Amazon Prime Video - Guerra Sem Regras (The Ministry of Ungentlemanly Warfare)

7/26/2024 12:35:00 AM |

Costumo falar que a cada novo filme sobre a Segunda Guerra Mundial descubro algo novo que aconteceu por lá, e o mais bacana é que sempre usam documentos reais para desenvolver o roteiro, porém ousam da criatividade para desenvolver a história de uma forma ficcional que funcione na tela, e claro que caindo nas mãos de um Guy Ritchie a história de Damien Lewis acabou virando uma espécie de trama de guerra contra o nazismo nas mãos de um grupo ao estilo de "Os Mercenários", liderados claro por um maluco que inspirou Ian Fleming à criar um famoso agente dos cinemas que tanto conhecemos, e tudo bem indicado por Churchill. Ou seja, pode parecer uma bagunça lendo da forma que escrevi, e realmente é uma bagunça na tela, porém organizada, divertida e cheia de nuances, aonde tudo flui bem e o resultado se impõe na tela, fazendo claro com que você torça para que o ousado plano de certo, e no melhor estilo de explosões para todos os lados, como o diretor gosta de fazer, o longa funciona bastante e agrada mais do que incomoda com certos "abusos" de nossa inteligência.

O longa é baseado em um documentário do Departamento de Guerra Britânico, onde o mesmo foi elaborado em eventos reais. A narrativa acompanha uma organização de militares britânicos, fundada por Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, que surgiu durante a Segunda Guerra Mundial. Esse grupo recruta um pequeno grupo de soldados altamente qualificados, incluindo o autor Ian Fleming, criador de James Bond para atacar as forças nazistas atrás das linhas inimigas, usando técnicas de combate totalmente não convencionais de nada agradáveis. A forma de combate intensa e ofensiva fez com que o curso da guerra se alterasse e deu origem às modernas operações negras.

É difícil falar em pleno 2024 que alguém ainda não conhece o estilo de filmes do diretor e roteirista Guy Ritchie, pois com ele tudo tem de ser explosivo, cheio de personagens, muitos figurantes e uma desenvoltura que se imponha na tela, e tudo isso cai muito bem nos atos finais do longa aqui apresentado, não sendo uma trama de difícil assimilação, nem algo também bobinho demais, ficando dentro do estilo ainda de espionagem, porém mais escancarado e jogado do meio de campo para frente, aonde qualquer abertura é motivo para muitos tiros, facadas, flechadas e juntando ainda sacadas e ironias com uma pegada bem própria para entregar mais uma das derrotas que o nazismo teve durante a guerra. Claro que você vai assistir e falar que muita coisa ali é irreal, outros vão criticar alguns absurdos na tela, mas esse é o estilo de Guy, pois ele força tanto em alguns personagens que a trama acaba saindo da realidade, e isso não é ruim, pois dá boas vertentes para que o filme flua, divirta, e também conte algo de forma subjetiva, e assim sendo é mais um acerto seu na tela.

Quanto das atuações, o longa tem um elenco imenso e bem estrelado, tendo claro o destaque para Henry Cavill fazendo bem seu Gus March-Phillips com um tom imponente, cheio de personalidade, mas também com uma pegada irônica e inteligente, mostrando que o ator que muitos consideram bem sério consegue se entregar para a comédia também, além de segurar bem a equipe com ideias e explosões na medida certa. É engraçado que já vi vários filmes com o ator Alan Ritchson, mas nunca tinha enxergado ele como um brucutu, e aqui seu Anders Lassen é praticamente uma máquina de moer nazistas de tudo quanto é forma possível, e seus trejeitos foram incríveis, com muita intensidade e dinâmica para agradar do começo ao fim. E falando de agradar, Eiza González entregou uma espiã sedutora e cheia de nuances com sua Marjorie Steward (que muitos não sabem, mas foi uma agente secreta antes de virar atriz nos anos 50) de tal forma que chama atenção em todas as cenas que esteve presente, sendo bem presente e intensa. Ainda tivemos boas cenas de Alex Pettyfer com seu Geoffrey Appleyard, Hero Fiennes Tiffin com seu Henry Hayes, Rory Kinnear se impondo bastante com seu Churchill, Henry Golding com seu Freddy Alvarez e Babs Olusanmokun com seu Heron, mas sem dúvida alguma quem trabalhou muito nos trejeitos duros de um grande general nazista foi Til Schweiger com seu Heinrich Luhr.

Visualmente a trama é bem grandiosa, com várias embarcações gigantescas de guerra, um porto cheio de elementos de cargas, um bar intenso aonde rola um grande baile a fantasia, algumas casas simples, muitos artefatos de guerra com comunicações ousadas, cenas em trens, além claro de toda a ambientação suja, porém requintada do período, mostrando que a equipe de arte pesquisou bastante para que o resultado do livro funcionasse na tela e tivesse as devidas nuances que precisavam para colocar as muitas explosões, além claro de muito sangue para os diversos momentos de tiros e esfaqueamentos, o que deu um ar forte para a produção.

Enfim, é um filme que eu vi o trailer já há um bom tempo e tinha uma ideia que seria algo bem marcante, que de certa forma até lembra um pouco o clássico "Bastardos Inglórios", com uma pegada diferente, porém ainda bem intensa e bem trabalhada, o que acaba sendo algo que vale a conferida, e que mostra que a Amazon não está para brincadeiras nesse ano com seus originais, embora ainda esteja longe das premiações. Então dê o play e se divirta bastante com a entrega na tela, pois vale com certeza a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

Leia Mais

Deadpool & Wolverine

7/25/2024 01:45:00 AM |

Chega a ser até engraçado imaginar a cabeça do roteirista de "Deadpool & Wolverine", pois é basicamente fazer um filme de super-heróis sem se limitar a palavrões, sangue, loucuras e abstrações, sendo completamente livre para surtar e imaginar, claro que colocando agora tudo o que possivelmente era negado antes com os direitos das companhias, ou seja, é o famoso fã-service aonde tudo, ou praticamente tudo o que os fãs desejavam ver em um filme do Deadpool ou do Wolverine aparecerá, desde os mutantes mais secundários até os mais imponentes, aparecendo alguns nomes incríveis na tela, muitas variantes de ambos os personagens, e claro muita luta com sangue, tiros, espadadas e o que quisessem imaginar para colocar, de tal forma que você ri de muita coisa, vibra com os demais da sala, se envolve por completo e ainda fica querendo mais com o fechamento, mas como o Deadpool fala para o Wolverine: "agora já era, contrato até os 90 anos!", o que não é de se duvidar, afinal a Marvel vai tirar muito desse filme, já aparecendo alguns que certamente virão em outros projetos e brincando demais com todas as possibilidades existentes. Mas aí você vira e me pergunta: "é um longa perfeito?" e a resposta vem na lata: "não, pois a Marvel ainda insiste e continuará insistindo em vender todos os seus materiais das séries", então se você não souber o mínimo do que rolou em "Loki" (vale ler algum material de fã se quiser fugir das muitas horas dentro da plataforma da Disney assistindo tudo), talvez fique meio perdido com alguns atos, mas nada que incomode o resultado da brincadeira toda. Apenas posso dizer sem muitos spoilers é que felizmente a trama tem uma boa história, e não apenas atos jogados como o protagonista prometeu.

O longa nos mostra que um apático Wade Wilson trabalha duro na vida civil com seus dias como o mercenário moralmente flexível, Deadpool, atrás dele. Mas quando o seu mundo natal enfrenta uma ameaça existencial, Wade deve, relutantemente, vestir-se novamente com um Wolverine ainda mais relutante.

Três filmes, três diretores diferentes, isso pode ser considerado ruim, porém felizmente todos deram liberdade criativa para que Ryan Reynolds desenvolvesse o roteiro e criasse o personagem ao seu gosto, ou seja, é o famoso filme que qualquer um que chegar com a câmera e falar ação, o ator vai entregar sua festa, sair falando sem parar, brincar com tudo e todos, quebrar a quarta parede batendo um papo com o espectador, e tudo mais que sabemos que é o diferencial dele para os demais longas de super-heróis, porém diferente dos outros dois que tinham imensas limitações com o que podiam ou não usar na tela, Shawn Levy teve liberdade criativa dos produtores da Marvel para incinerar dinheiro da forma que quisesse com a única faceta possível: recuperar o Universo Compartilhado da empresa, e isso foi divulgado desde o anúncio do longa, e a brincadeira correu todo o mundo com fãs apenas esperando o que iria aparecer no próximo trailer lançado, e claro no filme, e se "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa" foi o filme que fez os fãs do aracnídeo vibrar, aqui rolou a mesma coisa com a saga mutante, de tal forma que é inegável o esforço da equipe em fazer algo para os fãs, e claro para o protagonista que desde o princípio sempre falou que esse era o personagem de sua vida, e a junção técnica, atuação e vontades acabou dando o resultado que precisava na tela, irá lotar as bilheterias (só não vai bater todos os recordes por ser 18 anos a censura, sendo permitido acima de 16 com um responsável, ou seja, nem tente levar alguém menor que 16 que não irá entrar!), e agora é esperar o que virá no futuro com ou sem o mesmo diretor, mas com certeza com os personagens que queríamos ver na tela.

