Netflix - Bronx (Rogue City)

10/31/2020 01:22:00 AM |

Já disse uma outra vez isso e volto a frisar que os franceses sabem fazer bem comédias dramáticas e dramas cômicos, e quando saem desses gêneros geralmente acabam entregando propostas não muito interessantes, ao ponto que mais desanimam do que agradam. Dito isso, o longa "Bronx", que estreou essa semana na Netflix, é uma trama policial até que condizente dentro da proposta que desejavam, mostrando bem o mundo do crime em uma região, aonde praticamente polícia, máfia, tráfico e tudo mais anda bem junto e separado, parecendo um estar atrás do outro, mas todos bem envolvidos, de modo que talvez nas mãos de um diretor mais dinâmico até teria algo envolvente e cheio de explosões, tiros e tramas amarradas para todos os lados, mas aqui tudo soou calmo demais, sem chamar ninguém para uma responsabilidade mais forte, começando por uma cena que até parecia extremamente imponente, mas que depois que vemos ela inteira é algo meio que jogado, e para completar a finalização é daquelas que desanima mais ainda. Ou seja, é um filme que deveria ser de ação policial, mas que não foi nem uma das duas coisas, e nem chama a atenção por boas atuações, então é melhor pular ele.

A trama nos conta que nos distritos do norte de Marselha, um massacre orquestrado pelo clã Bastiani ocorre. Dois rivais são encarregados da investigação; Vronski, policial do esquadrão anti-gangue, e Costa, líder de grupo BRB que usa de práticas questionáveis. A situação se agrava quando uma testemunha chave é assassinada sob custódia policial. No meio da guerra entre gangues, Vronski e seus homens serão forçados a fazerem escolhas que podem desencadear graves consequências.

Diria que o diretor Olivier Marchal até tem uma boa experiência com longas e séries policiais, seja na direção ou até mesmo na atuação por onde fez muita fama no passado, porém aqui a sensação é de que o roteiro foi quebrado demais, e até tirado partes essenciais para que a trama funcionasse mais, pois vemos cenas com dinâmicas que precisariam de mais imponência, momentos que exigiriam uma ação policial mais desenfreada, e o filme recai para o lado meio que investigativo sem ter investigações. Ou seja, vemos algo meio que tramado entre todos os personagens, que chega até parecer um episódio de alguma série policial, ou uma continuação de algo que as pessoas já conhecem, pois o filme acaba não fluindo, e com isso, cansando o espectador mais do que agradando, o que acaba sendo ruim tanto pela forma dirigida, quanto pela história em si, o que é uma falha gravíssima, e que acaba recaindo completamente para cima dele, afinal também é o roteirista, então se não houve problemas de produção, algo acabou não sendo desenvolvido que funcionasse para chamar mais atenção.

Sobre as atuações, o estilo desenvolvido pelo protagonista até chama um pouco a atenção, de modo que o filme até tenta focar mais nele, mas Lannick Gautry não tem uma perspectiva muito imponente para que seu Vronski saia na frente e impacte, ao ponto que ficamos sempre esperando algo a mais dele, e nem o "assalto" que acabam fazendo ficou inteligente suficiente para que o filme fluísse para algo, ou seja, faltou atitude mais marcante. O mais engraçado é que o filme contou com um dos atores franceses mais chamativo, que é Jean Reno, e colocaram ele meio que fazendo pontas, aparecendo em algumas cenas jogadas que não vão muito além, ou seja, gastaram com um cachê caro para nem usar direito o ator, ao ponto que seu personagem Leonetti até tem uma ligação forte como chefe da polícia, e tem muitos vínculos travados com a máfia, mas poderiam ter ido bem além com seus atos. Diria que talvez usaram demasiadamente a depressão do personagem de Stanislas Merhar, começando o filme com ele, aparecendo em cenas fortes, e tudo mais, mas ele não é nada demais para ter um protagonismo na trama, e assim sendo, cansa seu estilo, e suas atitudes, ao ponto que no miolo já até torci pra aparecer logo a cena de abertura e tirar ele de jogo, pois o papel é muito fraco. Quanto aos demais, até tivemos algumas tentativas de aparições marcantes, mas nada que fosse muito além, tendo um leve destaque para Gérard Lanvin com seu Paul, mas o papel não explode, então ficou simples demais, e quanto das mulheres da trama, é melhor nem falar nada, pois todas são praticamente enfeites expressivos fazendo caras e bocas sem necessidade. 

Visualmente a trama é ainda mais estranha, pois temos um departamento policial que tem um vestiário e sala de reuniões parecendo um local abandonado, tudo meio que jogado num salão imenso, com paredes prontas para alguém ficar escondido, um assalto a barco numa praia cheia de matos baixinhos que ninguém vê os caras de preto escondidos, uma missa da máfia aonde a polícia entra tranquilamente sem virar um auê, um bar pequeno mas abarrotado de gente meio que incomum junto com policiais, todos bem simples, mas com iates e casarões, ou seja, a equipe de arte foi bem desconexa com tudo, mostrando somente ao final a tremenda mansão da máfia, mas é melhor nem entrar em detalhes do final, pois foi algo lastimável.

Enfim, é um filme que ao batermos o olho na lista da Netflix parece bem interessante, começa meio estranho, tem um primeiro ato que ficamos presos tentando acreditar numa melhoria, mas que desanda tanto no segundo ato e no final que nem dá para recomendar para nada, sendo fraco demais, e bagunçado mais ainda, ou seja, prefira dar play em outro filme, pois não recomendo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Tenet em Imax (Tenet)

10/30/2020 01:46:00 AM |

Um tremendo filmão daqueles que você sai com dor de cabeça de tanto fritar os neurônios tentando entender o que está acontecendo naquele momento exato, o que já aconteceu e o que vai acontecer, essa pode ser a melhor definição de "Tenet". De forma que alguns irão odiar, outros amar, e até diria que a maioria nem vai entender tudo, pois o diretor quis assim, e pronto, transformando um filme de reversão temporal muito bem feito em algo gigantescamente maluco e perfeito de ver de preferência na maior tela possível, pois é insano a quantidade de ação entregue nas cenas finais, e como costumo dizer, uma boa batalha tem de ser apreciada com tudo no máximo. Dito isso, o filme é bem intenso e chega a dar um certo nó no cérebro com tantas reviravoltas, que vale muito ver e rever para entender tudo, mas que quem prestar bastante atenção certamente vai entender tudo, e irá vibrar a cada loucura feita.

A sinopse nos conta que um agente da CIA conhecido como O Protagonista é recrutado por uma organização misteriosa, chamada Tenet, para participar de uma missão de escala global. Eles precisam impedir que Andrei Sator, um renegado oligarca russo com meios de se comunicar com o futuro, inicie a Terceira Guerra Mundial. A organização está em posse de uma arma de fogo que consegue fazer o tempo correr ao contrário, acreditando que o objeto veio do futuro. Com essa habilidade em mãos, O Protagonista precisará usá-la como forma de se opor à ameaça que está por vir, impedindo que os planos de Sator se concretizem.

Falar sobre a direção de Chistopher Nolan é o mesmo que falar sobre como queremos ser surpreendidos e confusos, pois ele brinca com a dúvida, faz tudo cada vez maior e real (a maioria das cenas foi realmente filmada sem efeitos computacionais), e usando inclusive um físico para saber como brincar com tudo acabou entregando um roteiro insano que flui muito, principalmente no segundo ato, e que faz com que praticamente entremos na ideia toda para entender onde realmente estamos, afinal não é um filme de volta no tempo, mas sim de inversão temporal, que não é muito diferente, mas que brinca mais com conceitos próximos, e o resultado acaba soando ainda mais maluco. Ou seja, o roteiro de Nolan é incrível, sua direção foi minuciosa, e assim como fez em "A Origem", aqui ele nos entrega um filme para ver mais que uma vez para compreender tudo, e que mesmo com um começo meio lento demais, ao final tudo faz muito sentido, funciona, empolga, e quem estiver disposto a entrar no clima irá se apaixonar pela trama toda, e claro ficar por trás da máscara na cara com um tremendo sorriso de surpresa a cada momento final.

Sobre as atuações, chega a ser incrível a precisão técnica e expressiva de todos para com cada momento do filme, pois tiveram de filmar tantas vezes cada cena, fazer indo, fazer voltando (pois muitos vão falar que gravaram em seguida e depois editaram, mas há momentos com tudo rolando ao mesmo tempo, ou seja, a bagunça fica bem completa para apenas inverter a gravação!), ou seja, foram bem demais. E cada dia mais John David Washington mostra que não está nos principais projetos por ter uma família influente no cinema, mas sim por seus méritos expressivos muito bem encaixados, ao ponto que aqui seu Protagonista é forte, é dinâmico, e entrega o que um protagonista deve entregar: carisma do começo ao fim para que o público se conecte a ele. Se algumas pessoas ainda estavam com medo do que Robert Pattinson poderia fazer com seu vindouro filme do Batman, aqui ele deu uma leve palhinha com seu Neil perfeito de expressões, com momentos icônicos, e dinâmicas de tirar o chapéu e torcer pelo seu personagem, agradando muito com uma desenvoltura bem preparada, cheia de ações e boas sacadas. Kenneth Branagh entregou um Andrei Sator meio fechado demais, mas seu papel pedia isso, e o ator caiu muito bem para o estilo, e de certa maneira ficamos bravos com sua vilania, sendo um bom acerto na maioria das cenas. Elizabeth Debicki trouxe para sua Katherine uma mulher forte e determinada, que nem chegamos a entender a leve "paixonite" que o protagonista acaba tendo por ela, mas que foi bem certeira em muitos atos, e acaba agradando também. Quanto aos demais, tivemos muitos bons momentos com vários atores, mas a maioria foi usado pouco para ter um grande destaque, valendo apenas pontuar algumas boas cenas de Dimple Kapadia com sua Pryia misteriosa.

