Diria que o diretor Phillip Noyce soube segurar demais a trama de Chris Sparling para que a tensão fosse criada de maneira convincente, pois facilmente daria para abrir diversos vértices e ser filmado de inúmeras maneira o texto, daria para contar a história sob pelo menos umas três óticas, e cada uma pegaria o público de uma forma, e aqui a base maior é em cima das mães, que sempre confiam nos filhos, mas que uma pulga pode mexer com a cabeça toda, mas ainda assim é uma mãe que vai correr, vai se desesperar, e que mesmo morrendo depois de torcer o pé, bater a cabeça, vai se embrenhar na floresta para conseguir chegar o mais rápido até aonde está o filho, e se não conseguisse um carro, certamente ela continuaria a pé correndo muito para chegar lá. Ou seja, talvez muitas pessoas que não tenham filhos enxergue o longa de outra forma, mas quem conseguir imaginar tudo vai se impactar bastante. Outra reclamação que muitos estão fazendo é do exagero de câmeras na mão, e isso é o truque mais antigo que temos para causar desespero no público, que é movimentar tudo, fazer quase como alguém estando seguindo a protagonista, e pode ser um clichê, mas funciona, e mesmo incomodando, não dando o devido realismo prático para a cena, o resultado faz bem para a trama, e diria mais, eu ainda demoraria mais para a protagonista descobrir mais coisas, pois a dúvida é o pior inimigo de uma pessoa, e embora preocupada com o filho, ela chegaria na escola com trejeitos mais conflitivos ainda, e o resultado seria ainda mais forte.
Sobre as atuações, ou melhor a atuação, tivemos Naomi Watts perfeita com sua Amy, literalmente suando aos montes para entregar algo incrível, correndo por uma floresta gigantesca, fazendo trilhas, caindo, levantando e tudo isso falando e mexendo aos montes no celular tentando descobrir mais sobre o que está acontecendo, tentando conexões e tudo mais, ou seja, a atriz fez o filme dela trabalhando tons de voz, expressões fortes e dinâmicas, e sem morrer, com um fôlego que muitos passariam mal gravando, e ela foi firme e muito interessante, conseguindo segurar o espectador com ela, ou seja, a trama é quase um monólogo já que não vemos os demais personagens, apenas ouvimos suas vozes no telefone, e a atriz nos convenceu dessa realidade que é muito comum atualmente e com muita precisão. Quanto aos demais, como são apenas vozes tenho de falar bem dos tons dos policiais, do cara do conserto de carros, das amigas, da filha e tudo mais, e claro pela seriedade bem densa passada pelo jovem Colton Gobbo em seus vídeos, que não foram impressionantes, mas trabalharam bem a temática de seu Noah.
Quanto do visual, inicialmente nem parece que a protagonista foi tão longe em sua corrida, mas a volta pelo meio da floresta parece ser interminável, quase como se ela tivesse atravessado umas 10 cidades, com trilhas cheias de curvas, rodovias cruzando mas sem chegar em lugar algum e nem passando quase que carros, sendo uma paisagem bonita de ver, mas que incomoda bastante, então basicamente de cenografia temos apenas o celular e algumas cenas de lembranças que nem precisariam fazer caso quisessem economizar ainda mais na produção, mas aí ficaria básico demais, então tivemos brincadeiras de crianças, lembranças dos filhos com o marido, e claro toda a desenvoltura tensa na cena final na escola, com muitos policiais e toda a dinâmica em si de uma fuga, ou seja, a equipe trabalhou pouco, mas trabalhou muito bem para entregar tudo.
Enfim, volto a frisar que muitos irão odiar o filme pela essência mais fechada, e também por não se conectarem com a entrega da protagonista, mas quem entrar no clima e sentir da mesma forma todo o desespero entregue pela personagem principal certamente irá suar na poltrona e sair até ofegante da sessão, e dessa forma eu recomendo demais o longa para todos, colocando essa regra para não ter reclamações. E assim sendo eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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