Netflix - Silverton: Cerco Fechado (Silverton Siege)

4/30/2022 10:28:00 PM |

A base do filme sul-africano da Netflix, "Silverton - Cerco Fechado", que deve ser sentida é a frase "Qual o preço da liberdade?" que é dita em alguns atos da trama, e é nela que dá para imaginar como alguns membros de um grupo de rebelião contra o apartheid acabaram se impondo num conflitivo momento no meio caótico de uma perseguição, e depois dentro de um banco aonde nem com muita criatividade sairiam vivos de lá, mas que usando de bons traquejos iniciaram bem o movimento de libertação de Nelson Mandela e fizeram seus nomes ao menos no mundo. Claro que por ser baseado em uma história real, o resultado da trama acaba sendo forte e bem impositivo, porém poderiam ter desenvolvido melhor todas as dinâmicas para que o filme fosse ainda além, com muito mais expressão. Felizmente não é algo ruim, mas dava para ficar bem melhor.

O longa apresenta uma história baseada em fatos reais, de três rebeldes sul-africanos contra o apartheid, que após uma perseguição de carro em alta velocidade com a polícia, em meio a uma missão de sabotagem frustrada, o trio acaba buscando refúgio em um banco em Silverton, Pretória. Fazendo o banco sul-africano e seus clientes de reféns e exigindo a libertação de Nelson Mandela em troca da libertação dos prisioneiros, os riscos e as tensões aumentam.

Diria que o diretor Mandla Dube soube dosar os atos de sua trama para que o filme tivesse uma certa fluidez, não colocando nem a invasão logo de cara, não entregando facilmente quem era o infiltrado, e trabalhando bem a dura crítica racial no miolo, mostrando algo que hoje ainda existe de uma forma menos explosiva, mas que na época era direta e fortíssima, conseguindo fazer com que a ideia completa fosse bem trabalhada. Claro que está bem longe de ser daqueles filmes de assalto, de intensidades marcadas e dinâmicas bem elaboradas que estamos acostumados a ver, mas souberam não jogar a ideia fora, usaram alguns personagens marcados bem pautados para que cada momento fosse algo a mais na trama, e assim acaba fluindo e agradando de certa forma, que não iremos lembrar para toda a vida, mas que ao menos mostra uma grande evolução nos longas sul-africanos.

Sobre as atuações Thabo Rametsi conseguiu segurar bem a responsabilidade em torno de seu papel, fazendo com que seu Calvin tivesse um poder no olhar, uma imposição marcante do começo ao fim que chega a ser expressiva demais, e assim seu resultado acaba indo bem além do que era esperado, o único adendo que coloco é que botaram ele como um dependente da bombinha de ar, e ao perder ela na perseguição o vemos necessitar em vários outros momentos desesperadores, mas sabemos que quem usa isso não consegue correr sem ela, e ele morreria muito facilmente, então abusaram um pouco da nossa inteligência, mas vamos seguir com a ficção. Noxolo Dlamini botou muito homem pra correr com sua Mbali Terra, trabalhando imposição, força e determinação na mesma personificação, resultando em uma mulher incrivelmente direta nas palavras, e sabendo transmitir sentimento junto, ou seja, um grande acerto. Stefan Erasmus não se impôs tanto em cena, mas fez seu Aldo com bons trejeitos dramáticos e de certa forma acabou chamando um pouco de atenção, ou seja, foi bem no que fez. Ainda tenho de dar destaque para Arnold Vosloo com o que fez com seu Johan Langerman bem disposto a resolver o problema sem partir para a ignorância, fazendo bons trejeitos e acertando no que fez, e também para Elani Dekker com sua Christine bem calma e cheia de trejeitos nos atos mais diretos, mas que poderia ter ido um pouco além. 

Visualmente o longa trabalhou cenas rápidas de perseguição no começo, com boas doses de tiros, carros trombadas e desenvolturas bem colocadas pelo centro da cidade de Silverton, mostrando anteriormente uma tentativa frustrada de sabotagem aos dutos de petróleo, tudo muito bem montado, e na sequência já entramos no banco da cidade, também bem clássico, com os caixas e as filas separadas por cor de pele das pessoas, um cofre simples, mas todo um desenvolvimento clássico de assalto com reféns, tendo vários policias do lado de fora, as tentativas de negociação, fogo, tiros, helicóptero e tudo mais que dá as devidas nuances do estilo, ou seja, a equipe de arte não exagerou, tendo um ou outro ato de sangue que poderia ser mais pesado, mas funcionou.

Enfim, é um longa até que simples, porém bem feito, que passa a mensagem e agrada sem ter exageros fora do ambiente, e assim sendo se faz valer a conferida. Claro que poderiam ter ido muito além em tudo, mas fui conferir sabendo que seria básico e assim valeu a pena, então essa é a recomendação que deixo, pois quem for esperando um longa hollywoodiano vai se decepcionar. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Globoplay - O Silêncio da Chuva

4/30/2022 12:54:00 AM |

Um tempo atrás falava que o Brasil entregava roteiros ruins de cinema para diretores bons de televisão, e eles acabavam fazendo milagres com algo que não tinha como ir além, e o resultado acabava virando uma novelona, porém ultimamente isso anda mudando e a culpa anda caindo para cima dos diretores (e olha que muitos ainda são grandões, e estão transformando em novelas ótimos roteiros). Digo isso hoje com um pesar imenso, pois gosto dos trabalhos de Daniel Filho, mas aqui no longa "O Silêncio da Chuva" ele tinha um roteiro daqueles para criar um clima de suspense imenso, desenvolver os personagens com muita tensão e criação, e ele transformou a trama numa novela com vários ares cômicos e sacadas tão simples que mesmo a revelação final sendo interessante e bem diferente do imaginado acabamos não ficando espantados como uma boa trama de suspense merece acontecer. Ou seja, é um filme que até funciona para passar o tempo, mas que tinha tudo para impressionar demais, e mudar a ideia de que o Brasil pode e deve fazer filmes de mais gêneros.

A sinopse nos conta que quando o executivo Ricardo é encontrado morto a tiros no banco de seu carro sem maiores suspeitas, o detetive Espinosa e a policial Daia são encarregados do caso e logo começam a investigar as pessoas mais próximas da vítima. Mas quando todos os envolvidos no caso começam a sumir misteriosamente, a situação toma proporções inesperadas.

Diria que o diretor Daniel Filho pegou um texto já adaptado do livro de Luiz Alfredo Garcia-Roza e abriu vértices demais para a trama, pois a base é policial, e o drama é uma incógnita que intrigaria demais a todos com tudo o que ocorre, com uma investigação direto e dura, mas que ao optar por dar um ar mais leve e livre soltou demais as pontas criando algo que acaba não sendo nem crível, nem fantasioso, e principalmente não convencendo como deveria. Porém não posso dizer que o resultado geral é ruim, pois os atos finais são interessantes, e ele não chega a cansar, então poucos cortes e um melhor desenvolvimento dos personagens principais fariam com que o filme impactasse da maneira correta e chamaria muito mais atenção para tudo. Ou seja, o diretor que é extremamente experiente conseguiria enxergar no corte final que dava para limpar alguns atos de uma forma melhor, e se duvidar até antes mesmo nas filmagens ele conseguiria ter mudado o ar do longa, mas como o conceito novelesco vende bem no país, optou em deixar dessa forma.

Sobre as atuações, Lázaro Ramos convence bem como policial, tem atitude e desenvoltura para o papel de seu Espinosa, e brinca bem em cena com os atos que é colocado, ao ponto que faltou um pouco mais de densidade para que seu papel fosse mais chamativo, porém agrada e se impõe, e isso faz funcionar bem. Muitos vão achar que a atriz cômica Thalita Carauta que estraga o longa por eu ter falado que exageraram um pouco na comicidade, mas o pior é que alguns atos de sua Daia são bem explosivos e acabam soando exatamente como devem funcionar na vida de muitas policiais, ou seja, ela até ousa usar um pouco da comicidade que sabe fazer bem, mas entrega bons atos e funciona também. Mayana Neiva conduziu sua Rose de uma forma inexpressiva demais, que em alguns atos pareceu abalada, em outros apenas fazendo caras e bocas, e finalizando surtada num ato forte, porém estranho pela intensidade do ato em si, mas fez a proposta funcionar dentro do que o papel pedia, e assim foi bem pelo menos. Diria que poderiam ter explorado mais o papel de Peter Brandão, pois seu Max tem boas situações, mostra o tradicional ladrão que se empanturra e quer mais, e acaba fazendo atos meio que soltos bem bacanas, mas quando precisou ir além cortaram tudo de suas cenas e praticamente já era, ou seja, o jovem tinha potencial para ir mais além. Quanto dos demais, vale o destaque para o personagem de Otávio Muller, pois seu Aurélio chega a incomodar em diversos momentos, porém serviu o que precisava, já o ator entregou praticamente os mesmos trejeitos que sempre fez em todos os filmes, e isso decepciona demais, pois aqui não era uma comédia, então precisava ir por outros rumos, e isso foi o que mais pesou nele, mas foi uma escolha, e assim fez o que lhe mandaram, já Claudia Abreu, Bruno Gissoni e Pedro Nercessian apenas apareceram, tiveram alguns atos imponentes, mas não explodiram em cena, e nesse estilo é necessário bem mais.

O longa tem uma boa pegada visual, mostrando que a equipe de arte ao menos quis trabalhar bem o conceito de suspense, iniciando claro com muita chuva e um crime em um lugar aonde praticamente não se vê nada com o ponto cego das câmeras, depois temos todo o passeio do ladrãozinho e suas boas jogadas com elementos cênicos roubados, trocados, escondidos, a clara nuance da favela com suas lajes (que serão muito utilizadas depois numa perseguição bem trabalhada), temos claro a mansão, uma delegacia simples, atos em hotéis clássicos e também abandonados, ou seja, o pacote completo e ainda mais, pois temos cenas com pessoas torturadas, com pedaços cortados e tudo mais que o gênero pede, ou seja, tinha tudo para ser incrível.

Enfim, como disse, tinha tudo para ser o longa perfeito do gênero, mas tiveram muitos pequenos erros que juntos acabaram decepcionando sem entregar nem uma paródia do gênero, nem algo intenso e impactante, ficando bem no meio do caminho, que vai agradar alguns, mas a maioria irá reclamar bastante, ainda mais se forem leitores do livro, que aí pelo que andei vendo só tem reclamações, ou seja, vale como um passatempo e nada mais. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Jujutsu Kaisen 0 - O Filme (劇場版 呪術廻戦 0) (Gekijouban Jujutsu Kaisen 0)

4/29/2022 12:56:00 AM |

Antes de mais nada já começo o texto falando que não sou fã do gênero de animação japonês, entendo pouquíssimo dessa vasta cultura deles de mangás, animes e afins, e sequer li qualquer coisa sem ser apenas que "Jujutsu Kaisen" foi originalmente um mangá (quadrinho japonês) que virou 24 episódios online que é uma tremenda febre de fãs mundiais, e só. Então você me pergunta o que fui fazer na sessão de "Jujutsu Kaisen 0 - O Filme"? E a resposta é bem fácil, também fui informado que esse é um prequel dos 24 episódios, e que não precisaria saber nada sobre os personagens, ou o que é cada coisa, então como cinéfilo assíduo, fui conferir a maior estreia da semana nos cinemas, e posso dizer que gostei da parada completa, afinal é violentíssimo, com um desenho incrível em 2D clássico de mesa (nada de personagens tridimensionais, formas, etc.), e que deu para entender muita coisa, torcer pelo personagem, se emocionar com algumas dinâmicas, e envolver com todas as dezenas de lutas inseridas, e embora apareçam pelo menos uns 20 personagens que acredito serem bem importantes, foquei nos protagonistas e fui feliz com o que me foi apresentado, afinal é arte e bem feita, com um começo, meio e fim bem determinado, que vale a conferida principalmente para os fãs do gênero.

A sinopse nos conta que Yuuta Okkotsu está assombrado. Desde que sua amiga de infância Rika morreu em um acidente de trânsito, seu fantasma ficou preso com ele. Mas seu espírito não aparece como a doce menina que Yuuta conheceu. Em vez disso, ela se manifesta como uma entidade monstruosa e poderosa que o protege ferozmente. Incapaz de controlar o comportamento violento de Rika, Yuuta é incapaz de impedir o derramamento de sangue que se segue à sua vingança brutal. Como resultado, quando apreendido por feiticeiros "Jujutsu" - os guardiões secretos do mundo, treinados para combater forças como Rika - Yuuta deseja ficar completamente isolado para que ninguém mais possa se machucar. No entanto, seu apreensor, o mestre feiticeiro Satoru Gojou, tem planos diferentes para ele: ele entrará na Escola de Ensino Médio Jujutsu e aprenderá a controlar Rika para ajudar as pessoas. Agora no primeiro ano da escola, Yuuta começa a aprender as artes do Jujutsu e a combater seres malignos. Ao lado de seus novos colegas de classe Maki Zenin, uma especialista em armas de Jujutsu; Toge Inumaki, um feiticeiro que usa suas palavras como armas; e Panda, um urso panda aparentemente ambulante e falante, Yuuta começa a encontrar seu lugar no mundo e, pela primeira vez, a se sentir confortável com suas habilidades. No entanto, conforme seu treinamento progride, Yuuta aprende que os perigos do mundo do Jujutsu vão muito além dos espíritos malignos.

Não vou ficar me alongando muito, afinal como disse entendo bem pouco do gênero, mas posso dizer como obra cinematográfica o resultado da direção de Seong-Hu Park foi bem satisfatória, desenvolvendo as devidas nuances criativas de Gege Akutami, que é o criador do mangá, e da adaptação que Hiroshi Seko criou para a telona, ao ponto que vemos tudo fluir bem, com um desenho incrível lotado de personagens diferentes, muitas cores e muita desenvoltura cênica para os efeitos de socos, facadas, e tudo mais que dão um realismo tão incrível que nem em sonho qualquer obra tridimensional das mais atuais consegue transparecer na tela. Ou seja, funciona demais como cinema, e agrada bastante quem entrar no clima todo, não sendo algo que se arrasta com mil apresentações, e também não fica jogado de forma a não entendermos quem é quem, e assim o resultado agrada, envolve e serve bem para todos.

Quanto dos personagens vou falar o que achei vendo o filme, sem saber se são realmente imponentes na série, pois o protagonista Yuuta é bem marcante, é mostrado seu desenvolvimento de uma forma intensa durante todo o longa, tendo momentos de flashback de sua infância com a amiga/amada, e seu fechamento foi bem interessante pela pegada do arco da maldição/evolução e isso ficou interessante de ver. Seu sensei Satoru tem ares divertidos e bem diretos, que chama atenção nos atos de pancadaria e quando tira a venda da cara o bicho manda muito. E claro o vilão Geto é incrivelmente sacana e forte, tendo seu passado também revelado nas dinâmicas finais, e conseguiu chamar muita atenção em cena, ou seja, é daqueles que chega a dar raiva, e funciona demais como vilão. Como todo anime temos personagens estranhos e engraçados que revoltados puxam grandes poderes, como é o caso do Panda aqui, e até mesmo da jovem Maki, e assim todos formam um grande time contra muitas maldições fortes e intensas com sangue rolando pra todo lado.

E falando em sangue pra todo lado, o conceito artístico da trama inteiramente desenhada, sem grandes elos computacionais e gráficos elaborados é repleto de muitos personagens, muitas ambientações, algumas maldições bem esquisitas e estranhas, mas tudo chamando a atenção cênica para onde desejavam mostrar, funcionando como algo forte visualmente, com muita explicitação dos atos e que acaba sendo um deslumbre que gostamos de ver.

Enfim, é daqueles filmes que funcionam bem, mas que quem não for realmente fã do estilo vai até curtir pelas lutas e pelo envolvimento em si, mas que não irá virar fã, muito menos irá dar play nos episódios, e talvez até encaixe uma continuação funcional nos cinemas, público ao menos deu nas salas, então deve ter bala para isso. E detalhe, que não sei se é algo que foi usado nos episódios online, mas o longa conta com uma cena no final dos créditos, então espere na sala. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - As Melhores Famílias (Las Mejores Familias) (The Best Families)

4/25/2022 10:16:00 PM |

O cinema peruano costuma entregar algumas bombas que nos fazem surtar, mas também de vez em quando aparecem algumas tramas que surpreendem tanto que você fica vendo ele sendo bem interpretado por atores desconhecidos de lá e já até pensa como seria vendo uma versão americana, europeia ou até mesmo brasileira com atores imponentes nos papeis principais, e o longa "As Melhores Famílias", que entrou em cartaz na Amazon Prime Video, tem exatamente essa síntese gostosa e interessante, com atuações perfeitas dos protagonistas numa trama maluca que de cara já dava para imaginar que não seria um almoço de duas tradicionais famílias. Diria que a ideia é tão simples e bem feita que ficamos pensando realmente se vão entregar tudo da forma que ocorre, ou se vão inventar alguma moda para estragar tudo no final, mas não, foram sinceros, encaixaram bem toda a trama em algo conciso, e o resultado surpreende por não ter explosões, nem atos forçados, mas sim o brilhantismo da tradicional família rica que varre todos os problemas para debaixo do tapete, e quando alguém chuta mais forte não sai só a pontinha, mas vaza para todos os lados, e isso é brilhante de ver.

A sinopse nos conta que Luzmila e Peta são duas irmãs que herdam o emprego da mãe e trabalham como empregadas domésticas para famílias aristocráticas. As duas irmãs sabem atender às senhoras e são tão versadas na vida privada das crianças que são quase consideradas parte da família..., mas talvez não para algumas. Um dia, uma festa de aniversário reúne todos os membros de ambas as famílias e um segredo de longa data envolvendo ambas as famílias é revelado, explodindo para sempre a bolha de seu mundo aristocrático perfeito.

Falo que vejo o filme sendo feito em outros países não por o trabalho do diretor e roteirista Javier Fuentes-León ser algo ruim, muito pelo contrário, sua ideia e direção são incrivelmente precisas, mas sim por ser uma trama de linguagem tão grandiosa que vai funcionar bem aonde quer que seja interpretada, mudando um ou outro detalhe para a cultura do país no miolo, mas que vai resultar em algo tão bom ou igual a produção peruana, o que vai diferenciar principalmente é a forma explosiva de uma ou outra atuação, conhecermos mais os trejeitos de algum ator, e claro vivenciar e rir da mesma forma, afinal ele criou alto tão bem sacado, e que facilmente poderia ocorrer na vida real dessas famílias ricas mundo afora, que seu filme flui sem que ele precise fazer quase nada, e por esse mesmo motivo, o excesso de dinâmicas que ele dá para cada ator quase rouba o funcionamento dos protagonistas que mereciam mais destaque. Ou seja, é um roteiro genial, com uma direção muito boa, que talvez merecesse até uma leve poda, mas que funciona bastante.

Sobre as atuações, é claro que o destaque fica todo com Grapa Paola e Gracia Olayo com suas Alicia e Carmen, pois é nelas que o estouro expressivo ocorre, é aonde as dinâmicas mais engraçadas da briga rola, e claro que suas feições batem perfeitamente com tudo o que foi escondido delas na época e agora vem à tona, e mesmo que quase perdendo a compostura no chão ambas dominam o ato e na sequência voltam com tudo para um ótimo fechamento. Outra que foi muito bem nos atos finais foi Sonia Seminario com sua Esther perfeita nas entonações de suas cenas, fazendo com que tudo fosse muito fácil de ser resolvido como damas. Claro que também o filme dominou em cimas das empregadas protagonistas muito bem colocadas com Tatiana Aztengo dando voz e força para sua Luzmila cheia de estilo e preparada para surtar com a notícia completa, e Gabriela Velásquez doando o lado mais seco, porém direto e de apoio com sua Peta. Ainda tivemos bons trejeitos meio que sem jeito de Jely Reategui com sua Merche sem saber bem como reagir no meio da confusão, e da mesma forma Giovanni Ciccia desesperado com seu Alvaro quando já percebe o conflito explodindo, fazendo trejeitos caricatos, porém bem colocados. Quanto aos demais, todos foram bem no que cada papel pedia, e são muitos estilos de trejeitos e dinâmicas para que tudo fosse amplo, mas como disse, alguns quase roubaram a trama para si, no caso os jovens com seu relacionamento paralelo, que raspou de querer ir além e estragar tudo, não que seja algo ruim de acontecer a discussão na família, mas só uma bomba já era suficiente para tudo.

Visualmente a equipe de arte com certeza trabalhou bastante para achar duas mansões gigantescas que se conectassem entre si com uma casa de bonecas tamanho família ligando elas, e colocando tantos elementos cênicos quanto fossem necessários para representar tudo nos diversos ambientes, salas, quartos, cozinhas, e tudo mais bem amplo e chamativo, com detalhes ao máximo nas três casas, além de jardins e tudo mais, mas foram precisos em tudo, e acertaram até nos elementos mais simples que pareciam esquecidos, e que funcionaram bem na hora da revolução completa seja do lado de fora das mansões ou no caso sendo útil para a ida até a cozinha no fechamento. Ou seja, foram bem trabalhados em tudo, e acertaram no luxo e ao mesmo tempo na certeza de não exagerar para não falhar.

Enfim, é um filme que tem defeitos como muitos outros que entregam comédias dramáticas, porém tudo é tão bem elaborado na ideia que acabamos nos divertindo e enxergando até muito mais dentro das discussões de classes, do conflito inserido e principalmente na dinâmica toda que acaba sendo muito bacana de ver, e sendo assim recomendo demais o longa para todos, e como disse, irei torcer para aparecer versões dele em outros países, pois certamente irão ampliando cada vez mais toda a trama. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Metal Lords

4/24/2022 07:44:00 PM |

Desde quando estreou no comecinho do mês na Netflix eu coloquei na lista o longa "Metal Lords", porém via nele algo adolescente demais para ter uma pegada forte de rock, e ao mesmo tempo um tema forte como o rock não caindo bem em uma comédia romântica de sessão da tarde, isso é o famoso julgar um livro pela capa, afinal nem trailer eu tinha visto, então fui deixando, e eis que hoje dei o play, e posso dizer que é exatamente tudo o que pensei dele, mas que acaba sendo gostoso de ver, pois a leveza que deram para uma competição de bandas juvenil, e claro o como chegar lá montando uma banda funcionou dentro da proposta que é uma banda de metal, que é mais do que apenas um grupo, tem de sentir a ideia, tem de ter a irmandade entre si, e estar disposto a entrar num mundo completamente diferente do usual, e assim conseguiram passar bem essa mensagem para a formação dos jovens, e claro com boas músicas e boas dinâmicas. Claro que é algo bem singelo para um passatempo, sem grandes pegadas fortes, mas que acerta por ser justamente a proposta dele, não indo nem muito além, nem ficando jogado de lado, e assim o resultado funciona.

A sinopse nos conta dois garotos começam uma banda de metal em uma escola onde somente os dois garotos se importam com metal. A dupla não consegue encontrar um baixista, mas há uma garota que toca violoncelo, e a parceria improvável precisa dar certo. Eles precisam trabalhar juntos para vencer a Batalha das Bandas, cada um à sua maneira, compartilhando a paixão pela música - e pelo palco.

Diria que o diretor Peter Sollett não quis explodir tanto o roteiro de D.B. Weiss, que muitos conhecem pelo que fez em "Game of Thrones", pois certamente a trama iria muito mais além do que um simples romancinho leve com músicas pesadas e conexões emotivas de uma formação de banda, mas ele foi sábio em trabalhar o alcance com isso, pois talvez algo mais intenso levaria o longa para um rumo que não pegaria tanto público como o que fez aqui, e ele soube dosar as dinâmicas, colocar o vértice do tratamento que alguns pais dão para os gostos dos filhos, o conflitivo mundo das escolas e tudo mais, ao ponto que ele até pode criar algumas discussões amplas, mas o básico de uma boa sessão da tarde é o envolvimento emotivo, e nesse sentido o filme é honesto e funciona bem, sendo bonitinho e agradável, que até poderia ir além, mas que fazendo o básico acerta também.

Sobre as atuações podemos dizer que o jovem Jaeden Martell já vem há algum bom tempo acertando a mão no que vem fazendo, ao ponto que aqui ele entrega seu personagem quase que sem carisma algum com nuances doces e bem colocadas que vamos nos apegando à seu Kevin, de uma maneira que no final já até torcemos para ele se dar bem em tudo, ou seja, o jovem ator tem crescido muito no que faz, e foi muito bem aqui também, aliás não sei se tocou realmente bateria como fez no filme ou se usou um dublê ali, mas deu show nas cenas atrás das baquetas. Já Adrian Greensmith estreou nas telas com seu Hunter, e além de se entregar bem num personagem complexo, fazendo entonações fortes e bem colocadas, mostrou ser um ás das guitarras pelas entrevistas dadas, e o jovem protagonizou com muita força tudo, agradando e desenvolvendo bem toda a personificação dos garotos que curtem o ritmo e são vistos de forma diferente nas escolas, ou seja, tem chances de ir bem se seguir carreira. Isis Hainsworth fez trejeitos meio conflitivos na tela, para passar bem também essa ideia de que as pílulas da felicidade como são chamados alguns antidepressivos, mudam totalmente uma pessoa, e que muitos nem precisariam delas para serem eles mesmos numa sociedade normal, ao ponto que sua Emily acaba funcionando de várias formas, agradando de uma maneira forte e sendo singela também. Quanto aos demais, tivemos poucas interações e atos para chamar atenção propriamente dizendo, mas claro que o destaque fica para Noah Urrea que é cantor realmente de profissão pelo Now United, e aqui emprestou o carisma para o papel de Clay, e assim sendo também puxar alguns fãs da banda para o longa, mas o jovem foi bem nas duas ou três cenas que aparece. E embora apareçam apenas em uma ceninha, os grandes nomes do metal Scott Ian, Tom Morello, Kirk Hammett e Rob Halford foram bem no que entregaram.

Visualmente o longa tem estilo dentro da proposta com muitos acordes fortes nas guitarras, baterias e até no violoncelo, claro mostraram muito do ambiente escolar, alguns bons atos com uns carrões, fizeram claro a homenagem ao Kiss com o jovem protagonista se maquiando de branco e preto, e claro tendo a famosa jogada de uma competição musical, além da famosa rixa de bandinhas de casamentos, ou seja, a equipe quis brincar com todas as possibilidades e se deu bem.

Enfim, é uma trama simples que agrada de certa forma à todos, sendo daqueles filmes que dá para conferir com a família num domingo a tarde de boa, passando bem o tempo e agradando com o resultado, e claro para muitos conhecerem um pouco mais das bandas de rock pesado que quase ninguém conhece (apesar de aparecer só as grandonas na tela), e assim sendo vale a dica. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Fogo Cruzado (Copshop)

4/23/2022 05:54:00 PM |

É bacana ver como alguns diretores gostam de trabalhar um simples conflito e fazer ele crescer para uma trama de ação ampliada em praticamente um único lugar sem ousar, mas também já fazendo com que tudo exploda para algo ainda mais intenso, e digo isso não por achar ruim, mas sim por acreditar que o potencial de Joe Carnahan é muito maior do que a simplicidade que acabou entregando em "Fogo Cruzado", que estreou na Amazon Prime Video, e se pararmos para lembrar ainda de seu último filme "Mate ou Morra", a situação fica ainda pior. Ou seja, a trama do longa é interessante por um vigarista que está encrencado se esconder em uma delegacia, e da mesma forma ousada seu assassino ir parar no mesmo lugar, e claro toda a desenvoltura de vários outros que vão para a delegacia isolada conflitar essa cabeça a prêmio, porém a história poderia ter sido desenvolvida de uma forma maior, trabalhando desde o começo de tudo, ou então usado mais flashbacks para brincar com toda a dinâmica, pois ficou parecendo um pedaço de alguma série ou de outro filme com um miolo acontecendo de forma explosiva, aonde nada tem muito sentido, sendo um bom passatempo, mas que vale o que ocorre ali e só, não sendo memorável por nada a mais.

