Aumenta Que é Rock'n Roll

4/29/2024 12:50:00 AM |

Já disse algumas vezes que o nosso país possui tantas histórias boas para serem contadas que se quiserem não precisam inventar mais nenhuma comédia novelesca jogada para tentar fazer rir, basta algum roteirista brilhante conseguir os direitos dos diversos livros e procurar bons atores para que tudo seja bem elaborado para divertir e contar como algo inusitado aconteceu para o bem ou não de algo que viveu determinada época fazendo a cabeça das pessoas. E um longa que acompanho, ou melhor que esperava o lançamento, já tem quase dois anos é "Aumenta Que É Rock 'n Roll", que consegue trabalhar bem a história da Fluminense FM, a Maldita, rádio que lançou grandes bandas de Rock no país, que tinha uma pegada alternativa muito maior de programação do que de arrecadação e anunciantes, e que pelo gosto musical dos ouvintes acabou desenvolvendo o setlist do primeiro Rock In Rio, mesmo como a rádio não oficial do evento. Ou seja, é daquelas obras que aparentemente não entregam uma história de cinema, mas que conseguiram ao trabalhar bem toda a identidade e envolvimento de Luiz Antonio Mello com seus amigos e com sua ideologia de algo novo e autêntico que acaba sendo gostoso seguir e sentir toda a ideia completa da trama, como algo que vai até além de um simples filme.

A sinopse nos conta que no fervilhante ano de 1982, quando o Brasil respirava os ares de redemocratização, Luiz Antonio, um jornalista insatisfeito com a caretice das rádios, e o repórter Samuca apostam tudo em um sonho. Eles desafiam todos os padrões e criam a Fluminense FM, que entrou para a história como “A Maldita”, a primeira estação inteiramente dedicada ao rock. Através de estratégias inovadoras, como locução exclusivamente feminina e uma programação autêntica e democrática, a primeira rádio brasileira dedicada ao rock lança gigantes como Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana, Barão Vermelho, entre outros. A história acompanha o grupo de amigos que levantou a rádio, movida pela paixão e pelo desejo de transformar o mundo. O filme revela também os bastidores do icônico Rock in Rio de 1985, onde o destino de Luiz Antônio e de sua amada Alice, locutora na rádio, é selado ao som triunfante de Cazuza, à frente do Barão Vermelho.

Já falei outras vezes que não sou seguidor aficionado por nenhum grande diretor nem roteirista, mas tem uma dupla que gosto demais de praticamente tudo o que fazem no cinema nacional que é Tomas Portella e L.G. Bayão, de tal forma que eles conseguem desenvolver histórias bem encaixadas, com pegada e sem precisar forçar a ideia toda, sendo filmes por vezes simples que funcionam bastante, e aqui usando o livro "Onda Maldita" do próprio Luiz Antonio Mello conseguiram passar bem a essência dos anos 80, todo o saudosismo de telefonar usando fichas, muitas fitas K7 e vinis, toda a busca por autenticidade das bandas nacionais explodindo junto com grandes nomes do rock mundial e tudo mais numa desenvoltura única e cheia de nuances, mostrando que tanto o roteirista L.G. Bayão conseguiu trabalhar seu texto com tudo o que lhe foi fornecido, quanto o diretor Tomas Portella conseguiu envolver cada momento da trama, cada elo bem encaixado de uma produção grandiosa de época, cheia de estilos e tudo mais, aonde cada momento representa a força de vontade do jornalista quanto a da equipe de ir além de uma rádio comum, e assim o resultado funcionou bem na tela mostrando técnica e presença cênica com muita classe, saudosismo e funcionalidade.

Quanto das atuações, Johnny Massaro é daqueles atores que se transformam dentro de um papel, de tal forma que você não vê o ator ali na tela, mas sim uma representação de um cara que podemos chamar de Luiz Antonio, e que ele nos convence disso, pois pessoalmente quase ninguém viu fotos reais do verdadeiro na época, e ele se entregou com a vontade no olhar, com a imposição cênica bem encaixada em cada momento seu, e claro também com uma paixão não correspondida pela amada, tendo apenas algumas labaredas durante todo o filme, ou seja, souberam dar muito mais voz para a rádio do que para o relacionamento, e isso foi muito genial de ver tanto da técnica quanto da atuação. Marina Provenzzano trouxe muita espontaneidade e intensidade para sua Alice, conseguindo criar nuances e chamar para si a responsabilidade de muitas cenas, e o resultado acaba funcionando como um algo a mais para a história da rádio. E ainda tivemos muitos outros bons momentos e personagens, cada um tendo destaque em atos diversos, mas sem dúvida vale destacar Orã Figueiredo como um Superintendente meio que preocupado com a falta de anúncios, mas bem colocado para seus momentos e direções com o jovem diretor, tivemos alguns atos emocionais bem encaixados com George Sauma como o grande amigo Samuca, e sem dúvida a representação de Charles Fricks como Roberto Medina foi bem bacana de ver na tela, lembrando bem suas primeiras entrevistas.

Visualmente a trama entregou uma rádio caindo aos pedaços, aonde depois de um grande esforço da equipe ficou hábil a entregar uma boa programação com muitos discos e fitas, vemos alguns shows com bandas que ficaram muito conhecidas após passar pela rádio em lugares simples, mas bem marcantes, tivemos muito dos anos 80 como carros, orelhões de telefone com fichas, fliperamas, e claro muito figurino da época, com camisas da rádio, de promoções das bandas, e claro também o Festival Rock In Rio que optaram por não adaptar os shows e colocar imagens da época na tela, ou seja, tudo muito bem pesquisado e representativo.

Quanto da trilha sonora nem vou entrar em detalhes, pois tem de tudo um pouco, com clássicos e boas escolhas representativas de uma geração toda, e que felizmente uma boa parte resolveram compartilhar no link, então fica a dica para curtir.

Enfim, é um filme honesto sobre a época, que conta bem a história da rádio e suas desenvolturas, conseguindo funcionar realmente como uma trama cinematográfica deve acontecer, que claro não vai empolgar muitas pessoas que não forem fãs de rock, pois estão acostumadas com coisas mais "normais", porém vale a conferida para ver que uma trama nacional tem potencial para ir além de comédias e dramas novelescos. Então fica a dica e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Ursinho Pooh - Sangue e Mel 2 (Winnie-the-Pooh: Blood and Honey 2)

4/28/2024 01:42:00 AM |

Costumo dizer que o estilo slasher do terror é algo que quem ama gosta demais, e quem não gosta dificilmente conseguirá se encantar com algo que é entregue na telona, pois é matança atrás de matança, sem muito sentido, e que por vezes acaba sendo até bizarro de ver. Dito isso, confesso que hesitei em ir conferir "Ursinho Pooh - Sangue e Mel 2", pois o primeiro foi bem ruim, não tendo praticamente história alguma e sendo estranho demais para conseguir curtir a entrega, mas como não rejeito nada que saia nos cinemas eis que fui para a sessão, e posso dizer que melhorou muito em relação ao que vimos ano passado, tendo agora um pouco mais de história, tentando dar uma conexão para que os personagens fossem da forma entregue, que acabou sendo jogado do nada lá atrás, e assim sendo o resultado acaba sendo interessante, embora ainda bem bizarro com toda a matança entregue, pois se no primeiro só morriam quem chegava perto da toca deles, aqui é literalmente uma festa de sangue para todo lado.

A sinopse nos conta que em uma cidade assombrada por um passado sangrento, Christopher Robin luta para superar os traumas deixados pelos terríveis assassinatos na floresta. Enquanto a cidade o culpa pelas mortes, Ursinho Pooh e seus aliados tramam uma vingança terrível, desencadeando uma nova onda de crimes brutais. Agora, para proteger sua família e salvar a cidade do caos, Christopher deve confrontar seus maiores medos antes que o terror se espalhe e os pesadelos do passado retornem com força total.

Diria que o diretor e roteirista Rhys Frake-Waterfield sabia exatamente aonde desejava chegar quando inventou de trabalhar toda essa loucura com um personagem querido pelas crianças e desenvolver algo não assustador, mas bizarro de certa forma como um plano bem maior, pois em breve ele entregará outras histórias macabras com outros personagens da infância de muitos, que ainda se encontrarão juntos num futuro completo, ou seja, a ideia em si já estava bem montada na mente dele, e agora acredito que começou a por em prática algumas explicações para que tudo começasse a ficar ao menos conectado, para não ser apenas uma história de matança jogada, e assim sendo, ele ao menos trabalhou o personagem aqui e foi criativo, mas poderia ter brincado um pouco mais com os demais personagens monstruosos, pois ficou parecendo que estavam ali apenas por estar, sem ter grandes anseios ou resultados, já que tudo ficou mesmo entre Christopher e Pooh.

Não é um filme que você vai ver esperando atuações chamativas, pois a maioria ou está gritando e correndo ou é um urso gigante com uma serra elétrica pegando fogo, e com isso sobra apenas para Scott Chambers trabalhar um pouco seus olhares e nuances de Christopher Robin, tentando entender seu passado com terapia, vivendo com a família aonde tenta entender o que aconteceu quando era criança, e claro tendo algumas conexões com uma amiga e também com sua irmãzinha, ou seja, o básico que acabou funcionando na tela, mas que não vai lhe dar nenhuma premiação, pois não foi muito além. Vale meras colocações para os personagens que deram seu tom mais violento possível nos trejeitos, tentando soar malvadões e imponentes, então Ryan Oliva com seu Pooh, Lewis Santer com seu Tigrão e Marcus Massey com seu Corujão até tentaram, mas ficaram estranhos do que interessantes de ver.

