Um Método Perigoso

4/30/2012 10:01:00 PM |

Nunca fui fã de psicologia, e de psicanálise então acho massante, mas confesso que estava com vontade de assistir "Um Método Perigoso" desde que vi o trailer pela primeira vez, mas sabendo que era distribuído pela Imagem Filmes sabia que demoraria para aparecer aqui pelo interior. Pois bem, um mês após a estréia nacional depois de diversos adiamentos pois o filme era pra estrear em novembro do ano passado aqui no Brasil, eis que consegui assistir ele, e chegar a mesma conclusão que eu já esperava: a de um filme feito para psicólogos e psiquiatras mostrando o envolvimento de dois dos mais famosos psiquiatras estudados em todos os cursos de ciências humanas e nada a mais que pudesse atiçar qualquer outra curiosidade ou qualquer instigação.

A história se baseia na peça "The Talking Cure", de Christopher Hampton, que romanceia fatos e acompanha a relação dos pais da psicanálise, Jung e Freud, com a russa Sabina Spielrein, uma das primeiras mulheres psicanalistas da história, que foi paciente no hospital onde Jung trabalhava, em Zurique.

A sinopse não pode nem ser mais aberta do que isso, pois qualquer coisa que se fale a mais revela tudo do filme, e perderia os únicos pontos de virada interessantes para se ver, pois como disse a história é pra quem realmente goste de tudo que é dito em consultórios ou salas de psicólogos, como problemas relacionados a sexualidade e significados dos sonhos. Tirando isso o filme poderia ser visto apenas como um romance conturbado envolvendo a poligamia no início do século XX. Diferentemente do que fez em seus filmes anteriores que instigava o espectador a todo momento, David Cronenberg faz um filme linear sem muitas reviravoltas onde se pode descobrir tudo que vai acontecer mesmo antes do personagem de quebra aparecer na história e com isso ficar um filme monótono, onde apenas se ri com o tanto de coisa irônica que os protagonistas conseguem dialogar.

Os protagonistas estão interessantes por entrarem bem nos papéis e fazerem suas interpretações sem ser cliché de qualquer outro personagem feito na carreira. Mas na minha opinião o destaque fica sem dúvida para Keira Knightley que faz algumas faces medonhas nas cenas que está enlouquecida. Michael Fassbender está virando um nome bem visto em todos os filmes, mas aqui com o trabalho de caracterização está praticamente irreconhecível como Jung, mas seu trabalho como ator está impecável como visto em todos os filmes que vem aparecendo. Um destaque que aparece pouco, mas é ponto chave no filme é o papel de Vincent Cassel que mostra alguns dos diálogos mais interessantes do filme.

Agora uma das coisas mais belas está na caracterização da arte do início do século XX que foi feito pro longa, belos figurinos, boas locações e sobretudo a fotografia fez questão de enaltecer usando bons planos abertos para situar a época sem precisar esconder nada, mesmo aparecendo datas no topo da tela, nem praticamente seria necessário pois é completamente reconhecível. Ótimo trabalho sem dúvida.

Enfim, o filme não faz o meu estilo de histórias que eu goste, mas pelas atuações e pela recriação da arte acabei achando interessante, quem sabe para alguns que sejam da área psicológica ou gostem do gênero saiam da sala do cinema mais felizes do que eu, mas só recomendo para quem realmente se interesse pelo gênero e pela história, senão irá acabar o filme sem que traga alguma boa felicidade cinematográfica em si. Fico por aqui, mas ainda essa semana tem mais por aqui, então abraços e até breve pessoal.


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J.Edgar

4/30/2012 03:38:00 AM |

Quando ouvi falar tão mal de "J.Edgar", não confiei na maioria das opiniões, primeiro por ser um filme de Clint Eastwood, o qual não costuma errar a mão nos filmes que dirige, segundo por estar sendo distribuído pela Warner, que também raramente pega filmes ruins, mas comecei a ter sérias desconfianças quando o filme foi lançado no fim de janeiro somente nas capitais e nada de aparecer pelo interior, ou seja nem fizeram questão de lançar várias cópias de um filme que foi indicado ao Globo de Ouro. Bom, depois de exatos 3 meses, eis que resolve aparecer aqui pelo interior, e cá estou eu escrevendo sobre ele. Não que tenha achado o filme ruim, mas tem sérios problemas em quesitos técnicos, de história, e pasmem de condução da trama, ou seja de direção, e isso pesou para que o filme ficasse monótono e bastante cansativo.

A história mostra que ao longo de sua vida, J. Edgar Hoover tornou-se o homem mais poderoso da América. Nos quase cinquenta anos durante os quais chefiou o FBI, ele agiu incansavelmente na defesa do seu país. Hoover testemunhou oito mandatos presidenciais e travou batalhas contra ameaças reais e imaginárias, além de frequentemente quebrar regras para salvaguardar seus compatriotas. Seus métodos eram ao mesmo tempo implacáveis e heróicos e contavam com a admiração do mundo - seu prêmio, quiçá ilusório, mas mais ambicionado. Hoover valorizava muito os segredos, particularmente os de terceiros, e não tinha medo de usar essas informações para exercer autoridade sobre as principais figuras da nação. Sabendo que conhecimento é poder e que o medo traz oportunidades, ele usou ambos para influenciar e construir uma reputação formidável e intocável. Ele era tão discreto em sua vida pessoal quanto era na pública, e apenas um pequeno círculo de amigos íntimos e cuidadosos desfrutava de sua confiança. Seu amigo mais próximo, Clyde Tolson, também era sua companhia constante. Sua secretária, Helen Gandy, talvez a pessoa com mais conhecimento sobre os projetos de Hoover, lhe foi fiel até o fim, e também depois disso. Somente a mãe de Hoover, sua inspiração e consciência, o abandonou; sua morte teve um efeito arrasador sobre o filho, que buscou seu amor e aprovação até o fim de seus dias. Visto através dos olhos do próprio Hoover, `J. Edgar´ explora a vida pessoal e pública, além dos relacionamentos do homem que podia distorcer a verdade tão facilmente quanto a enaltecia ao longo de uma vida devotada a sua própria ideia de justiça, frequentemente seduzida pelo lado negro do poder.

