Netflix - Noite de Lobos (Hold The Dark)

5/31/2020 12:29:00 AM |


Se você quer ver um daqueles filmes que em momento algum podemos apostar como vai terminar, em que tudo pode acontecer e o resultado final surpreende mesmo que não para algo que imaginávamos de melhor, pode pegar e colocar para conferir na Netflix, "Noite de Lobos", pois o filme começa de uma forma, tem uma sinopse de uma maneira, de repente muda tudo, tem um miolo completamente insano, e uma finalização que me acabei jogando a almofada no chão de raiva, pois é muita maluquice, e por incrível que pareça, isso tudo não é ruim, pois o filme é tenso, tem um viés bem forte, tem nuances diferentes, e o resultado completo funciona. Ou seja, é daqueles filmes que ficamos pensando muito sobre tudo o que acabamos de ver, e que repleto de tramas cheias de simbolismo resultam em algo fora do comum, que pode ser bacana para alguns e horrendo para outros, mas ainda assim vale a conferida para poder discutir com a TV.

A trama nos conta que o naturalista aposentado e especialista em lobos Russell Core viaja para a beira da civilização no norte do Alasca com o pedido de Medora Slone, uma jovem mãe cujo filho foi morto por uma matilha de lobos. Enquanto Core tenta ajudar Medora a rastrear os lobos que levaram seu filho, um relacionamento estranho e perigoso se desenvolve entre as duas almas solitárias. Mas quando o marido de Medora, Vernon, volta para casa após a Guerra do Iraque, a notícia da morte de seu filho acende uma violenta cadeia de eventos. Enquanto o policial local Donald Marium corre para deter a fúria vingativa de Vernon, Core é forçado a uma odisseia perigosa no coração da escuridão.

A maior certeza que tenho de muitos que forem conferir o longa é falar que o diretor Jeremy Saulnier estava maluco e não sabia o que fazer com sua trama, pois é notável que as reviravoltas da trama não são comuns, e misturar crença, guerra, naturalismo, escritores e loucura em um único filme é algo para se pensar duas vezes antes de compilar as ideias de um roteiro. Ou seja, não digo que o filme seja ruim, muito pelo contrário, pois ele segura a tensão, tem cenas fortes e interessantes, mas certamente o roteiro é deveras bagunçado e o resultado geral até funciona, mas é necessário refletir muito e prestar atenção em todos os símbolos da trama para que não saia crucificando alguém após assistir, de forma que não vamos erguer uma estátua para o diretor por fazer um bom filme, mas certamente a trama poderia ser melhor planejada para não ter tantas loucuras.

Sobre as atuações, chega a ser meio estranho ver a performance de Jeffrey Wright com seu Russell Core, pois ao mesmo tempo que tem uma personalidade abalada, trejeitos cansados e tudo mais, o cara vai pro fim do mundo, no meio da neve, enfrentar lobos e loucos de uma seita, ou seja, o personagem é estranho e o ator não soube trabalhar tanto qual postura deveria seguir, mas ainda assim seu tom é bacana mesmo perdido demais. Alexander Skarsgård trouxe para seu Vernon toda a insanidade de uma guerra aliada a perda do filho mais a loucura de uma seita maluca, ou seja, o caboclo ficou com trejeitos fortes, estranhos, e disposto a tudo, ou seja, sua volta é o caos em pessoa, e ele é um dos poucos atores que sabe fazer bem esse estilo. Julian Black Antelope trouxe para seu Cheeon a loucura total, e se nas cenas iniciais não parecia já bater bem da cabeça com os olhares, no miolo então a ignorância vai a mil, e o ator fez muito bem seu papel também. Riley Keough entregou uma Medora estranha demais, ao ponto de não entendermos nada de suas atitudes, e logo de cara desconfiamos dela, mas a atriz soube incorporar bem os olhares, e fazer todo o mistério inicial mudar completamente de vértice. E para finalizar, James Badge Dale trouxe até uma certa serenidade para o policial Donald, com boas atitudes, trejeitos marcados, e com isso ele foi direto ao ponto em todas as cenas que precisou, claro que tirando a absurda de sua última cena, mas isso foi do roteiro, então dá para defender ele. Quanto aos demais, nem temos como falar nada, pois quem conferir, verá.

Visualmente a trama é bem tensa, com uma vila praticamente isolada no meio mais remoto do Alasca, cercada de neve e montanhas, casas rústicas, e muitos elementos simbólicos por onde quer que os protagonistas passem, seja na própria vila, ou numa mina abandonada, no meio da floresta ou até mesmo numa gruta, de modo que o ambiente em si fala, os animais entregam perspectivas, e claro muitas armas malucas sendo usadas, além de uma cena de guerra também bem forte no Iraque que mostra um pouco da personalidade do protagonista, ou seja, a equipe de arte teve um primor técnico bem marcado, aonde cada detalhe procura remeter a algo, mas que tudo junto pareceu uma loucura só, ou seja, um acerto e um erro pra cada momento.

Enfim, é um filme bem interessante, que desponta vários sentimentos a cada nova cena, que explode a mente com o final, e que muitos vão amar, outros vão odiar, e até terá o grupo dos que não vão entender nada do longa, mas ainda assim vale a conferida, então tentem a sorte. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - O Banqueiro da Resistência (Bankier van het Verzet) (The Resistance Banker)

5/30/2020 02:04:00 AM |


Sempre é bom conhecer um pouco mais de História, e geralmente filmes baseados em fatos reais costumam trazer bons fatos para incrementar nosso conhecimento, mesmo que tendo que colocar algumas firulas para virar uma ficção mais imponente, e com o longa da Netflix, "O Banqueiro da Resistência" acabamos conhecendo um pouco como foram feitos os financiamentos para os grupos que tentavam frear Hitler através de greves ou ajudas aos judeus na Holanda, ou seja, é daqueles filmes que encaixam toda a trama em cima de situações de torturas, de falsidades, mas que contou de uma forma tão sagaz todas as dinâmicas, todas as situações que os personagens se envolveram, colocando cada momento com precisão cênica que o resultado vai envolvendo e tratando tudo muito bem ao ponto de agradar e situar o público de tudo. Claro que muitas situações não dão para acreditar que aconteceu daquela forma, mas sem dúvida os números certamente foram bem expressivos para a época, e assim sendo é de imaginar o rombo que aconteceria sem controle.

O longa nos conta que durante a ocupação nazista, o banqueiro de uma família de Amsterdã Walraven van Hall aceita com entusiasmo, apesar das reservas do irmão Gijs e de muitos colegas, ajudar a resistência financiando-os com créditos falsos, pelos quais o governo holandês no exílio dá uma garantia pós-guerra. À medida que a guerra prossegue, ele excede em grande parte a soma garantida e cria uma coordenação entre os componentes de resistência, mas os alemães e os colaboradores montam uma grande operação para encontrar e acumular a "margem subterrânea". À medida que as forças aliadas se aproximam, é necessária uma quantia muito maior para pagar por uma greve ferroviária maciça, mas os sistemas regulares estão esgotados. Walraven agora planeja um plano ousado de liberar fundos do banco nacional por uma rede complexa, se forjadas notas promissórias, mas a cruel SS está em seu caminho.

Não sou um grande conhecedor do cinema holandês (aliás nem lembro qual foi o último filme holandês que vi!), mas posso dizer que o trabalho que o diretor Joram Lürsen fez aqui foi bem montado ao ponto de vermos a trama como uma grande produção policial de época, aonde vamos entrando no clima de tudo, sentindo a vontade do protagonista em conseguir mais dinheiro de alguma forma para dificultar mais ainda as invasões alemãs, e claro vermos também a imponência dos generais em busca de quem estava fazendo tudo, se aliando à pessoas do meio, torturando e tudo mais. Ou seja, a história do longa foi muito bem escrita, teve uma direção minuciosa de detalhes, e souberam ainda fazer com que os protagonistas tivessem destaque total, mesmo com várias aberturas de nicho, que certamente sem uma direção coerente viraria uma novelona de época, o que não agradaria tanto como acabou acontecendo.

Sobre as atuações, chega a ser até engraçado ver o crescimento dos protagonistas na trama, pois inicialmente pareciam calmos demais, sem muita perspectiva, mas chegou um momento no miolo que já estava até curvo na poltrona para seguir cada trejeito que eles colocavam em seus atos, ou seja, deram show na tela. Jacob Derwig foi clássico com seu Wally (ainda bem que usaram seu apelido, pois ouvir toda vez Walraven ia ficar estranho), e conseguiu passar desde um ar sereno nos olhares até o desespero em algumas cenas, além claro de muitos outros, mas sem dúvida seus atos mereceram todo o destaque, pois o jovem certamente salvou muitas vidas, e o ator mostrou isso com precisão de sentimentos. Barry Atsma também incorporou bem seu Gijs, fazendo tanto o papel de irmão mais velho, quanto o de um contador sereno das atitudes mais loucas que um cliente pode pedir, mas certamente foi preciso na época para mostrar serviço, e ao final da guerra conseguir que todos os empréstimos fossem pagos, ou seja, o personagem foi forte, e o ator se mostrou de um porte muito bem marcado, tendo claro o destaque de cena no momento das trocas de títulos. Não vou falar muito dos demais, pois a maioria são atores que nem conhecemos tanto, e como disse infelizmente não vemos tantos longas holandeses nas plataformas ou cinemas, mas posso dizer que sem dúvida alguma todos os que fizeram generais e funcionários da SS foram imponentes nos atos, fortes nas atitudes, e que cheios de trejeitos bem marcados acabaram chamando muita atenção, os demais da resistência foram dinâmicos, cheios de bons atos, alguns como sempre não muito fortes para com as torturas, entregando comparsas e tudo mais, e quanto das mulheres, foram pouco usadas, mas trabalharam bem os sentimentos.

Diferente da maioria dos filmes de guerras, aqui o longa foi mais burocrático no visual envolvendo muitos títulos, reuniões e trabalhos escondidos, mas com um visual de inverno incrível, muitas gráficas de porões, bancos gigantescos, e claro celas de tortura bem montadas o filme teve toda uma sensação montada para chamar atenção e conseguiu, ao ponto de até sentirmos frio na espinha com os protagonistas passando pelos apuros que passaram, ou seja, a equipe de arte foi simples, porém efetiva ao ponto da trama acabar parecendo até uma grandiosa produção.

Enfim, é daqueles filmes que nos envolve e que nos transporta para a época ao ponto de sentirmos a tensão nos protagonistas, vermos tudo o que faziam para fugir das regras, e principalmente com uma montagem bem dinâmica conseguiram passar todo o sentimento sem cansar, pois, como bem sabemos a História é algo que não é dinâmica, e quando contam certos momentos o resultado geralmente acaba cansativo, e aqui foi bem o contrário, e sendo assim vale muito a recomendação. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Mais Uma Chance (Private Life)

5/29/2020 01:20:00 AM |


É até interessante observarmos o quanto filmes indie bem alternativos fazem sucesso mundo afora, pois mais do que classificar eles em drama ou comédia ou até um romance mais elaborado, eles acabam se encaixando num perfil bem maior que abrange uma vida cotidiana, com problemas comuns, e outrora temas para uma reflexão maior, de forma que sempre ao conferir um exemplar desse você sai da sessão esperando alguma discussão sobre o tema, ou até mesmo algum epílogo mais detalhado sobre o tema. E classificar o longa da Netflix, "Mais Uma Chance" nesse grupo é bem fácil, pois se olharmos as listas de adoção ou de fertilização mundo afora veremos que é algo muito grande, com pessoas que possuem muita esperança, mas que no fundo se sentem tristes e deprimidas a cada tentativa falha que ocorre, aonde muito dinheiro foi investido, e acaba não dando certo, além dos diversos que acabam sendo enganados por pessoas de má índole. Ou seja, é um filme bonito, interessante, duro, mas que com excelentes atuações, o tema forte acaba fluindo de uma maneira incrível e gostosa de acompanhar, e assim sendo vale muito a conferida.

A sinopse nos apresenta Richard e Rachel, um casal que sofre de infertilidade, e tentam manter o casamento à medida que descem cada vez mais fundo no estranho mundo da reprodução assistida e da adoção doméstica. Quando o médico sugere a reprodução de terceiros, eles se irritam. Mas quando Sadie, desiste da faculdade e entra na vida deles, eles reconsideram.

O estilo da diretora Tamara Jenkins é bem artístico e autoral, de forma que não vemos clichês comerciais em suas produções, não vemos movimentos bruscos de câmeras, mas sim a todo momento uma nuance mais suave, em outros momentos vemos filmagens de celulares dos protagonistas, e a todo momento vemos a sensação dos protagonistas, ao ponto de quase estarmos convivendo com eles no longa, e isso é algo intrigante, pois nos faz refletir até que ponto um relacionamento pode ir a exaustão por um desejo/sonho, ou quando é tarde demais para algo acontecer, ou ainda a abertura da família para alguém se envolver na vida de outro familiar, entre outros temas que dá para brincar. E a diretora soube pontuar todos sem precisar ser crítica demais, nem florear nada para que o filme fluísse bem, deixando claro nas mãos, ou melhor nos trejeitos/diálogos, dos protagonistas, que não economizaram em nada nas suas atitudes, e o resultado é um filme denso, porém sutil de envolvimentos, que faz a trama não soar nem cansativa, nem apelativa.

Sobre as atuações, acho que pela primeira vez vi Paul Giamatti com um personagem tão bem desenvolvido por ele, de modo que seu Richard tem presença, consegue dominar o ambiente, e ainda se entrega para os momentos mais densos, ao ponto de vermos uma colaboração mútua entre o trio, sabendo cada um dar a dinâmica certa para seu personagem sem ninguém passar por cima do outro, de forma que vemos ele quase cru de atitudes, que quando chegamos nas últimas cenas já sentimos o mesmo alívio que ele, e isso é ótimo de ver, ou seja, deu show. Da mesma forma, chega a ser estranho ver Kathryn Hahn com uma personalidade forte, ambiciosa e determinada com sua Rachel, de forma que vamos torcendo por ela, vendo seu sofrimento por passar por todo o processo, e acertando muito no domínio cênico ao ponto de ter um carisma até maior do que a personagem pedia, e seu drama passa a ser sentido e envolvido por todos. A jovem Kayli Carter manteve o tom de sua Sadie bem pontual e alternativa, de forma que não é uma jovem comum, e suas atitudes são fortes e diretas, ao ponto de ou amarmos seus atos, ou odiarmos de vez, ou seja, ela acerta errando, e agrada bastante em suas cenas. Quanto aos demais, não deram tanto desenvolvimento para a família, mas tanto Molly Shannon quanto John Carrol Lynch tiveram grandes cenas imponentes com seus Cynthia e Charlie, ao ponto de até querermos ver mais deles na produção, e quanto dos médicos foram um pouco exagerados nas piadas e brincadeiras, mas é comum vermos isso nas produções, então melhor deixar passar.

Visualmente a trama trabalhou bem a perspectiva de pessoas da arte, como são os protagonistas, com um apartamento cheio de livros, mas também lotado de remédios para os procedimentos de fertilização, várias idas à clínicas, procedimentos ginecológicos, e alguns atos de envolvimento com as famílias em atos claros tradicionais como a Ação de Graças entre outros, além de mostrar muitos momentos bacanas da jovem com "os tios" em situações mais familiares que a da própria família dela, e também montaram atos com os protagonistas esperando suas adoções não muito funcionais, ou seja, um filme de momentos espalhados que até envolvem visualmente, mas não é a parte mais importante do longa.

Enfim, é um filme bonito de ver, que faz uma boa reflexão sobre o tema, e que vale a conferida pelas boas atuações e pela formatação que não cansa, afinal um longa desse porte certamente seria extremamente cansativo, mas aqui a dinâmica flui bem, e o resultado é um filme certeiro. Sendo assim, fica a dica, e eu paro por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Presságio (La Corazonada) (Intuition)

5/28/2020 01:10:00 AM |


Se tem algo que costuma sempre dar errado são os famosos prequels, ou melhor explicando, filmes que antecedem algum original de sucesso, e como isso é algo que anda na moda, eis que a Netflix que viu que um de seus filmes originais fez bastante sucesso, tratou de encomendar algo em cima dele, e cá 2 anos após o lançamento de "Desaparecida" na plataforma, foi lançado hoje, "Presságio", que pasmem, conseguiu o feitio de ser bem melhor que o original, que parecia uma bagunça de ideias, uma investigação meio que jogada, e aqui não, temos duas ou três boas investigações rolando, situações bem tramadas, e claro, tudo ao redor para tentar confundir o espectador para não chegar tão facilmente nas respostas. Ou seja, é daqueles filmes policiais que gostamos muito de conferir, tentando acertar quem foi o criminoso, ou o que vai acontecer, que mesmo tendo alguns elementos meio que jogados, faz a produção argentina ter um bom peso e agradar bastante do começo ao fim. 

O longa conta a história de Manuela Pelari, Pipa, uma jovem policial que está dando seus primeiros passos como investigadora e que, juntamente com Francisco Juanez, um polêmico inspetor da divisão de homicídios, terão que resolver os violento assassinato de uma menina de 19 anos cujo principal suspeito é o melhor amigo da vítima. Paralelamente, Pipa terá a difícil tarefa de investigar secretamente o crime de um jovem em que Juanez parece ser culpado.

No filme original, o diretor Alejandro Montiel apenas assinava como adaptador do livro original, porém aqui a história é sua, roteirizada e dirigida, e certamente ele viu aonde conseguiria suprir os problemas que teve lá para que seu filme ficasse mais envolvente, e o resultado está aí para quem quiser conferir, pois vemos uma trama que até tem defeitos, passa um estilo levemente novelesco com diversos personagens entremeados, mas o foco é tamanho nos protagonistas que acabamos nos envolvendo com eles, e conhecendo um pouco mais do estilo de Pipa, de forma que mesmo quem não tiver visto o longa de 2018 irá entender tranquilamente, verá as boas dinâmicas, e conseguirá seguir com tudo o que é mostrado do começo ao fim, de forma que tudo se encaixa bem. A trama tem bons elos, e por incrível que pareça maquia bem as pistas para não desconfiarmos de cara de ninguém, e assim os chutes até parecem meio que fora de rumo, ou seja, o diretor soube trabalhar muito bem para o estilo policial que gostamos de ver, e o resultado funciona.

Quanto das atuações, se já tinha gostado do estilo de Luisana Lopilato no primeiro filme, aqui a jovem se mostrou mais determinada ainda, mostrando a tradicional insegurança por aqui ser uma novata no mundo da investigação (diferente do primeiro filme aonde já era uma investigadora experiente) e com bons trejeitos fez sua personagem ser bem encaixada, mesmo que quase seja uma coadjuvante aqui, porém ainda assim dominou tudo e agradou bastante com sua Pipa. Joaquín Furriel já conseguiu se verter mais como o protagonista Francisco Juanez com uma pegada mais intensa de investigação, e claro com métodos mais envolventes e dúbios, de forma que vamos entrando na dele, e quase virando um papagaio investigativo na sua cola, e com isso vamos pensando da mesma forma e argumentando com a TV para quem fez tal coisa, o que é bem bacana de ver, pois o ator mandou muito bem em tudo. Quanto aos demais cada um da sua maneira puxou a trama nas suas cenas principais, de forma que Maite Lanata fez boas cenas com sua Minerva, embora seja meio sem sal, Rafael Ferro deu um ar forte para seu Roger, de modo que nos faça ficar sempre com um pé atrás de seus atos, e isso poderia ter ido mais além, e até Sebastian Mogordoy fez um Ordoñez bem interessante em alguns atos, mas Abel Ayala como Zorro foi fraquíssimo e até bobo, e os demais quase nem apareceram, mas felizmente tudo caiu bem nos devidos momentos.

A equipe de arte fez cenários bem marcantes no começo da trama, e talvez poderiam ter ido mais além nesse conceito, mas depois o filme ficou quase todo na delegacia, e na cena do crime, de modo que tudo fica meio preso, mas ainda assim temos bons elementos, alguns furos exagerados (como a bolsa achada e a arma do crime), além de alguns atos digamos falsos para uma investigação, mas de certo modo o resultado geral funciona, principalmente pela boa história, e talvez até poderiam ter criado um espectro de mistério mais imponente, mas aí já seria pedir demais.

Enfim, é um filme bem interessante de conferir, com boas nuances, com todo o mistério prendendo sem entregar de cara quem é quem, deixando isso para as cenas finais, e o acerto é bem vindo para quem gosta de ver longas policiais do estilo, ou seja, superou e muito as expectativas, pois realmente estava com medo pelo primeiro filme ser fraco de modo geral, e com isso inventarem de fazer um prequel ao invés de uma sequência, mas vale a conferida, pois acertaram a mão. Sendo assim, fica a dica, e eu volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Ya No Estoy Aqui (I Am No Longer Here)

5/27/2020 12:11:00 AM |


É engraçado como geralmente alguns filmes tem a cara completa de festivais, daqueles que só de bater o olho você já sabe que somente o público que curte filmes mais artísticos irá conseguir gostar da trama inteira e enxergar as diversas mensagens que tentam passar. Ou seja, o longa mexicano que estreou hoje na Netflix, "Ya No Estoy Aqui" é claramente um desses por mostrar basicamente a história de um jovem de uma gangue/tribo de Monterrey que ao mexer com outros tipos maiores precisa sair da cidade e vai tentar viver nos EUA sem saber falar nada em inglês, e ainda tentar manter seu estilo. Basicamente ver o filme é tentar entender o personagem e ver ele tentar se entender também, pois desde pequeno defendendo o estilo de dança próprio: a cumbia colombiana, e o envolvimento de jovens das comunidades junto dele, o protagonista até tem estilo, tem força, mas o filme acaba sendo preso demais para se desenvolver, e mesmo sendo gostoso de conferir não atinge nenhum grande ápice.

A sinopse nos conta que nas montanhas de Monterrey, no México, uma pequena gangue de rua chamada "Los Terkos" passa o dia ouvindo música cumbia mais lenta e participando de festas de dança, exibindo suas roupas, penteados e alianças de gangues. Esses diferentes grupos de jovens descontentes se referem a eles como Kolombianos, combinando a cultura Cholo com a música colombiana. Ulises Samperio (17), o líder de Los Terkos, tenta proteger seus amigos dos elementos nefastos de uma guerra política / drogas em rápida evolução, mas depois de um mal-entendido com um cartel local, ele é forçado a partir para Jackson Heights, Queens, uma comunidade de imigrantes diversificada na cidade de Nova York. Ulises tenta assimilar, mas quando descobre que sua gangue e toda a cultura da Colômbia estão ameaçadas, ele questiona seu lugar na América e deseja voltar para casa.

O trabalho do diretor Fernando Frias foi quase documental, pois mesmo com algumas cenas mais ficcionais, o envolvimento dos personagens, e a desenvoltura de mostrar a cultura e a vida dos jovens da comunidade, juntamente com o grande choque que é estar num país sem falar a língua local, ou ainda ser visto do jeito que gosta, acaba sendo não tanto irreal, e isso não é ruim, muito pelo contrário, pois acabamos encontrando uma certa verdade no que o diretor tentou passar, porém como um filme de ficção a trama acaba solta demais, e com uma montagem mais de memórias do que de acontecimentos, e com isso o resultado cai um pouco. Por sorte o ritmo da cumbia, e o personagem mesmo estranho sendo interessante o desenvolvimento acaba razoável, mas certamente muitos que não forem acostumados com longas menos agitados de festivais irão reclamar e muito do filme. Ou seja, é uma trama interessante, que poderiam ter trabalhado mais os motes ficcionais para algo mais criativo, mas que ainda assim resultou em algo bom de ser visto.

Todos os atores são estreantes, e se entregaram bem para o filme, fazendo a base de uma comunidade, pois provavelmente foram selecionados por lá para mostrar um pouco mais de suas vidas mesmo, e dessa forma nem temos como destacar qualquer outro sem ser o protagonista Juan Daniel Garcia Treviño, que fez um Ulises bem sério, bem fechado, e que dançou muito bem durante todo o longa, mas que não atingiu nenhum ápice expressivo, o que é certamente um problema para um filme, porém ainda assim envolve a todos, e faz com que nos conectemos a ele para acompanhar sua sina, mas que certamente um ator mais experiente daria uma formatação melhor para o personagem. Quanto aos demais, vale destacar apenas a jovem Xueming Angelina Chen com sua Lin cheia de vontade de se comunicar com o jovem diferente, toda disposta mesmo com a barreira do idioma, e que se talvez usassem mais esse tema com ela o filme chamaria até mais atenção.

Visualmente o longa segue a mesma linha do roteiro, com algo mais documental, mostrando a comunidade, os locais aonde as gangues se encontram, aonde as tribos musicais passam seu tempo, a vida nas ruas da montanhosa Monterrey, e todo o ambiente em si pesado por ali, além claro do ambiente bem cheio de imigrantes de Nova York, aonde alguns tentam se ajudar e outros só querem abusar dos demais, e aliado a isso, o filme mostrou vestimentas dos grupos, estilos de cabelos, e tudo mais que uma geração costuma usar para se diferenciar do mundo comum, e sendo assim o resultado da equipe de arte foi bem coeso ao menos.

Enfim, é um filme interessante, que até tem uma perspectiva gostosa de conferir, mas como um documentário sobre jovens de comunidades que vivem de cumbia, e da tentativa de sobreviver em meio aos carteis de drogas e de armas, e não como uma ficção mais envolvente, e sendo assim o filme vale ser visto, mas sem muitas expectativas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais um texto, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Um Emprego de Verdade (Rebelión de los Godínez) (Mutiny of the Worker Bees)

5/26/2020 01:14:00 AM |


Pois bem, eis que hoje ataquei mais um longa mexicano na Netflix, afinal acho que o algoritmo deles resolveu que devo ver todos do país numa levada só, mas ao invés de uma novelona igual foi ontem, hoje veio uma comédia no formato besteirol, porém se pararmos para analisar a fundo, a ideia de "Um Emprego de Verdade" até pode funcionar se lapidarem as partes mais bobas da trama, pois é daqueles que concentram um estilo bem comum de comédias de escritório, possui todos os clichês possíveis, mas funcionaria para divertir se não jogassem tudo na forma mais zoneada possível, pois o estilo pede uma ou outra besteira, uma ou outra traição, um bullying aqui outro ali, mas aqui resolveram apelar e jogar tudo com direito a karaoke bizarro e tudo mais, ou seja, o filme é uma verdadeira zona, aonde só salva a cena da tecnologia com bichinhos que ficou bonitinha, mas de resto é salve-se quem puder, apelativo e desesperado.

A sinopse nos conta que Omar é um jovem que trabalha como boneco em Frikiplaza na Cidade do México. Após um incidente, ele é forçado a procurar um emprego formal para apoiar financeiramente seu avô e entra na Relotech, onde ele não é apenas bom em seu trabalho, mas também tem um bom relacionamento com o proprietário, a assistente da chefe de operações e seus companheiros de trabalho. Quando tudo parece estar indo bem, uma mudança inesperada forçará você a testar suas virtudes para salvar seus amigos e a própria empresa.