Visualmente a trama circunda bem a floresta, tendo alguns atos imponentes de violência por ali, mas sem dúvida o grande massacre ficou para uma boate estranha num ambiente com fornalhas e tudo mais, aonde os bichos saem fazendo seus picadinhos, e claro a casa de Christopher, aonde acabam ocorrendo alguns atos intensos também, mostrando claro que a equipe de arte junto da equipe de maquiagem gastou muito sangue cenográfico, próteses e tudo mais que pudesse para que o filme ficasse marcante.

Enfim, volto a frisar que ainda está bem longe de ser uma obra que eu vá sair recomendando igual um maluco por ser algo incrível de ver, mas comparado com o primeiro filme, o resultado aqui acaba sendo algo muito melhor e que ao menos funciona na tela, não sendo apenas matanças jogadas, então fica a dica para quem gosta do estilo. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Contra o Mundo (Boy Kills World)

4/27/2024 02:41:00 AM |

Já fizeram vários filmes no estilo de jogos de luta de videogames e a essência é quase sempre a mesma, de vingança por algum ato do passado, muito treinamento, e claro ir enfrentando vilões de todos os tipos até conseguir chegar nos chefes de níveis e ir passando de fase até chegar no mais difícil de todos, e claro tudo recheado de muita violência, sangue, decepações e tudo mais que possa impactar visualmente, e que claro os fãs do gênero gostam de ver. E o longa "Contra o Mundo" tem toda essa essência bem colocada na tela, funciona bastante dentro da proposta, e ainda conta com uma reviravolta funcional e interessante no fechamento, que claro acaba sendo o famoso forçar para que não ficasse algo sem uma história convincente, porém dava como cinema (e não como um videogame) para trabalhar mais esse elo e ir um pouco mais além para criar um algo a mais na tela, mas seria um extra para o longa que tem atos fortes, porém bem divertidos, e que quem não liga de ver sangue voando para todos os lados irá assistir e querer até mais, principalmente pela voz de jogo de videogame do começo ao fim que deram para o protagonista.

O longa acompanha "Garoto", que jura vingança depois que sua família é assassinada por Hilda Van Der Koy, a matriarca de uma dinastia pós-apocalíptica que deixou o menino órfão, surdo e sem voz. Guiado por sua voz interior, que ele pegou emprestado de seu videogame favorito, Garoto foge para a selva e é treinado por um misterioso xamã, que o ajuda a reprimir sua imaginação infantil e se transformar em uma máquina de morte. Quando ele instaura um caos sangrento nas artes marciais, resultando em uma carnificina, ele se junta a um grupo de resistência para manter seu plano de pé.

Diria que diretor e roteirista Moritz Mohr fez uma estreia até bem trabalhada em seu primeiro longa-metragem, de modo que cometeu os erros tradicionais que todos tem em seu primeiro filme que é a afobação de entregar tudo o que quer sem pensar em possíveis atos duplicados e excessivos, mas como aqui o longa é um excesso completo de treinamentos e lutas, isso acaba nem sendo algo que estrague o resultado final, ou seja, quem jogou muito videogame de lutas na infância vai entrar no clima e curtir cada ato bem entregue, que claro merecia um pouco mais de requinte na história, mas que conhecendo o público-alvo da trama, se enfeitasse demais a história, contando um pouco mais da família, e a desenvoltura dos atos, acabaria cansando e reclamando de tudo o que aparece na tela, então posso afirmar que o diretor fez bem em entregar só o quebra-pau mesmo, e um ou outro diálogo cheio de sacadas bem divertidas que deram um charme a mais para a trama.

Quanto das atuações, Bill Skarsgård tem crescido demais com seus personagens, entregando atos marcantes e chamando sempre o filme para si com muito mais expressão facial do que com diálogos, e aqui seu Garoto não fala, tendo a voz de seus pensamentos feita por H. Jon Benjamin, ou seja, se joga nas lutas, demonstra personalidade com o olhar e com os trejeitos bem empregados, e assim o resultado fica imponente demais, não ligando para cortes e maquiagens bem sangrentas para que tudo ficasse na tela realmente. As versões jovens do personagem também foram muito bem feitas por Nicholas e Cameron Crovetti, se jogando bastante no treinamento e se impondo nos atos que precisaram fazer, de modo a mostrar dinâmica e não falhar em nada. Agora quem não falhou em momento algum foi Quinn Copeland com sua Mina com um gracejo tão impactante e sacadas tão precisas que você entra na onda dela e torce até por mais cenas da garotinha, sendo algo que chama atenção e não fica jogado na tela. Yayan Ruhian botou bastante banca com seu Xamã, lutou com coreografias imponentes, e se deixou levar pelas loucuras do personagem, meio que numa onda meio que drogada e tudo mais, ou seja, um lutador bem malucão que funciona também. Jessica Rothe ficou meio que robotizada com sua June27, mas fez atos bons de luta também, e conseguiu se expressar sem grandes anseios nos atos finais que precisou se doar um pouco mais, diria que poderia ter se esforçado um pouco mais, mas foi bem no que fez. Quanto da família Van Der Koy, diria que como vilões principais da trama ficaram subjetivos demais em segundo plano, e isso é uma das maiores falhas do filme, de modo que praticamente esquecemos de Famke Janssen com sua Hilda meio que surtada, Michelle Dockery com sua Melanie toda diretora de um show, Brett Gelman com seu Gideon cheio de sacadas, mas de saco cheio de tudo, e Sharlto Cooper com seu Glen bobão demais. E finalizando ainda tivemos Andrew Koji com seu Basho, meio que surgindo do nada, mas entregando atos cômicos bem colocados, e Isaiah Mustafa com seu Bennie com frases esquisitas demais que nem dá para entender o que desejavam fazer com o personagem num modo maior.

Visualmente a trama entrega atos bem colocados com muito, mas muito sangue, pedaços de corpos decepados, muitos tiros, treinamento intensivo usando bonecos, rochas, armas brancas e de fogo, personagens como soldados usando todo tipo de armamento de pequeno a grandíssimo calibre, e claro muitas próteses para cortes, aonde a equipe de maquiagem trabalhou bem junto com a equipe de arte, criando um show  com personagens de cereais matando e sendo mortos, e uma composição de ambientes com plateia, e uma cidade simples sem grandes anseios, ou seja, é o famoso videogame como já disse contando com inclusive sacadas de jogos mesmo que conhecemos.

Enfim, com certeza dava para ir mais além, mas não erraram de forma alguma na entrega desse estilo, pois a garotada mais jovem vai adorar pela pegada dinâmica violenta, e claro os mais velhos que jogaram muitos jogos desse estilo nos consoles vai se encaixar na entrega da trama também, então acaba sendo algo que vale a indicação para todos. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Rivais (Challengers)

4/26/2024 12:12:00 AM |

Costumo dizer que alguns diretores são tão malucos que podemos esperar qualquer coisa vinda deles, e nem dá para considerar Luca Guadagnino como uma pessoa doida, mas sim alguém completamente fora do normal que se fizer um filme de alguém bebendo água, vai ser a pessoa evaporando o sal da água do mar e depois tomando de cabeça para a baixo falando que faz bem para a saúde, pois ele consegue fazer do simples algo tão complexo que chega a irritar. E como fazer essa loucura completa em uma disputa de tênis entre amigos que se apaixonaram pela mesma garota em um torneio quando eram adolescentes/jovens? A resposta é ver "Rivais" nas telonas, pois imaginem um período de mais ou menos uns 15 anos (que é o tempo mostrado do trio na tela), mas com tantas idas e vindas temporais, mostrando eles casados, depois jovens no torneio, volta para o conflitivo meio do presente, vai de volta para eles na faculdade, volta para adulto disputando um último torneio antes de um US Open, vai de volta para um primeiro torneio profissional, e assim vai e vem o filme inteiro, com os personagens trocando apenas seus tamanhos de cabelos e um pouco da maquiagem para parecerem mais jovens ou mais velhos, mas sem perder o ritmo um segundo que seja, bem como num jogo de tênis com a bolinha indo para lá e para cá, mas com um final intenso e com a cena mais bem escolhida possível (não espere um final certinho, já que o filme não é bem certinho da cabeça). Ou seja, confesso que cansei com a intensidade do jogo, ops, do filme, mas que foi bem interessante toda a ideia na tela.

O longa acompanha Tashi, uma tenista prodígio que se tornou treinadora, uma força da natureza que nunca pede desculpa pelo seu jogo dentro e fora do campo. Casada com Art, ela conseguiu transformar a carreira do marido, saindo de um jogador medíocre para um campeão mundialmente famoso. Quando Art está tentando ultrapassar um momento difícil, onde apenas acumula derrotas, a estratégia de Tashi toma um rumo inesperado: ela convence o marido a jogar em um torneio "Challenger" - o nível mais baixo do circuito profissional - onde terá de enfrentar Patrick, o seu antigo melhor amigo e ex-namorado de Tashi. Patrick, que também já foi um talento promissor, agora se encontra esgotado e lentamente caminha para o fim de sua carreira. O encontro dos três pode ser capaz de reacender velhas rivalidades dentro e fora da quadra e resultar em um rumo diferente para a carreira de todos.