Lendo a sinopse, o filme pode se tornar grandioso e magnífico de assistir, mas a forma que é contada de Hoover para um biografista e com tantas idas e vindas e com um erro grotesco da equipe de maquiagem em transformar os atores em velhos, fica mais evidente ainda os erros. Muitos reclamaram de ficar mostrando ou tentando afirmar que Hoover era gay, mas isso não me incomodou, fiquei mais incomodado em a história não ter um propósito senão o de apenas mostrar a vida privada de um homem público do que suas façanhas no seu período de governo, que poderia agradar bem mais. Fora o excesso de idas e vindas constantes, que nem parecem serem de um filme do diretor conceituado que é o Eastwood, pois só servem para confundir o espectador e nada mais.

Quanto das atuações, não digo que estão ótimas, mas estão agradáveis pela consistência e acredito que se o filme não fosse tão disforme, poderiam ter mostrado melhor. As interpretações dos personagens nas idades jovens são interessantes de ver e todos estão muito bem em cena, tanto Leonardo DiCaprio quanto Naomi Watts e Armie Hammer se mostram bem desenvoltos. Porém na idade avançada na minha opinião somente a interpretação de velho de Hammer convence, os demais juntou a maquiagem ruim com interpretações tão joviais que ficaram falsos. Outro destaque no filme são para os diálogos de Judi Dench que como mãe de Hoover se põe num papel magnífico mesmo em seu leito de morte.

No quesito recriação de época, gostei bastante da direção de arte que diferente da equipe de maquiagem, não pecou em quesito algum fazendo cenários bem coerentes com a data em que se passa o filme e colocando elementos clássicos de ser vistos em outros filmes dá época dos anos 20-30-40-50. A fotografia poderia ter escolhido dois tons para trabalhar com o passado e presente do filme que agradaria mais, mas preferiu ficar com planos detalhes principalmente nas cenas de DiCaprio velho que pecou mais ainda mostrando a maquiagem ruim.

Enfim, o filme teve esses pecados que o pessoal mais técnico irá ver e reclamar, assim como estou reclamando, mas como o filme é bem devagar e não tem uma lógica muito intrigante talvez vá fazer com que o público em geral também não goste do que verá na tela. Poderia ser bem melhor como disse se optasse pela vida pública conturbada que sabemos que o personagem teve, mas não foi feito assim, então a biografia ficou feita dessa forma. Recomendo ver apenas em casa quando for lançado, pois pode cansar e incomodar os 137 minutos dispensados numa sala de cinema. É isso, fico por aqui, mas ainda nessa segunda tem mais por aqui, então até breve e abraços pessoal.


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Os Vingadores em 3D

4/27/2012 04:08:00 AM |

Desde que cogitaram fazer o filme "Os Vingadores", não botei muita fé, primeiro por não ser um estilo que eu curta, o de super-heróis, segundo porque achava um exagero de egos gigante num único filme, o que se tornaria como aparece numa das falas do trailer uma bomba relógio, mas após sair da sessão de pré-estréia da meia noite onde estava junto de praticamente 300 fãs numa única sala, posso dizer com gosto que Joss Whedon tenha muita saúde e patrocinadores para fazer muitos outros filmes do estilo, porque só tenho uma palavra pra definir o filme: SENSACIONAL.

O filme mostra que quando um inimigo inesperado surge ameaçando a segurança global, Nick Fury, diretor da agência internacional de paz conhecida como SHIELD, recruta uma equipe para livrar o mundo de uma possível destruição: Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Gavião Arqueiro e Viúva Negra.

A sinopse não poderia ser mais sucinta, pois o filme é embasado completamente nisso, mas o desenvolvimento do roteiro, aí sim entra um grande fã das HQs chamado Joss Whedon para esmiuçar tudo na mais perfeita forma de não deixar que nenhum herói fosse jogado de lado na trama tendo todos ótimas interpretações e diálogos para falar em cena, tendo trabalhado desde o lado dramático de cada um até pontos extremamente cômicos que fazem a platéia vibrar e aplaudir. Decididamente deu pra ver os olhos de cada um dos fãs que estavam na sala brilharem e saírem em estado de orgasmo como raramente se vê em um filme baseado em uma HQ e só por isso o diretor e roteirista já merece um respeito capaz de colocá-lo no topo dos diretores de ação.

