Telecine - 57 Segundos (57 Seconds)

1/29/2024 11:59:00 PM |

Quando vi o trailer já há muito tempo do filme "57 Segundos" fiquei bem curioso pela ideia de "viagem temporal curta" e claro que junto de dois atores feras como Morgan Freeman e Josh Hutcherson não poderia esperar menos do longa, mas nada de aparecer notícias do lançamento dele no país de forma que acabei até esquecendo, então ao ver que iria ser lançado pelo Telecine já anotei a data e coloquei para conferir hoje, e aí veio dois problemas, o primeiro que sempre falo de nunca conferir nada com qualquer expectativa que acaba sendo imensamente difícil igualar quanto mais superar ela, e o segundo realmente o filme tem uma ideia muito boa, mas é executado com pressa e sem grandes desenvolvimentos, de tal forma que o resultado acaba acontecendo, conseguimos entrar no clima completo da trama, mas ao final fica parecendo ser tão pouca toda a entrega. Ou seja, não é um filme ruim, tem uma pegada boa e interessante de ser vista, mas dava para melhorar tanto que facilmente seria daquelas ficções que o queixo cairia no chão após tudo, mas como não ocorreu acabou ficando apenas como um bom passatempo que vale o play.

A sinopse nos conta que quando um blogueiro de tecnologia descobre um dispositivo que altera o tempo, ele libera seu poder para reescrever o passado e buscar vingança contra o implacável império corporativo que destruiu sua família. Mas suas ações logo desencadeiam uma terrível cadeia de eventos, impulsionando-o para uma batalha emocionante pela sobrevivência, onde cada segundo conta.

O mais interessante de tudo é ver como o diretor e roteirista Rusty Cundieff pegou um texto curtíssimo de E.C. Tubb e transformou em algo mais amplo como acabou acontecendo na tela, pois não vemos cenas alongadas, muito pelo contrário ele expandiu ao máximo para que nada ficasse forçado para o público, e isso talvez seja um grande problema, pois o filme pedia uma expansão maior, um desenvolvimento da ideia do anel e do personagem misterioso que acompanha o empresário, e tudo mais que acontece apenas na ceninha final rápida demais, da mesma forma valeria mais todas as cenas de desvios e corrupções do antagonista, e claro dar mais dinâmica e personalidade para os atos do protagonista, para aí sim toda a história se desenvolver melhor, pois ficou parecendo faltar um pouco de tudo na tela, e o resultado ao invés de empolgar acaba sendo apenas simples para tudo o que tinha de potencial. Ou seja, o diretor até tentou ser criativo em alguns atos, e as sacadas do protagonista descobrindo o potencial do anel para ganhar dinheiro, descobrir a senha, e outros feitos acaba sendo divertido e bem colocado, mas quando foi necessário para ter um conteúdo realmente acabou desandando.

Quanto das atuações, costumo dizer que Morgan Freeman não falha nem escolhe filmes ruins para atuar, e seu Anton tem uma pegada meio Bill Gates/Steve Jobs com seu cerne de confiança em coisas místicas e tecnologia, tendo toda a pompa numa apresentação e até mesmo em suas atitudes, mas ele foi tão pouco usado na trama que acabamos até esquecendo dele em diversos momentos, e isso não é algo que se faça com uma lenda, ou seja, dava para ter brincado mais com tudo para que o ator aparecesse mais. Já Josh Hutcherson trabalhou seu Franklin com uma pegada mais leve e cheia de boas sacadas, de modo que nem parece estar com um ar depressivo pela morte da irmã em nenhum ato, mas conseguiu ao menos segurar bem toda a trama para si, entregar as desenvolturas cênicas bem expressivas e soar agradável, só não indo também muito além, mas sem falhar também. Greg German trabalhou seu Sig com um estilo não muito vilanesco nem de ricaço exagerado, mas teve alguns atos meio que forçados em cima de sua incoerência, ficando com tudo subentendido de um modo esquisito de ver, ou seja, ficou parecendo ser apenas alguém que o protagonista quer se vingar e não vai muito além na tela. Ainda tivemos bons atos das garotas na tela, tendo o destaque para Lovie Simone com sua Jala rápida e bem centrada nos atos mais marcantes junto do protagonista, e Bevie Bru também brincou um pouco na tela com sua Renee, mas sem ir muito além na tela.

Visualmente o longa entregou muitos carrões, mansões, apresentações gigantes em auditórios, aviões e tudo mais que a pompa do luxo pode mostrar, mas claro o destaque cênico fica para as pulseiras que dão informações da saúde de cada um, e claro o anel que volta no tempo para mudar algo rapidamente, sendo algo nem tão chamativo, mas que funcionou bem nos cassinos e para os atos de salvação que transformaram o protagonista em herói, mas tudo bem rápido sem muita criatividade, o que acaba decepcionando um pouco.

Enfim, volto a frisar que não é um filme ruim, pois quem for conferir ele sem esperar muita coisa acabará se divertindo com toda a entrega na tela, mas sem dúvida alguma dava para ser daqueles filmes que você se surpreenderia do começo ao fim com tudo e ainda desejaria muito mais, o que é uma pena. Então fica a dica de ver ele como algo básico e nada mais, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


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O Refém - Atentado em Madri (Todos Los Nomes de Dios) (All The Names of God)

1/28/2024 10:52:00 PM |

Já disse várias vezes o quanto gosto do cinema espanhol, pois ao mesmo tempo que eles erram muito, também acertam demais com longas de diversos estilos, e um estilo que eles gostam e acertam bastante é no gênero policial, pois brincam com facetas investigativas, com tragédias e com tramas que sempre recaem facilmente para que o público se envolva com os protagonistas, se emocione com algo e até mesmo torça para que tudo dê certo, o que na maioria das vezes dá. E o nome da vez é "O Refém - Atentado em Madri", que se eu conheço bem o cinema americano não dou nem dois anos para fazerem uma cópia bem semelhante ao longa, pois é uma trama com estilo e personalidade, mostrando uma faceta do terrorismo que é de chocar o mundo, e não apenas sair explodindo vidas, e isso eles já conheceram bem, e a grande sacada da trama espanhola é que o filme tem um primeiro ato de certa forma explosivo, mas ao mesmo tempo com um ar carismático, já que o jovem terrorista não parece querer fazer as coisas, e o motorista acaba se conectando com ele, para depois termos uma operação bem imponente e cheia de nuances, que dava para causar até um pouco mais se os personagens fossem mais emotivos, mas o resultado funciona pelo menos e quem gosta do estilo vai se envolver bastante.

O longa nos mostra que depois de um atentado terrorista, Santi é tomado por refém por Hamza, o único terrorista que sobreviveu. Em uma reviravolta inesperada, seus papéis são trocados e Santi se torna um homem-bomba andando pela Gran Vía de Madrid, vestindo um colete com explosivos. A agência de inteligência, os serviços de emergência, e mesmo a mídia, se juntam para salvar sua vida através de uso de recursos impressionantes com consequências inesperadas.

O diretor Daniel Calparsoro é bem conhecido aqui no Brasil por seus vários filmes que podem ser conferidos na Netflix, e ele sempre sabe criar situações tensas em casos fechados bem encaixados, de forma que tudo não seja jogado na tela, mas sim passe uma mensagem a mais, e aqui ele brincou com o fator terrorismo, a desenvoltura do fator religioso nos casos, e até ousou jogar com a forma de cancelamento de mídia e o uso de inteligência artificial como algo bom para certas situações, de modo que a trama tem um ar ousado e estiloso, mas que também se alonga um pouco demais sem criar a devida pressão que necessitava. Ou seja, é daqueles filmes que entramos no clima, mas que precisava dosar um pouco mais todos os atos tensos para que a trama causasse o sufocamento do público com a possibilidade da explosão, como acaba ocorrendo nos atos finais, de tal forma que se isso ocorresse no longa inteiro o resultado seria ainda mais explosivo e facilmente chamaria mais atenção, mas mostrou que o diretor melhorou bem nos últimos anos e cada vez vai chamar mais atenção.

Quanto das atuações, se existe um ator que topa tudo é Luis Tosar, pois com pouco mais de 50 anos já tem mais de 120 trabalhos em diversos meios e está bem longe de sua aposentadoria, pegando cada vez personagens mais intensos e cheios de expressividades, e aqui seu Santi tem tantos vértices para trabalhar que facilmente o ator precisou pensar muito em tudo, afinal é um taxista noturno que está sem dormir há várias horas, tomou apenas um desjejum, perdeu a filha para o câncer há alguns meses, a mulher também anda doente, e ao achar que está ajudando um ferido no atentado acaba refém de um dos terroristas, e consegue ainda piorar sua situação quando é colocado dentro de um colete com bombas, ou seja, se ele não tinha personalidade antes de um filme desse estilo, aqui ele conseguiu colecionar todos os tipos de trejeitos para entregar algo marcante e bem colocado, sabendo fazer de suas nuances facetas para que o público se conectasse nele, e assim agradar bastante. Outra que entregou muita personalidade e facilmente irá fazer mais papeis como investigadora policial é Inma Cuesta, pois sua Pilar tem pegada e ousadia para enfrentar seus superiores, consegue criar trejeitos com segurança e intensidade e não deixa que o filme fique solto sem uma atuação própria da polícia, o que fez dela bem preparada para o papel e chamando sempre os atos para si acaba agradando mais do que imaginava. Ainda tivemos outros bons personagens e papeis, mas o foco ficou realmente com os dois, valendo leves destaques para a esposa e o filho do protagonista vividos por Patricia Vico e Lucas Nabor, alguns bons momentos de tensão e explosão cênica de Nourdin Batan com seu Hamza, e Joan Solé como o destruidor de bombas Jesús, mas ainda ficamos com uma pulguinha com o que teria acontecido com o personagem de Milo Taboada no final, afinal teremos uma continuação?