Tinha visto o trailer do filme poucas vezes nas sessões, e sinceramente tinha esquecido que o filme era do Luca Guadagnino, pois do contrário teria ido mais preparado para o que iria ver, o que acabou sendo bom, pois o diretor é daqueles que não sabe fazer uma trama simples na tela, pois seu filme poderia facilmente ser entregue em algo bem linear da competição de dois jovens amigos tenistas por uma garota, e o desenrolar depois de um longo tempo sem se verem, quando um deles está casado com ela, e se veem na mesma disputa da juventude em um torneio menor que vão disputar. Resumi o filme em uma frase, mas Luca fez brilhantes e malucos 131 minutos na tela, no melhor estilo de um jogo realmente de tênis com idas e vindas da bolinha, só que no formato do período da vida de cada um, colocando todo um suspense sensual no meio do caminho, aonde quem conseguir não se perder com a trama da mesma forma que o editor não se perdeu (mas que já está na fila da aposentadoria pelo tanto que trabalhou só com um filme) irá ficar tão feliz quanto a protagonista na cena final, afinal é tão simbólico o ato que não tem como não vibrar com o que acontece, mesmo que o filme feche ali, sem ser algo comumente de cinema. Ou seja, é o famoso filme de Luca, que quem já viu um vai saber como acontecerá, mas que ao mesmo tempo não conseguirá imaginar como vai ser, numa famosa confusão mental que só ele sabe entregar em algo que parece simples, mas que não é.

Quanto das atuações, primeiramente vou afirmar que estão mentindo em todas as reportagens do longa falando que praticamente todos os atores não usaram dublês de corpo para jogar tênis na tela, e que apenas foram muito sutis nos cortes para parecer que jogam bem demais, além de terem treinado por meses para jogar "profissionalmente" na tela, pois é impossível o nível mostrado na tela ser de três atores e não três atletas jogando, então vou fingir que acredito e vou falar das atuações somente. Agora a grande sacada do produtor de elenco foi escolher três atores que possuíssem trejeitos joviais e ao mesmo tempo passam ares de adultos para os papeis, pois foi bem fácil trabalhar com eles nas dezenas de épocas em que o filme se passa, e o resultado até impressiona em alguns momentos pelas mudanças que a equipe de maquiagem conseguiu fazer. Dito isso, podem falar o que for de Zendaya, mas ela sabe entregar personalidade, e sua Tashi tem pegada, tem trejeitos marcantes e se desenvolve bem em diversos momentos da trama, conseguindo passar um ar sensual e também um ar de eu sou imponente, agradando e marcando território, para mostrar que tem potencial para conseguir muitos prêmios de atuação em breve. Mike Faist trabalhou seu Art com uma estrutura bem chamativa, conseguindo passar elos mais cansados em alguns momentos, sendo bem daqueles atletas que já ganharam tudo, mas não estão bem nem no campo nem na vida amorosa, e também um ar de amigo que não pega ninguém e fica pro canto quando jovem, ou seja, ele foi escolhido na medida para o papel e conseguiu convencer no que fez. Já Josh O'Connor fez exatamente o inverso de Faist com o seu Patrick, demonstrando o famoso pegador e conquistador que como tenista já está no seu pior momento da carreira, sem dinheiro, sem lugar para ficar, mas sendo direto e bem encaixado nos olhares conseguindo chamar muita atenção em todos os seus atos.

Visualmente boa parte do longa se passa nas quadras de tênis, em quartos de hotéis, dentro de um carro, no refeitório de uma faculdade, dentro de uma sauna e de um vestiário, se desenvolvendo entre lugares mais requintados já que em sua maioria os atletas de tênis são de famílias bem ricas, mas também tem os que sobrevivem na raça, e isso fica claro pela contraposição entre os dois na quadra, com um trocando de camisas, de raquetes, comendo seu líquido proteico durante os intervalos, enquanto o outro apenas tira a camisa para secar, usa uma raquete já amarrada pelos cantos e come uma banana, ou seja, a equipe de arte soube representar bem tudo na tela.

Enfim, não é um filme que você vai falar nossa que obra de arte, que filme impecável, quero ver mais umas várias vezes, mas que vai levar um bom público pelos atores que tem no elenco, e a maioria nem vai entender tudo o que acontece, pois é entregue num ritmo bem agitado tudo, e os detalhes quem perder vai ficar sem saber o que está rolando, mas quem notar exatamente o símbolo na cena final ao menos sairá da sessão bem contente com o que é mostrado. E assim sendo falo que dá para recomendar com certeza o filme para todos (embora a classificação esteja para 14 anos, e tem algumas coisinhas que alguns vão se incomodar), e fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais filmes, afinal essa semana está recheada de estreias, então abraços e até logo mais. 


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Amazon Prime Video - A Sala dos Professores (Das Lehrerzimmer) (The Teachers's Lounge)

4/23/2024 01:18:00 AM |

Sempre que converso com amigos professores falo o quão malucos eles são, pois a maioria dos pais transfere responsabilidades deles para o professor, fora que qualquer coisa que façam fora das normas possíveis e imaginárias acabam sofrendo sanções, e na maioria das vezes mesmo estando certos de algo, irão contra ele se o aluno ou o pai falar que ele está errado, ou seja, tem de ser muito doido para suportar toda a pressão e não surtar a médio-longo prazo. Dito isso, se você for professor, minha recomendação é não ver o incrível longa alemão que concorreu ao Oscar 2024, "A Sala dos Professores", que entrou essa semana para locação na Amazon Prime Video (e logo mais deve estar livre para todos), pois a trama vai lhe entregar muitos gatilhos ao invés de algo que seja proveitoso como filme, já do contrário é mais do que recomendado, principalmente se você for pai de alguma criança, para ver que não é na escola que seu filho vai aprender algumas lições importantes sobre a vida, pois lá o professor está para dar conhecimento técnico que ele usará na vida, e não lições de vida que deve aprender em casa. Desabafado a minha opinião sobre as crianças e pais do mundo atual, diria que o longa é intenso demais, mostrando o famoso fator vítima sendo cancelada ao invés de ajudada, mas com duas brilhantes atuações dentro de um roteiro denso e forte, que acabam fazendo um filme que facilmente seria bem simples, virar algo gigantesco, tenso e marcante de se ver, ou seja, mostrou impacto visual em cenas densas, fortes e que facilmente poderá ser usado até mais do que apenas uma sessão de cinema, mas uma grande discussão sobre os rumos da escola moderna para pais e professores.

No filme, vemos que Carla Nowak é uma professora de matemática e recém-chegada à escola em que trabalha atualmente. Assim que ela chega ao local, percebe que há alguns roubos acontecendo lá. Agora, ela poderia aceitar essa situação, mas é exatamente isso que ela não quer fazer. Ela começa a investigar por conta própria e se depara com a falta de compreensão, principalmente entre seus colegas, pais e alunos. Além disso, a principal suspeita é a mãe de seu aluno Oskar.

Diria que o diretor e roteirista Ilker Çatak foi tão preciso com a dinâmica da situação que praticamente podemos falar que ele já vivenciou toda a história em algum momento de sua vida, pois ele consegue retratar a personalidade da professora mudando todos os seus trejeitos e nuances, vemos ela desde inicialmente apaixonada por sua turma até ficar desesperada e angustiada em nível máximo, do tipo que ela fez algo que todo mundo desejava fazer que era pegar o ladrão através de uma filmagem, mas tudo depois se verte contra ela de uma forma única e direta que ela parece ser a grande vilã do filme, ou seja, o diretor brincou com tantas facetas durante o seu longa que seu filme de 98 minutos parece ao mesmo tempo parecer dias vendo tudo acontecer, como também voa como se nem conseguíssemos acompanhar, e o melhor, queremos acompanhar para ver aonde tudo vai dar, pois seu principal aluno, o nerd nota 10 muda seu jeito com ela de tal forma a incomodar ao invés de ajudar. Ou seja, o trabalho do diretor foi muito além do que ele certamente desejava ver na tela, e com a ajuda dos dois protagonistas conseguiu sair de um plano de filme escolar comum para um drama de primeira linha indicado aos prêmios em quase todos os festivais que passou, como obra perfeita.

E já que comecei a falar das atuações, Leonie Benesch fez de sua Carla Nowak um retrato claro de como qualquer pessoa idônea iria agir frente a tudo o que rola em seu serviço, conseguindo trabalhar trejeitos fortes com uma expressividade tão leve bem colocada, que não vai ter uma pessoa que não entre na mesma sintonia que ela, encontrando nuances, desenvolvendo cada situação, e claro ficando com raiva dela defendendo o aluno, ou seja, a atriz foi perfeita do começo ao fim. Outro que foi perfeito foi o jovem Leonard Stettnisch com seu Oskar, de tal forma que o jovem conseguiu entregar tanta personalidade para um aluno comum, inteligente e bem colocado em sala de aula, mas que vai mudando tanto as nuances faciais, os gestos e desenvolturas conforme vê que não vai sair ileso, e claro defendendo também sua mãe, que tudo chega a explodir em seus atos, e o final então, perfeito, ou seja, tem futuro como ator, já que essa foi sua estreia nas telonas. Ainda tivemos outros bons personagens e interações com os protagonistas, alguns mais revoltantes que outros, mas claro que o destaque mesmo ficou para Eva Löbau como a mãe do garoto e secretária da escola, com uma personalidade explosiva e bem marcante em seus atos.

Visualmente a trama se passa inteiramente dentro da escola, seja na sala de aula dos jovens da sétima série aonde vemos todas as interações da professora com seus alunos, na sala dos professores aonde a bomba explode realmente com a filmagem, na sala da direção e em alguns momentos na quadra durante a aula de educação física, tudo bem representativo para as devidas associações, e mostrando que a equipe de arte não economizou em cada detalhe que pudesse tirar o foco dali, então cada elemento está sutilmente bem colocado na tela, e funciona.

Enfim, é daqueles dramas misturados com suspense que conseguem prender a atenção completa do espectador, aonde mesmo que você não seja um aficionado por filmes do estilo acabará assistindo do começo ao fim e querendo ver mais, sendo intenso e bem trabalhado, e claro valendo a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.