Quanto das atuações, já disse isso outras vezes, mas Ryan Reynolds nasceu para fazer Wade Wilson/Deadpool, de tal forma que mesmo mascarado podendo ser qualquer outro ator ou dublê ali dentro (inclusive vemos na tela uma tonelada de variantes suas com outros formatos, gêneros e estilos que já apareceram nas HQs), mas seu tom de voz, seus gestuais e até mesmo a sua diversão transparece para o personagem, sendo daqueles papeis que se cair em outras mãos é capaz de ficar chato, então está garantido em muitos outros, e com certeza ainda vai brincar com algum vingador que é o seu desejo em um filme, ou seja, foi mais do que perfeito e agradou demais. Outro que ainda não arrumaram alguém possível de interpretar o papel é o Wolverine de Hugh Jackman (embora no longa nos seja mostrado várias outras variantes possíveis, inclusive com uma que é o sonho de muitos fãs), e o ator que jurava ter aposentado o papel no último filme não conseguiu dizer não para a Marvel e para seu grande amigo Ryan, tanto que a dúvida era como o personagem seria revivido após os feitos do longa "Logan", mas acharam um jeito perfeito e o ator se dedicou com muita academia para voltar a forma, e claro, a personalidade ele já tinha, dando um grande carisma mesmo com seu grande mau humor, ou seja, fez a festa e agradou não só ele pelo papel já que aparentava felicidade em todos os atos que fez na tela, quanto os fãs do personagem, e dele. A jovem Emma Corrin deu muita personalidade para sua Cassandra Nova, tendo um impacto tanto expressivo quanto de poderes (já que a única coisa que sabia dela era de ser gêmea de Charles Xavier), de tal forma que seus dedos nas cabeças foram tão intensos que chega a dar uma certa angústia de ver acontecendo, ou seja, a atriz tirou onda e caiu muito bem na personalidade vilanesca que o papel pedia, e quem sabe possa voltar de alguma forma, pois a personagem tem impacto. Quanto ao outro "vilão" do longa, Matthew Macfadyen deu um estilo elegante demais para seu Paradox, de modo que não causa um receio no público com o que deseja fazer, sendo meio que fechado demais em cena, mas soube agradar com o que fez, e ao menos se divertiu também. Falando em diversão poderia citar muitos outros nomes que caíram muito bem na tela, mas para isso precisaria encher o texto de spoilers, então apenas falando de quem já apareceu no trailer, diria que Dafne Keen cresceu e evoluiu muito em 7 anos, de tal forma que a Laura ingênua e raivosa que vimos em "Logan" aqui tem muito mais imposição, mas não foi tão aproveitada quanto poderia, valendo mesmo o destaque para outras três aparições bem colocadas na tela, que não vou falar para não estragar a experiência de ninguém, mas quem quiser, pode chamar no "Fale Com o Coelho" aqui do lado que dou todos os spoilers que quiserem ouvir!

Visualmente a trama teve cenas em muitos ambientes, passando por vários mundos aonde já tiveram Wolverines, teve a passagem pela sepultura de Logan, uma grande sala de controle das linhas temporais, e o famoso Vazio aonde vemos algo bem ao estilo "Mad Max" com carros do estilo, e muitas lutas por todo o ambiente, a maioria dos destaques já apareceram nos trailers, mas vemos grandiosas cenas com muitos mutantes, e também com muitos Deadpools, tendo claro sangue voando para todo lado possível, muitos tiros, espadadas, facadas e tudo mais que possa ser usado como arma, e uma máquina gigantesca cheia de efeitos que pode acabar com todas as linhas temporais, fora claro muitas referências de outros filmes com personagens, objetos cênicos e ambientes, ou seja, é o famoso filme aonde você pode ver umas três vezes que ainda achará muitos detalhes para falar. Não assisti ao longa em 3D, por não ter um melhor horário legendado hoje com a tecnologia, mas é notável que o longa tem pelo menos umas boas três cenas com coisas saindo para fora da tela, com claro a abertura sendo a mais imponente na técnica de forma que até vendo na sala normal acaba sendo projetado muitas coisas para fora.

Outro ponto incrível da trama ficou a cargo das escolhas musicais para a trilha sonora do longa, de tal forma que não tem praticamente nenhum ato sem uma canção bem encaixada seja para dar o ritmo ou apenas para tirar sarro em algumas cenas, ou seja, é daquelas que você vai salvar na playlist para ficar ouvindo muitas vezes com toda certeza, e já que divulgaram uma lista oficial é claro que deixo o link aqui para todos já pegarem.

Enfim, estava com um pouco de receio do que veria na tela, afinal muita coisa foi dita nos últimos dias, alguns críticos recomendando demais, outros metendo a porrada na produção, mas uma coisa é inegável, não tem como não se divertir bastante com tudo o que é entregue na tela, sendo daqueles filmes que quem gosta de tramas de heróis vai gostar e vai curtir do começo ao fim, claro que volto no que falei no começo que ainda me incomoda demais as várias ligações com coisas das séries da Disney/Marvel, que não irei dar play por nada já que não fazem meu estilo ficar vendo algo de toneladas de capítulos que nunca acabam sempre renovando e cansando, então por esse motivo vou tirar um ponto da nota, mas quem come todo o material da Marvel nas telonas e telinhas vai gostar até mais de tudo, valendo claro a recomendação. E é isso meus amigos, essa semana praticamente está toda dominada pelo longa em todas as salas dos cinemas, então amanhã volto com uma boa dica que estreará no streaming, deixo vocês com meus abraços e até logo mais.


Leia Mais

Netflix - Além do Jogo (The Long Game)

7/23/2024 11:02:00 PM |

Teve uma época que o pessoal falava que eu estava comendo livros de guerra com a quantidade de filmes seguidos que andava vendo sobre a Segunda Guerra Mundial e afins, e agora já estão perguntando se virei colunista esportivo já que só ando falando de filmes com esse mote, mas como já falei outras vezes os aplicativos tem algoritmos que analisam o que você gosta de ver e vai indicando mais e mais, então eis que hoje venho com uma dica da Netflix, que tecnicamente é uma estreia, já que não foi lançado no país pelos cinemas afora, e só apareceu agora no mundo do streaming, e se chama "Além do Jogo", que numa tacada só consegue brincar com o lance da motivação e dos ensinamentos que um jogo pode passar para os mais jovens, como também trabalha bem a ideia dos preconceitos que filhos de mexicanos sofrem nos EUA, ainda mais em um jogo tão de elite como é o golfe, e sendo assim a proposta acaba tendo nuances fortes e bem encaixadas que acabará emocionando em certos atos, mas mais do que isso acaba sendo algo gostoso de ser conferido pelas boas atuações e dinâmicas, e também para conhecer um pouco mais desse jogo que parece simples, mas não é.

A sinopse nos conta que em 1955, cinco jovens caddies mexicano-americanos, por amor ao jogo, decidiram aprender a jogar e criaram o seu próprio campo de golfe no meio do deserto do sul do Texas. Apesar de terem equipamentos desatualizados e de qualidade inferior, e nenhuma instrução profissional para começar, eles competiriam contra times ricos exclusivamente brancos e venceriam o campeonato de golfe da Texas State High School de 1957.

Diria que o diretor e roteirista Julio Quintana soube pegar bem a essência do livro de Humberto G. Garcia junto com as dinâmicas que ocorreram para que seu filme fosse transformado em algo a mais na tela, pois como disse outras vezes e gosto sempre de frisar, não basta retratar exatamente como ocorreu determinado ato, senão acaba virando um documentário, e quando a ficção favorece você dar aqueles leves exageros para emocionar e envolver, tem de usar com gosto, fazer o público lavar a sala, e tudo mais, e aqui embora não seja um filme que muitos vão chorar, o resultado acaba sendo forte e bem denso com a formatação final. Claro que por ser um esporte que muitos sequer viram alguma coisa e também não ser daqueles que causam muita emoção pelas jogadas, o resultado não vai ser daqueles que você vai vibrar a cada jogada, mas souberam usar o tempo acelerado para que não ficasse monótono um jogo inteiro, e assim diria que o diretor conseguiu brincar bem com o que tinha nas mãos.

Quanto das atuações, a grande base ficou a cargo de Jay Hernandez com seu JP Peña denso, com expectativas e desejos bem presentes em seus atos, de tal forma que o ator trabalhou o personagem como alguém que quer ser reconhecido pela elite da cidade, que não quer ser apenas um mexicano que ganhou seu green card e está ali a toa, mas que defendeu o país na guerra e sabe jogar golfe bem, além claro de ser um bom mestre para os garotos, ou seja, conseguiu encontrar uma boa dinâmica e uma postura emocional interessante e bem chamativa para o papel. Já conhecemos bem o estilão de Dennis Quaid, e aqui seu Frank tem estilo e postura para passar experiência e também vivência para os personagens mais novos, de modo que não dá o seu melhor, mas também não desaponta com o que faz. Dos jovens a principal voz fica a cargo de Julian Works com um Joe marrento, mas que se entrega bem para o jogo, e desenvolveu trejeitos bem diretos para os diversos conflitos da trama. Quanto aos demais, diria que os vários jovens foram bem dentro dos personagens que tinham suas diferenças e classes, e os mais velhos trabalharam bem o estilo elitista e preconceituoso dos senhores de clubes de golfe, o que não está errado, afinal era a proposta do longa, mas não valendo dar destaque para nenhum deles.

