimos diálogos (e que para variar na dublagem ainda colocaram referências nacionais de piadas), e que encaixa muito bem na atual fase que se encontra os heróis da DC, que são tramas sérias, porém divertidas e agradáveis, não precisando nem pesar a mão nem apelar para conquistar o público.

Sobre os personagens cada um da sua maneira passou muita personalidade e acaba agradando com simplicidade e claro trejeitos que ligam muito quem serão seus donos, desde os poderes de Krypto que trouxe do seu planeta natal igual o Superman, mas com um ego enorme e passando sempre o ar de liderança e necessidade de afeto, passando pelo cão abandonado Ace que perdeu sua família, que não se conecta muito às pessoas, mas é indestrutível que claro vai ser de Batman, até chegarmos na tartaruga superveloz Mirtes que não vê nada em seu caminho e acaba fazendo muitas trapalhadas sendo o par perfeito para Flash, e o esquilo Chip com seus raios desgovernados e sem confiança que acabará indo para Lanterna-Verde, e claro sem esquecer da porquinha PB que adquire poder de crescer ou diminuir sem muito controle que acaba indo para a Mulher-Maravilha. Porém todo filme de heróis necessita de um bom vilão e aqui isso ficou a cargo da porquinha da Índia Lulu que se vê como uma grande cientista por ter sido testada por Lex Luthor, e seus ares são perfeitos de vilania, criando seu próprio exército de porquinhos da Índia, cada um com um poder diferente que lembram muito vários vilões dos heróis, e assim tudo se encaixa muito bem em cada nuance da trama, ou seja, um filme completo de bons personagens, e claro boas dublagens de Marcelo Garcia com Krypto, Marco Luque como Chip, Priscila Alcantara como PB, Duda Espinosa como Ace, Angélica Barbosa como Lulu, além dos dubladores clássicos dos super-heróis Guilherme Briggs como Superman, Flavia Saddy como Mulher-Maravilha, Duda Ribeiro como Batman e ainda Wendel Bezerra fazendo Keith e Mark os dois principais porquinhos da Índia.

Visualmente o longa é bem colorido, mostrando uma Metrópolis bem trabalhada, com os tradicionais prédios da franquia com o Planeta Diário, a Sala da Justiça e claro a LexCorp, tendo boas sacadas com o avião invisível (que é transparente!) e muitos outros bons elementos cênicos para marcar o ambiente, que como disse, quem for preparado para notar tudo, ou ver a trama várias vezes vai ver muito mais, e isso mostrou um belo trabalho da equipe de arte e criação para não desapontar ninguém, e claro ainda segurar a garotada com tudo. Outro grande e excelente efeito foi algo que gosto muito de ver nas animações que é aparecer os nomes dos personagens com o mesmo design e efeitos de tela, inclusive os que foram abrasileirados, então deram show nesse quesito mesmo.

Enfim, é uma animação sensacional, que agrada demais do começo ao fim, que traz diversas emoções com todas as situações, e que inclusive teve Vitor Kley cantando "Conta Comigo", uma canção muito bonita que funcionou perfeita num momento emocionante da trama, ou seja, vale demais a conferida completa, recomendo todos levarem a garotada, e agora é torcer para termos mais continuações com os super animais nas telonas, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais. 

PS: Poderia dar nota máxima para o filme por ser bem completo, mas diria que faltou um pouco de textura nos personagens e até mesmo no cenário, sendo uma animação bem tradicional e quase que chapada, então vou tirar um ponto só por esse detalhe técnico, mas do restante é perfeita.


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Netflix - Retorno (Pipa)

7/27/2022 11:29:00 PM |

Primeiramente, se você gosta de novelas, a opinião aqui sobre o filme provavelmente será bem diferente do que você irá ver na tela, pois a essência do longa "Retorno" até entrega vértices de filmes de faroeste, tem uma pegada investigativa interessante, mas é uma novelona daquelas que tudo parece ser gigante, que todos vão morrendo pelos motivos mais bestas possíveis, e que não tem como defender o diretor de errar novamente, pois o primeiro filme de uma "possível" trilogia ("Desaparecida") foi bem ruim, no mesmo estilo novelesco, com falhas e absurdos rolando para todos os lados, aí ele nos entregou o prequel da trama ("Presságio"), para entenderemos tudo e funcionou bem demais, saindo completamente do estilo e trabalhando realmente como uma trama policial deve ser, então agora ele praticamente dá seguimento ao primeiro filme, com um estilo novelesco misturando faroeste e policial, e o resultado é novamente algo sem imposições, com uma história tão básica de mortes e busca por um celular, que em determinado momento já estava achando até que o longa não teria um final razoável, mas ao menos soube fechar, o que não melhora a trama, mas para quem curtir novelas vai ser um tremendo prato cheio. Ou seja, é o famoso filme desnecessário, que falha por querer transformar alguém que não é imponente em algo do estilo Rambo, e que nada salva, então melhor pular.

A sinopse nos conta que Manuela "Pipa" Pelari é mulher dura e corajosa, que sobreviveu na Polícia quebrando as regras e guardando segredos obscuros, mas que decidiu mudar sua vida. Depois de deixar seu emprego como investigadora e libertar a traficante Cornelia Villalba, sua tia, Alicia Pelari, a resgata e a leva para La Quebrada, uma pequena e simples cidade no norte da Argentina. Vivendo isolada há anos, um aparecimento de um cadáver a arrasta, mais uma vez, para os lugares de onde pensou ter escapado.

Diria que o diretor Alejandro Montiel não tinha mais para onde atacar, e com o sucesso dos dois primeiros filmes foi obrigado a inventar uma história de sequência que funcionasse, e o resultado foi essa trama, que analisada com o estilo novelesco é até funcional, mas que por mais interessante que pudesse ser tudo o que tinha no celular, o resultado soa fraquíssimo demais. Ou seja, é daqueles filmes com tantos personagens, com ligações, revelações e interações que tentam fazer com que ficássemos perdidos, e o resultado desanda de tal maneira que quando vemos o funcionamento inteiro da trama não sabemos mais o que queriam realmente mostrar, misturando disputa de terras, relações incestuosas, uso de armas por crianças, e nesse meio do caminho apenas jogaram a pobre da Pipa no meio de tudo, o que não faz serventia com nenhum dos dois filmes anteriores. Sendo assim, posso estar sendo até exagerado na crítica, mas talvez se o filme fosse mais solto, com a protagonista fazendo outro papel, o resultado seria muito melhor, pois veríamos o filme como um faroeste argentino, e sequer tentaria dar as conexões, mas ainda assim seria novelesco.

Sobre as atuações, diferente de filmes que normalmente a pessoa bate a cabeça ou leva um tiro e já cai morto, aqui as pessoas levantam, conversam, interpretam e tudo mais, ou seja, não basta um tiro para derrubar qualquer personagem da trama, mas tirando esse detalhe, Luisana Lopilato entrega uma Pipa bem imponente, estando sempre nos lugares e na hora certa, lutando bem com os que a atacam, e fazendo alguns bons trejeitos, mas nada que fosse surpreendente. Mauricio Paniagua chega a ser até engraçado de ver com os trejeitos forçados de seu Rufino, cheio de traquejos e clichês de longas policiais, colocando os óculos escuro na cara para ficar mais bravo e tudo mais, ou seja, funciona, mas mais para uma comédia. Paulina Garcia fez sua Alicia bem como coadjuvante, mas demorou uma eternidade para morrer, fazendo ares desesperadores enquanto está com o policial, a sobrinha chega e fala normalmente, ou seja, falha de roteiro monstruosa. Ou seja, vou reclamar de todas as atuações, então é melhor nem falar mais nada.

