Os Estagiários

8/31/2013 12:16:00 AM |

Existem alguns filmes que você vai assistir esperando uma coisa e após ver, sai da sala com outra ideia completamente diferente. Quando vi o gênero comédia, e dois atores que fizeram rir muito em outros filmes, já criei uma expectativa do que iria encontrar, mas embora não tenha saído do cinema com dor no maxilar de tanto rir de "Os Estagiários", vi como uma empresa pode mesmo que criando um novo produto de sua gama, fazer com que o merchandising excessivo não deixe um filme monótono. E aliado à saga moral de que em equipe tudo pode funcionar, no melhor estilo de filmes esportivos que estamos acostumados a ver, o longa consegue agradar tanto aos nerds de plantão que irão entender todas as piadas, gírias e afins que utilizam durante toda a exibição, quanto aqueles que não entendem nada de computação e queiram apenas um entretenimento numa sala escura.

O filme nos apresenta Billy e Nick como sendo vendedores cujas carreiras foram bombardeadas pelo mundo digital. Tentando provar que não são obsoletos, eles desafiam as chances e conseguem um estágio na empresa Google, junto com um batalhão de brilhantes estudantes. Mas ganhar o estágio foi apenas o começo. Agora eles devem competir com um grupo de elite de gênios da tecnologia provando que necessidade é mesmo a mãe da reinvenção.

O roteiro que Vince Vaughn assina é interessante pelo fato de mesmo sendo cheio de clichés tradicionais, conseguir transformar um produto, o qual com toda certeza patrocinou, pagou, cedeu instalações, equipe e tudo mais, num filme inteligente por mostrar que a rivalidade tecnológica está cada dia mais destruindo funções básicas e ao mesmo tempo em que ajuda, atrapalha por acabar com certas convivências do dia a dia. E da forma que o diretor Shawn Levy optou por segurar a trama colocando desafios e até mesmo uma partida de quadribol mais nerd impossível, o longa consegue se manter agradável, não sendo nem uma obra de arte nem algo piegas de assistir, tornando ele bem leve e divertido na medida de passarmos pelo menos a maior parte do filme com um sorriso no rosto, claro que tirando o cara do meu lado que se duvidar saiu mijado de tanto rir, e em alguns momentos imaginei que ele estivesse vendo outro filme diferente do meu. No geral o saldo é que será mais um daqueles filmes que veremos passar em 150 mil horários na TV aberta, pois faz o gênero de qualquer canal.

As atuações embora pareçam bem exageradas em certos momentos, conseguem agradar por ser possível determinar o estilo de cada personagem logo no início, claro que isso acaba sendo um cliché enorme, mas funciona bem em comédias. Vince Vaughn poderia ficar mais voltado para escrever, pois não diverte mais como antigamente, aqui seu papel é bacana por vermos nossos pais que não têm nem noção do que é mexer em sites e tudo mais na internet, mas cadê o humor tradicional que fazia? Owen Wilson é outro ator depois de "Meia-Noite em Paris", e consigo enxergar um ator mais encorpado com interpretações e menos com humor bobo e isso é até mais interessante de ver nele, espero que mantenha, pois é bem mais agradável assim. Josh Brener é o novo Jesse Eisenberg no quesito desespero, fazendo suas primeiras cenas quase narrando seus textos na velocidade 100 palavras por segundo, mas no andar geral consegue depois cativar o espectador para o seu papel e acaba com interpretações interessantes. Aasif Mandvi coloca seu sotaque indiano tão forte no filme que mesmo que quisesse mostrar não ser indiano não conseguiria, e o jeito "mal" de ser que impõe para testar os estagiários é muito bem feito, divertindo mesmo não sendo o ponto cômico do filme. Tobit Raphael vai precisar de muitas aulas para seus próximos filmes, pois no primeiro além de um personagem forçado, não demonstrou querer engrenar em nenhum momento. Max Minghella consegue fazer bem o papel de arrogante mimado, mas poderiam ter explorado um pouco mais um lado forte dele para que virasse realmente um "vilão" ou antagonista para realçar o personagem que acaba ficando no limbo na maior parte do filme, quem sabe não mostraria mais seu potencial. Tiya Sircar consegue demonstrar uma habilidade interpretativa interessante que provavelmente adquiriu depois de tantas séries, acredito que em breve assumindo um papel maior consiga se destacar mais ainda do que já fez bem nesse filme. Dos demais atores que não são poucos que participam no filme, vale a pena destacar apenas algumas pequenas cenas de Rose Byrne e Dylan O'Brien, pois os demais apenas surgem em cenas não fazendo muito para se destacar. Além desses toda a figuração da equipe real do Google saiu muito bem e o presidente e fundador Sergey Brin consegue aparecer notavelmente em duas cenas inclusive com fala para claro ter seu primeiro título como ator.

A sede do Google já é um tremendo cenário para qualquer filme que quisesse mostrar um ambiente tecnológico diferenciado e com isso a equipe de arte teve pouquíssimo trabalho para elaborar muita coisa fora do que já possuíam, e conseguiram bem inventivamente trabalhar para que o resultado ao menos visual fosse agradável e divertido, sem precisar apelar para escatologias e coisas do tipo que muitas comédias americanas andam usando para divertir, com isso o resultado final ficou bem bonito na tela grande e deixa os nerds sonhadores com mais vontade ainda de trabalhar num escritório da empresa. A fotografia optou trabalhar com cores bem vivas para realçar a modernidade e dar velocidade ao filme, além disso, souberam na boate não exagerar em brilho para não soar apelativo.

A trilha sonora consegue ser um ponto a parte do filme, usando de músicas antigas e novas, encaixando cada uma no melhor momento possível que poderia ser usada. E além do setlist muito bom, conseguiram trabalhar bem nos momentos onde não entra nada cantado, apenas ritmando bem para segurar a velocidade do longa lá nas alturas.

Enfim, não posso afirmar que foi a melhor comédia que já vi, mas me agradou muito tanto pela forma de um produto ou marca ser trabalhado sem que o merchandising matasse a ideologia de filme, e com isso acaba tendo um resultado mais positivo do que negativo, divertindo como entretenimento e agradando de forma maior a todos que gostam bastante de tecnologia, afinal quem consegue viver sem o Google? Então que tenham muitos estagiários e profissionais competentes por trás para que continuemos usando essa ferramenta. Poderiam apenas não ter exagerado tanto em clichés e colocado umas piadas mais engraçadas e humoristas mais fortes na trama para ser um filme perfeito, mas aí estaria exigindo demais de Hollywood. Fico por aqui hoje, mas ainda nessa semana temos muitos filmes para postar aqui, então abraços e até breve pessoal.


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Camille Outra Vez

8/29/2013 11:57:00 PM |

Analisar filmes franceses é algo que me deixa sempre sem chão, pois eles gostam demais de comédias dramáticas que aqui colocamos como comédias românticas, porém a grande diferença é que lá a vida parece ser mais real nos filmes, pois não necessariamente tudo tem de acabar de forma bonitinha. Com essa prerrogativa "Camille Outra Vez" foi aclamado na França sendo indicado a 11 César, mas assim como as comédias românticas americanas que são indicadas ao Oscar não levou nenhum. Porém a diretora e protagonista merecia ter levado algo no quesito atuação, pois consegue harmoniosamente se rejuvenescer bem durante todo o filme.

O longa nos mostra que Camille tinha dezesseis anos quando conheceu Eric. Eles se apaixonaram e tiveram uma filha, porém, vinte e cinco anos depois, o casamento acaba e Eric a abandona por uma mulher mais jovem. Na noite de 31 de dezembro Camille, de repente, se vê novamente em seu passado, onde reencontra seus pais, seus amigos, sua adolescência e Eric. Será que ela vai tentar escapar de seu destino e mudar a vida dos dois? Ou será que ela vai amar de novo mesmo já sabendo o final de sua história?

O filme é bem leve, possui uma forma inteligente de uma adolescente enxergar como é a sua vida mais velha, mas já vimos tantos filmes que contam a mesma história que praticamente nada pode nos espantar, porém a diretora Noémie Lvovsky conseguiu a proeza de se autodirigir de forma tão convincente que mesmo seu corpo não parecer tanto uma adolescente e estar com uma personalidade velha também na cabeça, ela conseguiu demonstrar a jovialidade com leveza e alguns momentos que sempre fogem de nossa memória acabam soando belos quando bem demonstrados a não lembrança. Outro fator que agrada bastante é que o ritmo escolhido para trabalhar é na medida não deixando o longa nem cansativo demais nem apressado para mostrar tudo sem encher linguiça.

As atuações estão bem seguras e todos praticamente aparecem nos dois anos em que se passa o filme conseguindo ser caracterizados tanto quanto à época em que estão no quesito figurino/cabelo quanto na condução dos personagens em trejeitos. Noémie logo que volta no tempo não consegue aparentar jovem, tanto que já estava ficando bravo com o filme por querer me enganar apenas com um corte de cabelo, mas conforme vai se adequando a idade do personagem passamos a ver ela realmente como uma adolescente e esse trabalho é dificílimo de conseguir convencer o espectador da idade física/mental do personagem e ela no geral conseguiu bem. Samir Guesmi já não conseguiu convencer de ter 41 anos no momento que aparece "velho", aparentando continuar como o garotão da maior parte do filme, embora tenha praticamente essa idade mesmo, sua versão jovem, no entanto é bem interessante e completamente convincente tanto na forma de se portar quanto no estilo e trejeitos. Os demais atores aparecem sempre intercalando ou ajudando os protagonistas a terem suas ações no filme, tendo destaque mesmo apenas em alguns momentos, mas nada que tenha sido relevante valendo apenas algumas emoções de Yolande Moreau.

O que mais valeu no filme com toda certeza foi o trabalho da direção de arte juntamente com a equipe de maquiagem e figurino, pois estes sim trabalharam e muito para conseguir caracterizar todos os atores em duas épocas, além de usar na maior parte do filme objetos de cena de 1985, tendo um cuidado exímio para que a retratação mesmo que fosse piegas ficasse agradável de ver na tela, e conseguiram assim fazer um trabalho perfeitamente épico sem precisar apelar. A fotografia trabalhou com uma gramatura um pouco amarelada no passado e mais puxado pra tons escuros no presente principalmente para retratar os dois momentos da protagonista.