Visualmente a trama foi bem elaborada, tendo um início já bem explosivo com a cena do atentado logo de cara no aeroporto, com pessoas faltando pedaço, muito sangue e sujeira para todos os lados, mostrando que a equipe de arte não economizou ali, depois tivemos alguns atos bem intensos dentro do carro com inclusive um acidente bem intenso e chocante, e claro depois toda a operação para a retirada da bomba mostrando uma equipe policial bem integrada com a imprensa, mostrando o bom uso da inteligência artificial para criar coisas reais, e claro toda uma cenografia bem clássica do estilo com carros policiais, anti-explosivos e tudo mais.

Enfim, é um filme que prometeu algo e cumpriu, não sendo uma trama que vá muito além do que é mostrado no trailer e na sinopse e que até dava para ser mais tenso e chamativo, mas que funciona bem e agrada quem gosta do estilo. O filme está nos cinemas, mas é uma coprodução da Amazon Prime Video, então acredito que muito em breve estará disponível para ser conferido na língua original e não com uma dublagem que até foi razoável, mas que não deu tanta personalidade para os protagonistas, então fica a dica já que o longa só chegou assim no interior. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Em Ruínas (황야) (Hwang-ya) (Badland Hunters)

1/28/2024 04:49:00 PM |

Algumas vezes disse que sábio é o diretor, roteirista e produtor que consegue usar um cenário pronto para criar muitas coisas em cima dele, e se já estavam filmando o drama apocalíptico "Sobreviventes - Depois do Terremoto", porque não utilizar tudo o que já estava preparado para criar uma ação de pancadaria usando o mesmo ambiente, tema, e até mesmo a ideia? Pois bem, o longa da Netflix, "Em Ruínas" é classificado como uma continuação do longa que estreou nos cinemas por aqui na semana passada, mas quem não conferiu não se preocupe, pois apenas a ideia do terremoto, e claro o único prédio que ficou de pé na cidade, que se lá viviam apenas os moradores do condomínio, aqui virou um reduto de experimentos para sobreviverem sem comida e água, dominado pelos soldados e por um médico maluco. Ou seja, temos o mesmo ambiente, o mesmo plot de desenvolvimento, mas como temos um resgate tudo é mais voltado para a pancadaria e tiros para todos os lados, de modo que funciona também para quem gosta do estilo, e mesmo sendo bem estranho os personagens, afinal usam da base de répteis para viver em lugares secos e se regenerar, e claro tendo a famosa base de mil tiros não acertam os protagonistas, mas um só deles derruba dez soldados rivais, o resultado acaba sendo bem bacana servindo como um bom passatempo que não dá para esperar muito dele, então curta e quem sabe logo venha um terceiro longa para finalizar uma trilogia.

A sinopse nos conta que anos após Seul se transformar em uma terra sem lei, depois de um terremoto que destruiu a cidade, um experiente caçador decide resgatar uma adolescente sequestrada por um médico que realiza experimentos em humanos.

Diria que o diretor Heo Myeong Haeng soube trazer para sua estreia por trás das câmeras o que mais sabe fazer que são acrobacias de dublês, afinal já são anos trabalhando profissionalmente como um desses malucos que saltam, lutam e tudo mais para que um filme de ação fique crível e intenso, e com isso ele foi muito esperto em utilizar bem toda a cenografia já pronta de outro longa para desenvolver sua história e dar as dimensões de um resgate bem dramatizado na tela, de forma que o filme acaba funcionando mais pelas boas cenas de tiros e pancadaria do que pela história em si, afinal vemos bem rapidamente como tudo está sendo feito pelo médico, vemos como são feitas as negociações, o tratamento da água para chegar nos jovens preparando a glândula, mas nada mais do que isso, e depois é tiro, porrada e bomba como costumamos falar, e assim ele entregou o que prometeu e agradou como um bom passatempo do estilo.

Quanto das atuações, já nos acostumamos tanto com o lado brucutu bem humorado de Ma Dong-seok que sabemos que filme com ele dificilmente são ruins pelas suas sacadas e claro por botar todos os vilões no chão sejam com balas, facões ou até mesmo na mão, e aqui seu Nam é bem trabalhado, tem a comicidade tradicional em alguns atos, mas a grande base é seu estilo seco de lutar que agrada e funciona demais, então não temos que esperar nada mais dele, e só se divertir com tudo na tela. A jovem No Jeong-ee trabalhou um olhar tão dócil para sua Su-na que chega a ser até bobinha demais na tela, e sempre fazendo a pergunta "cadê minha avó?" acaba até irritando os vilões, mas trabalhou bem com cenas nas espreitas e não sendo apenas mais uma cobaia para o médico maluco. A soldado que Ahn Ji-hye entrega tem personalidade forte e entregou também boas lutas e interações, de forma que acaba chamando atenção nos seus atos. Ainda tivemos muitos outros personagens, mas que não foram listados aonde pego os nomes, e nos créditos não dá para resolver já que são apenas caracteres coreanos subindo, então vale bem destacar o médico Gi-su completamente maluco e desesperado para a cura de um pedaço de sua filha que sobrou após o terremoto, e a professora que até achei que fosse a síndica do prédio do outro filme, mas são bem diferentes e a jovem daqui tem trejeitos menos diretos que a outra, e claro o jovem Lee Joon-young que fez o parceiro de caça do protagonista Ji-wan sendo bem dinâmico, mas força um pouco demais a barra.

Visualmente ainda sigo com a ideia de que usaram muita computação para criar todo o ambiente destruído, mas como já foram dois filmes usando o mesmo local, estou quase fadado a acreditar que construíram um bom pedaço de tudo destruído pelo chão para fazer mais cenas externas sem precisar de tanto chromakey, e acaba sendo bem chamativo tudo ali, além claro que tivemos várias cenas no interior do prédio, mostrando o porão aonde é feito o tratamento da água, a escola meio que estranha e também o laboratório do médico maluco, tudo com um ar bem montado, mas sem grandes elementos cênicos para serem usados, tendo claro muitas armas (algumas com um poderio violentíssimo que praticamente explode as pessoas com um único tiro), facões, arcos e bombas, e do lado médico uma máquina meio estranha que suga líquido das glândulas dos jovens, muitos animais em potes e tudo que represente bem um laboratório.

Enfim, está bem longe de ser uma trama perfeita, aonde a desenvoltura do roteiro pudesse chamar mais atenção e ser criativa com nuances mais explicativas talvez de tudo, mas como a proposta era um filme de pancadaria com muita ação o resultado acaba sendo bem convincente e agrada bastante na tela, então é ver sem esperar muito dele, bem como um grande passatempo, e esperar se irão fazer um terceiro filme, de quem sabe a reconstrução da cidade e os problemas que acontecerão, mas isso só o tempo dirá, então aguardaremos. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, afinal hoje ainda vou ver mais um longa, então abraços e até logo mais.


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Todos Menos Você (Anyone But You)

1/27/2024 10:06:00 PM |

Costumo dizer que entregar uma boa comédia romântica é um dos feitos mais difíceis para um diretor, pois na maioria das vezes o que faz rir para uns não faz para outros, muitas das vezes acabam exagerando em situações bobas para forçar o riso, e ainda tem o caso de exagerarem no romance achando que tudo está engraçado e está apenas uma dose exagerada de açúcar que ninguém aguenta, nem mesmo os casais mais românticos que existe. Mas quando conseguem dosar bem tudo dentro de um filme e encaixar tanto a comicidade quanto o romance, acaba sendo algo que você dá boas risadas e se envolve muito fácil, e um exemplar que estreou nessa semana e vale a pena é "Todos Menos Você", que pelo trailer eu apostava fácil que seria algo tão bobo e tradicional que iria me irritar mais do que gostar, mas a química entre o casal protagonista é tão diferente da usual, tendo claro todas as situações clássicas que você certamente só espera a hora que irá acontecer, mas que tem todo um floreio, tem atos bem colocados, e tirando um ou outro exagero não força a barra para funcionar, então a sala que estava com bastante gente riu, e como sempre falo: fez rir já pode assinar como comédia!

Baseado na comédia de William Shakespeare, "Much Ado About Nothing", o longa acompanha Bea e Ben, dois jovens que combinam um encontro após se esbarrarem num café. Em uma noite quase perfeita, o jovem casal possui tudo para manter o contato: química, uma boa conversa e um incrível desejo um pelo outro. No entanto, o primeiro encontro não passa disso, e a relação de ambos se esfria até pararem de se falar. Anos após, os dois acabam coincidentemente sendo convidados para o mesmo casamento na Austrália. Longe de casa e dos problemas, os dois acabam fazendo um trato, fingindo ser um casal para todos até o casamento acabar. Mas a tarefa se torna complicada quando os convidados e familiares percebem a antipatia que nutrem um pelo outro, fazendo com que tornem o trabalho mais convincente e os encontros mais frequentes.