Visualmente o longa também bate um bolão com cenas intensas de perseguições de carros, lutas em corredores, um teatro lotado sendo invadido, cenas no meio do mar, dentro de um tubo de energia eólica, navios, um cofre de quadros caríssimos, e claro uma explosão real de um avião trombando em um hangar, ou seja, a equipe de arte gastou dinheiro a rodo no primeiro ato, e no final ainda teve uma tremenda guerra com vários figurantes, armas, figurinos de guerra, prédios sendo demolidos e explodidos, iates, e tudo mais, ou seja, é de cair o queixo a cada cena entregue com uma precisão cirúrgica para que tudo fosse usado e funcional para as devidas cenas, mesmo que soassem confusas e sem muita explicação. 

A trilha sonora é intensa do começo ao fim, dando ritmo para a produção, e que junto de uma mixagem incrível de tiros, explosões e muita dinâmica acaba quase nos deixando surdos dentro da sala Imax com o som no talo, ao ponto que mesmo não tendo grandes canções, a composição própria de Ludwig Göransson foi precisa e é incrível de ouvir, então deixo aqui o link para isso.

Enfim, era um dos filmes que eu particularmente mais estava esperando no ano, e mesmo indo com expectativas gigantescas, acabei não me decepcionando, pois os 150 minutos passam voando (claro após o começo meio que enroscado), e pode ser que na minha avaliação final nem seja o melhor longa do ano, mas certamente será daqueles que vou lembrar por um bom tempo, e até pensarei em rever. Sendo assim recomendo com certeza para todos que gostem de uma trama investigativa no estilo 007, mas que mistura ciência, e bagunça temporal, valendo inclusive como já disse ver na maior sala possível, afinal o longa foi filmado com as câmeras Imax, então se tiver em sua cidade, não perca a oportunidade. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - A Casa do Terror (Haunt)

10/28/2020 11:59:00 PM |

Se você curte um filme com bons sustos, cenas tensas, e principalmente não liga para uma matança sem motivos aparentes, pode dar o play no longa que estreou na Amazon Prime Video, "A Casa do Terror", pois é daqueles que você clica pela sinopse, vai achando tudo meio bobinho, porém estranho, mas a hora que as coisas começam a ficar tensas, o bicho pega pra valer, e aí é sobreviva quem puder, e como puder, ao ponto de tudo acabar sendo forte e bem realista, com uma pegada intensa, que mesmo não sendo uma história daquelas que surpreendem por um conteúdo, acaba sendo bem montado e criado para funcionar como algo bem trabalhado e no ponto para quem gosta de um terror de estilo. Ou seja, é um filme que chega até chocar por algumas cenas, e que caiu bem para um Halloween sem filmes fortes, ao ponto que garante bons pulos na cadeira, e que tem um fechamento bem interessante e bem pensado.

O longa nos conta que no Halloween, quando um grupo de amigos decide entrar em uma casa assombrada “extrema” que teoricamente irá atacar seus medos mais profundos. No entanto, as coisas pioram quando alguns dos monstros dentro da casa se revelam reais. Agora, o desafio é sair vivo.

Confesso que tomei uns sustos e fiquei bem espantado com a forma real que fizeram algumas mortes no filme, ao ponto que colocaria os diretores e roteiristas Scott Beck e Bryan Woods como sérios candidatos a psicopatas do ano, pois como escritores de "Um Lugar Silencioso" já mostraram serviço com uma ideia bem trabalhada, e aqui foram mais intensos e diretos em algo que até tem uma premissa mais simples, meio que talvez até aberta para trabalhar o lado mais forte do passado da protagonista, mas como não vai muito além nisso, o que acaba valendo é a intensidade dos malucos que montaram uma senhora casa assombrada, com labirintos assassinos e claro personagens bem bizarros. Ou seja, o roteiro não tem um primor por uma história que vai ser memorável, mas como diretores souberam entregar algo clássico de filme de labirintos, com situações bem intensas e principalmente com uma formatação de fuga bem trabalhada, que acabará surpreendendo bem quem gosta do estilo, mostrando que a dupla tem muito potencial ainda para mostrar, e que vão além no que desejam.

Sobre as atuações, temos boas interpretações de personagens fracos, pois o desespero deles deveria ser algo mais intenso, ter mais choro, mais gritaria, mas ficam praticamente o tempo todo parados, esperando acontecer, e isso não é algo comum de ver em filmes de terror, mas ao menos os dois protagonistas principais foram pra cima, e a desenvoltura fluiu. Katie Stevens até conseguiu segurar bem a responsabilidade do segundo ato com sua Harper, pois inicialmente ficou boba demais com um relacionamento abusivo, vinda de uma família aonde a mãe também sofria o mesmo, e não parecia ir muito além, mas quando se bota pra valer para tentar fugir dos psicopatas, e matar também cada um para se defender, ela ligou o turbo no ódio e foi muito bem no que fez, principalmente na ideia final, e assim acabou resultando em algo bacana de ver. Will Brittain trabalhou seu Nathan sem muita empolgação inicial também, parecendo ser meio tímido e contraído demais, mas quando precisou de atitudes nas cenas finais foi bem, e conseguiu chamar atenção, ou seja, funcionou no que precisava. Quanto aos demais, diria que todos foram contidos e funcionaram bem para cada momento da trama, uns servindo mais para matar, e outros mais para morrer, ao ponto que vamos acompanhando cada um com sua funcionalidade, e o resultado é bacana ao menos, além de termos os vilões com maquiagens bem fortes e intensas por baixo das máscaras, assustando ainda mais com tudo.

Visualmente diria que a equipe de arte foi tão psicopata quanto os diretores, afinal toda produção de Eli Roth costuma ser imponente de elementos, e aqui tivemos uma casa preparadíssima para matar ou pelo menos machucar quem entrasse nela, com figurinos imponentes dos vilões, maquiagens minuciosas, e claro muitos elementos cênicos importantes para que o filme fluísse e causasse muito. Ou seja, é daqueles filmes que ficamos esperando o pior, ou pelo menos um grande susto a cada curva, e acaba ocorrendo e funcionando bastante.

Enfim, é um filme feito para os fãs de longas de terror com sustos, que muito bem produzido e dirigido acaba até suprimindo algumas falhas do roteiro, e sendo assim vale muito a conferida para quem curte o estilo, então veja e se divirta com os sustos que vai tomar, e se choque com as mortes intensas bem feitas, pois recomendo com certeza. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.


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Armas em Jogo (Guns Akimbo)

10/27/2020 10:48:00 PM |

Ultimamente tem saído até que uma quantidade interessante de filmes que lembram jogos de videogame, da mesma forma que muitos jogos de videogame hoje estão parecendo cada vez mais filmes, e nessa briga quem acaba ganhando é quem gosta dos dois estilos, pois passamos a ver trabalhos cada vez mais cheios de tecnologia, que acabam criando insanidades visuais tão boas que acabamos entrando no clima mesmo que não curtindo muito toda a ideia, e nessa toada entrou em cartaz "Armas em Jogo", que inicialmente parece algo visualmente estranho, com ambientações escuras, pequenas telas com molduras, uma bagunça total em alta velocidade, sem muitas explicações diretas, porém conforme vai sobrando uma brecha na dinâmica corrida, vão nos entregando mais detalhes, colocando mais boas músicas, mais tiros e bizarrices, ao ponto que vamos adentrando a toda perspectiva mostrada, e o resultado é que passamos a torcer pelo protagonista no jogo que ele se encontra. Ou seja, é daqueles filmes que vemos um começo bizarro ir piorando na loucura, mas ficamos tão ligados em tudo, que passamos a curtir, e isso é muito bom, pois a proposta embora maluca, é boa, e por incrível que pareça tem potencial para ter continuações, e talvez até melhorar a insanidade para um nível talvez mais aceitável por todos. Não diria que é o melhor filme do gênero, mas entrega uma ação cômica tão boa, que nos vemos rindo de tudo e vibrando com o que acaba acontecendo, e assim sendo, quem for disposto a curtir e entrar no clima vai gostar bastante do que verá.

A sinopse nos conta que Miles se sente empacado em sua vida: seu emprego não tem futuro e ele continua apaixonado por sua ex-namorada. Um dia, ele se vê forçado a participar de uma perigosa competição realizada pela gangue Skizm. O torneio é transmitido online por um sombrio site e as pessoas da cidade se juntam para ver qual dos participantes consegue mais espectadores online. Ao descobrir que sua ex-namorada foi sequestrada por um grupo armado que participa da disputa, Miles decide deixar para trás seus medos e enfrentá-los.