Enfim, um filme bacana, gostoso de ver, mas que por se assemelhar com muitos que já vimos acaba sendo mais um apenas, claro que muito mais bem feito do que os que conhecemos, mas ainda assim é mais do mesmo. Vale a pena ver num momento de relaxamento para relembrar os anos 80 em um filme que tenta ser diferenciado por usar atores mais velhos como adolescentes, mas é só isso. Fico aqui encerrando a semana cinematográfica, mas amanhã já inicio a nova que teremos muitos posts aqui no blog então abraços e até bem breve.


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Sem Dor, Sem Ganho

8/24/2013 01:05:00 PM |

Antes que eu apanhe das minhas seguidoras mulheres, filmes violentos que envolvam exagero acadêmico, carros turbinados, mulheres e alto nível de testosterona, são poucas as que irão gostar, então garotas não é porque um filme vai estar cheio de homens fortes sem camisa que é um filme que vocês vão ficar satisfeitas com o que verão. Pronto, dito isso já me defendo do que pus no Facebook e reitero que "Sem Dor, Sem Ganho" já pode ser considerado um dos filmes mais baratos e mais bem feitos de Michael Bay, pois ele consegue fazer, apenas usando os atores e nada de efeitos especiais saindo por todas as partes, um filme com bom roteiro, ótimos diálogos, contar com muita diversão e ainda se não fosse baseado em fatos reais ser preso por ter uma mente doentia com as cenas fortes que mostra em close durante o filme, tanto que a classificação é 18 anos, mas quem curtir tudo isso que citei junto com uma trilha sonora da melhor qualidade com certeza sairá da sessão muito satisfeito sendo homem ou mulher.

O filme nos situa na Flórida, onde Daniel Lugo é um fisiculturista que sonha com o chamado "sonho americano", no qual tem dinheiro à vontade para levar a vida como quiser. Para alcançar este objetivo ele conta com a ajuda de um colega, Adrian Doorbal, e do ex-presidiário Paul Doyle. Juntos eles planejam o sequestro e a extorsão de um conhecido criminoso local, Victor Kershaw. Só que, ao realizarem o golpe, eles não contavam com as inevitáveis consequências que ele traria.

O mais interessante do filme é que apesar de brucutus como protagonistas, o conteúdo explorado pelos diálogos envolve uma mente brilhante que qualquer um poderia falar: "o cara ficou loucão com os anabolizantes e saiu fazendo tudo isso", mas se ele estivesse loucão não teríamos os diálogos bacanas, as boas sacadas de roteiro e tudo mais, pois como é dito logo na primeira cena e reiterado na penúltima esse filme é baseado em fatos reais, então o trabalho dos roteiristas em adaptar os artigos duma revista foi feito com exímio esforço para ficar altamente interessante. E Michael Bay soube trabalhar enquadramentos e recortes na montagem de uma forma incrível para que o longa mesmo sendo bem violento e machista, acabasse divertindo o público que pagou ingresso para assistir, amenizando um pouco a experiência chocante que é ver principalmente as cenas do segundo roubo.

Nunca imaginei que falaria isso, mas Dwayne "The Rock" Johnson finalmente conseguiu atuar em um filme sem ser apenas um brucutu e seu papel é o mais divertido de tudo, pois junta o fanatismo religioso, com testosterona na veia e cocaína no nariz, bata isso no liquidificador e tenha o personagem do garotão. Mark Wahlberg que costuma atuar numa linha mais calma, nesse filme parece estar ligado no 220V e é quase irrespirável suas cenas devido o desespero que faz tudo, mas sempre maquinando seu cérebro para que o personagem fosse o mais pensante da equipe, realmente mostrou um bom papel. Anthony Mackie é daqueles atores que poucas vezes decepcionam em um filme, sendo correto em todas as feições, fazendo drama quando precisa, e aqui ele faz tudo isso e ainda diverte em algumas cenas, ou seja, mais um ótimo papel, porém não ficou tão forte para aparentar ser da trupe dos monstrões bombados. Rob Corddry faz 3 ou 4 cenas e convence quando aparece, só poderia ter sido mais rígido talvez no momento da assinatura, que acabou soando um pouco falsa. Tony Shalhoub é outro que soube trabalhar muito bem suas faces e mesmo nas cenas que está de olhos vendados consegue demonstrar cada trejeito facial perfeitamente, além de segurar muito as pontas dos diálogos com The Rock. Agora dois nomes coadjuvantes que conseguem parar as câmeras em todas suas cenas pela forma de condução e trejeitos é Rebel Wilson e Ed Harris, ela consegue com um diálogo no miolo e um no final mostrar que é a gordinha mais foda de Hollywood e Harris é a voz da experiência, que consegue dar um charme investigativo na medida para seu personagem e agradar bastante. Ken Jeong e Bar Paly até agradam nos seus personagens, mas podemos considerar eles mais como participações do que como parte do elenco mesmo.

Embora seja um filme que trabalhe com pessoas ricas, o luxo foi algo bem economizado na produção do filme, utilizando mais os carros e frentes das casas para demonstrar poder e evitando mostrar muitos elementos cênicos que precisassem demonstrar riqueza, e com isso conseguiu enganar bem nos lances mais ricos para trabalhar somente alguns carros possantes e adequar mais a elementos de academia e do esconderijo, ondem puderam fazer as torturas e coisas mais bizarras possíveis com os objetos arrumados pela ótima equipe de arte. A fotografia conseguiu mixar uma grande paleta de cores com tons puxados para o marrom que suja um pouco a imagem, mas consegue passar a ideia de suor e desarmonia que o filme quer mostrar, e aliado aos recortes estáticos que foram colocados na edição deu um ar que lembra muitos filmes bons das antigas.

A trilha sonora mixa ótimas canções de Rock dos anos 90 com uma trilha instrumental da pesada criada para dar um ritmo mais frenético ainda ao filme, que nem parece ter 130 minutos, ou seja, diversão na medida com trilha de bom gosto.

Enfim, um filme da melhor qualidade que choca por ser violento e mostrar tudo em detalhes, tanto no quesito mental dos personagens quanto em suas ações ríspidas, como disse no início muitas mulheres não irá gostar, mas claro que existem exceções que sairão tão felizes quanto os homens que forem assistir, então recomendo apenas com a ressalva de quem não gostar de ver boas doses de tortura e matança evite, do restante é agradar com certeza. Fico por aqui nessa semana de poucas estreias, aguardando tanto a programação na terça-feira quanto as estreias da próxima sexta. Abraços e até lá pessoal.


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Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos

8/22/2013 01:36:00 AM |

Quando vejo que um longa é baseado num livro sucesso de vendas já começo a ficar preocupado, pois os últimos que tentaram quebrar os paradigmas e emplacar nos cinemas, como alguns que foram records de bilheterias, acabaram sendo pisoteados pela crítica e pelos fãs dos livros. Pois bem, hoje com a estreia de "Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos" embora tenha escutado de algumas fãs que ficou bem diferente do livro, a conversa entre elas era de satisfação pelo menos com o que viram, e como filme posso afirmar que está anos-luz mais bem produzido e dirigido do que muitos até que emplacaram bilheterias mesmo sendo péssimo em tudo (já sei que serei odiado por alguns, então quem não entender a piada não precisa ficar bravo ok?). O único problema do longa é que são 6 livros prontos para serem adaptados, sendo que o último nem foi lançado ainda e vai saber o que se passa na mente de uma autora que a cada dia aumenta seu público, então teremos novamente aquela síndrome de cada ano um novo lançamento, afinal "Cidade das Almas" mesmo antes de saber o resultado do seu predecessor já está em pré-produção. E como gostei do que vi hoje, tirando as fãs berrantes durante quase toda a sessão, pela primeira vez estarei torcendo para que uma nova saga dê certo nos cinemas.

A sinopse nos mostra que um mundo oculto está prestes a ser revelado... Quando Clary decide ir a Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que testemunharia um assassinato - muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer... Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.

Como todo filme fantasioso temos de nos abster de certos precedentes para tentarmos entrar no clima que é proposto, pois se formos analisar tudo friamente acabamos nem aproveitando o filme e menos ainda conseguindo ver a essência que a história pode contar. Digo isso, pois muitos irão falar que esqueceram de colocar mais a cidade normal que a moça vive na trama, esqueceram de mostrar detalhes do livro, alguns personagens parecem enfadonhos, mas espere, mude sua visão para assistir uma trama de cinema, esqueça um pouco o livro, e veja se o filme conseguiu cumprir com a proposta dele, que é como primeiro de uma série apresentar todos os elementos, quem é quem, e ainda ter um começo, meio e fim proposto, temos isso? Sim, temos e muito bem feito, com efeitos razoáveis tudo bem, mas com elementos cenográficos de primeiríssima linha, com uma história bem desenvolvida, alguns atores precisam levar um pouco mais do choque que suas armas soltam para ver se acordam, mas mesmo assim o diretor Haralt Zwart cumpre bem seu papel e consegue desenvolver um roteiro da melhor forma que um blockbuster pode começar colocando tudo no seu lugar e agradando conforme prometido para um longa de fantasia/suspense com pequenos deslizes que não atrapalham tanto.