Diria que o diretor e roteirista Will Gluck foi bem esperto na forma de desenvolver seu filme, pois a trama tinha tudo para ser apenas uma sacada meio que jogada ao vento, mas pegou a ideia da obra de Shakespeare e brincou com os personagens em seus devidos momentos, tanto que o filme em si tem toda a sacada de tentar causar ciúmes em outras pessoas, tem toda a pegada do ódio e do amor flertando a todo momento, e por um leve momento acreditei até que o diretor não iria entregar o fechamento tradicional do gênero, que aí meus amigos, eu diria que seria a ousadia nível master, mas não rolou, então diria que ele soube segurar bem toda a dinâmica, não ficar jogando cenas livres sem sentimentos cômicos, e conseguiu principalmente chamar a responsabilidade para a direção, o que é diferente do que acontece em muitos romances que ficam totalmente dependentes do casal protagonista, de tal forma que mesmo tendo uma boa química, a história é boa de ser usada com qualquer casal ali, desde que claro fossem em um casamento rico, de vários dias, festas variadas, mansões e tudo mais, que sempre mostram o quanto somos bem pobres. Ou seja, diria que o diretor voltou a entregar algo tão bem feito que lembrou um de seus primeiros filmes que é "Amizade Colorida" de 2011.

E já que falei bem da química entre os protagonistas, vamos falar um pouco das atuações deles, começando por Sydney Sweeney que conseguiu dar um tom bem dinâmico nos trejeitos de sua Bea, agindo com muita desenvoltura cênica em todos os atos, brincando com as possibilidades e ideias, e passando muito sentimento no olhar, dando várias quebras para ficarmos realmente na dúvida do quanto queria ou não o protagonista, e isso é exatamente a sacada que o filme desejava sendo bem funcional de ver na tela. Da mesma forma Glen Powell já trabalhou claro como o galã que o seu Ben pedia, todo cheio de imponentes atos e um estilo carismático que chama muito a atenção das garotas que forem conferir o longa, fazendo claro algo junto com a protagonista de conseguir tirar comicidade das cenas sem que eles fossem realmente atores cômicos, e isso deu um tom bem preparado e com uma graça única que funciona na tela, ou seja, ambos se entregaram para se divertirem realmente com seus personagens, o que acabou funcionando demais. Ainda tivemos bons atos com os demais personagens que claro tentam empurrar um para o outro, mas sem grandes chamarizes cênicos de modo que tudo sobrasse para o casal protagonista entregar na tela, valendo leves destaques para as noivas vividas por Alexandra Shipp e Hadley Robinson, e para Gata como o irmão da noiva e amigo do personagem principal, mas sem grandes explosões, e diria que também os atores que fizeram os pais tentaram dar leves forçadas, então melhor nem entrar em detalhes.

Visualmente o longa tem sua identidade bem colocada começando com um encontro numa situação meio inusitada em um café, já mostrando que a protagonista é um desastre em tudo o que faz, depois passa por uma noite bem gostosa de conversas na casa do rapaz, tivemos um novo encontro em uma balada, e em seguida já temos um voo, para chegar numa grandiosa mansão em Sidney, vários jantares e reuniões, tudo dando uma grande amplitude de cenários belíssimos bem encaixados na natureza, mostrando claro um casamento simples porém bem luxuoso, tendo ainda algumas situações inusitadas num barco (a cena do Titanic é de rachar de tanto rir), tivemos atos na selva com alguns animais australianos tradicionais, sendo um trabalho da equipe de arte bem de contexto para o estilo.

Enfim, não é um filme perfeito, afinal usa e abusa de clichês, mas faz rir bastante, usa a música "Unwritten" de Natasha Bedingfield à exaustão inclusive com todos os protagonistas cantando em suas cenas no final, e o resultado funciona, então para quem gosta de tramas leves e divertidas, sem ligar para algo tão comum vale bastante a dica de conferida. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Nosso Lar 2 - Os Mensageiros

1/27/2024 02:05:00 AM |

Costumo dizer que em time que está ganhando não se mexe, mas como produtores são exageradamente gananciosos, quando um filme faz muito sucesso fica quase claro que logo irão correr atrás de continuações, e por coincidência que pareça dois exemplares nacionais que estouraram todas as bilheterias do país no passado irão ter suas continuações em 2024, começando agora com "Nosso Lar 2 - Os Mensageiros", que era para sair no ano passado, mas o primeiro trailer/teaser mais assustou o público do que cativou os fãs do longa espírita, pois os efeitos estavam assustadores, então provavelmente ele voltou para a ilha de edição, e ao menos nesse quesito posso dizer que o resultado ficou bem interessante de ver na tela. Porém já vou dizer logo de cara o problema desse filme comparado ao original, que se lá tivemos uma história bem encaixada, bem contada e com as devidas nuances, aqui tudo pareceu meio que feito por várias dinâmicas espalhadas que não formam um filme completo de cara, tendo ainda boas essências espirituais, algumas lições e mensagens interessantes, mas a edição é totalmente quebrada, com coisas acontecendo em tempos meio que perdidos, sem uma ordem funcional, e principalmente sem uma força motora para realmente emocionar a todos que foram assistir. Ou seja, é um filme bem bonito pela mensagem em si, mas tão confuso de ideias que você irá ficar se perguntando sobre alguns personagens, precisaram colocar algumas "narrações" para contar coisas que ocorreram, e dessa forma diria que não chegou nem a 10% do que o original foi na telona, mas que certamente irá lotar diversas sessões e facilmente irá bater recordes de bilheteria, afinal todo mundo independente da religião tem algo com o original e irá querer ver.

A sinopse nos conta que o médico André Luiz junta-se a um grupo de anjos da guarda da cidade Nosso Lar, liderados por Aniceto, para a missão de ajudar a salvar projetos de vidas que estão prestes a fracassar. Juntos, eles se dedicam a cuidar de três protegidos cujas histórias estão interligadas: Otávio, um jovem com um dom incomum e uma vida promissora, mas que se desvirtua no caminho; Isidoro, líder de um centro de caridade, e Fernando, empresário responsável pelo financiamento do projeto. Guiados pelo poder de transformação do amor e do perdão, os Mensageiros vão tentar resgatar essas histórias, até mesmo quando tudo parece perdido.

Uma coisa que me deixou feliz é de terem deixado que Wagner de Assis que dirigiu o original voltasse para fazer a continuação, afinal costumo dizer que quando algo faz sucesso tem de trazer de volta o pai do sucesso para que crie seu filho novamente, porém acho que demoraram demais para fazer a continuação, afinal em 14 anos o clima muda por completo e ideias que seriam boas acabam se perdendo, de tal forma que se no original ele tinha toda a base do livro, aqui ele usou trechos de vários outros livros e essa junção em demasia acabou se perdendo, ficando algo que num primeiro momento não chega nem a ser um filme realmente bem estruturado, e isso é uma pena, pois acredito que se tivessem melhorado com uma edição talvez linear o resultado seria outro muito melhor de ver na tela, parecendo um erro de direção de edição, e isso é uma falha também do diretor que não soube colocar a sua ideia completa no papel.

Quanto das atuações, diria que foram bem escolhidos manter Renato Prieto como André Luiz, porém ele não foi tão utilizado aqui como no original, sendo mais uma base apenas para tudo o que ocorre na trama, e sendo funcional ao menos. Edson Celulari fez bons trejeitos com seu Aniceto, e tem um ar bem colocado como um ser angelical como fala em alguns atos, mas acredito que dava para ter aproveitado mais o ator, afinal ele é bom no que faz, e aqui ficou meio que sempre no centro sem ir para o ato realmente, o que causa um certo estranhar na tela. Agora sem dúvida alguma Felipe de Carolis entregou um Otávio com muita personalidade, cheio de atos imponentes, funcionando bastante como um espírito de certa forma com ideias não tão boas, desesperado para com tudo e cheio de trejeitos fortes o que acaba muito na tela. Mouhamed Harfouch também teve alguns bons momentos com seu Isidoro e trabalhou bem os atos junto de sua família, mas suas cenas são as que mais foram picotadas na edição, o que acabou ficando estranho de ver. Outro que teve poucas cenas para se mostrar, aparentando ter muitos cortes foi Rafa Sieg com seu Fernando, de forma que dá para contar suas falas e atos, o que é ruim de acontecer, ou seja, dava para ter ido além. E para não me estender tanto nos atores, diria que vale uma boa menção para Othon Bastos retornando como Governador do Nosso Lar, e sem dúvida dar todo o destaque para as boas sacadas cênicas de Fábio Lago com seu Vicente bem trabalhado em cenas mais leves, mas agradando bastante com o que fez, já do lado feminino não diria que dá para colocar ninguém em evidência, pois praticamente todas as cenas foram meio que alegóricas e de conexão demais com cada um da trama.

Visualmente o longa tem muita cena feita com computação gráfica, e embora seja algo meio que futurista e bonito como já vimos no longa original, por vezes acaba soando falso demais na tela, valendo mais todos os efeitos das cenas com os personagens, brincando com alguns com cores, outros em preto e branco, tendo toda a ideia da energia sendo roubada, vemos também todo o lance do suspiro de alívio da morte bem representado, tivemos alguns atos em centros com suas tradicionais distribuições de sopas, roupas e claro as conversas emocionais bem colocadas, vemos algumas famílias bem tradicionais numa representação meio que de época, e assim sendo posso dizer que a equipe de arte e de fotografia trabalhou bem em conjunto, mas sem grandes anseios.