Inicialmente até imaginei que o longa tivesse alguma ligação com algum jogo de videogame pela proposta toda, porém depois de ler um pouco vi que é uma trama original escrita e dirigida por Jason Lei Howden, que em seu segundo filme já mostrou a que veio, pois é uma tremenda produção, pesada, cheia de armas de grande calibre, tiros para todos os lados, uma desenvoltura bem ágil com uma proposta intensa, e principalmente uma história insana com fundamentos, afinal hoje sabemos bem que muitos jovens acabam entrando em streamings de jogos apenas para xingar e torcer para que algum jogador se lasque com o que está fazendo, e aqui mostra algo meio que impulsivo contra alguém desse estilo, e como ele acaba se virando após entrar no jogo também. Ou seja, o diretor foi certeiro na proposta, na dinâmica, e na forma desenvolvida de seu roteiro, agradando bastante pelo estilo mostrado, mas se tenho algo para criticar talvez seria o exagero de efeitos de videogame, que deixaram o filme meio que poluído visualmente, com bordas, com traquejos e tudo mais, que até tem um certo sentido, afinal mostram os espectadores vendo em computadores e celulares pequenos, mas ok isso no começo, depois ficou exagerado, ao ponto que uma trama menos suja agradaria visualmente muito mais. Dito isso, posso dizer que fiquei bem curioso por uma continuação, ou quem sabe uma nova trama original do diretor, pois mostrou serviço, e foi muito bem no que fez.

Sobre as atuações, acredito que Daniel Radcliffe já gastou tudo o que ganhou com seu Harry Potter, pois tem aparecido em tantos filmes que chega a ser até assustador, porém temos um detalhe, ele tem acertado a mão em todos os personagens, entregando sempre algo bem diferente, ao ponto de mostrar sua versatilidade e acerto de estilo, ou seja, aqui seu Miles é completamente desesperado no começo, cheio de percalços sem poder usar suas mãos, soando bem engraçado com tudo o que acaba fazendo, mas depois que entra no clima o jovem se joga completamente, e o resultado é algo que faz com que o espectador passe a torcer por ele, então mesmo fazendo tantos papeis ele tem mostrado um artista versátil bem encaixado e que tem ainda um bom futuro com papeis dinâmicos, o que é bom para tentar apagar sua imagem de Harry Potter. Samara Weaving também se entregou bem para o papel de Nix, usando todo tipo de arma possível para matar quem entrar na sua frente, usando um figurino destroçado, uma personalidade insana de assassina desesperada, e claro um impulso forte bem preparado para cada momento seu na trama sair perfeito, ou seja, deu show. Ned Dennehy certamente passou boas horas na cadeira de maquiagem para fazer seu Riktor, pois com diversas tatuagens na cara e no corpo todo, o ator entrega um personagem de atitudes bem imponentes, cheio de personalidade, e completamente maluco na construção de seu canal de streaming de batalhas, ou seja, foi bem importante, envolvente, só pecando um pouco numa certa fragilidade final que poderia ser diferente, mas de certo modo agradou mais do que errou. Quanto aos demais personagens e atores, praticamente todos acabaram sendo bem figurantes na trama, tendo todos os espectadores/torcedores aparecendo até demais, vindo a todo momento comentar algo ao ponto de que chega a cansar, mas vale destacar claro Natasha Liu Bordizzo com sua Nova, que acaba sendo praticamente uma refém apenas com atitudes bacanas por ser a ex do protagonista, mas nada demais para ficarmos focados nela.

Visualmente volto a dizer que o filme foi bem sujo de estilo, com uma cidade praticamente abandonada, ao menos nos locais que os protagonistas passam, como becos, um desmanche de carros, o próprio escritório da rede de streaming do jogo, e até mesmo a casa do protagonista é bem bagunçada visualmente, ao ponto que temos um pouco mais de calma visual no escritório que ele trabalha, e no parque, mas como sempre está sendo perseguido pela protagonista, temos tiros de todo tipo de arma em todos os momentos, e nesse conceito o visual fica completamente insano e funcional, ao ponto que tudo vale muito o estilo, e o resultado acaba funcionando realmente como um grande episódio de um jogo de videogame.

Um bom filme de ação tem de possuir uma boa trilha sonora, e aqui escolheram canções explosivas no mesmo estilo da trama, funcionando tanto para que os atos tenham um contexto maior, quanto para que a dinâmica do filme fosse além, ou seja, é daquelas que valem demais ouvir tanto durante o filme, quanto depois, e aqui eu deixo o link para quem quiser curtir.

Enfim, é um filme que tem muitos pequenos defeitos que não chegam a incomodar, e que mesmo sendo completamente bizarro e maluco, diverte do começo ao fim com a proposta, com a técnica escolhida, e principalmente com a história contada, ao ponto que até vamos talvez lembrar de outros filmes parecidos com a temática, mas nada que seja exatamente igual, sendo bem original, e valendo demais a conferida para quem curte o estilo, ao ponto que recomendo com certeza. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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A Verdadeira História de Ned Kelly (True History of Kelly Gang)

10/27/2020 12:47:00 AM |

Sempre é interessante conhecer vários pontos de vista de uma história real, ou pelo menos lendária, que já foi contada em diversos livros e filmes por ser um dos fora-da-lei que mais desafiou o sistema policial da época na Austrália, e com uma pegada mais intensa, e até literária, afinal aqui colocaram meio que como se fosse as palavras reais de Ned, o longa "A Verdadeira História de Ned Kelly", consegue ser intenso, com boas atuações, e principalmente com cenas fortes bem trabalhadas, de modo que acabamos nos envolvendo bem com cada momento, e que mesmo ele sendo um fora-da-lei acabamos torcendo por ele. Ou seja, é uma trama que entrega bem os momentos sofridos do jovem na infância e adolescência, tudo de ruim que viveu, e que tenta usar isso como motivo para seu desenrolar criminoso, mas mais do que isso, entrega a personalidade problemática do garoto, e por consequência do homem que se tornou, mostrando um filme intenso que agrada pela formatação, mas que talvez um pouco menos de primeira pessoa agradasse mais.

O longa nos mostra a ascensão e a queda do rebelde australiano Ned Kelly, consagrado como o maior bush ranger da história do país. Durante a década de 1870, incentivado pelo foragido Harry Power e pela prisão de sua mãe, Kelly recrutou um montante de rebeldes para planejar uma rebelião lendária.

O diretor Justin Kurzel costuma entregar um estilo bem dinâmico em seus longas, e sabiamente costuma amplificar suas histórias, de modo que tudo acaba sendo bem trabalhado, e principalmente bem contado, tanto que aqui ele nos faz ficar bem do lado de um fora-da-lei, e acreditar na famosa sina de que os fins justificam os meios, e que toda pessoa problemática sofreu abusos ou viu coisas que não devia durante a infância, usando de influências ruins para se justificar o que virou, e dessa forma ele foi condizente na formatação escolhida, porém ele não atacou tanto como deveria, fazendo o filme ficar levemente duro de estética. Claro que isso não é necessariamente um problema, principalmente pelo diretor usar bem o livro em que foi inspirado o roteiro para um tom mais forte, e imponente, afinal estamos falando de uma época cheia de mortes intensas no lado meio que faroeste da Austrália, ou seja, o filme tem uma boa pegada, e funciona dentro do que se propôs, porém como disse no começo, tanto o livro quanto o filme segue quase como uma narração do próprio Ned, o que no final é mostrado que não foi dessa forma, mas sim por outra pessoa, e essa intensificação resulta numa formatação quase que direcionada para a primeira pessoa, com narrações e intensificações demonstradas de atos, o que acaba cansando um pouco. Ou seja, talvez o diretor pudesse ter trabalhado melhor a ação para que o filme fluísse mais com toda a força que tem em segundo plano, mas ainda assim foi um tremendo de um bom trabalho.

Sobre as atuações, a trama teve um elenco bem pronto para desenvolver todas as situações com expressões perfeitas e bem feitas, ao ponto que acabamos nos envolvendo bastante com cada personagem, e o resultado acaba agradando bastante. E para começar temos de falar do protagonista adulto George McKay, que entregou um Ned completamente insano, mas com certezas das dinâmicas para serem feitas, não saindo desesperado fazendo tudo, de forma que vemos ele trabalhar a personalidade e ir crescendo conforme o filme pedia, e o acerto final é perfeito em tudo, mas também temos de pontuar o garoto Orlando Schwerdt que deu vida ao personagem na infância, e com olhares bem simples, porém marcantes acabou chamando muito a responsabilidade para si em todas as cenas. Essie Davis entregou uma Ellen imponente, com dinâmicas diretas e agradando pela força que passa para a personagem, marcando tanto a vida do garoto como uma mãe envolvente, que mesmo ela fazendo alguns atos duros com ele, ele ainda tem a paixão por ela, ou seja, chama muita atenção. Quanto aos policiais marcantes da trama, tivemos inicialmente um Charlie Hunnam cheio de trejeitos, mas com traquejos tão irritantes com seu Sargento O'Neil que até torcemos pro jovem garoto meter uma bala logo na cabeça dele, e já no segundo ato Nicholas Hoult entregou um mais sociável Fitzpatrick, porém com mesmas jogadas de negociação sexual, ou seja, também um tremendo e imponente personagem. Quanto aos demais, cada um entregou algo para a trama, mas sem dúvida alguma Russel Crowe entregou um Harry incrível e Sean Keenan veio com um Joe tão bem colocado no momento, que vemos tanto os ares fluírem bem e chamarem a atenção junto com os protagonistas sem desregular o foco, ou seja, agradaram demais.

Visualmente o filme trabalhou um pouco de tudo, mostrando desde o ambiente seco da Austrália colonial, com a "cabana" aonde os protagonistas viviam, os bunkers aonde a gangue se escondia para enfrentar o frio e claro a polícia, e várias dinâmicas de roubos e tramas armadas de forma imponente com seus vestidos demonstrando loucura, além claro dos famosos puteiros e casernas aonde alguns atos se desenvolveram para abertura maior, ou seja, um longa que fluiu muito bem em detalhes e agrada bastante em tudo.