O longa nos conta que o astuto vigarista Teddy Murretto traça um plano desesperado para se esconder do assassino letal Bob Viddick: dar um soco na oficial novata Valerie Young para ser preso e trancado em uma delegacia de polícia de uma cidade pequena. Mas a prisão não pode proteger Murretto por muito tempo. Viddick planeja seu próprio caminho para a detenção, aguardando seu tempo em uma cela próxima até que possa matar Murretto. Porém ao chegar um assassino concorrente na prisão, Viddick terá que correr contra o tempo e traçar um plano para conseguir ser o primeiro a matar Murretto.

Como falei no começo do texto, o diretor Joe Carnahan entregou longas bem intensos nos últimos anos, com sacadas bem montadas e dinâmicas entrelaçadas entre personagens, e aqui ele foi seguro demais em algo que não explodiu bem, pois volto a frisar que não é algo ruim o que ele faz, tendo cenas bem intensas de ação, vários momentos cheios de desenvoltura própria, mas assim como a delegacia onde tudo ocorre é no meio do nada, sua trama aqui também é meio que jogada no meio do nada, não impondo direito o caso que ocorreu antes, não tendo grandiosas explicações de quem são os personagens ali, e com uma abertura ampla demais para tudo o que rola fica parecendo faltar conexões suficientes para acreditarmos no que está acontecendo ou que talvez a trama seja parte de algum projeto maior que não conhecemos. Ou seja, é um bom filme de ação com suspense, que vale o tempo dispendido assistindo, porém ficou faltando digamos uns 20 minutos antes no começo e mais uns 20 minutos depois no fechamento, para que aí sim o projeto ficasse completo, mas isso é uma opinião de quem gosta de tudo fechado, e talvez muitos até entrem no clima completo do filme, afinal tem tiros para todos os lados e boas nuances, então o resultado agrada.

Sobre as atuações também era esperado algo a mais do elenco imponente escolhido, afinal Frank Grillo sempre trabalha uma personalidade dupla imponente, cria boas dinâmicas para seus personagens, e aqui seu Teddy Murretto pareceu estar acomodado demais com tudo o que ocorre, não envolvendo a tensão em cima dele, nem desenvolvendo muitas dinâmicas que cadenciasse seu personagem, e assim até teve alguns momentos chamativos para impressionar, mas não foi muito além. Da mesma forma, estamos tão acostumados com a pancadaria clássica de Gerard Butler, que ver ele apenas encarando o outro protagonista pela cela, e depois atirando e enfrentando no banheiro com algumas dinâmicas fracas para seu Bob Viddick acaba não sendo o que esperava ver, mas como sempre faz bons trejeitos ao menos. Ainda tivemos cenas bem marcantes da policial Valerie Young bem trabalhadas por Alexis Louder, quase carregando o filme todo nas costas, com dinâmicas intensas em todos os atos, e até mesmo sentada com uma bala no corpo fez bem mais que todos os homens em cena, ou seja, segurou a onda toda. E claro que tenho de falar sobre toda a psicopatia e loucura que Toby Huss entregou para seu Anthony Lamb, criando intensidade nos trejeitos e sendo marcante em suas cenas, ao ponto que funcionou bastante para os atos em si, e merecia mais destaque na trama. Quanto aos demais policiais, fica tão na cara logo na primeira cena dentro da delegacia que Ryan O'Nan vai ir contra todos que nem economizaram na surpresa, ao ponto que seu Huber é fraco e sem estilo.

Visualmente a trama não tem grandes feitios, primeiro por ser uma locação quase que única, a delegacia no meio do nada, com uma portaria, uma área central quase parecida com um escritório tradicional e as celas aonde os protagonistas fazem a maioria das cenas, tendo ainda todo um fundo dos vestiários aonde está em reformas que ocorrem os atos finais mais intensos, ou seja, a equipe de arte nem precisou brincar muito com nada, tendo um pouco mais de trabalho nas cenas finais de tiroteio e explosões, aonde vemos um algo a mais na tela com grandes armas, tiro em vidros, e claro a desenvoltura da fumaça no banheiro, mas poderiam ter brincado mais nas cenas iniciais também para mostrar um pouco de serviço.

Enfim, não chega a ser um filme ruim, pois as dinâmicas finais acabam empolgando e servindo para que a trama deslanche, porém demoraram demais para tudo acontecer, e assim sendo o filme acaba ficando meio morno demais até acontecer. Sendo assim diria que recomendo ele com algumas ressalvas, mas dá para passar o tempo com e se envolver com o que é mostrado. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Cidade Perdida (The Lost City)

4/23/2022 02:50:00 AM |

Costumo fugir de comédias românticas por esperar sempre algo a mais que me faça rir ou emocionar na proposta, mas quando fazem algo bem feito o resultado acaba empolgando e vale demais a conferida. Comecei falando assim do longa "Cidade Perdida" principalmente por ele estar classificado nesse gênero, mas o colocaria fácil dentro de uma comédia de aventura, com algumas pitadas românticas, mas com uma base mais propícia para fazer rir do que se emocionar, e com personagens tão bem dispostos a se entregar na ideia maluca que o resultado acaba fluindo naturalmente e até chega a soar bizarro pelas loucuras enfrentadas pelos dois. Ou seja, é daqueles filmes que rimos das situações, rimos dos percalços que os protagonistas enfrentam e até mesmo dos seus trejeitos, pois as piadas em si dentro do roteiro soam exageradas, mas transparecem fáceis, e assim agrada mais do que força o público a rir, sendo algo diferente do usual, com uma pegada não tão leve, usando algumas conotações mais pesadinhas, mas que agrada na medida certa.

A sinopse nos conta que a brilhante, porém reclusa, autora Loretta Sage escreve sobre lugares exóticos em seus romances populares de aventura, cujas capas são estreladas pelo belo modelo Alan, que tem dedicado sua vida a personificar o personagem herói, Dash. Durante a turnê de promoção de seu novo livro com Alan, Loretta é raptada por um bilionário excêntrico (Daniel Radcliffe), para que ela o guie ao tesouro da cidade perdida descrita em seu livro recente. A fim de provar que é possível ser um herói na vida real, não somente nas páginas de seus livros, Alan parte para resgatá-la. Forçados a viver uma aventura épica na selva, o par improvável precisa trabalhar junto para sobreviver e encontrar o antigo tesouro, antes que seja perdido para sempre.

Diria que os diretores Aaron e Adam Nee trabalharam bem a ideia toda de um livro indo além do que apenas foi escrito, com a autora vendo acontecer em sua frente o desenrolar que não conseguiu sair de sua mente, e que ampliando uma produção que poderia ser simples demais, deram um toque bem marcado pelas dinâmicas dos protagonistas e com isso o resultado não fica preso, nem alegórico demais, pois conseguimos ver os personagens como eles pensaram e também ir junto da autora em sua nova jornada após algum tempo presa na sua casa de luto, e isso fluiu muito bem, caracterizou de uma maneira gostosa, e principalmente colocando o seu par como alguém meio bobão demais, mas também charmoso e galã que envolvesse o filme para si de um modo agradável. Ou seja, os diretores brincaram com atos de ação, de aventura, colocando a comicidade em pauta para divertir, e ainda dosando leves momentos de romance entre eles conforme tudo vai acontecendo, e assim não ficamos presos à gêneros nem com a falta de uma intensidade maior por parte dos atos, o que acabou pesando um pouco no ritmo, que não é ruim, mas poderia ir mais além.

Sobre as atuações, a química entre os protagonistas é daquelas não tem como não ficar feliz de ver, e até mesmo entre os secundários vemos ações bem trabalhadas que agradam muito, ou seja, algo bem colocado entre todos. E claro que temos de começar falando de Sandra Bullock, aqui como seu último filme já que anunciou uma aposentadoria das telas, e vemos sua Loretta bem trabalhada, disposta a tudo, sagaz nos diálogos e com um carisma bem próprio para entregar tudo em cena, ou seja, pode até não ser seu melhor papel, porém se divertiu muito em cena e demonstrou isso no que fez. Channing Tatum literalmente pôs o corpo todo para jogo com seu Alan/Dash, e desenvolvendo a personalidade do começo ao fim, se impondo nos atos que precisava consegue ser bem carismático e interessante, mesmo fazendo alguns atos bobos, passa emoção e graça para que o papel flua certinho. Agora depois de vários anos como herói, agora Daniel Radcliffe tem gostado de botar um ar vilanesco em cena com seu Abigail Fairfax, fazendo trejeitos fortes bem colocados e divertidos de ver, que não chega a dar raiva, mas que agradam no que entrega. Quanto aos demais ainda tivemos praticamente uma participação especial de Brad Pitt com seu Jack, claro para não roubar a cena de heróis de Tatum, mas foi bem no que fez, e também tivemos grandes momentos espaçados com Da'Vine Joy Randolph fazendo a empresária da autora, Beth, com boas sacadas que agradam bem de forma geral. 

Visualmente o longa foi riquíssimo de detalhes, com muitas cenas bem encaixadas numa selva, todo um ambiente no meio de grutas, a vila no meio da ilha, motos correndo no meio do mato, sacadas com tamanhos de personagens versus carros, toda a produção de um evento de lançamento "moderno" com as famosas diretoras de mídias meio fora de eixo, e tudo brincando sempre com o lado da escritora, do livro e claro da vida real versus escrita, o que deu bons momentos para tudo. E claro não poderia deixar de lado toda a megalomania do vilão com aviões, tanques, mesas repletas de comidas e muito mais que funcionaram bem dentro do contexto todo. A equipe de arte ainda brincou com sangue, tiros, explosões, sanguessugas, nu, e tudo mais que uma ilha pode ter no chão e nos aviões, mostrando uma boa pesquisa.

Enfim, é um filme com um desenvolvimento interessante, que diverte bastante, e que inclusive tem uma cena no meio dos créditos com uma surpresa bem marcada e que funciona bem, assim como todo o longa, que vai fazer quem gosta do estilo sair contente com o que é mostrado. E dessa forma posso indicar ele para todos, pois funciona tanto como uma boa ação cômica, como uma comédia romântica de ação, e assim pega um público amplo e que vai rir e gostar bastante. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, com a última estreia da semana nos cinemas, mas volto em breve com mais textos dos streamings, então abraços e até logo mais.


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Detetives do Prédio Azul 3 - Uma Aventura No Fim Do Mundo

4/21/2022 10:28:00 PM |

Posso dizer com toda certeza que vi o trailer de "Detetives do Prédio Azul 3 - Uma Aventura No Fim Do Mundo" pelo menos umas 100 vezes, pois inicialmente previsto para estrear em 2020 antes de iniciar a pandemia já passava em todas as sessões, entrou pandemia, parou tudo, voltaram as sessões, e lá vai o trailer mais uma vez em todas as sessões, e logo os cinemas se cansaram de passar o trailer e tiraram, voltando agora no começo do ano que finalmente definiram a data de lançamento do longa, ou seja, já estava até cansado do que passava na tela, e só pelo trailer já dava para ver que tinham melhorado a ideia original para algo mais próximo de uma aventura investigativa realmente, não sendo algo tão jogado como foram os dois longas anteriores que eram feitos apenas para as crianças fãs da série do canal Gloob, ou seja, mudaram o diretor e consequentemente com o tempo todo que tiveram nessas idas e vindas puderam melhorar os efeitos e eliminar alguns elos desnecessários, ao ponto que o que foi entregue na tela é gostoso de ver, diverte os pequenos, e tem um funcionamento próximo de algo do gênero de aventura, sendo simples, mas com muitos personagens, locações fantasiosas, e elementos cênicos grandiosos, que até poderiam melhorar talvez colocando um ar mais juvenil do que infantil, mas aí sairiam da base que os fãs gostam, então digo apenas que o resultado funcionou muito melhor que os anteriores, e assim sendo fica valendo a conferida para todos.

O longa nos conta que Pippo, Bento e Sol se vêem em apuros quando Severino encontra um objeto em meio aos escombros de um avião. O que parecia uma inofensiva relíquia era, na verdade, uma das faces do ‘Medalhão de Uzur’, responsável por controlar e manipular toda a magia existente no mundo. Assim que coloca o artefato no pescoço, o porteiro tão querido começa a se transformar em uma figura maligna. Quando as coisas pareciam não poder ficar piores, as bruxas Duvíbora e sua filha Dunhoca estão dispostas a fazer qualquer coisa para colocar as mãos na relíquia. Com as vilãs em sua cola, eles precisam correr contra o tempo para encontrar a metade do bem do medalhão. Sem ajuda de Leocádia, Theobaldo e Vó Berta, que tiveram seus poderes neutralizados por Severino, os detetives e a aliada Berenice, sendo conduzidos pelo Comandante Téo, partem em uma viagem até o Fim do Mundo, um lugar congelante e repleto de magia.

Como já disse a principal mudança do longa ficou por colocarem um diretor bem mais experiente em diversos estilos, e que se propôs a dar uma vida mais ampla para a trama dos detetives, ao ponto que Mauro Lima soube desenhar algo bem próximo das aventuras hollywoodianas, com protagonistas viajando por diversos ambientes, conhecendo outros personagens que se conectem com tudo, e dando principalmente um ritmo coeso para que tudo fluísse bem, ou seja, ele deixou de lado o ar mais caseiro da produção com investigações simples e colocadas, e abriu o leque numa viajem ampla, colocou muitas lutas entre os bruxos e bruxas, e trabalhou bem todo o sentido investigativo, com pistas, com adversários e claro com uma boa síntese, que talvez pudessem ter dado um fechamento melhor, mas já agradaram bastante, só não acredito em ter mais uma continuação, a não ser que seja de passagem de bastão, pois os atores já estão adultos e não caberiam mais nos papeis tão jovens.

E falando nos atores, os jovens Leticia Braga, Anderson Lima e Pedro Henriques Motta já são donos de seus personagens Sol, Bento e Pippo, pois já estão há anos nos papeis e desenvolveram um carisma próprio para cada momento, fazendo os devidos trejeitos e se colocando bem nas interações sem soarem artificiais com o que precisam fazer em cena, ou seja, eles já agem sozinhos e conseguem agradar bastante tanto entre eles, como nos atos que precisam se integrar com os demais, agradando sem apelar, mas como já falei estão grandinhos demais para o tom do filme, então se houver um próximo já estarão com seus quase 18 anos e não vai ser bacana de ver. Nicole Orsini já tinha surgido no longa anterior com sua Berenice, e aqui foi muito mais usada já que a trama envolveu mais feitiços, e assim a jovem deu boas nuances e brincou bem com seu raio roxo. Ronaldo Reis que fez apenas papel meio de bobo nos longas anteriores com seu Severino, aqui incorporou trejeitos mais malvados, tensos e marcantes, já que estando enfeitiçado pode ousar mais e brincar um pouco como um mago bem longe da portaria do prédio, e assim não indo muito longe fez bem tudo o que precisava para aparecer. Quanto aos demais que foram incorporados na nova trama, os destaques ficam para Alexandra Richter e Klara Castanho como as cobras Duvibora e Dunhoca que seguem os protagonistas, soando até bobas demais, mas indo bem no encaixe, e também para o piloto vivido por Rafael Cardoso com ar bem maluco e claro para o bruxão maluco que cuida da fábrica de doce de leite vivido por Lázaro Ramos, mas nada que chame muita atenção, sendo apenas bons conectores para o filme.

Visualmente a trama brincou bem com voos de balão, um museu da aeronáutica, um galpão meio abandonado de aviões, o voo dentro da aeronave meio abandonada, muitas cenas na neve de Ushuaia, uma fábrica de doce de leite mágica com algumas alegorias voando, um trem bem clássico, e algumas cenas dentro de uma caverna encantada com vários portais, tudo isso junto de vários efeitos mágicos, figurinos para o frio de -10º que enfrentaram na Argentina, e alguns momentos meio bobinhos dentro do prédio azul que poderiam até ser eliminados, mas que funcionou dentro da proposta, mostrando que a equipe de arte não economizou.

Enfim, está longe ainda de ser algo memorável e que chama muita atenção, mas se comparado aos outros dois filmes da franquia o resultado é imensamente melhor, valendo bastante para os fãs da franquia que se divertiram bastante na sala, quanto para quem curtir uma aventura infantil bem trabalhada, e sendo assim vale a indicação para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Ponto de Inflexão (La Svolta) (The Turning Point)

4/21/2022 01:09:00 AM |

O mais bacana dos longas italianos é que a maioria é bem concisa e direta no que deseja mostrar, não enfeitando tanto a ideia, nem exagerando em subtramas, ao ponto que ou você gosta do que é mostrado ou já se irrita de cara. Comecei falando assim do filme "Ponto de Inflexão", que estreou na Netflix, pois muitos vão olhar meio torto para a ideia da trama, mas conseguiram brincar bem tanto com a famosa ideia de não roubar ninguém da máfia, quanto com a Síndrome de Estocolmo, que é quando alguém se apaixona ou tem sentimentos pelo sequestrador, e que funciona bem dentro da proposta não como algo forçado, mas sim como um ponto de virada, ou melhor como a trama diz, de inflexão para o protagonista que sempre foi extremamente sozinho e sem atitudes, mas que muda completamente ao abrigar um ladrão fugitivo em seu apartamento, e acabar criando um vínculo afetivo com o que passa a aprender com ele. Ou seja, é simples, e não soou forçado dentro da ideia toda, o que acaba agradando, porém poderia ter alguns elementos cortados para ficar ainda menor e mais direto, o que daria um tom ainda mais amplo para tudo.

A trama apresenta dois jovens de personalidades e posturas opostas: um leva uma vida preguiçosa, evitando conflitos de qualquer espécie e outro optou por uma vida perigosa de delitos e crimes. Apesar da oposição, uma amizade improvável se desenvolve entre eles, e partir desse acaso, um acaba se envolvendo - e interferindo - no destino do outro.

Diria que o diretor Riccardo Antonaroli quis fazer algo quase que teatral em sua primeira direção de longas, pois o filme facilmente poderia ser desenvolvido em três ou quatro espaços, tirando o fato do protagonista sempre olhar pela janela para ver se as motos dos espiões ainda estão por lá, e dessa forma sua esquete é bem elaborada, porém faltou para ele o tino de um diretor já experiente, já que muitas cenas suas rolam abertas e desnecessárias para o conteúdo todo, ao ponto que não acrescentam muito para o filme, e nem se desenvolvem, ou seja, daria para cortar ou então colocar coisas mais diretas. Ou seja, seu primeiro filme é bem interessante, trabalha bem os temas, e até encaixa atos que vão além, mas depender apenas da ideia e não deixar rolar fica sendo falso, além de depender de falas para que o público note, como é o caso da síndrome de Estocolmo que está na moda de usarem, e também o fechamento bonito escrito no papel, que poderia dar nuances maiores. Sendo assim, o filme funciona para o que foi proposto, mas falta com aquele algo a mais que poderia ter sido por alguém mais experiente.