Enfim, confesso que ao mesmo tempo que esperava algo muito mais emocional, também esperava algo muito problemático, afinal o primeiro trailer não vendeu o filme, pelo contrário parecendo que seria uma bomba de efeitos ruins e tudo mais, mas isso foi bem corrigido na versão final, nem incomodando tanto com o resultado de tela, porém falharam demais na edição, e isso fez com que a história em si não fosse emocionante como deveria, e assim sendo não ficou algo ruim de ver, mas passou bem longe de ser algo bom também. Claro que para os mais religiosos o filme pode ter toda uma essência maior, e de forma alguma vai contra as filosofias pregadas, sendo algo que muitos irão gostar, mas falando como um crítico de filmes, falhou bastante. Ainda assim, acredito numa grandiosa bilheteria, e dá para recomendar para quem não ligue de algo muito quebrado na tela, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje deixando meus abraços, e claro que volto em breve com mais textos.

PS: Confesso que pensei em dar uma nota até menor para o longa, mas como o lado espiritual e a essência de tudo funciona na tela para o público-alvo vou manter um 6, mas facilmente caindo para algo menor.


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Vidas Passadas (Past Lives)

1/26/2024 12:58:00 AM |

Costumo dizer que não sou muito fã de dromances, ou dramas românticos como alguns preferem chamar, pois tem todo o lado emocional de um romance, mas com aquela pitada de não ir muito para frente, e/ou acontecer algo trágico para estragar tudo, mas vez ou outra temos alguns que causam bastante para impressionar ou ficam tão bonitos de essência que acabam agradando uma tonelada de pessoas. E o longa coreano-americano "Vidas Passadas" tem mais dessa segunda pegada, pois é bonito de essência, entrega bem aquele famoso romance/amizade que muitos acham que tem na infância e levarão para a vida, traz a conexão com a emoção de conversas a distância, e claro o choque depois de anos de não saber como agir num encontro com tudo mudado, mas é básico demais, não tendo nenhum grande clímax nem algo que choque como costumam ser os filmes desse estilo franceses, nem tem toda as firulas tradicionais do estilo americano, sendo algo que alguns vão dormir, outro se encantar e alguns ainda sairão pensando se gostaram realmente, valendo sim as indicações que anda ganhando nas premiações mundo afora, mas como vem acontecendo, ganhando poucos, pois faltou tempero realmente para que o longa fosse além.

O longa conta a história de Nora e Hae Sung (Teo Yoo), dois amigos de infância com uma conexão profunda, mas que acabam se separando quando a família de Nora decide sair da Coréia do Sul e se mudar para a cidade de Toronto. Vinte anos depois, os dois amigos se reencontram em Nova York e vivenciam uma semana fatídica enquanto confrontam as noções de destino, amor e as escolhas que compõem uma vida.

Como muitos sabem, costumo bater mais do que elogiar em diretores estreantes, mas posso dizer que a diretora e roteirista Celine Song soube conduzir muito bem sua obra para algo que fosse fácil de colher frutos, tanto que garantiu indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original, além de vários outros prêmios que vem colecionando, e como disse no começo, a história é bem bonita de ver, mas faltou aquele algo a mais que sempre esperamos acontecer, que impactasse realmente no público, coisa que talvez ela adquira com mais experiência, mas que mostrou sabedoria em pontuar suas dinâmicas, em envolver toda a situação na tela sem precisar de eventos reflexivos, e claro, brincou com a ideia de reencarnações que é algo tão tradicional na cultura oriental, que até poderia ter trabalhado um pouco mais para chamar mais atenção, mas como não rolou, acabou sendo tudo bem básico e bem feito ao menos.

Quanto das atuações, diria que Greta Lee segurou muito bem toda a personalidade e a emoção de sua Nora, de modo que consegue passar bem o que sente por dentro de seu relacionamento com o americano e também o sentimento guardado pelo jovem coreano, sendo bem transmitido em olhares e claro na falta de frases para passar isso na tela, que como muitas vezes falamos o silêncio diz muito mais do que algumas palavras, e assim podemos dizer que a atriz foi muito bem escolhida para o papel. Da mesma forma Teo Yoo passa esse sentimental marcante para seu Hae Sung, de modo que é nítido o brilho no olhar e a emoção de estar revendo sua paixão de infância nos dois momentos, inicialmente pelo computador e depois ao vivo, sendo traçado bem toda a essência e a tensão que o jovem consegue demonstrar, e claro acertar no que precisava fazer. Confesso que chega a dar um misto de dó e pena para o papel de John Magaro, pois seu Arthur vê que a esposa ainda tem a paixão pelo jovem coreano, mas também tem sentimentos por ele, e o mais engraçado é ver que ele entrega tudo tão fácil, sabendo da escolha dela, que ficou até meio bobo em cena, mas de certo modo acertado, ou seja, ficou aquele personagem literalmente de vela na cena do bar.

Visualmente a trama é bem bonita de ver, mostrando basicamente alguns pontos chaves de Nova York como a ponte e o passeio de barco para ver a estátua (o diálogo do marido falando que nunca foi lá com ela é de ficar com muita dó do rapaz!), vemos alguns bares em Seul aonde o protagonista e seus amigos vão, os quartos dos dois conversando através do Skype, e claro o bar aonde o filme começa e praticamente termina, tendo boas nuances de roteiro, aonde a equipe de arte não precisou trabalhar muito, mas conseguiu ser bem simbólica e interessante de ver.

Enfim, não sei se fui esperando muito dele pelas várias indicações, mas senti que faltou um algo a mais para mudar de "bonito de se ver" para "emocionante e impactante" como um bom drama romântico deve ser, mas que mostra que a diretora está no rumo certo para decolar de vez, pois conseguiu todas as atenções agora com esse, e certamente muitos irão apontar suas falhas para que num próximo longa ela entregue algo perfeito. Então fica a dica de conferida, claro para completar a lista dos prêmios, e eu fico por aqui hoje deixando meus abraços com todos e volto amanhã com mais dicas.


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Netflix - O Conde (El Conde)

1/25/2024 01:26:00 AM |

Já disse isso esses dias atrás que quando resolvo dar play em alguns filmes que largo encostado na lista geralmente são daqueles que eu tinha uma leve certeza que não me agradaria muito, mas como a trama foi indicada para o Oscar, é claro que fui conferir para não deixar "tão" de lado, e embora comece bem e tenha algumas sacadas divertidas, o longa da Netflix, "O Conde", entrega um miolo extremamente cansativo, um excesso narrativo, e um final meio que bobo, mas possui uma fotografia linda em preto e branco que já virou quase um pré-requisito para estar indicado ao prêmio de Melhor Fotografia na premiação mais famosa de Hollywood, e assim sendo diria que a trama ao menos tem um sentido razoável na forma sátira de trabalhar políticos imponentes e o desespero dos herdeiros para ficar com o dinheiro sujo de alguma forma. Ou seja, é daqueles filmes que você vai conferir e fica a todo momento pensando na mente maluca do diretor/roteirista, mas que tenta ignorar para ao menos curtir um pouco o que é mostrado na tela, mas confesso que no miolo o sono bateu forte e tive quase que assistir ao longa de pé.

O longa se passa em uma realidade alternativa e mostra Augusto Pinochet, símbolo fascista, como um vampiro envelhecido e isolado em uma mansão abandonada. Após 250 anos se alimentando de sangue para sobreviver, ele está decidido a morrer de uma vez por todas. Frustrado com a forma como lhe veem, e cercado por uma família decepcionante e oportunista, o vampiro já não vê nenhuma razão para continuar sua trajetória pela vida eterna. Porém, quando tudo parece perdido, ele acaba descobrindo uma inspiração que lhe faz querer abandonar seus planos.

O mais interessante de tudo é que o roteirista e diretor Pablo Larraín não tem em seu estilo sátiras estranhas, mas sim biografias bem imponentes de várias personalidades, e aqui ele criou algo que oscila demais na tela, por vezes sendo divertido e interessante, mas em outras soando bizarro e sem sentido, de tal forma que claro que alegoricamente assistindo sabendo que é uma sátira você até tenta rir das situações, mas o miolo cansa e as situações ficam cada vez mais estranhas na tela, voltando a dar uma certa melhorada no final, mas que dava para ser mais conciso e reduzir uns 20 minutos para que tudo ficasse convincente, mesmo sendo uma sátira. Ou seja, é daqueles filmes que alguns amam e outros acabam se irritando com tudo o que é mostrado, de tal forma que o incômodo é maior do que a diversão em si, pois a história até tinha tudo para ser marcante, com uma ideologia de vampiros, política e principalmente quando aparece a mãe dele que narra a história toda, que aí se colocado antes daria algo ainda maior para tudo.

Quanto das atuações, diria que Jaime Vadell se divertiu bem com seu papel de Conde, fazendo trejeitos bem sérios, voando bastante pelos cenários, batendo corações nos liquidificadores, bebendo bastante em cena, mas sem precisar fazer diálogos contundentes, de modo que se entregou na brincadeira e não precisou ir muito além. Já Alfredo Castro segurou um ar mais dramático para seu Fyodor, trabalhando caras bem fechadas para todas as nuances de seu personagem, tentando sempre aparecer um pouco mais, mas tendo um fechamento bem intenso e interessante. Gloria Münchmeyer fez uma Lucia com um estilo mais clássico, bem disposta a pegar o dinheiro e viver, fazendo olhares e sínteses bem diretas para o protagonista, não deixando que a brincadeira ficasse explosiva, mas sim sempre séria e bem colocada. Já Paula Luchsinger entregou sua Carmencita meio que desesperada para agir, fazendo cenas meio que gritadas e explosivas que não encaixaram tão bem dentro da ideia, o que acaba sendo estranho de ver. E por fim tivemos Stella Gonet como a narradora do filme em vários atos e aparecendo no final como a mãe do personagem principal, que vai chamar muita atenção por quem ela é realmente, sendo uma grande sacada da produção, e mostrando que a atriz chegou com classe na bagunça e acabou saindo bem.