Visualmente a trama mostrou bons campos de golfe, com suas dificuldades e estilos, mostrou alguns tipos de equipamentos, e até mesmo o campo que os jovens mexicanos criaram para se divertir sem estar nos clubes, tendo boas dinâmicas e claro boas locações para dar toda as nuances que o filme precisava, com campeonatos, alguns momentos da escola, e até mesmo da comunidade mexicana em seus dias festivos, ou seja, tudo simples e funcional que acaba agradando na tela.

Enfim, é um longa que tem uma boa pegada e agrada com a entrega emocional na tela, que teve muitos atos acelerados para não cansar o público com o jogo mais lento que é uma partida completa de golfe, mas que acabou não desenvolvendo tanto a história dessa forma escolhida. Ou seja, é interessante pela entrega, mas dava para ser mais envolvente sem precisar correr tanto, e assim acaba sendo uma dica meio que para quem gosta do estilo. E é isso meus amigos, prometo que amanhã vou dar play em algo sem ser esportivo, voltando aqui com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Amazon Prime Video - 42 Segundos (The Final Game)

7/23/2024 12:58:00 AM |

Começa nessa semana as Olimpíadas de Paris e como ganhei 30 dias gratuitos para testar o Looke dentro da Amazon Prime Video resolvi dar play em um longa que traz bem a pegada do espírito olímpico, e claro também com um conteúdo esportivo, afinal já disse que é um dos estilos que gosto de conferir. E tendo esse mote, o longa "42 Segundos" entrega bem como foi a preparação da equipe espanhola de polo aquático para disputar as Olimpíadas de 1992 em Barcelona, ou seja, na sua própria casa, contando com um time problemático que recebe um treinamento insano para transformar eles de meros jogadores à campeões. A ideia foi boa, a biografia foi bem interessante, porém faltou o ponto principal em um filme desse estilo, que é desenvolver o carisma dos personagens e passar a emoção de trás da tela para o espectador, pois costumo dizer que fazer uma trama biográfica é muito fácil, afinal você já tem tudo pronto de como ocorreu, e muitas vezes apenas está fazendo a obra para um público que não conheceu como tudo acabou acontecendo, então a necessidade não é documentar os fatos, pois para isso bastava mostrar um video jornalístico da história e pronto, mas quando se joga com a ficção, aí tudo tem de fazer o cara do outro lado da tela vibrar, se levantar, desesperar e torcer para tudo, o que acabou não acontecendo aqui. Ou seja, não é um filme ruim, afinal não lembro de coisas do ano passado, quanto mais como foi a Olimpíada de 92, mas faltou aquele algo a mais que me faria ver os minutos finais de pé na sala.

A sinopse nos conta que a poucos meses antes dos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, o time espanhol de polo aquático tem tudo para fracassar diante de sua torcida. Mas a chegada de um novo técnico faz com que a equipe comece a sonhar com uma medalha olímpica.

Diria que os diretores Àlex Murrull e Dani de la Orden foram inteligentes na formatação da trama para que ela usasse bem do material que tinham original, afinal as TVs espanholas deram muito destaque aos diversos atletas na época da Olimpíada, e pegaram o texto de Carlos Franco para que o desenvolvimento funcionasse na tela, e isso é notável, afinal na maioria dos países pouquíssimos espectadores conhecem jogadores e times oficiais de polo aquático, então toda a essência de uma verdadeira guerra entre dois treinadores (um croata e um sérvio), mais a mistura de jogadores rivais no campeonato do país tinha tudo para ficar bem intenso, além claro da forma de treinamento adotada para criar uma grande capacidade nos jogadores, porém faltou para os diretores o que falei acima, saber aonde deveriam brincar com a realidade, e aonde deveriam inventar situações e/ou criar emoções maiores para a trama, pois o drama do capitão do time é algo interessante e do principal artilheiro também é algo problemático e forte, mas apenas jogar isso na tela sem dar fluidez e explosão acaba não servindo para nada. Ou seja, fizeram um filme bem dirigido, praticamente sem falhas de nuances, mas certinho e linear demais, o que acaba não comovendo como poderia.

Quanto das atuações, a grande base ficou em cima de Jaime Lorente, que muitos conhecem pela série "La Casa de Papel", e que aqui com seu Pedro Aguado cheio de agitação, usando drogas e saindo para noitadas acaba causando alguns conflitos, e claro sendo rival do outro protagonista, conseguiu trabalhar algumas situações, claro desenvolvendo de uma forma mais explosiva em alguns atos, mas convencendo de seu estilo, porém, não por sua culpa, faltou desenvolver um pouco mais seu drama familiar e sua ansiedade, que aí ficaria perfeito. Já Álvaro Cervantes fez um Manel exageradamente calmo, tendo sua fobia e pesadelos com o que aconteceu com sua família, mas trabalhou meticulosamente cada ato seu com olhares e traquejos bem marcantes de um capitão mesmo, só talvez a inversão pudesse ser mais dinâmica para que chamasse mais atenção, porém ainda assim foi bem no que precisava fazer. Dentre os demais diria que cada um fez bem a base do time, valendo claro destacar apenas Tarik Filipovic com seu Dragan, sendo daqueles técnicos bem linha dura que fazem o time respirar o jogo e explodir com muita imposição, de modo que seus olhares dizem até mais do que suas palavras, e com isso soube segurar bem a densidade, e claro nas entrevistas explodir como deveria.

Visualmente o longa trabalhou bem o centro de treinamento numa montanha, com vários atos com os protagonistas correndo e fazendo exercícios, uma balada simples por lá, vários atos claro numa piscina seja nos treinamentos ou nos jogos, um pouco de computação para mostrar os jogos lotados de espectadores, usando também muitas das imagens originais, algumas cabines de narração e contando também com uma sala de imprensa inicialmente com poucos jornalistas desacreditados e nos jogos finais lotando de entrevistadores por lá, e claro alguns quartos da vila olímpica com alguns jovens sendo também testados pelo doping, ou seja, o básico de um filme esportivo, que também não poderiam sair muito da base.

Enfim, é um filme que dava para ter ido mais além, mas que tem seu gracejo e acaba sendo bacana de conferir para conhecer um pouco mais de um treinamento olímpico, da montagem de uma seleção e claro como foi os jogos na época, de modo que não valorizaram tanto a representação cênica para dar um tom dos anos 90, mas também não é nada que atrapalhe muito o resultado final, sendo assim fica a dica para quem também gosta de ver tramas esportivas. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Netflix - Mergulhando No Amor (Find Me Falling)

7/21/2024 06:29:00 PM |

Tem coisas que literalmente não sei o motivo que faço, e uma delas é ter uma tonelada de filmes nos streamings para dar play, e por acaso resolve dar play num romancezinho bem fraco que só pelo pôster e chamada já dizia ser assim, mas fazer o que são ossos do ofício, e minha vontade é já terminar o texto do longa da Netflix, "Mergulhando No Amor", falando que é mais fácil você pular do penhasco do longa do que gostar da trama bobinha que fizeram para algo tão comum no decorrer do filme. Claro que tem algumas cenas bem bonitas visualmente no Chipre, tem um ensejo do lance de assumir a paternidade e o contar para o pai que ele é pai, mas a trama não sai muito do lugar, sendo algo bem básico que nem como um passatempo de domingo acaba valendo o play.

Saindo de um álbum fracassado e da popularidade cada vez menor de seu maior sucesso, o velho astro do rock John Allman decide fazer uma pausa em sua carreira para recuperar seu brilho. Ele se muda para uma casa isolada à beira de um penhasco na idílica ilha mediterrânea de Chipre. Seu sonho de se manter discreto é frustrado quando ele é rotineiramente confrontado por almas desesperadas e mais tarde enfrenta surpresas ainda mais complicadas quando uma antiga paixão reacende.

Até que a ideia da diretora e roteirista Stelana Kliris teve dinâmicas bem encaixadas dentro da proposta como um todo, porém acabou faltando atitude para que tudo fosse mais amplo e desenvolvido, ficando uma trama que parece vários mini-capítulos de novela, aonde tudo se resolve rapidamente e nada é temperado para uma funcionalidade maior. Ou seja, vemos uma trama na tela que poderia ser a continuação de qualquer outro filme, ou algo meio que especial de uma série, que não tinha propostas para algo mais preparado realmente, e isso acaba forçando o espectador a completar os espaços do roteiro sozinho e apenas aceitar a fluidez rápida, que ao menos não ficaram enrolando com cenas sem nexo. Sendo assim, o que nos é entregue com toda certeza não é nem 30% de um roteiro maior, que acabou sendo cortado na edição para algo simples e sem vida.