No quesito atuação, todos sem exceção estão na sua melhor forma de atuação e como já disse o diretor soube mensurar dignamente cada parte do filme para que nenhum ficasse apagado pela sombra do outro. Robert Downey Jr. com toda sua ironia cativa a cada cena que está enquadrado seja na pele de Tony Stark ou Homem de Ferro. Chris Evans com seu Capitão América, que teve um filme mediano, agora vem com toda a força e características que conhecíamos do desenho. Chris Hemsworth nem pareceu ser o mesmo Thor que assistimos no filme e parecia ser algo ridículo, agora vem mostrar toda sua potência que só o Deus do Trovão pode ter. Scarlett Johansson volta a fazer um bom papel e se mostra dinâmica em suas acrobacias como Viúva Negra. Jeremy Renner se mostra um bom Gavião Arqueiro disparando tiros certeiros com seu arco e declamando frases curtas mas bem ditas. Samuel L. Jackson como sempre bem em cena, ditando sua voz em alto e bom tom sempre chamando a cena pra si quando precisa. Tom Hiddleston faz um Loki um pouco mais apagado que no filme do Thor, que lá sim tinha mais textos, mas mesmo assim faz bem seu papel e impõe a mesma boa postura que vimos no filme anterior. Mas sem dúvida alguma as duas melhores cenas cômicas que fizeram o cinema ruir com a interpretação e o diálogo mais bem colocado das histórias dos quadrinhos está com Mark Ruffalo e o seu Hulk, e na minha opinião com certeza daria o destaque do filme pra ele, que faz muito bem o papel embora esteja lotado de computação gráfica em cima de suas interpretações. Os demais personagens são todos coadjuvantes, e como num bom filme não atrapalham nem incrementam muito as cenas como é o dever de toda a equipe de figuração com fala.

Já que entrei na questão de computação gráfica, o filme está perfeito e não deixa a desejar nem um pingo de falta de ação, todos os detalhes de explosões, lutas, tiros, flechadas, vôos estão esmiuçados de forma a sufocar de tantos efeitos bem feitos, que infelizmente por ser tão grandioso acabamos até perdendo muitas coisas vendo apenas uma vez, e com isso terei de ver mais uma vez para prestar mais atenção em tudo. Enfim temos um longa de 142 minutos que só se desliga realmente após a cena pós créditos, ou seja, como em todos os demais filmes da Marvel, aguarde os primeiros créditos para ver algo a mais que já deixará o gostinho para o próximo filme.

Continuando no quesito gráfico, se alguém quiser falar mal do 3D do filme fale justificando muito bem, pois a imersão dada nas cenas de ação é como se você estivesse presente na cena sem tirar nem por, claro que vão falar da falta de coisas saindo da tela, mas mesmo assim a quantidade de coisas saindo não em um plano exagerado para fora, está de bom tamanho.

Pra falar do figurino e da direção de arte, basta que você compre um quadrinho qualquer dos Vingadores e com toda certeza você verá toda a transmissão de essência que foi passado para o filme, tudo está exatamente da forma que é conhecido no papel, tudo tem seu toque, seu traço visto dimensionalmente na tela grande do cinema. Uma reconstrução de cenografia impecável com grandes cenários e muita computação bem colocada para agradar a todos.

A fotografia poderia ser um pouco mais clara em alguns momentos, mas acredito que seja devido ao óculos 3D, mas não atrapalha e conseguimos observar com detalhes praticamente tudo que é capaz de ser visto na alta velocidade dos planos alternados entre detalhes dos rostos e mais abertos em batalhas, sempre num dinamismo ímpar de se ver.

O filme também conta com boas trilhas de ação compostas por Alan Silvestri que conseguiu transmitir todas as sensações que um filme de ação deve passar para o espectador e com isso o filme tem um ritmo frenético que você com toda certeza se não for um fã completo do filme sairá literalmente cansado de uma batalha com tudo que é passado em cena junto da trilha.

Enfim, escrevi demais hoje, mas espero ter passado tudo que consegui analisar do filme de uma forma técnica de quem não é um fã de quadrinhos e adorou o que viu, recomendando com toda certeza para todos sem tirar nem por, é um filme de ação como poucos podemos ver nas telas do cinema. Claro que se você que está lendo isso for um fã, já deve ter visto o filme e saído da sala pulando como vi vários fazendo hoje e irá rever incontáveis vezes no cinema e depois em casa. Portanto se você que não é fã e for assistir com um fã, vá preparado para aplausos, pulos e tudo mais. Não vou dizer que é o melhor filme do ano, porque temos muita coisa ainda pra rolar, e ainda fico dividido com minha paixão por "Hugo", então apenas coloco como um dos melhores do ano dando a nota que vou dar. Fico por aqui hoje, mas essa semana ainda tem mais 3 filmes atrasados por aqui, então abraços e até breve pessoal.


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Raul: O Início, o Fim e o Meio

4/25/2012 11:38:00 PM |

Documentários biográficos sempre podem ser interessantes, principalmente se é feito um bom trabalho de pesquisa e se esse trabalho é bem mostrado na tela. "Raul: O Início, o Fim e o Meio" é um exemplo ótimo de uma pesquisa minuciosa, onde se conseguiu levantar dados que alguns fãs nem conheciam e para aqueles que nem são fãs, vale como conhecimento da vida do cantor, pois assim como eu era praticamente um bebê quando Raul morreu, então só ouvia as músicas mais conhecidas e nem me aprofundei no estilo de vida do cantor.

O filme mostra que enquanto o mundo fervilhava nas tradições das motos de Easy Rider, no ritmo frenético de Elvis Presley, nos poetas Beatniks, na explosão da contracultura, um menino da Bahia deu a luz ao Rock no Brasil. Um disco voador desgovernado que abduziu o coração e a mente de milhares de fãs. Raul Seixas, um homem que virou mito. O filme desvenda através de imagens raras de arquivo, encontros com familiares, conversas com artistas, produtores e amigos, a trajetória da lenda do Rock. Raul Seixas morreu jovem porque viveu intensamente. Rock´n roll, amor livre, Sociedade Alternativa, drogas, magia negra, ditadura militar, mulheres e filhas. Um homem que queria viver da sua obra e morreu por ela. O início, o fim e o meio se confundem, porque a história ainda não acabou.