Das atuações, como disse no parágrafo anterior, o diretor vai precisar dar algumas palmadas em alguns para que eles se liguem como é atuar com fantasia, pois muitos aparentavam não estar acreditando naquilo que vivenciavam, e isso faz com que a trama perca força, além de alguns personagens que com toda certeza devem ser bem mais fortes no livro e aqui pareceram ser meros enfeites, como por exemplo, o personagem de Jared Harris que sendo um ator mais velho na trama poderia ter assumido algumas responsabilidades e acabou ficando pra escanteio. Lilly Colins, embora muitos a odeiem, eu gosto de sua interpretação meio perdida fazendo cara de espanto pra tudo, e aqui como tudo é novo para o personagem acaba agradando essa sua faceta, claro que num segundo filme terá de ser trabalhado para que não vire uma campeã de framboesas de ouro como outras protagonistas de filmes fantasiosos. Jamie Campbell Bower passou por todas as sagas campeãs de bilheteria de filmes do gênero e sabe fazer boas performances na tela, mas está longe de ser o galã que acredito que muitas leitoras imaginavam do livro. Fiquei com dó de Kevin Zegers que não teve nem tempo de se defender de sua pose já sendo assumido logo no primeiro filme, então não sei o que esperar dele nas próximas, além de que no momento de maior ação acaba ficando de fora, fez bem nas cenas que apareceu mais a frente do quadro. Jemima West era desconhecida pra mim, mas parece que faz bastante sucesso em séries, e sua interpretação forte se o diretor não prender ela capaz que passe por cima até mesmo da protagonista, pois a garota sabe aparecer bem na tela. Robert Sheehan é o campeão de repetição de frases, não sei se é assim no livro, mas chega a dar nervoso de tão besta que é seu papel, e aparentemente pelo que li nos próximos seu personagem começa a se destacar, já irei começar agora a rezar para o diretor conseguir fazer isso com ele, não que o ator seja ruim, mas o personagem tem muitos momentos bobinhos demais. Agora se tem algum ator que gostaria de um plus nos próximos filmes tanto pelo personagem que me interessou, quanto pela atuação boa que fez em apenas duas cenas que aparece é Godfrey Gao, realmente soube pesar bem quando entra em cena, impostando a voz e mostrando respeito e olha que é seu primeiro filme hollywoodiano. Jonathan Rhys Meyer é outro que precisa trabalhar um pouquinho mais suas maldades, sair quebrando tudo para convencer como vilão malvado que é, mas no quesito interpretação até consegue agradar na forma que trabalha os diálogos, só precisa ser mais mal. Os demais personagens possuem tão pouco momento de tela que nem vale muito a pena falar, mas fazem bem seus papéis de bruxas, vampiros e lobos, dando um destaque um pouco maior pelas caras interessantes de CCH Pounder no momento de sua transformação.

A equipe de produção sabe bem como investir dinheiro na composição de arte, visto os demais filmes que já fizeram, por exemplo, a série "Resident Evil", e além disso a direção de arte está nas mãos da mesma equipe de "Jogos Mortais", ou seja, não falta elemento cênico nenhum para crítico algum botar defeito, tudo que é possível ser mostrado é desenhado nos mínimos detalhes, aparecendo até em close para que o espectador veja e ligue a trama de forma coerente. A equipe de fotografia soube trabalhar bem com a equipe de efeitos especiais, para que não tivéssemos tantas sombras e falhas como costumam fazer e isso agradou bastante na telona. Os efeitos poderiam ser mais assustadores e menos enfeitados, pois alguns momentos até soam falsos, mas no geral agrada bem e funciona para a trama.

Outro fator bem inteligente do longa é ter trabalhado já com músicas bem encaixadas de Demi Lovato e Jessie J nos momentos corretos, sem que ficassem somente jogadas na trama ou servindo de fechamento para crédito, e aliado a uma boa trilha orquestrada que segura bem nos momentos mais tensos, a parte musical consegue dar ritmo para os 130 minutos de duração fazendo oscilar exatamente como deve tencionando nas cenas tensas e botando correria quando tem pancadaria pra todo lado.

Enfim, gostei bem mais do que imaginava e com certeza irei esperar pelos demais, claro que como disse temos de tentar separar bem o que é livro e o que é filme para não termos tantas reclamações, quanto da crítica especializada veremos também opiniões bem favoráveis ou bem negativas, onde não será possível ver o meio termo. Eu recomendarei ele para todos que me perguntarem, mas vá ao cinema e tire suas próprias conclusões e depois comente aqui com a gente. \Fico por aqui hoje, mas na sexta já verei o único que estreia por aqui além desse, abraços e até lá pessoal.


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O Filho do Outro

8/20/2013 11:54:00 PM |

Algumas pessoas já andam falando que virei a casaca completamente por andar apaixonado por muitos filmes franceses, mas se posso falar com sinceridade a última leva deles de filmes dramáticos que andam aparecendo por aqui não tem como não gostar, é praticamente um misto de um roteiro bem argumentado com técnica apuradíssima de produção, então não tem como dar errado. Porém falta ainda uma coisa para que eles fiquem perfeitso, uma divulgação e distribuição de qualidade pelo país, pois muitos acabam nem passando nos cinemas ou vindo com uma defasagem imensa, esse é o caso de "O Filho do Outro", um drama altamente interessante tanto pelo lugar onde se passa como pela situação que envolve que é algo que andava um pouco sumido dos cinemas, mas que sempre gera filmes interessantes que é a troca de bebês na maternidade que acabam descobrindo seus pais biológicos somente numa certa parte de decisões da vida. E aqui o buraco é bem mais embaixo, já que envolve duas cidades/países que vivem em briga altamente explosiva Tel Aviv(Israel) e Cisjordânia(Palestina). Portanto é daqueles filmes que você pode esperar de tudo e agrada bastante pelo final interessante proposto.

A sinopse nos mostra que enquanto prepara-se para ingressar no exército de Israel e prestar o serviço militar, Joseph descobre que não é filho biológico de seus pais e foi trocado no nascimento com Yacine, criança de uma família palestina na Cisjordânia. A vida dessas duas famílias é subitamente abalada por essa revelação que as obriga a reconsiderar suas identidades, seus valores e crenças.

Nem é preciso falar muito do roteiro com a sinopse mostrada acima, já que todos sabem muito bem pelo que assistimos nos telejornais todos os dias de como é a relação entre ambos os lados e com essa sacada interessantíssima, a diretora Lorraine Levy trabalha sempre sobressaindo da ideia contrária de que muitos pensariam do porque não ficar como está, vamos tentar mudar tudo e é nisso que o longa se torna tão interessante de forma que não conseguimos tirar os olhos da tela nenhum segundo somente com nossas mentes maquinando a mil todas as possibilidades de que algo possa dar muito errado. E com isso ele acaba se tornando mais tenso do que acredito que tenha sido idealizado, mas consegue dar um sabor diferenciado do cinema que estamos tradicionalmente acostumados a ver sem que seja preciso inventar loucuras inventivas como alguns diretores preferem fazer para chocar o espectador. Assim sendo, ele acaba sendo um cult moderno que agradará não somente os críticos que gostam do cinema diferente, mas também agrada o público comum que quer ver um bom filme não encaixotado.

Das interpretações todos conseguem convencer muito bem misturando os quatro idiomas falados no filme. Somente o jovem ator Jules Sitruk poderia ser menos incisivo na forma mimada que demonstrou, pois ficou parecendo forçado, porém tirando esse pequeno detalhe, tanto a carga dramática que ele passa quanto seus trejeitos nas diversas situações agrada bastante. A forma extremista de Mahmud Shalaby o coloca à frente até mesmo do protagonista e acredito que ele num papel principal deve ser bem interessante pelas suas expressões. Mehdi Dehbi mesmo não sendo brasileiro, mostra que é carismático de tal forma que ao usar a camisa da nossa seleção de futebol em praticamente meio filme consegue demonstrar sua alegria, e nos momentos que necessita cravar uma dramaticidade faz de forma bem interessante. Os atores mais velhos Emmanuelle Devos, Pascal Elbé, Khalifa Natour e Areen Omari conseguem demonstrar tanta intensidade nas suas cenas que não falam nada que se fosse um filme mudo eles com toda certeza levariam muitos prêmios, chega a ser tão intenso que acredito que os tradutores que legendariam no caso de um filme mudo seriam dispensados do trabalho, sendo realmente incrível, e nas cenas que entram em conversa agradam menos, mas ainda assim fazem ótimos papéis.

O visual de ambas as cidades não foi muito trabalhado, pelo menos não no corte mostrado, afinal algumas cenas sugerem muito mais cenas gravadas do que as colocadas na prática, porém conseguem retratar de forma interessante tudo que se passa ali sem necessitar nenhuma cena real de confronto bélico e em muitos momentos aliado às falas dos protagonistas chega a chocar somente usando os poucos elementos de cena, conseguindo jogar a parte técnica bem lá em cima. A fotografia está bem trabalhada nas cenas noturnas e nos planos mais abertos eximindo bem a dramaticidade que cada personagem necessita mostrar, sem precisar exagerar em closes nos rostos dos protagonistas, e isso ficou bem bonito de ver, mesmo não sendo o mais paradisíaco lugar para se filmar, afinal como retratado em alguns outros sites, houve certo choque com os exércitos palestinos para filmar ao lado do muro.

Enfim, mais um ótimo filme francês que recomendo muito para todos que gostam de conflitos mais trabalhados na dramaticidade do que no choque bélico em si, e agrada bastante por não necessitar de nenhum efeito especial para transmitir toda a sensação de guerra que existe ali. É isso pessoal, encerro a semana cinematográfica aqui, mas amanhã já começo com as pré-estreias das próximas semanas, e claro irei contando tudo para vocês logo que chegar o que achei de cada um. Abraços e até amanhã.


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Gente Grande 2

8/16/2013 10:45:00 PM |

Gostaria de saber que tipo de alucinógeno Adam Sandler tomou ao inventar de escrever uma continuação para um filme, dos poucos dele que conseguiram esse feito, que me fez rir muito em 2010?  Porque só vejo essa solução para elucidar "Gente Grande 2", no qual passei 101 minutos com no máximo dois sorrizinhos de canto de boca e uma risada na única cena divertida do longa que mesmo sendo boa termina com escatologia desnecessária. Ele conseguiu alguns feitos de juntar novamente quase todo o elenco do anterior, mas esqueceu de um simples fator: que comédias necessitam fazer o público que pagou para ver elas, rir e infelizmente quem for esperando algo do filme com certeza sairá da sala mais decepcionado do que qualquer coisa. A união de piadas ruins, com alguma tentativa emocional final e um propósito completamente inútil no meio resume em único saldo: acabar com a carreira de Taylor Lautner que se qualquer produtor assistir a esse filme com certeza não o chamam pra mais nada.

A sinopse nos mostra que Lenny, Eric, Kurt e Marcus voltam a morar na mesma cidade. Lá, suas vidas seguem o curso natural dos adultos, seja pela existência dos problemas com as esposas para uns, com os filhos para outros, ou tudo junto e misturado. A coisa dá uma complicada quando os marmanjos pretendiam matar a saudade num dia de folga e acabam encarando os jovens da região, que agora dominam o lugar. É quando eles acabam tendo que enfrentar alguns fantasmas do passado, entre eles a covardia diante de valentões e o famigerado bullyng na escola. Mas algumas surpresas estão para acontecer, como a chegada de um filho rebelde para Marcus domar, uma possível gravidez e uma festa de arromba, que não vai deixar pedra sobre pedra.