Quanto das atuações, Harry Connick Jr. tentou fazer um estilo meio galã em fim de carreira com seu John, mas não trabalhou nem olhares deprimidos nem nada que convencesse pelo estilo em si, de forma que seus atos até soaram bonitinhos junto das demais personagens principais, mas nada que fosse marcante realmente para chamar atenção. Agora quem se jogou bem na personagem foi a jovem Ali Fumiko Whitney, que trabalhou sua Melina de uma forma bem solta, botando a voz para jogo em diversos momentos, e sabendo dosar o carisma para que suas cenas ficassem gostosas de ver acabou brincando bastante com tudo, sendo graciosa e bem colocada. Agni Scott também brincou um pouco com as nuances de sua Sia, mas faltando realmente entregar uma personalidade mais dura para com o protagonista, de tal maneira que vemos alguns atos mais emotiva, outros mais retraída, mas nada que desse realmente o tom que o longa pedia. Ainda tivemos atos bacanas com tentativas cômicas de Tony Demetriou com seu Manoli e Lea Maleni mais explosiva com sua Koula, mas sem grandes ideais para chamar atenção para o que fizeram.

Visualmente o longa é bonito de ver, tendo uma casa simples porém vistosa no topo de um penhasco, uma praia paradisíaca e uma cidadezinha com um ar antigo, mas com detalhes gostosos de se envolver, de forma que tudo ali acaba sendo usado para criar um clima romântico, mas que ainda assim seja bem alocado na trama. Ou seja, a equipe de arte escolheu bem as locações para que tudo fosse funcional, sem precisar depender de muitos elementos cênicos para criar as devidas situações da trama.

Enfim, é um filme simples, que talvez alguém em um dia bem inspirado até acaba se apaixonando com a ideia, mas poderiam ter ousado mais nas canções para que chamasse a trama para um caminho mais intimista e gostoso de ver. Ou seja, acabei dando play enganado, e assistindo até o final acabou que não conseguiu me conquistar como poderia, e assim sendo não tenho como recomendar o longa para ninguém. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Disney+ - A Jovem e o Mar (Young Woman and the Sea)

7/21/2024 02:39:00 AM |

Confesso que dei o play hoje no longa da Disney+, "A Jovem e o Mar", esperando que fosse algo meio que semelhante ao que vimos no ano passado com "Nyad", talvez um pouco mais denso por ser algo mais de época, e claro por ser uma produção com qualidade Disney, mas meus amigos, fui pego pela emoção nos atos finais com algo que jamais imaginaria acontecer em um filme do estilo, pois é brilhante a trama, e contando a história da jovem que deu voz para os esportes para as mulheres, e que entregando uma desenvoltura tão bem cadenciada dentro de uma produção gigantesca de época de um feito que está para completar 100 anos em 2026, conseguiu arrepiar, fazer chorar e tudo mais que com toda a certeza não esperava acontecer vendo um filme do estilo. Claro que sou suspeito por adorar tramas esportivas bem representadas nos filmes, mas na beirada de mais uma Olimpíada, acredito que a Disney foi precisa demais na escolha da data, afinal Paris 1924 foi a primeira prova de grande nome que a personagem real disputou, então tudo foi escolhido com minúcias e jogado nas alturas com o resultado que certamente conquistará.

A sinopse é bem simples ao dizer que o longa conta a história da nadadora competitiva Trudy Ederle, que em 1926, foi a primeira mulher a atravessar a nado o Canal da Mancha.

O diretor norueguês Joachim Rønning conseguiu cair nas graças do produtor Jerry Bruckheimer quando fez o último "Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar", e desde então mudou completamente seu estilo saindo dos pequenos filmes de festivais para produções gigantescas mais elaboradas, e aqui acredito que tenha sido sua maior felicidade, pois pode juntar praticamente os dois mundos e brincar tanto com um filme elaborado de época quanto com uma produção de nível da Disney, e claro que muitos vão reclamar das adaptações que fizeram na vida da verdadeira Trudy, mas esse tom emocional conseguiu funcionar bem para que seu filme tivesse uma vida, causasse claro um carisma no público, e como disse no começo o resultado explode na tela, criando algo que faz com que víssemos toda a loucura que a jovem vivenciou, e mais do que isso sendo uma obra que dá vontade de conferir. Ou seja, o resultado final é tão explosivo que acaba trazendo sensações que certamente o diretor pensou na formatação, mas ao pesquisar mais e ver que realmente teve tudo o que é mostrado no fim faz valer a dinâmica escolhida.

Quanto das atuações, já disse outras vezes que não sou fã do estilo que Daisy Ridley entrega para seus personagens, pois ela sempre dá uma densidade expressiva muito fechada, deixando todas sempre exageradamente tímidas e contidas, e aqui ela fez muito dessa formatação para sua Trudy, porém nos atos finais você basicamente entra na sua sintonia para algo forte e cheio de nuances que acabamos bem apegados ao seu carisma entregue, ou seja, conseguiu chamar o filme para ela e agradou demais. Tilda Cobham-Hervey entregou muita sintonia com a protagonista para que sua Meg tivesse bem o carisma de irmãs, conseguindo chamar atenção na tela e não ficar só em segundo plano, isso claro sem tirar o brilho da outra, o que é perfeito de ver. Jeanette Hain e Kim Bodnia conseguiram entregar atos densos com olhares mais secos e firmes em diversos momentos de seus Gertrude e Henry, mas se entregaram por completo nos atos finais para que a expressividade de orgulho dos pais sobrepusessem tudo, o que ficou bem bonito na tela. Ainda tivemos muitos bons atores aparecendo em cena, cada um com seu peso cênico, mas sem dúvida os destaques ficaram para Stephen Graham com seu Bill Burgess marcante no estilo e na forma técnica que trabalhou com a jovem nadadora, e também Alexander Karim como o nadador Benji bem colocado na tela e com estilo.

Visualmente a trama mostrou bem a vida simples da garota em Nova York com sua família alemã bem fechada, nos é mostrado como a jovem quase morreu na infância de sarampo, e principalmente nos mostra como eram proibidas as mulheres de treinar em piscinas abertas no país, pois não podiam mostrar seus corpos na época, recorrendo a lugares isolados e sem muitos chamarizes, isso na primeira parte do filme, e claro no segundo ato completo tivemos muito nado no mar, acompanhados de navios para orientação técnica e muitos outros barcos com jornalistas divulgando a cada momento os feitios da nadadora com mensagens de pombos, telégrafos e tudo mais, ou seja, uma obra de época completa de detalhes marcantes para funcionar demais na tela.

Enfim, é uma pena que seja um filme feito para o streaming, pois certamente seria muito mais bonito vê-lo numa telona imensa, mas felizmente não tirou o brilho cênico e conseguiram transmitir muita emoção em cada um dos atos, valendo demais a recomendação para todos conferirem essa obra emocional e brilhantemente perfeita. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Hachiko - Para Sempre ( 忠犬八公) (Hachiko)

7/19/2024 12:35:00 AM |

Já venho falando disso desde o meio do ano passado, que os meses e anos seguintes seriam de muitas adaptações e refilmagens, afinal com pandemia, greve de roteiristas, greve de artistas, muitos bons escritores migrando para séries que dá para ganhar mais, e muitos outros adendos, as histórias originais acabariam não tendo tantos chamarizes para aparecer, e se em 1987 a história japonesa do cão da raça Akita fez grande sucesso, e depois em 2009 a versão americana fez meio mundo lavar as salas dos cinemas, eis que agora chega a versão chinesa do longa com "Hachiko - Para Sempre", que é bonita de ver na tela, tem uma pegada interessante com a jogada agora da travessia de bondinho, e com a mudança do ambiente em 10 anos que o cachorrinho passa indo visitar a saída da travessia esperando seu dono, e claro que não tem como não se emocionar com o final representativo de uma forma tão linda que mostra o quanto esses bichinhos são lindos e inteligentes. Ou seja, é um filme gracioso de ver, que usa a mesma base, então diria que é possível você não lavar tanto a sala do cinema, afinal todos sabem a história completa e tudo o que vai acontecendo, mas o que é mais interessante é ver como o misticismo emocional é totalmente diferente nos três filmes, e contando com três cachorros bem diferentes, mas ainda assim agrada demais na tela.

A sinopse nos conta que Hachiko é um lindo cão da raça Akita Inu, ele conheceu seu proprietário, Chen Jingxiu no meio da multidão e tornou-se membro da família Chen. A dupla cria um forte laço de amizade e afeto a ponto do cão acompanhar seu dono até a estação todos os dias. No entanto, quando o professor morre, o companheiro passa a esperá-lo no mesmo lugar apesar da família decidir deixar a cidade.

Diria que o diretor Ang Xu foi bem singelo no desenvolvimento de sua trama, pois ele soube brincar com o carisma gigantesco do cachorro versus personagens não tão chamativos na trama que infelizmente pela distribuidora só ter lançado o longa em cópias dubladas conseguiram ficar ainda menos expressivos, ou seja, a história do longa já foi contada outras duas vezes, então a perspectiva mudada era pouca tendo outros ambientes, algumas outras facetas, e assim ele não se esforçou tanto para que seu filme tivesse uma pegada mais chamativa, porém o lance criativo do jornal foi lindo demais de ver e funcionou muito para a sacada final que acaba sendo emocionante e incrível. Ou seja, o diretor conseguiu usar de uma mudança simples para o filme, e o resultado funcionou claro pelos ótimos cachorros que foram treinados para fazer o filme (ao final nos é mostrado que eram cães de rua abandonados aonde aproveitaram a ninhada inteira e depois todos foram adotados!) já que não eram cães atores realmente.

