Pedro Coelho 2 - O Fugitivo (Peter Rabbit 2: The Runaway)

8/29/2021 09:40:00 PM |

A grande sacada do primeiro filme "Pedro Coelho" foi trabalhar um ar mais centrado e carismático sem soar apelativo e tão chamativo, mas divertindo com as bobeiras e brigas do protagonista coelho com o vizinho humano que cultivava sua horta, então o que poderia surpreender numa continuação? A reinvenção total mantendo apenas a essência, pois agora vemos a protagonista humana escrevendo livros para uma editora grande que agora deseja ver mais nuances comerciais, coelhos no espaço, na praia, e em tudo mais que possa gerar dinheiro e chamariz, mas com isso vemos uma nova roupagem para o protagonista animal, e sendo assim "Pedro Coelho 2 - O Fugitivo" tem toda essa ideologia bem trabalhada, e claro mais apelativa, mas ainda bobinha e divertida para todos, usando claro da dublagem nacional para boas adaptações, e conseguindo assim conquistar quem for conferir. Ou seja, é basicamente o mesmo longa, com um devido upgrade que ao sair mais da fazenda acaba tendo nuances mais corridas e bem encaixadas com as divagações de animais domésticos, animais de rua e animais de campo, sabendo entreter na medida certa para todos sendo menos usados os humanos, e isso é bom e poderia ser até mais, pois eles são desnecessários.

No longa vemos que Bea, Thomas e os coelhos construíram uma família improvisada. Quando o coelho arteiro decide se aventurar para além do jardim, encontra um mundo onde não é mais o protagonista rebelde e suas travessuras não são admiráveis. Agora, sua família arrisca tudo para conseguir achá-lo, enquanto ele encara uma jornada de autoconhecimento.

Volto a frisar que continuações tem de seguir com os diretores e roteiristas originais, e aqui Will Gluck manteve a essência dos livros de Beatrix Potter de uma maneira que seu filme seguisse toda a linha original, mantivesse o carisma e as loucuras dos personagens, e que se colocando num lugar novo, com alguns "amigos" novos tudo encaixasse bem e fosse divertido, e assim ele conseguiu ter algo que nem parece uma continuação, mas sim uma extensão do original fazendo novas sacadas clássicas para brincar com a ideia de "evolução" de vendas comerciais, mas pode brincar com cada elemento de uma forma gostosa e divertida, que acaba prendendo bastante a atenção, mesmo que agora tudo soasse um pouco exagerado demais, mas ainda mantendo a essência infantil gostosa, e tendo bons personagens para se segurar.

Sobre as atuações, vou falar bem rápido a parte dos humanos, pois Rose Byrne com sua Bea, Domhnall Gleeson com seu Thomas e David Oyelowo com seu Nigel apenas apareceram para cenas de conexão bem bobas e que facilmente seriam eliminadas, tendo um leve destaque para Domhnall nas cenas finais de busca com o protagonista Pedro, mas nada que apague as bobagens que fez no início. Agora falando dos personagens animados, a textura cênica dos coelhos e dos animais da fazenda está tão boa que quase falamos que usaram animais reais interpretando os protagonistas, mas sabemos que com o tanto de corridas, de pulos, de conversas e tudo mais não daria certo fazer com os bichinhos, e sendo assim a computação gráfica entrou em ação, mas de uma forma muito perfeita de texturas e de personificações, ao ponto que vemos Pedro, Benjamin, Flux, Flocos e Rabo de Algodão em uma divertida interação, com o protagonista Pedro ainda andando bastante com o coelho de rua Barnabé e seus comparsas numa desenvoltura bem encaixada, aonde souberam dublar com boas sacadas nacionais, com piadas utilizadas no dia a dia, e até com musiquinhas nacionais, além claro do esquilo cantor de rua trabalhando as canções do filme, ou seja, tudo bem trabalhado para soar realista e gostoso de ver.

Visualmente o longa é cheio de cores, com muita ambientação nas diversas casas do filme, mostrando desde o campo, passando por uma metrópole, e claro indo para as famosas feiras de agricultura, mostrando roubos de comidas dentro de uma casa, um porão bem ornamentado da gangue, mas sem dúvida muito melhor que a ambientação, já falei no parágrafo de cima, e foram as texturas dos personagens, que melhorou muito na computação, e deram um tom bem realista para os personagens, ao ponto que tudo fica bem interessante de ver na tela, e que com boas sacadas, bons movimentos, e toda uma integração ambiente/personagem acaba resultando em algo muito bom de ser visto.

Enfim, é uma trama bem gostosa, que mesmo sendo bem bobinha acaba agradando bastante do começo ao fim, e resulta em algo divertido de ver e interessante pela proposta em cima do livro, só veremos se vai ter fôlego para um terceiro filme, pois se nesse já não tiveram muito o que explorar, em outro o resultado pode ser ainda mais abaixo, mas ainda assim recomendo a conferida com a criançada. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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TeleCine Play - Willy's Wonderland - Parque Maldito

8/28/2021 10:43:00 PM |

Vou elaborar o meu pensamento para ninguém achar que fui conferir a esmo: parque de diversões, terror e Nicolas Cage, o que poderia dar errado? TUDO!! Quem lê meus textos sabe que na maioria das vezes assisto aos filmes sem ver trailer, e lendo o mínimo possível da sinopse para poder ser surpreendido, mas tem vezes que a surpresa não é tão boa, pois de cara dava para saber que "Willy's Wonderland - Parque Maldito" seria daqueles filmes tão ruins e estranhos que só serviria para rir das bizarrices mostradas, mas tudo é tão bizarro, tão maluco, tão cheio de coisas nada a ver, que até acaba sendo divertido ver Nicolas Cage arrancando as peças dos bonecos animatrônicos como se fosse partes do corpo (como coração, medula, braços, cabeça - no melhor estilo dos fatalities de Mortal Kombat), ou seja, se você curte esse estilo, boa sorte, senão fuja!

Na trama acompanhamos a história de um solitário e quieto zelador que se encontra preso em uma cidade remota quando seu carro quebra. Incapaz de pagar pelos reparos de que precisa, ele concorda em passar a noite limpando o Willy's Wonderland, um parque de diversão familiar abandonado. Mas este país das maravilhas tem um segredo obscuro que o "zelador" está prestes a descobrir.

É até difícil falar o que o diretor Kevin Lewis pensou em pegar o primeiro roteiro de G.O. Parsons, mas como é um diretor de filmes de terror trash certamente encarou de boa e deu personificação e estilo para sua trama, tanto que vemos diversos momentos em close, cenas com pressões forçadas, e tudo que chamasse muita atenção, mas a grande sacada dele foi trabalhar a bizarrice toda de forma a convencer o público daquilo que é mostrado em cena, e isso é bom, pois mesmo não sendo algo que seja verossímil, a intensidade dos bichos indo para cima dos humanos foi algo engraçado de ver, o roteiro tem piadas jogadas bem bobas e estranhas, temos atos nojentos, porém sem dúvida alguma seu melhor foi colocar os "fatalities" nas lutas do protagonista, pois ver ele arrancando as correntes dos bichos como se fosse uma espinha, uma peça como se fosse o coração pela boca, arrebentar a mandíbula e tudo mais foi realmente o ápice da loucura.

Sobre as atuações, acredito que embora tenha muita movimentação corporal (a qual não sei se o ator ou seu dublê que fez), Nicolas Cage não gastou nenhuma saliva para uma palavra sequer, ou seja, entrou mudo e saiu calado do set, fazendo apenas alguns gemidos nas lutas, mas incorporou com tanta vivacidade suas cenas que acaba sendo divertido ver ele em mais uma fria, mostrando que continua sem escolher muito os longas que vai fazer, e vez ou outra acertando, o que não foi o caso aqui, mas também não foi inaproveitado, tanto que é legal ver ele jogando pinball, limpando tudo umas duzentas vezes, e lutando. Quanto aos demais vou ser bem sucinto, pois Emily Tosta até tentou chamar atenção com sua Liv, fazendo caras e bocas imponentes e se jogando para cenas mais fortes, mas não conseguiu ir muito além, Chris Warner foi mero enfeite como o mecânico Jed, Beth Grant trabalhou sua Xerife Lund de uma forma tão exagerada que chega a incomodar, e Ric Reitz trabalhou seu Tex quase como uma piada, ou seja, nem os protagonistas chamaram atenção, quanto mais os demais garotos e garotas do filme. Já quanto dos animatrônicos que apenas ouvimos as vozes, fizeram boas entonações, mas nada demais.

Visualmente diria que a equipe de arte teve muito trabalho, pois é um tal de limpa tudo, suja com óleo dos personagens, limpa tudo de novo bonitinho, suja de novo, e além disso criar todas as devidas fantasias para parecer animatrônicos, tudo muito bem sacado e colocado, e principalmente o ambiente bem propício para que todo o envolvimento acontecesse, afinal estamos falando de um longa de terror, e assim sendo tudo tem de ser colocado em ambientes escuros, muito sangue falso e tudo mais, ao ponto que a arte foi o melhor do filme com toda certeza.