Enfim, é um filme bem marcante, cheio de personalidade, e que mostra uma visão diferente da história que já vimos em outros longas mais antigos, que acerta por não ser singelo demais, e que principalmente não força tanto a barra, sendo daqueles que vamos lembrar com certeza, mesmo não sendo o mais bacana sobre o personagem, além de usarem alguns efeitos de luzes piscantes que incomodam demais (e certamente não existia isso na época, sendo algo desnecessário!). Ou seja, recomendo sim o filme para todos, mas tenho certeza que muitos vão achar um pouco lento demais. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Kadaver (Kadaver) (Cadaver)

10/25/2020 10:52:00 PM |

Costumo dizer que o gênero terror é o que mais aceita propostas de todos os tipos, e que geralmente costumam entregar situações tão intensas para chocar que acabam esquecendo que a história antes de tudo precisa convencer o público para funcionar. Dito isso, o novo longa da Netflix, "Kadaver", até tem uma proposta ousada de uma peça que dá uma refeição para os desesperados num pós-desastre nuclear que estão sem comida nenhuma, mas que nem imaginam o preço que irão pagar por essa refeição ao participarem da interação completa da peça, porém faltou mais atitude para tudo, ou talvez um suspense maior para tudo, de forma que o final até é bem intenso, mas já acaba ali, o que é uma pena, pois poderiam ter causado bem mais em tudo, que certamente ficaríamos chocados e impressionados, ao invés de apenas sentir um pouco de nojo do que é mostrado. Diria que é um filme com uma proposta boa, mas que o diretor ficou com medo de ir além e ser barrado, mas quem sabe ele dê uma continuação para tudo, afinal a fala do antagonista é clara: somos sobreviventes aqui, junte-se a nós.

A sinopse nos conta que depois de um desastre nuclear, uma família faminta encontra esperança em um dono de hotel carismático. Atraídos pela perspectiva de um jantar grátis, eles descobrem que o entretenimento noturno confunde os limites entre o desempenho e a realidade. Eles acabarão como espectadores ou se tornarão o espetáculo?

Diria que faltou um pouco mais de experiência para o diretor e roteirista Jarand Herdal, pois aqui praticamente foi seu primeiro longa-metragem, e ele acabou entregando tudo rápido demais, ao ponto que não é criado nem um suspense realmente, não temos nenhuma dinâmica aonde os atores acabam sabendo um pouco mais de tudo, e quando tudo realmente ocorre, já acaba, ou seja, ele tinha de ter acelerado talvez algumas partes, e acontecido bem mais coisas após tudo explodir/ruir, pois aí sim saberíamos um pouco mais sobre alguns atores, envolveríamos mais com tudo, e até talvez torcêssemos para os protagonistas irem além, pois tudo ocorre sem uma direção envolvente, e isso é uma falha até que grave, pois a trama poderia chocar muito mais do que apenas uma refeição diferente, mas sim ir aos fundos de tudo o que ocorreu ali para que isso causasse algo a mais, e claro, o além dali. Ou seja, não digo em hipótese alguma que não gostei do que vi, tanto que já dei curtir no streaming, mas certamente algo a mais chamaria muito mais atenção.

Sobre as atuações, Gitte Witt até entregou uma Leonora interessante, expressiva e bem preparada para todos os momentos, porém a atriz exagerou um pouco na maioria dos atos ao ponto que em alguns atos acabou soando artificial demais, ou seja, poderia ainda ser forte de atitudes, mas talvez um tom a menos de força chamaria mais atenção e não seria falsa demais, tanto que mesmo mostrando que a personagem já foi uma atriz importante, aqui parece que ela está atuando também na peça. Thomas Gullestad também entregou um Jacob exagerado demais, mas a maior falha dele foi nos seus últimos atos parecendo quase um zumbi enfeitiçado, o que não era funcional para o momento, mas foi bem em muitas cenas, e isso não o atrapalha tanto. Thorbjørn Harr trouxe para seu Mathias o convencimento como arma principal, e suas cenas são tão diretas que acabamos acreditando nele e na sua ousadia, ao ponto que valeria até um algo a mais dele na trama, não ficando apenas como um antagonista num pedestal, ou seja, foi bem mais podia ter ido além. Quanto aos demais, todos pareceram apenas peças importantes na trama encenada, mas coadjuvantes demais no filme, ao ponto que só acaba valendo os atos mais imponentes de Kingsford Siayor como Lars no frigorífico, pois ali ele foi bem trabalhado, mas nada que chamasse muita atenção.

Visualmente o longa tem duas pontas muito bem feitas, a primeira é a cidade completamente devastada pelo acidente nuclear, com pessoas morrendo e se matando pelos cantos, tudo muito cinza e destruído, numa ambientação perfeita de desastre, e claro de pobreza, desespero e fome; e o segundo é o hotel maravilhoso, que logo de cara surpreende pela decoração, pelo ambiente imponente criado, pela mesa bem arrumada, com uma refeição bem forte para todos os desesperados, até entrarmos nos corredores de cores fortes, os quadros estranhos, toda a interação cênica ocorrendo de maneira estranha, as diversas roupas e bens espalhados, até chegarmos nos túneis do hotel, que levam para a parte mais intensa da cozinha, ou seja, o filme tem uma amplitude cênica gigantesca para ser trabalhada, e certamente a equipe de arte teve muito trabalho para compor tudo, desde uma cenografia ampla, figurinos pobres, ricos e de agentes químicos, e assim sendo o filme acaba resultando em algo que certamente veremos mais para frente nas mãos de algum produtor mais forte, com um filme melhor.

Enfim, é um bom filme, que trabalhou pouco a tensão, mas que funciona dentro do propósito do filme que é chocar um pouco com o desespero que levam pessoas a fazer algo ruim para sobreviver, mas que certamente nas mãos de um diretor mais forte, e uma melhorada no roteiro entregaria algo para ninguém nem dormir mais depois, ou seja, irei torcer para uma adaptação americana do filme. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Como Cães e Gatos 3 - Peludos Unidos! (Cats & Dogs 3 - Paws Unite!)

10/24/2020 09:27:00 PM |

É a famosa história de 1 é bom, 2 é melhor e 3 é um desastre, acontecendo da pior maneira possível, pois lá em 2001 ver animais reais falantes através de água na boca dos bichinhos foi algo legal, em 2010 ver eles como bons espiões, usando e abusando da tecnologia 3D foi bem bacana, mas agora em pleno final do século XX vir tentar abolir as tecnologias, falando que através delas dá para acabar com todas as relações entre humanos e animais, que tudo pode deixar maluco e tudo mais já foi mostrado em um documentário, mas em um filme que poderia explorar algo muito mais bacana, não deu certo, e dessa forma "Cães e Gatos 3 - Peludos Unidos" acabou ficando bobinho demais, quase sem nenhuma atitude, e principalmente com um ritmo tão cansativo que chega a desanimar na metade, além de ter um "vilão" ruim demais de se encarar, de forma que seus "capangas" impõem até mais medo que ele. Ou seja, é daqueles que nem as crianças devem conseguir gostar do que verão (na minha sessão não tinha nenhuma para poder medir, mas é notável que vá rolar isso).

O longa nos mostra que Gwen e Roger são agentes secretos que secretamente protegem e salvam o mundo sem que os humanos descubram. A parceria deles se deve à Grande Trégua, que interrompeu a hostilidade de cães e gatos por uma década. Mas a paz de longa data é ameaçada quando um papagaio supervilão descobre uma maneira de manipular as frequências sem fio que apenas cães e gatos podem ouvir. Os heróis serão capazes de parar a ave nojenta ou ele causará uma catástrofe entre as espécies?

Fazia tanto tempo que não via um longa do diretor Sean McNamara que nem lembrava de seu estilo sem muitas atitudes, e que sempre coloca os personagens em situações bem bobinhas, então aqui a trama caiu como uma luva para ele, pois o filme não tem dinâmicas, não faz rir, não tem dramaticidade, não empolga, mas ainda tem vários bichinhos falantes que nos créditos você poderá ver como fizeram. Ou seja, qualquer diretor tentaria reviver uma boa época criar mais dinâmicas, fazer mais interações e tudo mais, de modo que aqui quase que os bichinhos ficaram em segundo plano ao tentar criar uma aproximação dos personagens humanos, de tal maneira que nada acaba empolgando como poderia, mas felizmente não cansa, afinal é bem rápido tudo.

Sobre as atuações, vou colocar que as vozes de Max Greenfield como Roger e Melissa Rauch como Gwen foram bem colocadas e agradam bastante, mas nada que seja grandioso e imponente, porém os animaizinhos foram bem expressivos, e isso pelo menos agradou um pouco. Agora quanto dos personagens humanos, era melhor nem ter colocado ninguém ali, pois foi algo tão decepcionante que desanima só de pensar no que Sarah Giles e Callum Seagram Airlie fizeram em cena, fora os pais que foram piores ainda, ou seja, melhor nem comentar.

Visualmente o longa acabou sendo até que razoavelmente produtivo, tendo dois apartamentos bem bagunçados, uma petshop cheia de animais diferentes no fundo da loja, e até um quartel general simples, mas bem montado com elementos cênicos chamativos, como teclados com patinhas e esqueletos de peixes, que mostraram que a equipe quis chamar atenção ao menos, mas nada que vá muito além.