A explicação da bagunça de querer colocar tudo num único filme vem assim que vemos a carreira do diretor Carlos Morett, pois é seu primeiro filme e certamente quis mostrar que sabe um pouco de tudo, e não conseguiu ir muito além, afinal quando muito se bagunça, pouco se acerta, e assim o longa tem tantos elementos que chega a ser difícil se concentrar em um, além de logo de cara você já enxergar tudo o que vai acontecer. Claro que isso é algo que vemos por ter visto diversos outros longas do estilo, porém aqui o diretor brincou com tecnologias, deixou que o ambiente fosse mais rebelde, e não prendeu tanto a trama em diversos personagens (o que acabaria virando uma novela), e ao menos nesse quesito ele acertou, já que tudo se centra no protagonista, tendo os vilões, os parceiros e até a amada, mas ainda assim poderiam ter exagerado menos em tudo que sairia um filme gostoso de ver, e que resultaria em algo a mais.

Quanto das atuações, Gustavo Egelhaaf tem estilo e personalidade, porém passa bem longe de um comediante, e certamente por esse motivo o longa precisou ser tão apelativo de situações, pois não vemos ele chamando a responsabilidade cômica em momento algum com seu Omar, e isso é algo que atrapalhou muito, porém vemos nele bons trejeitos e dinâmica, o que em outros gêneros deve funcionar melhor, afinal ele ao menos conseguiu segurar o filme nas suas cenas, não necessitando que outros colocassem a dinâmica maluca no ar. Anna Carreiro até se entrega bem como par romântico com sua Maribel, e com trejeitos bobinhos até engraça o público, mas nada que vá muito além. Os vilões vividos por Bárbara de Regil e Mauricio Argüelles até tiveram cenas interessantes, fizeram o tradicional bullying que filmes cômicos de escritório necessitam, mas se desestruturaram demais ao final com sua Tania e Roberto, o que poderia ter ido bem além, mas não foi. Quanto aos demais, todos tentaram alguma boquinha em cenas maiores, mas nada que impressionasse muito.

Um ponto positivo na trama ficou a cargo do conceito visual da produção, pois mesmo sendo uma trama bagunçada, o filme tem um prédio de escritórios bem interessante, com grupos diversos, mesas com adereços comuns de agências atuais, e contou com uma apresentação de projeto bem tecnológica no estilo que andam falando de coisas futuristas, ou seja, ao menos a equipe de arte soube brincar um pouco mais com a ideia, e mesmo no ato de loucura final abusou de coisas quebrando e voando para todo lado, mostrando serviço ao menos, só a cena do karaokê que ficou meio fraca e bizarra demais, de forma que poderiam ter elaborado ela melhor

Enfim, é um filme bagunçado demais, cheio de loucuras para todos os lados e que apela mais do que entretém, pois não tem uma base humorística forte para conseguir dominar pelas piadas e pelas interpretações, necessitando gritaria e surtos, ou seja, quem gosta de filmes bagunçados até pode se divertir com o que verá na tela, mas não é algo que dá para recomendar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Traços de Vingança (Rencor Tatuado) (Tatoo of Revenge)

5/25/2020 01:15:00 AM |


A única coisa que tenho vontade de falar hoje sobre o filme da Netflix, "Traços de Vingança" é não dê o play por nada na sua vida, a não ser que você goste de uma novela mexicana daquelas cheias de personagens confusos, com um ritmo cansativo, que até tenta ser elaborada de técnicas colocando filmagens e exibições em 4:3 (ou seja, na sua TV parecerá aquelas fotos antigas arredondadinhas), com mais da metade do filme em preto e branco, e tudo mais para parecer algo cult, mas não é algo chato demais, que não tem nem como defender. Ou seja, técnica ok, história do começo interessante, mas passou a primeira cena, o restante é uma lambança tão grande, cheia de personagens, de situações, de envolvimentos, que nada leva a lugar algum, e então um fechamento de filme de primeiro semestre de faculdade, ruim que dói, de forma que é melhor escolher outro filme.

Na Cidade do México - um universo caótico de extremos onde criminosos ficam impunes e policiais são tão sem lei quanto criminosos - uma heroína se torna vingadora de jovens violadas nos anos 90. Ela seduz estupradores usando disfarces diferentes e depois os marca com uma tatuagem. Seus poderosos inimigos preparam uma emboscada para descobrir sua verdadeira identidade. Sua única salvação é a emancipação de outra mulher.

Não vou ficar passando pano e enrolando no texto, e de cara já digo que o trabalho do diretor Julián Hernández é fraco demais, não tem ritmo, e até tem uma história de fundo interessante por parte de mostrar os corruptos filmes violentos com travestis e prostitutas, mas isso é algo tão de segundo plano que acaba aparecendo somente ao final para entendermos, de forma que o miolo se desgarra completamente do começo, e chega a ser decepcionante todo o restante para quem for pela sinopse interessante ou pela pegada do começo da trama, pois tudo desaba, vira uma imensa novela cheia de personagens que levam nada a lugar algum, e o resultado final é daqueles que ficamos perguntando pra que então colocar preto e branco, pra quê ter um fotograma menor, nada se justifica, e assim sendo, é melhor nem ver.

Sobre as atuações, a protagonista até tem um estilo bem colocado, de modo que se tivessem trabalhado mais suas cenas, e não colocado mais uma tonelada de personagens, o filme até seria bem conduzido por ela, e sendo assim Diana Lein se saiu bem com sua Aída, mas nada também que faça querermos ver outros filmes seus, mas ao menos fez boas expressões nos momentos marcantes da trama. Inicialmente o personagem de Irving Peña parecia ser meio inútil para a trama, mas depois ele começou a aparecer demais, e seu Vicente entrega um pouco mais de atitude, mas nada ao final apenas vemos que ele era inútil mesmo, e só foi colocado por ser um galã na produção. César Romero conseguiu enganar muito com sua Marta, de forma que só ao final imaginamos que não fosse uma mulher em cena, e com isso o resultado até mudou bem a formatação, ou seja, foi muito bem em cena, e acertou muito. Já Cesar Ramos teve tão poucas cenas, fazendo alguns atos meio que jogados, que sequer pensamos na sua importância para a trama, de forma que seu Gilberto é jogado demais, e precisariam ter trabalhado melhor o personagem, ou seja, não fez o que precisava para chamar atenção. Quanto aos demais, melhor nem comentar.

No conceito visual, a trama tem uma estética interessante em preto e branco, mas nada que fosse surpreendente, e aliás não vemos nenhum motivo para a trama ser vista dessa forma, talvez para nos enganar um pouco as falhas visuais, as locações e os buracos do filme, mas de resto não é nada que importe muito, e com isso o filme soa até estranho, mas brincaram bastante com objetos cênicos precisos como fitas VHS, fotos e objetos de jornalismo, de forma que o filme tem até uma característica policial envolvente, mas ainda assim, o filme é falho demais.

Enfim, é um filme longuíssimo com duas horas e meia de enrolação, tem um ritmo lentíssimo que cansa mais do que agrada, e nessa enrolação toda aparecem tantos personagens, tantas mini tramas, que como disse no começo, mais parece que estamos vendo uma novela compactada do que um filme realmente, e sendo assim não recomendo ele nem para o meu pior inimigo, ou seja, nem deem play nele que é melhor. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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VOD - Bons Meninos (Good Boys)

5/24/2020 01:35:00 AM |


Hoje foi mais um dia para matar um filme que os trailers dos cinemas nos deixou com vontade e depois a distribuidora desistiu de mandar para as telonas, e agora disponível para locação digital, eis que "Bons Meninos" entrega um misto de filmes de comédia forçada, aonde todo o besteirol acaba dominando, junto com a simplicidade de garotos pré-adolescentes como eles se definem, ou seja, é algo bem divertido, com um teor pesado sem forçar a barra, mas que certamente poderiam ir mais fundo na comicidade, pois preferiram manter o tom da briga de amigos mais para o fim, da desconexão comum da idade aonde cada um escolhe seu tipo, e com isso a trama que trabalhava algo mais cômico cai um pouco ao final, mas ainda assim foi bem sacado, com virtudes clássicas de filmes mais maduros, e que certamente funciona bem pela história junto do carisma dos garotos, pois talvez não funcionasse tão bem de outra forma.

A sinopse nos conta que depois de ser convidado para sua primeira festa de beijos, Max está em pânico porque não sabe como beijar. Ansioso por algumas dicas, Max e seus melhores amigos Thor e Lucas decidem usar o drone do pai de Max - que Max está proibido de tocar - para espionar (eles pensam) em um casal adolescente se beijando ao lado. Mas quando as coisas dão ridiculamente errado, o drone é destruído. Desesperados para substituí-lo antes que o pai de Max chegue em casa, os meninos pulam a escola e partem em uma odisseia de decisões épicas ruins, envolvendo algumas drogas roubadas acidentalmente, paintball de fraternidade e fugindo de ambos, policiais e adolescentes aterrorizantes. 

Em seu primeiro longa como diretor, Gene Stupnitsky até mostrou um bom serviço, trabalhando bem com o estilo de comédias absurdas, mas não ousou tanto como poderia, e como certamente os produtores desejavam, pois a trama tem uma pegada ousada por trás de tudo, e ele apenas dosou as piadas e as loucuras para o padrão dos garotos (o que foi certíssimo, pois se apelasse mais, iríamos assustar, e até traumatizar os jovens), mas ainda assim o resultado soou bem maluco e funcional, ao ponto de fazer rir bastante, principalmente pelas conexões inocentes e loucas dos jovens com apetrechos sexuais sem saber bem as finalidades, ou seja, sacaram bem alguns elos, e fizeram com que o filme fluísse, mas certamente poderiam ter ido além. Não digo que a direção de Gene tenha sido falha, mas talvez nas mãos de um diretor com maior experiência cômica o resultado talvez fosse ainda melhor.