Com essa sinopse não se precisa falar praticamente mais nada, pois o longo documentário, 130 minutos, gira completamente em torno dela e faz bem feito, pois não fica como num fã-filme e sim em algo mais investigativo sem necessitar virar algo estilo Globo Repórter, que odeio ver no cinema. O diretor Walter Carvalho, que já mostrou através de filme a vida de outra lenda no caso Cazuza, agora na forma documental mostra tudo e mais um pouco sobre Raul, de uma forma gostosa e divertida de ver os problemas e as glórias que passou com seus companheiros.

Como o filme conta com muitas imagens de arquivo, a dimensão da tela alternando de tamanho incomoda um pouco, mas nada que atrapalhe o ritmo do filme que sempre alterna imagens com depoimentos de familiares e amigos, com destaque cômico para as histórias de magia negra envolvendo Raul e Paulo Coelho. Falando em Paulo Coelho, esse se mostra  bem mais do que qualquer pessoa conhecia a respeito da vida pessoal desse que é quase um mito brasileiro escondido em outro país.

Com uma trilha vasta das músicas de Raul, consegui contar nos créditos 66 músicas tocadas, o longa é ritmado de forma rock'n roll constante e vai agradar a fãs e também àqueles que quiserem apenas conhecer mais sobre como foi a vida de Raul.

Bem, é isso, o que pode ser falado sem estragar a magia de assistir o longa, recomendo assistir com certeza, caso não esteja passando em sua cidade você pode pedir para a Mobz que juntando uma demanda, ela está com direitos de levar o filme para qualquer cidade. E fico por aqui hoje, só aguardando para amanhã ir na grandiosa estréia da meia noite de um dos filmes mais esperados desse ano, vamos ver o que aguarda e chegando posto o que vi aqui. Abraços e até mais pessoal.


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A Guerra Está Declarada

4/24/2012 07:37:00 PM |

Como já falei uma vez, ir assistir um filme sem ver a sinopse pode ser ao mesmo tempo bom e ao mesmo tempo chocante. Não sei porque mas quando recebi os ingressos de "A Guerra Está Declarada" há muito tempo atrás antes mesmo dele ser indicado pela França ao Oscar, imaginava ser uma comédia romântica, mas esqueci de ter lido a sinopse e ver que é um grande drama bem triste que mostra uma boa superação.

Quando Roméo e Juliette se conhecem, brincam com a coincidência dos nomes e, em tom de piada, declaram estar fadados a um destino trágico. Os dois se apaixonam, casam e têm seu primeiro filho, Adam. Mas a ilusão do conto de fadas se quebra após uma visita ao pediatra, que diagnostica um tumor cerebral no menino. A partir daí, a rotina da família se transforma numa constante jornada por corredores de hospitais.

Com um roteiro que mostra todo o drama familiar, numa belíssima cena ao mostrar a desconstrução emocional de todos os familiares ao saber da notícia, o filme trata o tema de uma forma bem interessante a qual mais se aproxima da realidade das famílias que passam por esse problema. Não digo que o filme é perfeito por dois únicos motivos, optar por narrações e algumas imagens abstratas que julguei inútil para o decorrer do filme, mas tirando isso é algo tocante e muito bem feito.

Os atores e roteiristas, Valérie Donzelli e Jerémie Elkaim, sim o filme foi escrito pelos atores principais da trama e dirigido pela atriz principal, conseguem se mostrar da forma mais crua possível para o drama, incorporando os papéis no seu cerne sem parecer serem personagens de um filme e sim pessoas reais, não pesquisei a fundo mas acredito que eles possam ter vivenciado algo do estilo para escrever e interpretar tão bem como fazem na tela. Os demais atores praticamente não têm falas, e são meros coadjuvantes, apenas um destaque para Frédéric Pierrot que faz o papel do clássico médico que salva vidas mas não se expõe.

A opção de planos quase sempre fechados, para economizar com cenografia, foi algo bem escolhido e só peca um pouco nos momentos de imagens abstratas de formações celulares que poderiam ser eliminadas do filme sem estragar nada, e pelo contrário agradaria mais. Como é um filme de roteiro, nem quase acabamos nos preocupando com a cenografia, mas está bem presente a realidade dos hospitais públicos e a diferença para um particular no filme.

As trilhas sonoras também poderiam ser melhores usadas, se não optasse pelo estilo abstrato e ficasse mais em músicas usuais para o tema, claro que a forma melancólica ajuda a manter o clima do filme, mas é abstração demais para um filme que caminhava por uma forma comum.

Enfim, é um bom filme, tocante e que por ter sido tratado de forma tão real com certeza o  levou a ser escolhido para representar a França no Oscar, mas por não ter o estilo clássico de filmes que a Academia gosta de ver na seleção estrangeira acabou ficando fora dos 5 escolhidos. Bom o filme estreou no Brasil em 6 de janeiro e só apareceu aqui através do Cinecult, então não posso afirmar o roteiro por onde irá passar ainda, mas recomendo que o assista, pois faz bem o gênero que estamos acostumados a ver nas novelas para tratar de uma realidade que é o câncer infantil desde seu início até sua possível cura ou não. É isso, fico por aqui, mas amanhã tem mais aqui para encerrar a semana cinematográfica, então abraços e até mais pessoal.