Lendo a sinopse poderíamos até ir ao cinema empolgados, não é mesmo? Mas por favor, não façam isso, pois se pra quem estava sem expectativa nenhuma foi frustrante, fico imaginando para quem for pronto para rir muito. O propósito até poderia empolgar, pois embora as piadas toscas que Sandler escreve acabem divertindo na maioria de seus filmes, aqui aparentam que ele está ficando velho demais ao tentar ser moralmente correto com o lance família e às vezes prendendo trocar uma boa piada que faria tradicionalmente por uma escatologia inútil que mais choca do que faz rir. Não costumo colocar spoilers no texto, mas vou citar exatamente as 3 cenas que mais me agradaram: a da brincadeira do pneu, os trejeitos engraçados da família de Tim Meadows com seus "quêêê?" e as primeiras cenas de Nick Swardson na Kmart, pois tirando elas é triste ver o que Dennis Dugan dirigiu de uma forma tão inversa a do primeiro filme que fiquei pensando ser outro diretor, apesar de que ele já fez outras cagadas junto com Sandler que divertiram bem mais do que nesse lançado hoje.

Um ponto favorável do filme como disse foi conseguir reagrupar praticamente todos os atores importantes do primeiro, mostrando que Sandler como produtor funciona, já que tem uma boa amizade com todos do elenco, e o mais interessante é a química entre todos do grupo que mesmo eles sabendo que não estão fazendo nada muito além, pelo menos se divertem que é o que aparentam. Sobre as interpretações do texto vou preferir não opinar, visto que a Sony preferiu não mandar pelo menos uma cópia legendada para o interior, então além de tudo assisti ele dublado, portanto espero quem sabe que as piadas tenham dado mais certo na versão legendada. Os destaques cômicos na versão dublado ficaram para a família de Tim Meadows que embora tosco demais fazem rir e para David Spade que cai nas piores enrascadas já escritas prum filme. O destaque negativíssimo ficou para Taylor Lautner que conseguiu quase fazer um ator de jardim da infância numa tentativa frustrada de zoar as fraternidades das universidades americanas, tudo bem que seu caché deve ter sido excelente, mas o garoto que está tentando apagar seu personagem de Crepúsculo se sujeitar a isso é literalmente destruir a carreira. Dos demais, cada um na sua "técnica" já conhecida tenta agradar um pouco mais fazendo o que já fez no filme anterior, destacando de melhor entre eles a criançada que manda bem nas cenas que aparecem.

Outro fator que costuma agradar nos filmes de Sandler, já que como disse é um bom produtor, é o quesito visual, pois sempre procura colocar diversas locações para retratar os acontecimentos dos seus filmes, e aqui não é diferente, mesmo com muitas cenas acontecendo em locais externos, tudo está sempre cheio de elementos que desenhem cada momento da trama. O destaque claro fica para a festa anos 80 que consegue retratar vários personagens conhecidos da maioria dos cinéfilos que já conferiram músicas, clipes e filmes dessa década, além de algumas piadas internas que são bem sacadas, mesmo não fazendo rir.

Enfim, fui esperando ver algo razoável e saí sem nem metade do que esperava, que seria ruim até estava pronto, mas gostaria que pelo menos me divertisse e fizesse rir, que com certeza teria cumprido o papel pelo menos do gênero que está classificado. Quem puder ver legendado e quiser comentar abaixo o espaço está aberto, mas infelizmente não o recomendo da forma que vi no cinema. Fico por aqui neste fim de semana, já que só vieram para o interior esse e o Percy Jackson, mas volto na terça com um atrasado do Cinecult e na quarta com mais uma pré-estreia. Abraços e até lá pessoal.


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Vendo ou Alugo

8/12/2013 11:38:00 PM |

Toda vez que vou ao cinema ver um filme brasileiro torço muito para que saia da sala festejando pelo crescimento tanto da qualidade quanto da quantidade de filmes que estamos produzindo, ainda mais quando vejo no pôster 12 premiações, mas infelizmente assim como toda indústria, pelo menos é o que almejamos ser um dia, sempre temos de ter produtos estragados, e "Vendo ou Alugo" é mais um exemplo do nicho que é classificado como comédia por não ter outro gênero para encaixar, o trailer já não faz rir muito, e durante os 88 minutos de duração com uma sala lotada não se ouviu um esboçar de risada, ou seja, fracasso na certa.

O longa nos mostra que no Rio de Janeiro, Maria Alice vive com a mãe, a filha e a neta em um casarão no Leme, bem na entrada de uma favela. Para sobreviver Maria Alice faz os mais diversos bicos, mesmo que eles passem longe da legalidade, mas ela sabe que o único meio de resolver seus problemas é vendendo a casa. O problema é que ninguém quer comprá-la, devido à proximidade com o morro. Um dia, Maria encontra uma amiga que diz que seu filho, Júlio, está trabalhando como corretor de imóveis e tem um estrangeiro louco para comprar um imóvel na cidade. Maria pede que ele o leve à sua casa e, esperançosa que a venda enfim aconteça, passa a organizar tudo para agradar o possível cliente.

O roteiro em si não é ruim e foi muito bem trabalhado pela produtora Mariza Leão, o problema é que as piadas não encaixaram e fica parecendo um seriado alongado daquele tipo primeiro capítulo de 1 hora onde conhecemos os personagens e ficamos esperando depois o que vai acontecer, o longa é bem dessa forma, acabando e o público saindo com a sensação de que ou perdeu algo ou não entendeu bulhufas do que viu. E isso é bem triste, pois nosso cinema tem crescido a cada dia com boas produções mesmo que com roteiros bem ruins e quando o público não se apega ao filme, a primeira coisa que ocorre é espalhar não que o filme é ruim, mas que o cinema nacional não presta, aí com isso queima mais do que deveria os bons filmes que têm estreado ou estão para estrear. A diretora e roteirista Betse de Paula quis juntar todo tipo de personalidade que se pode ver em pleno Rio de Janeiro num único local e isso como falei no começo não cabe em apenas 88 minutos, tudo passa correndo e abandonado sem que se forme um filme.

Das atuações tentarei analisar a atuação de cada um, pois os personagens não tiveram tempo de serem desenvolvidos. Por exemplo, Marieta Severo que é uma atriz-ícone e ainda ajudou na preparação do elenco, é perfeita para o papel e consegue desmistificar completamente sua D.Nenê fazendo um papel novo e diferenciado, mas pegamos o personagem já na sua metade, sem conhecermos sua construção, suas bases e na hora que vai engrenar para algo, encerra. Marcos Palmeira embora faça algumas caras de bobo, possui um personagem bem interessante, mas como fica só nos trejeitos e malandragens sem poder desenvolver muita coisa. Nathalia Timberg mesmo falando a mesma expressão umas 4 ou 5 vezes é uma das poucas personagens que se desenvolve inteira, embora pudéssemos ter um pouco mais de informação de seu passado e juntamente com suas amigas Ilka Soares, Carmem Verônica e Daisy Lúcidi fazem um quarteto onde os diálogos são os mais divertidos sem serem bobos. Silvia Buarque cai de paraquedas na trama fazendo um bicho-grilo da forma mais irritante possível, talvez numa desenvoltura pudesse até agradar, mas da forma que foi inserida e colocada com diálogos infantilíssimos com Pedro Monteiro, o qual parece um bebê gigante falando ficou algo que você não acredita estar vendo. Beatriz Morgana também tenta mostrar o que é e para onde quer ir, mas acaba não fluindo tanto, poderia ter sido menos introspectiva com a cabeça sempre para baixo. Nicola Lama serve para assim como os brasileiros são deturpados em filmes americanos, aqui nós deturpamos os gringos, pois só assim consigo enxergar todos os trejeitos ridículos que colocaram para o personagem. Alguém pode avisar André Matos que ele não precisa fazer o mesmo personagem em todos os filmes que entrar? O cara não muda uma expressão, uma fala, um nada, sempre é o ser berrante que não serve praticamente para nada na história, e isso pode mostrar falha de atuação ou todos os diretores escrevem o papel já pensando nele. Maria Assunção só reclama do começo ao fim do filme, e talvez até pudesse crescer no papel que existe a possibilidade também, mas infelizmente no tempo que tinha ficou apenas nisso. Os demais são apenas participações jogadas e não valem nem a pena comentar, afinal queimaria mais ainda o filme.

Um ponto forte do longa como disse está na produção e na direção de arte, que souberam retratar perfeitamente toda essa colônia que expliquei acima, e prefiro mencionar dessa forma, pois analisando assim conseguimos ver bem tudo que quiseram juntar num único filme tanto com os elementos cênicos usados quanto nas locações escolhidas, que agradam bastante por adequar completamente à perspectiva que quiseram passar, uma pena como disse servir apenas para filme e não para algo maior. A fotografia tentou inovar usando câmeras em diversos ângulos, principalmente no início do longa e embora pudesse cansar a grande oscilação, aparentava uma diversidade interessante, mas do meio para o fim voltou pro tradicional e manteve sem criar nada, além de usar a mesma palheta na totalidade o que granulou em alguns momentos a luz.

A questão sonora agradou mais na canção final de créditos ("Chapéu Mangueira") que acompanha de forma diferenciada mostrando a equipe realmente, não ficando apenas em escritos, e isso achei bacana. Porém o funk "Tá dando certo" assim como Mariza já usou em suas outras produções para marcar o contexto de algo que não será mostrado tão a fundo na trama é cansativo e usado numa cena bem boba. Os sons de tiro convencem de estar rolando uma guerra/pacificação no morro e agrada.

Enfim, somando os pontos bons que citei é de onde sairá a nota do filme, ou seja não recomendo ele a menos que quem sabe a produtora use de seu expertise e venda ele como uma série maior onde possa ser desenvolvido cada personagem que com certeza iremos gostar mais do resultado, mas como um longa de 88 minutos simplesmente ficou algo muito ruim que nem fez rir e muito menos nos envolveu. Encerro a semana cinematográfica por aqui, mas na torcida de que sexta venham muitos novos filmes para conferirmos, então abraços e até lá pessoal.