Visualmente o filme até foi bem trabalhado, acredito que seja o único ponto positivo realmente, tendo cenas no meio das montanhas andinas, com um ar meio desértico bem encaixado com as fazendas de criação de animais, temos uma mansão gigantesca com uma tremenda festa no começo enquanto os mais pobres fazem apenas a festa nas ruas com alegorias, boas cenas de perseguições, uma delegacia bem bagunçada, e alguns atos de entrevistas até que bem trabalhados, de forma que a equipe mostrou boas dinâmicas para dividir os grupos étnicos e o resultado funcionou ao menos.

Enfim, é um filme que não tenho como recomendar de forma alguma, e que se aparecerem com mais alguma continuação da "franquia" deverei pular, pois não tem mais como piorar (ou tem?), e que volto a frisar, que talvez quem assistir ele solto sem saber de nada da trilogia, e gostar de algo novelesco, talvez até curta um pouco, mas tem de ir com muita vontade para não parar no meio da trama. E é isso meus amigos, dois dias com dois filmes que não foram bons, e começo a pensar melhor o que escolher para ver, pois está difícil, então fico por aqui hoje, mas volto amanhã com ao menos algo que vem chamando atenção, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - O Último Turno (The Last Shift)

7/26/2022 09:52:00 PM |

Não sei vocês, mas tem dias que eu pego e paro para olhar os filmes nas diversas plataformas e penso qual desses vai ser melhor pra ver agora, e em 90% dos casos acabo dando play no pior que teria da lista! Não digo isso pelo filme "O Último Turno" ser uma trama ruim, pois até tem seus questionamentos interessantes sobre a desvalorização do trabalho de anos dedicados para uma empresa para no último dia receber um cartãozinho de agradecimento de brinde, ou então sobre o dizer a verdade numa situação tensa que você sabe que poderia mudar o curso ou não fazer nada, ou até mesmo acusar alguém apenas pelo jeito ou antigos hábitos dela, mas é um filme que no final das contas parece que passou todo o tempo de tela e não chegou muito a lugar algum, não explodiu, não foi efetivo e tudo mais, deixando a indagação para o público se questionar e refletir de tal maneira como se dissesse: "Você sabe quem estava errado não é? E por que não falou nada?", e só, não indo muito além, nem sendo básico o suficiente. Ou seja, é daqueles filmes que talvez em um festival todo mundo aplaudisse, sairiam comentando milhões de possibilidades e tudo mais, mas em casa, após um dia cansativo de trabalho, não rola o play até o final de forma alguma.

A sinopse nos conta que Stanley, um funcionário de terceira idade de uma fast food, se prepara para trabalhar o seu último turno da madrugada após 38 anos. Quando lhe é pedido que treine o seu substituto, o jovem Jevon, o fim de semana de Stanley toma um caminho inesperado.

Em sua primeira "ficção" após vários anos fazendo apenas documentários, o diretor e roteirista Andrew Cohn acabou derrapando um pouco no conceito de cinema para ser visto e cinema para representar algo, como é costumeiramente o uso de vários documentários, e aqui ele trabalhou algumas situações bem casuais como já disse na introdução do texto, e que muitas vezes vemos acontecer nos nossos ambientes de trabalho, que desanima muitas vezes, que falta valorização do empregado, e tudo mais, além claro da ótica digamos "racista" em cima de acusações de agir ou não em situações problemáticas. Ou seja, ele fez praticamente um docu-drama sobre pessoas que trabalham anos em empresas na mesma função, que já seguem rotinas e padrões, e juntou a isso a relativização de causas, de acusações e tudo mais, que volto a frisar que não é algo ruim, só é algo que não é digerível em um filme classificado como comédia/drama, e assim sendo posso até estar acusando o longa de algo que ele não é, o que exatamente ocorre no filme, mas acredito fielmente que faltou para ele decidir exatamente qual dos dois temas fortes que iria trabalhar e melhorar toda a situação em cima dele.

Sobre as atuações, Richard Jenkins entrega um Stanley perfeito para o papel, com nuances claras que o papel pedia, incorporando trejeitos que muitas vezes vemos até em nós mesmos, e com um envolvimento tão bem trabalhado que acaba surpreendendo bastante em tudo, porém o filme não fica só nele, e nessas quebras a trama dá uma leve desandada. E não digo que tenha desandado pela atuação de Shane Paul McGhie, pois o jovem tem estilo, tem personalidade e entrega seu Jevon com muita desenvoltura em todos os atos, criando espaços para receber a boa atuação e também entregar para o protagonista com muita atitude, não errando, nem se jogando para fora de cena, o que chama muita atenção, porém seus atos fora dali da lanchonete pareceram não se encaixar na trama, abrindo outras frentes, e isso acabou pecando um pouco no resultado completo da trama. Quanto aos demais, cada um deu as devidas frases e conexões bem encaixadas para ambos os protagonistas, mas sem grandes expressividades que marcassem suas atuações realmente, destacando claro Da'Vine Joy Randolph como a famosa gerente que dá as notícias ruins para os funcionários e Ed O'Neil como aquele amigo que te dá conselhos, e mesmo você vivendo anos com ele não os ouve.

Visualmente a trama entrega até que uma boa representação de um fast-food bem tradicional dos EUA, com um turno da madrugada tedioso e por vezes abarrotado de serviço, com bons elementos cênicos e também muitos envolvimentos que poderiam ser discutidos ali com cada coisa colocada, além de cenas bem representativas na casa dos protagonistas, nas suas formas de vida e de atitudes, e claro mostrando desde o carro que o protagonista conseguiu comprar, suas enganações e tudo mais. Ou seja, é um filme aonde a equipe de arte não pode sair muito da caixinha, mas que foi bem no que fez, valendo as cenas que estão no trailer como o jogo de lançamento de hambúrgueres congelados, e principalmente a cena do carro abrindo a porta.

Enfim, é um filme que não é ruim, mas que quis discutir tantos temas em 91 minutos que acabou não fazendo bem nenhum deles, e assim sendo vai ser difícil que muitos enxerguem algo produtivo nele, o que me faz não recomendar para nada que seja exibir ele fora de um festival ou talvez em alguma palestra empresarial sobre longevidade no trabalho, e treinar seu futuro substituto. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, e quem sabe amanhã acerto melhor no play, então abraços e até logo mais. 


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Amazon Prime Video - Georgetown

7/24/2022 11:38:00 PM |

Hoje vai parecer engraçado o que vou falar, pois vai contradizer a maioria dos meus textos anteriores, afinal o primeiro trabalho de Christoph Waltz como diretor foi brilhante, em um dos gêneros mais complexos de se acertar a mão que é o suspense dramático, ou seja, se já o considerávamos como um dos melhores atores de todos os tempos, com papeis brilhantes e atuações ímpares, agora ele também quer se mostrar como alguém que dirige filmes de uma forma incrível também, e jogar ainda mais sal nos meus textos, ele ainda atua brilhantemente como protagonista no longa "Georgetown", ou seja, duas das coisas que costumo falar que é dar 100% de errado, e ele provou a capacidade de tirar de letra, agradar demais e fazer com que eu tivesse todas as atenções concentradas nas milhares e milhares de mentiras que foi colocando para enganar não apenas a esposa, como vários chefes de gabinetes dos maiores países do mundo. E para piorar, baseado em uma história real, que claro foi muito bem incrementada no artigo do jornal The New York Times, "O Pior Casamento de Georgetown", de Franklin Foer. Sendo assim, vá conferir e se prepare para as diversas surpresas e conversas incríveis que o diretor e protagonista irá lhe contar, pois vale cada segundo da trama de 100 minutos.