Agora falando sobre os atores reais, diria que os coadjuvantes da estação foram incrivelmente melhores em cena do que a família mesmo do cachorro, pois tirando o protagonista que se entregou em alguns atos bonitos com o cachorro, os demais pareceram nem estar com vontade de atuar, claro que a dublagem deu uma ajudada para que isso parecesse pior, mas faltou expressividade para dentro da história. Dito isso, Xiaogang Feng demonstrou muita sintonia com o cachorrinho, soube transportar carisma para seus atos junto do animal e foi sensível em suas cenas para que a trama fosse bem desenvolvida, fazendo com que seu professor tivesse estilo e encaixasse bem no que o filme precisava. Joan Chen trabalhou sua Li meio que dura demais de sentimentos, faltando um pouco de desenvolvimento melhor da personagem para que isso ficasse mais claro, mas ao menos nos atos finais conseguiu ser comovente. Dentre os demais, vale a menção para Qian Bo como o jornaleiro que alimentou o cachorrinho por muitos anos e sempre dava um jornal para ele ir embora dali a noite, passando muito sentimento no olhar, e claro agradando com isso, e claro Xue Xuchun como um carregador que tinha pouco para se alimentar, mas ainda assim dividia com o cachorrinho e o defendia das crianças.

Visualmente a trama foi bem representativa ao mostrar a pequena vila aonde os protagonistas moravam, todo o trajeto longo que o cachorrinho fazia para ir dali até na estação do teleférico, e mostrando a banca de jornal, a simbologia do pai buscando alimento para seus filhos, e claro toda a sensibilidade nos ambientes mais diversos como o rio aonde enterram o osso, e também o pequeno apartamento aonde é levado o cachorro depois, além de ter um pouco da faculdade e da pesquisa do professor, e os vários jogos de mahjong da esposa e suas muitas refeições gigantescas. Ou seja, a equipe de arte foi bem simbólica, mostrou a evolução gigante de uma China em 10 anos, e claro embelezaram tudo com os cachorrinhos do longa.

Enfim, é um filme bonito de se ver, mas que não consegue ter o mesmo carisma emocional dos outros dois filmes, sendo algo que no final vai ser difícil de segurar as lágrimas, mas se fosse melhor desenvolvido faria com que o público encharcasse a sala do cinema. Claro que você vai assistir ele com um sorriso gostoso durante toda a trama, mas dava para ter ido bem mais além, e também talvez visto legendado com as emoções reais nos tons das vozes melhorasse o resultado. Sendo assim recomendo para todos, na sessão tinha muitas crianças que aparentemente gostaram do que viram, então vá ao cinema e se divirta e emocione em família. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Netflix - Indiferença (Bhakshak)

7/18/2024 12:22:00 AM |

Alguns amigos falaram que eu deveria dar mais chances ao cinema indiano, então ando tirando alguns que coloquei na lista das plataformas e dando play, e hoje peguei um sem tanta cantoria e flashbacks que trouxe uma pegada bem densa, mas que felizmente não apareceu os escritos baseado em fatos reais, porém sabemos que realmente existem alguns lugares assim como os da trama, o que é bem difícil de se pensar. O longa está na Netflix e se chama "Indiferença", e o nome diz bem o mote da trama que mostra como muitos acabam vendo o sofrimento de algumas pessoas com alguma coisa e apenas fala que como não tem a ver com sua vida não merece ser noticiado, ou não deve ser resolvido, mas que temos que olhar para o outro e pensar em como fazer com que aquilo que é errado não deva acontecer mais, ou seja, o filme vai trabalhar com a essência básica que um jornalista aprende na faculdade, e que qualquer pessoa de bem deve ter em mente, que não importa se vai dar visualizações, se vai mudar sua vida ou sabe se lá o que, se é errado você tem de ir lá, documentar e cobrar providências, pois hoje não é com você, mas amanhã não se sabe. E embora seja um pouco alongado, com dinâmicas novelescas dando voz demais para personagens secundários, eu diria que o filme tem uma pegada simples e efetiva que acaba sendo forte e bem colocada na tela, ou seja, vale e deve ser dado o play nele para pensar mais em tudo, principalmente em algo que sabemos que existe mundo afora que é o abuso infantil "legalizado" por entremeios.

A sinopse é bem direta e nos conta que uma jornalista local começa uma investigação sobre casos de abuso encobertos em um abrigo para meninas.

Diria que o diretor Pulkit foi bem coerente na formatação que desejava passar em seu longa, de tal forma que ele poderia ter trabalhado o canal da jornalista em algo mais requintado e chamativo, mas quis deixar ele como algo de alguém que sonha realmente em fazer a diferença com suas matérias e usando tudo da forma mais barata possível, inclusive mostrando o quanto talvez vale a compra de uma notícia de fontes por lá (fiz a conversão do valor que o rapaz pede pelo material e deu uns três mil e poucos reais - o que está dentro mais ou menos), e claro que junto de tudo ele ainda elaborou boas denúncias de setores do governo que acabam sempre envolvidos com casos e que muitas vezes passam o pano para toda a situação, empurrando a sujeira para baixo do tapete. Ou seja, o diretor criou algo simples, com um jornal simples e uma jornalista disposta a enfrentar tudo e todos para que seu material viralizasse e chegasse nos grandes nomes, sendo sucinto em alguns atos, bem direto em outros, e não economizando no material mais cru, o que deu um tom bem marcado na tela. 

Quanto das atuações, a atriz Bhumi Pednekar deu um bom tom para sua Vaishali, sabendo dominar a presença frente as câmeras tanto do filme quanto do seu jornal, tendo uma postura marcante e bem direta, não levando desaforo para casa, e trabalhando trejeitos fortes para que fosse bem convincente, ou seja, segurou o longa com tudo o que tinha e não desapontou como protagonista. Aditya Srivastav fez o tradicional antagonista que todo mundo odeia ver em um filme do estilo, trabalhando seu Bansi como alguém que ninguém vai enfrentar de frente, que tem mil contatos e se acha o próprio dono do mundo, e fez trejeitos com muito desdém chamando atenção totalmente. Ainda tivemos bons momentos com o câmera vivido por Sanjay Mishra sempre meio resmungão (como a maioria dos câmeras de programas jornalísticos são), mas sendo perfeito no momento que teve de inventar a história para o secretário, tivemos algumas cenas bem densas com Tanisha Mehta com sua Sudha trabalhando olhares desesperados para contar algo, mas com muito medo da repreensão que poderia acontecer com ela, entre muitos outros bons atores, mas que foi o que acabou pecando um pouco no longa, pois acabou dando voz para muitos personagens, e isso acaba virando uma novela.

Visualmente o longa foi bem montado pela equipe de arte, mostrando alguns alojamentos de jovens órfãs pelo país, mas a parte bem forte foi mostrar o ambiente do abuso aonde tinha muitas jovens bem novas, todas aglomeradas, sendo drogadas e levadas para uma mini-boate no andar superior com os vários homens de lá, o quarto médico depois desmantelado com muitos medicamentos e coisas para forçar o abuso, além disso vemos o jornal bem básico da protagonista, com apenas um mapa de fundo e uma bancada singela, uma câmera e um fone funcionando parcialmente, ou seja, tudo bem precário em ambos os lugares, também mostrando um pouco dos órgãos públicos do país, uma polícia também simples, mas tudo bem representativo que deu um bom tom para a produção toda.

Enfim, é um filme com um orçamento não muito alto, mais simples de desenvoltura, mas que conseguiu falar bem alto com a mensagem passada e foi bem representativo com o tema todo, de tal forma que vale demais a conferida, e claro, a reflexão. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Hora do Massacre (Wake Up)

7/15/2024 11:22:00 PM |

Quando vi o trailer do longa "Hora do Massacre" no cinema apenas uma vez, e passando várias vezes no totem que fica em frente da bilheteria do cinema, não tinha ficado tão empolgado com a ideia, apenas achando que tinha uma vibe diferente dos padrões e que como todo bom terror aonde as pessoas passam a ser caçadas iria ser ao menos "divertido" de ver, mas hoje ao ter a oportunidade de ver ele na cabine de imprensa, meus amigos!!!!!!!!!! Que filme foi esse!!! De tal forma que se você curte longas de terror aonde os protagonistas se dão muito mal com o vilão, pode pegar o ingresso na bilheteria do cinema mais próximo que você vai vibrar com o segurança do longa, pois logo de cara você vê que ele é um brucutu que pensa o mínimo e tem força ao máximo, então depois que um grupo de ativistas acaba fazendo algo que o deixa enfurecido, deveriam ter se matado antes que seria mais fácil! Ou seja, é daqueles filmes que as nuances funcionam, a ideia maluca funciona, as mortes são intensas, e a pegada é exatamente da forma que você espera ver em uma trama do estilo, não tendo frescuras nem ambiente arrumado para o que vai acontecer, e o final..... você só fica esperando acontecer!

A sinopse nos conta que na tentativa de chamar atenção para a crise ambiental, um grupo de jovens ativistas decide invadir e vandalizar uma loja de móveis. No entanto, o protesto rapidamente se transforma em um verdadeiro massacre quando se veem presos lá dentro com um segurança com uma obsessão doentia por caça. Conforme a violência e o terror tomam conta da noite, os adolescentes se veem em uma luta desesperada por sobrevivência contra um assassino implacável e perturbador.