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Círculo de Fogo em 3D

8/12/2013 01:50:00 AM |

Bom antes de mais nada já vou deixar bem claro que na minha infância sempre odiei todos os seriados japoneses e americanos de monstros gigantes: "Power Rangers", "Jiraya", "Jaspion", etc. Dito isso, quem me conhece viu que deixei praticamente por último a grande estreia da semana por achar que seria só isso junto de "Transformers" que seria apresentado. Pois bem, me apedrejem, pois vou dizer em leras bem grandes "Círculo de Fogo" é o MELHOR filme ficcional que já vi em tempos, de tal forma que não tem como sair da sala do cinema sem querer voltar pra próxima sessão, o que é uma pena já que vi na última de hoje. Espero que renda horrores e queiram continuar de alguma forma possível, pois quero mais! O incrível do filme é conseguir fazer todos os tipos de exageros inimagináveis serem vistos de forma tão crível que acabamos torcendo para que os robozões soquem com toda força possível os monstrengos. Eu clamo para todos irem à melhor sala que existir em sua cidade, pois vale cada centavo pago a mais para ouvir muito barulho e ver tudo de forma gigantesca da mesma forma que foi pensado pelo diretor, aqui eu vi em XD3D, mas quem puder vá ao Imax que esse vale!

O longa nos mostra que quando legiões de criaturas monstruosas, conhecidas como Kaiju, começaram a emergir do mar, iniciou-se uma guerra que acabaria com milhões de vidas e consumiria recursos da humanidade por anos a fio. Para combater os gigantes Kaiju, um tipo especial de arma foi criado: robôs gigantes, chamados de Jaegers, controlados simultaneamente por dois pilotos que têm suas mentes trancadas em uma ponte neural. Mas mesmo os Jaegers se mostram quase que indefesos em relação aos implacáveis Kaiju. À beira da derrota, as forças que defendem a humanidade não têm escolha senão recorrer a dois improváveis heróis – um esquecido ex-piloto e uma inexperiente aprendiz – que se juntam para comandar um lendário, mas aparentemente obsoleto, Jaeger do passado. Juntos, eles representam a última esperança da humanidade contra o apocalipse.

Agora que desliguei o momento euforia posso falar mais sobre o filme tranquilamente, Guilhermo Del Toro conseguiu escrever e dirigir um filme extremamente visual e lotado de clichés sim, mas quando buscamos um longa de ficção o que mais esperamos e acabamos saindo decepcionados das salas muitas vezes é a falta de algo condizente e interessante, e dessa vez não podemos reclamar em hipótese alguma de nada, pois o diretor consegue nos proporcionar uma experiência incrível de cores, sons, efeitos e tudo mais que sempre quisemos ver nos blockbusters da vida e ainda assim colocar uma história bem interessante e científica no meio, resultando em algo brilhante. Foi nítido ao sair da sala tanto a minha cara de satisfação quanto a dos demais espectadores, inclusive algumas meninas que aparentemente só acompanhavam seus namorados e estavam saltitantes com tudo que viram, ou seja, um fenômeno ímpar que deve fazer os seus U$200 milhões se multiplicarem rapidamente, tanto que já está com quase U$350 milhões e deve ir bem mais longe, pois o boca a boca só se multiplica. Você deve estar falando, mas Coelho você não vai falar dos defeitos do filme? Respondo rapidamente que o longa prende tanto você na poltrona que não dá tempo nem de olhar para o relógio para ver quanto tempo passou pra saber que rumos ainda vai tomar, então quanto mais ter tempo para ver defeitos, talvez quando eu rever ache furos exagerados, mas por enquanto só digo uma coisa, vá ver!

O mais engraçado de se ver no filme é que o elenco foi onde Del Toro conseguiu mais economizar, pois não temos praticamente nenhum grande ator por trás mesmo que seja num papel minúsculo e isso só mostra mais uma vez que a mensagem do diretor deve ser uma bela pontada nos egos grandes de Hollywood, dizendo que não precisa de grandes nomes para se fazer grandes filmes. Mas também não vou exagerar tanto na dose, pois o grande parceiro de vários filmes do diretor Ron Perlman faz um personagem bem caricato que é o ponto cômico da trama, tendo tanto boas cenas no miolo quanto na cena pós-crédito, e ele dá um show de interpretação mostrando que sabe fazer de tudo para ajudar Del Toro, mesmo que seja um papel ínfimo. O protagonista Charlie Hunnan, que não me lembro de praticamente nenhuma grande atuação dele, já que é mais conhecido pela série que trabalha do que no cinema, faz um personagem muito bacana com uma ideologia própria e bons trejeitos, poderiam ter segurado um pouco mais na hora da química dele com a protagonista feminina, mas alongaria o filme demais sem necessidade para o que foi proposto, porém tirando isso, o que faz em cena é um show de atuação e espero ver ele mais vezes no cinema. Rinko Kikuchi é outra desconhecida minha que mostrou uma garra impressionante em todas as cenas que faz, colocando expressão mesmo nas suas menores cenas e se destacando quando precisou da lente estar em foco nela, sua versão criança Mana Ashida é outra que se tivéssemos uma premiação infantil mereceria um prêmio de boa interpretação, pois a garotinha detona em sua pequena participação. Agora o roubador de cenas mais expressivo de todo o planeta é Idris Elba que consegue fazer um general como há muito tempo não víamos com uma postura robusta e que emociona nas cenas mais forte, realmente deu show em todos os planos que dividiu com qualquer um do elenco. A dupla Charlie Day e Burn Gorman também divertem com suas pesquisas e predileções, soando também bacana como um alívio cômico para toda a tensão que o filme consegue impor. Dos demais atores posso falar que todos estão excelentes, mesmo que aparecendo bem pouco, poderia ter dado algum destaque pequeno pros demais pilotos como os russos ou os trigêmeos, mas preferiram focar nos outros dois times, Robert Kazinsky e Max Martini até convencem bem agradando na postura mais agressiva dos soldados, mas só valem ser destacados por não focarem em mais ninguém.

Falar do visual do filme é quase como dizem por aí na internet vomitar um arco-íris, pois a equipe de arte juntamente com a equipe de efeitos especiais trabalhou muito para deixar o longa com a gama completa de cores e de elementos utilizáveis para a trama, tudo que pudesse ser imaginado foi colocado e bem mostrado, sejam parafusos, cabos, capacetes, navios, monstros estranhos, ácido e cidades sendo totalmente destruídas da forma mais realística possível, tanto que quero muito ver como foi feito, portanto já sabem meu presente de Natal quem quiser me dar aceito o blu-ray como maior agrado possível. A equipe de fotografia soube usar todas essas cores dadas para jogar em sua paleta bem escura de fundo e fazer mágica com tudo que aparece na tela, utilizando planos nada convencionais para realçar cada momento, e fazendo com que outra equipe trabalhasse melhor ainda, que foi a equipe do 3D. Quem reclamar de ter pagado mais caro para ver esse filme em 3D merece ter seus olhos arrancados para aprender como se usar a tecnologia em prol de algo, temos elementos saltando juntamente com uma profundidade de campo ímpar, tudo tem textura e percepção visual, tanto que muitos momentos somos quase as mãos dos pilotos socando os monstrões.

Outro fator muito bom do filme é a sonoridade, tanto que estou recomendando que vá ver onde melhor possível for na sua cidade, aqui na sala XD garanto que sai quase surdo com o absurdo de peças rangendo sendo destruídas e coisas explodindo e tudo mais. A trilha sonora ficou por conta do cansativo tum tum tum que já está começando a encher o saco de tantos filmes que vêm utilizando ela, mas aqui caiu bem para a trama, pois ficou aliada aos passos dos robôs e convenceu bastante.

Enfim, poderia falar muito mais dele, mas estragaria muitas surpresas bacanas que valem a pena serem vistas por cada um, já falei, mas repito veja na melhor qualidade possível, portanto não baixem para ver nas suas casas imagens gravadas em cinema. Se possível também vá ver em 3D, pois esse sim vale a pena ser pago. E claro, ficarei aguardando muito o Del Toro anunciar que fará uma continuação para homenagear mais ainda os criadores japoneses de monstrengos com mais gosto ainda. Fico por aqui hoje, mas nessa semana ainda temos mais uma estreia para conferir, então abraços e até breve pessoal.


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Os Escolhidos

8/11/2013 02:07:00 PM |

Costumo medir os filmes pelo gênero que são enquadrados, e quando vejo que a classificação é suspense, o mínimo que espero é ficar arrepiado em alguma cena para classificar ele como bom e se ficar preso na cadeira do cinema então já sobe o nível. Pois bem, quando vi o trailer de "Os Escolhidos" há muito tempo atrás fiquei bem curioso para o que seria mostrado, já que não é muito revelado do que se trata, tanto que as cenas iniciais assusta sem ligar, mas a hora que nos é revelado o que é, aí é que veio o primeiro arrepio nesse Coelho que vos digita, ganhando seu primeiro ponto na classificação. Porém logo após a revelação, poderiam ter incrementado melhor a forma de assustar ou até mesmo revelar novas coisas para gerar mais tensão no espectador ao invés de simplesmente ir jogando os fatos e ocorrendo tudo que já havia sido mostrado no trailer. Então apenas temos um filme interessante, mas que poderia ir muito além, porém ver ele sozinho em casa pode deixar um pouco mais tenso do que numa sala cheia.

A sinopse nos mostra que a família Barret leva uma vida pacata e tranquila no subúrbio, mas isso começa a mudar quando uma série de estranhos e misteriosos eventos passa a fazer parte de sua rotina. A família acaba descobrindo que existe uma terrível e mortal força atrás dela e precisará lutar por sua sobrevivência.

O roteiro em si é bem explicadinho e mistura alguns fatos científicos com misticismo, o que mostra que Scott Stewart sempre procura pesquisar bem para fazer seus filmes, como já vimos em "Padre" e "Legião", porém diferentemente do que fez nesses outros que segurou mais a trama, aqui ele preferiu já jogar para o espectador logo de cara tudo o que pensa e ao final quando coloca o personagem estudioso, esse já revela com todas as letras para quem não tiver entendido nada ainda. O fato é que é um bom suspense, os planos que o diretor opta por filmar acabam revelando coisas de repente e assim acabam assustando e dando aquele gelo, mas poderia ser bem mais tenso se não fosse revelado tão rapidamente logo no começo do que se trata, mas vale a pena ser conferido, de preferencia em casa sozinho para ficar mais cheio de paranóias.