PS: Só não dei a nota máxima para o filme por querer um final mais desenvolvido, tipo um fechamento realmente do caso, mas ainda assim gostei bastante da forma finalizada, então daria um 9,5 fácil.


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Guadalupe, Mãe da Humanidade (Guadalupe: Madre de la Humanidad) (Guadalupe: Mother of Humanity)

4/22/2024 01:04:00 AM |

Acho que já posso até falar longas religiosos como sendo uma classificação de filmes, pois ultimamente tem lançado tantas obras desse estilo (felizmente, tendo claro público para conferir e dar bilheteria) que os subgêneros drama, documentário, ação têm sido apenas conexões e formas de desenvolvimento para as tramas, e isso é bacana de ver, pois há muito tempo lembro de ter falado na faculdade sobre estilos que eram pouco aproveitados para gerar bilheteria, e um que citamos foi o religioso, afinal mundo afora a maioria das pessoas possuem fés variadas, e claro religiões variadas, então primeiro a comunidade evangélica estourou suas obras, depois vieram os espíritas e agora os longas cristãos estão em alta, chegando no país através da Kolbe Arte que tem feito um belo trabalho de divulgação e conseguindo boas produções na telona. E o lançamento de maio, mês das mães não poderia ser diferente, já que chegam com "Guadalupe, Mãe da Humanidade", um documentário simples, porém bonito de se ver, mostrando a fé de vários devotos que tiveram seus pedidos realizados pela santa ao redor do mundo, algumas festividades na basílica e também uma dramatização cenográfica de como teria sido a aparição dela para um indígena mexicano que acabou tendo sua imagem impregnada em sua tilda. Ou seja, uma obra completa do estilo, que vai agradar quem tem fé na santa e também religiosos do país para ver uma trama de seu gosto pessoal.

A sinopse nos conta que nunca nenhuma mãe se mostrou tão terna e tão poderosa ao mesmo tempo como aquela que apareceu há 500 anos ao índio Juan Diego. Hoje, mais do que nunca, Nossa Senhora de Guadalupe mostra a sua ternura e o seu poder em tantos lugares do mundo. Por que e como aconteceu o aparentemente impossível? Que mistérios guarda a Tilma? Serão verdadeiras tantas histórias de milagres? Este filme leva-nos às aparições como se estivéssemos lá. Testemunhos impactantes e inéditos fazem dele um canto luminoso e ágil, que busca a verdade e descobre o amor irresistível daquela que é a Mãe de Deus e da Humanidade, derretendo corações em lágrimas e transformando o mundo a partir de dentro.

Diria que o diretor e roteirista Andrés Garrigó foi bem preciso na pesquisa para conseguir bons depoimentos, boas exemplificações dos períodos festivos na cidade e no mundo todo aonde a santa tem devotos, e até uma encenação bonita e bem trabalhada da aparição, de tal forma que ele fez o famoso elo completo de uma trama do estilo, e principalmente na montagem para que o filme não ficasse cansativo. Claro que é uma obra feita para um público bem específico, e não será com ela que alguém irá virar devoto da santa, mas é bem representada na tela e tem um bom envolvimento durante toda a exibição, o que certamente irá fazer com que muitos se emocionem e se conectem com toda a entrega, e assim é que deve ser algo do estilo.

Enfim, não tenho muito do que falar em documentários, afinal os depoimentos falam pelo filme bem mais do que a minha pessoa, e posso dizer que conseguiram ser comoventes, bem trabalhados e com emoções bem mostradas, aonde o contexto inteiro traz bem as curas e reações dos entrevistados, e a parte cenográfica ficou simples, porém bem feita de se ver, de forma que talvez se tivessem focado um pouco mais nessa amplitude histórica da catequização dos indígenas mexicanos, talvez o filme ficasse mais amplo, mas aí sairia do eixo religioso. Então recomendo o longa para todos os cristãos devotos da santa conferirem as pré-estreias já a partir do dia 29/04, e a estreia a partir do dia 02/05 em todos os cinemas do país, e eu fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Kolbe Arte que enviou a cabine de imprensa, volto amanhã com mais dicas de filmes, então abraços e até breve.


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Plano 75 (Plan 75)

4/21/2024 07:45:00 PM |

É interessante como o Japão consegue fazer tramas envolvendo a morte com uma leveza tão marcante que nem precisam forçar para o lado emocional e/ou trazer dramas direcionados para que o público se revolte com algo mostrado, e isso ocorre tanto em longas tradicionais como também em animações, o que mostra que gostam do tema e sabem fazer bem a entrega dele na tela. Dito isso, o longa "Plano 75", que disputou uma vaga ao Oscar de 2023 pelo Japão, e chega no próximo dia 25/04 aos cinemas nacionais, entrega algo meio futurista (ou não) de uma empresa que conta com o apoio do governo e paga um certo valor para erradicar o etarismo no país, aonde as pessoas com mais de 75 anos recebem esse valor para se preparem para se desligar quando sentirem vontade. Ou seja, é daqueles filmes com um bom envolvimento, aonde vamos conhecer alguns velhinhos que estão interessados em entrar para o programa, veremos alguns jovens que trabalham ofertando o plano seja em escritórios ou nas ruas indo nos lugares que os mais idosos frequentam, e também nos colocam a história de uma jovem filipina que vai para o Japão trabalhar com idosos, mas ao ver que não consegue ganhar dinheiro suficiente com isso acaba entrando também para o programa separando objetos deixados pelos velhinhos para poder pagar a cirurgia de sua filha. Diria que o longa poderia ter apertado um pouco mais a emoção do público com todas as histórias, mas que funciona bem na tela, e assim faz valer a conferida nas telas do cinema.

A sinopse nos conta que em um Japão distópico, o programa governamental Plano 75 incentiva os idosos a serem voluntariamente sacrificados como solução para lidar com o envelhecimento da sociedade. Neste contexto, uma senhora idosa cujos meios de sobrevivência estão desaparecendo, um vendedor do Plano 75 pragmático e uma jovem trabalhadora filipina precisam enfrentar escolhas entre a vida e a morte.

O longa nasceu como um curta-metragem que fez parte de uma coletânea de curtas que imaginam o Japão daqui há 10 anos, mas como viram algo com um potencial bem grande de ser desenvolvido, a diretora e roteirista Chie Hayakawa acabou sendo convidada para transformar seu curta em seu primeiro longa metragem, e mostrou aptidão para a coisa, pois o filme é redondinho, com histórias bem trabalhadas e conectadas, que se desenvolvem sozinhas mas se cruzam em determinado momento, que traz de um modo simples até que uma ideia não tão ruim, afinal muitos idosos que as famílias já não cuidam, que vivem sozinhos e sem trabalho que já perderam o gosto pela vida vão poder morrer tranquilamente, e ainda poder dar uma última curtida com 100mil ienes (aproximadamente 3300 reais) ou se preferir fazer um enterro mais elaborado. Ou seja, com uma ideia de morte consciente a trama traz um vértice polêmico, mas que acabou sendo dirigido com astúcia e envolvimento aonde vemos as histórias se desenrolarem bem, e passando a mensagem para a tela, que claro poderia ter um pouco mais de emoção na síntese, mas que de uma forma simples para um primeiro trabalho em longas acabou sendo efetivo.

Quanto das atuações, diria que Chieko Baishô teve muita segurança na personalidade de sua Michi, transparecendo que desejava ainda trabalhar muito, e claro morar em algum lugar que não fosse ser demolido, sendo fiel às amigas, e tendo um bom carisma para conquistar até a atendente do plano funerário, conseguindo transparecer emoções e envolvendo bem na medida certa. Hayato Isomura trouxe para seu Hiromu algo muito comum de vermos acontecer em pessoas que vendem coisas não muito boas para as pessoas, que se dão ao máximo para bater metas, mas quando se veem frente a frente com algum parente tentam salvar a pessoa daquilo, e o jovem trabalhou trejeitos bem marcantes que funcionaram na tela. E ainda tivemos Stefanie Ariane bem colocada com sua Maria, procurando muitos empregos para conseguir pagar a cirurgia da filha, mas que quando se vê separando coisas que vão para o lixo dos mortos se depara com a consciência do que fazer com aquilo, trabalhando também olhares e sensações para seus atos. Quanto aos demais, a maioria deu conexões para os protagonistas e se envolveram pouco na tela, valendo mesmo o destaque para Taka Takao como o tio de Hiromu e Yumi Kawai que fez a atendente de telefone que cuidava de Michi e acabou saindo para um dia feliz com a senhorinha.

Visualmente a trama trabalhou alguns ambientes de um certo modo meio que mórbido, não tendo grandes desenvolturas, mostrando o pequeno apartamento da senhorinha, o seu serviço em um hotel, uma casa de karaokê, a empresa do plano com vários atendentes bem no estilo de um banco, um culto religioso, um estilo de hospital aonde usando um tipo de gás as pessoas se vão, uma sala de separação de pertences e um bom pôr do sol, mas sem grandes floreios, o que mostra um orçamento enxuto, mas bem utilizado na tela.

Enfim, é um longa simples, porém bem feito, que tem uma proposta até que ousada de algo que possivelmente aconteça daqui alguns anos, mas que talvez se a diretora colocasse um pouco mais de sentimento emocional na tela, o resultado acabaria tomando algum rumo mais forte, mas como disse é algo que funciona, e assim acaba valendo a recomendação de conferida nos cinemas à partir do dia 25/04. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, agradecendo claro o pessoal da SATO Company pela cabine de imprensa, e volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes (Rebel Moon - Part Two: The Scargiver)

4/21/2024 02:44:00 AM |

Desde que foi lançado no final do ano passado "Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo" na Netflix, eu já tinha dito que seria o "Star Wars" da Netflix com uma tonelada e meia de filmes, alguns com continuações desnecessárias, outros bem imponentes trabalhando temas modernos encapsulados dentro de ideias fictícias, e isso não é algo ruim, só é algo que muitos não gostam de ficar esperando continuações. Ou seja, é daqueles longas que entregam drama, ação, aventura e tudo misturado, que acabam empolgando pela entrega completa, mas que ainda teremos muita coisa para rolar e fechar o ciclo, sendo claro que "Rebel Moon - Parte 3: A Marcadora de Cicatrizes" trabalha bem mais o estilo do diretor, com cenas de lutas em câmera lenta, ainda mais explosões de coisas para todos os lados, e personagens que acabamos criando vínculos que funcionariam sozinhos, mas que em grupo acabam sendo mais legais. Sendo assim, o que posso dizer é que assim como seu antecessor é um tremendo filmão, e que juntando as duas partes temos uma primeira etapa vencida, agora é ver como ele desenvolverá as outras 4 ou 6 produções que pretende seguir em cima da franquia, mas ao menos não me decepcionei com o que vi hoje.

A trama é uma ficção científica épica que se inicia em uma colônia pacífica situada nos confins do universo. Porém, quando o tirano Regente Balisarius passa a ser uma ameaça, a jovem Kora, ao lado dos guerreiros sobreviventes, se dispõe a sacrificar o que for preciso para se defender. Com o Reino comprometido em aniquilar os rebeldes a qualquer custo, laços são formados, heróis emergem e lendas nascem. Às vésperas da batalha, cada um deles precisa encarar as verdades sobre o próprio passado e os motivos que os levaram a lutar. Apesar de pessoas bem diferentes entre si, todos os soldados possuem algo em comum: o desejo de vingança.

Diria que não sou um fã completo da filmografia de Zack Snyder, mas sei reconhecer que dentre os malucos que gostam de fazer épicos de ação, ele sabe o que faz, pois não entrega algo com poucos recursos de forma alguma, tendo tudo em suas mãos para que uma produção simples fique gigantesca, com efeitos para todos os lados, muitas explosões, e personagens que vão impor na tela suas histórias, e aqui é justamente isso o que acaba acontecendo um pouco em excesso, já que ele quis trabalhar as histórias de todos os seis guerreiros que sobreviveram ao primeiro filme, e com isso ele acabou gastando muito tempo de tela para algo que o público nem queria tanto ver, de tal forma que poderia ou ter reduzido o filme ou colocado mais cenas das lutas finais, que aí sim você irá ficar empolgado, pois é uma guerra de primeiríssima linha, no melhor estilo que ele sabe fazer, enchendo os olhos com imagens em câmeras lentas e muita disposição de todos os personagens, sejam eles principais ou meros figurantes cênicos. Ou seja, ele sabe assinar seu nome em suas produções, e quem for conferir esperando qualquer outra coisa irá se decepcionar, mas ainda acredito que dava para juntar os dois filmes e fazer algo de uns 180 minutos bem colocados ao invés de 255 como acabou ficando.

Quanto das atuações, continuo achando que a personalidade de Kora combinou bem com Sofia Boutella, porém aqui a trama focou bem mais nos demais do que nela, deixando a protagonista meio que apenas se preparando para o destaque nos atos finais, o que acaba sendo algo meio sem muita coerência, mas quando botou pra jogo não decepcionou e acabou fazendo tudo o que precisava com muita imposição. Então quem acabou tendo um protagonismo maior aqui, foi Djimon Hounson com seu Titus, praticamente preparando toda a batalha, criando os atos e desenvolvimentos da vila, e até conseguindo ter atos com uma boa dose de emoção, o que acabou chamando ainda mais o foco para si. Ed Skrein continuou fazendo seus trejeitos malucos para com seu Noble, e sendo imponente em todos os atos que aparece, marcando bem o território como um bom vilão deve ser. Ainda tivemos alguns atos emocionais bem colocados em Michiel Huisman com seu Gunnar apaixonado e Bae Doona ainda mais entregue com sua Nemesis, porém novamente deixaram Anthony Hopkins bem em segundo plano com seu Jimmy, o que é uma pena, pois o personagem tem tudo para ser muito mais do que apenas um narrador, então veremos o que vai rolar mais para frente.

Se no primeiro filme a equipe de arte gastou muito com algo quase como um "road-movie" interplanetário, com vários tipos de cultivos, culturas e tudo mais, aqui o foco ficou mesmo só na vila, mostrando algumas comemorações, muito da colheita dos grãos, e claro algumas boas batalhas em chão com grandes tanques de tiros, muitos soldados, e toda uma preparação de guerra imponente e marcante, e além disso tivemos alguns atos no encouraçado gigantesco, aonde vimos um pouco mais de seu funcionamento e algumas boas lutas dentro de seus corredores, mostrando que a equipe de arte computacional mandou muito bem em tudo, afinal é fácil saber que pouquíssima coisa foi criada nos ambientes entregues.

Enfim, não é a obra mais perfeita do diretor que já vi, e como falei no começo dava para cortar alguns atos de ambas as partes para que o filme ficasse mais conciso e direto e/ou trabalhar mais outras situações e personagens, mas como o próprio diretor falou que ainda fará muito nesse universo cinematográfico, então veremos o que virá nos próximos capítulos, mas uma coisa já sabemos, como toda produção grandiosa, irá demorar para aparecer. E é isso pessoal, fica aqui minha recomendação para quem gosta de uma boa ação de aventura épica, mas que não ligue para exageros cênicos, e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais boas dicas, então abraços e até lá.


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Clube Zero (Club Zero)

4/20/2024 06:20:00 PM |

Costumo dizer que nada que é o extremo de algo é bom, e confesso que vendo o longa "Clube Zero", que traz a proposta de uma professora de nutrição que induz seus alunos à comerem menos ou nada de forma consciente, acabou me dando mais fome do que raiva da professora, de tal forma que o estilo do longa é funcional de ver na tela, mas os argumentos da professora não me parecem algo tão convincente para os jovens alunos, sendo um grupo influenciável e bobo demais de cair em uma ideia assim e mudar completamente sua vida. Ou seja, a trama tem uma pegada, mas não passa uma verdade na crença de alguém que se convenceria facilmente pela proposta passada, sendo artificial as entregas cênicas de cada um. Claro ao final do filme nos é mostrado que nenhum ator ficou como no final do longa, e no começo também é dado o aviso de que a trama poderia trazer alguns gatilhos para quem assistisse, mas não consegui ver algo que criasse gatilhos, pois ficou uma trama que parece não ser fácil de penetrar na ideia do público, e isso é algo que pesa muito na tela.

A sinopse nos conta que Miss Novak é uma professora que consegue um emprego em uma escola de elite e forma um forte vínculo com os alunos. Ela introduz uma aula de nutrição baseada num conceito inovador. Esta mudança conduz a uma revolução nos hábitos alimentares da escola. Mas, com o passar do tempo, a influência que Miss Novak exerce sobre certos alunos eventualmente toma um rumo perigoso.

Diria que a roteirista e diretora Jessica Hausner trouxe para sua obra uma pegada intimista demais, pois o convencimento de uma dieta é algo que determinadas seitas e grupos até entram em transe para aceitar e acreditar que aquilo é bom para a pessoa, mas o convencer visualmente o público que não está na mesma onda é algo um pouco mais complexo, pois ficamos meio que inertes à entrega dos personagens, e quando vemos não conseguimos conectar todas as reações, sendo algo que a todo momento você se pergunta como todos os alunos acabaram crendo tanto na ideia da dieta, como um grupo tão pequeno acabou sendo influenciado tão facilmente, e até como os pais ali permitiram isso tudo acontecendo. Ou seja, ficam mais dúvidas do que atos críveis para que a trama funcionasse, e assim sendo não atinge como deveria funcionar, ficando abstrato demais até mesmo para uma ficção.

Quanto das atuações, Mia Wasikowska tem muita personalidade e sabemos disso pelos muitos filmes que já fez e não pelo que entregou aqui, pois sua Miss Novak é meio que sem sal nem açúcar, não trabalha tanto os olhares, mas sempre bem centrada até consegue passar uma pessoa de algum tipo de seita que quer penetrar sua intenção em mais pessoas, mas a todo momento fica aérea demais, e isso acabou não dando as nuances que sua personagem deveria ter. Quanto dos alunos, o foco maior ficou em cima de Luke Barker como o dançarino Fred, que acaba tendo uma conexão até que maior pela professora, e Florence Baker com sua Ragna que já praticava a bulimia para suas competições de trampolim, porém ambos entregaram jovens apáticos demais para nos convencer na tela, e isso acaba pesando bastante para o resultado do filme, e por outro lado tivemos o jovem Samuel D Anderson com seu Ben que comia aos montes e acaba convencido mais pelos amigos do que pela professora em si, e ficou meio que estranho de não ir muito além disso. Quanto aos pais e outros professores, diria que todos não se entregaram muito dentro da trama, tendo apenas o destaque para Amanda Lawrence como a mãe de Ben que por gostar de cozinhar para o filho acaba ficando inicialmente deprimida pôr o garoto não estar mais comendo o que faz.

Visualmente tivemos uma escola para alunos extremamente ricos, e talvez nesse contexto a ideia encaixou um pouco melhor, já que muitos não tem grandes influências parentais e acabam se convencendo de qualquer coisa para chamar atenção, tendo toda a ideia dos uniformes verdes, para um mundo verde melhor para todos, comidas de ricos com pequenas doses, e salas quase que de reuniões ao invés de aula mesmo, sendo tudo levemente artificial na ideia que a equipe de arte quis mostrar.

