HBO Max - Ecos de um Crime (Ecos de un Crimen) (Echoes of a Crime)

6/19/2022 05:40:00 PM |

Quem lê meus textos sabe o quanto admiro o cinema argentino, mas ao mesmo tempo que entregam filmes excelentes, também entregam umas bombas sem nexo algum que ficamos esperando um algo a mais e não nos é entregue absolutamente nada, e tinha pulado esse filme "Ecos de um Crime" quando lançou em Março na HBO Max, mas como o protagonista também foi protagonista do longa que vi essa semana na Netflix resolvi dar o play, e olha que já vi muitos filmes confusos e sem nada para envolver, mas o que fizeram aqui beira o absurdo, numa trama que assistimos inteira e ficamos perguntando no final, o que foi real, ou o que passou como delírio da mente do escritor? E a resposta que nos é entregue é nenhuma, pois o longa termina da mesma forma que começou, ou seja, vemos umas cinco vertentes de um crime, uma mais maluca que a outra, mas pela ideologia passada com o final, nada aconteceu, sendo apenas algo da mente dele, e isso é muito, mas muito ruim mesmo, ao ponto que acabou e fiquei com raiva, que é o único sentimento para ele.

O longa nos conta que um escritor de suspense best-seller, sai de férias com sua família para uma cabana na floresta. Na primeira noite, durante uma forte tempestade, a energia cai e uma mulher aparece pedindo socorro desesperadamente: seu marido matou seu filho e agora ele está atrás dela. A partir desse momento, o perigo e o engano são uma ameaça constante e para Julián começa uma noite infernal até que ele descubra a verdade.

Sinceramente não consegui definir aonde o diretor Cristian Bernard desejava chegar com seu filme, pois num primeiro momento o ar de suspense até é bem funcional, tem uma pegada interessante e inteligente, parecendo ser um misto da mente maluca do escritor protagonista com uma vivência de sua família numa casa de férias, aonde talvez ele veria coisas e escreveria o novo exemplar de sua saga de livros, mas aí começam os famosos ecos que trazem no título da trama, e vamos vendo diversos exemplares de um crime maluco, de várias dúvidas pessoais dele, e cada hora uma síntese mais doida da mesma cena ocorre, isso tudo ao que parece pelo fechar da trama em um sonho na viagem (sim, já estou dando spoiler!), ou seja, somos feitos praticamente de trouxa durante 84 minutos de uma repetição da cena imaginada de diversas formas e com personagens fazendo cada hora algo diferente, para algo que nem aconteceu realmente, e isso acaba sendo chato pelo fechamento, mas que quem não ligar e gostar de várias ideias possíveis para um crime, até vai achar interessante o que o diretor fez.

Sobre as atuações, Diego Peretti trabalhou seu Julián com um ar imponente, cheio de desenvoltura, parecendo em alguns momentos estar completamente lúcido como um herói indo para cima do problema e resolvendo, já em outros atos parecendo sutil demais sem grandes anseios, e isso ficou estranho de ver, já que o ator costuma ter uma boa entrega, e assim sendo ficou devendo um pouco. Quanto das mulheres da trama, tanto Julieta Cardinali com sua Valeria quase que inútil em cena, quanto Carla Quevedo com uma Ana espantada, cheia de trejeitos estranhos, mas sem ir para lugar algum, apenas apareceram em cena, ficando bem abaixo até da expressividade da garotinha vivida por Florência González, ou seja, foram meros enfeites cênicos, que só não foram piores que Carola Reyna com uma Mercedez falante demais que até aparece em um dos sonho como uma médica meio maluca, e Gerardo Chendo que surge numa ligação apenas com seu Marcos, mas nada que fizessem ser relevantes. Ou seja, quem apenas se destacou foi o protagonista, e posso pontuar que Diego Cremonesi fez trejeitos bem cheios de ódio como um assassino vigoroso e maluco que chega de carro todas as vezes e faz coisas bem doidas com a família do protagonista cada vez de uma forma diferente.

Visualmente a trama até tem uma casa bem ornamentada, no meio de uma floresta, que inicialmente até tem uma fotografia interessante, com o chão de folhas vermelhas, um lago de fundo, muitas lenhas com um machado bem em foco que fica claro que será usado para algo, um jantar que logo vira sob luz de velas com a energia acabando, uma chuva tremenda do lado de fora, até aí vai tudo bem, mas depois o protagonista anda no meio da floresta a noite com uma iluminação azulada meio nada a ver já que está um temporal e não há qualquer iluminação de lua ou lanterna, temos um carro imponente preto bem clássico de assassinos mas que só serve para fazer barulho, ou seja, a equipe foi gasta para praticamente nada, além de usarem um sangue melado que forma coágulos espalhados pelo chão de uma forma ainda mais bizarra.

Enfim, é o típico filme que recomendo fugir demais, pois o discernimento é praticamente nulo do começo ao fim, e o resultado final é ainda pior, ou seja, vamos para outro filme que é melhor, e assim deixo a recomendação de nem pensar em dar play nele. Bem é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou tentar ver outro para salvar o dia, pois esse não valeu o tempo gasto.


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