Quando vi o trailer já há muito tempo do filme "57 Segundos" fiquei bem curioso pela ideia de "viagem temporal curta" e claro que junto de dois atores feras como Morgan Freeman e Josh Hutcherson não poderia esperar menos do longa, mas nada de aparecer notícias do lançamento dele no país de forma que acabei até esquecendo, então ao ver que iria ser lançado pelo Telecine já anotei a data e coloquei para conferir hoje, e aí veio dois problemas, o primeiro que sempre falo de nunca conferir nada com qualquer expectativa que acaba sendo imensamente difícil igualar quanto mais superar ela, e o segundo realmente o filme tem uma ideia muito boa, mas é executado com pressa e sem grandes desenvolvimentos, de tal forma que o resultado acaba acontecendo, conseguimos entrar no clima completo da trama, mas ao final fica parecendo ser tão pouca toda a entrega. Ou seja, não é um filme ruim, tem uma pegada boa e interessante de ser vista, mas dava para melhorar tanto que facilmente seria daquelas ficções que o queixo cairia no chão após tudo, mas como não ocorreu acabou ficando apenas como um bom passatempo que vale o play.
A sinopse nos conta que quando um blogueiro de tecnologia descobre um dispositivo que altera o tempo, ele libera seu poder para reescrever o passado e buscar vingança contra o implacável império corporativo que destruiu sua família. Mas suas ações logo desencadeiam uma terrível cadeia de eventos, impulsionando-o para uma batalha emocionante pela sobrevivência, onde cada segundo conta.
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O mais interessante de tudo é ver como o diretor e roteirista Rusty Cundieff pegou um texto curtíssimo de E.C. Tubb e transformou em algo mais amplo como acabou acontecendo na tela, pois não vemos cenas alongadas, muito pelo contrário ele expandiu ao máximo para que nada ficasse forçado para o público, e isso talvez seja um grande problema, pois o filme pedia uma expansão maior, um desenvolvimento da ideia do anel e do personagem misterioso que acompanha o empresário, e tudo mais que acontece apenas na ceninha final rápida demais, da mesma forma valeria mais todas as cenas de desvios e corrupções do antagonista, e claro dar mais dinâmica e personalidade para os atos do protagonista, para aí sim toda a história se desenvolver melhor, pois ficou parecendo faltar um pouco de tudo na tela, e o resultado ao invés de empolgar acaba sendo apenas simples para tudo o que tinha de potencial. Ou seja, o diretor até tentou ser criativo em alguns atos, e as sacadas do protagonista descobrindo o potencial do anel para ganhar dinheiro, descobrir a senha, e outros feitos acaba sendo divertido e bem colocado, mas quando foi necessário para ter um conteúdo realmente acabou desandando.
Quanto das atuações, costumo dizer que Morgan Freeman não falha nem escolhe filmes ruins para atuar, e seu Anton tem uma pegada meio Bill Gates/Steve Jobs com seu cerne de confiança em coisas místicas e tecnologia, tendo toda a pompa numa apresentação e até mesmo em suas atitudes, mas ele foi tão pouco usado na trama que acabamos até esquecendo dele em diversos momentos, e isso não é algo que se faça com uma lenda, ou seja, dava para ter brincado mais com tudo para que o ator aparecesse mais. Já Josh Hutcherson trabalhou seu Franklin com uma pegada mais leve e cheia de boas sacadas, de modo que nem parece estar com um ar depressivo pela morte da irmã em nenhum ato, mas conseguiu ao menos segurar bem toda a trama para si, entregar as desenvolturas cênicas bem expressivas e soar agradável, só não indo também muito além, mas sem falhar também. Greg German trabalhou seu Sig com um estilo não muito vilanesco nem de ricaço exagerado, mas teve alguns atos meio que forçados em cima de sua incoerência, ficando com tudo subentendido de um modo esquisito de ver, ou seja, ficou parecendo ser apenas alguém que o protagonista quer se vingar e não vai muito além na tela. Ainda tivemos bons atos das garotas na tela, tendo o destaque para Lovie Simone com sua Jala rápida e bem centrada nos atos mais marcantes junto do protagonista, e Bevie Bru também brincou um pouco na tela com sua Renee, mas sem ir muito além na tela.
Visualmente o longa entregou muitos carrões, mansões, apresentações gigantes em auditórios, aviões e tudo mais que a pompa do luxo pode mostrar, mas claro o destaque cênico fica para as pulseiras que dão informações da saúde de cada um, e claro o anel que volta no tempo para mudar algo rapidamente, sendo algo nem tão chamativo, mas que funcionou bem nos cassinos e para os atos de salvação que transformaram o protagonista em herói, mas tudo bem rápido sem muita criatividade, o que acaba decepcionando um pouco.
Enfim, volto a frisar que não é um filme ruim, pois quem for conferir ele sem esperar muita coisa acabará se divertindo com toda a entrega na tela, mas sem dúvida alguma dava para ser daqueles filmes que você se surpreenderia do começo ao fim com tudo e ainda desejaria muito mais, o que é uma pena. Então fica a dica de ver ele como algo básico e nada mais, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.