Quanto das atuações, vou ser bem direto e falar que nenhum dos atores que fizeram os mafiosos convenceram no que tentavam passar, ao ponto que chega a ser forçado os trejeitos e diálogos que entregaram na tela, então é melhor nem citar ninguém para não ser injusto. Já entrando nos protagonistas, Andrea Lattanzi e Brando Pacitto foram bem colocados em cena, o Jack de Lattanzi tendo um lado mais explosivo e direto, mas passando bem o carisma nas cenas certas, enquanto o Ludovico de Pacitto mais recluso, sendo daqueles que não ousam em nada, mas dispostos a mudar, e a química entre eles foi bem usada e certeira para envolver e agradar, ou seja, ambos trabalharam bem e fizeram com que seus personagens funcionassem além até do que precisava, ou melhor, do que o diretor podia pedir para eles, mas ainda assim poderiam ter feito mais com alguém melhor comandando. Quanto das garotas também foram mal-usadas, e isso pesa na tela, então melhor nem citá-las.

Falando do visual da trama, fizeram um bar/quartel da máfia meio simplório demais para o tanto de dinheiro envolvido, mas com cenas bem impactantes de tiros e facadas, usando apenas alguns caça-níqueis e algumas mesas no local, o apartamento do protagonista foi simbólico para mostrar sua bagunça de morar sozinho, e também não saber fazer as coisas, tendo livros espalhados, luzes sem conexões de fios, prateleiras quebradas, e tudo mais servindo de bons símbolos, e o apartamento das garotas também nem foi quase explorado, tendo uma mesa e um chuveiro se for contar a fundo, ou seja, como já disse funcionaria fácil como uma peça teatral, e assim o resultado mais explosivo ficou por conta da perseguição de motos, mas nada muito surpreendente. Porém cada detalhe de uso dos protagonistas no ambiente serviu bem para dar o envolvimento deles, e isso souberam fazer bem.

Enfim, é um filme que está bem longe de ser perfeito, mas que também passa longe de ser ruim, sendo rápido e bem trabalhado nas nuances que desejavam passar, e assim o resultado até que agrada, porém poderiam ter melhorado muitas coisas para que o filme chamasse mais atenção e surpreendesse em tudo, já que no fechamento fizeram essa sacada ao menos para marcar algo a mais. Sendo assim indico ele com muitas ressalvas, mas quem tiver com um tempinho vale pelo cinema italiano. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Escolha ou Morra (Choose or Die)

4/19/2022 12:53:00 AM |

Uma coisa que é bem bacana no gênero terror é que os diretores/roteiristas não ligam de ser bizarros com o que vão entregar, pegando uma ideia que as vezes poderia dar muito errado dentro de um drama ou suspense, e fazer ela ficar genial com doses insanas de violência ou sangue, e pronto, o terror está feito. Digo isso, pois quem for conferir o longa que estreou na Netflix, "Escolha ou Morra", esperando um roteiro impressionante sem furos ou situações estranhas irá se decepcionar muito, do tipo que vai querer ver algo do estilo do primeiro "Jogos Mortais" então como vi em um comentário na internet sonhou demais, mas a trama tem uma boa pegada, tem cenas fortes de mutilação, e a ideia de um joguinho arcade das antigas com uma maldição inclusa para a pessoa escolher sempre entre duas situações funcionou bastante para torcermos pela protagonista, e claro pelo desenrolar bem explicado no final, ao ponto que de algo mediano que parecia inicialmente resultou em algo bom o suficiente para indicar, e quem sabe torcer para continuarem de alguma forma ainda mais bizarra. Ou seja, não é algo que possa dizer ser memorável, mas faz valer os 84 minutos de duração, que poderiam ainda ser menores se tirassem alguns atos meio que de pensamentos da garota sobre fazer ou não fazer.

A sinopse nos conta que uma estudante falida em busca de um prêmio de US $ 100.000, acha um jogo obscuro de computador de sobrevivência dos anos 80 e começa a jogar, com o objetivo de tentar vencê-lo para ganhar o prêmio principal. Depois de achar esse jogo retrô demoníaco e se envolver mais do que gostaria com ele, a jovem programadora desencadeia uma maldição oculta que destrói a realidade, forçando-a a tomar decisões terríveis e enfrentar consequências mortais. Após uma série de momentos inesperadamente aterrorizantes, ela logo percebe que não está mais jogando por dinheiro, mas por sua própria vida. E cada escolha mortal que ela é forçada a fazer, reforça ainda mais a premissa de que se você morrer no jogo, você definitivamente morre na vida real.

Diria que o diretor Toby Meakins soube ser bem ousado em sua estreia com longas, pois a ideia toda tem um bom trabalho de estilo, capta bem a síntese dos jogos de duas respostas apenas, e brinca com a vontade clara de uma pessoa desejar algo a mais e depois se ver encrencada com o que acaba acontecendo, ou seja, ele pode ter exagerado em não dar um estilo mais verossímil para toda a ideia de sua trama, mas como esses joguinhos trabalham algo bem bobo realmente, o resultado funciona, ainda mais trabalhando com o vértice da maldição ou bruxaria que trabalha de forma livre quando colocado em filmes. Ou seja, podemos não acreditar na bizarrice que é mostrada no fechamento como a criação do jogo e a ideia do uso da maldição, mas para o esquema do jogo funciona, e assim sendo se relevar essa ideia e curtir a loucura o resultado do primeiro trabalho dele até acaba sendo bom, mesmo que force tudo para essa loucura ser "crível".

Sobre as atuações, essa foi a primeira atuação em longas da jovem Iola Evans, e faltou um pouco mais de expressividade para que sua Kayla decolasse realmente, de modo que ela fez o que o filme pedia jogando e seguindo pelas fases, e em alguns atos se questionou sobre tudo, mas poderia ter ido além, chorado mais, enfrentado mais e assim quem sabe explodido um pouco mais também. Agora sei que muitos vão falar que eu só não o vi crescer por não estar conferindo uma série famosa, mas os anos voaram para Asa Butterfield, que de garotinho em "A Invenção de Hugo Cabret" e "O Menino do Pijama Listrado" já está um jovem adulto imponente com nuances e sacadas bem colocadas com seu Isaac, trabalhando meio que de lado toda a ideia, mas também fluindo bem na ideia toda, e interagindo bem com o jogo, além de demonstrar um carinho a mais pela protagonista. Quanto aos demais, talvez pudessem ter trabalhado um pouco mais os outros personagens, pois a família inicial parecia ir bem, e Eddie Marsan jogou bem a ideia com seu Hal, mas quiseram dar um pouco mais de destaque para o traficante vivido por Ryan Gage, deram uma usada extra de personalidade para Joe Bolland, e assim ninguém foi além, porém como personagens do jogo até foi válido cada elemento artístico.

Visualmente o longa foi bem interessante com algumas cenas de mutilação fortes logo no começo, algumas intensas também no miolo pro fim, mas outras ficaram um pouco subliminares e até estranhas, porém no contexto geral a equipe de arte brincou bem com o conceito de jogos via telefone e dos primórdios da computação, ao ponto que até chega a chamar atenção, mas muitos vão reclamar de faltar aquele algo a mais de criatividade, e isso pode pesar um pouco contra o filme, pois não usaram os cenários por completo, deixando as locações subjetivas demais, o que não brinca tanto com a maldição em si.

Enfim, está bem longe de ser perfeito, mas acaba sendo um longa pronto para quem gosta de filmes de terror B, daqueles de baixo orçamento, que prezam por situações mais sujas do que assustadoras realmente, e assim fica sendo uma boa dica para esse público que costuma ter bem poucas opções sendo lançadas. E é isso pessoal, recomendo com algumas ressalvas, mas digo que a proposta foi cumprida, e assim sendo vale a conferida. Eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Vamos Consertar o Mundo (Hoy Se Arregla El Mundo) (Today We Fix The World)

4/17/2022 10:59:00 PM |

Costumo dizer que o gênero mais difícil que tem de se produzir é a comédia, pois fazer rir sem forçar a barra é algo que pouquíssimos roteiristas tem a capacidade, e piora ainda mais quando mensuramos a quantidade de bons atores que acabam caindo em personagens que satisfaçam essa sina de soar engraçado na tela de uma maneira bem colocada e divertida, então se entrarmos mais afundo num subgênero ainda mais perigoso que é a comédia dramática tem de ser quase um mestre das artes cênicas para ser aplaudido no final. E claro que comecei o texto da comédia dramática argentina da Netflix, "Vamos Consertar o Mundo", dessa forma pelo simples motivo de que ela é gostosa, leve e bem trabalhada, porém os momentos cômicos dela ficaram tão em segundo plano que praticamente falham em tudo, sendo bacana toda a interação dos protagonistas, a busca pelo pai e até as devidas conexões entre tudo o que rola nesse meio do caminho, mas o programa que dá nome ao filme é quase algo tão desnecessário, o dono do canal é um personagem idiota e inútil, e vários momentos ali no ambiente da TV foram tão clichés que se eliminassem eles o resultado ainda seria um bom filme e sobraria tempo para mais buscas. Ou seja, é uma trama bacana, mas que poderia ser melhor polida para que o programa tivesse algo mais expressivo para ser encaixado no mote principal, ou então já tirar de vez, mostrando que ele produz aqui e só, sem precisar mostrar três ou quatro programas ruins.