O filme acompanha Ulrich Mott, um alpinista social excêntrico e de fala mansa que parece ter todo mundo em Washington, DC em suas mãos. Mas quando sua esposa rica, bem relacionada e muito mais velha aparece morta em sua casa, sua filha Amanda suspeita que Ulrich pode não ser tudo o que parece. E conforme a investigação policial começa a descobrir uma mentira maior que a outra, tudo acaba indo mais fundo do que qualquer um jamais imaginou.

Chega a ser brilhante toda a sacada e o desenvolvimento que Christoph Waltz fez em sua estreia na direção, pois ao escolher capitular toda a trama, acabou arriscando de ser repetitivo e cometer gafes em vários pontos, mas não pegou o ótimo roteiro que David Auburn escreveu em cima do artigo de Franklin Foer, e trabalhou algo que até daria para ser linear, mas não impactaria da mesma forma com as revelações acontecendo aos poucos e com cada desenvoltura mais impressionante possível, de tal maneira que pode se preparar para dirigir muitos outros filmes desse estilo e deixar sempre com a sua cara, fazendo intensas reviravoltas, incisões perfeitas de conexões malucas, e ainda assim resultar em um filme perfeito, aonde vamos ficando indignados com o tanto de mentiras e relacionamentos que o protagonista cria, e como era realmente sua vida. Ou seja, o resultado é tão grande quanto o personagem em si imaginava, que mesmo tendo um bom tanto de realismo, afinal isso aconteceu mesmo em menores proporções, não conseguimos imaginar sequer que partes poderiam ter acontecido mesmo, pois esse estilo de pessoa é imprevisível, e a loucura é gigante de tal forma que vamos lembrar sempre de tudo o que vimos, o que é muito raro para um primeiro trabalho na função. 

Sobre as atuações é até difícil falar do que Christoph Waltz faz com seu Ulrich, pois ele acaba sendo daqueles que não tem inseguranças no tom de voz, nem nos trejeitos, pegando cada elemento que está a sua disposição para criar ambientações, usando um nome para se conectar com outro, fazendo envolvimentos e tudo mais com tanta facilidade, que acabamos acreditando completamente nele, e isso é brilhante de ver, sendo mais um grandioso personagem na carreira do ator. Vanessa Redgrave traz para si uma Elsa marcante, que mesmo com muita idade ainda tem disposições para ajudar o alpinista social com suas várias conexões, e que de uma forma bem graciosa se coloca vulnerável num primeiro momento, mas está sempre preparada para tudo, o que acaba sendo bem marcante no capítulo final com a verdade toda, ou seja, deu show também. Annette Bening é sempre marcante nos papeis que faz, e aqui só não foi mais além por sua Amanda ser bem secundária nos principais atos, mas sempre com olhares tensos e bem incisivos consegue ser forte e direta em todos seus atos, se colocando com muita intensidade e indignação nos atos de julgamento. Ainda tivemos bons atos com Corey Hawkins fazendo o advogado do protagonista e Alexander Crowther com um papel surpreendente com seu Matthew em duas situações bem embaraçosas, mas a grande base é a que todos foram muito bem enganados pela lábia do protagonista.

Visualmente a trama é muito bem sacada, com várias reuniões e jantares diplomáticos, uma casa bem tradicional com vários ambientes interligados aonde vemos as festas bem colocadas em cada ângulo nas mesas bem preparadas, vemos as várias representações do protagonista em suas missões na guerra, em auditórios e até mesmo em salas bem reservadas, e claro atos mais comuns dos protagonistas em seus cafés da manhã e em atos juntos em hotéis e recepções, de forma que tudo acaba sendo bem simbólico e marcante, e que claro juntando tudo mostra bem o resultado da preparação completa da equipe de arte e fotografia para tentar enganar o público.

Enfim, é um tremendo filmaço do gênero que até tem alguns pontos que poderiam ter sido melhorados, mas como é seu primeiro longa como diretor Christoph acabou simplificando para não errar, e isso é ótimo, pois acabou entregando bem mais do que qualquer um esperava, e o resultado acabou sendo perfeito demais, valendo tanto a conferida quanto a indicação para quem gosta do estilo. E é isso meus amigos, fui muito surpreendido pelo primeiro trabalho do ator como diretor, e se seguir sempre assim certamente iremos ver logo mais algo memorável de sua parte, então fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - O Pai Da Rita

7/24/2022 05:52:00 PM |

Costumo dizer que o cinema nacional tem dois vértices bem marcados que é a comédia nacional rentável que funciona bem nos cinemas, vendendo ingressos e recuperando o investimento para que sejam feitos outros filmes do estilo, e assim subsequentemente, e os filmes feitos para festivais, que não dá nem para classificar como cinema independente como ocorre lá fora, pois arrumam um dinheiro, fazem o filme, e o retorno é zero, apenas sendo exibido em festivais aonde pouquíssimas pessoas veem, aplaudem o diretor e nada mais, pois é algo que ninguém consegue conferir por inteiro numa sessão em casa, ou então vem abarrotado de esquetes que não se amarram, precisando fazer uso do fade black (a famosa apaga e acende da tela para mudar de locação ou ideia). Infelizmente o longa "O Pai da Rita" se encaixa nesse último estilo, que ao meu ver é o pior de todos, pois fica parecendo que o diretor não tem uma ideia de continuidade para sua trama, apenas vários momentos que são exibidos e que fazem parte de um todo, mas que juntos não dão uma linearidade temporal, ou seja, é um filme que tem uma base sólida em cima da canção de Chico Buarque, aonde dois amigos discutem quem é o pai da garota depois de anos, e isso daria muita brecha para um desenvolvimento, mas até chegar nesse ponto o longa enrosca tanto, enfeita tanto mostrando a apresentação de quem são realmente os compositores, a malemolência deles, a galinhagem e tudo mais, que quando acontece pra valer já estamos quase nos minutos finais do filme, e isso desaponta bem, que até pode servir como algo representativo do samba, mas que não funciona como cinema.

A sinopse nos conta que Roque e Pudim são dois compositores da velha guarda da Vai-Vai - escola de samba de São Paulo - partilham uma kitnet, décadas de amizade, e o amor por suas carreiras na escola de samba prestigiada do estado. Mas, uma dúvida do passado sempre atormentou os dois amigos: o que aconteceu com a passista Rita, paixão de ambos? É quando o surgimento de Ritinha, filha da passista - e também passista - surge para desvendar esse mistério - todavia, também ameaça desmoronar essa grande amizade, assim como aumentar mais ainda o número de perguntas. O longa se desenvolve a partir de uma disputa de paternidade, travada pelos dois sambistas e velhos amigos, com roteiro inspirado livremente nas músicas “A Rita” e “O Samba de um Grande Amor” de Chico Buarque. Quem será o pai de Ritinha e qual motivo a levou pela procura do pai?

Diria que o diretor Joel Zito Araújo desejava fazer uma homenagem à velha guarda da escola de samba Vai Vai e escreveu seu filme com as dinâmicas possíveis para que isso acontecesse, usando como base as canções de Chico Buarque, porém temos músicas que dão toda a letra de uma trama, que basta desenvolver bem e o resultado acaba chamando a atenção, e outras tem apenas momentos, aonde é necessário entrar um bom roteirista para capitanear tudo e fazer com que o filme tivesse um eixo realmente, o que não aconteceu aqui, então o que o diretor ou no caso o montador faz, pega o botão de fade e sai colocando do começo ao fim, parecendo vários dias, vários momentos e tudo mais, o que não é legal de ver. Ou seja, aqui o problema vem da base, de não ter um roteiro forte, depois passado para várias cenas soltas que até chamam a atenção pela síntese toda, e o terceiro na desenvoltura da trama, que usou quase que 80% da trama para apresentar o jeitão dos protagonistas, e apenas 20% para o restante que é o conflito realmente do filme, e assim o resultado é algo até que homenageia bem a escola, mas que quem não for sambista ou rato de carnaval vai ver e falar ok, dois segundos depois já esqueceu o que viu, o que é uma pena para uma obra.

