Já disse uma outra vez isso e volto a frisar que os franceses sabem fazer bem comédias dramáticas e dramas cômicos, e quando saem desses gêneros geralmente acabam entregando propostas não muito interessantes, ao ponto que mais desanimam do que agradam. Dito isso, o longa "Bronx", que estreou essa semana na Netflix, é uma trama policial até que condizente dentro da proposta que desejavam, mostrando bem o mundo do crime em uma região, aonde praticamente polícia, máfia, tráfico e tudo mais anda bem junto e separado, parecendo um estar atrás do outro, mas todos bem envolvidos, de modo que talvez nas mãos de um diretor mais dinâmico até teria algo envolvente e cheio de explosões, tiros e tramas amarradas para todos os lados, mas aqui tudo soou calmo demais, sem chamar ninguém para uma responsabilidade mais forte, começando por uma cena que até parecia extremamente imponente, mas que depois que vemos ela inteira é algo meio que jogado, e para completar a finalização é daquelas que desanima mais ainda. Ou seja, é um filme que deveria ser de ação policial, mas que não foi nem uma das duas coisas, e nem chama a atenção por boas atuações, então é melhor pular ele.
A trama nos conta que nos distritos do norte de Marselha, um massacre orquestrado pelo clã Bastiani ocorre. Dois rivais são encarregados da investigação; Vronski, policial do esquadrão anti-gangue, e Costa, líder de grupo BRB que usa de práticas questionáveis. A situação se agrava quando uma testemunha chave é assassinada sob custódia policial. No meio da guerra entre gangues, Vronski e seus homens serão forçados a fazerem escolhas que podem desencadear graves consequências.
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A trama nos conta que nos distritos do norte de Marselha, um massacre orquestrado pelo clã Bastiani ocorre. Dois rivais são encarregados da investigação; Vronski, policial do esquadrão anti-gangue, e Costa, líder de grupo BRB que usa de práticas questionáveis. A situação se agrava quando uma testemunha chave é assassinada sob custódia policial. No meio da guerra entre gangues, Vronski e seus homens serão forçados a fazerem escolhas que podem desencadear graves consequências.
Diria que o diretor Olivier Marchal até tem uma boa experiência com longas e séries policiais, seja na direção ou até mesmo na atuação por onde fez muita fama no passado, porém aqui a sensação é de que o roteiro foi quebrado demais, e até tirado partes essenciais para que a trama funcionasse mais, pois vemos cenas com dinâmicas que precisariam de mais imponência, momentos que exigiriam uma ação policial mais desenfreada, e o filme recai para o lado meio que investigativo sem ter investigações. Ou seja, vemos algo meio que tramado entre todos os personagens, que chega até parecer um episódio de alguma série policial, ou uma continuação de algo que as pessoas já conhecem, pois o filme acaba não fluindo, e com isso, cansando o espectador mais do que agradando, o que acaba sendo ruim tanto pela forma dirigida, quanto pela história em si, o que é uma falha gravíssima, e que acaba recaindo completamente para cima dele, afinal também é o roteirista, então se não houve problemas de produção, algo acabou não sendo desenvolvido que funcionasse para chamar mais atenção.
Sobre as atuações, o estilo desenvolvido pelo protagonista até chama um pouco a atenção, de modo que o filme até tenta focar mais nele, mas Lannick Gautry não tem uma perspectiva muito imponente para que seu Vronski saia na frente e impacte, ao ponto que ficamos sempre esperando algo a mais dele, e nem o "assalto" que acabam fazendo ficou inteligente suficiente para que o filme fluísse para algo, ou seja, faltou atitude mais marcante. O mais engraçado é que o filme contou com um dos atores franceses mais chamativo, que é Jean Reno, e colocaram ele meio que fazendo pontas, aparecendo em algumas cenas jogadas que não vão muito além, ou seja, gastaram com um cachê caro para nem usar direito o ator, ao ponto que seu personagem Leonetti até tem uma ligação forte como chefe da polícia, e tem muitos vínculos travados com a máfia, mas poderiam ter ido bem além com seus atos. Diria que talvez usaram demasiadamente a depressão do personagem de Stanislas Merhar, começando o filme com ele, aparecendo em cenas fortes, e tudo mais, mas ele não é nada demais para ter um protagonismo na trama, e assim sendo, cansa seu estilo, e suas atitudes, ao ponto que no miolo já até torci pra aparecer logo a cena de abertura e tirar ele de jogo, pois o papel é muito fraco. Quanto aos demais, até tivemos algumas tentativas de aparições marcantes, mas nada que fosse muito além, tendo um leve destaque para Gérard Lanvin com seu Paul, mas o papel não explode, então ficou simples demais, e quanto das mulheres da trama, é melhor nem falar nada, pois todas são praticamente enfeites expressivos fazendo caras e bocas sem necessidade.
Visualmente a trama é ainda mais estranha, pois temos um departamento policial que tem um vestiário e sala de reuniões parecendo um local abandonado, tudo meio que jogado num salão imenso, com paredes prontas para alguém ficar escondido, um assalto a barco numa praia cheia de matos baixinhos que ninguém vê os caras de preto escondidos, uma missa da máfia aonde a polícia entra tranquilamente sem virar um auê, um bar pequeno mas abarrotado de gente meio que incomum junto com policiais, todos bem simples, mas com iates e casarões, ou seja, a equipe de arte foi bem desconexa com tudo, mostrando somente ao final a tremenda mansão da máfia, mas é melhor nem entrar em detalhes do final, pois foi algo lastimável.
Enfim, é um filme que ao batermos o olho na lista da Netflix parece bem interessante, começa meio estranho, tem um primeiro ato que ficamos presos tentando acreditar numa melhoria, mas que desanda tanto no segundo ato e no final que nem dá para recomendar para nada, sendo fraco demais, e bagunçado mais ainda, ou seja, prefira dar play em outro filme, pois não recomendo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.