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A Perseguição

4/21/2012 05:51:00 PM |

Filmes que se incrustam na neve costumam deixar o espectador com frio, e aliado a uma boa dose de estar sendo seguido por lobos então, não podia ter clima melhor para manter um filme senão esse que "A Perseguição" propõe. O interessante do filme, o qual vou tentar não colocar spoilers, é que o filme consegue terminar de forma bem digna com a proposta, usando inclusive de coisas que aparecem nos flashbacks, então preste bastante atenção, mesmo que o personagem fale a frase do poster várias vezes.

O filme mostra um grupo de petroleiros que está voltando para casa após uma longa temporada de trabalho no Alasca. Uma falha mecânica acaba derrubando o avião que os transportava. Os sobreviventes, lutarão contra ferimentos mortais, o intenso frio e a fome voraz. Mas o grupo não poderia nem desconfiar que a principal ameaça ainda está por vir.

O roteiro embora não muito elaborado, consegue prender a atenção durante toda a jornada dos sobreviventes e com isso a tenção é mantida devido o frio e os problemas que ocorrem. Alguns diálogos poderiam ser mais elaborados para termos mais dignidade e estar no nível dos atores que estão em cena, mas não atrapalha tanto a história e a tenção que o diretor e roteirista Joe Carnahan(do razoável "Esquadrão Classe A") quis para seu filme.

No quesito atuação, temos bons atores, que até tentam esmiuçar os poucos diálogos bons do filme com toda a paranóia que o abismo da morte iminente pode trazer, e com isso eles fazem o filme ficar bom. Liam Neeson consegue manter o foco para si, afinal é o grande nome da produção e se mantém frio da mesma forma que seu personagem pede. Outro destaque está em Joe Anderson na forma irônica que consegue passar de seu personagem e com isso até deixar o espectador um pouco nervoso com suas atitudes.

A fotografia de neve é interessante, gosto bastante dela, mas sempre recai no mesmo problema que as distribuidoras colocam legendas brancas, daí quem não domina o inglês com toda certeza irá reclamar de perder falas dos atores. Mas tirando isso, a quantidade de neve e o local que escolheram para filmar foram perfeitos para o longa e deixaram um ótimo clima que o filme pedia de tensão aliado ao fator neve. A equipe de arte até teve um bom momento para mostrar várias fotos e com isso acrescentar a dramaticidade dos seus elementos que já haviam sido bem destroçados no acidente, e com isso mostram que fizeram muito bem o serviço. Vou considerar um bom brado para a equipe que cuidou dos animais, pois os lobos não pareciam ser computadorizados, e dessa forma merecem um bom destaque, pois a quantidade de animais no set foi alta e bem variada.

Com uma trilha bem dolorosa aliada aos assovios da nevasca, o filme mantém o necessário para o que propõe, que é a tensão iminente de perigo, e se manteve durante todo o filme com a mesma eloquência sem precisar colocar alivio cômico para agradar.

Enfim, é um bom filme, que mostra o que promete, poderia ser melhor, sim, mas não pestanejou por manter a história que queria e com o final que queria, e com isso recomendo para todos que gostem de ficar um pouco tensos com filmes. Fico por aqui hoje, mas ainda tem muito mais nessa semana, abraços e até mais pessoal.


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American Pie: O Reencontro

4/21/2012 02:14:00 AM |

Seguir fórmulas em hollywood é uma coisa tão comum que muitas vezes acaba batida, e "American Pie: O Reencontro" usa da mesma fórmula que agradou em 1999, 2001 e 2003. Mas a pergunta que fica é a seguinte, usar o primeiro ato com escatologias, o segundo com dramas pessoais e um terceiro com a farra dando tudo certo é convincente para o ano 2012? Pelo tanto de adolescentes que tinham na minha sessão, que acredito nem terem visto os primeiros, e racharam o bico de tanto rir, acredito que a resposta é sim, mas se depender da minha opinião, apenas a última parte valeu, pois até os 65% do filme eu já estava bravo com a forma que tudo estava ocorrendo. Mas a grande sacada dos produtores, o qual tem de realmente se levantar e aplaudir é conseguir reunir todos do elenco original, incluindo os coadjuvantes, isso sim mostrou a valer no longa.

Na comédia American Pie: O Reencontro, todos os personagens de American Pie que conhecemos há mais de dez anos estão de volta à escola East Great Falls para um encontro da turma do segundo grau. Em um final de semana devido há muito tempo, eles irão descobrir o que mudou, quem não mudou e que nem o tempo nem a distância podem quebrar laços de amizade. Foi no verão de 1999 que quatro rapazes de uma pequena cidade de Michigan iniciaram uma jornada para perderem a virgindade. Durante os anos que se passaram, Jim e Michelle se casaram, enquanto Kevin e Vicky disseram adeus. Oz e Heather se separaram, mas Finch ainda sonha com a mãe de Stifler. Agora estes amigos de toda vida voltam para casa como adultos para relembrarem - e se inspirarem - nos adolescentes cheios de hormônios que lançaram esta comédia lendária.

O filme em si é bom, a fórmula é que foi batida demais e hoje já cansa, principalmente pra quem viu vários filmes usarem do mesmo estilo para se consagrar, e claro nem sempre conseguir o que esses jovens fizeram em 99. O lance do psicológico de cada um, o diretor soube explorar bem, mas acredito que se tivessem adentrado mais a fundo na reunião deles mesmo, ao estilo de "Gente Grande", e não tanto na vida pessoal de cada um talvez fosse mais bacana do que já foi. Eu curti bastante, mas por ser o filme que tanto esperava a anos, acho que me desapontei um pouco.

