Uma coisa que sempre vemos nas guerras tanto reais quanto em filmes é que quem realmente manda e cria as mais diversas motivações para nações se enfrentarem está na sua casa quietinho, bebendo e comendo do melhor enquanto pessoas que nem se conhecem, ou até mesmo tem alguma afinidade, se digladiam até a morte de todos de um lado (ou de ambos), e nessa sacada sempre vemos que em terra firme (ou na água) alguns fogem desertando e não cumprindo seus deveres para com sua pátria de acabar com o outro lado, então qual ideia genial que tiveram, em um lugar aonde há anos países colaboram e convivem entre si fora do planeta se fosse dada a ordem de tomar tudo e acabar com seus próprios amigos de outro país lá, o que fariam? Pois bem, essa é a sacada do longa "Estação Espacial Internacional" que estreou na Amazon Prime Video com uma boa desenvoltura, cheio de nuances marcantes em um espaço bem restrito, que funciona bem, porém faltou um pouco mais de explosão e ação nos atos do miolo, demorando demais para ter um impacto forte realmente, mas que agrada pela ideia como um bom passatempo para quem curte tramas de suspense do estilo.
Na trama, uma Guerra Mundial está em andamento no planeta Terra e, secretamente, os Estados Unidos e a Rússia contatam seus astronautas a bordo de uma estação espacial e ordenam que dominem o local a qualquer custo.
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Na trama, uma Guerra Mundial está em andamento no planeta Terra e, secretamente, os Estados Unidos e a Rússia contatam seus astronautas a bordo de uma estação espacial e ordenam que dominem o local a qualquer custo.
Diria que a diretora Gabriela Cowperthwaithe usar bem o roteiro ao seu favor, pois se olharmos bem a fundo a trama é simples, o ambiente é simples, e o que foi muito mais difícil com certeza foram as gravações simulando o ambiente sem gravidade, pois no filme inteiro os personagens estão flutuando dentro da estação, e com isso o resultado entrega algo bem realista nesse sentido, de modo que se a diretora quisesse ir mais além, talvez tudo ficasse mais caro para as filmagens. Ou seja, como disse no começo a ideia mesmo é que ficou interessante de mostrar uma proposta dos famosos peões de guerra, daqueles que são soldados até o último minuto não se importando com amigos ou colegas de profissão, de modo que se os países estão em guerra vão para a última instância e quem sobreviver vira herói, e o resultado mostra essa ideologia de um modo funcional que poderia ter explorado um pouco mais, mas mudaria tudo na tela.
Quanto das atuações, o longa também foi bem enxuto de atores, e com Ariana DeBose trabalhando de um modo singelo com sua Kira conseguiu prender os olhares na novata da estação, de tal forma que poderia surtar mais, e entregar muito mais na tela, mas como a atriz vem de uma maratona de produções (deve estar com os mesmos problemas que Nicolas Cage, pois já teve 3 filmes esse ano e ainda estreará mais 2) já anda ficando um pouco artificial demais na tela. Outro que trabalhou bastante foi Pilou Asbæk com seu Alexey, usando bem traquejos expressivos fortes, e sendo bem imponente nos vários atos finais para que seu personagem fosse um misto de sensações na tela. Ainda tivemos Chris Messina e Masha Mashkova bem explosivos nos seus atos principais, de forma que tanto o seu Gordon quanto a sua Weronika deram dinâmica para o longa segurando a responsabilidade mesmo sem serem protagonistas na tela. E também tivemos John Gallagher Jr. com seu Christian e Costa Ronin meio que afastados demais sem grandes chamarizes, tendo claro um ou outro momento para despontar que não foram tão além.
Visualmente posso afirmar que a equipe de arte pesquisou bastante nas imagens verdadeiras para construir um bom ambiente fechado, com muitos elementos eletrônicos em um espaço bem pequeno, de forma que vemos as camas para dormir amarrados para não sair flutuando, vemos muitos elementos para serem usados como possíveis armas, e todo o envolvimento com os ratinhos, meio que dando uma perspectiva de se pensar nos testes, além disso tivemos claro muita computação do lado de fora da estação para mostrar a Terra bem bonita azul e depois vermelha em guerra, ficando até um pouco artificial demais, mas dentro da proposta funcional ao menos.
Enfim, é um filme simples de entrega, mas com uma ideia digamos inovadora e diferente do usual que vemos em tramas de guerra, com uma pegada talvez até realista demais que alguns vão achar estranho, mas que se refletirmos seria possível de acontecer tudo da forma que rola, tivemos alguns momentos mais descontraídos bem colocados, então acaba sendo um bom passatempo para conferir. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.