Sobre as atuações, escolheram ao menos o ator perfeito para o papel, pois Aílton Graça é 100% samba, entende como ninguém a desenvoltura de uma composição musical de escolas de samba, e se entregou completamente para o papel de Pudim, com trejeitos bem marcados, malemolência e galanteio de primeira, e claro disposição para entregar tudo que o papel pedia, agradando bastante, mesmo nos atos mais bizarros, e assim funcionando bem no que precisava fazer. Da mesma forma, Wilson Rabelo fez seu Roque complementando exatamente o lado que faltava no amigo, já sendo mais contido, mas amoroso e cheio de estilo, fazendo quase que um só deles dois, o que é bonito de ver, resultando numa boa química e até mesmo em boas brigas nos atos finais, que merecia até ter rolado um pouco antes. Quanto aos demais, a maioria faz boas conexões com os protagonistas, mas quase nem são usados, tendo o destaque claro para Jessica Barbosa com sua Ritinha geradora da confusão toda, Elisa Lucinda com sua Neide toda fogosa, Nathalia Ernesto com sua Gracinha e Lea Garcia com Tia Neguita que faz toda a interligação dos personagens, além dos donos dos bares e restaurantes do Bixiga, Francisco Gaspar como Macaxeira e Paulo Betti como Sauro.

Visualmente a trama tem a base na kitnet dos protagonistas, algumas passadas na quadra da escola e nas rodas de samba, um bar bem simples, um restaurante mais requintado porém sem grandes luxos, e a casa da Tia Neguita, tudo bem trabalhado para ser representativo sem grandes cenários ou elementos cênicos, que dão um certo gracejo para a trama, mas nada demais, funcionando apenas para acontecer os diálogos e envolvimentos, e assim fazendo o famoso arroz com feijão na trama.

Enfim, é um filme que não posso dizer que seja ruim, apenas não posso colocá-lo como realmente um filme, e sim uma homenagem bonita aos compositores que vivem juntos e acabam brigando por coisas que nem deveriam causar brigas, e assim sendo vou esquecer dele muito brevemente. Ou seja, apenas indico ele se você for do mundo do samba/carnaval, do contrário tem outros filmes sobre o tema melhores espalhados por aí. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Agente Oculto (The Gray Man)

7/24/2022 12:14:00 AM |

Costumo dizer que quem vai conferir um filme de ação esperando muita história não confere longas desse estilo há pelo menos uns 10 anos, pois a base é de atores com carisma por outros filmes, já bem conhecidos para levar o máximo de pessoas para conferir, muitos tiros com armas de todos os calibres possíveis, perseguições de carros insanas, explosões e claro o corpo a corpo entre o vilão e o mocinho da trama, e claro se gastaram muito alguma deixa para continuações. Então se você gosta desse estilo, dê bilheteria para a Netflix, e vá conferir o longa mais caro já produzido por eles, pela bagatela de 200 milhões de dólares, "Agente Oculto", que conta com um elenco grandioso tanto na frente quanto por trás das câmeras, entregando o suprassumo do gênero, com tudo o que se deve ter, muitas locações, vários personagens secundários apenas para dar conexões, e claro uma história bem bobinha de busca de um pendrive (sim, tudo isso por algumas imagens criptografadas!), além de as tradicionais piadas que os diretores sempre colocam em seus longas, dando o ar cômico com muito estilo (destaque para o vilão oferecendo muita grana para quem matar o boneco Ken - que quem não sabe o mocinho Ryan Gosling será o boneco Ken no filme "Barbie" que estreará logo mais!). Ou seja, um filmão de ação com todas as letras, que vale aquela boa pipoca e diversão garantida para o fim de semana no sofá.

A sinopse é bem simples e nos conta que Six, um assassino altamente qualificado no programa Sierra da CIA, é o melhor mercador da morte da agência. No entanto, uma missão dá errado e agora Six está fugindo da CIA com o ex-agente sociopata Lloyd Hansen em seu encalço. Ajudado pela agente Dani Miranda e pelo manipulador Donald Fitzroy, Six deve ser o mais implacável para evitar Hansen, que não vai parar por nada para derrubar Six.

Já conhecemos bem o estilo de filme dos irmãos Joe e Anthony Russo, então quando vemos seus nomes no topo do filme é ação de primeiríssima qualidade para empolgar do começo ao fim, que claro precisaremos ignorar vários fatores reais que deveriam estar em uma trama, mas que relevamos para nossa saúde mental e diversão. Dito isso, eles tentaram criar algo meio que puxado para próximo da saga 007, aonde um agente que não é mais útil para a companhia passa a ser caçado por ter algo que pode incriminar os chefões, e assim sendo toda a intensidade dramática da história é bem pautada em cima disso, ou seja, todo o restante é ignorado, não mostrando o treinamento do jovem, como se saiu em outras missões deixando esse miolo para talvez fazerem outros filmes depois, mas brincando com várias sacadas de fuga o resultado acaba surpreendendo quem for conferir esperando o básico do estilo, e assim sendo mostra o motivo dos diretores serem tão requisitados, pois não falham no conceito grandiosidade, sabendo administrar o orçamento gigantesco para que ele apareça na tela, afinal já vimos outros longas bem caros da Netflix que não conseguíamos enxergar o dinheiro na tela, já aqui vemos carros destroçados, trens e helicópteros explodindo em uma bagunça sem limites.

Sobre as atuações, Ryan Gosling mostra que é estiloso e sabe fazer muito bem longas de ação com uma pegada forte e dinâmicas bem encaixadas, ao ponto que seu Six é forte, sabe lidar com muitas armas e é bom de briga, ou seja, tudo o que o papel precisava, só faltando ser melhor espião, mas aí já seria uma evolução e viraria um 007, o que não era a intenção, ou seja, foi bem no que precisava e agradou sem fazer firulas. Agora algo muito surpreendente foi ver Chris Evans fazendo um vilão (será que Tony Stark estava certo???), e não apenas um vilão bobinho daqueles que apenas entra em ação e deseja o poder, mas sim daqueles que saem matando e encomendando mortes sem dó nem piedade, torturando quem quer que seja para conseguir o que precisa e gastando rios de dinheiro para tudo, ao ponto que seu Lloyd é imponente, cheio de traquejos e com uma presença estilosa de nível máximo para agradar com as maldades que faz. Ana de Armas é a atual queridinha dos grandes orçamentos do streaming, e aqui sua Dani tem um bom estilo, luta bem e atira melhor ainda, sendo uma grande parceria para o protagonista, e sendo funcional para a trama toda. Regé-Jean Page ficou mais em segundo plano com seu Carmichael, mas chamou a atenção também com dinâmicas e trejeitos bem impositivos, que acabaram mostrando que era um chefe corrupto, mas bem esperto para não sujar as mãos. Ainda tivemos bons momentos com Billy Bob Thornton com seu Fitzroy bem articulador e o brasileiro Wagner Moura como uma espécie de articulador/falsificador velho e estranho, que conseguiu ao menos chamar atenção, mas a maioria apenas apareceu e teve conexões com os protagonistas, não merecendo grandes destaques.