Como disse, o grande lance do filme é reunir a trupe original, e não como tentaram os outros American Pie lançados direto pro vídeo que não tem nada a ver com a história e só serviram para queimar o nome da franquia. E todos, que incrivelmente não se projetaram em nenhum grande filme após o término da franquia em 2003, voltam bem, mostrando que ainda podem fazer o público gargalhar sem precisar apelar "muito", pois na primeira parte só as escatologias que já estão virando bordão das comédias fazem a galera rir. O destaque não podia ser outro senão Sean William Scot no papel de Stifler que parece nem ter crescido e faz graça ainda com suas trapalhadas em busca de sexo, mas seu final é o melhor de todos, e junto com a cena "pós-créditos"(aguarde uns minutinhos que tem um pouco mais de cenas) fazem por valer todo o dinheiro pago no ingresso.

O filme em si se passa em 4 locações que foram simplórias na produção, afinal acredito que gastaram horrores só pra juntar todos os atores, não sobrando muito para gastar com cenários, mas não fazem falta, pois o grande lance do filme assim como na franquia original não está na grandiosidade da produção e sim nas atuações.

Com uma trilha sonora, excelentemente selecionada, eu jurava que tinha Blink 182 novamente mas fui pesquisar e me enganei devendo ser alguma banda parecida que assim que descobrir qual é corretamente posto aqui nos comentários, o longa segue um ritmo bem interessante sem perder o foco na franquia e como os personagens dizem numa cena, que deveriam se reunir agora a cada ano, quem sabe não vem mais por aí.

Enfim, como o próprio poster diz, guarde o melhor pedaço para o final, o fim do filme é sensacional e faz sair do cinema com gosto de quero mais, mas os pecados cometidos no primeiro e no segundo ato do filme fizeram com que ele perdesse um pouco da nota e muitos vão até reclamar com certeza. Mas vale pelo retorno sim, e quem sabe pegando talvez algum dos diretores dos primeiros consiga novamente voltar com tudo num outro filme, torcerei por isso. Bom por hoje é só, mas essa semana ainda tem bastante atualização por aqui pessoal, então abraços e até mais.


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Filhos de João, O Admirável Mundo Novo Baiano

4/20/2012 12:17:00 AM |

Documentários musicais geralmente agrada os espectadores, principalmente porque o público alvo é o que irá assistir, então usando dessa premissa "Filhos de João, O Admirável Mundo Novo Baiano" consegue agradar, pois os fãs da banda Novos Baianos e de João Gilberto enxergam como uma homenagem e se divertem cantando, sim eu ouvi diversas pessoas ao meu redor cantando baixinho as músicas que eram passadas na tela, e praqueles que desconhecem a história de como foi a formação e o desmanche da banda, no meu caso, também é bem interessante pois mostra que embora tenha sido um período de represálias pela ditadura, o modo de vida "hippie" dos integrantes lhes davam uma condição de vida interessante para a época.

O documentário Filhos de João, O Admirável Mundo Novo Baiano conta a história do grupo musical Novos Baianos. O filme se concentra em um dos períodos mais férteis e efervescentes da produção musical brasileira – final da década de 1960 – época em que o grupo eclodiu. Foi neste período que João Gilberto, recém chegado dos Estados Unidos, começou a conviver com os Novos Baianos, tornando-se uma espécie de guru.. Com extrema sensibilidade, e absoluta despretenção, transformou a mentalidade daqueles jovens irreverentes e mudou o rumo da MPB.

A utilização de muito material de arquivo de filmes antigos e filmagens de amigos da banda deixa o documentário bem saudosista, pois mostra a realidade deles acontecendo na época só que usando os depoimentos atuais dos integrantes, claro tirando Baby do Brasil que proibiu de usar seus depoimentos, e essa mistura de antigo com novo fica bem bacana, pois se na época já fumavam erva a rodo, nos depoimentos principalmente de Tom Zé fica evidente que a maluquice dele é nata.

O documentário funciona por ser dinâmico e bem curto, 76 minutos apenas, pois não alongando consegue passar a mensagem, do todo que só funciona junto e separado morre, sem cansar o espectador e com isso agradará os fãs e também os que apenas quiserem conhecer mais da banda, além de claro aqueles que quiserem apenas ver um documentário sem precisar ser de algo que conheça.

Enfim, vale a pena assistir, tem toda a cara que passará nos canais especializados tipo Canal Brasil em breve, então assista ou alugue para conhecer mais. É isso, fico por aqui hoje, mas amanhã tem estréias já por aqui, então abraços e até amanhã pessoal.


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Heleno

4/17/2012 08:35:00 PM |

Filmes biográficos podem ser completamente monótonos por sempre exaltar as qualidades do homenageado, mas felizmente o diretor José Henrique Fonseca não optou dessa forma para trazer "Heleno" ao cinema, mostrando tudo que de ruim ele possa ter feito sob uma fotografia magnífica em preto e branco e sem necessitar que o filme fosse linearmente contado.

O filme mostra Heleno de Freitas que era o príncipe da era de ouro do Rio de Janeiro, os anos 40, quando a cidade era um cenário de sonho, cheio de glamour e promessas. Bonito, charmoso e refinado nos salões elegantes, era um gênio explosivo e apaixonado nos campos de futebol. Heleno tinha certeza de que seria o maior jogador brasileiro de todos os tempos. Mas a guerra, a sífilis e as desventuras de sua vida desviaram seu destino, numa jornada de glória e tragédia.