Visualmente a trama tem toda uma pegada para mostrar boas cenas do protagonista devorando sangue de várias pessoas por muitos anos, ligando tudo com Revolução Francesa, com os conflitos no Chile e muitos outros atos simbólicos, tendo boas cenas de decapitação, sempre removendo o coração para bater num liquidificador e tomar como suquinho, temos a casa do protagonista meio como uma fazenda num deserto e toda a desenvoltura rolando em busca de documentos na casa, o que dá um certo conflito de bagunça, mas que funciona de certo modo, mostrando que a equipe de arte trabalhou, claro tirando os atos voando que são meio toscos na verdade. Agora falando da indicação ao Oscar, a fotografia em preto e branco dá todo um charme para a produção, criando uma desenvoltura clássica bem colocada, e principalmente dando um ar meio morto para o longa, que no final fica colorido por um bom motivo, e assim diria que ganharam o coração dos votantes da Academia.

Enfim, diria que é um filme mais chato do que divertido, sendo bem sincero, mas que tem um estilo e tem seu gracejo, então fica como uma dica meio que inusitada para quem curtir sátiras e não ligar para coisas toscas em formato clássico, do contrário, apenas acredite que a fotografia está bonita, e nem dê o play. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Nimona

1/23/2024 10:25:00 PM |

Pois bem, a quantidade de filmes que surgem nos streamings com toda certeza é bem maior do que o tempo que tenho para dar play em todos, e por vezes acabo colocando alguns bem bons na lista e acabo esquecendo deles por lá, e um exemplo disso foi a animação "Nimona" da Netflix, mas hoje como saíram as indicações do Oscar é claro que fui vasculhar a lista e dar play (aliás tem mais um lá que devo conferir logo mais que também foi indicado), e olha, que animação interessante, bem bonita e diferente visualmente, com uma história chamativa e inusitada, tendo um ritmo que funciona e diverte na mesma medida, ou seja, é daquelas que chamam a atenção mesmo indo completamente contra todos os clichês. Claro que muitos vão olhar imaginando uma coisa e verão outra, mas a base é bem maluca e receptiva, de forma a cativar mesmo quem for preconceituoso, afinal mostra bem toda a desenvoltura do personagem para se provar inocente, sendo ajudado por uma garota bem diferente cheia de poderes, lembrando um pouco o estilo de RPG tradicional com um traço forte e chamativo, ou seja, vale a conferida e claro que valeu a indicação ao Oscar.

No longa acompanhamos Ballister Boldheart, um cavaleiro enquadrado por um crime que não cometeu. Para provar sua inocência, a única esperança do homem é aceitar a ajuda de Nimona, uma jovem transmorfa - que também pode ser o monstro que Boldheart um dia jurou matar.

Quando os diretores Nick Bruno e Troy Quane estrearam em 2018 com "Um Espião Animal", minha principal crítica foi a de faltar uma escolha mais definida de público-alvo, e aqui eles resolveram em definitivo que essa era mais uma animação para adultos do que para a garotada, embora tenha uma ou outra pegada graciosa e colorida para pegar os menorzinhos, mas a grande ideia, o roteiro em si e as desenvolturas são todas bem mais colocadas para o público jovem-adulto, e assim sendo puderam colocar violência sem limites, sacadas com teores mais discutíveis e claro muita irreverência para seus personagens, além claro de um traço mais forte, e assim sendo o resultado acaba sendo cativante e diferenciado dentro da proposta, que acaba funcionando bastante na tela, e que claro agradou muitos que conferiram ele. Ou seja, é daquelas animações que você sente a presença da direção e do roteiro e que acaba querendo até mais na tela, e assim sendo como costumo dizer, se acertar o público alvo numa animação você faz sucesso, e o resultado veio agora com a indicação.

Quanto dos personagens, diria que o protagonista Ballister foi desenvolvido meio que rapidamente durante a apresentação inicial e depois tem toda sua desenvoltura trabalhada nas fugas e nas tentativas de se mostrar inocente, então daria para ter uma pegada mais dramática para que não ficasse tão bobão na tela, porém ele tem um certo charme carismático para convencer os espectadores e assim acaba agradando bastante. Já Nimona sem dúvida é o carisma em forma de qualquer coisa, pois sendo uma transmorfa fica na forma humana em vários atos diferentes, fica na forma de diversos animais, e consegue entregar tanta desenvoltura que se personifica na tela em cada ato melhor que o outro, ou seja, não basta apenas levar o nome do filme, é o filme, e agrada demais. Ambrosius teve alguns atos para chamar mais atenção, mas ficou muito em segundo plano, de modo que acaba não fluindo como deveria para ir mais além, mas não atrapalha, e assim alguns podem acabar gostando dele. Agora sem dúvida alguma dava para ter desenvolvido um pouco mais da personalidade da Diretora, pois não temos uma grande entrega para que ela virasse uma vilã chamativa para os atos finais, sendo daqueles personagens que se perdem um pouco na tela, mas que certamente possuem uma síntese mais chamativa no roteiro que acabou não sendo usado.

Visualmente é um longa que facilmente muitos colocariam como um anime oriental pelos traços, cores e estilos, e souberam brincar bem com toda essa ideologia na tela, de forma que temos coisas futuristas misturadas com elementos medievais, toda uma explosão cheia de dinâmicas entre personagens e cenários, e claro muitos tiros e mudanças de ambientes, que acabam funcionando bastante dentro da perspectiva toda, ou seja, como falei no começo tendo a pegada mais voltada para os jovens adultos o resultado vai agradar bastante, afinal não segurou a classificação e botou tudo para jogo na tela.

Enfim, é uma animação bem diferente do usual e funciona bastante por ser assim, pois se seguisse uma linha mais tradicionalista acabaria apagado e esquecido, e sendo assim vale bastante o play para todos que não possuem preconceitos e gostam de algo divertido e cheio de nuances, então fica a dica. Não acredito que ganhe o Oscar, justamente por ser diferente demais, mas entrou com chances e vai brigar pelos votos com certeza! E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Gaiola Mental (Mindcage)

1/23/2024 01:05:00 AM |

Costumo dizer que se um diretor gosta de brincar com o público e fazer ele ter mil teorias é só recair para o suspense policial com várias mortes e toda uma investigação sem muitas pontas para se descobrir rapidamente, mas que saiba fechar bem tudo, pois largar jogado é querer que todo mundo do cinema saia da sessão xingando. Só que "Gaiola Mental" não estreou nos cinemas do Brasil, indo direto para a Netflix, então vamos reclamar para a TV mesmo, pois toda a ideia é muito boa, o final é de uma excelente sacada, só que diria que o ponto de virada poderia ter ido um pouco mais além para que o queixo caísse, mas de certa forma o resultado em geral acaba sendo tenso e bem interessante, daqueles que não conseguimos tirar o olho da tela e criar mil teorias, e digo que errei quem era o imitador, então fui pego pelo texto da trama.

A sinopse nos conta que os detetives Jake Doyle e Mary Kelly procuram a ajuda de um serial killer encarcerado chamado O Artista quando um assassino imitador ataca. Enquanto Mary procura pistas na psique brilhante, mas distorcida do Artista, ela e Jake são atraídos para um jogo diabólico de gato e rato, correndo contra o tempo para ficar um passo à frente do Artista e do seu imitador.

Diria que o diretor e roteirista italiano Mauro Borrelli até soube trabalhar bem a dinâmica de seu filme para que tudo fosse bem amarrado e chamasse bastante atenção, usando bem os artifícios do gênero e desenvolvendo bem toda a interação com seus personagens para ir enganando cada um e criando cada elemento de uma forma que ficássemos curiosos com o desenrolar de tudo, ou seja, ele não quis ser nem tão direto, mas também não largou os elementos de uma forma fácil na tela, e mais do que isso, usando alguns atores que geralmente entregam personagens mais cômicos, ele conseguiu que tivessem a devida densidade para um filme policial e acabou agradando bastante. Claro que dava para o filme ser mais amplo e ter um pouco mais de requinte, mas a forma mais direta acabou funcionando, e isso é o que importa, sendo que tudo é rápido demais na tela, o que acaba ao menos não fazendo o espectador esperar muito por tudo.

Quanto das atuações diria que Melissa Roxburgh trabalhou sua Mary com uma boa desenvoltura, sendo bem direta nas atitudes que a personagem precisava mostrar, e mais do que simbolizar tudo na tela, ela acabou conseguindo brincar com a ideia religiosa, com as intenções cênicas e colocando bons trejeitos clássicos de uma policial curiosa, de modo que dava para ter um pouco mais de explosão em alguns atos, mas mudaria o estilo da personagem, e assim sendo foi bem com o que fez. Agora quem surpreendeu bem com algo mais fechado e denso foi Martin Lawrence com seu Jake, pois o ator que tradicionalmente faz mais longas cômicos do que dramas, caiu bem na personalidade tensa que o longa pedia e criou com seu estilo um policial até que bem explosivo e interessante de ver, de modo que consegue segurar bastante seus atos na tela e não desaponta. Outro que dificilmente desaponta é John Malkovich, e aqui com seu O Artista entrega atos bem cheios de tensão e sacadas, mostrando uma pegada marcante bem cheia de nuances e trejeitos, e claro botando a banca que precisava para o papel, de modo que chega a ser duplo em alguns atos e isso chama ainda mais atenção. Quanto aos demais, praticamente todos deram apenas conexões para o trio principal, não tendo algo muito chamativo, sendo um pouco destacado Neb Chupin como Dr. Loesch e Aiden Turner com seu Dale, mas nada que colocasse seus personagens em foco para ficarmos de olho realmente.