Visualmente o longa é imponente, com locações em diversas cidades e países, com o tradicional apelo da Netflix de colocar os nomes de forma gigante na tela para situar o espectador, muita ação e explosões em praticamente todos os lugares que o protagonista passou, com destaque para a destruição de Viena com um trem e armas de porte gigantesco, e claro toda a ambientação bem colocada para dar todas as devidas nuances que o filme precisava, de modo que tudo funciona bem, explode bem e contando com tantas armas acaba até assustando quem passou perto das gravações. Ou seja, é daqueles filmes que a equipe de arte precisou de muitas licenças, orquestrou tudo com muita amplitude, e o resultado é visível na tela.

Enfim, é um filme que é bem trabalhado, que empolga pela quantidade de movimentação, e que quase não vemos elos de respiro, servindo como o tradicional filme de ação que quem gosta de ver tudo voando pelos ares vai se deliciar, então é ver se vai dar resultado para a Netflix e quem sabe ter alguma continuação mais calma com um pouco mais de história, mas que como disse não faz tanta falta, afinal temos boas atuações e muitas cenas de explosões, que é o que desejamos ver em um longa desse estilo. Sendo assim, recomendo ele para todos que gostam disso, agora do contrário, se estiver esperando um filme com mais histórias pode dar play em outro lugar que aqui não irá encontrar. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - Noites de Paris (Les Passagers De La Nuit) (The Passengers Of The Night)

7/23/2022 04:54:00 PM |

Muitas vezes me perguntaram qual o estilo que menos gosto de ver, e certamente o drama introspectivo é o que mais me cansa, embora seja algo bonito de ver, imaginar as pessoas boas com os demais, mesmo que estejam no fundo do poço procurando ajudar uma pessoa na rua a levando para sua casa, vivenciando um ar familiar que muitas vezes é inexistente, e principalmente por mostrar quase que o lado de viver apenas, de ter um dia, ir para a casa, sair, visitar os pais, namorar, e por aí vai, sendo o ar comum que já fazemos todos os dias, então para que exibir isso em um filme? Faço essa indagação, pois muitos até gostam de se ver no seu dia a dia em um longa, e tem até aqueles que amam essa formatação digamos mais realista, porém fica faltando algo mais conflitivo, um ar mais denso e tudo mais, que até pareceu existir no miolo do longa "Noites de Paris", mas logo é deixado de lado para vivenciar as noites de um programa de rádio que lê cartas sobre a vida das pessoas, e que passa justamente essa energia para que vivam sabendo mais sobre os outros, sobre o que afligem, dando conselhos e tudo mais. Ou seja, é daqueles filmes feitos nos moldes clássicos para quem gosta de ares novelescos bucólicos e que possa se enxergar talvez vivenciando tudo ali, mas que só quem gosta mesmo do estilo entrará de cabeça, do contrário o sono chega a bater bastante.

O longa nos conta que o ano é 1981, eleições, as comemorações se espalham pelas ruas e há um ar de esperança e mudança em Paris. Mas para Elisabeth, seu casamento está chegando ao fim e agora ela terá que sustentar a si mesma e seus dois filhos adolescentes. Após ser deixada por seu marido, Elisabeth se vê sozinha, responsável pelo cuidado diário de sua família. Ela consegue um emprego em um programa de rádio noturno, onde conhece Talulah, uma adolescente problemática que ela decide acolher, a convidando para sua casa. Com eles, Talulah experimenta o calor de uma família pela primeira vez e seu espírito livre tem uma influência transformadora naquela casa. Elisabeth e seus filhos ganham confiança e começam a correr riscos, mudando também a trajetória de suas vidas.

Diria que o diretor Mikhaël Hers foi bem amplo no desenvolvimento de sua trama, exibindo bem o sentimento das personagens, a conexão familiar, as dúvidas, e claro toda a conexão que os insones tem de um mundo aonde os demais lhe enxergam, ao ponto que conseguimos ver muito de uma família, o fundo do poço por onde a protagonista viveu, e como ela se enxergou na jovem garota que leva para casa, e claro na locutora que lê cartas das demais pessoas madrugada a dentro, mas isso segura um espectador? Não sei, pois eu tenho a proposta de ver tudo o que começo até o fim, mas se o longa recair apenas para o streaming como foi o caso dentro do Festival, acredito que muitos irão parar na metade e nunca mais voltarão para saber o final, então lhes conto: é exatamente como tudo o que foi mostrado, pois a vida em si é um ciclo rotineiro, e a trama entrega bem isso, sem grandes mudanças, sem grandes explosões, apenas vivemos e isso cansa de certa forma, parecendo até alongar o filme que tem apenas 111 minutos, mas que pareceu ter pelo menos umas 5 horas, mas não de coisas ruins, envolvendo e funcionando, ao menos para aqueles que gostam do estilo novelesco.

Sobre as atuações, Charlotte Gainsbourg parece ser sempre a mesma personagem em todos os seus filmes, e isso é algo bem estranho, não demonstrando grandes ensejos interpretativos que fizessem dela uma atriz diferenciada, e acho que é bem isso que os diretores procuram quando a colocam em um filme, ao ponto que aqui sua Elisabeth tem um certo ar calmo, mas também entrega uma melancolia tradicional e por vezes até parece ser normal demais, mas não consegue acolher o público, e isso soa até engraçado de ver como uma mãe de família, ou seja, faz boas cenas, mas não nos convence em momento algum do que está entregando, e isso é bem ruim de ver. A jovem Noée Abita trabalhou sua Talulah de uma forma bem enigmática, como uma garota sem pé fixo em lugar algum, que se droga para tentar mudar de vida, mas que acaba sempre recaindo, e que até deu ares diferentes para a família que se meteu, mas não fluiu muito dentro de tudo, ficando sempre abaixo de algo explosivo, que talvez daria um tom melhor para o longa. Quito Rayon Richter estreou até que bem com seu Mathias, sendo um grande elo tanto para a mãe quanto para a jovem, entregando ares da juventude em sua personalidade, mas também criando um vínculo responsável que o papel pedia, ou seja, floreou bem seus atos e chamou atenção no que fez ao menos. Quanto aos demais, cada um permeou um pouco da vida da protagonista, desde a filha vivida por Megan Notham com seus ares políticos bem marcados, até a apresentadora com um semblante seco e voz doce feita pela sempre boa Emmanuelle Béart, mas ficou parecendo faltar alguém que quebrasse tudo na trama, e isso pesou um pouco.

Visualmente a trama até que tem um bom estilo clássico dos anos 80, e a equipe foi muito sábia em focar nas cenas com os protagonistas em espaços pequenos de estúdio mesmo como o apartamento, a rádio, a biblioteca e a escola, e nos atos nas ruas procurou mostrar imagens de arquivo bem trabalhadas e que representassem bem a época, de forma que ficou mais a cargo da equipe de figurino e cabelo para dar as devidas nuances e conseguir ambientar tudo, e funcionou ao menos para ser bem representativo.