O roteiro do filme é bem interessante e a opção por não fazer de forma linear e nem ficar dando efeitos para flashbacks deixou ele de uma forma que as datas acabam perdidas, mas não que isso venha importar com algo, apenas é um pouco difícil de se situar. O diretor fez o filme de forma que se sai da sala do cinema de forma melancólica e triste por uma carreira brilhante ser depredada por todos os problemas que viveu. A câmera sempre na forma de um olhar sobre a pessoa também agradou bastante.

No quesito atuação temos outro show de Rodrigo Santoro e Aline Moraes, ambos dois grandes nomes do cinema nacional na minha opinião. Rodrigo incorporou o papel e acredito ter até perdido bastante peso para fazer Heleno já que nas cenas finais parece ser apenas um monte de ossos. Aline, nos momentos em que está em cena mostra-se dominante do que faz sem a necessidade de fazer caras e bocas. Os demais atores também fazem bem seus papéis sem tirar o brilho dos protagonistas mas também não ficando apagados na tela.

A fotografia em preto e branco quando é bem usada fica simplesmente perfeita, e o diretor de fotografia Walter Carvalho, que tem em seu currículo apenas 72 títulos onde praticamente todos são belissimamente fotografados ao exemplo de "Central do Brasil" e "Carandiru", conseguiu chegar no tom perfeito da gramatura obtida com a película que trabalhou, os momentos do jogo com chuva são de ficar com o olho preso na tela de tão bonitos que ficaram. Como sempre falo, a equipe de fotografia não anda sem a equipe de arte, e temos no filme elementos cênicos perfeitos para retratar a década de 40 de modo a invejar muitos filmes por aí.

Como o apelo do filme é bem puxado para o drama, a trilha sonora escolhida faz o seu dever de casa, que é entristecer o espectador e com isso mesmo as músicas alegres dos salões são cantadas de forma a provocar um semblante melancólico.

Enfim, poderia considerar que beira a perfeição, mas por tratar da vida de uma pessoa em 2 horas de película certos momentos podem parecer corridos ou eliminados na edição, o que pode atrapalhar um pouco quem for mais detalhista. Mas tirando isso é um filme perfeito e muito bem dirigido e produzido. Recomendo com certeza. Encerro por aqui essa semana cinematográfica, mas na quinta já inicio a nova continuando o Festival Sesc Melhores Filmes, então abraços e até breve pessoal.


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12 Horas

4/16/2012 05:37:00 PM |

Filmes de suspense ultimamente andam todos com o mesmo formato, o que diferencia um do outro está sempre nas atuações dos atores escolhidos como protagonistas. Tomando como base isso, "12 Horas" é um filme que poderia até ser melhor aproveitado caso tivesse economizado caché com Amanda Seyfried que sempre em qualquer filme que atue faz as mesmas caras e bocas e colocado alguém desconhecido para ficar um pouco mais realístico.

O filme acompanha Jill Parrish, uma jovem que volta para casa e descobre que sua irmã desapareceu. Ela começa a procurar a irmã, já que ela havia sido perseguida por um serial killer, e tenta fazer justiça com as próprias mãos.

O roteiro em si é bem simples mesmo e com muitos flashbacks o filme até se auto-explica sozinho, mostrando o passado de Jill. A revelação do serial killer não é tão rápida de descobrir, mas é bem interessante ser a pessoa que é. Acredito que se o diretor Heitor Dhalia(do filme "O Cheiro do Ralo") não tivesse brigado com os produtores, com toda certeza seria um filme melhor, pois se com todas as brigas já foi algo interessante, imagina sem elas.

No quesito atuação, eu até gosto da Amanda Seyfried, mas fazendo tantos filmes como anda fazendo, ela anda meio no automático fazendo sempre os mesmos trejeitos, e já está ficando cansativo, até parece que andou estudando junto com o Nicolas Cage para fazer 10 filmes por ano sempre atuando da mesma forma. Não tenho nem muito o que falar dos demais atores, pois 99% deles são coadjuvantes e só falam poucas palavras com Amanda, deixando o filme todo nas mãos dela, o que na minha opinião estragou um pouco o filme.

Como é um filme de suspense, o diretor optou por utilizar uma fotografia bem escura e com isso, pouquíssimos elementos são mostrados, e assim cada elemento encontrado nos locais são imprescindíveis para ir juntando tudo ao mesmo tempo que a protagonista acha. Pra mim poderia ter sido mais aproveitado o mistério e deixado menos ao rigor com a atuação, mas enfim, o filme não é meu.

Enfim, não chega ser um filme perdido, mas recomendo que assista em casa ao invés de gastar dinheiro no cinema. Quem sabe o diretor faça algo melhor mesmo aqui no Brasil, já que com sua briga lá fora queimou suas possibilidades de dirigir grandes produções estrangeiras. Fico por aqui, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.

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O Príncipe do Deserto

4/16/2012 12:53:00 AM |

Filmes que retratam algo diferente do usual sempre são alvos da crítica, e com "O Príncipe do Deserto" que estreou nessa sexta não seria diferente com diversos sites por aí queimando o grande lançamento da nova vertente chamada "Óleowood" ou "Cinema das Arábias". Eu não diria que o filme é ruim, muito pelo contrário tem cenas bem interessantes e agrada tanto visualmente quanto em quesito de história. Os problemas do longa estão apenas em 2 fatos: duração longa para uma história e uso da religião que é bem desconhecida, pois do resto o longa briga firmemente com qualquer produção hollywoodiana afinal tem até suas estrelas presentes nele.