Enfim, é um filme exageradamente simples, fraco, e que não merecia ter sido feito, afinal os dois primeiros já foram satisfatórios e agradaram bastante para não precisar de algo tão ruim agora depois de 10 anos, e sendo assim não recomendo ele de forma alguma para ninguém. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais. 


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Netflix - A Caminho da Lua (Over The Moon)

10/24/2020 04:22:00 PM |

Sempre digo que o maior segredo para uma boa animação é ter personagens carismáticos, uma história bacana e principalmente boas canções, e com essa fórmula posso dizer que a Netflix acabou de entrar mais uma vez no páreo tanto do Annie Awards quanto do Oscar de Melhor Animação com "A Caminho da Lua", pois entrega algo tão gostoso de curtir, cheio de boas texturas, com personagens muito bem desenhados e com um carisma lá em cima, além de passar uma história envolvente de famílias juntando novamente que envolve, emociona e diverte do começo ao fim, além claro de as musiquinhas botarem todo mundo pra dançar. Ou seja, é daquelas animações completas que acertam a mão de uma maneira diferente do usual, afinal a base recai em cima de um festival chinês não tão comum para nós, e que mesmo sendo um misticismo diferente acabamos nos envolvendo com tudo o que é passado, ao ponto de até darmos play uma segunda vez para ver as vozes dubladas, ou seja, garanto que está valendo nas duas versões.

A trama nos conta que depois de ter finalizado a construção de uma engenhosa nave espacial, uma garota embarca para a lua para provar ao seu pai a existência de uma deusa mística que habitaria no astro. Chegando ao seu destino. a jovem descobre criaturas fantásticas que a ajudarão a completar sua missão e retornar para a terra sã e salva.

Se no ano passado o diretor e animador Glen Keane ganhou o Oscar de melhor curta de animação junto com Kobe Briant, esse ano ele vem com tudo com sua primeira direção de longa metragem num acerto meteórico muito bem divulgado pela grandiosa empresa de streaming. E como já passou por quase todos os grandiosos sucessos da Disney como animador ("Aladdin","A Pequena Sereia", "Pocahontas", "A Bela e A Fera") soube exatamente o que deveria trazer de bom para seu filme, e assim acertar a mão em cada detalhe entregue numa desenvoltura perfeita digna de grandes nomes do gênero. Ou seja, ele pegou a forma completa de um grande acerto e praticamente fez seu filme brilhar com muitas cores, muito simbolismo e principalmente com um envolvimento digno de uma trama representativa bonita e funcional, agradando muito e fazendo com que seu nome surja entre os grandes das animações.

Sobre os personagens todos foram tão bem modelados que acabamos nos envolvendo com todos, desde a graciosa Fei Fei com toda sua inteligência e força de vontade, passando pelo garotinho Chim cheio de energia, se divertindo com os olhos carismáticos do gracioso coelho Pulinho, nos emocionando com toda a história do iluminado Gobi e todos os lindos personagens de Lunária, até chegarmos na espontaneidade de Chang'e com seu misticismo, e claro com seu super show de entrada, ou seja, são tantos personagens bem feitos que nem tem como ficar preso em um só, isso só falando dos principais, pois temos ainda as galinhas, a família de Fei Fei, e por aí vai, que foram tão bem desenhados quanto bem dublados nas versões originais por grandes nomes do cinema oriental americano como John Cho, Phillipa Soo, Ken Jeong, Sandra Oh e Cathy Ang, como na versão nacional que vamos acabar lembrando mais de Priscilla Andrade dando voz para todas as canções, ou seja, uma animação completa.

Visualmente o filme é um encanto só, pois entrega elementos cênicos tão bem compostos, muitas cores, muitas texturas, todo um simbolismo visual de primeira linha, tendo os graciosos lunarianos que são formados pelas lágrimas da Deusa, bonitinhos e cheios de personalidade, temos os coelhos cheios de carisma e claro temos os objetos marcantes como os dragões, todo o ambiente espacial, e por aí vai, mostrando que como foi um bom animador durante toda carreira até agora, não iria decepcionar na entrega como diretor, e assim o resultado chega a brilhar e saltar em nossos olhos.

Como costumo dizer, uma boa animação tem de ter ótimas canções, então tudo é vibrante e agrada demais em cada momento, ao ponto que curtimos todas elas, e não ia deixar de colocar aqui o link para todos curtirem, e da versão nacional apenas colocaram a música "Vou Voar" que podem curtir aqui também.

Enfim, é daquelas animações que valem demais a conferida até mais que uma vez, que vai emocionar e divertir toda a família, e que com certeza veremos estar no páreo de todas premiações que em breve devem começar, então pegue todo mundo de casa, sente no sofá e dê o play, pois recomendo que vai ser uma boa curtição com certeza. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Magnatas do Crime (The Gentlemen)

10/24/2020 01:35:00 AM |

É até engraçado falar que conhecemos alguns filmes pela assinatura do diretor, pois alguns nomes entregam tramas feitas de uma maneira tão semelhante com outros filmes seus que já sabemos sem nem precisar aparecer seu nome na tela, e um que tem isso muito marcado é Guy Ritchie, pois geralmente traz filmes bem verborrágicos de diálogos, muitos tiroteios, cenas com sangue pra todo lado, e até alguns absurdos claros de estilo, porém o diretor andou trabalhando em alguns projetos encomendados e não andava atingindo seu ápice. Mas hoje posso falar que com o filme "Magnatas do Crime" ele voltou aos seus tempos áureos, com um filme cheio de situações fortes, com reviravoltas incríveis, e principalmente com uma montagem e uma história tão bem trabalhada de cinema dentro do cinema, que acabamos nos divertindo demais nos últimos atos e torcendo demais por cada situação ser melhor que a outra, ao ponto que se não tivesse estreado tão cedo perante o calendário de premiações, certamente veríamos seu nome cotado à muitos prêmios. 

O longa acompanha um traficante graduado em Oxford que usa suas habilidades para criar um império de maconha. Porém, quando ele tenta vendê-lo para um colega americano bilionário, uma série de eventos passa a se desenrolar, envolvendo assassinato, chantagens, oligarcas russos, gangsters da Tríade e jornalistas corruptos.

Diria que o diretor e roteirista Guy Ritchie quis desenvolver sua história totalmente em cima de um suborno, e quando viu que toda a amarração daria quebras tão fantásticas foi incorporando cada vez mais os momentos ao ponto de seu filme estar determinado do começo ao fim em cima de uma desenvoltura que vai se abrindo e criando mais propostas, ou seja, ele fez algo que até já fez em outros filmes seus, mas aqui a abertura foi tão boa, com reviravoltas tão surpreendentes de acontecer, que ficamos abismados conforme vai acontecendo. Ou seja, ele não apenas criou uma boa trama de gangsteres, máfias e afins que caberia em qualquer outra produção, ele fez um filme desenvolvido com tanta criatividade, usando a sua tradicional forma de bolo para não ter erro, que vamos curtindo cada ato com algo a mais até termos um grandioso fechamento, inclusive com sua participação nele. Confesso que o começo é um pouco enroscado demais, e até demora um pouco para pegar um bom ritmo, mas quando deslancha, não temos tempo para mais nada, e é só ir conectando tudo e ficando feliz com o resultado mais insano possível.

Agora sem dúvida algo que poderia dar muito errado era o filme com tantos diálogos precisos cair na mão de atores sem muita dinâmica expressiva no tom de voz, pois é daqueles filmes que o ator precisa se entregar para convencer o público, mas com um elenco estrelado desse era difícil isso acontecer. E para começar temos Hugh Grant como o aproveitador Fletcher, que dominou todo tipo de trejeitos necessários para tentar subornar os mafiosos, brincando com todas as situações possíveis, determinando os atos com estilo, e principalmente se encaixando em todos os vértices para tentar ganhar algum dinheiro, e é brilhante as jogadas que faz, agradando demais. Claro que temos de valorizar o passe de Charlie Hunnam com seu Ray perfeito, sério, quase que estático, mas preparado para mandar bala e ser certeiro em cada um dos atos, ao ponto que faz tão boas jogadas com tudo que acabamos até rindo de coisas que normalmente não iríamos rir com qualquer outro personagem, ou seja, o ator foi preciso demais do começo ao fim. Matthew McConaughey ultimamente não tem errado com personagem nenhum seu, ao ponto que aqui com seu Michael não seria diferente, e que com dinâmicas precisas, olhares certeiros, e misturando tanto força quanto maturidade para um personagem de classe acabou chamando muita atenção, trabalhando num nível muito acima de tudo e todos, para fazer valer a responsabilidade dada em cada ato seu. Poderia dar destaque para todos os demais, mas o texto ficaria imenso, mas sem dúvida alguma cada um acertou a mão em seus atos chamando tanta atenção que o filme é aberto para todos os lados possíveis, brincando demais de forma que nem sabemos para onde olhamos mais, e desde uma brilhante Michelle Dockery com sua Rosalind, passando por um genial Colin Farrell com seu Treinador, tendo um Jeremy Strong simples e direto com seu Michael, e até o trio oriental caiu bem com Henry Golding como Olho Seco, Tom Wu como Lorde George e Jason Wong como Phuc, ou seja, um elenco perfeito.