Visualmente sem dúvida alguma o destaque são para todos os ornamentos das pessoas mortas, que ficaram de uma riqueza de detalhes que certamente valeria muito mais tempo de tela, tanto pela preparação deles pelo assassino quanto na dissecação do crime pelos investigadores, pois aí certamente cada detalhe valorizaria ainda mais cada momento do longa, mas só as aparições já foram bem colocadas, tivemos uma prisão psiquiátrica bem encaixada e vários momentos em diversos ambientes para trabalhar o crime, claro valendo destacar o esconderijo do assassino bem sujo e cheio de detalhes também, ou seja, a equipe de arte trabalhou pra valer.

Enfim, não é um dos filmes mais perfeitos do gênero, mas consegue segurar bem a tensão e envolver bastante, só faltando ter uma reviravolta mais marcante para cair o queixo realmente, ou seja, vale o play com certeza e para muitos até irá lembrar outros filmes do gênero, só não fique esperando algo de grande impacto, pois senão a chance de se desapontar será alta. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - The Kitchen

1/21/2024 09:02:00 PM |

Outra coisa boa que as plataformas de streaming fizeram foi colocar o sonho de alguns atores de mudar de lado das câmeras e começar a investir também na direção, tendo claro orçamentos bem mais consideráveis do que pegar algo 100% independente, e com isso estrear com coisas bem chamativas. Claro que não posso dizer que muitos deram certo, mas ao menos entregaram tramas que mostram sua pegada, e que outros produtores e escritores podem ver e gostar para investir mais numa segunda tentativa. E qual o motivo de começar falando assim do lançamento da semana da Netflix, "The Kitchen", pois Daniel Kaluuya, que conhecemos por muitos longas intensos como ator, estreou na direção e na redação trazendo uma trama futurista bem interessante pela pegada intensa dentro de uma sociedade de ocupações e brigas com a polícia, juntamente com um drama familiar meio que de incógnita, mas que principalmente mostrou que ele gosta mesmo é de grandiosidade cênica, afinal o ambiente fala até mais do que os personagens em si, e isso mostra o quanto tudo pode ir muito além na tela. Ou seja, é um filme que tem pegada, que tem visual, mas que dava para causar e emocionar muito mais, pois acabou ficando simples com toda a dramaticidade fácil que tinha para ser trabalhada.

Numa Londres distópica, o fosso entre ricos e pobres foi levado ao limite. Todas as formas de habitação social foram erradicadas e apenas a Kitchen permanece. Uma comunidade que se recusa a sair do lugar que chama de lar. É aqui que conhecemos Izi, o solitário, que vive aqui por necessidade e tenta desesperadamente encontrar uma saída, e Benji, de 12 anos, que perdeu a mãe e está em busca de uma família. Seguimos nosso par improvável enquanto eles lutam para estabelecer um relacionamento em um sistema que está contra eles.

Claro que para dois estreantes em longas na direção diria que Daniel Kaluuya e Kibwe Tavares até conseguiram criar algo bem dinâmico e cheio de nuances, mas que faltou surpresas e imposições mais emocionais, de tal forma que você vai conferir o longa já sabendo bem aonde ele vai atingir, e isso acaba pegando um pouco, ou seja, a ideia de uma comunidade bem trabalhada num futuro é marcante, a ideia de funerais transformando os mortos em árvores é algo que já se vem falando há algum tempo, e claro que a dúvida paternal é algo que sempre tem elos funcionais dentro de um filme, então acabou faltando bem pouco para que tudo unido fizesse um algo a mais em nossa mente e nos colocasse num rumo mais trabalhado. Ou seja, acredito que potencialmente podem ir ainda mais além numa próxima empreitada, pois sabem o que querem e não é o simples apenas.

Quanto das atuações, Kane Robinson ou Kano como prefere ser chamado entregou um Izi meio que depressivo de um certo modo, sem grandes facetas ou marcas que fizesse ele aparecer mais na tela, com muitas dúvidas de sua vida, de sua paternidade, de tudo ao seu redor, parecendo faltar um algo a mais para viver realmente ali, de tal forma que não parece algo errado de se ver, mas também não encaixa como poderia, parecendo também um pouco de falha de direção de atores, o que pode ser representado por termos diretores inexperientes por ali. Já o jovem Jedaiah Bannerman mostrou muita personalidade em sua estreia, tendo olhares bem marcados, trejeitos bem aproveitados em cena e toda uma dinâmica precisa para alguns atos, que claro também demonstrou um certo luto cênico chamativo, mas não deixou que isso forçasse sua determinação na tela. Quanto aos demais diria que Ian Wright caiu muito bem como o locutor da rádio comunitária, fazendo boas congratulações, passando mensagens para todos ali, e claro tocando boas canções, sendo alguém bem amado e envolvido com todos, o que acaba sendo bem emocional em seus atos finais, e também tivemos Hope Ikpoku Jnr com um ar denso de líder com seu Staples, que funciona na tela, e dava até para os diretores terem arriscado mais com ele na tela.

Agora algo muito bem trabalhado, que é notável a computação gráfica, mas que foi bem desenvolvido nas cenas mais fechadas foi o conceito visual da trama, entregando um prédio bem amarrado, sendo praticamente uma favela vertical, tendo apenas o quarto e um armário aonde a pessoa vive e um banheiro coletivo, tendo algumas lojas embaixo no melhor estilo de camelôs, mas tudo com muita tecnologia em LEDs, valendo até o esquema de projeção do corte de cabelo que foi bem colocado, várias motos de ataque para assaltos, uma funerária diferenciada toda envolvida em árvores e algumas cenas com dinâmicas em outros ambientes que acabam não sendo muito definidos como bairros verticais de locação, e/ou bancos, mas tudo bem tecnológico e cheio de estilo.

Enfim, é um filme que tinha muito potencial para se desenvolver mais, mas que acaba sendo  apenas interessante dentro da proposta, sem ir muito além do que um visual intenso com resoluções confusas e simples, mas que mostra um início digamos promissor para os novos diretores além de apenas atuar, então vamos esperar o que farão mais para frente, e por enquanto a trama vale apenas como um passatempo bem colocado na tela do streaming. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Segredos de um Escândalo (May December)

1/21/2024 02:53:00 AM |

Diria que alguns filmes tem uma certa dificuldade a mais para os atores, e sem dúvida alguma fazer uma atriz dentro de um filme é algo que dá uma boa quebra, afinal a pessoa precisa interpretar alguém interpretando, e se tem algo que tiro o chapéu para muitos atores é o famoso trabalho de pesquisa para o papel, pois muitas vezes o diretor não consegue passar exatamente a essência que deseja para que o ator faça, então ver isso acontecer dentro de um filme foi muito bem mostrado pela protagonista de "Segredos de um Escândalo", no caso Natalie Portman que brilha em cena, consegue capturar cada trejeito com minúcias de Julianne Moore, mas mais do que isso é ver ela tentando entender tudo o que aconteceu com essa família problemática vivenciando alguns dias ali, entrevistando alguns envolvidos com bate-papos informais, e tudo mais, de tal forma que o filme em si acaba sendo pesado mais pela investigação do que pela essência do caso (que muitos na sessão ficaram bem bravos que queriam ver um tipo de flashback do passado), pois tudo é muito subliminar. Para exemplificar melhor, claro que o crime é outro, mas seria como se a Carla Diaz fosse passar alguns dias junto da Richthofen e ficasse instigando ela como tudo ocorreu, ou seja, não é algo muito gostoso pra nenhum dos dois lados, mas aqui os atos finais vão surpreender, principalmente pela ideia do crime em si, e claro pela atuação genial de todos.

O longa conta a história de Gracie e seu marido Joe, que é 23 anos mais novo que ela. O relacionamento dos dois começou quando Joe ainda tinha 13 anos, causando um escândalo nos jornais. Vinte anos depois de seu romance ter chegado às manchetes, o casal está se preparando para que seus gêmeos terminem o ensino médio e vivam uma vida tranquila. No entanto, suas rotinas viram de cabeça para baixo quando a atriz Elizabeth Berry vem estudar Gracie para um papel no cinema. Com um clima desconfortável na casa, Elizabeth segue todos os passos de Gracie, aprendendo todos os seus costumes e manias a fim de entrar na personagem da forma mais profunda possível, passando dos limites do que é aceitável. A dinâmica familiar se desenrola quando Joe percebe que perdeu sua juventude.