As atuações estão bem convincentes para o gênero, de maneira que todos agradam mesmo que um pouco nos seus papéis, tirando um pouco o garoto mais velho. Já que falei mal dele, vamos dizer o porque, achei Dakota Goyo muito bom em outros filmes e aqui parece que ele desligou fazendo um papel bem mediano que não diz nada, apenas aparentando um adolescente problemático, porém poderia ter desenvolvido melhor isso não sendo apenas tolo, seu final é interessante, mas ficou devendo interpretação. Josh Hamilton mostrou bem o desespero tanto do desemprego quanto o fator temor de pai em querer proteger seus filhos de coisas ruins e com isso agradou no tom que adotou para fazer seu personagem. Keri Russel já vem conquistando prêmios pelo que anda fazendo na TV e no cinema conseguiu ter um semblante bem preocupado com tudo que ocorre, mas ainda poderia ter sido mais temerosa quanto alguns fatos, já que 90% das mulheres não sairiam correndo pra fora de casa ver o que está acontecendo numa situação de pânico, porém isso é do personagem, então suas faces agradam quanto aos atos que presencia. Kadan Rockett é daqueles garotos que fico pensando como a família faz para trabalhar tão bem em filmes de terror/suspense e depois conviver como se nada tivesse acontecendo, pois ele manda muito bem na interpretação tanto no fator imaginativo quanto na hora do vamos ver mesmo. J.K. Simmons faz de sua participação curtíssima um fato marcante, tanto para as caras e bocas que faz quando está explicando o fato para os protagonistas, quanto em segurar bem a ponta, uma pena que explica demais, mas ficou bem encaixado o personagem para ele.

O visual da trama foi bem escolhido tanto para não gastar muito, quanto para deixar as cenas tensas. Foi trabalhado apenas com duas casas, muitos elementos cênicos para insinuar tudo e alguma maquiagem para realçar os fatos. Também não foi necessário muitos efeitos especiais para assustar, visto que tudo tem forma então com apenas US$3,5 milhões fizeram um filme que já rendeu US$17 milhões. Ou seja, mais um sucesso barato nas mãos dos produtores de "Atividade Paranormal" e "Sobrenatural", fazendo com que saibam muito bem escolher os roteiros que vão enfiar seu dinheiro. Outro fator bem interessante está na fotografia de David Boyd("The Walking Dead") que trabalhou muito bem com as cenas escuras, gerando a tensão necessária para cada cena, além disso soube fazer com que os fatores de suspense se encaixassem com o enredo, não deixando eles soltos como costumam fazer.

A trilha de Joseph Bishara já está virando um cliché tradicional do gênero de terror/suspense, portanto fica teoricamente mais fácil saber as cenas que acontecerá algo que vá nos assustar, mas isso não atrapalha a forma criativa que consegue colocar dentro de cada filme.

Enfim, é um filme bom que poderia ser bem melhor. Vale mais a pena ser visto em casa do que no cinema, portanto quem quiser esperar sair para home-video não irá se arrepender, mas aqueles que preferirem ver em companhia de mais pessoas vá enquanto durar nas salas escuras que não acredito ficar muito tempo em cartaz. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas ainda nessa semana teremos mais filmes para conferir e comentar aqui com vocês. Abraços e até bem breve.

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Percy Jackson e o Mar de Monstros em 3D

8/10/2013 01:45:00 AM |

O ditado "Nada como um dia após o outro" como não foi escrito pelos produtores da série "Percy Jackson", com toda certeza deve estar sendo muito usado por eles nesse momento, pois depois de um filme desastroso em 2010, mas que obteve bilheteria, a incógnita de fazer ou não a continuação permeou muito suas cabeças e agora após 3 anos lançando "Percy Jackson e o Mar de Monstros" conseguiram fazer um grande filme que faz jus aos milhões de livros vendidos e com certeza agradará tanto aos leitores menos talibãs quanto aqueles que apenas querem ver um bom longa. Com efeitos bem interessantes e diálogos "menos" explicativos o longa consegue atingir uma maturidade interessante que faz com que nem seja preciso assistir ao primeiro para ligar tudo o que ocorre e assim aguardaremos os próximos que virão para fechar a saga.

A sinopse nos mostra que para salvar nosso mundo, Percy e seus amigos deverão encontrar o poderoso e mágico Velocino de Ouro. Para isso, eles embarcam em uma perigosa odisseia nas águas nunca navegadas do Mar dos Monstros (conhecido pelos humanos como Triângulo das Bermudas).

É interessante mostrar a sinopse mais simples, principalmente para não revelar muito das coisas que ocorrem no filme para quem assim como eu não leu o livro. E novamente afirmo que embora muitos dos leitores do livro irão gostar pelo que alguns amigos me disseram estar mais fiel a ele, lembrem-se adaptação literária de um livro para o cinema não é copiar à risca e colocar exatamente o que foi escrito nas telas, então mesmo se aproximando muito haverá coisas novas e coisas removidas de qualquer livro que vá para os cinemas. Dito isto, eu por não conhecer a série literária já havia até gostado da ideia do primeiro filme, pois gosto de Mitologia e achei interessante a trama, porém tenho de concordar que como filme foi péssimo, tendo péssimos diálogos, efeitos bem medianos e atuações bem abaixo da média, tanto que embora desejasse muito ver uma continuação, tinha praticamente certeza de que não haveria, e demoraram quase 2 anos para notificar que iriam filmar a sequência. Pois bem, eis que a sequência você que viu o primeiro e odiou, você que viu o primeiro e amou, e você que não viu o primeiro, pode esquecer o fato de sua existência e se preparar para os demais, pois o diretor Thor Freudenthal("Diário de um Banana") conseguiu um feito quase raro nos cinemas, o de revigorar um filme ao ponto dele ter tudo que faltou na sua origem, efeitos interessantes, uma história convincente, boas atuações e quase raspando a trave diálogos para inteligentes, pois ainda existem cenas explicativas demais, mas elas servem mais para poder eliminar o primeiro do que para atrapalhar qualquer coisa. Então essa transposição literária acaba agradando no formato proposto pela narrativa que acaba mixando bem o lado fantasioso/aventureiro com coisas mais paupáveis.

Falando de atuação é notável o pulo de nível que Logan Lerman teve de 2010 para cá, onde se via um atorzinho mediano pra ruim, após passar bem em "Os Três Mosqueteiros" e detonar em "As Vantagens de Ser Invisível", agora ele já se mostra carismático o suficiente para manter uma série, embora isso possa ser ruim para qualquer ator por ficar marcado como o personagem, mas acho que como ele estará sempre intercalando os filmes do Percy com outros onde ele estará também a frente, talvez consiga o feito. Alexandra Daddario não me fez recordar dela no "Ladrão de Raios" quando vi "Massacre da Serra Elétrica 3D", pois foram atuações completamente diferentes, e se no outro sua participação foi mais efetiva, aqui ela embora tenha cenas bem precisas, acaba ficando bem de lado na trama, agrada, mas poderia ser bem melhor. Em compensação, mesmo com menos cenas Leven Rambin consegue chamar pra si todos os momentos em que está presente, até mesmo os que ela aparece até no cantinho conseguimos focar nela pela garra determinada no seu personagem e principalmente pela sua forma de atuar, temos de ficar de olho nessa garota! Douglas Smith assume o papel cômico que Brandon T. Jackson teve no primeiro filme, pois vive de trapalhadas, mas aparenta não ter muito jeito com as piadas, quem sabe pode melhorar num próximo, mas hoje ele até foi divertido, porém longe de agradar. Brandon T. Jackson pelo que andei lendo seu personagem realmente desaparece no livro, pois já estava crente de ter recebido menos cache ou coisa do tipo, pois o tão forte que seu personagem foi no primeiro, nesse ficou faltando mostrar mais a que veio, claro que tirando a cena dele junto do ciclope que foi hilária. Jake Abel é o vilão mais trouxa que já vi no cinema, suas atitudes são muito rasas, além de aparentar mais para mocinho do que qualquer coisa, então não convence. Falei dos protagonistas, mas além deles temos de citar como pequenos destaques para Stanley Tucci e Anthony Head que no meio duma molecada imensa conseguem fazer boas interpretações nos seus pequenos momentos de tela.

Filme de fantasia que não possui bons efeitos visuais e uma paisagem convincente não pode nem sequer ser chamado de fantasia. E o exemplar que nos é mostrado é muito bem feito, colocando criaturas com texturas diversificadas que agradam visualmente, além de cenários bem trabalhados para retratar tanto o lado humano quanto o lado mítico. Um ponto bem interessante é a forma que eles voam/nadam com um cavalo aquático que me fugiu o nome da cabeça, mas que pelo visual jogando água nos óculos/tela e a forma dos planos escolhidos me fez lembrar de cara as cenas de "A História sem Fim". A fotografia trabalhou com uma vasta palheta de cores, oscilando desde cenas mais densas para passar certa tensão até cores bem vermelhas e coloridas para dar ação no volume máximo para a trama, o que agradou bastante. Os efeitos visuais estão bem interessantes e conseguem convencer, tirando a cena das velas acendendo que faltou algo pra mim e ficou parecendo erro, mas do resto tudo agrada bastante. Agora falar do 3D, nas cenas que possui a tecnologia estão excelentes de tirar o chapéu, tanto em imersão de profundidade quanto de elementos saindo da tela, o problema é que existem muitas cenas sem a tecnologia dando inclusive para uma parte bem longa ficar sem os óculos, então já sabem, que quem quiser economizar pode ver 2D sem medo.

Enfim, é um filme bem bacana que recomendo pra todos que gostam do gênero fantasia com aventura, agradando na medida, porém entra em cartaz numa época errada, já que seu público alvo está voltando às aulas e nas próximas semanas os cinemas já voltam o fim de férias, vindo com muitas estreias, então quem não quiser perder, vá logo ver assim que estrear na sexta que vem. Claro que muitos irão reclamar, principalmente das cenas autoexplicativas que os personagens fazem o ato e falam o que vão fazer, mas nem tudo é perfeito nessa vida cinematográfica, então já fico contente pelo menos que esse me conseguiu me agradar mais ainda que o primeiro. Fico por aqui agora, mas ainda nesse fim de semana teremos muitos outros que assistirei e irei comentar aqui no blog, então abraços e até bem breve.