Enfim, é um filme divertido de ver, mas que é muito ruim ao ponto de não ter como indicar, aliás não falei das canções, mas as musiquinhas do ambiente, no melhor estilo desses salões de festas e parques fica na cabeça depois de conferir a trama, e sendo assim é melhor pular para outro filme. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Infiltrado (Wrath Of Man)

8/28/2021 02:34:00 AM |

É até engraçado ir conferir um longa de Guy Ritchie, pois o diretor costuma entregar obras que agradam demais ou então que irritam demais os críticos mundo afora, mas sabiamente sempre suas tramas tem estilo e conseguem envolver quem vai sabendo um pouco do que esperar, e quando falamos de seus filmes com tiros, vá preparado que a munição da equipe sonora é de alto nível, ao ponto que aqui no seu novo filme "Infiltrado" as cenas finais são quase ensurdecedoras de tanto tiro, e olha que nem fui na sala com maior potência, então imagina isso numa Imax! Dito isso, aqui temos uma trama bem trabalhada, com uma desenvoltura própria dividida em capítulos com datas espalhadas do passado para explicar um pouco mais quem é e quem era o protagonista, outra quem são os assassinos de seu filho, e outra de fechamento aonde tudo é juntado e vemos o título original traduzido da melhor forma: a ira de um homem, e aí meus amigos é tiro, porrada e bomba da melhor qualidade, mostrando força, dinâmica e claro muitas mortes com impactos bem desenvolvidos e agradando demais. Ou seja, não diria ser o melhor filme de Guy que já vi, pois o protagonista poderia ser menos canastrão (apesar que faz parte do estilo de Guy e de Statham), mas é um tremendo filmaço para quem gosta de uma ação bem trabalhada com muitos tiros.

A sinopse nos conta que um misterioso homem conhecido como Harry (Jason Statham) trabalha para uma empresa de carros-fortes e é responsável por transferir milhões de dólares em dinheiro todos os dias pela cidade de Los Angeles. Um dia, quando tentam assaltar seu caminhão, o homem consegue se livrar do assalto utilizando habilidades impressionantes. Seus companheiros passam questionar de onde ele veio e suas motivações para estar ali. Assim que o mistério envolvendo Harry se desenvolve, um plano maior é revelado.

O estilo do diretor Guy Ritchie é algo que é muito marcante, ao ponto que mesmo que você não saiba que está vendo um filme dele, logo no começo você já passa a sentir a proposta toda quebrada, vai vendo as desenvolturas pegarem fogo e o filme precisando voltar semanas, meses, e tudo mais para explicar algo que você não está compreendendo, e quando vê já está tudo bem amarrado numa loucura completa recheada de expressões fortes, combinando tudo com muitos tiros, e claro com personagens canastrões e imponentes para que tudo flua de uma maneira impressionante, e aqui ele adaptou um filme francês de 2004 (inclusive com Jean Dujardin), ou seja ele já veio com um molde pronto e apenas incrementou seu estilo no roteiro, e isso funcionou demais, pois caiu tão bem com a escolha do protagonista, que certamente muitos irão até querer que ele dirija mais Jason Statham, pois ficou parecendo um filme feito para o ator, e claro que com os toques megalomaníacos do diretor, tudo que no francês foi algo mais comedido, aqui o nível de tiros foi algo que certamente daria para invadir um país, mas que ficou bom de ser visto.

Sobre as atuações, já falei que o filme parece ter sido feito para Jason Statham e é um fato marcado, pois conhecemos bem o estilo do ator, sabemos o quanto gosta de longas vingativos, e aqui precisando botar sua ira em jogo ele acabou fazendo com que seu "H" fosse imponente, tivesse personalidade marcante, e principalmente atirasse para matar sem espaço para erros, agradando demais em cada cena sua, e mesmo sabendo dos diversos absurdos (o famoso 100 tiros dos vilões erram, mas 1 do protagonista é na jugular) o resultado de seu personagem acaba sendo bem bacana de ver. Holt McCallany tentou ser engraçadinho com seu personagem Bala, fez algumas nuances bem trabalhadas, mas não foi muito além nas cenas que precisava de imponência, parecendo meio frouxo, mas serviu bem para o papel, pois não transpareceu em nada suas situações. Dos vilões, é claro que o destaque ficou para Scott Eastwood com seu Jan, aliás o ator voltou a aparecer depois de alguns anos sumido das telas muito bem encaixado, com trejeitos fortes, com uma pegada mais maluca, e sendo o famoso atrapalha planos, que acaba sendo interessante de ver em cena. Ainda tivemos outros bons atores em cena, mas sem muito para chamar atenção como Andy Garcia com seu King, Josh Harnett como Suadinho, e até Jeffrey Donovan com seu Jackson arquiteto completo do plano, mas cada um aparecendo pouco, ou não se impondo suficiente para chamar tanta atenção.

No contexto visual a equipe de arte mostrou que não estava para brincadeira, trabalhando com muitos carros fortes, com um depósito de dinheiro bem montado cheio de grades como realmente são os locais de separação de dinheiro dessas companhias, e principalmente com muitas armas para os vilões, fazendo com que o filme fosse completamente explosivo, além de conter cenas com muito sangue, alguns ambientes mais pesados como o set de prostituição infantil que foi apenas jogado no longa sem muita imponência, e claro o visual da morte do filho visto por diversos ângulos em cada um dos capítulos, sendo bem representativo, além claro da diferença entre as casas/apartamentos dos protagonistas, que mostra como o dinheiro corrompe um homem.

Enfim, é um tremendo filmaço, que quem gosta do estilo do diretor e do protagonista irá entrar completamente no clima da trama bem rapidamente e irá curtir cada ato, rindo de algumas situações, ficando tenso em outras, mas principalmente tendo o longa servindo como um bom entretenimento, ou seja, faz valer a conferida dentro de uma grande sala de cinema (principalmente por toda a mixagem sonora dos tiros que quase nos deixa surdos), e assim fica a minha recomendação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - A Ascensão do Cisne Negro (SAS: Rise of the Black Swan) (SAS: Red Notice)

8/27/2021 08:52:00 PM |

Um gênero que costuma sempre funcionar bem é o de sequestro de aviões/trens ou quaisquer outros meios que possam ter vários reféns (figurantes), e algum mote que possam acusar políticos ou autoridades sobre algo ruim em seu governo/mandato, e claro que envolvendo grandes equipes de policiais entregam muita ação e envolvimento para tudo, e claro que a Netflix não deixaria um filmão desse estilo ficar longe de sua grade, então eis que entrou em cartaz "A Ascensão do Cisne Negro" com uma trama bem interessante nesse molde, e cheio de tiros, explosões e tudo mais vemos algo que funciona bem, que cria uma certa tensão, e que principalmente entrega atuações marcantes, mesmo que para isso precise apelar para situações improváveis. Ou seja, é daqueles filmes que quem curte uma trama bem corrida, cheia de estilo vai se divertir bastante, mas quem for disposto a achar erros vai rir mais ainda com alguns furos largados de canto, mesmo contando com um grandioso elenco. 

A sinopse nos conta que Tom Buckingham, um operador das forças especiais, está levando a Dra. Sophie Hart de Londres a Paris para propor casamento. Quando o trem está dentro do Túnel do Canal, Grace Lewis e sua equipe de criminosos de guerra fortemente armados apreendem o trem e mantêm centenas de passageiros como reféns. Grace ameaça expor os segredos mais obscuros do governo britânico e explodir o Túnel do Canal se seus pedidos de resgate não forem atendidos. Desarmado e isolado de sua equipe de contraterror, Tom é a única esperança que Sophie e os outros passageiros têm de sobreviver.

O mais bacana de tudo é que o filme é baseado no livro do ex-operador do SAS (serviço aéreo especial britânico) Andy McNab, e que junto de Laurence Malkin acabou desenvolvendo um bom roteiro de ação que nas mãos do diretor Magnus Martens acabou ficando ágil e bem interessante de ser conferido, não tendo espaço para situações de reflexões, e contando apenas com alguns momentos meio que romantizados para o protagonista tentar entender seu amor, mas que facilmente fica em segundo plano até as cenas finais. Ou seja, é daqueles longas que são bem trabalhados, que temos várias situações absurdas que a pessoa voa após uma explosão e só tem algumas escoriações, ou então leva facadas e tiros e tudo continua bem, mas que quem gosta do estilo vai se divertir e empolgar, ficando até com vontade de ver a continuação que aparentemente ficou mostrada nas cenas finais, e sendo assim, mesmo sendo praticamente o primeiro longa do diretor (antes fez várias séries), ele mostrou atitude e foi bem coerente com tudo o que fez na trama, aliás, gastou um belo orçamento com tudo o que é explodido, e com as locações escolhidas (embora as cenas no túnel não pareçam terem sido filmadas realmente dentro do Eurotúnel.

Sobre as atuações, temos diversos personagens e atores famosos na trama e todos foram bem expressivos nos atos que precisaram aparecer, o que mostra também um bom resultado da direção, mas basicamente tenho de falar claro de Sam Heughan que trabalhou muito bem seu Tom, cheio de atos imponentes, boas dinâmicas, e principalmente se jogando bastante nos atos mais intensos, valendo muito tudo o que fez, e se mostrado como um belo ator de ação. Ruby Rose entregou uma Grace violentíssima, sem escrúpulos nenhum, e determinada nos seus atos, aliás como é falado no começo do filme os cisnes são psicopatas, e ela mostra bem essa atitude do começo ao fim, cheia de trejeitos e expressões bem marcantes sendo uma grata surpresa até nas cenas de luta no final. Hannah John-Kamen trabalhou sua Sophie com intensidade, sendo praticamente aqueles personagens que acabam atrapalhando os protagonistas a explodirem tudo por estarem no meio, mas fez bons atos, e agradou de certa forma. Quanto aos demais, tivemos bons atos de Tom Hopper com seu Declan misterioso e imponente, mas que desandou um pouco de atitudes, e Andy Serkis como um Clements bem rígido e maluco de certa forma como qualquer grande nome no meio de negociações.