A trama também foi muito bem produzida visualmente, ao ponto que desde as fazendas subterrâneas do protagonista, passando pela sua casa imponente, pela casa de seu assistente grandiosa com elementos cênicos bem marcantes como uma churrasqueira bem diferente, mostrando uma oficina da esposa cheia de aparatos, um café bem montado, várias cenas em trânsito, um frigorífico bem detalhado, uma academia de lutas, e muito mais, até chegar nos escritórios de cinema da Miramax, ou seja, a equipe de arte brincou bastante, trabalhou diversos elementos cênicos precisos e detalhados para cada ato, muitas armas, e claro bons figurinos para representar o luxo de cada um dos riquíssimos personagens, sendo um grande acerto para o filme.

Enfim, é daqueles filmes memoráveis, que mostram tanto a precisão do diretor/roteirista em querer entregar uma história envolvente muito bem feita, quanto do elenco que acaba se entregando muito e fazendo cenas brilhantes para serem lembradas, ou seja, vale demais a conferida, e com certeza recomendo para todos que gostem do estilo crime na telona. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Os Novos Mutantes (The New Mutants)

10/23/2020 01:12:00 AM |

Sempre costumo dizer que a melhor forma de curtir um filme é ir sem expectativa alguma ou até esperando pelo pior, pois a chance de acabar gostando do resultado final é até maior, e hoje acabou acontecendo bem isso com um dos filmes mais adiados e esperados de Hollywood, "Os Novos Mutantes", pois ele tem uma essência bem intensa que puxou a trama quase para um terror psicológico bem forte, tem efeitos sem muito primor, e praticamente nem sabemos muito de onde cada um veio e para aonde vão, mas ainda assim é uma trama de heróis bem condizente, impactante, e principalmente interessante de acompanhar, ao ponto que o resultado final pode até ser que muitos reclamem pelo ritmo mais lento, outros pela falta dos mutantes antigos, ou até mesmo pela quantidade de erros de continuidade ou efeitos meio que ruins, mas se for assim vamos ficar reclamando de tudo. Então fica minha dica, vá pronto para curtir, e não espere muito, afinal esse foi praticamente o último filme da Fox antes de ser vendida para a Disney, ou seja, não terá continuações, e nem usaram muitas referências de nada do que já foi visto, e assim será algo praticamente solto no mundo dos mutantes.

A sinopse nos conta que depois de uma experiência de quase morte durante um tornado estranho, Danielle Moonstar acorda em um centro de pesquisa abandonado administrado pela misteriosa Dra. Cecilia Reyes. Lá, o Dra. Reyes apresenta Dani a outros quatro adolescentes igualmente incomuns: Illyana Rasputin, Rahne Sinclair, Sam Guthrie e Roberto da Costa, que quer mantê-los sãos e salvos até que aprendam a ter total controle de suas habilidades extraordinárias. No entanto, embora a equipe excepcional de presidiários traumatizados acredite que estão sendo tratados e cuidados, em pouco tempo, todos começam a ter alucinações horríveis. Mas, essa instituição deveria ser um lugar seguro. Eles são pacientes ou prisioneiros?

Tenho certeza que o problema do longa não foi o diretor Josh Boone, pois ele foi bem competente nos desenvolvimentos de seus filmes anteriores, porém aqui pediram tantas refilmagens, tanta arrumação, tanto isso, tanto aquilo, que é notável diversos problemas técnicos de continuidade, e até diferenças casuais entre pedaços da trama, ao ponto que até os jovens atores já deviam estar de saco cheio de ter que voltar para o set de filmagem para alguma correção. Ou seja, o diretor foi bem coerente na ideia da trama, que aparentemente se passa praticamente logo após "Logan", e que talvez se encaixaria com algo a mais depois para descobrirmos mais sobre a organização que cuida do hospital, veríamos eles indo para o mundo amplo dominado pelos X-Men, e por aí vai, porém com a compra da Fox pela Disney, tenho quase que 100% de certeza de que não darão seguimento aos 5 mutantes aqui apresentados, pois o filme não se encaixa no perfil da empresa, e o resultado está sendo fraco demais. Ou seja, é um longa com muitos erros técnicos, mas o diretor mostrou muito serviço, principalmente pelo tom mais puxado para algo de terror/suspense, do que para uma aventura casual que é mais o estilo da franquia.

Sobre as atuações, é claro que temos de falar de Alice Braga com sua Dra. Reyes, pois mesmo sendo simples de trejeitos, a atriz conseguiu dominar todos seus atos, sendo imponente e até cheia de poderes para se mostrar como algo direto na perspectiva que o longa queria, e ela foi bem no controle, teve atitude e se colocou sempre pronta para tudo, ao ponto que embora seja a "vilã" da trama, seu resultado agrada bastante. Sendo o primeiro longa da protagonista Blu Hunt acredito que deram responsabilidades demais para a garota, de modo que sua Dani fica sempre em destaque, porém não empolga com seus atos, de tal maneira que acabamos nos cansando dela, mas ao final quando é falado seu poder, acabamos até chamando ela por um outro personagem de terror que conhecemos, e talvez se logo de cara tivessem usado isso, e claro, colocado uma atriz mais experiente, o resultado seria bem melhor, mesmo não sendo ruim o que faz em cena. Dessa forma, Anya Taylor-Joy acabou se entregando mais com sua Illyana, e sua personagem cheia de atitude e trejeitos acabou chamando bem mais atenção, e desenvolvendo muito mais que a protagonista, de forma que mesmo sendo alguém que os efeitos precisaram exagerar demais para mostrar poderes, ela se expressou bem, e chega até incomodar com sua desenvoltura para cima da protagonista. Maisie Williams é daquelas atrizes graciosas que sabem se portar com uma classe para as câmeras de forma que mesmo sem ir muito além chama os olhares para si, e assim sua Rahne acaba sendo simples de expressões, mas interessante demais para tudo o que faz, agradando bem em todas as dinâmicas. Já os dois garotos nem tem tantas dinâmicas para serem mostradas, mas acabaram saindo bem em cena, desde o meio caipira Charlie Heaton com seu Sam descontrolado, cheio de força, porém sem controle, até o brasileiro Henry Zaga com seu personagem também brasileiro Roberto da Costa pegando fogo, ou seja, eles foram colocados para complementar praticamente, pois não possuem quase que nenhum ato chamativo para se mostrarem mais.

Visualmente o tom do filme é praticamente um filme 100% de terror, com cenas bem escuras, corredores sujos com muitas portas, injeções, polígrafos, salas abandonadas, personagens com figurinos mais escuros, e até mesmo os poderes dos personagens são puxados para algo mais denso, ou seja, o filme tem todo um clima misterioso e imponente, que só não é melhor por não terem trabalhado tanto nos efeitos, pois tudo parece falhar em diversos pontos, ou seja, vemos erros amadores em alguns casos, e isso pesa a mão, mas que mesmo não sendo algo tão primoroso, o resultado que a equipe de arte conseguiu passar ao menos nos ambientes físicos foi algo bem interessante e prazeroso de ver.

Enfim, o filme está bem longe de ser a completa bomba que muitos críticos mundo afora estão dizendo, mas também não é a melhor coisa que já vi, principalmente dentro da franquia X-Men, mas ao meu ver agrada mais do que desaponta, principalmente se não for conferir com tanta expectativa, e assim sendo vale a sessão, e diria que até é levemente melhor que "X-Men - Fênix Negra". Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Rebecca - A Mulher Inesquecível (Rebecca)

10/21/2020 11:17:00 PM |

Aqueles mais saudosistas que forem conferir o lançamento da Netflix, "Rebecca - A Mulher Inesquecível", esperando parecer com o original de Hitchcock de 1940, certamente irá se desapontar bastante, pois é quase uma outra formatação, bem mais romantizada, com poucas cenas de suspense/mistério, e principalmente com uma pegada mais dramática e carismática do que o antigo, e isso não é algo ruim, muito pelo contrário, pois traz algo diferente em cima do livro que também serviu de base para o antigo, e entrega uma essência envolvente também. Claro que é um estilo que muitos não costumam se conectar tanto, e lembra bem uma novelona mexicana com a pegada passada, e assim sendo o sucesso pode até ser bem iminente da nova trama, porém quem gosta de algo mais agitado talvez se canse da falta de atitude em alguns atos. Ou seja, é um filme bem feito e interessante, com uma proposta bem trabalhada pelo carisma dos protagonistas conhecidos, mas certamente poderiam ter mantido o suspense do original, ou dado um ritmo mais intenso para que o filme mudasse completamente.

A trama nos conta que uma jovem de origem humilde se casa com um rico nobre e se muda para sua intimidadora mansão na costa da Inglaterra. Chegando lá, ela passa a viver às sombras da falecida Rebecca, a misteriosa esposa anterior de seu marido, descobrindo, aos poucos, misteriosos segredos sobre seu passado.

Diria que o diretor Ben Whealey quis valorizar demais a boa química do casal principal, pois o primeiro ato é imenso, cheio de romances e passeios, com toda uma ambientação de época caríssima, muitas champanhes, praias, e tudo mais, ao ponto que cheguei a pensar que o filme seria totalmente diferente do original, porém ao se casarem e chegarem na mansão, o longa toma o tom mais denso pela proteção da empregada, e claro, todo o mistério em cima da morte da ex-esposa, que no original era contado meio que logo de cara, enquanto aqui o mistério fica até quase as cenas finais. Ou seja, o diretor brincou mais, e não quis ir tão direto ao ponto, de forma que o filme tem uma boa essência, tem boas cenas, e até consegue fazer com que ficássemos intrigados com tudo, mas que talvez precisasse de mais ritmo para que o filme causasse algo a mais no espectador, afinal estamos falando de uma refilmagem de um clássico de Hitchcock que venceu o Oscar de Melhor filme em 1940, mesmo com todas as polêmicas em cima de plágio e tudo mais, ou seja, merecia um trato melhor para que não virasse a novela que acabou virando, que mesmo não sendo ruim, não causa nada de mais.