Sobre as atuações, os jovens foram bem dinâmicos e cheios de estilo para com seus papeis, de forma que acabamos nos conectando bem a eles, e vendo que suas desenvolturas foram bem válidas, lembrando um pouco de diversos outros filmes. Jacob Tremblay sempre foi ótimo como criancinha em todos os filmes que fez, e aqui já começa a mostrar um estilo um pouco diferente com seu Max, de forma que até agrada bem, porém já não é mais aquele jovem brilhante e carismático que aparentava tanto, além de sua voz não combinar mais tanto com seu corpo, ou seja, se antes apostávamos bem as fichas nele, já não garanto tanto no futuro, mas ainda assim o jovem soube conduzir bem seus atos, trabalhar os momentos com estilo e resultar num bom protagonista ao menos. Tinha quase certeza de já ter visto o jovem Brady Noon, mas aqui foi seu primeiro filme, e o garoto mandou muito bem com seu Thor, tendo personalidade, sendo carismático e chamando até mais atenção do que Jacob que é o mais conhecido da produção, e isso mostra firmeza de estilo, mostrando olhares, desenvoltura, e até se portando bem nas cenas mais doidas, ou seja, pode ter um bom futuro também. Keith L. Williams já se portou como o mais calmo dos três, não se entregando tanto, mas também não ficando inerte, de forma que seu Max tem estilo, e seu tema (separação) foi o que mais deu um tom infantil para o filme, ou seja, ele foi bem em diversos momentos, e talvez faltou um pouco mais de usarem ele na trama com seu tema. Quanto os demais, a maioria só aparece jogada na trama, sem muitas cenas imponentes nem nada, de forma que só vale um pouco os trejeitos de Molly Gordon e Midori Francis como Hannah e Lily, mas que só chamaram atenção por correr atrás dos garotos freneticamente, mas nada de muito além.

A trama contou com boas sacadas visuais na correria dos garotos para conseguir buscar um drone novo e até mesmo no envolvimento com as drogas, passando por uma movimentada rodovia, uma fraternidade maluca, e algumas casas dos protagonistas, incluindo a tal festa do beijo, ou seja, tudo cheio de detalhes cênicos bem feitos, muito símbolo para as piadas de duplo sentido e até diversos objetos sexuais usados com finalidades não muito comuns pelos garotos, e assim a equipe de arte precisou trabalhar bem no desenvolvimento dos elementos, e até acertou mesmo com poucos desastres, pois como sabemos os produtores desse estilo de filme costumam destruir muita coisa, e aqui foi leve.

Enfim, é um filme bacana, meio bobinho, mas que consegue divertir bastante, principalmente no miolo, ou seja, cumpre com a premissa de uma boa comédia. Claro que por tudo que foi falado na época do lançamento do trailer, estava esperando bem mais dele, mas ainda assim vale a conferida, e fica a dica para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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VOD - Bem-vindos a Marwen (Welcome to Marwen)

5/23/2020 02:55:00 AM |


Lá no começo de 2019 quando passava em quase todas as sessões que ia o trailer de "Bem-Vindos a Marwen", o sentimento é que seria um tremendo filme, daqueles que me emocionaria e que o resultado seria tão perfeito quanto diversos outros longas do estilo, mas aí veio a bomba da crítica americana não ter dado altas notas, e resolveram que no Brasil seria lançado direto em home-vídeo, o que na época era algo meio que triste demais, mas que agora com a pandemia tem virado algo frequente sem os cinemas abertos para exibição de filmes "menores", enquanto os grandes estão tudo sendo adiados para frente. Dito isso que me deixou extremamente desanimado, e até desesperançoso de ver a trama, mas eis que surgiu a oportunidade agora, e posso dizer com toda certeza que é um filme bem bonito, que trabalha bem tanto os momentos com atores quanto os com bonecos animados, e que funciona demais no conceito emotivo trabalhado, ao ponto que ficamos em muitos momentos confusos do que pode ter ocorrido, qual a relação de cada coisa, mas ao final o resultado é entregue perfeitamente e agrada demais, tanto pela essência em si, quanto pela formatação escolhida para mostrar essa história real na tela.

A sinopse nos conta que em 8 de abril de 2000, o aspirante a artista Mark Hogancamp se tornou vítima de um ataque violento quando cinco homens o espancaram e o deixaram morto. Após o ataque, Mark ficou com pouca ou nenhuma memória de sua vida anterior devido a danos cerebrais infligidos por seus agressores. Em uma tentativa desesperada de recuperar suas memórias, Hogancamp constrói uma vila em miniatura da Segunda Guerra Mundial chamada Marwen em seu quintal para ajudar em sua recuperação. Infelizmente, os demônios de Mark voltam para assombrá-lo quando ele é convidado a testemunhar contra os cinco homens que o atacaram.

O diretor Robert Zemeckis tem um estilo tão bem dosado que é raro um filme seu que não tenha segurança em todos os momentos, e aqui suas desenvolturas são bem tramadas, seus atos são precisos de sentimentos, e até quando achamos que o filme poderia dar uma desandada ele conseguiu amarrar a ponta solta e envolver o público. Claro que uma coisa sempre é notável em suas produções: o fato dele dar ao protagonista uma vivência bem desenhada, daquelas que acabamos nos envolvendo tanto com os personagens principais, que nem ligamos para o restante, e aqui sendo uma história real, ele acabou entregando para Steve Carell algo com um estilo tão presente, um desespero sentimental preciso e até mesmo situações formatadas para que ele mostrasse sua desenvoltura, e o resultado é perfeito tanto nos momentos que vemos o Carell como ator mesmo, e nos trejeitos colocados para o seu boneco na animação. Ou seja, é um roteiro envolvente, com uma direção precisa, e um protagonismo incrível, que agrada bastante, e só não é melhor pelos secundários ficarem bem em segundo ou terceiro plano, mas que ainda assim não atrapalha o ótimo resultado.

Sobre as atuações, sabemos o potencial de Steve Carell, e que sempre que ele pega um personagem acaba se entregando tanto que o nível vai parar lá em cima, tanto que ultimamente não tem errado em nenhuma de suas escolhas, e aqui não foi diferente com seu Mark/Hogie, ao ponto que nos afeiçoamos tanto aos seus atos, seus trejeitos, seu estilo de tudo, que quando vemos o bonequinho ficamos até pasmos com suas semelhanças monstruosas que a equipe conseguiu fazer, ou seja, tudo de uma perfeição tamanha ao ponto de querermos até mais do que ele já faz, e isso é difícil demais, ou seja, é daqueles personagens que não vemos mais o ator, mas sim uma composição precisa e perfeita de ver. Leslie Mann até dá um ar interessante para sua Nicol, mas a personagem é meio sem sal demais, de forma que preferia até ver mais das outras garotas do que ela como sendo a paixonite do protagonista, pois não se entrega, não chama atenção, apenas é bonita e tem um quê de misterioso, mas nada muito além disso. Merritt Wever trabalhou sua Roberta com um tom doce, com uma precisão de harmonia, e até tem um envolvimento bem colocado para sua personagem, de forma que seu carinho para com o protagonista é sentido, e valeria bem mais cenas com ela. Quanto as demais mulheres, ouvimos mais suas vozes nas bonecas do que vemos elas realmente, mas todas possuem personalidades fortes, gênios corajosos e suntuosos ao ponto de agradar com estilo, tendo claro o destaque para a bruxa Deja Thoris vivida por Diane Kruger, que acaba tendo mais importância nos atos, e assim chama bem a atenção, mas as demais agradam também com um pouco de simplicidade, mas mereciam um pouco mais de desenvolvimento para serem melhor apresentadas. E quanto aos demais homens do projeto, também vemos pouca interação, mas os bonequinhos foram imponentes e muito bem dublados para chamar atenção de impacto, e claro dar o tom que o filme tem nas entrelinhas do abuso que o protagonista sofreu, e assim sendo, mesmo eles não aparecendo tanto, o filme acaba valorizando bem eles.

Visualmente o filme tem tanto conteúdo, tem detalhes onde quer que olhamos, com ambientes macro e mini perfeitos, a mini cidade é precisa de objetos cênicos marcantes, cada ato envolve tanto para olharmos e nos perdermos completamente onde quer que nosso olho batesse, vendo desde os bonecos, até os ambientes da casa preparados para o protagonista se lembrar das coisas, além de muita sabedoria da equipe de arte para que tudo funcionasse sem parecer artificial demais na computação, com bonecos lutando, correndo e vivendo a vida do protagonista como uma alegoria de sua mente, e ao mesmo tempo que vemos como uma animação, temos eles como reais presentes em cena, ou seja, tudo é arquitetado com precisão e agrada demais ver na tela cada detalhe cênico.