Enfim, é um filme bem tradicional, sem grandes reviravoltas, que quem gosta do estilo novelesco pode ser que entre mais no clima, mas que não é ruim, pois tem todo o ar dos anos 80, toda a personalidade familiar da trama, e que funciona ao menos com o que foi proposto, então se você se encaixa nesse estilo fica a dica, senão passe bem longe dele. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - Olga (Ольга)

7/23/2022 01:18:00 AM |

Certa vez numa discussão com um amigo após uma sessão de um filme politizado falei que o cinema político costuma mais atrapalhar do que ajudar no resultado de como um país é visto, pois geralmente a opinião do diretor dificilmente acaba agradando a todos e com isso a parte artística da trama acaba enroscada e quase sumindo, então ou você faz um filme totalmente com um viés político ou faz um filme de arte, as duas coisas juntas é quase que uma certeza de dar errado. Comecei o texto do longa suíço-franco-ucraniano "Olga" dessa forma pelo simples exemplar de algo que aconteceu novamente, o filme ia bem na desenvoltura, mostrando os conflitos na Ucrânia em 2014 de um lado, e mostrando a jovem ginasta ucraniana promissora do outro sofrendo tanto para seus exercícios ficarem perfeitos na Suíça quanto por ter largado a mãe jornalista no meio da revolução e não estar fazendo nada para ajudar seu país de origem, e isso vai funcionando com um teor estressante bem envolvente, com uma pegada clássica e gostosa para quem curte o esporte, que sabe que os treinos são bem intensos, e também vendo o sofrimento no país com pessoas morrendo com as leis malucas do presidente contra o povo revolucionário, porém é necessário um fechamento de filme, e o diretor optou por algo quase que jogado, que até dá para entender a opção, mas que faz qualquer pessoa que está assistindo a brochar com a ideia, pois não tem um ápice, não tem um grande plano, mas sim um desabamento de ideias, para o mais fácil, e infelizmente o filme termina. Ou seja, não ficou incrível em nenhum dos dois sentidos, sendo um pouco melhor do que mediano, mas que poderia ter sido perfeito com um fechamento digamos revolucionário em um lugar mais chamativo, por exemplo com a protagonista fazendo igual a amiga, só que em um lugar maior, e não apenas do jeito que foi feito.

O longa nos mostra que é Olga é uma ginasta ucraniana de 15 anos exilada na Suíça, trabalhando para garantir um lugar na Seleção Nacional do Esporte do país. Porém, quando a revolta Euromaiden irrompe na Ucrânia, a ansiedade aumenta à medida que a sua família se envolve, a desgastando até mais do que os treinos de seu esporte.

Posso dizer que o diretor e roteirista Elie Grappe foi bem conciso na ideia completa de seu filme, pois com apenas 85 minutos ele desenvolveu bem ambos os lados conflituosos da vida da garota, mostrou suas ânsias e intensidades, e conseguiu um ápice bem marcante, porém como todo iniciante na cadeira de direção, ele se perdeu na forma de fechar o filme, pois seu filme merecia ter ido muito além de um final digamos bonitinho, mas sim algo imponente como a guerra/revolução que estava ocorrendo na Ucrânia em 2014, e isso é algo que numa sessão teste muitos pegariam e falariam para ele, mas não, já recaiu em Cannes, e lá o pessoal gosta de abstrações em fechamentos, de simbologias e tudo mais, e dessa forma o filme explode quase igual aquelas bombas que você acha que vai arremessar tudo para o alto, e apenas faz um barulhinho pequeno e desapontador. Não digo que o longa por inteiro é ruim, e até mesmo o final é algo digamos bacana de ver como a jovem pode ajudar seu país na reconstrução (algo que deve acontecer após a guerra que está rolando agora), mas merecia muito mais, ao menos na opinião desse que vos escreve, então vejam o filme, mas esperem algo mais calmo no final, pois senão o desapontamento é grande.

Não vou falar muito das atuações pelo simples fato de não termos realmente atores nos papeis principais, afinal como a maioria das cenas é em cima do treinamento das garotas, optaram por pegar realmente ginastas e colocar elas para fazer seus exercícios, saber cair mesmo que de forma bruta de uma maneira que ninguém deslocasse alguma parte do corpo, e assim o filme até que fluiu bem, com Anastasiia Budiashkina fazendo muito bem sua Olga, trabalhando trejeitos até que bem marcantes, e claro dando show nos aparelhos, de forma que suas explosões foram bem dirigidas para representar bem, e assim tem futuro como atriz, caso queira embarcar de vez no meio. Da mesma forma, a jovem Sabrina Rubtsova foi ainda mais explosiva com sua Sasha, criando momentos diretos e imponentes, sejam eles no tablet da protagonista, ou mesmo no campeonato, o que acabou sendo bem forte e ímpar de ver. Quanto aos demais, é claro que tivemos alguns atores, principalmente no caso dos familiares, mas nenhum realmente foi muito além a ponto de chamar atenção, de forma que o filme ficou misto entre as várias atletas das equipes e material documental real da revolução, e assim sendo o quesito expressividade não foi algo tão chamativo para o filme.

Visualmente foi bacana ver todo o centro de treinamento suíço, as várias cenas correndo no frio, toda a preparação fortíssima para os exercícios intensos, e claro a jovem vendo através de imagens tudo o que estava ocorrendo em seu país natal, ou seja, tudo é muito representativo na trama, desde os conflitos, até os campeonatos, incluindo um Natal junto dos avós paternos que a jovem praticamente nem conhecia, com as devidas rixas acontecendo na mesa. Ou seja, é um filme que a equipe de arte se formos ver a fundo trabalhou pouco, mas escolheram bem tudo o que foi mostrado na tela, e assim o resultado flui.

Enfim, é um filme que tinha tudo para ser incrível, que tem uma representação forte de uma revolução e claro o dilema de poder estar ajudando ou fugindo, mas que falhou demais no fechamento, que alguns até podem gostar mais dessa ideia crua e seca, mas para o meu gosto foi fugir da entrega realmente. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Pluft, O Fantasminha em 3D

7/22/2022 09:05:00 PM |

Lembro que li o livro da Maria Clara Machado quando estava nas primeiras séries do ensino fundamental, não lembro bem qual, e na época é claro que o livro era condizente com a minha idade, então hoje o filme ficou, comparado aos filmes infantis de hoje que tem um pouco de peso dramático, até infantil demais, com um ar bobinho e ingênuo que talvez para as crianças de agora não prenda tanto, afinal as que estavam na sala não ficaram quietinhas como costuma ocorrer com desenhos, mas isso não desmerece de forma alguma toda a técnica de "Pluft, O Fantasminha", pois é uma obra bonita visualmente, que mesmo tendo poucos ambientes tem alegorias bem marcadas e representativas, e principalmente por ser o primeiro filme nacional filmado em 3D, utilizando algo que veremos somente no final do ano com "Avatar 2", de se filmar dentro de uma piscina os elementos fantasmas para flutuação e os movimentos ficarem mais leves e fluidos, o resultado técnico acaba sendo muito bacana de conferir, de tal forma que faz valer o ingresso mesmo que não tenha tantas coisas saindo para fora da tela tirando as bolhas e alguns outros elementos. Ou seja, é aquele filme que se me perguntassem se a história em si vende, eu responderia que não com toda certeza, pois é muito simples e infantil demais, ao ponto que não vai convencer nem a garotada de hoje que é mais evoluída do que quando éramos crianças, mas se me perguntarem quanto da produção visual em si, respondo para ir na mesma hora, pois é muito bonito toda a técnica na tela.

O longa nos mostra que a menina Maribel e o fantasma Pluft que morre de medo de gente desenvolvem uma inesperada amizade. Um dia, ela é sequestrada pelo pirata Perna de Pau, que quer usá-la para achar o tesouro deixado pelo seu avô, o falecido Capitão Bonança Arco-íris. Na casa abandonada onde o velho morou, Maribel espera pela ajuda dos marinheiros Sebastião, João e Juliano, muito amigos do velho capitão, que saem em uma atrapalhada busca pela garota.

Diria que a diretora e roteirista Rosane Svartman foi muito esperta com o que fez, pois facilmente o longa sem toda a técnica empregada seria daqueles que alguns veriam para relembrar o livro, criar um saudosismo, mas sendo fraquinho demais acabaríamos esquecendo dele em uma hora depois da sessão, mas então como revolucionar o cinema nacional com o que tinha em mãos, e ela foi sagaz em empregar técnicas com uma equipe totalmente nacional, testando e aprendendo na raça para fazer com que as cenas "fantasmas" não fossem apenas meros efeitos como todo mundo já fez no After Effects, mas sim filmando debaixo da água, montando um estúdio completo numa piscina de 6 metros de profundidade, brincando com fluidez e movimentos de cabelo, de roupa, de vidros, bolhas e tudo mais, treinando os artistas para falarem sem fazer muitas bolhas e aprendendo técnicas de apneia, ou seja, algo gigantesco que será lembrado por muito tempo como a primeira a fazer isso aqui, e por incrível que pareça ficando um resultado lindo de ver na telona. Ou seja, volto no que disse no começo, é um filme simples, mas que vai marcar, e que talvez as crianças mais ingênuas até se divirtam com tudo, e assim o resultado completo chama mais atenção do que o envolvimento emocional que poderia ter sido colocado, mas que sairia talvez do texto do livro de Maria Clara Machado.

Sobre as atuações, sem dúvida alguma o destaque foi para as mil e uma facetas de Juliano Cazarré com seu Pirata Perna de Pau, de tal maneira que fez trejeitos fortes, foi caricato como o personagem pedia, mas sem desapontar em nenhum momento conseguiu entonar uma voz diferente da sua e ser malvado sem estragar a fantasia, ou seja, agradou demais em cena, sendo marcante e mancando muito bem. O garotinho Nicolas Cruz estreou muito bem com seu Pluft, sendo carismático na medida e fazendo doses bem infantis como o personagem pedia, até um pouco demais para falar a verdade, de tal modo que o personagem deveria ser de uns 10-12 anos, mas a mentalidade de uns 6 no máximo, e assim sendo foi envolvente, fez bons movimentos e expressões (que debaixo da água deve ter sido ainda mais difícil) e acabou agradando. Da mesma forma, Lola Belli conseguiu ser chamativa e trabalhou sua Maribel com uma doçura interessante, pois num primeiro momento a personagem parecia ser chata e inatingível, mas foi se envolvendo e entregou bons momentos e emoções mostrando que tem estilo. Fabiula Nascimento é um luxo só, tendo carisma e muito envolvimento para com sua Dona Fantasma, criando cenas complexas com muitos elementos cênicos, e fazendo trejeitos tão bem colocados que acaba sendo marcante e graciosa, de tal maneira que valeria ter até mais cenas dela no longa, mas aí viraria uma série, e sendo assim fez bem o que precisava agradando bastante. Quanto dos marinheiros, Arthur Aguiar (antes da fama e marra do BBB) como Sebastião, Lucas Salles como João e Hugo Germano como Julião foram daqueles que você ri de vergonha do que fazem em cena, de tal forma que cheguei a lembrar do saudoso "Os Trapalhões" com as desenvolturas do trio, e isso é bacana ao mesmo tempo que fiquei pensando o quanto devem ter pensado no que estavam fazendo, mas funcionou, e isso é o que importa. Quanto aos demais, a maioria foi encaixe de cena, com Gregório Duvivier fazendo um dono de Bar, Simone Mazzer como Merluza (cantando várias faixas da trilha) e José Lavigne como Tio Gerúndio, mas sem grandes destaques.

Agora visualmente o longa é incrível, com uma casa bonita mas destruída de forma artística no meio das falésias, com o mar na frente, todo o paredão para alcançar, dentro vários elementos alegóricos de casas mal-assombradas funcionais, um bar pirata clássico com música, brigas, bebidas e tudo mais, e até mesmo a escola religiosa com seu coral bonitinho foi bem funcional, além claro de entrarmos no quesito das cenas filmadas dentro da água que deram formas para os fantasmas, para os elementos que voam na tela e toda sua simbologia, ou seja, a equipe de arte fez um trabalho minucioso que vale demais ser destacado, e funciona demais. Quanto do 3D, a tecnologia ajuda a dar profundidade para muitos elementos, tem nas cenas com a Prima Bolha muitas bolhas voando para fora da tela, perfumes girando e claro técnica, volto a frisar esse ponto, pois é o que faz valer ver o filme.

Para quem quiser, outro ponto positivo e quase que inédito para um filme nacional, foi disponibilizado a trilha sonora do longa, que é bobinha, mas muito leve e gostosa que acabou dando um bom encaixe na produção, então fica aqui o link para escutarem depois de ver o filme.

Enfim, é um filme bem simples, bobinho e caricato no conceito de trama e história, não tendo nenhum envolvimento, moral ou simbolismo que faça a emoção ir além, mas é tão bonito visualmente, e com um resultado técnico tão elaborado que faz a nota ser melhor, e principalmente ser lembrado futuramente quando alguém perguntar sobre alguém que fez a diferença no cinema nacional, pois esse sem dúvida entra junto com "Zoom" como longas nacionais irreverentes e interessantes de ver. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda vou ver um filme do Festival do Rio no Telecine, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - Rabiye Kurnaz vs. George W. Bush (Rabiye) (Rabiye Kurnaz Gegen George W. Bush)

7/22/2022 01:07:00 AM |

Gosto de conferir filmes de situações reais que desconhecia para aprender um pouco mais do mundo em que vivemos e suas peculiaridades que acabam atrapalhando a vida das pessoas, e se tem algo que sempre é muito complexo são julgamentos, ou toda a burocracia envolvida em casos de presos internacionais, pois o país aonde a pessoa está presa não ajuda, o país que prendeu piora a situação, e o país que mora só complica ao não entender bem o caso. Ou seja, o longa "Rabiye Kurnaz vs. George W. Bush" é uma trama bem envolvente por conseguir ser representativa e mostrar uma mãe disposta a tudo para trazer seu filho de volta de uma prisão internacional, contando com ajuda de um advogado e de comissões humanitárias internacionais, enfrentando governos e batalhando do seu jeito como dava, sofrendo, mas fazendo o que podia, e o resultado é até cômico pelo seu jeitão, mas não foi leve de forma alguma e quem conferir verá muita dor de cabeça com a burocracia imensa, com ideias fechadas, e tudo mais.

O longa nos mostra que desesperada para ajudar seu filho, Rabiye Kurnaz, uma dona de casa e mãe amorosa de Bremen, vai à polícia, notifica as autoridades e quase se desespera com sua impotência. A batalha pela libertação de seu filho Murat de Guantánamo catapulta a dona de casa turca de sua casa geminada direto para a política mundial e até a Suprema Corte norte-americana em Washington. Ao seu lado, o advogado de direitos humanos Bernhard Docke - um advogado reservado e sensato e ela, uma mãe turca temperamental com um senso de humor perverso - lutando lado a lado para resgatar Murat, e contra todas as probabilidades, algo realmente notável acontece.

Diria que o diretor Andreas Dresen soube pegar a história completa dos 1786 dias desde a mãe ver que o filho saiu de casa para ir ao Paquistão até o desfecho do processo, e compilou os momentos mais icônicos, os que tiveram maiores intensidades, e certamente pegando bons depoimentos dos verdadeiros personagens conseguiu trabalhar sua trama para que não ficasse cansativa, e ainda fosse bem representativa, pois processos judiciais na maioria das vezes são chatos, o fato do advogado estar defendendo alguém que nem chegou a conhecer é uma incógnita, e todos os elementos representados poderiam ser até alegóricos para não chamar toda a atenção para a mãe, mas tudo foi tão bem orquestrado que acabamos nos envolvendo com os dois protagonistas, e mais do que isso, ao final quando vemos as fotos originais, vemos que as escolhas dos atores foi primorosa demais, pois são idênticos, e assim sendo tudo acaba soando divertido e gostoso de ver. Ou seja, é um filme que dá uma angústia por tudo, e uma raiva ao final quando ficamos sabendo alguns detalhes do processo, mas que funciona bem e agrada dentro da proposta completa, mas que o diretor poderia ter criado alguns atos mais explosivos, isso sem dúvida poderia.