E mais uma vez o coletivo de diretores RKSS - Roadkill Superstars, composto por Yoann-Karl Whissell, François Simard e Anouk Whissell, conseguiu acertar a mão em um filme com uma pegada tão bem encaixada que acaba impressionando do começo ao fim, e o melhor com apenas 83 ótimos minutos intensos, sem tempo para firulas ou enrolações, mostrando na tela algo com um começo, meio e fim, com rápidas apresentações e desenvolturas que se entregam sozinhas, ou seja, dava para enrolar contando história de cada um dos ativistas, dava para enroscar trabalhando a vida dos seguranças, mas não, os diretores usam rápidos ensaios com eles nas próprias cenas para que tudo que você precisa saber apareça, e toca para a matança, de modo que em alguns raros momentos você fica com um pouco de dó dos ativistas, mas na maior parte do tempo o segurança é quem todos vão se identificar e torcer pra que faça a maior quantidade de picadinhos possíveis com o que tiver em sua mão. Claro que é um filme aonde você vai achar alguns absurdos, mas a forma como eles são usados pelos diretores dentro da história acaba não sendo algo incômodo de ver, e assim sendo o trabalho funciona perfeitamente na tela, mostrando claro algo bizarro de se pensar, mas que conhecendo o mundo maluco que estamos vivendo não é difícil vermos algo do tipo acontecendo.

Não é um filme aonde as atuações sejam tão importantes, mas sem dúvida alguma os trejeitos de Turlough Convery com seu Kevin são impagáveis, daqueles que você vê que o cara já estava nervoso por quase ser demitido, depois mais irritado ainda que vai perder sua caçada do final de semana, aí causam a confusão no seu trabalho, foi o estopim pro cara incorporar toda sua ira e fazer ali mesmo sua caça da melhor qualidade, e é notável sua explosão cênica com dinâmicas tão bem trabalhadas pelo ator que não tem como você não torcer para que ele mate todos os jovens vândalos, ou seja, se jogou por completo e foi muito bem no que fez. Aidan O'Hare trabalhou um Jack que exagerou na bebida, mostrando uma certa intensidade expressiva, mas confesso que meio que assustei com sua segunda aparição, pois acreditei que já tinha ido para o brejo na primeira pancada, e o ator entregou alguns atos bem intensos junto do irmão, agradando de certa forma na tela. Quanto aos jovens, fica claro logo no começo que Tom Gould com seu Karim vai ter destaque em muitas cenas, pois seu jeito meio bobão, aparentemente entrando pros ativistas ali naquele momento já entrega muito, e ele fez o básico desse estilo de filmes que é entregar trejeitos assustados, por vez ou outra incorporar uma coragem inexistente, e não desapontou no que fez, já os demais diria que também fizeram bons trejeitos de espanto ou medo, correndo o máximo que puderam do segurança, valendo destacar talvez Jacqueline Moré com sua Yasmin que talvez merecesse sobreviver por ser a mais pobre, que o pai carpinteiro perdeu o emprego pela loja de móveis, mas é a vida, mexeram com a pessoa errada, então adeus.

Visualmente diria que a locação do ambiente em si foi barata, afinal o que mais tem por aí são lojas de departamento de móveis gigantes nos EUA, mas o que não deve ter ficado barato foram as pichações em algumas peças (talvez alguma tinta que fosse possível tirar rapidamente depois), mas a equipe de arte soube brincar com a locação, trabalhando bem quase como um grande labirinto (ou no caso, um grande parque de paintball), mas o melhor de tudo foram as armadilhas e armas que o segurança foi criando com o que tinha em seu caminho, fazendo atos imponentes bem colocados, cheios de presença e força que acabaram chamando muita atenção, e claro, muito sangue artificial para que os atos de matança ficassem bem reais e fortes na tela, o que acaba agradando bastante.

Enfim, é um filme que como disse no começo não esperava nada dele, e fui surpreendido positivamente num nível que não imaginava, sendo daqueles que são feitos para quem gosta de terror de pegada e matança, não tendo atos de suspense, nem de espíritos e nem sendo daqueles que a pessoa mata sem sentido apenas por matar, então vá conferir e se divertir com muita intensidade cênica, e claro que recomendo demais, afinal ninguém mandou os moleques entrarem para depredar patrimônio privado. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje claro agradecendo os amigos da Sinny Assessoria e da Imagem Filmes pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.

PS: Alguns vão vir perguntar o motivo de eu não ter dado nota máxima, e a resposta sem dar spoilers do filme é a de que achei que alguns já teriam morrido na primeira pancada com as facadas e batidas de cabeça que apareceram depois vivos ainda, então só por esse motivo mesmo resolvi remover um Coelho da nota, mas do restante é algo espetacular de conferir!


Leia Mais

Amazon Prime Video - O Duque (The Duke)

7/14/2024 11:59:00 PM |

Queria encerrar a noite de domingo com algum filme que fosse divertido, mas também bonito, e dentre as estreias dessa semana nenhum parecia se encaixar nesses dois quesitos, então eis que abri a famosa lista de filmes que saio colocando quando vejo que tem na plataforma, e ao acaso algum dia sairão de lá! E nessa busca vi que a trama de "O Duque", que pode ser localizado dentro da Amazon Prime Video, tinha uma pegada interessante em cima de uma história real maluca dos anos 60, quando um senhorzinho foi preso por "sequestrar" um quadro de um museu pedindo que fosse liberada licença gratuita para TV para idosos, e que claro contendo duas lendas do cinema no cartaz não tinha como dar errado. E felizmente não deu errado, pois é algo tão maluco quanto a ideia, pois o senhorzinho é daqueles que briga por direitos de tudo, que reclama com quem quer que seja por injustiças, e que numa reviravolta maluca esconde em sua casa um quadro que o governo comprou por muito dinheiro para manter na galeria, mas o feitio em si não é tão importante, e também é explicado no filme que nem tudo o que vemos foi realmente da forma feita, então o que vale é o julgamento do senhorzinho, pois com um advogado ainda mais extrovertido que ele, acabaram fazendo um show para acabar com o humor de qualquer promotor. Ou seja, um filme leve, com dois grandes nomes do cinema mundial, e que passa voando o tempo na tela, sendo exatamente um bom fechamento ou início de semana.

Baseada em uma história verídica, o longa segue a história de um homem comum que decidiu mudar o mundo. Em 1961, Kempton Bunton, um taxista aposentado de 60 anos, roubou o retrato do Duque de Wellington, pintado por Goya, da National Gallery de Londres. Sua intenção não era obter lucro, mas chamar a atenção do governo para a falta de apoio aos idosos. Bunton enviou notas de resgate, condicionando a devolução da pintura ao aumento dos investimentos no cuidado dos aposentados. O que se seguiu tornou-se uma lenda: Bunton foi preso e julgado, mas sua ação ousada inspirou muitos a refletirem sobre a justiça social. Esta edificante história verídica destaca a coragem de um homem comum que decidiu mudar o mundo, e no processo, conseguiu salvar seu próprio casamento. O Roubo do Século é lembrado não apenas pelo audacioso crime, mas pelo impacto social significativo que gerou, transformando Bunton em uma espécie de herói popular.

O diretor Roger Michell tinha um estilo bem limpo de filmes, aonde na maioria das vezes ele usava bem da formatação tradicional e calma dos longas ingleses e vez ou outra colocava algumas sacadas de quebra para dar uma mexida no tom da trama, e aqui ele usou bem a base da história, criando poucos atos de virada, e deixando que os personagens falassem por si próprios, de modo que em diversos atos até vemos algo meio que teatral nas atuações dos protagonistas, e isso é algo que agrada de certa forma pela leveza cênica, e também acaba sendo um método para que artistas mais idosos possam se desenvolver melhor sem precisar seguir um roteiro mais seco, e o que acontece em cena é de um luxo e diversão que poucos conseguiram fazer tão bem. Ou seja, antes de morrer em 2021, o diretor fechou sua carreira com um comédia dramática de primeira linha, que brinca com uma história real maluca, e funciona como uma das defesas mais bizarras possíveis, aonde com muita certeza a maioria verá o longa e falará ser impossível ser real tudo que foi dito no tribunal.

Quanto as atuações é até fácil falar de Jim Broadbent, pois ele se joga tão fácil em seus personagens que você não sente ele atuando, parecendo que conheceu o personagem real em um jantar e apenas pegou os trejeitos e foi para o set filmar, de tal forma que seu Kempton se parece com qualquer senhorzinho ranheta que você conhece por aí que discute de tudo de acordo com seus ideais, e que ganha sempre no que tenta defender, ou seja, ele brinca com o personagem trabalhando sacadas e expressões bem encaixadas para que o filme fluísse bem fácil na tela. Da mesma forma, Helen Mirren pega sua Dorothy e entrega uma personagem tão diferente que ao pausar o filme logo no comecinho para ver os nomes (adoro essa funcionalidade da Prime Video!) vi seu nome e falei não é ela, não pode ser ela, mas é, e nossa eterna rainha se joga como uma senhora que mesmo bem velhinha continua fazendo faxinas, tendo uma presença cênica perfeita nas dinâmicas do longa, e claro trabalhando um carisma único para agradar na tela como sempre. Ainda tivemos o jovem Fionn Whitehead bem encaixado com seu Jackie cheio de nuances e expressividades mais simples, mas que encaixaram perfeitamente com a ideia da trama, e claro com os demais personagens.