Enfim, é um filme que alguns vão entrar melhor no clima, mas que mostra que toda seita é perigosa, e algumas dietas também, então não devemos acreditar muito em alguns milagres e nutricionistas malucos, para ter uma vida melhor, e como aparece durante os créditos, se conhecer alguém com problemas alimentares é melhor indicar um médico para ajudar a pessoa. Como filme então diria que recomendo ele com mais ressalvas do que com alegrias, mas não chega a ser algo ruim para não recomendar, então fica a dica para a estreia dele na próxima quinta dia 25/04, e eu fico por aqui agradecendo o pessoal da Pandora Filmes pela cabine de imprensa, então abraços e até logo mais.


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Abigail

4/20/2024 02:50:00 AM |

Costumo dizer que o terror é um dos gêneros que mais permitem coisas estranhas, pois o diretor pode fazer cenas nojentas sem que os fãs reclamem, pode colocar personagens bobos e sem noção alguma, podem inventar coisas irreais, e tudo mais que acaba funcionando para quem gosta de ver muito sangue e tensão na telona. Dito isso, fazia tempo que não via um longa sem saber absolutamente nada dele, pois hoje com as redes sociais é difícil não pipocar algum spoiler cênico, e até mesmo os trailers acabam entregando muita coisa antecipada de uma trama, e milagrosamente fui conferir "Abigail" sem nem ter visto o pôster, apenas com os horários do longa nas mãos, e a fácil expectativa de ser melhor do que a bomba que havia assistido na sessão anterior, e agora vendo o trailer praticamente já é entregue tudo logo de cara, então vou tentar não dar spoilers, mas quem apertar o play logo abaixo já vai saber todo o rumo que as coisas pegam, sendo um exemplar mais simples de "O Homem Nas Trevas", pensando no estilo de bandidos se fod****, mas com um ser um pouquinho mais imponente e bizarro por trás da matança.

A sinopse nos conta que um peculiar grupo de criminosos aceita mais um típico trabalho. Dessa vez, a proposta é sequestrar uma bailarina de doze anos, que também é filha de um dos mais poderosos homens do submundo. Enquanto o contratante do grupo pede um resgate de 50 milhões de dólares para o pai da garota, o grupo só precisa observar a criança por uma noite em uma mansão isolada. No entanto, quando os raptores começam a desaparecer, um por um, logo descobrem da pior forma que estão trancados dentro de casa com uma garotinha nada normal.

O mais bacana é que a dupla de diretores já vem entrosada de um bom tempo com tramas de terror com algumas sacadas cômicas, e dessa forma puderam se esbaldar ao máximo em um longa que de cara já tem uma pegada mais trash, ou seja, Matt Bettinelli-Olpin e Tuler Gillett se jogaram nos litros e litros de sangue cenográfico e brincaram com as possibilidades do ambiente, com as personalidades dos criminosos e até mesmo na bailarina que adora dançar e brincar, de tal forma que o filme flui rápido, diverte e mostra situações bem dinâmicas e intensas que por vezes até dá alguns sustos, mas de modo geral você acaba mais rindo de alguns atos bizarros do que ficando com algum medo, e olha que o bichão é bem feio. Ou seja, passa longe de ser um trabalho que os diretores acabarão ficando famosos por ter feito ele, mas que contando com uma boa entrega cênica e tudo se passando só em uma locação bem recheada de ambientes, o resultado acaba surpreendendo.

Quanto das atuações, diria que a jovem Alisha Weir entregou tudo e mais um pouco para sua Abigail, e mesmo usando próteses faciais para os momentos mais tensos, conseguiu entregar trejeitos marcantes e chamativos, fazendo tudo com muito estilo e desenvoltura, dançando graciosamente e principalmente se divertindo em cena, ou seja, fez o pacote completo de uma vilã jovial e bem encaixada. Melissa Barrera também trabalhou sua Joey com uma presença bem intensa, sabendo ser explosiva sem sair do eixo, e criando possibilidades expressivas mesmo nas cenas mais bizarras possíveis, o que acabou sendo a mais centrada e também intensa entre os protagonistas. Dan Stevens fez de seu Frank, um personagem estiloso no começo, não se jogando muito para o que a trama previa, mas depois que começa a surtar se joga e acaba trabalhando bem solto para que seu personagem fosse importante dentro da trama. Ainda tivemos bons atos com Kevin Durand entregando um Peter como um brutamontes bobão, mas bem colocado, Giancarlo Esposito em algumas cenas simples, mas bem marcantes com seu Lambert, Angus Cloud entregando em seu último trabalho antes de morrer um Dean que parecia estar sob efeito de drogas, mas que tem alguns atos bem marcados, William Catlett até entregou com personalidade seu Rickles, mas não foi muito além, sendo então que quem se entregou realmente entre os secundários foi Kathryn Newton com sua Sammy sendo simples, mas imponente nos atos que acaba transformada e antes transtornada.

Visualmente a trama tem uma pegada bem clássica de filmes do estilo, numa mansão cheia de elementos de várias épocas antigas, rebuscada de um visual até que meio gótico, bem puxado para tons escuros de preto e marrom, contando com biblioteca, uma piscina bem nojenta, um hall aonde passam a maior parte jogando sinuca e bebendo, além claro de fugas pelos corredores e paredes, além de um quarto, um palco simples, porém bem montado, e claro toda a cena de sequestro inicial cheia de tecnologias e intensidades do estilo, mostrando que a equipe de arte se preparou bem para dois estilos de filmes e não desapontou. Fora a quantidade de sangue cenográfico que gastaram para as explosões, tendo pedaço voando até na câmera, ou seja, mandaram bem demais no estilo trash!

Enfim, é um filme que até comete algumas falhas, não é nada que você saia da sessão achando ter visto o melhor longa do gênero, mas que não desaponta dentro do estilo terror cômico, aonde você vai rir de algumas situações, se assustar com algumas aparições repentinas, e sair contente ao menos com o resultado, sendo simples, porém bem efetivo dentro da proposta que desejavam entregar, então acaba valendo a recomendação para quem curte o gênero. E é isso pessoal, consegui fazer o texto sem dar spoilers, mas quem quiser dar o play no trailer por sua conta e risco de estragar a surpresa da trama, fica a dica, do contrário vá conferir sem saber muito da trama, que acaba ficando ainda mais legal o resultado. Eu fico por aqui hoje, mas esse final de semana ainda tenho muitos longas para conferir, então abraços e até logo mais.


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Vidente Por Acidente

4/19/2024 09:09:00 PM |

Se tem algo que me irrita até mais do que filme novelesco é comédia que não me faça rir, pois você fica esperando algo ser engraçado, algo ter alguma sacada, e não acontece. Claro que a ideia de uma comédia mais madura sobre vocações e reais interesses é algo que precisaria se pensar mais, porém "Vidente Por Acidente" tenta ser maduro demais e abusa de elementos que não se impõem e/ou funcionam na tela, resultando em um filme que você fica pensando se você assistiria em um dia normal na sua vida, e a resposta é bem fácil: "Não!", mas como o vidente adivinharia se encostasse em mim, minha vocação é ser crítico, então com isso, cá estou escrevendo após ver algo que não tenho como recomendar de forma alguma.

A sinopse nos conta que aos 40 anos, o arquiteto Ulisses (Otaviano Costa) – descrente de sua carreira e inseguro de seus talentos – visita uma “coach vocacional” que promete encontrar a verdadeira vocação das pessoas. Depois de tomar um chá suspeito oferecido pela “profissional” em seu ritual maluco, Ulisses apaga e tem os seus pertences roubados. Porém, nem tudo é tragédia: misteriosamente, ele sai de lá com um poder estranho: Descobrir, com apenas um toque, a verdadeira vocação das pessoas. Será que Ulisses encontrou seu verdadeiro talento ou este novo dom só vai trazer ainda mais confusão para sua vida?

Confesso que estou realmente muito triste em saber que o diretor do longa é Rodrigo Van Der Put, pois depois de ter entregue algumas semanas atrás um longa sensacional chamado "Dois é Demais em Orlando", e agora mostrou algo tão simples, tão sem vida, que até pode mostrar conflitos vocacionais, mas acredito que ele precisa voltar para a comédia escrachada do Poeta dos Fundos ou algo família leve como fez no seu último filme, pois a comédia reflexiva é algo que só os franceses fazem bem, e ainda assim são pouquíssimas que acertam, então nem vou me alongar muito no texto, pois não vale a quantidade de palavras para algo do estilo.

Quanto das atuações, particularmente gosto do estilão de Otaviano Costa, e aqui seu Ulisses até tem alguns trejeitos bem encaixados, porém quando realmente a trama acontece com ele perdendo os poderes e buscando uma solução, que é quando o filme realmente iria fluir e ficar engraçado, a trama já acaba, enquanto o começo alongado acaba não indo além e nem sendo bom de ver, o que não mostra o potencial de atuação dele. Outra que já elogiei muito semana passada, aqui foi tão coadjuvante que dá para contar as palavras de Evelyn Castro, que até tenta ser engraçada como a esposa do protagonista, mas não vai além. Quem fez atos bem engraçados ao menos foi Macla Tenório com sua Patrícia, a assistente do vidente e arquiteto, entregando atos bem conflitivos, mas que ao menos divertem na tela e Victor Lamoglia até tenta fazer graça, mas não consegue. Ainda tivemos outras atuações/participações, mas sem grandes anseios cênicos com Jamilly Mariano como a filha do protagonista, Totia Meirelles como a mãe, Katiuscia Canoro como a coach picareta e ladrão, e Nany People como uma apresentadora de programa, mas Serjão Loroza como Deus de barba rosa foi apelação demais para qualquer loucura que quisessem fazer.