E já que falei da semelhança dos atores com os verdadeiros donos da história, tenho que claro pontuar sobre as atuações de Meltem Kaptan com sua Rabiye perfeita, com um senso de humor incrível que mesmo enfrentando tudo e todos aparentava estar sempre com um sorriso por dentro, e principalmente conduziu as dinâmicas da personagem com um gás gigantesco, sem errar e sem destoar do que provavelmente foi a verdadeira, ou seja, deu show. Da mesma forma Alexander Scheer que é quase um rei dos disfarces pelas ótimas personificações que pega e entrega com uma semelhança incrível, fez de seu Bernhard alguém que estava sempre disposto a tudo, com uma precisão nas falas em vários idiomas bem trabalhados, e principalmente expressando isso com olhares e sínteses perfeitas, o que fez dele quase que mais protagonista até que a mãe, o que era um grande perigo, mas acertou no jeito de tudo. Quanto aos demais, foi bacana ver o crescimento dos garotos, do marido que parecia não estar gostando da esposa saindo tanto para resolver tudo, mas sem nenhum grande destaque expressivo realmente, mostrando que o diretor quis realmente colocar todo o foco nos dois apenas, e conseguiu.

Visualmente o longa passeou bastante pela Alemanha, Turquia e Estados Unidos, tendo boas dinâmicas e locações bem representativas para funcionar e simbolizar todo o processo da trama, afinal foram mais de 6 anos com o jovem longe da mãe, e toda a movimentação para trazer ele de volta para casa, ou seja, a equipe de arte focou bem nos atos marcantes, sempre mostrando na tela a quantidade de dias passados, toda a vida da família se estruturando para não explodir, e sendo marcante com poucos lugares abertos, para assim concentrar melhor tudo, e claro o destaque fica para a equipe de cabelo e maquiagem por conseguir deixar os protagonistas idênticos aos verdadeiros, e assim o acerto foi bem grande.

Enfim, é um filme bem denso, mas com um ar leve e descontraído pelos personagens principais, mostrando que não é só com caras fechadas que se faz um bom longa de julgamentos, e assim o resultado funciona bem dentro da proposta, apenas para pontuar algo maior, poderiam ter mostrado mais dos atos com outros personagens, mas o foco era apenas a dupla e o resultado acabou agradando assim também, então vale a dica de conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais uma dica do Festival do Rio no Telecine, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - O Contador de Cartas (The Card Counter)

7/21/2022 12:16:00 AM |

Costumo dizer que para um filme funcionar bem para o público geral ele tem de ter um bom ritmo como principal elemento, principalmente se for um longa que será exibido nas plataformas de streaming ou para locação, pois começou a cansar, se não for alguém que realmente precisa ver o filme por completo como tarefa, o botão do parar acaba brilhando no controle remoto, mesmo tendo um elenco incrível e algo que talvez chame a atenção. Comecei o texto de "O Contador de Cartas" dessa forma, pois o filme tem uma trama interessante, ficamos o tempo todo esperando ver aonde vai dar, quais os anseios dos protagonistas, mas não tem jeito, o resultado acaba sendo amarrado e estranho demais de torcer e se envolver, e isso é um pecado, pois o elenco é de primeiríssima linha, o diretor é premiado por ótimas obras, e o estilo tinha tudo para ir além, mas confesso que se não fosse escrever dele, talvez não acabaria, e digo mais, o final é daqueles que você vai falar "O que aconteceu mesmo? É só isso!", e assim sendo não posso afirmar se gostei ou não, ficando algo bem mediano de ver.

O longa conta a história de William Tell, um jogador de cartas e ex-militar que se propõe a treinar Cirk, um jovem em busca de vingança contra um inimigo mútuo de seu passado. Tell vê uma chance de redenção por meio de seu relacionamento com Cirk. Ganhando o apoio de La Linda, misteriosa financista de jogos de azar, ele leva o jovem para a estrada com o objetivo de vencer a World Series of Poker em Las Vegas. Mas manter Cirk no caminho certo será impossível, arrastando Tell de volta para a escuridão de seu passado.

Diria que o diretor e roteirista Paul Schrader quis trabalhar com dois gêneros em sua obra e acabou não acertando nenhum deles, pois a carga dramática e inteligente em cima dos jogos é bem marcante, e o fator suspense em cima do lado torturador do protagonista junto com a ideia fixa do garoto também chama a atenção, porém nenhum dos dois lados consegue atingir um ápice e o resultado acaba ficando meio frouxo no miolo, e até mesmo o final ficou parecendo que o diretor desistiu de ir mais além e optou por aquele plano desleixado das duas últimas cenas, que poderiam ser muito mais impactantes. Ou seja, é um texto razoável, inteligente e interessante, afinal os jogos de carta têm muito desse ar de conseguir analisar olhares, trejeitos e blefes para conseguir ganhar, mas faltou ele saber aonde melhor usar esses elementos no outro lado do filme, como por exemplo ali na cena do quarto do hotel com o garoto aonde dá o ultimato para ele, se usasse esse arquétipo o longa inteiro seria genial, mas não, e assim sendo falha consideravelmente.

Sobre as atuações, Oscar Isaac sempre trabalha bem demais seus personagens, colocando ares de introspecção tão marcantes que acaba sendo difícil não ficar curioso por tudo o que seu William vai desenvolver, e também colocou um pouquinho de loucura, dando umas nuances bem interessantes de acompanhar, e que claro merecia ter ido mais além. Fiquei meio na dúvida do que o personagem de Tye Sheridan queria desenvolver com sua personalidade, ou melhor, se ele entendeu a proposta do longa, pois pareceu ser apenas uma mala do protagonista que era levado de torneio a torneio, se expressando um pouco mais em algumas cenas, mas não dizendo realmente a que veio seu Cirk, e isso é muito ruim de ver em um ator tão bom. Dá mesma forma, o personagem de Willem Dafoe, Gordo, é quase um símbolo, aparecendo em alguns atos marcantes de flashback, mas as suas cenas no plano atual foram lastimáveis e bem bobas, o que não condiz com o ator que é. Tiffany Haddish até teve alguns atos bem desenvolvidos com sua La Linda, mas também não teve um ar muito fluido para que seus momentos fossem marcantes, e assim ficou em segundo plano na maior parte do filme. Quanto aos demais, se queriam destacar Alexander Barbara conseguiram, pois a todo momento seus seguidores gritando USA, USA, USA, olhamos para ele, e o jovem ator nem fez questão de trejeitos bem pontuados, então é decepcionante no quesito atuação mesmo.

Visualmente a trama até tem atos bem bacanas nos cassinos, mostrando a diversidade dos vários prédios espalhados pelo país, mas a grande sacada é mostrar o TOC do protagonista com os quartos dos motéis que fica, transformando quase que todos os quartos em prisões brancas com seus lençóis, o que é bem engraçado de ver, mas a base toda é em cima dos jogos, e claro da prisão nas cenas iniciais e nos flashbacks mostrando toda a violência dos interrogatórios, mostrando que a equipe de arte teve um bom trabalho nesse sentido ao menos do passado, pois o presente foram apenas conseguir muitos figurantes para os jogos.

Enfim, é um filme que tinha tudo para ir muito além, tem uma proposta bem interessante, mas não atingiu um ápice em praticamente nenhum momento, o que é uma pena, e sendo assim ficamos o filme todo esperando um algo a mais que não acontece. Ou seja, é o famoso mediano com cara boa, que no final nem lembraremos de ter visto algum dia. E assim sendo não recomendo ele, e fico por aqui, então abraços e até logo mais.


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