Visualmente a trama é bem imponente, contando com bons efeitos visuais, trabalhando técnicas e desenvoltura, porem alguns atos apareceram a falsidade, tanto que dá para perceber que não filmaram dentro do túnel realmente, usando até um trem mais destruído que talvez até tenha sido construído apenas para o longa, mas temos bons armamentos, boas explosões e até locações externas bem interessantes que acabam agradando e dando um bom tom. Ou seja, a equipe de arte trabalhou bem demais, conseguindo representar toda a situação e envolver o público que gosta do estilo.

Enfim, é um filme bem tradicional do estilo, que certamente vai agradar quem gosta de muita ação e não liga para alguns absurdos, e assim sendo vale bastante a conferida. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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A Lenda de Candyman (Candyman)

8/27/2021 01:44:00 AM |

Sempre é bem interessante vermos filmes de lendas, pois ao incorporar as devidas mitologias os roteiristas acabam sempre fluindo nas ideias, colocando preparações e intensidades, e trabalhando claro motes que considerem chamativos para integrar tudo, e com o lançamento da semana "A Lenda de Candyman" entramos no clima de algo bem intenso envolvendo preconceito racial, gentrificação, acusações fortes sem embasamentos e tudo mais que claro o roteirista Jordan Peele sempre gosta de incorporar em seus textos, e mais do que isso o filme acaba tendo grandes momentos bem tensos, com violências bem marcantes, e principalmente encaixando algumas situações de reflexão, o que faz a trama ser ainda mais envolvente com tudo. Ou seja, é um filme que causa diversas sensações, que dá alguns sustos durante toda a exibição, e que funciona muito bem dentro do que foi proposto, algo que raramente acontece em longas de terror, sendo uma trama que vai até além, e que os amantes de um bom terror certamente irão ficar tensos com tudo.

A sinopse nos conta que desde que os moradores se lembram, os projetos habitacionais do bairro Cabrini Green, em Chicago, eram aterrorizados por uma história de fantasma famosa sobre um assassino sobrenatural com um gancho na mão, facilmente invocado por aqueles que ousam repetir seu nome cinco vezes no espelho. Nos dias atuais, uma década depois que as últimas torres de Cabrini foram derrubadas, o artista visual Anthony McCoy e sua namorada, diretora da galeria, Brianna Cartwright, se mudam para um condomínio de luxo em Cabrini, agora gentrificado e habitado por millennials. Com a carreira de pintor de Anthony à beira da estagnação, um encontro casual com um residente de Cabrini das antigas expõe Anthony à trágica natureza horrível da verdadeira história por trás de Candyman. Ansioso por manter seu status na cena artística de Chicago, Anthony começa a explorar esses detalhes macabros em seu estúdio como uma nova fonte de inspiração para suas pinturas, abrindo sem saber uma porta para um passado complexo que desafia sua própria sanidade e desencadeia uma onda de violência terrível que o coloca em rota de colisão com o destino.

Diria que a diretora Nia DaCosta, que fez inicialmente um curta do tema encantando diversos diretores e roteiristas de terror, mas principalmente Jordan Peele que acabou transformando o curta em longa, conseguiu trabalhar todas as dinâmicas da trama, entregou um personagem bem intenso de estilo, e ainda pode envolver bem com toda a síntese de injúria racial, de acusações e tudo mais que o tema podia abrir, incluindo claro o deslocamento de grupos para lugares periféricos, mudando toda a intensidade dramática não apenas nas situações, mas sim nas reflexões que o longa podia encontrar. Ou seja, foi um trabalho em dupla muito bem feito, pois Peele que já está com o nome bem ganho no meio do terror não deixaria se queimar, e encontraram possibilidades bem bacanas de ver, momentos tensos, várias mistificações, de forma a funcionar como um algo a mais dentro de apenas um terror, e assim o filme acaba além de assustar e causar tensão ter aquele elo a mais para envolver a todos com uma história perfeita.

Sobre as atuações, posso dizer facilmente que Yahya Abdul-Mateen II soube controlar demais seu personagem Anthony, ao ponto que acabamos muito conectados a tudo o que vai entregando, passando sua tensão e personalidade de maneira forte e direta, e principalmente com o trabalho que a equipe de maquiagem fez com sua mão e depois com seu corpo todo sendo algo impressionante e chocante demais de ser visto, fazendo com que além de uma ótima atuação, ele incorporasse um ar macabro incrível que funciona muito, ou seja, foi perfeito nos trejeitos e mandou bem demais. Ainda tivemos sua namorada Brianna, aonde a jovem Teyonah Paris conseguiu criar olhares, se mostrar intrigada, mas não acreditando muito num primeiro momento, porém suas cenas finais foram bem expressivas fazendo com que o resultado agradasse bastante. Também foi bem moldado o que Colman Domingo acabou fazendo com seu Burke, ao ponto que inicialmente o jovem não parecia nada importante, mas nos atos finais acabou explodindo muito bem em tudo. Quanto os demais, diria que valeu ver todos sendo bem degolados, estripados, enganchados, pois seus atos nem tanto marcaram pelas expressões em si, mas funcionaram bem pelo visual imposto.

E já que falei do visual, a equipe de arte mandou muito bem do começo ao fim, mostrando inicialmente um bairro bem pobre, depois vemos ele apenas como algo isolado, com todo o luxo novo ao redor, e trabalhando bem a essência dos artistas que acabam caindo nesses bairros populares, todo o contexto cênico passa a fazer parte. Além disso tivemos boas pinturas do protagonista, e principalmente uma ótima caracterização por parte da maquiagem, desde a mão do personagem principal, passando por toda as cenas das abelhas, até chegarmos no miolo com a cena das garotas na escola, do casal dentro da galeria, e até mesmo da crítica de arte em seu apartamento, brincando bem com a ideia do reflexo do espelho, mas principalmente encaixando bem cada detalhe sangrento da trama.

Enfim, é um filme que merece um bom lugar na estante dos terrores/suspenses, e que certamente vai empolgar bastante quem gostar do estilo, pois tem classe, tem violência, tem sustos e principalmente tem história, agradando a tudo que todos sempre pedem em um filme do gênero, e sendo assim vale muito a recomendação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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TeleCine Play - Irresistível (Irresistible)

8/26/2021 01:42:00 AM |

Entender política é algo que nem aqui no Brasil conseguimos fazer bem, quanto mais então num sistema eleitoral completamente maluco que é o americano, e digo isso com a proeza de já ter visto diversos longas que tentaram explicar bem, vários que tiveram sínteses mais elaboradas, e tudo mais, mas não tem como, o processo deles envolvem muitas doações, muitas dinâmicas, ao ponto a briga entre os partidos e os marqueteiros são coisas gigantescas de tentar sequer acompanhar num filme, quem dirá na hora real. Dito isso, a sacada do filme "Irresistível" é tão boa, que inicialmente o filme sendo vendido como uma comédia ficamos meio que sem entender muito aonde desejavam chegar, mas com o ponto de virada incrivelmente colocado só no finalzinho o resultado é tão bom que impressiona demais, e acaba agradando por mostrar que tanto o sistema deles é tão complexo que nem eles conseguem controlar direito, quanto como uma comunidade unida pode quebrar todo um jogo político incrivelmente preparado. Ou seja, é um filme bacana, com uma precisão interessante de ser vista, que não vai fazer você rir, o que é um grande problema para uma comédia, mas que ao final acaba sendo tão bem sacado que faz valer a conferida.

No longa acompanhamos a história de Gary, um estrategista democrata que tem o grande desafio de conseguir votos para Jack Hastings, um veterano de guerra que tenta se candidatar a prefeito em uma cidade conservadora de Wisconsin. Mas, quando o Partido Republicano descobre a estratégia, eles colocam Faith no jogo, uma estrategista política de direita. Ela é uma antiga rival de Gray que fará de tudo para acabar com seus planos e derrotar seu candidato.

Mesmo Jon Stewart não sendo tão conhecido como diretor, afinal essa é somente sua segunda obra, ele soube ser bem coerente no que desejava passar, e principalmente soube fazer um roteiro bem amarrado para enganar o público, aliás com críticas bem ácidas aos meios de formatação de campanhas para arrecadar fundos para as eleições, e com isso o filme empolga e faz com que ficássemos bem conectados a tudo que nos é entregue, para ao final vermos um belo resultado. Ou seja, não é um filme que funciona só pela essência, mas por todo o conteúdo mostrado, e pela desenvoltura criada em cima dos personagens, e claro do fechamento, fazendo com que uma bagunça completa bem disputada encantasse com uma ideia simples da cidade.

Sobre as atuações, é sempre bem bacana a forma que Steve Carell entrega para seus personagens, pois com ele não tem o meio termo, se é pra ser agitado vamos lá, se é para fazer drama estou pronto também, e aqui seu Gary é muito bem trabalhado no estilo, é um marqueteiro nato, e daqueles que não param até conseguir seu objetivo, claro que com muito luxo e com uma desenvoltura própria que fará desse um de seus personagens marcantes, pois joga com nuances fortes, faz diálogos imponentes, e mais do que isso é bem diferente de tudo que já fez, ou seja, foi muito bem em cena. Mackenzie Davis entregou bem sua Diana, e mesmo que seja bem secundária na maior parte do filme, está sempre ao lado do pai e do marqueteiro em cena, faz boas caras e bocas e se envolveu bem com o filme, ao ponto que seus últimos atos acabam perfeitos, e assim sendo mostrou a que veio na trama. Chris Cooper fez o tradicional político da boa vizinhança, que está disposto a fazer as loucuras que o marqueteiro joga para seu Jack, mas que não parece estar preparado para o que o mandato vai lhe custar, e sendo simples demais ele acabou chamando atenção nos atos, agradando bastante. Já Rose Byrne foi colocada em cena com sua Faith para ser exatamente a rixa máxima com o protagonista, fazendo campanhas tão boas quanto as dele, competindo sempre para ver quem tem algo melhor, e com isso criando dinâmicas até duras demais, o que serve para criar as nuances cênicas, mas acabou ficando secundária demais, e isso no final fez efeito. Quanto aos demais, todos da cidade praticamente apareceram ao máximo, e isso é legal pois acabou dando nuances bacanas até para os mais simples coadjuvantes, e felizmente nenhum tentou aparecer e roubar a cena para si, funcionando bem tanto para a ideia original do filme, quanto para o conteúdo da dinâmica completa.