Diria que o diretor Todd Haynes soube conduzir sua obra de um modo tão fechado que por muitos momentos ficamos pensando aonde iriam conseguir chegar, se a protagonista iria arrumar alguma briga, se teria muitas influências negativas do casal pelos demais ali entrevistados por ela, e tudo mais, e isso é algo brilhante de conseguir passar para o público, pois ao mesmo tempo que temos um filme bem difícil de ser interpretado pelos atores, o roteiro de Samy Burch e Alex Mechanik teve de ser montado com minúcias, senão certamente cada ato poderia ser duplo, triplo ou tudo uma bagunça completa, afinal são tantas facetas na tela que é necessário todo um desenvolvimento maior. Ou seja, o estilo do diretor já é de filmes mais pegados, e ele encontrou um roteiro desafiador para trabalhar e colocou tudo na tela com presença e forma que sentimos sua mão em cada momento, mas mais do que isso sentimos o brilho das atuações, e isso faz o filme ter rumos que daria para seguir por muitas horas, mesmo sendo denso.

E já que comecei a falar das atuações, diria que Natalie Portman sabe ser incrível em qualquer tipo de papel que lhe entregue, de tal forma que sua Elizabeth é daquelas que você tenta ter um carisma por ela, fica na dúvida de suas desenvolturas, e vai virando tudo de uma forma tão incrível que nem sua amiga Julianne Moore percebeu nas filmagens que desde o início estava imitando seus maneirismos e trejeitos, ou seja, foi pegando tudo com sutilezas e deu show. E falando em Julianne Moore, ela trouxe para sua Gracie uma personalidade meio que dupla, aonde não vê problemas em muitas coisas, mas tem muitos problemas para entregar, de tal forma que ela soube ir amarrando a personagem e o público junto dela com ares próprios e incômodos, o que deu uma bela pegada cênica para tudo. E claro que Charles Melton conseguiu passar para seu Joe tanto envolvimento cênico, quanto insegurança de personagem, algo que difere muito de insegurança do ator, pois ele fez todas as nuances que o jovem poderia estar sentindo com a intimidação da personagem principal, revendo como foi sua vida nesses muitos anos, e suas duas cenas principais, tanto a com o filho no telhado, quanto a com a atriz na casa dela, mostraram uma personalidade ímpar que está chamando atenção em muitas premiações lhe garantindo indicações e prêmios. Quanto aos demais diria que todos deram as devidas conexões sem ir muito além, valendo dar claro destaque para as cenas de Cory Michael Smith como o filho do casamento anterior de Gracie, pelo jeito irônico e bem encaixado que colocou na tela.

Visualmente o longa tem uma boa pegada, mostrando uma casa até que bem trabalhada aonde os protagonistas moram, mostrando seus muitos bolos que faz para distrair, começa logo de cara mostrando as encomendas que a personagem recebe pelos correios, mostrando que não é bem vista por ali, tivemos alguns atos na escola, alguns atos em bares, e claro no petshop aonde tudo aconteceu no passado, ainda tivemos alguns recortes de revistas, cartas e tudo mais para dar bons elementos para o conteúdo da trama, mas sem dúvida como é um filme de atores, o que vale mesmo são as interpretações.

Enfim, é um filme que eu não sabia nem do que se tratava, não passou o trailer em nenhuma sessão anterior na cidade, fiquei conhecendo ele apenas nas premiações do começo do ano, e fui sem esperar nada, então acabei gostando bastante de tudo, mesmo parecendo um pouco cansativo pela duração de certo modo, mas que vemos que tudo foi muito bem trabalhado e necessário de estar na tela, então faz todo o sentido e funciona bastante, sendo daqueles filmes que muitos vão até achar um pouco chato, mas que quem gosta do estilo não irá desgrudar o olho da tela um segundo, e assim sendo vale muito a indicação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Sobreviventes - Depois do Terremoto (콘크리트 유토피아) (Konkeuriteu yutopia) (Concrete Utopia)

1/20/2024 03:19:00 AM |

Um cinema que cada dia mais vem ganhando adeptos seja pelos ótimos filmes com produções gigantescas ou pelas suas novelas/séries muito mais conhecidos por aqui como doramas é o sul-coreano, pois eles não se deixam levar por atos simples e procuram cada vez algo maior, ousando com efeitos tão realistas que por vezes até pensamos não terem uso de computação, e que claro acabam impressionando demais seja com a história ou apenas com todo o design da produção. E hoje fui conferir nos cinemas mais uma grandiosa obra deles chamada "Sobreviventes - Depois do Terremoto", que por um acaso ao pesquisar agora para escrever, descobri que sua "continuação" já irá estrear semana que vem na Netflix, se chamando "Em Ruínas", ou seja, vejam logo para não ficarem perdidos depois com o longa do streaming. E digo mais, vejam pois é um tremendo filmaço, que é o indicado da Coréia do Sul para o Oscar de Filme Estrangeiro, e que mostra bem que num mundo apocalíptico até quem é apenas um servidor público comum e tranquilo pode mudar para algo selvagem sendo influenciado por alguém que sabe como liderar um grupo de forma rebelde. Diria que é um longa pesado pela ideia toda, que acaba sendo bem dimensionado pelas atuações, e que vai fazer muitos pensarem em várias situações que ocorrem, mas certamente dava para ser um pouco mais curto, já que o miolo dá uma leve enrolada.

A sinopse nos conta que depois de um poderoso terremoto, Seul é devastada, restando apenas as ruínas da grande cidade. O apartamento Hwanggoong é o único lugar que ainda está de pé após a tragédia, se transformando em um ponto de abrigo para os sobreviventes. Young-Tak (Lee Byung-Hun) conduz temporariamente os residentes do apartamento de Hwanggoong. À medida que a crise se desenrola, Young-Tak tenta proteger os residentes de estranhos que começam a chegar aos poucos. Min-Sung (Park Seo-Joon) que era um funcionário público, é escolhido por Young-Tak e se torna seu ajudante e enquanto isso Myeong-Hwa (Park Bo-Young), esposa de Min-Sung é enfermeira a ajuda a cuidar dos feridos. Com o passar do tempo o número de pessoas no prédio só aumenta, exigindo uma medida especial.

Diria que o diretor Tae-hwa Eom fez muito milagre com um orçamento até que bem baixo para o padrão entregue, pois sabemos que ele não destruiu uma Seul inteira nem tudo ao redor do prédio para filmar sua trama, mas ele soube usar bem o roteiro, fazer com que os protagonistas andassem por muitos escombros, e desenvolver tudo com ângulos bem abertos para realçar o cenário apocalíptico, ou seja, valorizou demais cada momento da trama na rua tanto quanto os atos mais fechados dentro dos apartamentos ou no quintal do condomínio, conseguindo mostrar tanto o lado animalesco dos seres humanos quanto os meios de sobrevivência num meio catastrófico, de tal forma que seu filme acaba sendo bem amplo em todos os sentidos, o que é algo raro em filmes de destruição, ou seja, não a toa conseguiu que o país mandasse ele como escolhido para as premiações e certamente muitos irão conferir por esse motivo, acabar gostando da ideia e ainda mais com a sequência já chegando na semana que vem por aqui, vai acabar movimentando os dois.

Não vou entrar muito em detalhes sobre as atuações, mesmo tendo grandes nomes do cinema coreano como Park Seo-Joon, Lee Byung-Hun e Park Bo-Young protagonizando, pelo simples fato que a Paris Filmes só trouxe para o interior cópias dubladas, e infelizmente colocaram piadinhas, gritinhos e trejeitos que não combinaram com o filme, ou seja, vemos atuações intensas no trailer que no filme ficaram meio que estranhas, então talvez depois quando eu ver o longa legendado eu volte para falar melhor desse contexto, mas falando quanto dos personagens diria que ficamos muito bravos com Young-Tak como um emissário/líder dos moradores completamente sem escrúpulos, irritados com o marido mudando completamente de personalidade, e com dó do garotinho e sua mãe sendo jogados para fora, mas a moça mostrou imponência e não desapontou.

Visualmente já falei, mas o filme é perfeito, mostrando escombros para todos os lados, tendo flashbacks das cenas do terremoto com tudo sendo levantado e coisas caindo em buracos, vemos muitos apartamentos destroçados com tudo sendo usado para fazer fogo, vemos a busca por alimentos nos demais prédios, supermercados e shoppings que estão no chão, vemos a redistribuição das comidas de acordo com as tarefas, e muita simbologia por parte de usos e regras, ou seja, um filme bem pesado pelo contexto gráfico que pode até ter muita computação nos atos de destruição, mas na cenografia parada me impressionou que não consegui ver falhas de fundos verde e tudo mais, sendo algo bem marcante e mostrando técnica.

Enfim, é um filme bem imponente e interessante, aonde o visual e a ideia funcionam muito bem, mas diria que dava para reduzir bem facilmente uns 20 minutos pelo menos dos 130 de exibição, pois em determinado momento tudo acaba sendo repetitivo, mas ainda assim tendo intensidade, então diria que vale bastante a conferida, claro que se possível legendado. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, e na semana que vem quando eu conferir a continuação na Netflix verei o que dá para conectar, então abraços e até logo mais com outras dicas de filmes.


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Mergulho Noturno (Night Swin)

1/19/2024 09:41:00 PM |

Olha, tem vezes que vejo alguns filmes de terror tão estranhos que fico me perguntando o motivo de assistir, e hoje foi bem dessa forma para conferir "Mergulho Noturno", pois a trama é tão sem eira nem beira que ficamos até tentando torcer para os personagens saírem do conflito todo, mas tudo acaba sendo meio bobo, com uma explicação meio sem sentido do "monstro" da água, de tal forma que até pode ser funcional toda a pegada do temagami, mas não vai muito além, sendo claro que vale a ideia de um sacrifício pelo outro, e assim o resultado ao menos flui. Ou seja, passa bem longe de ser um filme que marque quem conferir, mas dava para fazer mais sentido e/ou assustar pelo menos.