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8/08/2013 12:30:00 AM |

É interessante que hoje foi aberta a fase de inscrição dos longas brasileiros que querem se candidatar à indicação nacional para o Oscar e depois de muito tempo eis que apareceu aqui na cidade o indicado chileno que concorreu à premiação deste ano, o filme "No", e o que podemos falar à respeito disso é bem simples, pois mesmo torcendo para que o cinema nacional cresça, estamos ainda muito longe de conseguir fazer algo com um primor tanto técnico quanto com conteúdo que vá realmente valer a pena uma indicação que seja considerada lá fora, pois o chileno é impecável, divertido, contundente, bem produzido e filmado, e além de tudo mostra um ponto monstruosíssimo que não podemos deixar de observar nas cenas finais, a pessoa mais importante por trás de uma história, o nome criativo simplesmente não leva os louros da glória, enquanto aqui estamos acostumados que todos querem aparecer. Portanto vamos pensar um pouco nisso antes de realmente fazermos um filme que seja o nosso nome realmente em jogo lá fora.

A história nos posiciona no Chile em 1988. Pressionado pela comunidade internacional, o ditador Augusto Pinochet aceita realizar um plebiscito nacional para definir sua continuidade ou não no poder. Acreditando que esta seja uma oportunidade única de pôr fim à ditadura, os líderes do governo resolvem contratar René Saavedra para coordenar a campanha contra a manutenção de Pinochet. Com poucos recursos e sob a constante observação dos agentes do governo, Saavedra consegue criar uma campanha consistente que ajuda o país a se ver livre da opressão governamental.

Um dos fatores mais bacanas da história é a forma que ela foi contada, pois coloca o espectador praticamente por trás das câmeras, vendo o processo criativo, a ideologia das mentes brilhantes que estão criando algo para defender os ideais de quem os contrata, e entre aspas é bem isso o que anda acontecendo no Brasil ultimamente, com alguns defendendo uma forma de revolução, outros são contra e a mídia faz o que lhe é mandado pelos publicitários de campanha, sejam do governo ou da oposição mesmo, e a história que se formos ver poderia ser resumida imensamente para não cansar, tem uma duração bem razoável e ainda assim não cansa, muito pelo contrário, fazendo a cada momento com que nos interessemos mais ainda por tudo que é mostrado. O diretor Pablo Larraín acerta a mão de tal forma que cada ângulo escolhido para retratar sua opinião fica digerível e soa sem preconceitos, agradando em demasia com tudo que é mostrado, o que poucos conseguiriam sem opinar muito para um lado só, e isso ficou muito bacana de ser visto.

A atuação de Gael García Bernal é ímpar de tal forma que é capaz de depois desse filme nunca mais ver ele com outros olhos, a incorporação do personagem é tão notória em seu olhar que é rapidamente apagado os papéis mais bobos que fez no cinema. Alfredo Castro consegue nos deixar revoltados em certos momentos, e como essa é a sua função, ele ganha muitos pontos e apesar de estar sempre presente nos filmes do diretor mostra que não é ao acaso. Os demais atores se destacam sempre apoiando os protagonistas e conseguem se sair muito bem, destacando Luis Gnecco, Néstor Cantillana e Antonia Zegers. O garoto Pascal Montero tem boa expressividade, mas foi pouco usado para isso, então apenas ficou bem de coadjuvante mesmo, quase sendo um figurante.

Agora falar da parte técnica da produção deste filme é quase colocar em suma uma aula de direção de arte, figurino e direção de fotografia. Tudo é mostrado com tanta realidade e aliado aos filtros que usaram que ficamos pasmos sem saber o que é filme e o que é material usado da realidade, deixando de lado qualquer outra possibilidade para que apontássemos o dedo e falasse, isso foi pego do material real tenho certeza. Então é magnífico o que vemos na tela que só temos que aplaudir as pessoas que fizeram parte da técnica, pois chegaram num nível incrível. Irei pesquisar a fundo o filtro que a fotografia usou, e quem souber e quiser falar ajudará, mas é um tom de amarelo que não ficou nem western nem envelhecido, ficando no meio termo perfeito.

Enfim, passaria muito mais tempo falando sobre ele e assim como o filme que coloquei no post de ontem, só tenho um único pesar, a distribuição precária de um filme que merecia muito ter sido exibido no Brasil todo em seu lançamento, claro que vindo nesse momento com tudo que anda ocorrendo no país acaba sendo interessante de se assistir, mas com certeza já deve estar beirando para ser lançado em DVD então quem puder assista tão logo que conseguir, pois vale muito. Fico por aqui encerrando essa semana cinematográfica que rendeu bastante, mas na sexta estaremos de volta com mais filmes por aqui. Abraços e até lá.


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Sejam Muito Bem-vindos

8/07/2013 01:20:00 AM |

É estranho depois de alguns anos vendo tantos filmes que quando comecei a ingressar nesse meio tinha outros olhos para o cinema francês, já que minhas primeiras experiências com ele haviam sido bem lastimáveis, porém hoje quase 90% dos filmes de drama que me surpreendem realmente são franceses, e agora após assistir "Sejam Muito Bem-vindos" tive mais uma belíssima experiência onde tudo poderia dar errado, ser subjetivo demais, faltar um conteúdo presencial, não ter um final tradicional, mas a doçura que trabalham com dois temas fortes que acabam se entrelaçando e virando um sinônimo de esperança, e mais que isso, uma vida passada em poucos meses sendo reencontrada acaba quase nos marejando os olhos por dois motivos, pela beleza passada e por ser um filme tão alternativo que não chegará até todas as pessoas que necessitariam vê-lo.

O filme nos mostra que Taillandier é um famoso pintor, já na casa dos sessenta anos de idade. Um dia, bruscamente, ele para de pintar. Deprimido, ele toma a decisão de ir embora, sem rumo preciso, e sem dar explicações a ninguém. No meio do caminho, ele encontra Marylou, uma adolescente rejeitada pela mãe. Tornam-se amigos e passam a viajar juntos, como pai e filha. Essa nova relação trará desafios, como a convivência entre eles, mas também esperança e a descoberta do desejo de viver, para duas pessoas que já haviam perdido o sentido da vida.

O mais interessante na história é a forma de condução que o diretor Jean Becker opta, pois se fosse americano com toda certeza teríamos outro final altamente explicativo e as tragédias que ocorrem seriam mostrada com maior força de impacto, enquanto aqui tivemos apenas subjetivadas as tragédias e ficamos com tudo pensando na ligação maior tanto para o nome como para tudo que nos quiseram mostrar, porém antes que venham me atacar e falar "Mas Coelho você odeia filmes que deixam tudo aberto!", o aberto aqui é agradável você liga o que ele quis dizer, o sentimento é relevante e fica impresso, mostrar seria grotesco e acabaria com tudo de bonito que foi dito durante o filme, e aí nesse caso passo a concordar com um final atípico.

É engraçado comparar a atuação de uma novata frente à um ator com 120 filmes e séries, mas o que vemos na tela é que o acolhimento tanto da personagem Marylou como da estreante Jeanne Lambert por Patrick Chesnais é sublime, dócil e inteligente. Os personagens mesmo com todos os seus problemas de personalidade forte vão nos conquistando com um carisma que passamos a nos apaixonar por eles e torcer para que tudo dê certo de alguma forma, ou seja, ambos estão perfeitos em cena. Patrick Chesnais que consegue mostrar tanto seu lado bem rabugento e rancoroso com um ego enorme por ser um pintor famoso no filme e um ator famosíssimo frente à uma novata, como seu lado amoroso e delicado nas cenas que é necessário, por isso não tem como não aplaudir um brilhante trabalho. E Jeanne Lambert estreia com praticamente dois pés direito ao ser bem acolhida e com certeza teve brilhantes aulas de atuação conseguindo passar na medida toda a insegurança que sentia ao estar do lado de alguém muito famoso, mas sem demonstrar medo de estar junto, o que exatamente era necessário para a personagem ficando perfeita também. Além dos protagonistas temos ótimas participações de Miou-Miou e Jacques Weber que mesmo estando presentes apenas em poucas cenas conseguem eximir tudo que seus personagens poderiam deixar para a história se encaixar perfeitamente.

O visual consegue oscilar do pesado clima chuvoso nos momentos mais dramáticos até a beleza de um pôr-do-sol numa linda praia e aliado a isso, a equipe de arte trabalhou mesmo que utilizando pouquíssimos elementos de cena, marcando cada momento com um objeto que simbolizasse cada interação dos personagens e apenas jogou na frente do diretor de fotografia um quadro falando pintem que está moleza. E Arthur Cloquet simplesmente fez isso, trabalhou com o sentimento de um pintor para retratar cada enquadramento de forma única não repetindo iluminação em quase nenhuma cena, deixando um aroma e um sentimento único a cada take.

Enfim, mais um excelente filme francês que não esperava nada afinal nem trailer vi antes de ir para a sessão que fico apenas com um pesar de não chegar à todos os cinemas para que mais pessoas pudessem ver esse belíssimo longa-metragem que nem é tão longo assim, sendo 90 minutos que passam voando diante de nossos olhos. Ele irá continuar em cartaz aqui em Ribeirão nas próximas terças e quintas no Cinecult do Cinemark, então quem puder e tiver a oportunidade vá assistir, principalmente para ver a sensibilidade do acolhimento ainda pode existir, mesmo que apenas em filmes. Fico por aqui nessa madrugada, mas hoje à noite ainda irei conferir mais um bem atrasado que apareceu no interior. Então abraços e até mais tarde pessoal.


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R.E.D.2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos

8/04/2013 11:34:00 PM |

Antes de ver o primeiro filme em 2010 e claro conversar depois com meus amigos fãs de quadrinhos, nunca imaginaria que existissem histórias desse estilo nos quadrinhos e o mais engraçado é que a segunda parte que foi lançada agora nessa sexta "R.E.D.2", o diretor conseguiu transformar ele na edição num formato mais quadrinesco ainda. É bem bacana ver as mudanças de cidade pra cidade sendo jogado efeitos quase que da forma que veríamos numa HQ, além claro de muita ação dispendida de forma que vemos que Bruce Willis foi feito para esse papel não conseguindo enxergar outro ator fazendo ele. O único problema é que esqueceram um detalhe fortíssimo de toda trama de ação: o vilão precisa convencer, e hoje se me falassem que o filme correu sem mostrar um vilão que fizesse jus aos protagonistas explodirem e brigarem por tudo ao longo da trama.

A sinopse nos mostra que tudo o que Frank Moses queria era levar uma vida normal ao lado da namorada Sarah, mas seu sonho vira um pesadelo quando seu parceiro Marvin Boggs aparece com uma novidade: suas vidas estão em perigo. Frank não dá muito crédito para as palavras do amigo, mas logo se vê forçado a acreditar que algo está acontecendo quando acaba sendo levado para um interrogatório e quase é morto. Agora, ele tem certeza de que sua cabeça e a de seu melhor amigo estão a prêmio. A questão é descobrir porque e como evitar que isso aconteça, nem que para isso eles tenham que correr o mundo, reencontrar velhos parceiros, na figura de Victoria e enfrentar antigos inimigos, como o poderoso Han. A caçada está só começando.

A história ficou bem mais dinâmica nesse segundo longa, mesmo sendo escrita pelos mesmos roteiristas e assim chegamos na conclusão de que diretores que têm saído de séries e vindo para o cinema estão conseguindo mudar a forma que os longas de ação passam a ser mostrado, porém como disse no parágrafo inicial o único problema foi determinar um vilão muito fraco que acabou tendo um final besta, senão teríamos algo bem divertido e com uma alta quantidade de ação que poucos longas nos mostraram. Outro fato bacana é que não vemos os protagonistas como heróis e menos ainda como agentes, por serem velhinhos, mas toda a ação que conseguem proporcionar é pra deixar muito filme por aí no chinelo. Claro que temos as diversas cenas que Bruce Willis está acostumadíssimo em "Duro de Matar", onde nada é crível, mas isso acaba nos divertindo e fazendo com que gostemos do que é mostrado.

O elenco está bem coeso e agrada com suas performances, mostrando que um elenco principal mesmo grande pode ter tempo de tela igualado. Já falei muito do Bruce Willis, mas esse filme é praticamente uma extensão do "Duro de Matar" sendo que ele mantém bem a ação e sua interpretação característica que diverte bem. John Malkovich está bastante engraçado, mas está a cada dia parecendo estar mais cansado de atuar, fazendo sempre os mesmos trejeitos. Mary-Louise Parker consegue surpreender com u papel interessante, mas faz algumas caras e bocas desnecessárias em vários momentos. Helen Mirren poderia ter uma participação maior e nas cenas em que aparece agrada bastante com o que faz. Catherine Zeta-Jones tem seus momentos, mas é quase uma que aparece e some sem dizer nada o que é uma pena. Byung-Hun Lee faz o típico papel de agente ninja, tendo muita ação envolvida, mas nos momentos que precisa mostrar interpretação fica bem fraco. Agora embora o personagem não seja algo que impressione, o grande destaque está nas cenas de Anthony Hopkins que consegue fazer algo interessante mesmo fazendo um papel de velho, só poderia ser mais convincente no seu final.

O visual da trama que passa por diversos países consegue representar bem por onde passa e é altamente interessante como a ação é feita para que haja consistência com a cenografia local, o que acaba divertindo na medida. A fotografia foi bem privilegiada com lugares perfeitos para enquadrar a trama e contando com a iluminação natural por ser filmado em sua maioria em lugares abertos conseguiu dar planos incríveis para que a direção trabalhasse sem medo de errar, deixando o ritmo sem limites. O filme conta também com muitos tiros e explosões que soaram bem reais e agradam com a forma que foram feitos, claro que a pessoa dá 1 milhão de tiros e não acerta ninguém, mas fazer o que? Estamos diante de um filme de ação tradicional e isso faz parte.

O rock domina na trilha sonora, dando o gás que uma boa trama do gênero necessita e com isso não podia ter outra forma de que os 116 minutos passam mais rápido do que possamos pensar em ver, e com isso muitos erros que poderiam aparecer acabam encobridos.

Enfim, é um filme bacana pra quem curte esse gênero, agrada por manter bem a ideologia dos quadrinhos, mas poderia contar com um vilão e um motivo mais convincente para retornar os velhinhos à ativa, que fazem até de forma bacana tudo, mas soa falso. Porém tirando isso, o longa agrada por ter muita ação e divertir mais do que o primeiro. Fico por aqui hoje, mas nessa semana ainda irei conferir mais dois filmes bem atrasados que apareceram agora no interior. Abraços pessoal e até breve.


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Os Smurfs 2 em 3D

8/03/2013 02:28:00 PM |

Vou iniciar minha crítica hoje colocando um ponto bem crucial que muitos irão reclamar, mas precisa ser falado: um filme infantil é e sempre será feito pensado nas crianças, claro que nenhuma criança vai sozinha ao cinema e seus pais irão ver junto, mas parem antes de sair brigando por aí que o filme de animação vai ter graça sim para os pequeninos e se você adulto entrar na criança que tem dentro de você sairá feliz com o que vai ver com certeza. Pois bem, dado o recado, "Smurfs 2" consegue ser um ponto acima do anterior em relação a idade que foi pensado, pois temos interações mais pré-adolescentes do que infantis como foi o filme de 2011, mas vai fazer todos rirem das trapalhadas de Gargamel e seu gato Cruel, e agora com seus danadinhos. Dessa vez tive a oportunidade de assisti-lo legendado e gostei muito da sonoridade proporcionada, mas ainda irei rever ele dublado para conferir como as piadas serão passadas para as crianças. Outro fator bem interessante na trama está na explicação original de como surgiu a Smurfete, que para quem não conheça a versão original do desenhista Peyo talvez até se choque.

A sinopse nos mostra que após fracassar em sua caça aos Smurfs em Nova York, Gargamelpartiu para Paris e lá se tornou um sucesso, sendo considerado o maior mágico do mundo. Entretanto, por trás dos shows lotados que faz na Opera está um plano para capturar os pequenos seres azuis. Para tanto o bruxo cria dois danadinhos, Vexy e Hackus, que o ajudam em seus planos. Gargamel consegue criar um novo túnel para a aldeia dos Smurfs, para onde Vexy viaja e sequestra Smurfette. A ideia é que ela revele o segredo da fórmula mágica que fez com que deixasse de ser uma danadinha para se tornar uma smurf, algo que apenas ela e o Papai Smurf têm conhecimento. Não demora muito para que Papai Smurf organize uma nova expedição rumo ao mundo real, com o objetivo de resgatar Smurfette das garras de Gargamel.

A história em si, praticamente não traz nada de novo, tirando o fato de que muitos não sabiam que Smurfete não é verdadeiramente uma Smurf, mas é bem contada de forma dinâmica com um ritmo bem interessante para não cansar o espectador colocando os Smurfs atrás de algum dos personagens que fora capturado pelo vilão Gargamel e passam a contar com ajuda de alguns atores de carne e osso para conseguir atingir seu objetivo. Como todo filme voltado para as crianças, o longa traz uma lição de moral interessante de amar a família que possui, colocando em pauta algo que vem afrontando muito as famílias modernas com os padrastos e madrastas que surgem, além das adoções, e isso é bem colocado mais de uma vez na telona. Outro ponto interessante que o diretor Raja Gosnell consegue mais uma vez é a interação entre computação gráfica e os atores, pois é impressionante como parecem que realmente os Smurfs estão juntos na gravação do filme com os olhos dos humanos acompanhando em detalhes os personagens.

Os personagens continuam bastante carismáticos e divertidos como devem ser e algo interessante que reparei comparando o primeiro filme que vi dublado com esse segundo que vi legendado é que as vozes dos Smurfs são bem parecidas, ou seja, arranjaram dubladores brasileiros bem próximos para manter a característica. Outro fator engraçado é que como Kate Perry já havia dublado a Smurfete no primeiro filme agora ela manteve, mas caberia muito mais sua voz no personagem da Vexy que tem diríamos mais a sua personalidade, porém continua dando um show na entonação de voz da personagem. Hank Azaria conseguiu sair melhor ainda na interpretação do vilão desajeitado e suas conversas com o gato ficaram impressionantes, divertindo na medida. Os demais atores Neil Patrick Harris e Jayma Mays dessa vez acabam ficando um pouco apagados, diferente do primeiro filme, mas conseguem fazer boas caras nos momentos que precisam aparecer. O destaque negativo está nas bobagens feitas por Brendan Gleeson que poderia continuar caricato sem ser tão paspalhão. Aparece ao final durante os créditos uma singela homenagem a Jonathan Winters que sempre dublou o Papai Smurf e morreu nesse ano antes do filme estrear.

O visual da França ficou muito bem encaixado para a trama e deu um charme a mais, poderia ter sido usado melhor, mas agradou bastante nos locais onde nossos amiguinhos azuis passaram. A equipe de arte trabalhou bem para montar o laboratório no esgoto do Gargamel e também na cenografia do espetáculo do show de mágica dele. A fotografia exagerou um pouquinho nos tons escuros, talvez para realçar os efeitos especiais, os quais eu achei um pouco exagerado, mas faz a garotada ficar feliz vendo faíscas voar para todo lado com o 3D. E falando na tecnologia, o 3D da Sony mais uma vez está muito bem empregado, dando uma excelente profundidade e tacando diversas vezes os personagens ao nosso encontro, além de um divertido passeio de cegonha no melhor estilo daqueles brinquedos de 3D de parque de diversões.

As escolhas musicais estão um espetáculo com músicas compostas exclusivamente para o filme, interpretadas por Britney Spears, Own City e Nelly Furrtado. Além disso, nas trilhas orquestradas temos novamente o brasileiro Heitor Pereira que anda dando show em Hollywood em todas as animações que vem surgindo no mercado colocando um ritmo bem marcado de forma a segurar a trama do início ao fim.

Enfim, sou muito fã dos personagens azuis e quem me conhece pessoalmente sabe que até meu carro já teve nome de Smurf, mas achei que a repetição da trama mudando apenas a locação ficou um pouco a desejar, não que eu não tenha gostado do que vi, mas esperava algo novo, quem sabe no terceiro que dizem já estar sendo escrito para contar o início da rivalidade entre os Smurfs e Gargamel veremos mais novidades, mas nesse agradará bastante os pequeninos e os pais que forem levar os filhos se entrarem no clima capaz de que saiam bem alegres também. Aqueles que não estiverem com pressa de sair da sala e ficarem até o final dos créditos, ainda tem uma pequena cena extra com Gargamel e Cruel. Fico por aqui hoje, mas ainda nessa semana teremos mais alguns posts. Abraços e até breve pessoal.


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