Visualmente o longa entrega uma cidade bem simples, com todos conhecendo todos, com internet discada, vacas, bares simples e tudo muito bem montado para mostrar o ar rústico rural do meio do nada, em grande contraste com a vida luxuosa do marqueteiro, com as festas de campanhas de donativos aonde vemos algo bem imponente de elementos cênicos clássicos de grandes festas, mas quando as campanhas entram realmente no final imponente já temos computadores, estatísticos, toda a panfletagem e por aí vai, mostrando bem toda a dinâmica bem criada pela equipe de arte para ser representativo e ainda chamar atenção com os atos finais.

Enfim, é um filme que não chama muita atenção, mas tem seus méritos e consegue agradar de certa forma pelo final escolhido, além de servir para tentarmos conhecer um pouco mais dos esquemas de doações de campanhas nos EUA, e sendo assim vale como um bom passatempo pelo menos, tendo algumas cenas engraçadas e bem feitas, então fica a dica e eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Perseguição Na Neve (Blood And Money)

8/25/2021 01:35:00 AM |

O mais engraçado em filmes de perseguições é que arrumam tantas coisas improváveis para a pessoa fazer, que acabamos ficando nervosos com os protagonistas por se meterem em grandes roubadas, e com o filme "Perseguição Na Neve", que entrou hoje em cartaz na Netflix, temos exatamente isso, pois no meio de uma caçada na floresta o protagonista acaba atingindo uma assaltante, beleza, liga pra polícia e avisa que matou e acabou o filme, mas não, ele volta para ver o dinheiro, e pronto tá lascado, mas não bastando isso, ele só vai se metendo em rolo em cima de rolo, e nas oportunidades que tem para fugir, só piora. Ou seja, é daqueles filmes que terminamos de conferir na força do ódio em cima do protagonista, mas que trabalha bem os atos que foram colocados, e com uma desenvoltura bem montada acabamos curtindo a proposta, embora o cara com uma tonelada de anos nas costas tenha sobrevivido até demais com um tiro no peito e um frio intenso. Mas abstraindo todos os absurdos, o filme acaba valendo a conferida.

A sinopse nos conta que um velho solitário morando em seu luxuoso trailer é bem conhecido dos habitantes locais nesta vila do Maine no inverno. Ele gosta de caçar até mesmo para todos os guardas das florestas remotas. Ele sai com seu rifle para ganhar um último dólar, mas acidentalmente atira em alguém que se move nas árvores. Ele volta com medo para o posto do guarda-florestal e depois para a cidade apenas para ver a notícia de um assalto a um cassino com perigosos assaltantes armados à solta, incluindo a pessoa que ele atirou. Mas também está faltando mais de um milhão de dólares. Ele volta para o corpo e é aí que as coisas ficam feias.

Diria que o diretor e roteirista John Barr até foi bem em sua estreia comandando um filme, pois já tendo um currículo bem extenso como cinegrafista já sabia bem aonde posicionar as câmeras para uma melhor fotografia e criação de tensão, porém como disse no começo do texto ele acabou apelando demais nas situações, fazendo com que nem a pessoa mais crente do mundo acreditasse que o velho sobreviveria a vários ladrões armados com rifles em meio a uma floresta coberta de neve num frio imenso, e mesmo ele conhecendo tudo por ali ainda assim precisaria de muito mais forças para as coisas que faz estando doente, ou seja, o diretor abstraiu qualquer noção básica de sobrevivência na selva e saiu mandando ver. Ou seja, não afirmo de forma alguma que seu primeiro filme ficou ruim, muito pelo contrário, dá para ficar bem tenso e nervoso com tudo o que rola, porém temos de entrar no clima que ele criou e abstrair tudo, senão a chance de trocar de filme com menos de 30 minutos é bem alta, pois além disso tudo o primeiro ato é bem lento para conhecermos quem é o velho, o que já fez da vida, conhecer alguns coadjuvantes, e por aí vai, para aí somente ele dar o tiro e tudo estragar. Porém quem sobreviver ao começo lento e abstrair tudo de absurdo vai acabar se divertindo bem com um final que quase deu ainda mais ódio de tudo, mas finalizou bem.

Sobre as atuações, é claro que o filme é quase todo de Tom Berenger com seu Jim, e sendo assim ele é responsável pelo ritmo da trama, pelos olhares bem colocados, e claro por ficarmos com raiva das coisas que faz, pois o ator se entregou bastante para o filme, fez cenas bem coesas e fortes, mas mais da metade das cenas foram absurdas, fazendo fogueira em lugares onde daria para ver fumaça, lutando corporalmente com alguém muito mais forte que ele, atirando em meio a conversas e tudo mais, ou seja, foi quase um ninja que só por ter sido fuzileiro consegue fazer tudo, mas ao menos trabalhou bem os trejeitos e nos convenceu com o que fez em cena, pois certamente muitos atores não conseguiriam segurar a trama tão bem. Quanto aos demais, a maioria apenas apareceu cenicamente, desde os vários ladrões apenas se impondo, passando pelo jovem marido da garçonete que nem serviu para muita coisa, até chegarmos na garçonete que teve um pouco mais de falas, e com isso o destaque fica para Kristen Hager com sua Debbie, mas mais por estar mais presente nas cenas, sem nada demais para isso.

Visualmente o longa é abarrotado de neve para todos os lados, uma floresta branquinha que o protagonista com seu casaco bege quase some (ou para os vilões fica totalmente invisível), alguns lagos quase congelados, uma caverna, muitas armas de grande porte, uma pequena cabana, e claro um restaurante, um bar e uma associação de alcoólatras anônimos aonde vemos as cenas desenrolando e claro os diálogos para representar tudo, mas o visual conseguiu dar a tensão e frio, o que certamente era o pedido pelo diretor para a equipe de arte, e foi bem representado de forma correta e envolvente.

Enfim, é um filme simples e eficaz, que dá muita raiva pelas atitudes do protagonista, mas que funciona dentro do proposto, mostrando uma boa perseguição no meio da neve, e que como disse no começo, se relevarmos os vários absurdos até ficamos com um bom longa tenso para conferir, e assim sendo vale a recomendação dessa forma. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Raça e Redenção (The Best of Enemies)

8/24/2021 01:36:00 AM |

Tem filmes que vamos conferir meio que já sabendo aonde vai dar, mas valem a pena por toda a intensidade, pela forma que escolhem para representar o momento da trama, e até mesmo para ver a ideologia por trás de tudo, e com o longa que entrou por esses dias na Amazon Prime Video, "Raça e Redenção", de cara já vemos que iremos ficar bravos e tensos com as atitudes da Klan, e fica nítido tamém que haverá algum tipo de mudança drástica que precisará ocorrer para a situação não ser tão contundente, pois é um filme baseado em uma história real, e dificilmente colocam situações que não deram muito certo em dramas de época. Ou seja, o filme vem preparado para o público, mas é tão forte e tão cheio de situações que vemos que hoje mesmo tendo tudo da forma que rola e nos dá raiva, certamente viver nos anos 70 nos EUA era algo muito complicado para ambos os lados, e mesmo tudo tendo mudado muito nos dias atuais, ainda acho que existem em minorias pessoas e associações que seguem a mesma linhagem do passado. Sendo assim, posso recomendar com certeza o filme, pois a trama tem um certame bem marcado e envolve com muita sintonia tanto pela história quanto pelas boas atuações, valendo ver e refletir sobre tudo o que ocorre lá, e ainda vemos pelo mundo afora acontecendo.

A sinopse é bem simples e nos mostra a ativista de direitos civis Ann Atwater, batendo de frente com C.P. Ellis, líder exaltado do Ku Klux Klan em Durham, na Carolina do Norte, de 1971, sobre a questão de integração nas escolas.

Diria que o diretor e roteirista Robin Bissell foi seguro demais com o que queria adaptar dos eventos reais ocorridos, pois sua abrangência foi sim limitada para mostrar um acontecimento completamente inesperado, mas ele dominou bem os ambientes, criou os vários atos bem marcados sendo alguns bem fortes, e principalmente deu uma boa abertura para que os protagonistas se jogassem em cena, tendo claramente atos bem dinâmicos e outros mais presos a olhares e desenvolturas próprias. Ou seja, o filme tem um conteúdo que vai até além da parte cênica mostrada, pois pode ser usado para reflexões e discussões bem diversas sobre o tema integração, sobre os conflitos entre os negros e a Klan americana, e claro sobre os conceitos de "raça" tão discutidos abertamente em cena, mas por focar somente na integração estudantil e mostrando alguns elos de votações, o filme acaba ficando um pouco preso, o que de certa forma não é ruim de ver, e assim sendo o resultado tanto da direção, quanto da história foi bem feito e bem desenvolvido no longa.

