É bem fácil entender como o diretor e roteirista Eric Gravel levou o prêmio de melhor diretor no Festival de Veneza, pois sua trama é frenética, quase sem respiros, com a protagonista, que também levou melhor atriz no mesmo festival, indo no seu maior limite do desespero, correndo de um lado para o outro, dando jeitinhos no emprego para tentar melhorar de vida, correndo para conseguir transporte para casa, dando o sangue e deixando o cansaço quase que impossível de suportar, com uma trilha ainda mais trabalhada que ajuda a incrementar o desespero, sendo literalmente um filme que ficamos sem ar, e essa sem dúvida era a proposta dele, e foi executada com primor máximo. Ou seja, é daqueles filmes que nem conseguimos pensar em como ajudar a personagem, e isso é brilhante, pois mostra muita funcionalidade e agrada sem errar em nada. Aliás, acertaram bem a época de filmagens para conseguir todo esse caos, e foram precisos demais em tudo.
Sobre as atuações, Laure Calamy foi mais do que perfeita com sua Julie, passando bem a imagem de uma mãe preocupada com os filhos, mostra suas ânsias e com uma respiração quase que explosiva acerta em cheio todas as nuances que a personagem necessitava para agradar, sendo um tremendo acerto e merecidamente levou muitos bons prêmios, pois se doou e acertou demais. Quanto aos demais, diria que nem tenho muito o que falar, afinal o longa é 100% da protagonista, mas tivemos alguns bons olhares de Anne Suarez com sua Sylvie, chefe do hotel que a protagonista trabalha, também tivemos grandes e cansados olhares de Geneviève Mnich com sua Madame Lusigny, a babá das crianças durante os períodos da protagonista fora de casa, vemos as crianças bem agitadas vividas por Nolan Arizmendi e Sasha Lemaitre Cremaschi, mas nenhum praticamente indo muito além, e também vale destacar as várias caronas, aliás que povo bacana e preciso de ajudar no caos da cidade.
Visualmente a trama é basicamente o caos da cidade parada, os vários trens e ônibus abarrotados, o hotel luxuoso que a protagonista trabalha na arrumação de quartos com primor e muita técnica, mostrando a bagunça que alguns cantores deixam nos quartos, a casa dela bem organizada, mas sem muitos recursos, e claro a festa de aniversário do filhinho, ou seja, o caos completo em uma semana turbulenta com tudo parado, tendo de descobrir na hora se vai ou não ter trens e tudo mais, sendo um bom trabalho da equipe.
Enfim, é como disse no começo, desesperador e incrível, sendo tão preciso de detalhes e de ritmo que não conseguimos imaginar como tudo pode terminar de um bom modo, e o resultado acaba sendo tão preciso, tão bem feito que até esquecemos do tempo passado na sala, ao ponto que quando já vemos, terminou, e praticamente sem falhas faz valer demais a indicação. Ou seja, deem um jeito de ver ele, pois vale demais, e é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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