Visualmente a trama tem uma pegada bem clássica, mostrando os ainda tradicionais julgamentos dos anos 60 na Inglaterra com todos os magistrados com suas perucas clássicas, vemos uma casa simples, e vem uma mensagem ao final do longa que me surpreendeu bastante, que a TV gratuita por lá só surgiu no começo dos anos 2000, ou seja, antes todos tinham de pagar licenças para ver até mesmo o canal de notícias na TV, e o senhorzinho brigando por isso lá nos anos 60, com uma casa simples, porém com sua TV bem colocada na sala, aonde gostava de passar suas noites de chá. A equipe de arte brincou bem com os elementos cênicos para que tudo funcionasse bem na tela, e cada detalhe marcou presença pelo set.

Enfim, é um filme simples, porém bem gostoso de conferir, com uma pegada clássica de humor e drama que os ingleses gostam de brincar na tela, aonde nada incomoda, e que vai agradar quem gosta de histórias reais malucas, que contadas de uma forma descontraída acaba funcionando ainda melhor. Ou seja, se você ainda não viu, já que não é um filme tão novo, vale a dica de play, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais dicas.


Leia Mais

Netflix - Desaparecidos na Noite (Svaniti Nella Notte) (Vanished Into the Night)

7/14/2024 07:05:00 PM |

Até que demoraram bastante para um outro país adaptar a história do longa argentino, "Sétimo", pois a história em si era bem interessante, tendo mais falhas de direção e desenvolvimento do que erros que fizessem o longa ser ruim, mas como disse no texto dele, conseguiram deixar Ricardo Darín ruim, e isso é algo para pouquíssimos diretores. Pois bem, passados 9 anos desde que estreou no Brasil, e 11 que foi lançado na Argentina, eis que outro Riccardo entra em cena no longa italiano da Netflix, "Desaparecidos Na Noite", e como eu não lembrava absolutamente nada do longa argentino acabei sendo surpreendido com uma história densa e bem trabalhada, que não se acomoda em momento algum, e consegue criar nuances e tensões bem trabalhadas na tela, ao ponto que o final é um pouco exagerado e forçado de descobertas, e a cena de fechamento ficou meio que jogada, mas diria que o resultado por completo acaba sendo um bom entretenimento, principalmente por terem mudado praticamente todo o desenrolar da história, ou seja, mesmo que você tenha visto o argentino recentemente vai conectar todas as fichas, sendo algo bem novo e bem feito.

O longa traz a trama envolvente de Pietro, um homem com um passado tempestuoso e que está vivendo um divórcio complicado com Elena, uma psiquiatra norte-americana mas que, por amor a Pietro, se mudou para a Itália. Juntos, eles tiverem dois filhos. Certa noite, Pietro e seus filhos vão para uma fazenda e, misteriosamente, as crianças desaparecem em uma área remota sem deixar rastros. Ele os procura por todos os lugares possível, mas em vão. Como não encontrou as crianças, Pietro, em desespero, é forçado a comunicar Elena, com quem está enfrentando uma disputa pela custódia dos filhos. O ambiente em caos, os pais em pânico e a situação só piora quando eles recebem um telefonema: seus filhos foram sequestrados, para recuperá-los eles terão que pagar uma quantia milionário em até 36 horas.

É até engraçado pensar no estilo do diretor Renato De Maria, pois em um filme que facilmente poderia rodar sem um revólver ser apontado, sem uma briga ou tiro, ele vai lá e coloca isso em algum momento, mas como disse nos outros longas que falei, esse é o seu estilão, e a Netflix gosta bastante dele, tanto que já é seu terceiro trabalho feito para a empresa, ou seja, já é daqueles que tem contrato fixo com eles, e aqui ao pegar um roteiro adaptado em cima de outro filme, ele foi bem sagaz de conseguir criar uma história boa, com nuances interessantes, e claro com uma pegada densa e imponente de um pai desesperado para conseguir dinheiro para o resgate dos filhos, claro fazendo algumas loucuras que talvez muitos não teriam coragem, mas o diretor soube brincar com as facetas da trama e fechar bem. A única deixa que talvez poderia fazer o filme ficar bem melhor seria talvez o início ser usado no meio do filme, bem na volta da Grécia o rapaz chegaria em casa e viria meio como um flashback da cena que usaram aqui no início, pois ficaria bem explicado e a bomba aconteceria numa formatação incrível, mas como adaptaram um filme existente, lá também começava dessa forma, então teve esse errinho que vai deixar alguns desanimados.

Quanto das atuações, diria que Riccardo Scamarcio colocou muita presença em seu Pietro, trabalhando bem seu lado desesperado na busca das crianças, e sabendo ser bem blasé, porém com apreensão nas cenas na Grécia e no barco para passar despercebido, mas foi bem ágil na desenvoltura final, sabendo entregar olhares e trejeitos fortes para sua acusação funcionar e envolver, mostrando presença cênica e muita dinâmica, que foi exatamente o que faltou fazerem com Darín no longa original. Agora Annabelle Wallis conseguiu com poucas cenas trabalhar um cinismo e olhares tão falsos para sua Elena que em momento algum conseguimos decifrar seu pensamento, tendo claro uma cena meio que falha, de ir viajar e voltar na mesma noite, coisa impensável para qualquer voo, mas tirando esse detalhe do roteiro, a atriz fez bons trejeitos e chamou atenção. Ainda tivemos alguns bons atos soltos das crianças e de Massimiliano Gallo com seu Nicola, mas a base mesmo ficou com os dois protagonistas, então nem vale sair dando destaques a toa.

Visualmente o longa teve uma boa entrega de uma família bem rica, com um apartamento chique, uma fazenda bem rica, um tremendo de um barco, que só fica atrás do barco do traficante com muito mais requinte, de modo que toda a procura do protagonista pelos vários ambientes da fazenda chega até cansar, mas como foi dinâmico, a pegada acaba sendo bem boa, também tivemos bons atos num restaurante grego, algumas cenas em alto mar bem trabalhadas, e toda uma correria para que o protagonista chegasse da fazenda ao aeroporto passando pela casa com muita imposição, mostrando alguns detalhes até que forçados para o roteiro, mas que funcionaram dentro do que o longa pedia.

Enfim, é um filme que quem não souber que é uma adaptação de outro filme irá conferir tranquilamente e mesmo com alguns errinhos aqui e acolá irá curtir toda a ideia, tanto que é o longa mais assistido do final de semana na plataforma de streaming, mas quem já viu o original argentino irá lembrar de alguns momentos e ficará tentando comparar, o que não recomendo, pois sendo algo bem diferente, o resultado acaba ficando estranho de certa forma, então veja como um bom passatempo, que vai valer a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda vou conferir mais um longa, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

MaXXXine

7/14/2024 01:07:00 AM |

Confesso que fui conferir "MaXXXine" esperando bem pouco dele, pois o primeiro filme "X - A Marca da Morte" me decepcionou ao ponto de até hoje não ter tido vontade de ver o prequel dele "Pearl", mas diferente do original que é só um gore mal trabalhado aonde o diretor conseguiu explodir por ter filmado na pandemia com pouquíssimos recursos, aqui com muito mais dinheiro para a produção conseguiu fazer uma trama muito mais chamativa, com uma pegada que remonta bem vários clássicos de terror dentro de Hollywood, tendo a personalidade bem encaixada da protagonista em busca de seu sonho, e um assassino perseguindo e matando várias outras mulheres ao seu redor, o que acabou sendo um erro meio que fácil de descobrir quem era o assassino. Mas dito isso, a grande sacada do diretor aqui foi trabalhar uma essência mais visual, bem oitentista mesmo, aonde muitas garotas sonhavam em ser atrizes de Hollywood e davam seu máximo para serem notadas, entrando claro pela porta dos fundos que são os longas pornôs, outras apenas pelos testes do sofá, mas quase sempre pelo submundo, aonde produtores inescrupulosos abusavam de suas influências, e como vimos no primeiro filme, a jovem não teve medo de nada, sendo imponente e destemida, e aqui se jogou no foco para conseguir seu grande papel, aonde vemos que o diretor usou da mesma fisgada para mostrar um estilo novo de suas facetas, que também pode lhe dar grandes filmes futuramente, já que demonstrou estilo e sonhos altos.

O longa nos mostra que sendo a única sobrevivente de uma filmagem pornô que deu errado há alguns anos, a determinada aspirante a atriz, Maxine Minx decide seguir sua jornada rumo à fama mesmo depois do acontecido. Agora, na década de 1980, em Hollywood, a estrela de cinema adulto começa a fazer testes para papéis no cinema e consegue uma vaga em uma sequência de terror de baixo orçamento, agarrando a oportunidade com todas as suas forças. Mas enquanto isso, Maxine se torna alvo da investigação de um detetive particular e um misterioso assassino, conhecido como Night Stalker, persegue as estrelas de Hollywood, deixando um rastro de sangue que ameaça revelar o passado sinistro de Maxine. Porém, ela não pretende deixar que esses problemas impactem sua bela carreira.