Sobre as atuações, tenho de pontuar o quanto mudaram o visual de Taraji P. Henson, pois parecia totalmente outra pessoa tanto pela estética quanto pela forma de atuar, sendo precisa demais com sua Ann, encarando trejeitos marcantes do começo ao fim e se expressando com muita intensidade, aliás não com muita, mas com a intensidade necessária que o papel pedia, e foi incrivelmente perfeita na totalidade dos atos. Da mesma forma Sam Rockwell entregou seu C.P. Ellis de uma forma imponente, cheio de atitude, trabalhando inicialmente como um real líder da Ku Klux Klan, mas num segundo momento se pegou retraído tanto pela ajuda que tem com seu filho excepcional quanto com a ideia clara de que eles valorizam tanto os heróis de guerra, e com isso temos uma mudança até que brusca demais no personagem, mas se ocorreu realmente dessa forma, souberam passar para o ator que fez muito bem em cena, emocionando e envolvendo bem. Ainda tivemos boas atuações marcantes de Babou Ceesay com seu Bill Ridick apaziguador, tentando resolver todo o problema na conversa, e olha que encarou bem tudo, Wes Bentley com seu Floyd canastrão e bem rebelde de atitudes, e Bruce McGill com seu Oldham bem politizado, entre outros que apareceram com menor tempo de tela mas foram bem como a esposa do protagonista, o dono da loja de jardinagem e até mesmo a enfermeira que sofre repreensão dos membros da Klan, mas mais pelos bons momentos deles sem grandes atos explosivos.

Visualmente a trama foi bem representada com um trabalho de época bem marcado, mostrando algumas reuniões da Klan seja na klaverna quanto no campo de treino de tiro, vemos algumas reuniões públicas da prefeitura para discussão de temas, vemos um hospital para jovens excepcionais, e claro vemos todo o desenvolvimento da charrete (aliás um nome bem estranho, pois só conhecia charrete de cavalos!) com muitas discussões, cenas bem representativas com figurinos, elementos alegóricos fortes, e claro os almoços inusitados, ou seja, a equipe de arte trabalhou bem para termos a época bem mostrada na tela.

Enfim, é um filme bem forte, cheio de detalhes, que até tem certos problemas técnicos que poderiam ter sido minimizados, e como já disse é muito fechado na dupla, então o filme já vem pré-preparado, o que é algo que incomoda muitos, mas vale demais a conferida para a discussão do tema e para conhecermos um pouco mais da forma que os negros eram tratados na época por lá (apesar de achar que ainda rola muito disso atualmente, de uma forma menos visível ao menos). Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - As Espiãs de Churchill (A Call To Spy)

8/23/2021 01:28:00 AM |

Acho que se algum dia me falarem que estão fazendo uma pesquisa sobre os filmes das guerras que tivemos posso falar que a pessoa precisará de muito tempo, pois quanto mais eu estou de boa procurando algo para conferir nas plataformas de streaming, mais filmes do estilo surgem como recomendações para a conferida, e posso dizer facilmente que quase todos são tão bons que não dá para pular nenhum, cada um trabalhando uma temática, um momento ou até mesmo como foram as coisas em determinados países. E com "As Espiãs de Churchill" fiquei conhecendo um pouco mais das primeiras mulheres espiãs que foram enviadas para a guerra, trabalhando num mundo desconhecido e de pouquíssimas informações, mas dispostas a tudo para passar as devidas informações e formar a resistência necessária para derrotar Hitler. E o melhor é que não foi um filme apenas para conhecermos Vera Atkins, Virginia Hall e Noor Inayat Khan, mas sim uma trama envolvente que mostrou seus feitios junto com todo o processo, com toda a síntese bem trabalhada, e principalmente com uma representação cênica da França sendo ocupada com um primor de época incrível de ser visto. Ou seja, é daqueles filmes que não temos nenhum momento impressionante de cair o queixo, afinal a base da guerra já foi vista de tantas maneiras que já é possível até se acostumar com as barbáries mostradas, mas que trabalhou tão bem o estilo demonstrando essas fortes mulheres que encararam tudo e todos para conseguir fazer sua parte, que faz valer muito a conferida.

A sinopse nos conta que no início da Segunda Guerra Mundial, com o desespero da Grã-Bretanha, Churchill ordena que sua nova agência de espionagem - a Special Operations Executive (SOE) - recrute e treine mulheres como espiãs. Sua missão assustadora: conduzir sabotagem e construir uma resistência. A comandante das espiãs da SOE, Vera Atkins, recruta duas candidatas incomuns: Virginia Hall, uma ambiciosa americana com uma perna de pau, e Noor Inayat Khan, uma pacifista muçulmana. Juntas, essas mulheres ajudam a minar o regime nazista na França, deixando um legado inconfundível em seu rastro. Inspirado em histórias verdadeiras.

O mais bacana de tudo é ver que além de protagonista do filme, Sarah Megan Thomas ainda foi a roteirista original do longa, se baseando em diversos materiais fez um trabalho muito imponente, no qual a diretora Lydia Dean Pilcher pode se debruçar e capturar toda a essência de época, colocar as intensidades formatadas de uma maneira dura e bem trabalhada, e principalmente ser criativa para que um filme com tantas situações já mostradas em vários filmes tivesse um ar novo e bem claro, afinal pouco se ouviu sobre as mulheres da guerra, e aqui essa sina foi devidamente exemplificada com os grandes nomes presentes, e ainda mais com grandes atrizes que foram bem colocadas em cada papel, mostrando atitude e trejeitos marcantes no meio de um conflito que nem imaginavam os rumos que ainda tomariam. Ou seja, é daqueles filmes que não chegam a emocionar pelos atos em si, mas que traz um envolvimento tão bem colocado que acabamos interessados por tudo o que rolou naquele momento, e sendo assim funciona demais.

Sobre as atuações, tenho de começar pela roteirista e atriz Sarah Megan Thomas que se jogou praticamente em uma mulher te tanta personalidade, quase uma atriz no meio da guerra representando diversas personalidades, mudando cabelos, mudando formas de se expressar, e completamente perseguida pela Gestapo por toda a França, além claro de precisar mancar para dar realidade na perna de pau que a verdadeira Virginia Hall tinha, ou seja, foi ousada e completa em tudo, mostrando muita força e imposição, e claro por ter escrito o filme sabendo exatamente como ir além. Stana Katic foi muito precisa nos atos de sua Vera Atkins, sendo literalmente uma líder de operações, um olhar fora da caixa total, e mais do que isso, a atriz soube conduzir com um sentimento tão bem colocado que entramos completamente na sua situação de judia romena em uma liderança necessitando da cidadania, ou seja, a atriz incorporou bem os momentos e foi além. Da mesma forma Radhika Atpe trouxe realmente uma luz para sua Noor, ao ponto que vemos uma mulher corajosa, cheia de vontade, e com um sentimento muito bom para tudo o que estava ocorrendo, mostrando até mesmo ser uma atriz que vai bem mais longe do que o papel pedia com olhares e envolvimentos, agradando bastante. Quanto dos homens tivemos bons destaques também, ficando claro em primeiro plano Linus Roache com seu Buck sabendo dos problemas de sua parceira e a defendendo no meio de lobos, numa sintonia muito bem encaixada de estilos, vemos também Andrew Richardson muito bem colocado com seu Alphonse bem dinâmico, e para fechar tivemos o médico Dr. Chevain com boas nuances interpretadas por Rossif Sutherland. Ou seja, um elenco de atores nem tanto conhecidos, mas que foram precisos demais em cada momento que o filme precisava, e acertaram bem em tudo.

Visualmente o longa tem uma boa concepção de época, mostra muito da França semi-ocupada pelos nazistas, as diversas famílias que ajudavam e as que vendiam espiões, judeus e tudo mais, vemos toda a preparação rápida dos agentes para serem mandados para o campo de guerra, teve muitas representações das rações/vales de comidas que as pessoas recebiam para tentar sobreviver no meio da guerra, toda a simbologia dos explosivos de cargas para tentar barrar a guerra mais a fundo, e claro as invasões/incursões dos nazistas nas cidades chegando e botando banca, ou seja, a equipe de arte foi bem coesa de figurinos, de símbolos, de locações, conseguindo marcar bem tudo, e ainda dar as devidas nuances para que entrássemos no clima, além de uma boa representação da perna de pau da protagonista.

Enfim, é um filme que se formos olhar a fundo não é grandioso de essência, pois faltou mostrar muito mais torturas que sabemos que aconteceu, mostrar mais dinâmicas da guerra em si, mostrar mais das preparações, mas que foi simbólico ao mostrar bem a colocação das mulheres na guerra, pois muitos falam que isso não existiu, então o filme vem e coloca em pauta as grandes da época com uma pontuação bem clara e forte, ao ponto que vale bastante a recomendação. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Ilha de Segredos (Schwarze Insel) (Black Island)

8/22/2021 07:23:00 PM |

Quando uma boa trama de suspense tem um ar intenso por conta de assassinatos combinando os personagens por algum motivo e toda a tensão funciona, acabamos nos envolvendo bem e entrando completamente no clima, porém a maioria dos filmes desse estilo que acabam colocando uma estrutura familiar na base recaem tanto para o ar novelesco de envolvimentos que acaba desapontando na surpresa que poderia ser maior, e isso é algo tão formatado que não tem nem jeito de mudar, mas que por vezes entregam algo surpreendente. Infelizmente o caso do novo longa da Netflix, "Ilha de Segredos", é que sua base é bem novelesca, os trejeitos dos personagens também são montados dentro da base característica, e nem tentaram ir para rumos diferentes, tendo até as mortes ocorrendo de formas tão banais como enforcamentos, trombadas de carros, ataques de cães, que nem uma ousadia além foi feita. Claro que descobrir sobre a motivação é um dos pontos positivos da trama, e o clima de tensão também foi bem amarrado, mas o filme não tem grandes momentos, e assim sendo o resultado acaba sendo apenas ok.