Visualmente a trama também é simples, mostrando claro que o vidente realmente é um bom arquiteto, criando seu espaço de trabalho com um bom requinte, vemos uma apartamento modelo que vemos tradicionalmente em muitas obras com plantas ruins que se melhoradas ficariam incríveis, e a casa requintada da família, mas nada de muito grandioso ou chamativo para mostrar serviço pela equipe de arte.

Enfim, pela primeira vez fiquei feliz em ver a sessão de um longa nacional vazia, pois é algo que não dá para recomendar para ninguém, e como costumo falar de muitos filmes que com poucos ajustes ficariam bem melhores, aqui eu diria que precisaria ser reescrito inteiro o roteiro para algo ficar bem trabalhado e convincente dentro da ideia toda, ou seja, tem muitos outros bons longas para ver no cinema, então é só escolher melhor. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou ver outro longa hoje, e espero que salve minha noite, então abraços e até logo mais.


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Guerra Civil em Imax (Civil War)

4/19/2024 12:52:00 AM |

Sempre que vejo nos jornais os correspondentes de guerra falando sobre a situação, fazendo fotos, correndo atrás de soldados dando tiros para todos os, fico pensando como alguém tão maluco consegue estar ali, sendo frio o suficiente para ver uma pessoa atirando na outra, correndo o risco de tomar uma bala na cabeça, fora os traumas de ficar ouvindo baterias de metralhadoras, explosões e tudo mais, porém é o serviço do cidadão, e na maioria das vezes, muitos desses fotógrafos e/ou jornalistas estão a espera do melhor "tiro" com sua câmera e/ou microfone para vender muitas vezes, ganhar prêmios e claro ficar renomado mundo afora, mas convenhamos que é uma loucura de nível maior. Agora junte essa insanidade de conseguir um "tiro" no meio de um mundo caótico como estamos vivendo, aonde já beiramos facilmente conflitos civis em nosso país e outros que já estão até bem mais próximos disso, e você ser um grupo de jornalistas disposto a entrevistar ou tirar a última foto de um governante próximo a ser deposto pelos demais de seu próprio país? Se você conseguiu, ou não, imaginar essa situação, a dica é ir conferir o longa "Guerra Civil" nos cinemas, preferencialmente em uma das salas gigantes da cidade, pois o filme tem uma ambientação sonora que irá colocar você como o quinto membro da equipe, e a sanidade dos personagens poderá ser sentida do seu lado. Claro que não é um filme de uma história real, porém o diretor/roteirista conseguiu captar através de sua pesquisa com muitos jornalistas de guerras a ideia conflituosa que é viver ao lado do perigo, e junto disso mostrar coisas que já até ouvimos muito, como por exemplo "Que tipo de americano você é?" sendo perguntado por outro tecnicamente morador do seu próprio país. Ou seja, é um filme fortíssimo que não é perfeito, mas que entrega tanta precisão na tela que muitos irão se chocar e envolver em um nível bem alto.

Ambientado em um futuro não tão distante, quando uma guerra civil se instaura nos Estados Unidos, vemos uma equipe pioneira de jornalistas de guerra, onde estão Lee e seu colega de trabalho Joel, viajando pelo país para registrar a dimensão e a situação de um cenário violento que tomou as ruas em uma rápida escalada, envolvendo toda a nação. No entanto, o trabalho de registro se transforma em uma guerra de sobrevivência quando eles também se tornam o alvo.

Costumo dizer que o diretor e roteirista Alex Garland (“Ex-Machina”, “Aniquilação”, “Men – Faces do Medo”) é daqueles malucos que fazem ficções com segundas, terceiras e quartas intenções, que conseguem olhar para algo que possivelmente vai acontecer futuramente, mas que gostam de fantasiar o realismo para que ele fique vendável como uma ficção deve ser, afinal de boas histórias reais já temos documentários, biografias e tudo mais, então quando se vai embarcar em algo que não aconteceu, a pegada tem de ser tão bem colocada que não se falseie tanto para ficar fora da casinha, mas que também surpreenda com algo que pareça tão realista ao ponto de imaginarmos isso acontecendo realmente. Ou seja, ele pegou todo esse mundo conflitivo que temos de pessoas polarizadas, com brigas políticas e muito mais, aonde vemos separatistas, pessoas malucas e claro pessoas que acham que nada está acontecendo, botou num vértice maior, e contou a história pelo olhar dos jornalistas, que caíram tão bem dentro de tudo, tendo desde frieza até surtos com as coisas que ocorrem, que não poderia ter uma homenagem mais positiva do que essa pelo diretor para esses doidos que tão vendo o cara tomando tiro e está ali atrás para pegar o melhor ângulo do conflito.

Quanto das atuações, Kirsten Dunst costuma entregar em seus filmes alguns personagens bem fora do comum, e por vezes não consegue fazer com que os espectadores se conectem a ela, porém sua Lee é a famosa jornalista que vemos fotos e reportagens tão perfeitas, com cliques únicos que facilmente poderíamos enumerar vários conhecidos no mundo atual, mas a frieza envolvida em trejeitos fortes e diretos que conseguiu colocar para a personagem foram algo que não tem como não se conectar, trazendo ela para o nosso lado e sentindo cada expressão sua na tela, ou seja, perfeita. Nosso querido brasileiro Wagner Moura entregou para seu Joel uma personalidade leve, descontraída, porém bem precisa de estilo, aonde vemos ele tão perfeito em cena que não temos como não falar que é uma pessoa do meio jornalístico ali, que sabe aonde quer chegar (no caso a entrevista com o presidente), e que tendo muita parceria com os demais consegue segurar a trama para si, fora alguns atos que foram bem difíceis de fazer como já disse em algumas entrevistas. Outra que deu tudo de si e caiu como uma luva na personagem foi Cailee Spaeny com sua Jessie, inicialmente meio que perdida com o que desejava fazer, mas nos atos finais da trama se jogou por completo e surpreendeu ao se encontrar perfeitamente, chamando a atenção e comovendo na medida certa. Ainda tivemos Stephen McKinley Henderson fazendo alguns atos bem chamativos com seu Sammy bem encaixado nos atos da trama, mas sem dúvida quem entrega uma das cenas mais tensas da trama foi Jesse Plemons como um miliciano que fez metade do elenco se borrar de medo em todas as entrevistas dadas pelos protagonistas.

Visualmente já falei que vale demais conferir nas maiores telas que sua cidade tiver, pois a trama foi filmada em Imax, então a perspectiva de imersão mesmo sem ser um longa 3D é gigantesca, colocando você bem no meio da guerra, vemos muitos soldados, tanques, carros, aviões, helicópteros, cidades devastadas, tiros de todos os calibres e estilos, muita destruição, corpos espalhados pelo chão, pendurados como prêmios, em valas aos montes, e até cidades no meio do caminho parecendo que nem estão sabendo da gigantesca guerra pelo país, isso claro num road-movie num carro de imprensa tradicional, com os protagonistas munidos de câmeras imponentes e acampando no carro, em acampamentos e tudo mais. Ou seja, um trabalho gigantesco da equipe de arte, que conseguiu recriar algo que não gostaria de ver realmente acontecendo de forma alguma.

Enfim, é um tremendo filmaço, que na tela ficou incrível de ver, sendo daquelas obras que mesmo não sendo perfeitas, pois dava para ser ainda mais pesado, e mesmo vendo tudo acontecendo, faltou emocionar o público também, e não apenas os personagens, porém ficará na nossa memória e certamente quando tiver um tempo será bacana revisitar, claro que apenas num filme, afinal jamais gostaria de ver algo desse estilo de perto. E detalhe, veja nos cinemas, pois é o estilo de filme que em sua casa provavelmente você irá pausar em alguns momentos e perderá a essência pesada da trama, além claro de toda a explosão técnica perfeita de ficar no meio da guerra com o som explosivo das salas, então fica a dica para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Zona de Exclusão (Green Border)

4/17/2024 01:24:00 AM |

Costumo dizer que de tanto ver filmes sobre o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial, praticamente já acostumei em ver as fugas de pessoas de seus países e todo o sofrimento que é quando não se tem para onde ir, precisando de ajudas e sofrendo com algumas da muitas imposições que alguns países fazem para com os refugiados, e posso dizer que é muito triste ver isso acontecendo novamente desde 2014 com a grande crise dos refugiados em alguns países africanos e do Oriente Médio, e agora novamente nos últimos anos com a Ucrânia, de tal forma que ver alguns documentários já é forte por trabalhar de uma forma real, mas e com uma ficção bem realista trabalhada para colocar um algo a mais na tela? Se você quer a resposta para essa pergunta, mais do que recomendo o longa "Zona de Exclusão", que entra em cartaz na próxima quinta 18/04 nos cinemas do país, e já adianto que é um filme forte, duro e bem triste, pois na realidade sabemos que isso vem ocorrendo já faz tempo, e ninguém nunca pensa no ser humano que está ali desesperado para sobreviver e salvar sua família, mas sim em várias outras coisas e o peso acaba sendo bem diferente quando você consegue se imaginar ali. Ou seja, é um filme bem pesquisado, aonde a diretora foi para o meio dos ativistas pesquisar realmente tudo para escrever seu longa, e o resultado impacta, não sendo algo fácil de digerir, mas que funciona demais na tela.

A sinopse nos conta que depois de se mudar para Podlasie, na Polônia, a psicóloga Julia se torna testemunha involuntária e participante de acontecimentos dramáticos na fronteira com Belarus. Consciente dos riscos e das consequências jurídicas, ela se junta a um grupo de ativistas que ajudam refugiados acampados nas florestas. Ao mesmo tempo, uma família síria que foge da guerra civil e o seu professor afegão, sem saberem que são instrumentos de uma fraude política, tentam chegar às fronteiras da União Europeia. Na Polônia, o destino irá uni-los a Julia e ao jovem guarda de fronteira Jan.