A sinopse nos conta que Ray Waller é um ex-jogador da liga principal de beisebol que foi forçado a se aposentar precocemente em função de uma doença degenerativa. Ele muda para uma nova casa com sua preocupada esposa Eve, a filha adolescente Izzy e o filho Elliot. Ray, que no fundo ainda espera, contra todas as probabilidades, voltar à liga profissional, convence Eve de que a cintilante piscina do quintal da nova casa pode ser uma diversão para as crianças e uma ótima alternativa para as sessões de fisioterapia dele. Mas um segredo sombrio do passado da casa vai desencadear uma força malévola que levará a família ao terror mais profundo e inevitável.

Diria que o diretor e roteirista Bryce McGuire até tentou entregar um suspense/terror interessante, mas se perdeu na ideia completa para que seu curta de estreia virasse um longa perfeito, pois acabou ficando alongado e estranho mesmo tendo apenas 93 minutos. Ou seja, ele pegou a ideia original e trabalhou ela com mais personagens, uma nova família e tudo mais, mas os jovens pareceram não se entregar por completo, o que acabou ficando mais abstrato que o normal, mas ao menos não deixou aberto a ideia, pois aí sim eu sairia revoltado da sessão, porém faltou talvez a explicação ser mais no começo para que a explosão funcionasse melhor.

Quanto das atuações, Wyatt Russell trabalhou seu Ray com uma pegada meio que heróica de ex jogador, cheio de pompa no treino das crianças, e foi curado bem rápido pela água da piscina, mas diria que seus atos finais poderiam impactar um pouco a mais para que tudo tivesse um certo charme, de modo que o resultado de seus trejeitos acabaram ficando mornos demais. Já Kerry Condon deu para sua Eve um certo ar desesperado que funcionou bem no que a trama pedia, mas como disse talvez se descobrisse antes, tudo poderia impactar e até às desenvolver mais, mas ao menos não ficou parada, e assim chamou atenção. Quanto dos jovens, diria que Amélie Hoeferle com sua Izzy e Gavin Warren com seu Elliot até trabalharam bem seus trejeitos de medo e espanto, criando atos intensos na piscina e fora dela, o que acabou chamando atenção e claro dando alguns arrepios, mas como não foram tão usados no contexto completo, acabaram não indo muito além. Quanto aos demais, vale apenas dar um leve destaque para Jody Long como uma velhinha inicialmente simpática nos atos finais, mas quando botou pra ferver, ficou bem feia e intensa.

Visualmente a trama não teve muitos símbolos, sendo uma casa bem tradicional americana, ampla, de dois andares, mas que praticamente tudo acaba rolando mesmo na piscina, tendo alguns atos até bem escuros, mas sem perder o foco ou precisar disso para assustar, só o monstro da água que poderia aparecer melhor e ser mais impactante, mas a equipe teve de trabalhar debaixo da água, então fizeram o que puderam.

Enfim, é daqueles filmes que poderiam facilmente ir bem mais além, mas acabou se perdendo ao transformar um curta metragem em longa, e o único que conseguiu esse feito de ficar perfeito foi "Jogos Mortais", ou seja, nunca façam isso! E assim sendo não diria que recomendo o longa, pois acabou ficando abaixo de mediano, então vamos para mais uma sessão, que quem sabe dou sorte de dormir feliz hoje, deixo vocês com meus abraços e volto mais tarde para falar o que achei dele.


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Turma da Mônica Jovem - Reflexos do Medo

1/19/2024 12:54:00 AM |

Vou falar hoje como apenas alguém que assistiu ao filme, pois diferente das outras adaptações cinematográficas da Turma da Mônica que li durante toda minha infância os quadrinhos, com essa nova versão Jovem vi raramente uma ou outra historinha, então não posso dizer se usaram realmente coisas da trama ou se inventaram algo para o longa, e confesso que fui completamente aberto para gostar de "Turma da Mônica Jovem - Reflexos do Medo", mesmo não tendo curtido efetivamente nenhum dos trailers que saíram, talvez por estar apegado já aos garotos dos outros dois longas, e o que posso dizer é que esqueceram que é algo "novo" na tela, então precisariam ter trabalhado um pouco melhor a forma de apresentar os personagens na tela, principalmente alguns que não vimos ainda, meio que sendo algo já continuo de outro lugar, o que é muito estranho. Ou seja, você precisará de um certo tempo para se conectar com todos, e só depois vai curtir a história do vilão e dos jovens tentando escapar dele, que não é ruim de forma alguma, trazendo até um estilo que pode dar liga num futuro próximo, só precisavam ter feito alguns minutos antes, pois tudo começa com os personagens falando que só se passaram 2 meses (dois meses do que? Das férias escolares, ok, mas como eles mudaram tudo?). Então não diria que funcionou 100% como ocorreu com os outros dois longas, mas talvez num segundo filme agora dessa turma, o resultado cai melhor, só o futuro dirá.

A sinopse nos conta que no primeiro dia de aula do ensino médio, Mônica, Cebola, Magali, Cascão e Milena não demoram muito para perceber que as coisas no colégio andam estranhas. Quando descobrem que o Museu do Limoeiro será leiloado, decidem se unir em uma missão para tentar salvá-lo. Enquanto investigam o que está acontecendo, eles se deparam com segredos antigos e assustadores do bairro do Limoeiro e logo percebem que podem estar lidando com uma ameaça muito maior.

Como o diretor Mauricio Eça já teve uma trilogia para chamar de sua (saga Ritchoffen - "A Menina Que Matou Os Pais", "O Menino Que Matou Meus Pais", "A Menina Que Matou Os Pais - A Confissão") acredito que aqui ele quis fazer a mesma coisa, apenas fazendo uma trama meio que inicial aonde tudo vai se conectar melhor futuramente, porém ele realmente precisava desenvolver melhor seus personagens antes de algo, diria que talvez uma mini semana de aulas para que tudo fizesse mais sentido na tela, pois mudaram atores, mudaram nomes, mudaram tudo o que vimos em "Laços" e "Lições", e aí não recaindo tanto para o lado emocional de uma turminha, mas sim para uma pegada mais tensa voltada para o suspense, o diretor acabou correndo com tudo na tela, e a sensação espaço-tempo acabou ficando meio que perdida. Volto a afirmar que não é algo ruim, mas precisava de um algo a mais para que tudo fizesse mais sentido, o que é uma pena, pois diria que esse não é tão um filme voltado para o público infantil, então pegar o público adolescente que não é devorador dos quadrinhos da TMJ vai ser difícil.

Quanto das atuações, diria que todos caíram bem nos seus papeis, mas confesso que ainda sou fã do carisma dos personagens anteriores, de modo que Sophia Valverde trouxe para sua Mônica um lado misto entre o explosivo e o apaixonada, e nem tanto um lado de amizade, pois não cativa o sentimento dessa forma nos atos com os demais, parecendo realmente mais líder de uma turma do que alguém que está pronta para ouvir e desenvolver, sendo que no sentido visual até que agradou sempre com roupas vermelhas, e trabalhou bem para segurar o protagonismo. Xande Valois trabalhou seu Cebola com uma pegada bem jovem e descontraída, tendo bastante estilo, mas confesso que senti falta de seu trocar "R por L" nas falas, o que também não é explicado, mas o jovem entregou personalidade e até foi bem. Bianca Paiva fez de sua Magali uma personagem meio estranha não por pertencer a uma ordem de magia, mas por passar o filme inteiro sem comer um pão que fosse, o que não conecta com a imagem que temos da personagem, fora que a atriz pareceu um pouco triste demais em cena, o que acaba não indo muito bem. Já Theo Salomão transformou seu Cascão num campeão de parkour, pulando de um canto para o outro na tela, algo que é até interessante de ver, além de ter o ar medroso bem encaixado como o personagem que conhecíamos, e assim sendo ele até trabalhou bem seus atos e agradou de certa forma. Ainda tivemos muitos outros atores e personagens bem colocados com destaques na tela para Carol Roberto com sua Milena, Carol Amaral com sua Denise, Yuma Ono com seu DC, e Giovanna Chaves com sua Carmem, mas quem acabou aparecendo mais entre os secundários foi a tia Nena da Magali, que Eliana Fonseca trouxe para a tela, e uma versão do louco que aqui chama Licurgo que Mateus Solano entregou bem pouco do que sabemos que é capaz.

Visualmente a trama foi trabalhada sem muitos desenvolvimentos, parecendo algo meio que acelerado na tela, mostrando um pouco do colégio, um museu, e a casa da Tia Nena, tudo sem grandes detalhes, além disso no conceito de figurino tivemos um vilão meio que icônico que é o cabeça de balde, e os personagens com suas roupas e cores tradicionais, isso no mundo normal, dentro do espelho tivemos um labirinto bem marcante cheio de reflexos bem colocados, mas a gosma na perna computacional ficou muito estranha, o que não condiz com um filme desse porte.

Enfim, talvez como uma nova franquia se não cair para o rumo das séries como fizeram com os menores, a chance de um segundo filme melhorar tudo é alta, mas do contrário diria que a chance de perder ainda mais público com continuações é alta, então minha sugestão é quem for conferir tentar não pensar tanto nos demais que já conhecemos, e criar um novo pensamento em cima da turminha, que aí a chance de gostar é maior. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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