Sobre as atuações, posso estar muito enganado, mas Lily James fez o filme sem vontade alguma, de forma que sua personagem fica sempre com trejeitos sem muita entonação, desanimada demais, com uma desenvoltura cansada, ou seja, vemos ela frouxa demais, pelo menos até o momento do julgamento, aonde parece se jogar um pouco mais e até chamar a atenção, mas poderia ter ido muito além em tudo para que o filme focasse mais nela, porém a química com o protagonista foi bem interessante, e até deu um bom casal. Armie Hammer caiu bem para a personalidade que Maxim necessitava, de forma que não foi nem muito durão, nem um brucutu cheio de espontaneidade, ao ponto que dosou tanto o carisma quanto o mistério em cima do personagem, e com olhares mais abertos fez com que tudo soasse simples ao seu redor. Agora sem dúvida alguma o filme é de Kristin Scott Thomas com sua Danvers, ao ponto que ela entrega força, rancor, e tanta desenvoltura para sua personagem que chegamos a ficar com tanto ódio dela que torcíamos pelo seu pior, e a cada momento ela só aumentava as situações de imponência de forma que não conseguimos tirar os olhos dela, ou seja, foi perfeita em tudo. Quanto aos demais, tivemos algumas boas participações, mas nada que chegasse a chamar tanta atenção, tendo um leve destaque para Sam Riley com seu Jack Favell, mas não foi muito além do que poderia com o personagem.

Visualmente a trama tem muito estilo, pois conseguiram dar o tom de época certo com carros, figurinos, cenografias, ao ponto que o longa certamente ficou bem caro, mas compensou e muito, pois temos uma mansão cheia de detalhes perfeitos, muitos quadros, muita criadagem, muitos elementos pequenos para mostrar toda a lembrança da antiga dona, além de uma casa de barcos ainda mais detalhada, e até mesmo nas cenas no hotel foram para ninguém reclamar de pouca cenografia, ou seja, é daquelas produções que a equipe de arte se entrega do começo ao fim, e que com um final bem quente, literalmente, chega a dar até uma certa tristeza, ou seja, perfeitamente impecável visualmente.

Enfim, é um filme até que bacana de conferir, porém alongado demais, com um estilo bem novelesco que até vai cativar um público que gosta mais disso, mas que passa bem longe do longa dos anos 40, e que é bom por isso, ou seja, um bom drama de época com um mistério interessante de segundo plano. Ou seja, até recomendo o longa, mas digo com certeza para todos irem preparados para algo bem longo, que chega até cansar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Manual de Caça a Monstros (A Babysitter's Guide to Monster Hunting)

10/21/2020 12:45:00 AM |

É bem interessante que nessa época próxima ao Halloween surgem diversos filmes de terror, e também as versões de monstros mais calminhas para divertir as crianças, e claro que a Netflix não iria ficar de fora de ter um filme para chamar de seu do gênero, e com "Manual de Caça a Monstros" que estreou na última quinta-feira, o resultado da adaptação literária acabou sendo tão gostoso de curtir, que certamente vai empolgar desde o menorzinho até o mais velho, pois mesmo tendo alguns atos digamos bobinhos, a produção envolve bastante tecnologia, personagens carismáticos, e principalmente uma boa história, ao ponto de que talvez possamos ver até mais continuações funcionando, afinal como é mostrado, são 7 bichos-papões, e aqui apenas um foi apresentado efetivamente. Ou seja, sente com a criançada, ou até mesmo sozinho para curtir uma boa trama que lembra um pouco "Goosebumps" que saiu nos cinemas, mas aqui ao menos a trama tem mais dinâmica para divertir com armas, poderes, e tudo mais.

O longa nos conta que Kelly Ferguson é uma jovem que está trabalhando como babá pela primeira vez. Quando o menino de quem ela está cuidando é sequestrado por uma legião de monstros, Kelly é apresentada a uma sociedade secreta de corajosas babás que protegem crianças do mundo todo de diversos tipos de monstros. Ao lado de um novo grupo de amigas, ela vai lutar para salvar a criança de quem prometeu tomar conta.

A diretora Rachel Talalay atualmente tem feito muitas séries, mas começou lá atrás fazendo um filme de terror do Freddy Krueger em 91, então de intensidade de terror ao menos conhece bastante, e aqui ela soube usar muito bem o roteiro de Joe Ballarini, que inclusive é o escritor do livro, de forma que acabaram brincando bastante com todos os ambientes cênicos, criaram monstrinhos computacionais bem interessantes, e principalmente conseguiram trabalhar a história num misto de terror e aventura bem gostoso tanto para as crianças, quanto para adultos que gostam do estilo, pois mesmo apelando para situações mais bobinhas, a trama entrega algo inteligente de formatação, tendo boas dinâmicas, e agradando do começo ao fim, inclusive dando brecha para quem sabe ter continuações. Ou seja, é um filme que passa até longe de ser simples, que tem uma boa pegada, e que envolve da forma que foi entregue, não precisando de grandes astros para se sustentar, e que facilmente passaria num cinema numa sessão 3D com toda a tecnologia de coisas saindo da tela, mas que mesmo na TV funcionou bem.

Sobre as atuações, Tamara Smart não tem muito estilo, nem é daquelas que chama tanta atenção, mas sua Kelly até entrega boas dinâmicas e trejeitos ao ponto de acabarmos curtindo o que faz em cena, porém como não puxa tanto o filme para si, praticamente todos os demais personagens acabam soando mais protagonistas que ela, e isso é ruim. Dessa forma, assim que Oona Laurence entra em cena, ficamos tão conectados com sua Liz, que mesmo nas cenas que ela está em segundo plano acabamos focados nela, talvez pelo cabelo diferenciado, mas com certeza pelas atitudes mais fortes e marcantes, ao ponto que acaba agradando mesmo fazendo caras de poucos amigos. Agora certamente a surpresa total do longa é Tom Felton com um visual completamente diferente do que estávamos acostumados, ao ponto que seu Grand Guignol tem todos os trejeitos de pessoa malvada, faz intensidades de maldades, mas ao fundo até acabamos gostando de ver ele, e isso é algo bacana pelo fato de poder entrar para o famoso hall de vilões que gostamos de ver, e sendo assim foi muito bem do começo ao fim. Quanto aos demais, a maioria aparece bem pouco em situações mais simples ao ponto que acabamos curtindo seus atos, mas não indo muito além, e desde o garotinho Ian Ho acaba envolvendo com seu Jacob medroso e sem sono, Ty Consiglio entrega um Curtis cheio de apetrechos mágicos para a protagonista lutar, e Troy Leigh-Anne Johnson dá o tom de ajuda em qualquer lugar com sua Berna, ou seja, todos acabaram saindo muito bem nos seus pequenos atos, e até Indya Moore faz uma pontinha como a mulher-gato Peggy Drood.

Visualmente o longa tem alguns leves problemas, e nem é nas cenas com os monstrinhos em computação que são uma graça com tudo o que fazem e com suas texturas, de forma que as cenas com eles acabam soando tão divertidas que valeria até mais tempo na tela, nas cenas bem ambientadas tudo acaba funcionando bastante tendo uma festa de Halloween bacana, uma casa riquíssima, e até mesmo no quartel general das babás tudo é bem construído e interessante de ver, porém quando o jovem construtor de poções resolve ligar para vários QGs em outros países resolveram fazer um chroma-key com fundos em movimento, e aí ficou algo muito artificial que não agradou em nada, pelo contrário, até atrapalhando todo o resultado bonito que vinha seguindo antes, ou seja, poderiam ter mostrado menos países e feito algo mais trabalhado.

Enfim, é um filme gostoso demais de conferir, que diverte e agrada bastante do começo ao fim, que certamente poderia ter bem menos defeitos com uma protagonista que chamasse mais a atenção e um visual mais simples, porém melhor trabalhado, mas que com bons efeitos visuais, muita técnica, e principalmente com um estilo agradável que se espera muito mais, o resultado empolga e de certa forma vale bem a conferida. Ou seja, pegue toda a família e curta a trama, pois vale a pena. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Fuga De Pretória (Escape From Pretoria)

10/20/2020 12:51:00 AM |

Quando falamos em filmes de fuga de prisão já vamos conferir sabendo quase tudo o que vai rolar, porém sempre esperamos um algo a mais, uma história envolvente de algum personagem, ou uma ação diferenciada para quebrar o estilo, e não mais do mesmo, porém infelizmente "Fuga de Pretória" até começa bem, mostrando a revolução que os personagens principais desejavam fazer, entrando na briga para o fim da separação racial na África do Sul distribuindo panfletos de causa e tudo mais, mostra rapidamente a relação do protagonista branco com uma personagem negra, mas ao serem presos apenas nos é falado como são conhecidos lá dentro por "Mandelas brancos", e acabou tudo sobre o Apartheid, voltando somente nos escritos finais, pois aí vira um longa de fuga de cadeia tradicional, com personagens criando métodos e passando tensões, e diferenciando apenas no conceito de que na maioria das vezes tudo é muito mais difícil, já que aqui apenas criaram diversas chaves de madeira e foram abrindo as portas enquanto o carcereiro faz sua rotina. Ou seja, era um filme com muito mais história para ser trabalhada, e deixaram no corte final apenas como foi "ousada" a correria dos personagens principais para fugir dali. Não digo que isso seja algo ruim, pois cria uma certa tensão em diversos momentos, que ficamos até sem respirar aflitos com a tentativa dos personagens, mas já vimos muitos iguais, então poderiam ter brincado um pouco mais com a história do Apartheid.

