Netflix - Instinto Assassino (Dangerous)

Demorei praticamente um mês desde o lançamento para dar play no longa "Instinto Assassino" na Netflix por achar que seria uma trama bem boba de tiros e vingança, que não levaria nada a lugar algum e que me decepcionaria imensamente com o resultado entregue, mas o elenco principal era tão bom que todo dia olhava para o filme na lista e pensava em dar o play, e hoje resolvi encarar, e basicamente tem uma história bem simples, mas bem montada de um jovem que já foi um assassino violentíssimo da máfia, mas que está em tratamento com um psicólogo bem maluco, e que sempre tem recebido cartas do irmão afastado, até o dia que precisa ir no velório do irmão e lá encontra algo a mais do que as boas memórias que gostaria de refletir. E claro depois disso muitos tiros, lutas, e pedaços voando, afinal o instinto do protagonista sem seu remedinho fica bem bom! Ou seja, não é um filme que você se surpreenda, ache tudo incrível e vá sair desesperado falando o quanto ele é bom, mas é honesto dentro da proposta, traz boas atuações, e uma ideia até que interessante do que os vilões buscavam ali, no que o irmão do protagonista estava aprontando, e claro a mudança de temperamento do personagem principal, ao ponto que tudo engrena bem, e o fechamento acaba sendo ainda mais interessante para termos uma continuação, e assim mais matanças vindo por aí. Quem curte o estilo vai gostar da proposta, principalmente se não for esperando muito, e assim como fui dessa forma, gostei bastante, e recomendo ele.

A sinopse nos conta que um ex-presidiário e sociopata reformado, Dylan Forrester, está tentando discretamente cumprir sua liberdade condicional, com a ajuda de um suprimento constante de antidepressivos de seu excêntrico psiquiatra. No entanto, quando seu irmão morre sob circunstâncias misteriosas, Dylan quebra a liberdade condicional. Lidando com uma agente do FBI em seu encalço, Dylan vai tentar descobrir a verdade por trás desse crime. Ele viaja até uma remota ilha para investigar o desaparecimento de seu irmão, mas logo é recebido por um bando de mercenários armados, que desejam algo que o irmão de Dylan estava escondendo. O ex-presidiário precisará de toda sua astúcia e habilidade tática para sobreviver a essa armadilha - e lidar com seu passado.

Diria que o diretor David Hackl quis entregar algo tão básico que acabou acertando em algo com uma desenvoltura tão boa e simples que dificilmente irá acertar novamente, pois seu filme não tem enrolações, não tem algo que prometesse muito, tendo a base na vontade do protagonista em assumir seu lado obscuro de assassino, mas também querendo estar de volta para a família, de ser uma boa pessoa que o psicólogo conseguiu domesticar, e as conversas entre o protagonista e o psicólogo são geniais e muito bem encaixadas, criando dinâmicas que você querendo matar todos os vilões, mas só ficar olhando para ele ali amarrado, no meio de um tiroteio imenso, mas tendo de pedir permissão, e isso junto com todo o achado, com toda a barganha e os ensejos acabam saindo melhor que a ideia toda. Ou seja, ele fez o certo, colocou bons personagens e desenvolveu, sem ficar explorando passados, sem precisar explicar nada, dando o básico para o espectador e conseguindo que ele entrasse no clima, o que é perfeito de ver, e assim sendo o resultado funciona bem demais. O único adendo é que colocaria vilões menos palermas, pois aí teríamos um algo a mais, mas o filme mudaria por completo.

Sobre as atuações, se no começo da carreira só falávamos de Scott Eastwood como o filho do Clint, agora cada dia o jovem surpreende mais com bons trejeitos, e trabalhando sínteses mais curtas acaba chamando muita atenção, ao ponto que aqui seu Dylan tem muita personalidade, tem um carisma mesmo sendo um assassino e consegue trabalhar para que torcêssemos para ele, ou seja, faz tudo de uma forma tão bem colocada que acabamos querendo ver ele liberar seu instinto, e a hora que pega a munição já sabemos que vai quase ter altas sensações com a metralhadora, o que agrada demais, ou seja, foi perfeito para o papel e tem muito futuro ainda para surpreender mais. Mel Gibson ficou incrível como um psicólogo maluco com mais problemas que o paciente, se segurando para a bebida, falando com ares chamativos, e trabalhando trejeitos muito bons de ver, ao ponto que poderia ter uma esquete em qualquer programa humorístico apenas com ele dando conselhos malucos pelo telefone que agradaria demais quem quiser rir do começo ao fim. Kevin Durand até teve algumas boas nuances com seu Cole, mas faltou ativar um ar mais malvado, mais surtado para que seu personagem tivesse um ar de vilania maior, pois alguns atos seus pareceu até estar cansado em cena, e isso é ruim. Quanto aos demais, vale destacar apenas a mãe do protagonista pelas atitudes meio que explosivas sem pensar no que o filho estava fazendo, mas sabendo tudo o que já fez, que Brenda Bazinet acabou entregando muito bem, e também o ar desesperado e malucão de Brendan Fletcher com seu Massey, enquanto destaque negativíssimo vai para Famke Janssen que sabemos ser uma tremenda atriz, mas aqui entregou nada em cena.

Visualmente o longa tem um bom estilo, tendo o apartamento do protagonista sendo bem representado no começo para mostrar seu treinamento e seu tratamento, a casa do psicólogo bem equipada com uma mistura de clínica com bar, já que bebe horrores ali, e a pousada na ilha também foi bem representativa, com a blindagem bem interessante (mas estranha com uns buracos meio nada a ver, aonde o cara consegue atirar de dentro para fora, mas não de fora para dentro), um galpão meio exótico com uma cela (sabe-se lá para que), e um porão bem trabalhado recheado de elementos de guerra bem interessantes, que certamente deu um bom trabalho para a equipe de arte montar tudo se não existiam realmente aquilo (o que acho difícil, provavelmente já sendo parte da visitação da ilha). Ou seja, juntando esses bons lugares, com muitas armas, várias coisas sendo usadas também como arma pelo protagonista (meio ao estilo John Wick de ser), e muita violência com sangue voando para todo lado pela maquiagem bem imponente, o resultado visual acaba agradando bastante.

Enfim, é um longa que quem for esperando pouco receberá bem mais do que a trama aparenta, e que com um desenvolvimento bem encaixado e boas cenas de violência acaba chamando atenção, dando a entender que terá uma continuação, então deixo a dica como sendo melhor visto dessa forma, pois quem for esperando um filmão de ação pode se desapontar um pouco, mesmo tendo bons atos com tiros e socos para todos os lados. E é isso meus amigos, vale o tempo gasto, e recomendo ele dessa forma, e assim eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.