Enfim, é daqueles filmes que valem sempre lembrar, tanto pela mensagem em si de superação de um grande trauma, quanto pela técnica entregue, e certamente se faz valer cada minuto acompanhando para entendermos o protagonista, sua história, seu problema, e tudo o que vai acontecendo, seja observando os detalhes da animação ou até mesmo o detalhe da vida real do personagem, de forma que o resultado acaba indo até além das falhas de desenvolvimento dos personagens secundários, e assim sendo, recomendo demais a trama para quem puder ver. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Um Crime Para Dois (The Lovebirds)

5/22/2020 01:23:00 AM |


Se você gosta de uma comédia leve, gosta de filmes de ação policial, e ainda tem um certo gosto para romances, com toda certeza vai gostar da mistura que é o novo longa da Netflix, "Um Crime Para Dois", pois a trama brinca com os três estilos sem precisar apelar, sem forçar a barra, e ainda consegue zoar muita coisa bizarra que tem na TV e na internet atualmente, isso usando apenas boas sacadas nos diálogos, e com uma química precisa entre os protagonistas no meio de uma noite bem maluca. Claro que não é daqueles filmes memoráveis, não tem um roteiro impressionante, nem uma direção daquelas que vamos aplaudir ao final, mas acaba sendo uma trama gostosa de acompanhar, que funciona dentro do que se propôs, e que mesmo nas situações mais exageradas acaba soando graciosa, ou seja, é uma delícia de conferir, e certamente muitos irão curtir tudo como um bom passatempo na TV.

A sinopse nos conta que um casal experimenta um momento decisivo em seu relacionamento, quando involuntariamente se envolvem em um mistério de assassinato. À medida que sua jornada para limpar seus nomes os leva de uma circunstância extrema - e hilária - para a próxima, eles precisam descobrir como eles e seu relacionamento podem sobreviver à noite.

O diretor Michael Showalter é daqueles que não pega um tema só para trabalhar em seus longas e séries, de forma que se lhe entregam um drama, ele já bota pitadas românticas, puxa uma comicidade na outra ponta e sai fazendo um filme maior, como foi no seu estouro em 2017 quando conseguiu a proeza de levar seu filme para quase todas as grandes premiações, e aqui ele faz praticamente a mesma coisa, só que por ser um mistério policial o ponto máximo, a trama acabou menos envolvente que o outro filme, mas ainda assim botou uma pegada sensual romântica, trabalhou bem a comicidade da dupla que inicialmente não parece ter química alguma, e com isso seu filme tem ritmo, tem fluxo, e principalmente, diverte na medida certa ao ponto de no final já estarmos até meio que dançando com a música dos créditos, pois a pegada foi bem feita e interessante. Claro que o fechamento foi até rápido demais, alguns personagens praticamente nem foram desenvolvidos (alguns até jogados na tela sem utilidade quase que alguma), e com isso o filme passa bem longe de ser perfeito, mas para quem quiser um longa bem descontraído, o diretor acaba entregando algo mais do que perfeito.

Sobre as atuações, o casal sem dúvida alguma foi muito bem montado, pois parecem inicialmente forçados, sem química, com estilos estranhos, mas com o desenrolar da trama vemos uma boa conexão entre ambos, e o resultado acaba empolgando bastante ao ponto de até querermos ver mais deles, ou seja, se acertaram, já os demais da produção, eu não diria o mesmo. Kumail Nanjian está só comendo pelas beiradas com seu estilo carismático, suas atuações trabalhadas em poucos trejeitos, mas que sempre acabam resultando em momentos chamativos, de forma que mesmo não sendo um texto seu aqui, ele deu muita personalidade para seu Jibran, e certamente irá crescer muito ainda ao ponto de ficar muito conhecido em Hollywood, pois se com papeis pequenos já mostrou atitude, em breve estará entre os grandes da Marvel, então é ficar de olho se não vai se queimar lá, ou se irá explodir de vez. Não conhecia Issa Rae, mas aqui sua Leilani tem uma boa pegada, consegue encontrar espaço para seu estilo de humor, e faz caras fortes para chamar a trama para si, ao ponto de precisar exagerar um pouco em certos momentos, mas acaba agradando. Agora quanto aos demais, todos foram muito soltos na produção, ao ponto de praticamente ninguém ter grandes atos, com algumas cenas bem colocadas com Eddie e Brett de Anna Camp e Kyle Bornheimer tanto na casa deles com a tortura quanto no ritual, mas sem dúvida o destaque dos secundários ficou para Paul Sparks com seu Bigode, que teve cenas espalhadas por todo o filme, fazendo carões e até chamando uma certa atenção, mas nada que lembraremos dele num futuro.

Quanto do conceito visual da produção, não podemos classificar a trama como um road movie, mas praticamente os protagonistas passeiam o filme inteiro, primeiro com uma super corrida de carro ágil e maluca, depois uma desenvoltura mais doida ainda numa lanchonete e num carro de aplicativo compartilhado, depois numa festa estranha de amigos, indo para um secreto clube com rituais bem fora dos padrões, para depois um passeio numa delegacia, e finalizando numa marina, ou seja, para uma trama de 86 minutos a equipe de arte precisou trabalhar bastante, e fazer muito milagre para não explodir o orçamento, mas entregaram bons detalhes, cenas com vários ambientes bem feitos, e agradaram em cheio com os tons escolhidos para dar as nuances e tensões corretas que o filme precisava para funcionar.

Enfim, é um filme bem bacana e gostoso de conferir, daqueles que você nem vê o tempo passar e acaba curtindo tudo. Claro que por ser bem curto, vários personagens secundários não foram desenvolvidos, várias cenas acabaram sendo suprimidas, mas o resultado todo acaba funcionando, e isso acaba nem sendo algo prejudicial para a trama, ou seja, quem gosta de um filme bem leve, cheio de bom humor (alguns atos ácidos, mas tudo bem!) e que gosta de se divertir bastante pode clicar direto que é garantido. Sendo assim, fica minha dica, e eu fico por aqui hoje, voltando em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: A nota até poderia ser menor pelas falhas, mas me diverti bastante e o resultado valeu a pena para dar essa nota.

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Netflix - Te Pego Na Saída (Fist Fight)

5/20/2020 01:15:00 AM |


Costumo colocar na minha lista de filmes para ver da Netflix, algumas bizarrices também quando são lançadas, pois sei que além de longas para refletir e emocionar, também precisamos rir ou se inconformar com algumas loucuras, e ao colocar "Te Pego Na Saída" tinha a plena convicção de que veria uma zona de nível máximo, mas que talvez iria rir de algumas situações, e foi exatamente isso que aconteceu, pois não chega a ser um filme ruim, tendo até momentos bem legais de ver, mas é daqueles filmes que você confere já sabendo o que vai ver, e se reclamar disso tem de apanhar. Dito isso, a trama tem seus pontos satisfatórios, pois brinca também com o sucateamento das escolas públicas por lá (pelo jeito isso é algo universal), trabalha com a coragem depois do surto, e mesmo mostrando cenas exageradas diverte dentro do que se propôs a fazer, ou seja, é um filme bizarro, rápido, e com bons atores, sendo daqueles que você facilmente pararia para ver numa sessão despretensiosa em casa, e sendo assim, quem gosta do estilo irá rir.

A trama nos mostra que tudo parecia estar em paz na relação do corpo docente de uma escola dos Estados Unidos. Entretanto, quando um professor arma para que um outro seja demitido da instituição, ele é desafiado para uma briga que vai chamar a atenção de todo mundo, no maior estilo "te pego lá fora".

O diretor Richie Keen é bem conhecido no meio televisivo de séries e especiais, e aqui ele até criou uma trama montada e bem direcionada, porém a sensação que temos é que o longa é um recorte realmente de algo maior, e embora tenha um começo/maio/fim determinado, o resultado é meio solto. Não digo que isso seja um erro, mas talvez a apresentação de tudo ocorra rápido demais, e o resultado também, ou seja, até vemos a loucura do último dia de aulas da escola com muitos trotes loucos, e claro os professores entrando nessa loucura também, e o diretor vai entregando as coisas como demissões em massa, e trabalhando as situações para que o filme tivesse ao menos um cerne, mas como costumo dizer, se a bagunça está armada, deixe que fique ainda mais bagunçado, pois arrumar é piorar, e ele faz exatamente isso, pois quando achamos que algo maluco já foi mostrado, na sequência ele piora com algo mais doido ainda, e o filme vira uma bola de neve que até achamos que irá perder o controle completo, porém diferente do que muitos filmes desse estilo acabam fazendo, aqui ele conseguiu dominar o fechamento, e o resultado até se salva, ou seja, mostrou ser um diretor bem imponente, e quem sabe faça mais sucesso após o filme.

Sobre as atuações posso dizer sem pensar que todos os atores se divertiram bastante com suas cenas ou piraram de vez ao tentar entender o roteiro, pois chega a ser bizarro as coisas que alguns fazem, e principalmente se entregam, de forma que se não entraram no clima ao final já deviam estar ligando para seus agentes para matar eles. Dito isso, Charlie Day deu uma pegada bem séria, porém maluca para seu Andy Campbell, de forma que acabamos nos conectando às suas ideias, e quando ele surta de vez, o resultado muda completamente, caindo bem para seu lado cômico de uma forma funcional, exagerada na medida, mas sem se tornar apelativa, e isso é bem bacana de ver. Da mesma forma, o lado bad boy de Ice Cube trouxe uma personalidade forte para seu Strickland, botando imponência e medo nos alunos e nos professores, e ele acaba até brincando bem no estilo, agradando para chamar atenção com atos mais fortes e interessantes. Quanto aos demais atores, a maioria fez papeis pequenos soltos dentre os demais professores ou familiares do protagonista, e todos se encaixaram com algo desde as professoras malucas, uma por sexo e drogas vivida por Jillian Bell, outra por facas com Christina Hendricks, até um diretor surtado vivido por Dean Harris, entre outros, mas nada que surpreendesse sem ser as falas ácidas de alguns, ou das loucuras cênicas de outros.