Acredito que deva ter sido engraçado para o diretor e roteirista Ti West ver na tela a personagem de uma diretora de filmes de terror de baixo orçamento que está fazendo sua continuação para crescer cada vez mais usando uma atriz em ascensão, que é exatamente o que ele mesmo está fazendo nesse filme, sendo algo quase que duplo de se pensar, mas que funcionou de uma maneira bacana e sábia, pois se o primeiro longa fez muito sucesso por ser de baixíssimo orçamento, ter sido filmado inteiro dentro da pandemia com limitações aos montes, aqui ele pode brincar mais com a ideia de uma trama de terror por muitos ambientes, cheios de sacadas e mortes de diferentes modos possíveis, e mais do que isso, brincou dentro dos estúdios dos cinemas, pois a sacada da jovem correndo pelos bastidores foi algo brilhante e bem bonito de se ver, e a forma encontrada de matar os "vilões" foram perfeitas, mostrando que ele tem estudo e sabe o que faz, podendo rumar para projetos mais intensos em um futuro próximo.

Quanto das atuações, Mia Goth já decolou no primeiro filme fazendo dois papeis e sendo intensa em ambos, mas ainda não tinha demonstrado sua personalidade realmente, afinal o primeiro longa é quase algo explosivo de ações e que cheio de intensidades até se perde um pouco no papel, porém aqui ela pode se jogar por completo como uma mulher decidida do que quer, enfrentando todos os perrengues possíveis para que sua Maxine estourasse em Hollywood, quase que literalmente, e agora vai ser colher os louros, pois certamente será chamada para papeis mais imponentes e vai precisar mostrar que fez o nome mesmo. Demorou um certo tempo para que eu ligasse a imagem de Kevin Bacon em seu John Labat, pois estava muito diferente na tela, e perseguindo tanto a protagonista só é notável mesmo quando faz seus trejeitos tradicionais, ou seja, brincou bastante na tela e fez mais um papel icônico para o seu currículo. Embora o papel de Elizabeth Debicki seja bem secundário na trama, como disse no parágrafo anterior ela fez o próprio diretor dentro do filme, e a postura que sempre entrega é algo tão chamativo que ela acaba sendo marcante com o pouco que faz, ou seja, agrada e funciona também. Dentre os demais, vale claro o destaque para Simon Prast bem icônico nos atos finais com seu Ernest imponente e cheio de determinações, Michelle Monaghan colocando sua Detetive Williams na tela de uma forma limpa e intensa, mas sem dúvida seu parceiro vivido por Bobby Cannavale é quem se sobressai nos atos que estão na tela, isso sem falar claro no agente da protagonista que Giancarlo Esposito brinca de fazer na tela.

Visualmente a trama teve um estilo bem clássico dos anos 80, com carrões conversíveis, os cinemas de mulheres nuas com shows ao vivo, claro as locadoras alternativas, e ainda possibilitando um passeio pelos vários barracões de estúdios, tendo inclusive o clássico Bates Motel com a casa do assassino de "Psicose" ao fundo, ou seja, o diretor teve muitos recursos para que seu filme mostrasse muitos elos clássicos e chamasse atenção, aonde vemos como são feitas as cabeças de filmes de terror para serem cortadas, rituais macabros e toda a mística do gigantesco letreiro, e claro usando e abusando de muitos bons elementos como armas, facas e tudo mais ainda deixou para um salto robusto a cena gore de explosões de partes do corpo.

Enfim, é um filme bacana, muito melhor que o anterior, mas com um defeito gigantesco, é alongado de ritmo, de tal forma que o longa tem apenas 103 minutos de projeção, mas senti assistindo uma trama de facilmente umas 3 horas, ou seja, ele cansa o espectador com tudo o que entrega na tela. Claro que passa bem longe de ser algo ruim de conferir, mas dava para o diretor ter trabalhado mais atos dinâmicos para que o filme ficasse mais imponente e chamasse ainda mais atenção, então fica a dica para a conferida, afinal sei que muitos irão ver, a sala estava completamente cheia na sessão legendada, o que me deixa bem alegre, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até breve.


Leia Mais

A Filha do Pescador (La Estrategia Del Mero) (The Fisherman's Daughter)

7/13/2024 07:06:00 PM |

Que o mundo está mudado todos nós sabemos, porém existem ainda muitas comunidades sem acesso à informação aonde as pessoas já estão velhas e não aceitam bem os costumes e gostos atuais, de tal forma que pessoas trans dificilmente são bem recebidas, principalmente após separações complicadas, mas uma coisa que nunca vai mudar, mesmo que a pessoa seja contra as mudanças, é um pai defender seu filho quando esse está com problemas. E o longa "A Filha do Pescador", que é uma colaboração entre Colômbia, Porto-Rico, República Dominicana e Brasil, entra no circuito comercial dos cinemas a partir da próxima quinta 18/07, trazendo bem essa pegada densa das relações familiares, da fuga por motivos pessoais e diferentes ou de crimes em outro local, e ainda ousando trabalhar a discussão de aceitação pós anos sem se ver e/ou de personalidades bem diferentes. Diria que a trama é ousada por introduzir esse tipo de discussão num mundo tão conturbado como anda atualmente, mas também precisa de estilo, pois não se alonga nem se aprofunda no que não é necessário, deixando apenas a forma bruta do miolo acontecer, para ter ao final algo tão singelo que consegue dizer mais do que mil palavras, além claro da forma poética e bonita para incorporar tudo. Ou seja, é um filme que muitos vão ver e achar simples demais, e outros irão se emocionar e apaixonar com o resultado completo, e alguns nem darão a chance de conferir sabendo do que se trata a trama, mas é inegável que a equipe foi sucinta e brilhou em não alongar a trama para que ficasse novelesca e sem sal como acontece em muitos casos do estilo.

A sinopse nos conta que Samuel mora sozinho numa ilha isolada em algum lugar do Caribe colombiano. Exímio mergulhador, ele vive da quase extinta prática da pesca submarina em mergulho livre. Um dia, o filho Samuelito, que ele não via há 15 anos, bate à sua porta. Agora uma mulher trans, conhecida como Priscila e em fuga, ela é forçada a voltar ao lar para se esconder. Seus mundos não poderiam ser mais distantes. Samuel não consegue aceitar Priscila, e ela não consegue perdoá-lo por eventos do passado. Mas acontecimentos dramáticos acabam obrigando os dois a se reaproximarem. Com eles, mergulhamos nas águas cristalinas do Mar do Caribe, mas também em uma bela história de relações familiares, diversidade, aceitação e amor.

A estreia do diretor e roteirista Edgar Alberto Deluque Jacome foi bem certeira, pois fez com que seu filme tivesse polêmica para ser discutida, mas também tivesse dinâmicas emocionais bem contextualizadas, e o melhor, sem precisar fazer algo de duas horas que inserisse mil personagens e acabasse virando uma novelona, ou seja, ele foi múltiplo no que desejava passar, mas de uma forma mais simples e coesa, de tal forma que seu filme não tem cenas que enroscam, não tem repetições, e se desenvolve bem facilmente na tela, que claro dava para impactar mais se alongasse talvez trabalhando um pouco do passado e do futuro da relação ali desenvolvida, mas não era necessário para a proposta, e o resultado funcionou bem dessa forma, ou seja, o famoso menos é mais que agrada.

Quanto das atuações, Roamir Pineda trouxe um ar meio que rancoroso demais para seu Samuel, entregando uma personalidade bem crua que retrata bem pessoas isoladas com uma vida simples de comunidades ribeirinhas, e esse estilão seco funcionou bem para o que o protagonista trabalhasse a essência do personagem e não desapontasse. Nathalia Rincón também trabalhou muitos trejeitos marcantes para que sua Priscila/Samuelito tivesse densidade e emoção na forma de trabalhar o sentido dramático da trama, se envolveu fácil com os demais personagens, e soube dosar o teor de olhares com uma dinâmica bem precisa para tudo. Os demais atores também foram bem selecionados para os papeis, mas como a tensão ficou maior somente entre os dois protagonistas, quase não tiveram dinâmicas para acertar, valendo leves destaques para o jovem Jesús Romero com seu Miguelito e Henry Barrios com seu Grimaldo.

Visualmente a locação acaba sendo bem marcante, com uma casa simples, inteira bagunçada, afinal são 15 anos que o pescador vive sozinho na ilha, tendo apenas os demais amigos pescadores que passam por ali, mas com a chegada da protagonista, ela coloca fotos, e monta o cantinho do velho de um jeito mais "charmoso", embora ainda bem rústico, não sendo um ambiente com muitos detalhes, mas que justamente dessa forma a equipe de arte conseguiu ser marcante e densa como a proposta pedia, além claro de belas cenas de mergulho.

Enfim, é um filme que tem uma pegada mais seca e direta, que vai trabalhar boas discussões do tema, e que mostra uma desenvoltura bem dramática por parte dos protagonistas, de modo que o filme tem um ar com muita presença na tela, que mesmo não sendo perfeito consegue agradar bastante com o que é mostrado, e sendo assim vale a indicação para que confiram o longa nos cinemas selecionados a partir do dia 18/07. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agradecendo o pessoal da Bretz Filmes e da Primeiro Plano pela cabine de imprensa, e volto mais tarde com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais