Retrospectiva 2011

12/31/2011 01:09:00 PM |

Chega essa época do ano, temos de analisar tudo que de bom e de ruim aconteceu em nossas vidas nos 365 dias que se passou para se programar pro novo ano fazer melhor. E analisando esse ano de 2011 na minha vida de profissional do cinema contabilizei bons resultados.

Pra começar vamos analisar os números. Em 2011 assisti 190 filmes no cinema, onde investi R$1.108,50 que poderia ser muito mais se não tivesse ganhado alguns convites e visto alguns em mostras, mas acredito que foi um valor consideravelmente bom, será que 2012 será maior?

Foram 18 filmes de ação, 21 animações, 11 aventuras, 49 comédias(entre as normais e as românticas), 4 documentários, 49 dramas,  6 ficções científicas, 2 musicais, 3 policiais, 3 romances, 13 suspenses, 2 infantis e 10 longas de terror, os quais sempre me ensinaram algo, seja bom para fazer em algum filme que eu venha produzir ou coisas ruins que não devo fazer jamais em qualquer produção.

Em resumo foi um ano bem interessante, tanto que optei por dar notas esse ano para os filmes e a média geral ficou em 7,15 coelhos, ou fui muito bondoso com os filmes ou gostei mesmo da maioria. Como falei ontem com uma amiga, sempre irei aos filmes como um expectador comum, indo sempre disposto para me divertir e aí sim opinar sobre o que achei deles analisando com o que aprendi na faculdade e com os anos que já estou fazendo isso.

Mas e os destaques? Tivemos muitos filmes que agradaram, mas na minha concepção os dois melhores filmes americanos foram: "Super 8" e "Gigantes de Aço", as duas melhores animações foram: "Rango" e "Operação Presente", os dois melhores nacionais foram "O Homem do Futuro" e "Reflexões de um Liquidificador", e os dois melhores de outra nacionalidade sem ser americana ou brasileira foram "Como Arrasar um Coração" e "As Aventuras de Sammy". Todos esses recomendo demais para ver e rever.

Os desastres do ano, que não recomendo nem como forma de suicídio foram: "Vovó...zona 3", "Todo Mundo Tem Problemas Sexuais", "Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas", "Enfim Viúva" e "Brasil Animado em 3D". Todos esses fujam com certeza que não vale nem a perca de tempo na frente de qualquer tipo de exibição.

Enfim, 2011 acaba tendo sido um bom ano no cinema, tivemos 35 filmes exibidos usando tecnologia 3D(alguns bem usados, outros não), tivemos 29 filmes nacionais o que mostra que vem crescendo o mercado e a procura também e espero que 2012 seja melhor em todos os sentidos. Novamente me colocarei a prova para tentar ver todos que sair, esse ano pulei apenas 3 filmes no cinema dos que vieram pra cá, são eles: "Never Say Never", "Glee Live" e "Amanhecer"(este por não ter visto os anteriores, 2012 prometo ver todos e fechar a série). Espero que tenha gostado da forma que sempre escrevi, procurei sempre responder todos que comentaram durante o ano e continuarei assim no demais. Abraços, Feliz Ano Novo e que 2012 seja um ano iluminado pelos projetores do cinema.
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Tudo Pelo Poder

12/30/2011 12:04:00 AM |

Filmes políticos é algo que raramente me atrai, pois nunca fui a favor da forma "limpa" que agem tais pessoas do meio. Mas ao ver quatro indicações ao Globo de Ouro (melhor filme/drama, direção, roteiro e ator para Ryan Gosling), ficou praticamente obrigatório a ida ao cinema para analisá-lo. E o que vi foi algo moldado para com certeza concorrer bem nas 4 categorias que foi indicado, e talvez até levar algumas, pois o longa tem o padrão exigido e que fez tantos outros ganhadores da competição.

O longa nos mostra como Stephen Myers, um idealista membro do staff do candidato à presidência Mike Morris cai na vida real ao descobrir as sujeiras em torno da política na corrida pela Casa Branca, em especial um caso de corrupção que ameaça a promissora campanha de Morris.

O roteiro é denso, e bem tratado pelo diretor George Clooney, o qual preferiu focar mais na direção que na sua atuação felizmente. E uma das coisas que posso ressaltar da forma que conduziu, foi a abstenção (ou eliminação optando por trilha sonora) de muitas cenas onde a maioria dos diretores colocariam diálogos extensos e cansativos, que caberiam na história, mas na minha opinião a forma escolhida agrada mais e faz o público pensar e criar sua própria história, embora não dê tantas vertentes. Enfim gostei da mão de Clooney e acho que ele se achou na direção finalmente, após outros três filmes que não foram ruins, mas também não foram bons.

É interessante analisar atores em dramas, pois ou vão extremamente bem ou são péssimos, o meio termo é apenas visto em comédias ou romances. Felizmente o caso aqui é a primeira opção, pois com bons atores e uma boa direção por trás de tudo, o qual já suou com muitos diretores experientes, então sabe o que quer ver na frente da câmera, não tinha como dar errado. Ryan Gosling faz expressões fortes para todos os gostos e atua no limite para que pudesse cometer falhas, agradou bem e será páreo duro para os demais atores que estarão concorrendo com ele. Marisa Tomei faz pouco, mas quando está em cena faz bem o seu trabalho. Philip Seymour Hoffman e Paul Giamatti fazem cabeças e agradam bem quando aparecem, a cena final de Giamatti com Gosling é de se xingar qualquer político e pessoas do meio.

A fotografia embora atual, fez uns planos que engrandecem o cinema mesmo não inovando com coisas mirabolantes, faz o básico com fechamentos de lentes e closes para que o filme mantivesse a densidade necessária. A direção de arte com certeza trabalhou em alguma eleição ou fez um trabalho de pesquisa tão minucioso que impressiona, em todos os lugares se vê adesivos de campanha e coisas eleitorais que se não fosse uma ficção poderíamos falar que estávamos vendo uma cobertura de campanha feita por alguma emissora de TV.

As trilhas sonoras usadas para pontuar as cenas que como falei acima o diretor preferiu não serem faladas caíram como uma luva, pois conseguem eximir o que o momento pede, na ordem das cenas drama, compaixão/dor e vingança. E esse belo trabalho sonoro só não foi melhor porque nas cenas que não pediam sonoridade entram destoando um pouco do que a cena está mostrando.

Enfim, ainda tenho de ver os demais concorrentes, mas que esse filme vai dar trabalho isso vai, embora não vá cair no gosto do público brasileiro em geral, tanto que na minha sessão já não havia muita gente na sala e quase metade saiu durante a exibição. Recomendo vê-lo mais como conhecimento dos candidatos concorrentes ao Globo de Ouro e provável do Oscar, que de como um filme que vá trazer alguma diversão para o público em geral, embora seja um longa intrigante pela forma que foi conduzido. É isso, encerro a semana cinematográfica e também o ano cinematográfico aqui. Mas não pense que irei abandoná-los esse ano ainda, pois ainda postarei a retrospectiva desse grande ano de filmes onde o Coelho conseguiu ver praticamente tudo. Até mais pessoal, abraços.


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A Fera

12/28/2011 11:11:00 PM |

Que minha opinião raramente bate com os críticos tradicionais da internet isso já é de praxe, mas quando vi o trailer 1 de "A Fera" não botei confiança no filme, porém ao ver o trailer 2 fiquei entusiasmado e não aguentava mais a espera por ele ser lançado após incessantes alterações de lançamentos. Nesse ínterim, fiz uma coisa que não costumo fazer, vi algumas críticas que acabaram com ele, o que me deixou com um pé atrás para ir ao cinema ver ele. Contudo apenas uma frase que costumo colocar sempre aqui nas minhas opiniões pode definir o meu sentimento pós-filme: "Cada um tem sua opinião e nada vai mudar", pois eu me diverti demais com ele, e gostei muito da modernizada que deram ao conto em que é BASEADO o filme, pois muitos esperavam ver o desenho da Disney no formato humano, esqueçam isso e vejam como uma obra à parte e garanto que irá sair feliz da sessão.

O filme nos mostra Kyle Kingson, um jovem que tem tudo: inteligência, beleza, riqueza e boas oportunidades, mas possui uma personalidade perversa e cruel. Após humilhar uma colega de classe, ele é amaldiçoado por ela para se tornar tudo o que ele despreza. Nervoso com a sua nova e horrível aparência, Kyle vai atrás da garota e descobre que só terá a sua beleza de volta se fazer com que alguém consiga amá-lo, algo que ele considera impossível.

Como disse acima, o filme tem embasamento no conto de "A Bela e A Fera", mas é mais aprofundado no livro de Alex Flinn lançado pela Editora Galera Record nesse ano. Embora seja uma história linear, o roteiro do filme agrada mesmo não tendo pontos de inflexão para que nos surpreenda com algo. É interessante e tem seu valor para principalmente aprofundar alter-egos exagerados que conhecemos em algumas pessoas e que devemos valorizar mais o interior que o exterior, mesmo que este não esteja bem exposto.

A direção soube extrair idéias do livro de forma a ficar algo literal e mais sensorial, mexendo com cores e até outros sentidos podem ser vistos no longa, poderia até ser mais enfocado nisso que agradaria até mais, porém a dose colocada está num tamanho condizente. Um ponto que poderia também ter sido mais trabalhado é a direção de atores, que embora consigam mostrar seus papéis, por serem extremamente jovens de carreira, não lhes foi extraído muito para o filme.

Entrando mais a fundo no quesito de atuação, Vanessa Hudgens está sempre com um semblante muito feliz, com sorriso estampado, e pela história de vida do personagem que é mostrada não caberia esse tipo de atuação, principalmente nas cenas antes dela ficar "aprisionada". Alex Pettyfer até consegue passar o tipo arrogante no começo, e manter esse mesmo semblante durante quase todo o filme e seu "adoçamento" está bem verossímil. Embora apareça pouco, Neil Patrick Harris consegue fazer um bom cego e tem boas falas em cena, além de algumas das interpretações mais divertidas em alguns enquadramentos. Os demais passam apenas como coadjuvantes com falas.

A direção de arte até fez bem seu serviço embora seja um pouco pobre de cenografia e locações consegue como falei acima, estimular bem o sensorial com cores diversificadas. O ponto forte do longa está sim na equipe de maquiagem que conseguiu fazer uma desfiguração completa no ator principal que ficou irreconhecível e em momento algum parece ser falsa, muito bom mesmo e se o filme fosse um pouco melhor e mais bem visto talvez valesse até alguma indicação ao pré-Oscar.

As trilhas estão bem usadas, embora exageradamente diversificada, cai bem nos momentos em que entra, ou seja quase todo o filme. O CD da trilha sonora, é algo que vai agradar com uma boa música para ouvir nos melhores momentos.

Enfim, o longa vale o ingresso sim, não vá esperando uma obra de arte nem vá querendo ver como já falei o conto da Disney retratado, que com certeza sairá decepcionado da sala. Indo ver para se divertir com um filme com doses românticas, é certeza absoluta de voltar feliz para casa. É isso, encerro por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços.


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Compramos um Zoológico

12/28/2011 01:05:00 AM |

Histórias reais estão se tornando algo comum já nas telas de cinema, e nem sempre poderá agradar a todos. Com um foco infantil, a história de "Compramos um Zoológico" ficou bem no meio termo de não agradar nem as crianças nem os adultos, pois mesmo tendo belos animais em cena num zoológico abandonado sendo emocionalmente restaurado, a história não tem o forte apelo que necessitaria para agradar nem um dos lados.

O filme, apresenta Benjamin, um pai solteiro que vive uma incrível história de superação. Após a morte da esposa, Benjamin e seus filhos mudam-se para o interior da Califórnia para renovar e reinaugurar um zoológico em decadência. Sem nenhuma experiência prévia, a família verá seus valores transformados pelo convívio com os animais do zoológico em uma experiência inebriante para toda família.

O roteiro é tão básico que nem é preciso se esforçar para pensar em nada, e com isso peca em diálogos(se é que existiram) extremamente inúteis. O problema pai e filho tão na moda nas telonas, anda até embrulhando o estômago e nessa versão não convence ninguém. Até tem alguns momentos que podem emocionar, mas o restante dos 124 minutos parecem intermináveis.

A dupla Matt Damon e Scarlett Johansson devem estar com a conta bancária tão gorda que nem se preocuparam em atuarem no longa e o envolvimento deles parecem estar tão perdidos em cena que somos obrigados a torcer para o casal mirim ou até para que algum dos animais os comam para ter um pouco mais de expressão.

Nunca fui muito afim dos longas do diretor Cameron Crowe, mas definitivamente após assistir esse longa se percebe o motivo de ficar tanto tempo parado, não se vê durante todo o longa nenhuma inovação, ou qualquer coisa que motive o espectador que pagou para ver um longa agradável se empolgar. O filme tem uma linearidade que nos primeiros 10 minutos, ou melhor vendo o trailer, já se pode induzir todas as cenas sem precisar se esforçar uma gota se quer.

Agora você deve se estar perguntando, mas nada presta no filme? Diria que algumas tomadas com os animais estão bem legais, a produção que deve ter sido feita inclusive no próprio zoológico real em que o filme se baseia deu bons ares para a fotografia. E com isso temos um passeio ao estilo Safári vendo alguns bichos interessantes, e só, pois nem as trilhas conseguiram animar o público que no meio do filme já estava conversando assuntos paralelos ou brigando com o filme, no melhor estilo de vó com novela.

Enfim, não recomendo o longa e me decepcionei, pois ao ver o trailer acreditava em assistir um bom drama familiar com animais envolvidos que é um estilo que gosto, mas na metade dele já estava irritado com o que estava assistindo. Tem toda a cara de filmes que passarão na TV aberta em breve, então economize e aguarde para vê-lo lá, claro se não tiver nada melhor para fazer no dia. Fico por aqui, mas amanhã tem mais. Abraços.




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Imortais em 3D

12/27/2011 01:23:00 AM |

Filmes épicos são considerados como um grande risco para os produtores em geral, pois gastam fábulas de dinheiro e nem sempre trazem o lucro garantido de volta. "Imortais" embora não tenha sido gasto tanto, principalmente se comparado com o último "Missão Impossível" que teve o orçamento de praticamente o dobro da produção épica, não teve uma boa repercussão nos EUA desde sua estréia por lá em 11 de novembro, mas já se pagou. Embora isso, acredito que agora com uma estréia em maior escala pelo mundo afora deva dar um bom resultado, pois hoje em plena segunda-feira de pré-estréia no último horário a sala estava abarrotada de pessoas para se divertir com muita luta, sangue e fortes estrondos transbordando pela tela.

O longa mostra que o Rei Hipérion declarou guerra contra todo o mundo grego e, para reforçar seu exército, ele tentará libertar os Titãs presos por Zeus no Monte Tártato.Para detê-lo, Zeus escolhe Teseu, um mortal que, com a ajuda de uma bela sacerdotisa, comandará o exército grego nesta batalha épica.

Sendo os produtores do filme os mesmos de "300", já estão acostumados com o que pode acontecer. Embora na minha opinião ainda prefira esse ao primeiro filme deles, claro olhando com olhos de produtor, com os olhos de um roteirista com certeza deva pender para o lado de "300", o qual possui mais história em si. O grande acerto dos produtores na minha opinião foi acertar uma equipe barata, inclusive com um diretor praticamente desconhecido, tendo apenas 2 grandes filmes em seu currículo("A Cela" como diretor e "O Curioso Caso de Benjamin Button" como 2°diretor), pois com isso pode gastar um pouco mais em cenografia.

E falando da cenografia, a equipe de arte está de parabéns, pois tudo é grandioso, com imagens colossais e planos bem abertos feitos pela fotografia, mostram tudo que foi planejado e bem executado para parecer maior ainda  Figurino impecável e claro muito sangue em batalhas violentíssimas para todos aqueles que reclamaram da falta de violência em "Conan" se deleitar e vibrar com o sangue e corpos sendo estraçalhados pelos Deuses em câmera lenta nas cenas finais.

Mas se os produtores economizaram em equipe, exageraram em um ponto que não deveria ter sido economizado, nos roteiristas, principalmente na equipe de diálogo. Estamos acostumados em filmes do gênero de ação que nunca existe diálogos bem construídos tirando raras exceções, mas aqui o que vemos são um monte de palavras jogadas e ditas ao vento que não empolgam. E embora tenha boas batalhas o longa pode ser considerado praticamente um linear sem altos e baixos de empolgação.

No quesito de atuações, temos até um bom elenco jovem(e tem os velhinhos também), e claro econômico sem grandes estrelas caras, mas que não desaponta. E embora tenhamos vários Deuses do Olimpo e diversos personagens que acabam quase confundindo a maioria que não tem uma boa noção de mitologia, o foco ficará quase sempre em cima de Henry Cavill, Mickey Rourke, Freida Pinto e Luke Evans que conseguem conduzir bem o longa fazendo boas atuações sem decepcionar ninguém.

A equipe de áudio exagerou um pouco na dose dos sons, fazendo socos parecerem bombas explodindo em diversos momentos, mas tirando esse exagero, as trilhas escolhidas recaem bem nos momentos necessários, dando uma boa condução para o longa.

Quanto falar do que todos perguntam, o 3D para os mais exigentes que gostam de ver camadas e boa profundidade, o longa não desaponta e até agrada em alguns momentos, porém para aqueles que esperam ver algo exagerado de bom nesse quesito vai sair decepcionado, pois é apenas o tradicional mesmo. E com isso, caso passe na versão normal em sua cidade será uma economia bem colocada que não perderá nada ao vê-lo na sua forma tradicional.

Enfim, é um filme bacana, com boas cenas de batalha e ação condizente, não será um filme que ficará marcado na memória mas vale como um entretenimento para os fãs de épicos. Recomendo sim ver num cinema ou se for ver em casa, recomendo o som tinindo para que seja visto como foi concebido pela equipe técnica, pois ele pede os sons fortes. Se divirta e ria principalmente pelos comentários das pessoas ao redor na sala que sempre existirão em muitas cenas. É isso, fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços.


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Missão Impossível - Protocolo Fantasma

12/22/2011 01:08:00 AM |

Manter uma franquia de modo que ela continue rentável e agrade os fãs é algo que poucos conseguiram até hoje, pois é uma missão pra lá de árdua quiça impossível, e quando o nome da franquia é "Missão Impossível" também é algo que necessita se falar muito, devido ao excesso de cenas de ação as quais fazem parte do contexto do longa, da idade do protagonista e com certeza se ainda mantem forte a ideologia da franquia para que dê público e até leve para mais uma continuação. O que assisti hoje dessa nova sequência "Missão Impossível - Protocolo Fantasma", confirma que todas as dúvidas acimas citadas podem ser esquecidas, pois o filme está com a vitalidade no eixo e sim, deve divertir muito todos que assistirem.

O longa mostra que ao ser acusado pelo bombardeio terrorista ao Kremlin, o agente Ethan Hunt é desautorizado junto com o resto da agência quando o Presidente dá início ao ´Protocolo Fantasma´. Deixado sem qualquer recurso ou apoio, Ethan tem que encontrar uma maneira de limpar o nome de sua agência e prevenir um outro ataque.

Embora os roteiristas tenham mantido a essência da franquia que são as altas cenas de ação, explosão e velocidade cadenciada, pecaram um pouco nos diálogos na minha opinião, pois se vê frases absurdas que nem uma criança diria, e com isso o que se ouvia na sessão em alguns momentos ou era um "nossa", senão um "aff" ou até altas gargalhadas em cenas que não eram para estar acontecendo aquilo. O filme além de divertido, assim como os demais da franquia, menos o primeiro que acho mais sério e complicado que todos os demais, faz boas ligações com os demais embora tenha passado um bom tempo entre o último e talvez a maioria nem deva recordar dos fatos.

Um quesito que vale ressaltar sobre o longa está na produção, afinal assim como discutimos ao sair da sala eu e mais alguns amigos, deve ter um produtor pra cada canto de cena, pois é algo exagerado o que é visto aqui, diversas locações, diversos cenários, diversos elementos cênicos. Tudo faz parte de um contexto gigantesco que a equipe de arte trabalhou muito bem criando objetos reais e alguns computadorizados que até chegam a ser engraçados de tão malucos e acho que nem o MacGyver teria pensado em coisas assim no seu tempo.

Falar das atuações é complicado, embora todos estejam muito bem em cena, como já disse acima temos muitos absurdos acontecendo, coisas que fogem completamente da realidade. Então se você for assistir como uma diversão, irá passar em branco esses defeitos e irá se divertir e gostar de tudo que vê na tela, caso contrário, se prepare para um show de reclamação de tudo que acontece. Embora o protagonista seja Tom Cruise, na minha opinião destacaria a comicidade de Simon Pegg e a sensualidade em cena de Paula Patton, que se quiserem entregar juntamente com o carro que ela desce nas cena da Índia, minha humilde casa está à disposição.

Outro ponto interessante do longa são as tomadas escolhidas, pois embora seja um filme muito ágil, se percebe a preocupação em não estar repetindo as câmeras, então o número variado de tomadas que tiveram de ser feitas para que o pessoal da edição trabalhasse foi algo bem interessante de ser visto na tela, e agradará bem aos mais exigentes.

Nem seria necessário falar, mas vamos citar a questão da trilha musical bem mantida, com alguns acordes apenas mudados, mas na tradicional abertura foi colocada em sua íntegra de forma bem interessante, e claro agora levarei alguns dias para que ela seja eliminada da minha mente.

Enfim, o longa embora tenha os defeitos que citei acima, faz valer o ingresso pago e deve lotar as salas durante todo o período de exibição, fazendo que o longa continue sendo parte de uma franquia rentável. Gostei bastante, pois serviu para me divertir com os amigos assistindo ele. Recomendo e encerro a semana por aqui, e semana que vem teremos muitos posts na última semana cinematográfica do ano, aguardem. Abraços pessoal.


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A Chave de Sarah

12/19/2011 11:49:00 PM |

Interessante dizer que venho me apaixonando aos poucos pelo cinema de outras nacionalidades, e antes se odiava filmes franceses, esse ano posso dizer que mais um veio me surpreender, o responsável nada mais é que o belíssimo "A Chave de Sarah", que mesmo mexendo em feridas do nazismo na França consegue com seu formato quebrado indo do passado ao futuro incessantemente, ligar ambas as pontas maravilhosamente. Poderia eliminar algumas cenas que podem até ser consideradas inúteis mas mesmo elas conseguem ter seu valor e incrivelmente a cena final que achei dispensável para a história foi a única que conseguiu arrancar algumas lágrimas.

A trama acompanha uma jornalista americana que vive na França e é designada para cobrir as comemorações do 60º aniversário do Vel dHiv, episódio do qual ela nunca ouvira falar até então. Ao apurar os fatos ocorridos, a repórter constata que o apartamento para o qual ela e o marido planejam se mudar pertenceu aos Starzynski, uma família judia imigrante que fora desapossada pelo governo francês da ocupação, e em seguida comprado pelos avós de Bertrand. Julia decide então descobrir o destino dos ocupantes anteriores e a história de Sarah, a única sobrevivente dos Starzynski, é revelada.

A grande sacada do filme é a intermitência dos fatos, rolando entre a história de Julia que vai descobrindo aos poucos a história de Sarah e nos deixando cada vez mais curiosos com os fatos como tudo foi acontecendo. Na minha opinião dramas devem seguir sempre esse formato, pois instiga a curiosidade do espectador, e garanto que se um dia esse longa passar na TV será um daqueles que a emissora praticamente não verá share, pois todos ficarão presos para saber o final, o qual é bem interessante.

No quesito atuação, Kristin Scott Thomas faz bem o papel de jornalista investigativa, e conhecendo alguns do meio sei bem que todos preferem muito mais a sua matéria do que ligar para a própria família, então ela consegue nos transmitir isso embora haja pequenos deslizes entre algumas cenas, mas nada que atrapalhe no total. A garotinha Mélusine Mayance também agrada demais nos seus momentos de tela, fazendo altas expressões tanto que ela fez tão bem seu papel na infância de Sarah que a parte jovem e adulta preferiram nem aparecer interpretando apenas usando fotos e cenas soltas, uma boa sacada para não eliminar o trabalho bem feito.

A fotografia do longa é muito bem feita e na cena do poster é algo tão lindo que o longa poderia se passar inteiro ali sem cansar a vista com aquele enorme plano aberto. A única reclamação que teria a fazer é que poderia ter sido usado dois tons para distinguir passado e presente, mas como os personagens são outros então nem dá tanto problema, é uma questão de preferência minha. No quesito arte embora detalhes simples foram usados, sem nada que seja efetivamente grandioso, mas tudo cai bem em cena e agrada, até o figurino bem pobre usado nos judeus ficou interessante.

Já disse algumas vezes e reforço, em dramas muitas vezes a ausência de trilha é a melhor opção, grandes acertos aqui no longa se devem a isso, o filme fica mais sério e faz com que fiquemos presos esperando algum acontecimento mais do que aquelas trilhas de filme de terror que vão aumentando o volume, e alguns dramas fazem uso da técnica. Lembrem-se menos é mais em trilhas.

Enfim, é um filme muito bom que tirando míseros detalhes, beira a perfeição de dramas, recomendo que se ainda estiver passando em sua cidade acompanhe ele no cinema, senão alugue assim que possível, pois vale a pena. É um filme de 2010 mas que caberia muito bem uma indicação de filme estrangeiro. Encerro por aqui, mas volto na quarta. Abraços pessoal.




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Roubo nas Alturas

12/18/2011 10:29:00 PM |

Cada filme que apareceu de comédia nesse ano foi uma surpresa pra mim, algumas boas outras ruins. Algumas super esperadas, outras surgiram sem nem mesmo sair trailer no cinema. "Roubo nas Alturas", teve seu trailer solto numa das sessões com mais problemas que já presenciei numa sala do Cinemark, ou seja, nem o vi direito, e quando assisti novamente foi um dos que falei, nossa vai ser mais uma porcaria do ano. E cá estou após assisti-lo e confirmar como uma das mais bem boladas tramas de uma comédia sem exageros e que diverte na medida certa com boas pitadas de um plano de roubo atrapalhado.

O filme mostra como um administrador de um edifício de luxo e seus amigos tiveram todas as economias roubadas por um trapaceiro de Wall Street, e resolvem se vingar, armando um grande assalto, pensando em recuperar o dinheiro perdido.

Com uma sinopse simples, o filme também poderia ser considerado simplório pela maioria, mas não vá assisti-lo com esse pensamento, vá pensando em se divertir como presenciei na sala onde eu estive, onde a maioria dos espectadores ali presentes pareciam estar altamente envolvidos com o longa e se empolgando a cada cena de ação bem executada pelos atores. E como já falei outras vezes por aqui, na minha opinião o cinema é isso, fazer com que o público pagante tenha um momento de descontração e saia feliz pelo que pagou. Então se os roteiristas e o diretor conseguiu fazer o público entender, se divertir e ter a satisfação de ter gasto um dinheiro em uma sessão, o filme já se faz por valer.

A trupe convocada para o longa embora sejam um pouco caricatos conseguem fazer do longa uma boa comédia sem precisar apelar para o que mais odeio nas comédias pastelões que seria as escatologias. Aqui apenas ficam nas piadas raciais características dos filmes de Ben Stiller e nas caretas tradicionais de Eddie Murphy. Mas como o plano do longa é algo mais elaborado no contexto do motivo que estão ali para roubar tudo vale. Embora Stiller tenha sua cara de bobo naturalmente aqui nas cenas iniciais até faz um exemplar gerente de hotel que estamos acostumados a ver por aí.

O longa é muito bem produzido com bons cenários e como locação escolhido o prédio de Donald Trump em frente ao Central Park de Nova York, um dos mais luxuosos hotéis para se passar a história. E com isso a direção de arte teve todo o trabalho de recriar muito bem os cenários do hotel para não ter trabalhos e está bem visto em detalhes espalhados por todo o filme. A réplica do carro de Steve McQueen também muito bem feita, é um detalhe bem valorizado. A equipe de fotógrafos também soube fazer o que o diretor quis usando planos abertos e tomadas de câmera vertiginosas nas cenas do prédio, vale prestar atenção, porque ficou bem colocado a idéia que quis passar.

Outro ponto muito bem encaixado no roteiro são as discussões sobre filmes entre os protagonistas, mostrou um conhecimento de obras relevantes que foram bem citadas e argumentadas. Ponto positivo pro pessoal da edição que não eliminou a cena embora não seja algo tão necessário ao filme, mas para os cinéfilos é uma cena agradável de ver.

Boas trilhas escolhidas para dar a velocidade que necessita nos momentos rápidos e trilhas cadenciadas marcam o ritmo nos momentos de maior tensão e apreensão, como já falei as cenas do prédio são vertiginosas e geram uma boa aflição, pelo menos pra mim, e lá a trilha quase omissa entra como fundo para ajudar a conduzir essa tensão.

Como não era algo que eu esperava nada pelo trailer, acabei sendo surpreendido e fiquei muito feliz com o que vi, recomendo com toda a certeza que o assistam, pois é diversão garantida com uma boa história. Deve agradar na medida e fazer um bom público aqui no Brasil, mesmo estando com a maioria das cópias dubladas, pois é um gênero de comédia que agrada e empolga salas lotadas como a que estive hoje. Fico por aqui, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.




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Dawson Ilha 10

12/17/2011 08:36:00 PM |

Filmes de ficção documentais, aqueles que contam a história de alguém ou algum acontecimento real, mas na forma de visão de alguém, sempre serão contraditórios ou no mínimo cansativos, pelo menos na visão da maioria das pessoas. Hoje por exemplo na sessão que fui de "Dawson Ilha 10", haviam 5 pessoas, eu e mais 2 permanecemos até o fim, mas dois saíram não estava nem na metade do longa, e põe longo nisso, pois o filme parece ter uma eternidade de duração de tão lento que é.

O longa nos mostra que em 1973, o general Pinochet lidera o golpe de estado que depõe o governo democrático de Salvador Allende no Chile. Os ministros e autoridades depostas tornam-se presos políticos dos militares e são levados para a ilha Dawson, no extremo sul do país, utilizada como campo de concentração da ditadura chilena. Lá os presos políticos são submetidos a violentos interrogatórios, trabalhos forçados, constantes torturas físicas e psicológicas. Dawson Ilha 10 representa um momento histórico que se propagou por toda América do Sul.

Nessa produção que envolveu equipe técnica do Brasil, Chile e Venezuela, o diretor até tenta nos passar a sua visão, ou melhor a visão do escritor do livro no qual o filme é baseado e pode até conseguir principalmente nas pessoas que são fãs de história, devido ao alto teor da ideologia comunista envolvida nele. Ao assistir esse filme me senti da mesma forma que quando assisti "Che", pois embora seja algo do qual já ouvimos falar no colegial não temos tanto conhecimento para saber da história de um país que não é tão explorado na mídia e a forma escolhida pelo diretor para contar não é algo que cative o espectador.

Falar das atuações é complicado pois o longa tem tantos personagens, e logo que chegam na prisão já recebem nomes de Ilha 1, 2, 3, .... e por aí vai e os guardas os chamam assim, mas entre eles se chamavam pelos nomes, então a confusão é maior ainda. Todos fazem bem seus papéis embora os guardas pudessem parecer menos abobados. Os destaques ficam com o escritor, o engenheiro/desenhista e com o médico que por aparecerem mais conseguem cativar mais os olhares do público que aguentar ficar até o final.

A fotografia que optaram para o longa na minha opinião é o que tem de melhor para retratar tanto a época/lugar onde está se passando, pois a paisagem gélida exigia mesmo o tom acinzentado e o sépia escolhido para representar os flashbacks e noticias jornalísticas caiu num tom bem colocado, claro além da sujeira/ranhuras na imagem nesses momentos. Ficou agradável. Como sempre falo filme de época sem uma boa equipe de arte é querer matar a trama, e embora tudo seja feito com planos não tão abertos para não pecar em detalhes, é notável a falta de elementos que caracterizem a época que se passa o longa e se não fosse os textos que são colocados seja em legenda ou em imagens ficaria quase impossível distinguir 1973 de alguma guerra que estivesse acontecendo agora ou mais no passado ainda.

As trilhas colocadas agradam, principalmente no momento em que é dado um violão para um dos personagens e esses começam a cantar inclusive canções que conhecemos, acredito que a cena até deve ter sido inserida depois para que desse um pouco de cadência ao longa que estava quase morto de tão devagar, e ela é a única que diverge bem do contexto do filme.

Enfim, o longa não irá agradar o público em geral, e mesmo tendo sido a opção chilena para o Oscar de 2010 acabou não sendo escolhido para estar entre os indicados de filme estrangeiro, e claro por não ser algo tão comercial acabou que mesmo sendo produzido e exibido em seu país de origem Chile em 2009  acaba sendo exibido aqui no país co-produtor apenas agora no fim de 2011, e não deve nem sequer levar meia sala nem nas capitais, pelo menos na minha opinião. Não o recomendo, mas não é um filme de todo ruim, apenas extremamente cansativo devido a lentidão dos fatos. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Até mais pessoal, abraços.



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Assalto em Dose Dupla

12/16/2011 09:50:00 PM |

É engraçado quando um filme do qual você nem sabia da existência estréia, você chega no cinema, o horário mais próximo é o dele, você entra para a sessão e se diverte com algo que você mesmo já começou absurdamente e o filme consegue ser mais absurdo impossível de modo que tudo seja genial. Essas palavras que inicio o texto é a melhor forma que encontrei para definir "Assalto em Dose Dupla", um longa que agora estou lendo roteirizado pelo mesmo maluco da franquia "Se Beber Não Case", e agora sabendo isso tudo está explicado, pois o filme é altamente irreverente, mas sem as escatologias para fazer divertir apenas usando de inteligência e acasos.

A história nos mostra Tripp que caminha em um banco, quando duas gangues diferentes, uma claramente formada por profissionais e a outra por uma dupla de palhaços, aparecem para um assalto. Ao notar o que está prestes a acontecer, Tripp aborda a bela caixa do banco Kaitlin com a intenção de protegê-la. Quando a ação é iniciada, o sistema de segurança do banco tranca as portas e mantém todos dentro do prédio. Durante a noite, um hilariante jogo de gato e rato segue, enquanto Tripp e Kaitlin tentam salvar o dia.

Ainda estou abismado com o roteiro, pois usando de apenas uma pessoa como mestre em desvendar enigmas e vários flashbacks(coisa que odeio normalmente, mas aqui foi tão bem usado que agrada), o longa nos prende com tantos absurdos acontecendo num roubo a banco que jamais pensaria em acabar o mistério da forma que acaba. Tudo é tão incomum que os filmes de assalto a banco, que voltaram a entrar na moda, nunca mais serão vistos da mesma forma pela minha pessoa. Confesso que até a metade do longa eu estava falando que porcaria de filme estou vendo, mas na hora que começa a mudar de comédia boba para um mistério com comicidades, o longa toma uma forma genial que ainda estou pasmo com o final que conseguiram. Com esse filme, afinal não sou fã dos "Se Beber Não Case", os roteiristas Jon Lucas e Scott Moore entram pro meu hall de grandes roteiristas de comédia.

Quanto da atuação, tirando Patrick Dempsey que está em foco a todo momento e faz muito bem seu papel, os demais acabam se tornando coadjuvantes, mas quem pensa que estragam o filme em momento algum os que estão sempre em foco alternando com Dempsey agradam em cheio. Os personagens secundários poderiam ser eliminados, mas daí seria muito pouca gente envolvida na proposta que o filme quis, então apenas os ignore.

No quesito de direções, o diretor poderia ter abusado um pouquinho quebrando mais o filme e necessitando menos de flashbacks, mas como falei foi usado da melhor forma e não atrapalha a sintonia do filme. A direção de arte nem tinha porque arrumar muita coisa, afinal estamos em um banco, e este está bem caracterizado para a necessidade do longa. A fotografia me pareceu um pouco envelhecida, mas não foi dito datas na história, então não era necessário, mas os planos escolhidos estão bem usados para poder dar o ar "policial" que a trama pede nos momentos finais.

Enfim, é um filme bem feito, engraçado e bem tramado, o início até pode parecer bem estúpido, mas com as devidas explicações do miolo, fará todos saírem satisfeitos. Recomendo como uma boa diversão sem as tradicionais nojeiras que acontecem normalmente nas comédias do estilo, ainda contém as piadas bobas, mas não atrapalha. Fico por aqui hoje, mas essa semana teremos muitas atualizações por aqui. Até mais pessoal, abraços.


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Amanhã Nunca Mais

12/10/2011 05:21:00 PM |

Vigésimo nono filme brasileiro dos 181 filmes que vi no cinema neste ano, mostra que enfim a produção e distribuição de filmes nacionais aumentou, claro está muito longe ainda de ser uma potência, mas já vemos um crescimento agradável, tanto no quesito técnico quanto de histórias. Outro ponto que me surpreendeu é que surgiram muitos diretores iniciantes, e que principalmente mostraram garras para sair da mesmice que assombrava nosso cinema. "Amanhã Nunca Mais" se enquadra nessas duas estatísticas, tanto por fazer um filme um pouco diferente dos nossos padrões, e por ser o filme de estréia do diretor Tadeu Jungle, e se tenho algumas palavras para definir o longa é diversão com uma dose de desespero. Só terminaria ele de forma diferente para aí sim ficar excelente.

O filme conta a história de uma noite extraordinária na vida de um homem que não sabe dizer “não”. Walter precisa buscar o bolo de aniversário de sua filha e o que parecia ser uma tarefa simples se mostra fora de todos os costumes. Aquela noite de sexta-feira nunca será esquecida e Walter nunca mais será o mesmo.

O diretor que também está na equipe de roteiro, consegue amarrar a história colocando problemas em cima de problemas e cada vez o protagonista parece estar mais enrascado que tudo, e pelo andamento do longa, o qual tem um bom ritmo, tudo parecia nos levar para uma solução completamente fora dos padrões que me deixaria extremamente animado e feliz da mesma forma que fiquei o longa inteiro.

Lázaro Ramos, é um ator multi-facetas que só tem um pequeno problema pra seguir o mesmo rumo que Wagner Moura e se tornar "O" ator brasileiro, são seus altos e baixos em todos os longas que atua, pois ele começa por baixo, tem um alto miolo de todos os filmes e termina mediano, e isso não foi apenas nesse longa que vi, ocorre em todos. Mas tirando esse detalhe do protagonista ter essa pequena variação de interpretações, ele consegue conduzir bem o filme ao trombar com coadjuvantes que em muitos momentos até tentam roubar a cena com suas desventuras, e todos agradam de forma divertida. Somente a personagem da esposa de Lázaro, Fernanda Machado que achei meio apagada demais. Destaque do longa fica na minha opinião para o personagem de Maria Luisa Mendonça que fez de sua Miriam um personagem excepcional.

Nos quesitos técnicos quando vi o nome de Ricardo Della Rosa("Lope", "O Homem do Futuro") na fotografia já sabia que o que veria seriam imagens bem trabalhadas e câmeras ousadíssimas e ele cumpre exatamente tudo isso que com certeza proposto pelo diretor faz planos detalhes e imagens abertas de forma bem incomum, o que agrada. Aliado por uma boa direção de arte que valorizou objetos riquíssimos em todas as cenas desde o hospital até uma doceira meio incomum, e colocando entre tudo isso as diversas locações bem escolhidas conseguem retratar a loucura que é a cidade de São Paulo.

Em resumo, é uma boa comédia, a forma inusitada me lembrou um pouco o filme "Uma Noite Fora de Série" que assisti o ano passado, mas ainda fico com a versão brasileira do estreante Tadeu Jungle que mostrou ter uma boa mão e escolher uma boa equipe para comandar em suas produções. Recomendo com a única ressalva de que faria diferente o final para ser algo mais inteligente da parte do personagem. Encerro essa semana dominada pelo gatinho malvado de botas nas salas daqui do interior, e até sexta que vem pessoal. Abraços.


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Noite de Ano Novo

12/09/2011 09:57:00 PM |

É engraçado como alguns filmes que você não dá nada podem conter elementos que te fazem sair sorrindo da sessão. Fui assistir "Noite de Ano Novo", meio que já sabendo o que esperar, um filme lotado de atores que estão em voga e uma história sem roteiro nenhum que tudo se ligasse no final. E o que vi foi isso, mas com algumas pitadas de bom humor e duas histórias de fundo que até agradam bastante, são as de Michelle Pfeiffer e Hillary Swank, não que as demais sejam ruins, mas as principais ficam nelas.

No novo filme do diretor Gary Marshall, que nos mostrou "Idas e Vindas do Amor" no dia dos namorados, agora em "Noite de Ano Novo" ele nos apresenta novos personagens durante a véspera de Ano Novo. O filme celebra o amor, a esperança, o perdão, uma segunda chance e um novo começo, no entrelaçamento de histórias de casais e solteiros, em meio à pulsação e promessas da cidade de Nova York, na noite mais deslumbrante do ano.

O longa como já fez no seu filme anterior possui várias histórias soltas que no fundo até tem alguma pequena ligação(sendo que duas surpreendem pelos seus finais inesperados). Pra falar de todas as histórias meu texto ficaria imenso e como já disse algumas vezes não é a minha intenção. Vou falar de um "erro" diria assim para a história dos bebês, que na minha visão embora o final até traga uma pequena mensagem interessante, achei meio desnecessária e fica apenas como um enchimento e veia cômica instalada no filme. O lance do casamento no início até é interessante para dar o motivo do atraso de Josh Duhamel, mas é desnecessário também. Se tivesse mantido o foco nas 4 histórias de Michelle Pfeiffer, Hillary Swank, Bon Jovi e Ashton Kutcher talvez o filme ficaria mais conciso e agradável, não que não seja divertido e interessante, mas caberia melhor.

Embora seja utilizado o mesmo pano de fundo de seu filme anterior, o diretor soube conduzir melhor a mão nesse e com histórias mais interessantes e menos açucaradas, deve agradar mais as pessoas que no seu filme anterior, o qual faz um merchandising no final que pela primeira vez me agradou(hilário). A questão de arte super bem produzida, acho que deva ter sido filmado na virada do ano passado, mas se não foi gastaram muito com isso também. A fotografia não teve nada de surpreendente preferindo não pecar por exageros, mas bem feitinha.

No quesito atuação, tem gente demais para falar, todos estão bem interessante, tirando alguns papéis inúteis como falei acima poderiam ser cortados para dar mais enfase nos principais. Uma coisa que me intriga é que o De Niro deve tá precisando de dinheiro assim como estava o Nicolas Cage ano passado, pois esse ano já o vi em pelo menos uns 5 filmes, sempre como coadjuvante de luxo. Os destaques ficam para Hillary Swank, Michelle Pfeiffer e porque não para Josh Duhamel que fazem boas interpretações e tem as principais histórias nas mãos.

No quesito musical, temos boas músicas além das que já aparecem no trailer, aleluia algum que manteve as do trailer, unidas com as cantadas por Bon Jovi e Lea Michelle que agradam também. Ficou interessante o dueto à distância.

Enfim, não é algo que você vá ao cinema e saia nossa vi um filmaço, mas não é tão ruim quanto eu esperava ser, deve agradar a todos que procuram apenas uma diversão para ver no cinema, sem precisar pensar numa história profunda. Recomendo com essas considerações apenas. Por hoje é só, amanhã talvez tenha um que não vi da semana passada e só nessa semana em que "O Gato de Botas" dominou as salas de cinema. Até mais pessoal, abraços.


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Os Especialistas

12/05/2011 11:52:00 PM |

Filmes baseados em fatos reais, em sua maioria são dramas, aparecer um de ação policial são pouquíssimos, pois em sua maioria possuem fatos que não podem ser contados. A história vista aqui em "Os Especialistas", embora seja baseada num livro que conta a história vivida por Ranulph Fiennes, muita coisa acredito ter sido inventada, pois sem querer estragar a trama mas o próprio personagem de Fiennes só aparece no final do longa, então o que ele pode saber sobre o que aconteceu antes ou depois do que ocorre com ele podem ser considerado tudo como boatos. Porém tirando a ideologia de como fatos reais, o longa tem uma boa trama policial, até poderia ser considerada como "criminosa", pois são a elite dos eliminadores, como o próprio título em inglês diz "Killer Elite" mas vou parar por aqui senão daqui a pouco entupo o texto de spoilers.

A sinopse do filme é simples e não revela muita coisa, Danny é um ex-fuzileiro naval do Serviço Aéreo Especial da Grã-Bretanha que acaba sendo forçado a sair de sua aposentadoria para salvar seu mentor, mantido em cativeiro. Juntos, eles lutam contra o líder de uma sociedade militar secreta e precisam se livrar de três assassinos contratados para matá-los.

Embora seja uma trama envolvente, o longa possui um dos principais problemas das produções do gênero de ação policial, que é manter os espectadores presos com atenção durante toda a duração do filme, que é alongada por quase 2 horas de projeção. O filme é extremamente complexo e alguns pontos acabam sendo nem tanto revelados e em certos momentos mesmo necessitando de extrema atenção para se entender a idéia do longa, o filme da uma certa canseira e faz com que percamos a atenção na tela.

Falar de atuações, quando se tem um time formado por Jason Statham, Clive Owen e Robert De Niro é uma das coisas mais fácil de se fazer, e poderia passar horas aqui falando sobre cada um deles, todos conseguem eximir ao extremo todo o seu potencial para o longa seja em cenas de ação onde Statham sai pulando por todos os cantos da tela e mostrando golpes de luta em quase 100% do longa ou ainda por mostrar um De Niro, mais velho e experiente mas mesmo assim ainda impacta com sua presença nas cenas que aparece, até poderia ser um pouco melhor, mas são poucos os momentos que fica em tela. Agora um perfil novo temos para Owen, que se mostra completamente diferente do que já vimos em suas atuações e em seu visual(agora com bigode), embora não seja um vilão nato que tanto gostaria de ver nas telas fez bem o papel que lhe foi proposto.

Um ponto interessante de notarmos no longa é a direção de arte voltada para os anos 80 que é onde se passa a história do filme, o trabalho foi bem feito nas cenas onde existe a preocupação em mostrar elementos, e nas cenas de rua com os carros típicos da época (que não são poucos, devem ter chegado numa fábrica e pego todos os possíveis para enquadrar em cena). A fotografia empregada também ajuda por não empregar tantos planos abertos, o que facilita bem o serviço da arte para não necessitar de tantos objetos de cena da época. O tom usado nas cenas desérticas de Omã também ficaram bons, pena o filme não ter ficado tanto por lá, que seria algo mais interessante em quadro.

As trilhas sonoras é um ponto que merecia ter sido melhor analisado antes da conclusão do filme, pois diversos momentos entra uma trilha de suspense tão forte e alta que a cena em si nem pede tudo isso, parecia mais estar num filme de terror monstruoso onde o vilão iria atacar a mocinha do que num filme de ação. Nesse quesito o longa se perdeu bastante.

Enfim, é um longa razoável, não é ruim mas poderia ser melhor. O que me surpreendeu foi ter a sala lotada tendo pessoas sentadas desde a fileira A até a fileira K, sobrando apenas 2 ou 3 poltronas, o que deve fazer os cinemas permanecer com o longa mais semanas e até mesmo transferi-lo para uma sala maior. Recomendo ele mais para fãs do gênero ação policial, que já sabem o andor e como é a condução de um filme desse tipo, pois para os demais vão achar um longa cansativo e até reclamar ao término do mesmo. Encerro por aqui, mas essa semana ainda tem mais um post por aqui, então abraços e até breve pessoal.


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O Gato de Botas 3D

12/04/2011 04:43:00 PM |

Acho que 2011 já pode ficar marcado como o ano das melhores animações no cinema, pelo menos na minha opinião até agora. Quando vi o trailer de "O Gato de Botas", sinceramente não esperava nada dele, achava que apenas contaria a história do gato até se tornar o que aparece no "Shrek", mas muito pelo contrário, é um longa a parte com história bem própria e que agrada em cheio por usar elementos western juntamente com lendas já conhecidas como "João e o Pé de Feijão".

O longa faz com que conheçamos o divertido Gato de Botas desde seu nascimento, como um fofo gatinho, até ele se tornar o felino visto em Shrek. No filme, Gato de Botas irá se juntar a mais dois amigos, Humpty e Kitty para tentar capturar a famosa e cobiçada ganso que põe ovo de ouro. Será que essa quadrilha vai conseguir concretizar o plano?

Com um roteiro voltado para todos, o filme faz rir em diversos momentos tanto com os personagens principais quanto com os elementos figurantes que nos divertem a cada aparição (destaque para os gatos do beco mais principalmente para a gata que dá tiradas), elementos western colocados tais como janelas e o clima árido engrandecem o cinema animado pois não fica na mesmice de sempre e com esse timing que foi visto já em "Rango" esse ano, o diretor conseguirá agradar até os mais críticos por aí.

A direção de arte do filme soube valorizar elementos pequenos que aparecem por todo canto caracterizando a pequena vila onde o longa se passa e ao contar o passado do Gato com Humpty, todos ficamos mais dentro do contexto ainda do longa.

Com trilhas sonoras sempre marcadas por violões e castanholas, o longa segue no mesmo ritmo deixando a aventura rolar solta numa boa velocidade, apenas diminuindo um pouco no miolo, que chega a ser um pouco cansativo, mas não atrapalha pois volta a empolgar no final agradando com um bom fechamento para a história. E com a clássica dança final que já estávamos acostumados no "Shrek", acompanhados dos gatos músicos do beco.

Quanto do 3D, usaram bastante a profundidade de campo em tudo tanto que ao tirar o óculos vemos muitas imagens embaçadas na maioria do longa, porém não espere nada vindo em direção da tela. Também foi usado em alguns momentos a câmera em 1ª pessoa que agrada também, mas acredito que não é um filme necessário de se assistir com a tecnologia.

Enfim, é um bom longa, muito bem desenhado e que fez por incrível que pareça a sala lotada de crianças que pareciam querer destruir as poltronas antes de começar o filme, ficarem todas quietinhas durante o longa todas e saírem felizes da sala, ou seja agrada os pequeninos bem mais que o nosso último "Shrek" que a garotada já estava pulando no meio da sessão. Para os pais ou adultos que forem assistir a garantia de risadas é válida pois como já visto nos filmes da Dreamworks o pessoal sempre põe boas piadas adultas no meio do longa. É isso, recomendo o longa pra todos, e deve lotar as salas na próxima semana quando estrear. Fico por aqui, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.




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Os Muppets

12/03/2011 09:44:00 PM |

É interessante assistir a animações que nos remetem à lembranças de infância, "Os Muppets" foi um dos desenhos que mais acompanhava quando criança e assim como "Os Smurfs" tem um pedaço da minha memória dedicado exclusivamente à eles. Porém deixada a infância de lado, e falando mais sobre a obra cinematográfica, o que assisti hoje foi algo divertido, porém achei exagerado os atores "cantores" nos seus momentos musicais, claro pode ser que seja devido a dublagem da música, mas ainda fico com a opção dos atores parecerem estar mais em um concurso de sapateado do que num filme. Quanto dos bonecos um show a parte em todos os quesitos, tanto que na sala que assisti tanto os adultos(relembrando sua infância) quanto as crianças que acabaram conhecendo agora os fantoches, empolgaram com o filme e já estavam juntos na contagem regressiva final, torcendo pelos personagens.

O filme mostra que após três fãs dos Muppets descobrirem o plano do malvado Tex Richman de destruir o Teatro Muppet e ter acesso ao petróleo que está no subsolo do terreno, eles tentam reunir Caco, Miss Piggy, Gonzo, Fozzie e Animal, agora espalhados pelo país, para organizar um show beneficente e salvar o estúdio de cinema das garras do ganancioso vilão Richman.

O ponto interessante do roteiro é conseguir agradar tanto às crianças, pois os bonecos são carismáticos, sempre foram, e agora de forma bem incorporada à realidade atual, eles foram contextualizados de modo que nem mesmo o mais saudosista ficasse preso aos bonecos no passado e com isso diverte os adultos até os mais chatos. A única coisa que deve incomodar mesmo, é o lance de ter vindo apenas com cópias dubladas, afinal é um filme Disney teoricamente voltado apenas para crianças, e com isso dublaram até as canções feitas pelos protagonistas humanos, que pareceram soltos na trama.

Como já falei acima, não gostei dos atores, principalmente o vilão que na sua parte de cantoria eu quase me recusei a ouvir tampando os ouvidos, é algo desastroso. Na minha opinião deveriam apenas seguir atuando e deixar a cantoria apenas para os bonecos que aí sim agradariam. Todo o elenco de apoio que aparece para dar um gás na trama fazendo o mesmo que ocorre sempre nos Teleton reais, agrada pois fazem apenas os seus "papéis reais".

A trama convence e emociona, por tratar do tema de resgate à amizade e na busca de todos que algum dia pode fazer você feliz, e com isso deve gerar aquela pequena lágrima em alguma cena e/ou fazer com que você no final esteja torcendo pelos bonecos e querendo socar o vilão que até tem jeito para ser ruim, mas consegue fazer caras tão bobas que dá mais vontade de socar ele pelas caras do que pelas maldades em si.

As músicas dubladas estão agradáveis, mas as originais grudam mais na cabeça assim como a do trailer que toca também durante a cena da faxina. Confesso que quero assistir a versão original para poder tirar conclusões melhores, mas isso somente quando sair nas locadoras.

Enfim, é um bom filme que recomendo ver com a família toda, pois os mais velhos irão recordar e os mais novos vão conhecer o que era um bom programa de TV, aqui cabe um parênteses com a sacada do filme ao mostrar as porcarias da TV que as crianças gostam de ver hoje. Poderia ser melhor, mas vale o ingresso. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.


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Imaturos (IMMATURI)

11/29/2011 11:57:00 PM |

Quando falo que comédias não precisam usar de escatologias nem de coisas pesadas para fazer rir e agradar uma sala lotada, muitos falam que estou errado. E eu repito aqui, hoje a sessão da 7ª Semana Pirelli estava com um coro alto de pessoas para ver "Imaturos" (Immaturi no original) e todos se divertiram por demais com uma comédia leve, bem feita e bem trabalhada com um tema sério e bem tratado que é os estudos entre um grupo de amigos já com uma boa idade, a sinopse diz melhor que eu, então vamos a ela.

Giorgio (Raoul Bova), Lorenzo (Ricky Memphis), Piero (Luca Bizzarri), Luisa (Barbora Bobulova), Virgilio (Paolo Kessisoglu) e Francesca (Ambra Angiolini): o que eles têm em comum? Há 20 anos eram colegas de classe. Mas, acima de tudo, eram amigos e formavam uma turma. Então, algo aconteceu e o grupo deles se desmanchou. Mas em breve voltariam a formá-lo, pelo menos por alguns dias, pois o Ministério da Educação cancelou seus exames finais e eles deverão refazê-lo. Perdendo, assim, todos os títulos alcançados sucessivamente. E, por isso, vão se reunir novamente, como nos velhos tempos, com algumas rugas a mais e cabelos a menos e com o desejo de sentir o gosto da juventude e do aprendizado, já que aquele tempo já passou. Uma comédia sentimental que mostra uma geração confrontando sua vida após 20 anos e que passou por diversas experiências, entre sonhos e decepções.

O mais interessante na história é a forma que tudo é confrontado entre os amigos, como a história flui, muitos ao lerem a sinopse e assistirem ao trailer poderiam dizer, nossa é quase o "Gente Grande" do Adam Sandler na versão italiano, eu diria mais que sim pode se assimilar bem ao filme americano, claro removendo todas as escatologias, palavrões e piadas fortes do filme do Sandler, e se pra mim foi o filme americano foi uma das grandes belezas do ano passado pegando pesado, aqui a leveza traz pra tela um filme prazeroso de assistir e ver as confusões dos amigos num encontro passado 20 anos.

O diretor soube dosar as histórias individuais e coletivas de cada personagem de modo a não cansar em cena e os conflitos são expostos em boas doses sem a preocupação com a velocidade. Ai você me pergunta, mas e como fica o ritmo do filme? Eu respondo da seguinte forma que ficou no ritmo mais agradável de se assistir, sem pressa e nem parado, tudo se encaixa e tudo flui, e o principal ponto obrigatório da comédia nos faz rir.

Os atores, não são os melhores que já vi, mas conseguem mostrar bom carisma em cena, divertir e até emocionar em certos momentos, então não posso reclamar de nada. Eles conseguem conduzir a trama com um bom senso que poucos atores mais em alta não conseguiriam nunca. Destaque para Ricky Memphis e seus pais em cena que me fez rir horrores (e também pensar se não devo fugir logo de casa!) e para Raoul Bova que já tinha gostado de sua interpretação no filme de sábado("Ninguém pode me julgar") e agora faz um psiquiatra que sabe resolver os problemas dos outros mas não os seus próprios.

Outro ponto que souberam colocar de forma agradabilíssima foram as trilhas e narrações (as quais já vi que todo filme italiano de comédia tem), pois aqui pelo menos ela está no contexto com o programa de rádio e nele além de narrar alguns acontecimentos, o personagem de Luca Bizzarri escolhe as faixas tocadas somente com grandes canções, um show além de falar o que acontecia no ano em questão, enfim um belo programa de rádio.

Com tudo o que falei, não tem como não recomendar, é uma obra de arte das comédias, agrada na medida e faz as suas quase duas horas de projeção passar que nem se nota. Recomendo que assim que sair em DVD ou se passar em algum cinema, todos vejam pois vale muito a pena. Encerro por aqui hoje, mas amanhã tem mais, não do italiano pois é um documentário então não faz muito meu gênero, mas não vou deixar vocês sem posts. Abraços e até mais pessoal.

PS: A nota até poderia ser maior caso o diretor fechasse o elo iniciado na primeira cena, mas foi uma opção deixar em aberto e não voltar nela, pelo menos acho assim.


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Os 3

11/29/2011 04:30:00 PM |

Filmes brasileiros andaram por muito tempo desaparecidos do mercado principalmente por serem feitos em sua maioria como uma liberação do ego do diretor e não focar tanto no que o público alvo deseja ver nas telas. De um tempo pra cá (mais ou menos 2-3 anos) a produção vem crescendo tanto que só nessa semana estou com 3 em cartaz aqui, sendo esse o segundo que vi, mas ainda fica a pergunta no ar: São muitas as produções feitas no Brasil que o público quer ver? Ainda não muito. "Os 3" tenta fazer uma mistura de reality show com drama num filme e até pode funcionar com o público em geral, mas ainda está longe de ser algo que qualquer um vá pagar para ver.

O filme nos mostra três jovens universitários vindos de pontos diferentes do país que se conhecem durante uma festa e tornam-se inseparáveis. Alugam um apartamento juntos e de tão próximos passam a ser conhecidos como "Os 3". Eles passam quatro anos mergulhados nesta amizade, mas com o fim da faculdade, e tendo de seguir adiante com suas próprias pernas, eles aceitam transformar o apartamento em que moram num cenário de reality show, onde tudo está à venda e onde eles mesmo são os personagens.

A idéia do longa é bem diferenciada, e acredito que seja isso que está fazendo todos os críticos por aí gostarem tanto do filme. Ok, a idéia é boa, mas cabe apenas uma boa idéia agradar? Na minha opinião não. Pois o filme embora divertido e com boas sacadas tem um aspecto sujo e embora tenha um final passível e aceitável, o longa não empolga, é linear apenas com boas sacadas espaçadas durante seus 80 minutos.

Outra boa sacada do longa são as atuações, pois embora "pessoas comuns", os atores tentam atuar dentro do longa e isso faz com que nem sempre precisem estar perfeitos em cena, e muitas vezes não estão principalmente qualquer um que não seja os 3 protagonistas. A química entre os três atores também está bem legal e realmente passam como sendo colegas mesmo de quarto com alguma intimidade aflorada.

O interessante do filme que mesmo sendo uma produção tecnicamente barata, está presente variados objetos interessantes para uma direção de arte valorizada, claro pois faz parte do contexto a venda de produtos, mas aí é que entra o problema, esqueceram de avisar a direção de fotografia para valorizar isso, e os planos quase sempre abertos não valoriza nada que está em cena a não ser a atuação, fechando o foco apenas para detalhes de rostos.

Enfim, o filme não é ruim, tem um bom roteiro e bons atores em cena, só achei que ele acabou sendo mais um filme de festival para críticos idolatrarem e menos um filme para ser vendido comercialmente para o público, agora entendo o porque dos cinemas daqui colocarem ele apenas em horários alternativos, pois não que eu não recomende ele, só que nem todos vão gostar e alguns ficarão com sono. Encerro por aqui, mas a noite tem mais do cinema italiano. Abraços pessoal.


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Sucata (RUGGINE)

11/29/2011 01:04:00 AM |

Enfim surge na minha opinião o melhor filme do Festival Italiano, "Sucata"(Ruggine no original) é um longa de tema pesadíssimo sim, mas foi tratado pela diretora Daniele Gaglianone com luvas de seda e ao mesmo tempo que faz você se contorcer na poltrona com os sentimentos de dúvida e medo das crianças de uma década onde brincar era o único afazer das crianças de uma periferia, nos faz pensar num tema tão atual que convivemos que é a pedofilia.

Norte da Itália. Final dos anos Sessenta. A difícil pré-adolescência de uma turma de crianças imigradas do sul da Itália, no desolado bairro de Alveari, na periferia de uma cidade grande. Na terra de ninguém, entre a cidade e o campo, um grande depósito – com um imenso monstro de sucata enferrujada – é o lugar de brincadeiras e aventuras. De repente, surge outro monstro, um "ogro" de carne e osso. Duas meninas são estupradas e assassinadas, e repentinamente tudo muda: os conflitos entre gangues adversárias, explorações, primeiros sentimentos tímidos, e a busca frenética pela identidade dentro do grupo, tudo é excluído pelo perigo, naquele verão medonho que cada um levará na memória como um fardo insustentável. Trinta anos depois, Sandro, Carmine e Cynthia ainda estão marcados pelas recordações daquela experiência inesquecível e traumática que deixou sinais profundos.

Já nas primeiras cenas do longa, meu queixo foi parar no chão com uma fotografia feita a meia luz iluminando duas crianças num lugar abandonado, e os planos escolhidos completamente atípicos nos faz envolver e até em certos momentos estar presentes com os protagonistas, seja na versão criança ou na versão adulta. Não queria nem estar falando dessa forma por se tratar até de um spoiler imenso, pois até mais da metade do filme ainda ficamos na dúvida se são as mesmas crianças os adultos, mas como a própria sinopse já explicita vamos continuar, pois creio que não vá estragar tanto a beleza do filme. E essa capacidade de incluir-nos na trama são pouquíssimos diretores que tem o dom de conseguir. Ainda estou maravilhado com isso.

As atuações beiram a perfeição, e quem já trabalhou com crianças sabe o drama que é, pois todas se divertem em cena e transmitem a sensação necessária a cada cena, de crianças pobres, ingênuas e que tem apenas um ferro-velho como "parque de diversão" para se divertirem e lá é onde surge o "monstro" que mais uma vez mostra ser um real monstro da interpretação que já vimos em "Vincere" que é Filippo Timi, segundo filme que assisto dele e me impressiono como suas facetas conseguem demonstrar tudo que sai de suas palavras.

A direção de arte, soube ajudar o longa colocando elementos cênicos usando a melhor característica do menos é melhor, pois deixando o bairro o mais pobre e descampado tudo consegue girar ao redor das atuações e do enredo, pois se rebuscasse com elementos dos anos sessenta vislumbraríamos mais a cenografia que o filme em si, mas não pense que faltou algo, que tudo está lá, o carro, as roupas e até a forma de condução dos personagens, que aí já se apela para a boa direção.

A trilha amarra o longa de forma a manter o suspense/drama que envolve tudo, e também com dosagens minimalistas não o rebusca e faz o que precisa, que é nos deixar tensos presos à poltrona do cinema.

Enfim, um excelente filme, que recomendo totalmente que todos assistam. A experiência de ver ele poderia até ter sido mais gratificante se o Cinemark não tivesse dado tantas bolas fora em parar o filme 5 vezes, sendo uma de mais de 20 minutos, mas algo maior me fez ficar na sala até o fim e sair feliz por ter visto algo maravilhoso, mesmo que o filme não seja para nos deixar feliz. Encerro aqui nesta madrugada, mas amanhã tem muito mais por aqui nessa maratona que está valendo a pena por alguns filmes e principalmente por alguns outros motivos profissionais.

PS: A nota poderia ser de 10 coelhos, e até posso dar ela assim que assistir o filme em casa, mas como no cinema houve todos essas pausas, o filme acabou tendo a magia maior que é a degustação ser ser interrompida quebrada.


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Jardim Das Folhas Sagradas

11/29/2011 12:34:00 AM |

Leiam os três itens acima no pôster, pronto está dito o filme "Jardim das Folhas Sagradas" por completo, pois ele não irá fugir delas: a questão ambiental (além de todo o verde envolvido no filme o protagonista é vegetariano), preconceito racial (mais do que o envolvimento da discórdia de ter um negro na chefia de um banco famoso, existe ainda a questão homofóbica envolvida) e o conflito religioso (que aqui além de envolver o candomblé mixa a briga que envolve as três principais ideologias da Bahia, as religiões católicas, umbanda e evangélica), misture tudo isso e você terá um resumo do filme completo, porém o que poderia ser mais bem explorado, acaba sendo jogado para os leões julgar e acaba sendo um filme para uma minoria e os que não forem adeptos de qualquer um dos pontos que o longa escolhe como "correto" acabará saindo como preconceituoso ou sem entender ou as duas coisas juntas.

O longa de ficção é construído a partir de Bonfim, um bancário bem sucedido, negro e bissexual, casado com uma mulher branca e de crença evangélica. Ele vive na Salvador contemporânea e recebe a incumbência de montar um terreiro de candomblé no espaço urbano. Para isto, enfrentará a especulação imobiliária numa cidade de crescimento vertiginoso, o preconceito racial e a intolerância religiosa. Este homem, embora questione a tradição da própria religião, tem a missão de montar um ambiente sagrado e de respeito à natureza, superando as contradições e conflitos trazidos pela modernidade. 

O filme que conta com uma fotografia muito interessante voltada para os tons verdes, já que a preocupação ambiental existe e é iminente desde todo o trabalho que o protagonista diz ter com a natureza, mas o problema maior do longa está em ser feito para poucos entenderem, pois voltado para as crenças do candomblé muitos acontecimentos do longa passam em cima dos rituais, e com isso as outras causas tais como a bissexualidade do protagonista, a divergência do candomblé com o vegetarianismo e até o preconceito racial com relação a grandes cargos passam batidos do longa e se perdem no emaranhado que o diretor quis mostrar. E ele mesmo acaba sendo preconceituoso com relação às evangélicas, ao zombar dos atos que fazem, não que elas não façam todas aquelas coisas ridículas, mas não era necessário evidenciar.

Como não sou a melhor pessoa para falar sobre religião aqui, caberia nesse momento meu professor de Ciências Sociais, Luis Rufino, melhor explicar o filme pois como um bom antropólogo que ele era saberia explicitar melhor os problemas do longa, então vou me abster de tentar entender o longa como um filme para o público em geral e apenas dizer que não gostei de nenhuma atuação nem da forma como a narrativa do filme flui. A única resposta que busco é como um filme desse cai nas salas de cinema, com muitas cópias espalhadas pelo Brasil enquanto filmes que são bons acabam sendo jogados apenas em algumas salas? Definitivamente nunca irei entender a distribuição brasileira de filmes.

Para não julgar mais, apenas falo que não recomendo o filme para ninguém a não ser que você seja um antropólogo ou estudioso do candomblé e queira ver apenas um filme com uma boa fotografia, mas sem uma resolução adequada. Encerro por aqui, mas daqui a pouco a crítica do filme italiano de hoje. Abraços pessoal e peço que não me julguem por se o filme existia alguma coisa a mais que eu pudesse captar.

PS: A nota está embasada apenas na fotografia que achei bem bonita, ao misturar o verde com cenários urbanos da Bahia.


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Bar Sport

11/28/2011 01:06:00 AM |

Filmes tradicionais italianos, acabam sendo indigestos para o público em geral, e "Bar Sport" entra nesse time, pois é algo tão incomum que mesmo sendo um festival onde a maioria das pessoas gostam de filmes "diferentes", algumas pessoas acabaram saindo praticamente não estava nem na sua metade.

O Bar Sport é muito mais que um simples bar. Em cada cidade, em cada país, existe um Bar Sport, sempre com as portas que dão para a praça principal. Mais que um local de encontro é um ponto de referência que une diferenças num único espaço, um universo de situações e personagens que já encontramos pelo menos uma vez na vida ou que gostaríamos de encontrar. O Bar Sport, gerenciado por Antonio, também conhecido como Onassis devido à sua avareza, é frequentado: por Tennico, o sabe-tudo que conhece todo mundo; pelo playboy que conta suas aventuras improváveis​​; pelas velhinhas com aspecto inocente e almas pérfidas que sempre sentam na mesinha de canto; pelo inventor que detém o recorde do fliperama; pelos jogadores de bilhar prontos para o eterno desafio com o bar rival Moka; por aqueles que passam dias jogando cartas; por jogadores de futebol, ou melhor, do futebolzinho do bar; pelo namorado deprimido; pelo "Cinno" que sonha em se tornar um campeão de ciclismo; pelo velho que passa o tempo assistindo televisão e cuspindo no chão; pelo professor que dá boas notas para as meninas; por outras personalidades tão simples, quanto excêntricas. Tudo acontece sob os olhos sonhadores da bela moça do caixa, pela qual todos se apaixonam, mas que é louca pelo fascinante padeiro. Além disso, o Bar Sport divulga os feitos dos grandes esportistas que entraram para a lenda do esporte, como Piva, o jogador de chute poderoso adorado pelos torcedores e o grande Pozzi, o invencível ciclista envolvido numa eterna disputa com o famoso Girardoux. Enfim, amor, desafios, cappuccinos, aventuras, viagens, campeões, filhos, avós, sexo e merengues: esses são os temas centrais do filme, uma espécie de "bíblia" da comédia italiana.

Com a sinopse acima, a qual conforme falei no inicio do Festival retirada do site http://www.cinemaitaliano.com.br/7semana/filmes.php , já explica o longa completo para todos, e pasmem, acontece exatamente tudo que está descrito ali, claro colocado muitas animações, ao meu ver indigestas, para tudo que é dito ou mostrado em cena. Não que o longa seja ruim, mas é completamente diferente do que estamos acostumados a ver, e com isso não agrada, cansa e faz pensar se algo desse gênero chama público no país de origem, acredito eu que sim, afinal não trariam para um festival algo que não fosse tradicional deles.

As atuações são estranhas, mas se repararmos na ideologia do filme e for em qualquer boteco de esquina daqueles que sempre tem os tiozinhos lá, iremos reparar nos trejeitos dos personagens que foram bem caracterizados, claro de forma exageradamente escrachada, mas está tudo lá conforme colocado na sinopse acima. A atuação de Giuseppe Battiston (um tipo característico que lembra um pouco Zach Galifianakis) está melhor aqui do que no filme que apareceu na sexta-feira ("Filhos das Estrelas").

Um dos pontos favoráveis que gostei do longa está na direção de arte, pois como falei sobre as características dos botecos de esquina, está tudo muito bem colocado minuciosamente, até o doce que nunca é vendido e está na vitrine a anos só esperando que alguma alma doida o coma, então no quesito visual o longa agrada e bastante, até nos momentos exagerados fora do bar tudo é bem colocado de forma interessante. Claro sempre pecando pelo exagero, mas fazer o que. Porém a nota que darei se considerará pela caracterização apenas, pois me agradou e muito.

Enfim, o filme não deve agradar a praticamente ninguém no Brasil, a não ser aquelas pessoas que dão risada de qualquer besteira, pois havia um senhor na sala que ria de tudo, até imaginei ele estar vendo outro filme diferente do meu. Então não recomendo ele, a não ser que você seja desse estilo que falei, senão do contrário você fará o mesmo que alguns fizeram, desligarão o filme ou sairão da sala apenas. Encerro hoje por aqui, mas nessa segunda tem mais filmes aqui no blog. Abraços pessoal.


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