A sinopse nos conta que uma ilha aparentemente pacata guarda segredos que colocam Jonas Hansen, um órfão, em perigo depois que ele se aproxima de Helena Jung, uma nova e misteriosa professora de alemão da região.

O diretor e roteirista português Miguel Alexandre tem um estilo marcado bem didático, daqueles que vemos tudo ocorrer quase que dentro de uma cartilha clássica do suspense de envolvimento, aonde vemos surgir alguém desconhecido em uma cidade pequena (no caso aqui uma ilha), vemos os personagens opostos caindo de paixão pela outra pessoa, descobrimos que a pessoa não é alguém bom, começa a matar por simples prazer ou por algum erro, é descoberta e acaba partindo para cima dos demais, ou seja, isso já vimos em muitos filmes, muitas novelas e sempre tem a desenvoltura jogada para o clássico do estilo, e ele nem tentou enganar o público, indo bem direto na explicação no final, causando um leve impacto por sabermos quem era a vilã e suas motivações, mas certamente tudo poderia ter sido menos direto para surpreender mais.

Sobre as atuações, diria que Alice Dwyer é uma atriz com muita personalidade e principalmente soube trazer para sua personagem Helena um ar de vingança muito imponente e cheio de olhares e trejeitos marcantes, além claro de esbanjar sensualidade, ou seja, ela foi bem no que o filme pedia, chamou a responsabilidade para si, só não contava com um ar tão direto do diretor, e assim não vemos algo tão misterioso na trama. Ja Philip Froissant em sua estreia até trabalhou bem, já sendo usado para cenas eróticas bem fortes e sabendo dominar bem seus olhares e trejeitos acabou fazendo com que seu Jonas tivesse uma interação bem colocada, tivesse o ar de perda bem marcado pelos diversos ao seu redor, ao ponto que tudo trabalhou ao seu favor para não soar falso, o que é bom de ver na tela. Mercedes Müller trabalhou sua Nina com uma graciosidade bem leve, dando as nuances de garota apaixonada tímida que não ataca de cara, e assim suas cenas são bonitinhas e bem marcadas. Quanto aos demais, tivemos poucas explosões cênicas, mostrando poucos atos para serem marcantes com cada um, tendo claro o destaque para Hanns Zischle com seu Hansen todo misterioso dentro do que o filme pedia, e tendo seu grande segredo revelado ao final, mas como não foi trabalhado seus atos, apenas serviu para ter alguns trejeitos marcantes e ser o motivo de tudo.

Visualmente a ilha tem toda uma cenografia bem própria, com casas simples, mas bem colocadas, toda a nuance das marés e das bicicletas andando para todos os lados, mas o filme ficou bem mais focado nos atos dentro de uma escola não muito grandiosa, parecendo ter uma no máximo duas turmas de alunos todos da mesma idade (quase algo como uma faculdade, pois só tem as aulas de alemão da professora e uma bibliotecária além da diretora, mas ambas sem muito destaque), e claro os momentos na casa de ambos os protagonistas aonde vemos muito vinho e sexo rolando, ou seja, a equipe até teve um algo bem feito de elementos, principalmente para representar o ambiente em si, mas não foi muito além, e o resultado apenas foi bem colocado.

Enfim, não posso dizer que seja um filme ruim, pois tem todo o lado misterioso, tem cenas bem envolventes e marcantes, e até chama um pouco a atenção de quem entrar no clima, porém como costumo falar, foi exageradamente novelesco, e isso é algo que só quem gosta do estilo acaba ficando feliz com tudo o que acaba rolando, ou seja, se você não for desses que curtem uma boa novelona vai rir de diversos atos e certamente não acabará surpreso com nada, mas ainda assim dá para passar um tempo conferindo a trama. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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TeleCine Play - The Box - No Ritmo do Coração (더 박스) (The Box)

8/21/2021 06:11:00 PM |

É sempre interessante observar o rumo das produções sul-coreanas, pois andam ganhando o mundo tanto com obras mais clássicas voltadas para festivais e críticos, como também andam acertando bem propostas mais voltadas para os jovens com pegadas rítmicas bem trabalhadas com mensagens subliminares encaixadas, e que cumprem bem a proposta. E costumo dizer que algo que sempre ganha os mais jovens são filmes em que cantores ou até mesmo pessoas comuns superam obstáculos para alcançar a glória, então com essa proposta em mente tiveram uma boa sacada de usar tanto o chamariz de pensar fora da caixa, quebrar os seus medos e tudo mais colocando um astro do K-Pop no filme "The Box - No Ritmo do Coração", que além de passar a mensagem, ainda consegue chamar público e envolver com boas canções. Ou seja, é um filme que facilmente nos cinemas chamaria uma garotada imensa, mas que optaram pelo lançamento direto no streaming, caindo para a plataforma do Telecine Play com exclusividade nesse primeiro momento. Ou seja, é daqueles filmes simples, porém com uma boa eficiência no que desejavam passar, brincando bem com a ideia do protagonista ser bonito, ser um ótimo cantor e músico, porém ter medo de se apresentar para as pessoas, tendo uma fobia na sua mente, e a sacada de usar uma caixa para ele se apresentar acaba sendo bem divertida pela proposta, já que ficou parecendo uma caixa de karaokê tão comum nos países orientais, mas que vamos acompanhando e se emocionando com a amizade dos protagonistas, e até que finalizaram de uma maneira bem boa.

O destino faz com que o produtor musical Min Soo e Ji Hoon, um jovem cantor que se apresenta nas ruas, se cruzem. Min Soo tem a ideia de lançar a carreira do jovem, que tem tudo para ser um sucesso, exceto por sua fobia paralisante ao pisar no palco. Juntos, eles vão procurar uma saída para que Ji Hoon consiga driblar o medo e se apresentar em público.

É fácil entender o motivo do filme não ter decolado tanto, pois o diretor estreante Yang Jeong-Woong fez muitos atos soltos no seu longa, tendo as situações ocorrendo, as mensagens sendo ditas, a amizade sendo feita, mas não construindo uma base para que a explosão final ocorresse, ao ponto que até tudo é bem dito, temos o envolvimento passado e o encaixe ocorre dentro da proposta, porém se tudo fosse fluído o longa seria daqueles incríveis de passar tanto para o público fã de musicais, quanto para os que gostam de longas com mais mensagens. Ou seja, faltou um pouco mais de desenvoltura realmente para que o filme tivesse um algo a mais, mas ainda assim temos boas canções, boas atuações e um envolvimento interessante de acompanhar que acaba agradando de certa forma.

Agora falando das atuações, sou daqueles que conhecem bem pouco do que anda rolando na música mundial, então posso dizer que conheço no máximo umas duas bandas de k-pop e pouquíssimas canções delas, então nunca sequer tinha ouvido falar em EXO, quanto mais nas subdivisões da banda, mas deixando isso de lado, o cantor da banda Park Chanyeol entrou muito bem no clima do seu personagem Ji Hoon, cantou deliciosamente (aliás que voz a do rapaz!) e soube dominar os trejeitos necessários que o papel pedia, não sendo apenas um cantor jogado em um filme, mas sim alguém que soube trabalhar as nuances e agradar bem dentro da essência completa, ou seja, já pode começar a pensar em atuar mais que tem potencial. Da mesma forma Cho Dal-Hwan trabalhou bem seu Min Soo, com uma pegada mais direcionada, mostrando a sua caixa que não consegue sair, e mais do que apenas um produtor musical acabou passando o envolvimento de amizade e formas para que o jovem conseguisse sair da dele, ou seja, foi algo muito bonito de ver suas atitudes e trejeitos que escolheu passar. Quanto aos demais não vou falar os nomes pois não tem na página do filme, e nos créditos ainda não sei ler as letrinhas, mas vale o destaque para Kim Ji-Hyun fazendo a cantora cega Nana que deu boas lições e se entregou lindamente nas canções.

Visualmente o longa é bem bacana pelo passeio por várias províncias coreanas, mostrando a culinária local, os pontos turísticos melhores para se cantar, e junto disso a equipe de arte soube encontrar ambientes bem propícios para envolver completamente, além de ótimos horários para que a equipe de fotografia encantasse os olhos com luzes e nuances, fazendo tudo ficar muito bonito de se ver e sentir, e quanto a elementos cênicos o foco fica na caixa de um refrigerador no começo que vai ganhando cores na sequência, além do ótimo momento junto dos ciganos que acaba agradando bastante.

Como estamos falando de um longa musical, o ritmo foi algo muito importante e que funcionou demais com as escolhas das canções, além claro das ótimas vozes dos protagonistas que entraram com tudo na trama, então é claro que deixo o link aqui com todas as canções para curtirem depois de ver o filme.