O longa relata a história verdadeira de Tim Jenkin e Stephen Lee, jovens sul-africanos que carregavam a marca de “terroristas” e foram presos em 1978 por trabalharem em operações secretas para o partido proibido de Nelson Mandela, o ANC. Estando encarcerados na Prisão de Segurança Máxima de Pretória, eles decidem enviar uma mensagem ao regime do Apartheid. Com planejamento detalhado e a produção de chaves de madeira projetadas para abrir 10 portas de aço, eles foram em busca de sua liberdade.

O diretor Francis Annan até teve uma boa propriedade cênica para adaptar e se envolver bem com o livro do verdadeiro Tim Jenkin, certamente captando bem a essência, a técnica do jovem para fazer suas chaves, e claro o terror noturno de poder ser capturado a cada momento, e dessa forma vemos uma história envolvente nesse quesito, porém faltou para ele captar também um pouco mais da essência da história em cima do Apartheid, pois foi um dos períodos mais horríveis da história do país, e merecia ter trabalhado um pouco mais de tudo que envolveu, tanto que nem vemos quase a mensagem passada pelos personagens, e isso foi algo ruim nesse quesito, mas como já disse e volto a frisar, em momento algum podemos dizer que é um filme de fuga ruim, pois o diretor soube criar cenas bem tensas ao ponto de ficarmos grudados torcendo com medo do carcereiro aparecer a qualquer segundo, nos desesperamos quando uma das chaves cai para fora da cela, e tudo mais. Ou seja, se tirasse do filme falando ser uma história baseada em algo real, que contivesse o tema do Apartheid e tudo mais, veríamos o filme vibrando, e o resultado seria perfeito, mas não era esse o objetivo, então, falharam bem.

Sobre as atuações, Daniel Radcliffe até caiu bem no papel de Tim, fazendo trejeitos fortes, tendo algumas síndromes fortes de intensidade noturna, e só faltou um pouco mais de liderança para ele, pois tecnicamente é o protagonista do filme, mas mesmo fazendo as chaves não se impôs suficientemente para chamar atenção para si, de modo que quase que o outro passa a se mostrar mais do que ele. E falando em chamar atenção, Daniel Webber é quase que um enfeite na produção, que se não fosse algumas cenas que o jovem ator sofreu um pouco mais, seu personagem seria daqueles que nem lembraríamos de ver na tela, pois seu Stephen é fraco demais. Mark Leonard Winter entregou um Leonard imponente cheio de força, e completamente desesperado pela fuga, entrando em qualquer plano que fosse bem condizente, e o ator foi muito bem de estilo, quase superando o protagonismo de Radcliffe, ou seja, foi esperto para chamar atenção suficiente. Ian Hart trouxe um personagem mais centrado com seu Denis Goldberg, ao ponto que ele sim tinha mais história sobre o Apartheid para ser contada, e dominou algumas cenas bem, usando do mesmo estilo de Mandela, que foi manter a calma na prisão, ou seja, suave, simples e inteligente, agradando bem em suas cenas. Quanto aos demais, a maioria apenas deu conexões, e mesmo os policiais não chamaram tanta atenção, tendo um ou outro destaque por conta das atitudes mais fortes como Nathan Page, mas certamente quem apareceu mais foi Maris J. Caune como um carcereiro bem gordo que fazia o turno da noite lentamente ao ponto que dava para os protagonistas testar todas as suas chaves.

Visualmente a trama até entregou uma cenografia bem encaixada, mas que tendo cenas mais fechadas nem precisou entregar uma prisão realmente, então temos várias celas fechadas por duas portas, vários portões, detalhes cênicos nas celas dos protagonistas para representar a família como fotos, livros da época, e claro muito material para madeira, aonde o protagonista fez suas chaves, e desde a oficina aonde foram pegando os materiais, até nas cenas no refeitório tudo foi bem simbólico e chamando bastante atenção, até chegar no andar debaixo com o armário de audiovisual com muitas quinquilharias aonde os protagonistas se escondiam para o segundo turno de corridas. Ou seja, tudo bem simples, mas feito na medida para representar tanto o ambiente, quanto as cenas de fuga, e claro, no começo a boa representação de época com carros, figurinos, além das bombas dos protagonistas.

Enfim, volto a frisar que como filme de fuga é tenso na medida certa e muito bom, porém como uma história real sobre a época do Apartheid ficou devendo muita coisa, e não chega a empolgar em nada do estilo, ou seja, se você quiser conferir um bom longa de fuga de prisão, vai curtir demais, agora se for procurando um drama histórico, a decepção vai ser imensa, sendo assim recomendo ele apenas como a primeira opção, mas que na média vai ficar pouca coisa acima de ser mediano. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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É Doce! (Die Heinzels - Rückkehr der Heinzelmännchen) (The Elfkins - Baking a Difference)

10/18/2020 08:55:00 PM |

Costumo dizer que se uma animação segura bem as crianças na poltrona, ela funcionou, e ultimamente estão trabalhando elas de uma forma a ficarem mais infantis para cativar mais os pequenos, ao ponto que não bastasse o colorido da trama, somos a todo momento informados do que o personagem vai fazer, e assim meio que quase como o próprio nome diz, a trama alemã "É Doce!" consegue proporcionar uma boa sessão para todos e acaba divertida e gostosa de curtir, pois não apela, nem força a barra, apenas traz algo bem simples, cheio de situações bobinhas, mas que empolga e cativa pela forma bacana dos pequeninos personagens, e claro pela rixa entre os irmãos confeiteiros. Diria que talvez precisasse um pouco mais de história sobre os personagens, pois tudo é praticamente jogado na tela, mas certamente quem não ligar para isso irá se divertir, e ao final até estará cantarolando a musiquinha tema.

A sinopse nos conta que segundo uma antiga lenda, os gnomos são pequenas criaturas que ajudam em tarefas domésticas enquanto os humanos dormem. Há quase 250 anos, eles foram banidos do mundo humano e construíram uma habitação subterrânea secreta, longe dos humanos e proibidos de ter qualquer contato com pessoas. As regras são rígidas para tudo, e a principal meta como gnomo é descobrir sua vocação, um ofício. Elfie é uma exceção. Ela não consegue identificar seu lugar no mundo dos gnomos e causa a maior confusão em um dos maiores eventos de sua colônia. Determinada a descobrir sua vocação e provar que ela é digna de ser gnomo, ela e dois amigos vão para o mundo humano, para achar um tutor. Nessa aventura eles conhecem Theo e o mundo maravilhoso da confeitaria.

Não é muito comum vermos animações alemãs por aqui, quanto mais para conhecermos o estilo do diretor Ute von Münchow-Pohl, então o que posso dizer é que ele trabalhou uma essência bem bacana para que os personagens mostrassem rapidamente através de um teatrinho como era o passado dos gnomos com humanos, logo no começo, e depois também contaram bem rapidamente como era a relação dos irmãos através de uma historinha contada para dormir, ou seja, ele resolveu facilmente os dois maiores problemas que seria as apresentações, e soube dosar bem as cenas mais fortes, ao ponto que tudo parece bonito e bem feitinho, mas se olharmos ao fundo veremos vários temas complexos para se tratar. Ou seja, o filme acaba caindo na doçura visual, mostrando o feitio de bolos e doces, que vai empolgar as crianças com o tema bonitinho, com uma musiquinha legal, mas que no fundo tem a briga entre irmãos por ego, a exigência de um ofício padrão quando se pode ser diferente e bom em outras áreas, e por aí vai, sendo uma trama bacana, e inteligente se pararmos para olhar mais a fundo, mostrando que o diretor foi coeso e imponente de atitudes.

Quanto dos personagens, felizmente não temos nenhum bichinho fofo para ficar gravado nas nossas mentes com repetições, de modo que todos trabalham, tem suas conexões, e até mesmo o cachorrinho dos vilões tem um ritmo pegado para desmascarar os gnomos, ou seja, o carisma dos gnomos trabalhadores são bem vistos nas atitudes de Elfie, Kipp e Buck, cada um da sua maneira mais agitada, mais prestativo, mais pensante, brincando sempre com tudo, em comparação aos humanos Theo e Bruno, que entregam desânimo e rancor num primeiro ato, para depois tentar mudar tudo. Ou seja, a concepção dos personagens foi bem determinada em qualidades, de modo que suas expressões ficaram marcadas e o desenvolvimento funciona em cima disso, casando tudo muito bem junto com uma boa dublagem, que felizmente também dublou a música tema, agradando bastante em tudo.

Enfim, é um longa bem colorido, com texturas legais, não sei se foi feita versão em 3D, mas como com a pandemia rolando está proibido os óculos 3D, então só tivemos versões normais, mas não pareceu ter nada que saltasse para fora da tela, então sem necessidade também da tecnologia, pois as texturas compensaram o resultado. Sendo assim, é uma boa animação, que os pais podem levar os pequeninos para curtir com toda certeza, e que vai valer o passeio, pois é bem bonitinho, rápido (embora pareça ser bem maior de duração), e que vale a recomendação, mesmo sendo simples demais, ao ponto que poderia até acontecer mais coisas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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