A sinopse nos conta que David Samarás é o produtor geral do popular talk show "Vamos Consertar o Mundo", onde supostas pessoas comuns resolvem conflitos de relacionamento, amizade, trabalho, paternidade e filhos. David é solteiro, pois nunca conseguiu estabelecer um relacionamento duradouro. O vínculo mais duradouro de sua vida é Benito, seu filho de 9 anos, fruto de uma aventura casual. As coisas mudam completamente quando, em meio a uma forte discussão com Silvina, a mãe do menino, ele descobre que Benito não é seu filho. Pouco depois dessa revelação, Silvina morre. Benito pede que ela faça uma última coisa para ele, que ajude-o a encontrar seu verdadeiro pai.

O longa anterior do diretor Ariel Winograd, "O Roubo do Século", foi incrível por ele saber dominar o simples, e fazer com que uma história grandiosa funcionasse sem grandes exageros, já aqui que ele tinha uma história simples para desenvolver quis ir além demais e acabou se enrolando um pouco, pois talvez o roteiro de Mariano Vera até tivesse um algo a mais com todo o lance do programa de histórias falsas bem contadas para dar a nuance de um pai falso virar algo a mais, mas acabou ficando tão jogado e grandiosamente produzido, que o programa pareceu ser a parte mais importante do roteiro, e a busca pelo pai do garotinho algo apenas extra na trama, e se analisarmos a fundo é exatamente o inverso, ou seja, poderiam ter trabalhado muito mais com outros "possíveis pais" que sairia bem mais divertido, pois ambos os atores foram ótimos e tiveram uma química incrível, e a cena do programa seria apenas uma abertura com o hipnotizador e o médico logo de cara participando do mesmo ato para entendermos seus usos nas demais cenas, e claro a cena do protagonista sendo personagem do programa, e pronto, eliminamos pelo menos uns 20 minutos de atos desnecessários, e o longa ficaria mais funcional. Ou seja, não acredito que o diretor tenha errado em colocar tudo, mas provavelmente gastaram tanto no feitio do ambiente do programa que quiseram brinca mais ali, e aí desandou um pouco.

E já que falei que a química dos protagonistas foi muito boa de ver na tela, vamos falar um pouco sobre eles, pois sabemos bem da qualidade técnica de Leonardo Sbaraglia, e aqui ele não decepciona no estilo marcante, nem na forma chamativa que dá para seus personagens, ao ponto que seu David "El Griego" Samarás tem a pinta de galã que o ator sabe fazer bem, junto com uma doçura característica que vai permeando durante toda a busca do pai do garotinho, e claro incrementando boas cenas e estilos, ou seja, continua um tremendo ator bem colocado em cena, e marca a posição principalmente nas dinâmicas junto do garotinho. Agora falando de Benjamín Otero, posso dizer com toda certeza que se lapidarem bem ele, em breve será mais um tremendo ator argentino, pois ele tem a famosa sacada irônica que tanto gostamos de ver nos filmes do país, tem carisma, e tem um estilo já de mini-galã, ou seja, se crescer bem ainda vira daqueles que todos querem em uma trama, e aqui seu Benito é tudo isso que já falei e um pouco mais, pois se doa com o ar de sofrimento, e se entrega para a cena, que é algo que agrada bastante, ou seja, foi preciso em todos os atos e chamou a responsabilidade para si quando precisava. Quanto dos demais, a maioria teve poucas cadências chamativas, tento um leve destaque para Charo López com sua Yani, mas poderiam ter usado mais ela nas dinâmicas, pois seus trejeitos foram interessantes, e tiveram uma boa pegada, ou seja, agrada na simplicidade e tem um bom tino cômico para os atos que precisavam ser feitos.

Visualmente, como já disse o longa tem duas aberturas, uma nas ótimas passagens pelo quarto do garotinho na casa do pai, as belas cenas na praia, o estúdio de pintura aonde a mãe foi musa, entre outros pontos bem colocados que divertem na conexão da busca por um pai para o garotinho, tudo bem simples, porém funcional e interessante de ver, e do outro lado a superprodução que foi o estúdio do programa que dá nome ao filme, com poltronas em formato de carros, toda uma oficina e uma vila ao fundo, vários elementos e luzes por todos os lados, toda a dinâmica criativa em cima dos atores que faziam os papeis no programa para passar algo real, e tudo mais que como disse acaba sendo meio que desnecessário para o longa, ou seja, a equipe de arte gastou mais com o que não precisaria, e menos com detalhes para o ar do garotinho, aliás ainda destacaria as cenas do encontro com o pai provável e o super autorama dele, que é incrível.

Enfim, é um bom filme de passatempo que alguns até podem se emocionar um pouco com o bonito fechamento, e com alguns diálogos trabalhados na trama, mas acabou faltando aquele algo a mais que sempre esperamos nas produções argentinas, e que facilmente comoveria bastante se tivessem dado uma leve lapidada na trama, mas dá para recomendar bastante, e assim sendo fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Medida Provisória

4/15/2022 01:55:00 AM |

Há filmes que mesmo você não se enquadrando na ideia proposta pela trama fazem você sentir tantas emoções que acabamos não chocados pela essência forte em si, mas sim comovidos com tudo o que tentaram trabalhar na tela, e que se sobressai ao tema em si, fazendo valer a conferida pela dinâmica, pela ideia, e por saberem fazer com que o filme tivesse um conteúdo amplo, e um bom exemplar disso é o filme "Medida Provisória" que trabalha uma ótica tão forte em cima da discussão racial que acabamos sentindo tudo mesmo não fazendo parte do grupo de impacto do longa, então fico imaginando para quem for realmente negro (ou melanina acentuada como o filme coloca) toda a simbologia e imponência que a trama irá entregar. Ou seja, é um filme com um desenrolar bem marcado, mostrando tanto que a direção acertou na dosagem dramática, quanto dos atores por se doarem ao estilo, não jogando apenas com dinâmicas simples, mas sim com uma vivência forte e crítica com relação à tudo o que é mostrado, sendo daqueles que talvez até podemos esquecer os detalhes, mas que quando alguém citar algo do estilo teremos ele como uma referência.

O longa nos conta que em um futuro distópico, o governo brasileiro decreta uma medida provisória, em uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata, provocando uma reação no Congresso Nacional. O Congresso então aprova uma medida que obriga os cidadãos negros a migrarem para a África na intenção de retornar a suas origens. Sua aprovação afeta diretamente a vida do casal formado pela médica Capitú e pelo advogado Antonio, bem como a de seu primo, o jornalista André (Seu Jorge), que mora com eles no mesmo apartamento. Nesse apartamento, os personagens debatem questões sociais e raciais, além de compartilharem anseios que envolvem a mudança de país. Vendo-se no centro do terror e separados por força das circunstâncias, o casal não sabe se conseguirá se reencontrar.

Quem lê meus textos sabe que reclamo de praticamente 90% dos diretores estreantes, mas felizmente Lázaro Ramos se encaixa nos outros 10%, pois ele trabalhou bem as dinâmicas, usou com um primor o texto de uma peça funcionando como cinema sem qualquer ato preso em atos marcados de palco, abrindo tudo para que cada momento fosse determinante e envolvente, e principalmente se posicionou para que sua trama passasse a mensagem de uma maneira emocional demais para o público de uma forma que entrássemos na ideia completa e tudo marcasse presença, ao ponto que alguns vão falar ser uma crítica ao governo atual, outros vão usar apenas a base de racismo, mas o contexto social amplo acaba falando até mais com o público do que tudo, e mais do que apenas os protagonistas chamaram a responsabilidade para si, as vilãs foram escolhidas na medida certa para fazer o público ficar com raiva delas. Ou seja, o resultado da direção de Lázaro só não é melhor por deixar um final amplo de discussões ao invés de fechar seu filme como realmente algo marcado com uma ideia única, mas seu cinema será lembrado talvez pela cena final bem direta e fluída.

Sobre as atuações, o destaque é claro para Alfred Enoch com seu Antônio, que praticamente só o vimos durante toda a franquia Harry Potter como o garotinho Dean, e agora que já está bem crescido entregou trejeitos fortes, dinâmicas expressivas bem intensas, e nos atos que o filme dependeu dele se jogou completamente para cena fazendo toda a representatividade ter voz, o que acaba chamando atenção e agrada demais em tudo. Taís Araújo também deu muita voz à sua Capitú, levando um ar mais calmo inicialmente, e depois se desesperando na correria, para dentro do afrobunker (ou quilombo moderno) se doar e explodir de vez, ou seja, deu vida e marcou demais em seus atos. Seu Jorge entregou algo mais despojado com seu jornalista André, brincando bastante em cena, mas também sendo muito representativo e impositivo quando precisou, ao ponto que o ar solto seu se joga na loucura nos atos finais dele, o que chama demais a bola para si, e chuta bem como sempre. Agora as duas vilãs da trama foram escolhidas a dedo entre as melhores vilãs do Brasil, com Adriana Esteves botando banca e apertando todos os protagonistas lhe privando direitos na casa para que saíssem, mostrando suas garras logo no começo como algo bonitinho, mas forte e impositiva na medida dos atos finais com sua Isabel, e claro Renata Sorrah com sua Izildinha representando aquelas vizinhas que não aceitam que uma pessoa que julga menor tivesse algo a mais que ela, sendo perfeita nos olhares e desenvolvimentos. Ainda tivemos vários outros bons papeis dentro do afrobunker, com destaques para Aldri Anunciação com seu Ivan, Emicida como Berto e Hilton Cobra com seu Gaspar e Flávio Bauraqui como Kabenguele, mas o ato mais forte ficou a cargo do momento imponente de Pablo Sanábio com seu Santiago sendo ameaçado da mesma forma lá dentro. 