Olha, já vi direções de arte insanas, mas aqui a equipe se superou, com uma bagunça generalizada de nível monstruoso com os trotes do último dia de aula com coisas sendo arremessadas/quebradas, cavalo correndo no pátio da escola, tintas explodindo, papel higiênico voando, pessoas esquiando com colchões nas escadas, entre muitas outras coisas, além claro de uma renca de figurantes monstruosa, que certamente pegaram todos os alunos da escola e mandaram zonear em nível máximo, ou seja, o que você pensar que poderia estar acontecendo numa zona você vai ver aqui, inclusive atos sexuais leves, ou seja, contrataram provavelmente o pior aluno da escola, aquele mais arteiro, e falaram: "faz o que quiser!", e pronto o resultado você verá na tela.

Enfim, é um filme divertido de ver, que entrega o que propõe de cara: uma tremenda bagunça, com a pegada clássica da briga de fim de aula, só que com professores ao invés de alunos, e que quem gosta de filme cheios de bobagens irá rir bastante, mas como costumo dizer, não dá para esperar nada de um filme desse estilo sem ser coisas malucas, e assim sendo, se você gosta dele confira, passe um bom tempo, mas se não faz seu estilo fuja, que não irão te convencer a gostar com o que é mostrado. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.

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Netflix - Gente de Bem (The Land of Steady Habits)

5/19/2020 01:45:00 AM |


Quantas vezes você olhou a capa de um livro, leu a contracapa com a sinopse, deu uma rápida folheada e e achou interessante? Ou falando do nosso assunto, viu o pôster, leu a sinopse e passou rapidamente pelo trailer para não ver spoilers, e achou tudo bem interessante? E daí vai assistir ao filme e vê algo que não era bem o que você esperava ver! Pois bem, isso acontece inclusive com as pessoas, e no mundo hoje o que mais temos são pessoas-capas como costumamos chamar, que tem todo um visual chique, tem projetos de vida, faz ioga, anda de carrão, toma seu vinho, está em todas as festas, mas que por dentro é tão podre de ideias, não trata bem seus filhos, a vida está uma bagunça, mil contas atrasadas e tudo mais. E mais ou menos podemos interpretar o longa que a Netflix me indicou hoje, "Gente de Bem" dessa forma, pois vemos essa ideologia de pessoas aparentemente ricas estruturais, mas que sequer ligam para os filhos, para aonde vão, não ligam para os casamentos, não ligam para nada ao ponto do único homem que abandonou essa vida "certinha" da comunidade ser o errado. Dito isso sobre o filme, também posso dizer que ele me enganou, pois ao ouvir o trailer (não prestei atenção, pois estava fazendo outra coisa antes de começar a assistir, mas pareceu bacana) e ver a imagem dele, parecia que seria daqueles filmes que me fariam chorar e se emocionar, mas não, muito pelo contrário, é um filme para refletir, que causa raiva de pensar que existam tantas pessoas assim no mundo, mas toda a ideologia ao menos é boa, e quem for ver sabendo o que verá, diferente do louco do Coelho que clica e assiste primeiro e depois vê no que acabou caindo, talvez gostará mais de tudo.

A sinopse nos conta que Anders Hill se sente aprisionado na rica Westport, em Connecticut. Ele termina sua carreira em finanças e deixa sua esposa na esperança de recuperar o prazer de viver. Mas, logo é forçado a encarar a realidade alarmante de suas escolhas: ele passa os dias procurando por coisas para decorar suas prateleiras vazias, dorme com estranhas e se sente totalmente perdido.

A diretora e roteirista Nicole Holofcener é bem conhecida por seus roteiros reflexivos, daqueles que ficamos intrigados e pensando na vida, nas situações cotidianas, e que geralmente trabalham bem os personagens para todo o conteúdo dramático da trama, e aqui não foi nem um pouco diferente de ver, de modo que acabamos vendo muita realidade, muito contexto e até alguns pontos que alguns vão achar loucura ou superficialidade, mas existem e estão até mais próximos de nós do que imaginamos. E essa alegoria de capa que comecei o texto até é usada para brincar em determinado momento da trama, aonde o protagonista passa a ironizar as capas de livros que mulheres pegam para ler, ou que estão apenas servindo para enfeitar uma mesa ou uma prateleira, e isso pode ser jogado para o lado humano, de livros bonitos por fora, mas que servem apenas como peso de papel ou de enfeite de prateleira, pois nunca serão lidos ao todo pelos que estão ao seu redor. Sendo assim, a trama é pesada de conteúdo, e a diretora soube tratar de uma maneira leve e gostosa, mas que da mesma forma transformou seu filme em algo bonito de ver, mas que não entrega tanto quanto poderia.

Sobre as atuações, a trama tem gente de bem de todo o tipo, de forma que vemos Ben Mendelsohn com seu Anders já desgostoso da vida, não ligando mais para dinheiro, para a família chata em si, e que está tentando sair do molde enquanto já não se dá mais bem na cama, na vida, em nada, mas ainda é um bom ouvinte, e isso faz com que o outro protagonista se aproxime bem dele, ou seja, vemos o ator que sempre tem uma boa dinâmica de olhares se entregar frente a postura necessária e agradar bastante com isso, acertando na medida para que o personagem pedia. Charlie Tahan é daqueles jovens que tem personalidade, mas que geralmente caem num estilo marcado de personagens, de forma que seu Charlie é um rebelde meio que sem causas, que até tem motivos com uma família chata demais, mas que se deixa levar, e mesmo sendo irônico com o protagonista em diversos momentos, acaba tendo uma boa conexão com ele. Da mesma forma, o jovem Thomas Mann trabalhou seu Preston como outro filhinho de papai/mamãe que sempre teve tudo, e que quando perde o rumo acaba desandando e não batendo de frente com seus problemas/atos, de forma que vemos seu fundo ir deprimindo e ninguém lhe dá atenção. Quanto os demais personagens, vemos duas mães omissas, que só pensam em si e esqueceram completamente da vida dos filhos, e ambas Edie Falco com sua Helene e Elizabeth Marvel com sua Sophie dão show nos quesitos ironias, e acertam muito, enquanto os dois homens secundários apenas entregam atos de soberba para cima do protagonista, sem muito destaque, mas saindo bem no que fizeram.

No conceito visual a equipe arrumou ótimas locações na cidade de Westport, com casas riquíssimas, com bons detalhes, mostrando bem a preocupação fútil da maioria com decorações, com busca de presentes, com detalhes simples e bem colocados, mas que pouco acabam importando na essência geral da trama, apenas por mostrar a valorização de algumas coisas enquanto outras como a família em si acaba desgraçada, ou seja, é um filme com mais conteúdo de roteiro do que de produção, mas que ainda assim acaba sendo bonito visualmente de ver também.

Enfim, é um bom filme, que surpreende pela essência em si, mas que certamente muitos irão conferir esperando uma coisa mais emotiva, e cairá em algo bem mais dramático, ao ponto de que vai valer o tempo passado na frente da TV, afinal é uma trama curta de apenas 98 minutos, mas que certamente poderia ter ido além se escolhesse discutir um pouco mais todos os problemas mostrados, e não apenas a capa versus a essência. Sendo assim, até recomendo ele, mas confesso que com um pé atrás, pois sei que muitos não irão gostar muito do jeito que é a trama, ou até mesmo se ver nela. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Ingrid Vai Para o Oeste (Ingrid Goes West)

5/18/2020 01:48:00 AM |


É engraçado que hoje falamos stalkear com uma simplicidade tamanha que nem notamos que abrasileiramos um termo americano para algo que convenhamos é bem idiota, pois qual a utilidade de ficar vendo as coisas que alguém comeu, indo nos lugares que a pessoa foi, comprar aquilo que ela usou, ou até mesmo ver os filmes que a pessoa gostou (opa... continuem lendo o que Coelho escreve!!!), e isso se tornou normal, mas acreditem ou não, tem aqueles doentes que acabam exagerando na dose e passam a ter um estilo de perversão pela pessoa, algo que sai fora do normal, e talvez hoje já até tenha alguma área da Psicologia ou Psiquiatria que trate essa compulsão por pessoas viciadas em Instagram, Facebook, e todas as demais redes sociais, que acabam perseguindo artistas ou até mesmo pessoas comuns pelas redes, e fora delas, ou seja, é algo para se refletir. Dito isso, o longa que estreou agora na Netflix, mas que esteve em diversos festivais em 2017/2018, "Ingrid Vai Para o Oeste" (que traduziram, mas que por ser o nome do perfil da protagonista no Instagram, vamos manter "Ingrid Goes West") mostra bem toda a loucura em cima de uma jovem que sai de seguidora virtual para seguidora real de uma pessoa, comprando coisas iguais, indo nos mesmos lugares, até conseguir virar "amiga" da pessoa, e ir só piorando as coisas com toda sua loucura, porém a trama é dramática e interessante de ver, de modo que é possível ver isso ocorrendo realmente por ai, e por isso o filme pegou tanto, mas acredito que talvez uma versão mais sombria puxada para o terror chamara muito mais atenção, e aí sim a tensão fora da realidade pegaria mais.