Diria que o trabalho da diretora e roteirista Agnieszka Holland foi mais uma primorosa pesquisa de guerras para composição de suas ideias, pois já fez filmes sobre todo tipo de ditaduras, de guerras, de refugiados e aqui ela quis ir por um lado mais tenso em cima da situação humanitária, conseguindo mostrar tanto um viés de quem está trabalhando, quanto de quem se vê no meio do conflito, e também do lado dos que estão tentando ajudar e dos que querem ajudar, ou seja, abriu uma gama até que grande na sua apresentação inicial capitular, até que chega na figura final de Julia, que aí sim a história se desenvolve um pouco mais. Ou seja, facilmente eu criticaria sua escolha de dividir o filme em capítulos, mas dentro da ideia da narrativa, isso acabou funcionando para não precisar fazer apresentações soltas, e que também o público captasse a ideia melhor, ou seja, foi um grande acerto. Claro que o filme vai ser indigesto para muitas pessoas, pois é triste ver toda a situação, mas algo que infelizmente me incomodou foi fazer o longa em preto e branco, pois colorido a trama teria muito mais impacto visual, e o resultado iria para outros rumos, mas não chega a ser ruim, apenas não teve muita funcionalidade a escolha.

Sobre as atuações, diria que todos fizeram atos bem expressivos, cada um de uma maneira para que fossem extremamente convincentes em seus atos, de modo do lado da família todos entregaram momentos fortes, conseguiram chamar atenção para seus momentos conectados, de tal forma que vou dar o destaque para Dalia Naous com sua Amina, mais pela força nos trejeitos de uma mãe ao ver que seu filho sumiu no meio do caos, e isso só piora depois, com sua finalização sendo bem impactante nos seus trejeitos. Ainda dentro do primeiro grupo, é Behi Djanati Atai entregou bem sua generosa Leila como uma senhora imponente que vê uma oportunidade e segue nela, mas que tem tantos percalços em seu caminho que precisou se expressar bastante na tela. Do lado dos guardas, Tomasz Wlosok foi bem preciso com seu Jan, estando com o conflito aonde tem seu trabalho explosivo, mas também vivendo com sua mulher grávida acaba tendo um pouco de humanidade em alguns atos, sendo bem forte algumas de suas cenas. Do lado dos ativistas, o destaque é Monika Frajczyk com sua Marta, agindo com rapidez, e sabendo transpassar as emoções com dinâmicas bem encaixadas e chamativas, até ir além em alguns momentos bem marcantes. E claro para não me alongar muito ainda tivemos a psicóloga Julia vivida por Maja Ostaszewska que mudou toda sua vida para virar ativista e ajudar os demais, tendo atos marcantes e cheios de expressividade. Fora ainda muitos outros bons atos, mais soltos e criativos, valendo um leve destaque para a interação da família com os jovens no penúltimo ato, gerando até uma conexão jovial bem bonita na tela.

Visualmente o longa entrega a maioria dos atos no meio da floresta entre a Polônia e Belarus, mostrando o jogo de empurra-empurra entre as polícias dos dois países com os refugiados sem ter para aonde ir, tentando asilo, mas sofrendo o descaso, apanhando, gastando dinheiro para não conseguir nada, vemos as mobilizações dos ativistas para tentar ajudar eles nesse meio, vemos a casa isolada de Julia que acaba virando uma base dos ativistas, e claro alguns atos em hospitais e delegacias, tudo bem representado para vermos todas as nuances e elementos na tela, mas que poderia ser ainda mais impactante colorido, pois embora quisessem dar o lance da falta de vida que acontece no meio da floresta, o resultado com sangue e todas as cores impactariam muito mais na tela.

Enfim, é um filme que beirou a perfeição, que vai impactar muitos e outros nem conseguirão ver tudo, mas que vale demais assistir, refletir e pensar em tudo o que anda ocorrendo no mundo, pois já foram os países do Oriente Médio, agora está sendo com a Ucrânia, e sabe-se lá aonde irá ocorrer muitos outros conflitos com suas zonas de exclusões mundo afora, então fica a dica para conferir na próxima quinta, e eu fico por aqui hoje agradecendo demais o pessoal da A2 Filmes por enviar a cabine de imprensa para que eu conferisse. Então abraços e até amanhã com mais dicas meus amigos!


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Netflix - Pica-Pau: As Férias no Acampamento (Woody Woodpecker: Goes to Camp)

4/16/2024 12:39:00 AM |

Ainda estou pensando quem em sã consciência acha que filmes de acampamento infantil bobinhos com provas e sabotagens ainda funciona na tela, de tal forma que não bastasse isso ainda colocassem rixas familiares tão ingênuas que você fica olhando e pensando em qual classificação etária pensaram quando estavam escrevendo, mas aí você pensa: "Vamos colocar o Pica-Pau, um pássaro atrapalhado que todo mundo gosta de ver, vai funcionar!". E a resposta que dou é que raspou a trave de dormir na metade do longa, pois não engrena. Claro que "Pica-Pau: As Férias no Acampamento" estreou em primeiro lugar na Netflix e deve se manter por lá até na próxima sexta que chega um blockbuster na plataforma, afinal a maioria já viu os desenhos na infância e sabem que mesmo sendo toscos acabam divertindo, mas aqui o resultado conseguiu ficar pior que o longa de 2017, e olha que lá eles se esforçaram para errar ao máximo. Um dos pontos positivos ao menos foi o de colocar mais personagens animados e conhecidos na produção (Leôncio e Zeca Urubu), mas ainda assim a trama é exageradamente boba pelos personagens humanos, e isso acaba sendo irritante de ver na tela.

A sinopse nos conta que Pica-Pau foi expulso da floresta em que morava e agora precisa achar um novo lar. Na sua busca, ele encontra um acampamento Woo Hoo, que é perfeito para fazer sua nova morada, mas há um inspetor à solta querendo fechá-lo. Pica-Pau agora terá de enfrentar esse inspetor para salvar seu novo lar, e lugar de diversão para várias crianças e jovens, com ajuda de amigos.

Nem precisava pesquisar muito para ver que o diretor Jonathan A. Rosenbaum fez muito mais séries do que filmes em sua carreira, e principalmente séries infantis e juvenis, ou seja, tem em sua proposta sempre encaixar suas tramas nesse nicho, porém a Netflix acreditou demais na trama e deu para ele algo até com uma ambição maior que o filme de 2017, só que acabou não acontecendo, pois ele entregou um longa simples demais, com uma ideia batida que já não agrada mais ninguém, e com uma pegada que acaba não convencendo na totalidade. Claro que alguns vão se divertir por gostar do personagem e de longas que são mais simples em si, porém dava para ter ido mais além, pois conseguiram fazer o principal, que era dos personagens digitais terem textura e formatos convincentes para a proposta e que soassem engraçados como nos desenhos, e digo até mais, se o filme focassem mais neles, do que na criançada, e nem colocassem os adultos em cena, o resultado seria muito melhor, pois todos fizeram caras e bocas tão bobas para seus personagens que chega a dar pena dos atores, sendo algo bem do estilo: "o que estamos fazendo por um cachê!".

E já que comecei a falar das atuações, iniciei o filme vendo dublado para ver se eram as mesmas vozes antigas, mas como não estava algo tão tradicional depois mudei, e claro que vi que o dublador original no país do personagem, Luís Manuel, já morreu tem dois anos, mas Claudio Galvan não fez feio, e entregou um Pica-Pau bem colocado e sacado, sendo atentado, maluco, mas cheio de ideias e loucuras que acaba sendo divertido de ver na tela. Outro personagem que acabou caindo muito bem na tela foi o Zeca Urubu, que realmente parecia quase uma pessoa em cena mesmo, tendo formas interessantes, e loucuras com boas cenas e uma voz bem marcante de Reginaldo Primo. E ainda tivemos alguns atos mais espaçados do gigante Leôncio, claro bem dublado por Guilherme Briggs, sendo mais um juiz dos jogos, fazendo atos atrapalhados e caindo bem nos momentos de suas cenas. Quanto aos personagens humanos vou me abster de ficar falando muito, pois já falei que foram cenas bem tristes de ver os pobres fazendo, porém a garotinha Chloe de los Santos ao menos entregou uma boa liderança para o grupo.

Visualmente diria que o acampamento foi bem trabalhado, tendo poucos ambientes usados com mais afinco, aonde visitamos com mais frequência a cozinha do outro grupo, uma sala de recreação, um quarto coletivo, e as demais cenas todas feitas na floresta e no campo, tendo claro as provas tradicionais de acampamentos, e claro todos os equipamentos que o vilão acaba recebendo sempre novas armas e traquitanas para tentar sabotar os protagonistas, ou seja, nada muito demais, mas que encaixados com os personagens digitais acabaram funcionando bem na perspectiva, e até tendo alguns atos que talvez funcionaria bem em 3D, mas não temos como saber, já que foi direto para a plataforma de streaming.

Enfim, é um filme que dei play esperando algo a mais, afinal como já disse sempre gostei do personagem na infância, mas já é o segundo filme mal feito do personagem e infelizmente esse conseguiu ser ainda pior que o primeiro no sentido da história, pois como disse nesse ao menos tivemos mais personagens digitais do desenho para tentar salvar o filme. Ou seja, não tenho como recomendar, e confesso que me desapontou demais, então fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Acho que fui bonzinho demais com minha nota, pois dava para descer ainda mais, mas como gostei dos personagens digitais vou manter assim pelo menos.


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