Visualmente o longa tem boas cenas nas ruas com as capturas e conflitos, tem a cena inicial bem representativa de tirada de direito da velhinha no banco, o julgamento vazio com ninguém dando bola para o advogado, os atos no bar bem conflituoso e cheio de contrapontos, as danças, todo o simbolismo de vida no apartamento com a esposa e depois no desespero, as cenas fortíssimas na floresta, no afrobunker cheio de detalhes da festa negra originalmente negra proibida, a representação dos elementos da capoeira em vários lugares, e claro a escola sendo usada como campo de exclusão, ou seja, todo o ambiente em si tem vários vértices e representações simbólicas, que chamam muita atenção do começo ao fim.

Enfim, é daqueles filmes memoráveis que vão entrar no top melhores longas nacionais, que só não irei dar a nota máxima para ele por acreditar que a conclusão poderia ser mais lapidada e mostrar algum tipo de acontecimento, pois o diretor optou por deixar aberto ao público para decidir se deu certo a rebelião ou não, se a voz negra foi calada ou não, e assim liberar para a reflexão em si, e facilmente poderiam ter usado isso de uma outra maneira mais direcionada que me agradaria mais, mas ainda assim faz valer bem o resultado do conjunto, e sendo assim recomendo ele demais para todos. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Animais Fantásticos - Os Segredos de Dumbledore (Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore)

4/14/2022 01:51:00 AM |

 

Posso dizer novamente que ir conferir um longa com expectativas demais é sempre um grande problema, pois embora "Animais Fantásticos - Os Segredos de Dumbledore" seja um tremendo filmaço, fiquei esperando bem mais dele, mas temos um bom envolvimento, uma trama cheia de intensidade, boas conexões e desenvolturas com o que já havia sido apresentado na franquia, porém ficou um misto de último filme (eram inicialmente planejados 3 - uma trilogia, sendo aqui o fechamento), com algo bem no meio de tudo (já que agora estão anunciando como sendo 5 longas), então temos toda a proposta bem colocada que agrada e chama atenção, mas sem toda a explosão incrível que tivemos no primeiro longa. Ou seja, o resultado geral é uma trama que vai agradar os fãs por fechar alguns arcos, explicar coisas que tinham sido apenas jogadas, e claro por personagens marcantes aparecendo e funcionando bem, mas poderiam ter feito algo mais conciso e direto que chamaria mais atenção, e ainda assim seria grandioso com tempo suficiente para todas as revelações mostradas.

O longa é a sequência das aventuras de Newt Scamander, um magizoologista que carrega em sua maleta uma coleção de fantásticos animais do mundo da magia descoberta em suas viagens. Dessa vez, ele é convocado por Albus Dumbledore na luta contra o vilão Grindelwald. A trama mostra por que o célebre bruxo de Hogwarts, que sabe da busca por controle de Grindelwald e é incapaz de detê-lo sozinho, confia no magizoologista para liderar uma equipe de bruxos, bruxas e um bravo padeiro trouxa em uma missão perigosa. Ao longo do enredo, eles encontrarão velhos e novos animais fantásticos, além de enfrentar a crescente legião de seguidores do vilão. Mas o que o grupo de Scamander não sabe é que Grindelwald colocará o Mundo Mágico em uma luta contra o mundo dos trouxas. Enquanto o universo da magia fica mais dividido, Dumbledore deve decidir por quanto tempo ele ficará à margem da guerra que se aproxima.

Desde os últimos filmes de Harry Potter até os últimos dois filmes da saga Animais Fantásticos já conhecemos bem o diretor David Yates que tem mantido a linha centrada em tudo o que J.K. Rowling escreveu em suas obras, e aqui voltando o roteirista Steve Kloves que esteve em toda a franquia de Harry, mas não nos últimos Animais vimos algo mais elaborado e encaixado, que ampliou o leque dos personagens, deu boas alegorias e emoções, e sobrando espaço para que o diretor brincasse com tudo, de modo que aqui não vemos a explosão emocionante que foi o primeiro filme, nem toda a armação conflitiva do segundo, mas sim algo com uma maior base, sendo até alongado para dar espaço de mostrar tudo com muita calma, mas isso ocorreu principalmente por já terem dado as cartas de que teriam mais filmes da série, senão certamente veríamos algo mais imponente na tela. Agora é esperar e ver o que ele fará nos próximos, já que está anunciado mais duas partes da trama sob a direção de Yates, então acredito que ele deva preparar o terreno no próximo e deixe para a conclusão épica no último com muitas mortes e talvez já a conexão máxima com o mundo de Harry Potter dos primeiros filmes.

Sobre as atuações, diria que a troca de Johnny Depp por Mads Mikkelsen para o papel de Grindelwald não foi apenas pela legião de reclamações dos fãs, mas sim por o ator não estar tão conectado para o que precisaria nessa continuação, já que aqui não precisavam de alguém tão caricato, mas sim alguém com uma expressividade mais forte, e esse cara é o Mads, pois deu sua cara para o papel, fazendo algo impositivo forte, com nuances explosivas e muita determinação, que acabou agradando demais, ou seja, um grande acerto para o papel, e veremos o que vai fazer nos próximos. Jude Law voltou com seu Dumbledore cheio de estilo, com uma boa pegada intensa, olhares certeiros e marcantes, fazendo com que o personagem fosse além do professor forte que conhecemos na época do Harry, e ao mesmo tempo que o filme tem sua dinâmica deu abertura para todos aparecerem bastante e entregarem estilo, que com certeza o ator sempre surpreende, e fez a vez. É engraçado que no livro o personagem de Eddie Redmayne, Newt Scamander, tem muito mais importância na totalidade, mas aqui abriram espaço para desenvolver outras tramas, mas o jovem como sempre chamou atenção, foi extremamente carismático nas suas cenas, e claro foi responsável pelos atos fofos com seus diversos animais, e também com os que encontra no caminho, sendo doce e marcante em tudo o que fez na tela. Outro que foi muito bem em cena foi Dan Fogler com seu Jacob Kowalski, pois se nos anteriores foi um personagem meio que deslocado, aqui ele entregou tudo e foi muito utilizado, trabalhando bem o papel e dando tudo o que esperávamos ver dele. Foi bem usada também Victoria Yeates com sua Bunty, não chamando tanta atenção no começo, mas funcionando em vários atos expressivos da trama. Alison Sudol com sua Queenie teve bons atos chamativos, encaixou olhares, e foi claro importante para o vértice de Kowalski, então chamou atenção no que fez nas várias cenas. Ezra Miller apareceu menos com seu Credence, e é explicado tanto pelo que vai acontecendo com o personagem, quanto com o que tem rolado do ator ser muito problemático fora da telona, então acredito que já pesaram a mão um pouco nessa síntese, mas seus atos foram bem usados pelo menos. E para fechar tivemos claro nossa brasileiríssima Maria Fernanda Cândido com sua Vicência Santos, que esperava ter uma participação maior na tela, afinal se formos olhar a fundo sua personagem é bem importante na trama, mas não usaram tanto ela em cena, o que deve acontecer na continuação, e outro detalhe que poderiam ter mostrado algo pelo menos é falar que ela é do Brasil, afinal só ouvimos o povo chamando Santos com um sotaque estranho, o que poderia ser de qualquer país que fale português. Tivemos muitos outros personagens que apareceram um pouco, mas falar de cada um o texto ficaria mais imenso ainda, então vou apenas falar que foram bem em cena.

Visualmente o longa é um espetáculo, tendo cenas em amplas locações, indo claro para os famosos pontos conhecidos de Hogwarts, mostrando a escola, o famoso quadribol, mas os principais pontos foram na floresta com os filhotinhos (parece um tipo de corça, e que serão mais usados em outras cenas importantes), as cenas na prisão com os animais que parecem escorpiões com uma dancinha hilária do protagonista, os momentos na vila no monte de Butão, alguns jantares e reuniões imponentes cheios de magia, alguns atos em trens, e claro alguns atos bem colocados na padaria de Kowalski. Ou seja, a equipe de arte brincou com elementos conhecidos e ousou bastante com visuais amplos e chamativos. Aliás, não entendi do filme não usar 3D, pois mesmo tendo muitas cenas escuras, há vários elementos alegóricos que dariam para brincar na telona, mas acredito que a tecnologia esteja perdendo força, veremos nos próximos lançamentos então.

Enfim, é um tremendo filmaço sim, mas que poderiam ter ido muito além com tudo, não ter alongado tantas dinâmicas, e quem sabe já ter trabalhado mais situações que devem ter deixado para os próximos filmes. Claro que foi feito para desenvolver mais coisas do Dumbledore, seu relacionamento e suas desavenças com o vilão, abrindo espaço para que os demais fluíssem também, mas faltou aquele momento que arrepiasse realmente, ou seja, talvez possa ter sido minha expectativa estar alta demais para o longa, mas acredito que a culpa de ser inferior (ao menos para mim) aos demais foi de colocarem mais dois filmes na série. E é isso pessoal, super indico ele para os fãs do mundo bruxo que tanto vimos com os 8 filmes de Harry Potter, e agora com 3 de Animais Fantásticos, mas deixo a dica para ir com menos sede ao pote, senão a chance de reclamar vai ser alta. Fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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