O longa nos mostra que Ingrid é uma jovem com distúrbios mentais que fica obcecada por Taylor, uma celebridade das redes sociais que parece ter a vida perfeita. Mas quando Ingrid resolve largar tudo para se tornar a melhor amiga de Taylor, seu comportamento se torna preocupante e cada vez mais perigoso.

Em seu primeiro longa metragem, o diretor Matt Spicer foi certeiro em apresentar diretamente quem é Ingrid para nós, não dando voltas ao redor, nem criando suposições malucas, de forma que acabamos entendendo tudo diretamente e o resultado já parte do princípio que ela tem uns parafusos a menos na cabeça, mas também que é muito esperta nas suas loucuras. Com isso em mente o diretor praticamente brincou com suas cenas, fazendo coisas simples e casuais, comuns de fã...náticos (ou stalkers que está mais na moda) como conhecer o banheiro da casa da pessoa, tirar foto de objetos, comprar as mesmas coisas e tudo mais para se sentir "igual" ao ídolo, até quando o lado todo muda como sequestrar o cão, começar a viver junto da pessoa, e entre outras coisas que só vão piorando durante toda a ideia da trama, e o ponto chave que mostrou um bom serviço por parte do diretor é o fato de ele não tentar forçar a barra para que seu filme ficasse irreal, mas sim colocando todas as nuances diretas, e deixando que ocorresse, e o acerto vem e funciona, mesmo que ainda acreditasse que algo puxado mais para o terror real mesmo fosse mais interessante de ver.

Quanto das atuações, Aubrey Plaza conseguiu passar muito bem toda a intensidade de sua loucura com praticamente uma única máscara bem feita para sua Ingrid, de forma que vemos algo tão comum ser abstraído, e vemos nela uma dependência precisa de formas, suas vontades, desejos e tudo num cerne perfeito para explodir a qualquer momento, tanto que quando vamos chegando próximo das cenas finais já ficamos pensando: "o que essa doida vai aprontar", mas foram singelos, pois poderia ter ido muito além. Elizabeth Olsen já conhecemos bem dos filmes da Marvel, e aqui sua Taylor é bem a cara das blogueiras estrelinhas que tanto já vimos pela internet afora, criando status com hashtag para todos os lados, com namorado semi-artista, vivendo uma vida cheia de maravilhas subjetivas, e claro usando todos ao seu redor, mesmo que não aparente isso, e ela fez bem seus atos, agradando mesmo que de forma simbólica. Quanto aos homens da produção, O'Shea Jackson Jr. entrega seu Dan bem cheio de trejeitos, com a pegada fã de heróis total, e que agrada pela simplicidade e pelos atos bem colocados, mas nada que surpreenda muito, e Wyatt Russel faz seu Ezra de uma maneira tão superficial que quase esquecemos dele na produção, principalmente quando o maluco vivido por BillyMagnussen surge com seu Nicky, ou seja, o elenco masculino até tem atos marcados, mas nada que impressione.

O visual da produção é simples também, pois não colocaram mansões, nem casas imponentes de Los Angeles, mostrando que instagrammers são pessoas sem dinheiro, que vivem em cima do que ganham das marcas, e que até tem seus luxos, mas nada que chame muita atenção, vivendo até realidades fora do que deveriam, e que os fãs podem ser mais loucos ainda se seguirem gastando igual, ou seja, a equipe de arte foi bem coesa de detalhes, que muitos poderão até ver de forma diferente a trama, mas que muitos conseguirão ver exemplos claros no filme.

Enfim, é um filme bem maluco, com uma boa proposta, bons momentos e boas atuações, que até tem um estilo marcado no meio entre comercial e filme de festival, que vai agradar alguns, mas que poderia certamente ter ido bem além em alguns atos mais fortes, mas ainda assim é algo que vale a conferida. Bem é isso, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Jo Pil-ho: O Despertar da Ira (악질경찰) (Akjilkyungchal) (Jo Pil-ho: The Dawning Rage)

5/17/2020 09:37:00 PM |


O cinema sul-coreano é daqueles que vemos coisas bem comuns parecerem tão diferentes que até assustamos com o resultado, de forma que um filme policial envolvendo máfia, crimes de ocultação de provas, policiais corruptos e testemunhas acabam parecendo ser algo que vai muito além do comum. Ou seja, o longa da Netflix, "Jo Pil-ho: O Despertar da Ira" tem uma pegada bem imponente, desenvolturas comuns de vermos em filmes do estilo, mas a todo momento tudo parece ir para outro rumo, e isso não é ruim, é apenas estranho de ver, pois num filme americano, ou até mesmo europeu, veríamos uma trama cheia de saltos, de tiros, de ações imponentes, e aqui tudo procura ser em cima da dinâmica, em cima das provas, em cima das testemunhas e das ocorrências, e com isso o filme acaba se alongando um pouco e parecendo meio arrastado, mas ao mesmo tempo acabamos nos conectando mais com os personagens, e até mesmo com o protagonista maluco, ao ponto de quem sabe se houver alguma continuação, já sabermos o que ele tem para nos entregar. Ou seja, é um filme que nem todos vão curtir a ideia toda, mas que funciona, e mesmo cheio de pequenos defeitos exagerados, passa sua mensagem dentro do que se propôs a fazer.

A trama nos conta que Jo Pil-ho é um policial corrupto que ajuda um parceiro a escapar após um assalto. Juntando-se a uma aparentemente última, Pil-ho e seu parceiro decidem assaltar o depósito da polícia, mas uma explosão frustra seus planos, deixando Pil-ho inconsciente e seu parceiro morto. Quando seu próprio departamento começa a suspeitar de seu envolvimento na explosão, pela qual ele não é responsável, Pil-ho decide apagar todas as evidências que apontam para ele: e, no processo, encontra a ajuda de uma adolescente para expor um escândalo corporativo. Inicialmente fazendo isso apenas para obter seu nome limpo, Pil-ho acaba se tornando o improvável protetor da garota depois de uma série de eventos violentos.

O diretor e roteirista Jeong-beom Lee fez muita fama com seu segundo filme, "O Homem de Lugar Nenhum", e até muitos gostaram de "Assassino Profissional", então já era esperado um filme intenso e bem feito depois de muito tempo, pois ficou um período longo sem apresentar nada para o público, então aqui o filme tem uma pegada forte, tem bons ensejos, mostra o estilo do diretor, e principalmente consegue conectar ao público a algo que já estamos até acostumados de ver, de torcermos para o policial corrupto ser o menos ruim e fazer o bem, ou seja, é uma trama costumeira, com muita pancadaria, e até alguns elementos dramáticos, que consegue dar bom tom e funcionar bastante com as diversas reviravoltas, e principalmente com toda a loucura final, porém poderia ter um ritmo mais acelerado para que o filme não enrolasse tanto, pois a duração é de pouco mais de duas horas, mas sentimos certamente bem mais pela enrolação e pelo exagero de conflitos ao invés de ir direto ao ponto, e não que isso seja algo que soe ruim ou fraco, mas acaba sendo desnecessário.

Quanto das atuações, Sun-kyun Lee é praticamente daqueles imortais que apanham tanto, se cortam, pulam de alturas, torcem seu braço, e ele ainda segue firme e forte com seu Jo Pil-ho, no melhor estilo dos protagonistas heroicos americanos de filmes policiais, ou seja, ele entregou o que queríamos ver, e fez bem, claro que exagerado, mas bem feito ao menos. A jovem So-nee Jeon fez sua Mi-na bem trabalhada, mas meio sem sal demais, de modo que até entendemos suas ações, seus trejeitos, mas poderia ter chamado um pouco mais de atenção. Hae-joon Park trabalhou bem seu vilão/gangster, brigando, lutando e fazendo atos imponentes, mas sendo simples de expressões, o que é ruim, mas ao menos brigou bem com o protagonista, e isso foi bacana de ver. Quanto aos demais, posso dizer que todos exageraram, mas faz parte do estilo, e isso é algo que não temos como ficar dimensionando, afinal em cada país o pessoal gosta de ver a pancadaria de uma forma, e aqui não foi diferente.

A equipe de arte precisou trabalhar bastante, colocando um galpão para ser explodido, diversas locações para mostrar a correria em busca de pistas, uma delegacia meio sem muitas características, e claro uma corporação gigantesca cheia de elementos de luxo, além claro de figurino a rodo para uma cena com centenas de figurantes, além claro de muito sangue para as cenas de socos, tiros e cortes, afinal o protagonista levou umas boas bordoadas, ou seja, é o básico de um filme de ação, mas foi feito com boas premissas e funcionou.

Enfim, é um filme bacana de ver, que quem gosta de longas policiais vai acabar curtindo, mas que é bem enrolado e alongado, então cansa um pouco ver toda a desenvoltura criada, abrindo precedentes para que o filme saísse do tradicional. Como costumo dizer é aquele famoso filme que passa a mensagem, mas para isso precisa embrulhar num papel transparente para parecer chique, e assim sendo vemos o mesmo produto embrulhado que já conhecíamos. Vale a conferida, mas sem muitas expectativas, pois desanda um pouco no miolo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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