Enfim é daqueles longas que certamente vão agradar muito os fãs do cantor (afinal eles que convenceram o canal Telecine a exibir o longa), mas que quem gosta de musicais e filmes com boas mensagens certamente irá se envolver também, então fica a dica para a conferida, pois mesmo não sendo perfeito o resultado completo chama a atenção. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Caminhos da Memória (Reminiscence)

8/21/2021 02:19:00 AM |

Confesso que quando vi o trailer e o pôster de "Caminhos da Memória" fiquei bem interessado na proposta e imaginava ver algo completamente diferente do que vi hoje na sessão do cinema, não sei dizer exatamente o que esperava ver, mas certamente não era um filme enrolado, meloso e sem ritmo como foi entregue, pois a proposta em si é boa, de uma máquina para que você possa revisitar suas memórias mais íntimas num mundo aonde nada mais tem futuro e o passado é algo nostálgico que você deseja viver, juntando a isso usar a máquina para buscar confissões de criminosos, e claro tentar descobrir aonde foi parar seu amor que evaporou do nada, porém usaram de tantos artifícios para essa proposta, enrolaram com tantas buscas e situações que acredito que nem se fosse uma série enrolariam tanto para entregar o final da forma que foi feita. Ou seja, o filme tem 116 minutos, porém garanto que morei na sala do cinema por quase meio dia de tanta enrolação entregue, sendo um filme muito bonito e interessante visualmente, lembrando bem as investigações dos filmes noir, mas que quiseram tanto transformar a ideia em um clássico (quem sabe daqui alguns anos), que o resultado não empolgou e nem agradou o público que está vendo agora.

O longa nos mostra que Nick Bannister, um investigador particular da mente, navega o mundo sombrio do passado ajudando seus clientes a acessar memórias perdidas. Vivendo nas margens do litoral da Miami submersa, sua vida muda para sempre quando ele aceita uma nova cliente, Mae. Uma questão simples de achados e perdidos se torna uma perigosa obsessão. Ao lutar para descobrir a verdade sobre o desaparecimento de Mae, ele descobre uma conspiração violenta, e terá que responder à pergunta: até onde você iria para manter as pessoas que ama por perto?

Vou ser bem direto ao ponto falando que a diretora e roteirista Lisa Joy dirigiu um episódio da famosíssima série Westworld e já saiu se achando a nova Denis Villeneuve, a J.J. Abrams de saias, e tudo mais, pois foi muito longe na concepção artística entregue, isso é um fato claro, mas ao querer ir além demais do que sua capacidade acabou entregando uma obra mais confusa do que envolvente, e isso é algo que pesa demais sobre os ombros de diretores que gostam de trabalhar com distopias, com futuros abstratos e claro que brincam com passados/memórias, e infelizmente ela não teve essa capacidade em seu primeiro filme, pois tudo é muito artificial, são tantas subtramas paralelas que necessitavam ser trabalhadas para dar alguma funcionalidade, e certamente ao cortar muitos momentos para dar o tempo real de um filme acabou jogando elos subjetivos importantes que realçariam algum bom momento. Ou seja, o filme acabou sendo arrastado para tentar explicar tudo, mas confuso por juntar tantas situações não desenvolvidas, e assim acaba valendo ser visto apenas pelo estilo e pelo visual interessante, mas que certamente iremos esquecer todo o restante depois de ver qualquer outro filme após esse.

Quanto das atuações, temos também um tremendo elenco de estrelas que certamente melhor dirigidas entregariam até mais para o público, pois Hugh Jackman fez seu Nick bem misterioso, propenso a entrar na mente das pessoas e manipular completamente ao seu favor, mas quando tem sua mente dominada por uma mulher acaba caindo facilmente em uma artimanha monstruosa, e o ator fez atos marcantes, trabalhou bem a personalidade necessária para o filme, e até foi estiloso na proposta completa, mas não atingiu nem metade do que sabemos que é capaz, e isso é ruim de ver. Já Rebecca Ferguson de cara já enxergamos que não é o que aparenta, e que cheia de sensualidade vai conseguir fazer qualquer um cair na lábia de sua Mae, e a atriz foi cheia de dinâmicas, cheia de atos amplos bem marcados, e que sabiamente daria para ir até mais além com todo seu mistério, mas ao menos sua cena de fechamento foi muito bem trabalhada, e diria ser até uma das melhores cenas do filme quando se declara para o policial corrupto e o protagonista modifica isso na máquina. E falando do policial corrupto, Cliff Curtis trabalhou seu Boothe de uma maneira muito explosiva, aliás até mais do que o personagem pedia, parecendo estar até drogado demais, mas que certamente foi uma escolha maior, e assim seu personagem mesmo aparecendo pouco teve um contexto bem encaixado na trama. Além desses tivemos como quase coadjuvante master Thandiwe Newton com sua Watts cheia de trejeitos, com seu problema com a bebida, mas companheira de grande nível do protagonista, que até fazem cenas marcantes, mas não temos um grande desenvolvimento dela, e isso acaba sendo ruim de ver. Ainda tivemos outros personagens menores que foram menos aproveitados ainda como o traficante Saint Joe bem criado por Daniel Wu, a promotora vivida por Natalie Martinez que nem é usada direito, a viúva do grande chefão da cidade que ficou bitolada por uma memória só e apenas pensa nisso bem marcada por Marina de Tavira, entre outros bons atores mal usados.

Agora sem dúvida alguma é um longa visual, mostrando uma Miami praticamente inteira submersa pelo oceano, com água para todos os lados e um calor terrível que faz com que as pessoas só saiam as ruas a noite, e claro com esse ar noturno todas as sombras, os letreiros dos clubes, os barcos taxis, e toda a formatação do filme teve um tom noir, incrementando toda a investigação do protagonista com muitos elementos cênicos bem encaixados como armas, drogas, brincos, cartas, muitos ambientes intensos, e claro uma máquina com uma projeção tridimensional incrível, que pode ser acoplada em algo comum bidimensional como na cena da promotoria, ou seja, algo genial que poderia ter sido melhor usado, e que como já disse funcionou para a melhor cena do filme.

Enfim, volto a frisar que não é um filme ruim, pois tem uma proposta bem interessante e um visual incrível que certamente será usado para outros filmes, mas que foi mal dirigido e acabou ficando sem ritmo para agradar quem gosta de longas policiais/investigativos mais intensos. Ou seja, certamente você verá nos sites de críticas mais cults ótimas notas para o longa, verá discussões filosóficas embasadas em toda a profundidade da trama, e tudo mais, mas não posso colaborar com a mesma ideia, pois faltou o principal em um filme que já disse ser entreter, e aqui cansou. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Justiça em Família (Sweet Girl)

8/20/2021 09:02:00 PM |

Fazia tempo que um filme não me enganava tão bem, pois fui conferindo todas as situações, todas as ações, toda a amarração que o longa da Netflix, "Justiça em Família", vai nos entregando, e já estava bem crente de tudo o que estava rolando, mas quando chega na cena que o filme começa (sim, logo após o protagonista saltar do campo de futebol o filme volta alguns anos para trás) acontece uma reviravolta tão chocante que precisaram mostrar praticamente todas as cenas para nos convencer daquilo, e convencem, e digo mais, durante o filme inteiro eu reclamei em diversos momentos de algumas falas do protagonista, e olha, tudo fez sentido depois disso. Ou seja, temos aqui um filme que certamente a proposta em si já foi mostrada diversas vezes, mas conseguiram trabalhar tão bem as faixas ocultas do longa que a surpresa acaba sendo grandiosa, e após isso ainda deram uma boa finalização para o longa, tradicional, mas bem boa de acontecer. E sendo assim diria que é um filme que muitos vão gostar do resultado geral, mas que vou ter de me segurar bem no que falar para não entregar a melhor parte, pois é realmente top o que rola ali em cima do telhado.

No longa acompanhamos a história de Ray Cooper, um dedicado pai de família que procura justiça contra a companhia farmacêutica responsável por tirar do mercado um medicamento com potencial de salvar vidas pouco antes de sua esposa morrer vítima de um câncer. Quando a busca pela verdade coloca sua filha Rachel em perigo, a missão de Ray se torna uma caçada por vingança para proteger a única família que lhe resta.

Costumo dizer que acertar a mão no primeiro filme é algo muito difícil, pois geralmente os diretores tentam ousar em coisas que não funcionam muito bem, mas aqui o diretor Brian Andrew Mendoza soube ser tão criativo na reviravolta final que praticamente todos os erros que achava que tinha visto durante a exibição foram redimidos, e o resultado acabou saindo de uma trama bem clichê para algo surpreendente com estilo, o que certamente vai fazer o diretor ser lembrado para outras produções. Ou seja, souberam dominar tanto o estilo da trama, criaram bons vértices, intensificaram a ação de uma maneira bem condizente, e claro usaram bem os atores protagonistas para que o filme tivesse um conteúdo bem colocado, sendo daquelas tramas que entramos completamente no clima, e esquecemos as loucuras por completo, mas que se formos a fundo iremos achar as brechas e reclamar de tudo, mas que como souberam brincar conosco fazendo com que nosso queixo fosse ao chão, tudo muda, e a intensidade funciona.

Sobre as atuações, primeiramente tenho que falar que é muito feio ver um brutamontes do tamanho de Jason Momoa chorando, pois suas expressões não foram feitas para isso, então pensem nisso antes de contratar um ator para esse estilo de interpretação, dito isso, ele nos entregou um Ray bem imponente, cheio de estilo, mostrando claro boas lutas corporais e interações fortes, sabendo os momentos certos para que tudo encaixasse, e assim acertando a formatação que o personagem necessitava, sendo bem colocado em cena, e agradando até mais do que parecia. Isabela Merced cresceu bem, e já não passa mais aqueles trejeitos de garotinha ingênua que jogava antes nos filmes e séries que fez, e aqui sua Rachel é bem marcante, cheia de força e expressividade, disposta a tudo e com uma precisão de movimentos bem encontrada para todos os atos, ou seja, se jogou completamente para algo que certamente iremos ver sendo chamada para mais filmes do estilo, pois a atriz caiu muito bem para o personagem que precisavam e agradou demais. Lex Scott Davis acabou aparecendo pouco com sua detetive Meeker, mas nos atos que entrou trabalhou bem os diálogos para ficar marcante nos atos, ao ponto que no final tem até um bom encaixe com suas cenas, servindo bem de encaixe para o ato final. Manuel Garcia-Rulfo tem o estilo tradicional de vilão assassino, e se no início achei que ele era um dos mandantes, quando vemos que ele é apenas um capataz bem imponente sentimos ainda mais raiva de seus atos, e claro pelo motivo de ter sido muito bom com seu personagem, agradando na forma de matar, nas brigas, nos tiros, e tudo mais, sendo bem preciso e interessante de acompanhar. Quanto aos demais, praticamente todos foram bem encaixes, tendo claro destaque para Justin Bartha pela forma direta dos atos de seu Keeley, sendo duríssimo no seu texto agradando na forma de entregar ele, e uma rápida colocação para Amy Brenneman com sua Diana Morgan, pois soube dosar o estilo e chamar atenção, não sendo nada expressiva demais, mas funcionando dentro do que o filme propunha.

Visualmente tivemos atos bem marcantes numa floresta completamente cheia de neve, com muitas dinâmicas duplas, tivemos toda a preparação das capturas e consequentemente boas mortes, diversos elementos cênicos marcantes para entregar cada ato, com destaque claro para o coelho de pelúcia Paloma, e ainda tivemos vários eventos beneficentes imponentes e cheios de figurantes, muita ação num estádio de futebol, e ainda algumas lutas e eventos em ringues, em hospitais, metrôs e tudo mais aonde pudessem colocar muita tensão e envolvimento. Ou seja, a equipe de arte trabalhou de uma forma bem simbólica e representativa, primeiro para enganar a todos com as cenas, e segundo para que o filme tivesse um bom conteúdo de ação com muitas armas, perseguições e tudo mais, agradando em cheio. 

Enfim, é um filme bem expressivo, cheio de boas nuances, e que certamente vamos nos lembrar dele mais para frente, pois tanto a história acabou sendo boa ao mudar de clichê para algo surpreendente, como o diretor soube conduzir bem todos os atores e personagens para que o filme fosse interessante de ver e agradasse bastante. Ou seja, é daqueles que certamente valem a conferida, e que quem der o play não irá se arrepender no final, mas friso que fiquem até o final, pois muitos podem desanimar na metade e perder a grande reviravolta. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas vou agora para mais uma sessão, então amanhã volto com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Free Guy - Assumindo o Controle (Free Guy)

8/20/2021 01:40:00 AM |

Estava achando muita pretensão dos produtores de "Free Guy - Assumindo o Controle" de anunciar uma continuação do longa mesmo antes de sua estreia, principalmente pela formatação da trama ser de um longa fechado que não necessitaria continuação, pelo menos numa primeira olhada, mas após conferir hoje posso dizer que tudo é tão genial, tudo é tão gostoso de ver, as ideias são tão bem arquitetadas que gostaria realmente de ver mais de Guy, Millie, Buddy, Keys, entre outros. Sendo daqueles filmes realmente incríveis de sintonia, com uma pegada intensa de proposta, cheia de grandes referências marcantes, muita aventura, muita simbologia, e principalmente não sendo apenas uma trama jogada de videogame aonde nos divertiríamos durante a exibição e na sequência esqueceríamos do que vimos. Ou seja, é um filme tão bem feito que entramos completamente no clima, nos vemos andando por Free City conversando com os personagens, e principalmente torcendo pela melhora de vida de cada um dos personagens não jogáveis, pois a inteligência artificial é algo muito bem pensado para jogos, e cada vez mais vemos isso sendo interativo e bem funcional, então aqui montaram tudo tão bem que vemos tanto conexões de jogos como "SinCity" quanto de "GTA", e mais do que apenas um jogo em si, vemos o ar envolvente de um personagem que deseja crescer e evoluir, algo que raramente colocando em um protagonista. Então só posso encher o filme de elogios, pois é muito bom, me vi balançando a perninha com uma música da Mariah, e rindo de gargalhar alto (ainda bem que a sessão estava meio vazia) nas cenas finais aonde o protagonista escolhe algumas armas irreverentes com seus óculos.

A sinopse nos conta que um caixa de banco preso a uma entediante rotina tem sua vida virada de cabeça para baixo quando ele descobre que é personagem em um brutalmente realista vídeo game de mundo aberto. Agora ele precisa aceitar sua realidade e lidar com o fato de que é o único que pode salvar o mundo.

Diria que o diretor Shawn Levy é daqueles que sabem extrair de uma história toda a personificação necessária para que um filme tenha uma vivência até maior do que ela contém realmente, ao ponto que acabamos entrando tanto no clima que ele pegou para que o filme empolgasse que nos vemos dentro da cidade, meio quase que jogando o jogo também, torcendo pelo camisa azul, evitando alguns roubos também e claro cumprindo as missões do jogo, afinal gostamos disso também em videogames, e o roteiro de Matt Lieberman permite todas essas aberturas de uma maneira tão sagaz que posso dizer facilmente que o roteirista jogou tudo antes de entregar sua trama, pois é notável todas as nuances que os personagens têm para entregar, é notável toda a interatividade que o longa está preparado para suportar, e até mesmo as cenas dos jogadores reais acabam sendo bacanas de ver pela personificação de muitos desses usuários que gravam os seus jogos. Ou seja, pensaram em tudo, e facilmente se o filme virar jogo muitos estarão jogando assim que lançado, e agora veremos o que irão aprontar com a continuação, pois a dinâmica mudará e muito com toda certeza, mas acredito no potencial afinal os personagens são bons.

E já que entrei no mérito dos personagens, é claro que tenho de falar das atuações, que até podemos falar que num passado Ryan Reynolds errou muito pegando papeis fracos e sem muitas dinâmicas, mas ultimamente tem sido um acerto atrás do outro, e aqui seu Guy é incrível tanto pela formatação que escolheu adotar de trabalhar tanto como uma inteligência artificial evoluindo e mostrando um personagem que vai aprendendo com o tempo, quanto como um amigo real dos demais moradores da cidade, tendo estilo, tendo bons trejeitos para tudo o que acaba ocorrendo, e principalmente encontrando uma dinâmica tão precisa que não cansasse em momento algum, ou seja, acertou em cheio no papel. Agora sem dúvida alguma Jodie Comer se entregou completamente para sua Millie/Molotovgirl, ao ponto de termos realmente praticamente duas personagens extremamente distintas, mas com tanta desenvoltura que nos apaixonamos por ambas, e fazendo interações fortes muito bem expressivas, se jogando (na verdade a sua dublê Hayley Wright) para tudo quanto é canto com o protagonista, e principalmente mantendo os estilos do começo ao fim agradando com um tom forte e muito gostoso de ver, ou seja, acaba sendo daquelas personagens que facilmente lembraremos quando citado qualquer parte do filme, sendo o nome real da produção. Ainda tivemos dentro do mundo dos games boas atuações emotivas de Lil Rel Howery com seu segurança Buddy extremamente carismático como o melhor amigo do protagonista, e o lutador Aaron W Reed fazendo uma versão brucutu do protagonista com seu Dude bem bobão, mas forte a beça. E do lado de fora do jogo tivemos Joe Keery todo cheio de estilo como o programador e sócio da protagonista, Keys, que com nuances tímidas acabou sendo até bacana de ver em cena, mas na continuação precisará ir mais além, tivemos também bons trejeitos de Utkarsh Ambudkar com seu Mouser totalmente rápido e cheio de jogadas, mas principalmente mesmo com poucas cenas tivemos Taika Waititi detonando como o vilão Antwan, cheio de personalidade, cheio de traços fortes, e com uma explosão final incrível muito bem feita, que mostra que cada dia ele está melhor nos papeis que lhe colocam.

Visualmente o longa é um show à parte, daqueles que tudo realmente acaba trazendo contexto para a trama, desde as casinhas dos personagens do jogo, passando pelos ambientes coloridos e marcantes que se passam todas as cenas, até chegarmos nos detalhes dos elementos cênicos, e claro para a surpresa de onde ficava realmente escondido o jogo secundário que a protagonista tanto procura. Ou seja, a equipe de arte colocou tantas alegorias, tantos elementos explodindo, tiros, carros, personagens soltos, e muito mais que certamente veríamos diversas vezes e não enxergaríamos todos os detalhes explícitos e ocultos que colocaram no decorrer da exibição, ou seja, é algo muito perfeito o trabalho completo. Não fui conferir o longa em uma das salas que estão exibindo em 3D, mas tenho certeza absoluta que o trabalho ficou incrível, pois é notável toda a profundidade cênica da trama em diversas cenas, então aqueles que estiverem afim podem ir com certeza, mas vi numa Imax, então o som compensou por toda a interação colocada.

E já que comecei a falar de som, a trilha sonora é bem marcada de ritmos envolventes, trazendo uma boa dinâmica completa para a trama, mas principalmente tocando em todos os momentos possíveis a canção favorita da desenvolvedora do jogo, no caso a protagonista Millie, e ouvimos "Fantasy" de Mariah Carey pelo menos umas 4 vezes completas, o que é bem bacana de conferir, e que claro deixo aqui a playlist para quem quiser ouvir após o longa.

Enfim, é um tremendo filmaço, que vibrei muito, ri de gargalhar em diversas cenas, me peguei balançando o pezinho no ritmo das canções, e acabei me envolvendo demais, ou seja, pacote completo de um ótimo filme, que tenho de recomendar para todos, e que posso até me arrepender daqui a alguns dias, mas irei dar nota máxima para ele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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