O filme mostra o início do Século 20, Arábia. Sob o impiedoso céu do deserto, dois líderes guerreiros se enfrentam cara a cara. Os corpos de seus soldados estão espalhados pelo campo de batalha. O vitorioso Nesib, Emir de Hobeika, dita seus termos de paz para o rival Ammar, Sultão de Salmaah. Os dois homens concordam que nenhum deles poderá reclamar a terra de ninguém entre eles, chamada de Faixa Amarela. Em troca, e de acordo com os costumes tribais da época, Nesib irá “adotar”- ou tomar como reféns - os dois filhos de Ammar, Saleeh e Auda; uma garantia de que nenhum deles possa invadir o território do outro. Anos depois, Saleeh e Auda cresceram e se tornaram homens jovens. Saleeh, o guerreiro, quer escapar de sua prisão dourada e retornar à terra de seu pai. Auda só se importa com livros e com a busca pelo conhecimento. Um dia, Nesib, seu pai adotivo, é visitado por um americano, homem da indústria petrolífera do Texas. Ele diz ao Emir que sua terra é abençoada com petróleo e lhe promete riquezas além da imaginação.

Só de ler a sinopse que de cara já é longa, dá pra notar que o filme também vai ser longo, pois detalha todos os fatos e com isso chega até a cansar um pouco. Mas o problema principal do longa nem é tanto sua duração, é o fato do diretor focar tanto na religião que assola esse país e colocando fatos desconhecidos para o povo do Ocidente com certeza virou alvo para atirarem, principalmente onde todos acham que tudo acabou.

No quesito atuação, o trio principal(Antonio Banderas, Tahar Rahim e Mark Strong) mostram que foram todos muito bem dirigidos, pois dominam a cena em todos os momentos que estão com os coadjuvantes, sempre mostrando seu melhor. Tahar Rahim, embora seja quase um desconhecido conduz bem todos os seus momentos e faz seus diálogos serem eloquentes. Freida Pinto embora tenha aparecido pouco, nos momentos que está em cena faz bem também seu papel.

A fotografia de deserto é uma das que mais me agrada em todos os filmes do gênero aventura, pois consegue tirar o ar com o calor intenso e as paisagens áridas, e a equipe de arte soube aproveitar bem disso colocando elementos cênicos perfeitos pros momentos e encaixando tudo no mais forte dos desertos. Tudo está perfeito com a melhor característica de uma mega produção.

Com uma trilha bem orquestrada dando o ritmo ao filme sem sair da cultura que preferiram preservar em sua totalidade, o filme se alonga nos seus 130 minutos bem aproveitados.

Enfim, mesmo que você veja milhões de críticas negativas, aproveite a boa distribuição que a Warner fez do filme que com certeza chegou em todas as cidades e assista, pois segundo a Doha Film Institute que banca o filme eles querem em 10 anos estar entre os maiores do cinema mundial, e já nessa primeira amostra eles mostram grandes números com 20 mil figurantes, 10 mil camelos e 2 mil cavalos, além de custar U$55milhões. Recomendo com certeza pra quem gosta de uma grande produção mesmo que não conheça das crenças árabes. Fico por aqui, mas amanhã tem mais filme. Abraços e até mais pessoal.


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O Garoto da Bicicleta

4/15/2012 03:02:00 AM |

Um filme com uma carga dramática variável para diferentes pessoas, essa é a forma que consigo enxergar "O Garoto da Bicicleta", pois pode fazer chorar da mesma forma que pode irritar com a atuação reclamante de Thomas Doret. Isso que acho bacana sentir em festivais, pois fiquei no meio de pessoas que tiveram ambos os sentimentos e eu me cai mais pelo lado da reclamação pelo ator ser tão chato, no modo bom de interpretar bem o personagem, que incomoda. E dando um pequeno spoiler o diretor opta por algo que não via há tempos no cinema o famoso provérbio "Olho por Olho, Dente por Dente" de uma forma tão aceitável que muitos podem ficar irritados com isso no filme.

O filme apresenta Cyril, que tem quase 12 anos e apenas um plano: encontrar seu pai, que o deixou temporariamente num orfanato. Por acaso, ele conhece Samantha, que administra um salão de cabeleireiro e concorda em deixá-lo ficar com ela nos fins de semana. Mas Cyril não reconhece o amor que Samantha sente por ele, um amor que ele precisa desesperadamente para acalmar sua raiva.

Os diretores Luc e Jean-Pierre Dardenne conseguem eximir num filme toda a raiva de um garoto abandonado pelo pai, e com isso se meter em diversos problemas. Porém, os diretores conseguem brincar com todo o sentimento do garoto em diversos planos de tal forma que ao mesmo tempo que o garoto se passa por coitado, ele consegue aclamar um ódio nos espectadores por tudo que faz em cena. E fazer isso, com uma criança num filme é extremamente complicado e arriscado, pois o ator tem de ser muito bom para carregar o peso.

E Thomas Doret consegue fazer esse jogo, mais um bom nome para se guardar para o futuro das produções, pois ele mostra o que é interpretar de tal forma que chega a dar vontade de socá-lo e ao mesmo tempo cuidar dele, é complicado falar tanto de sentimentos que só um ator consegue passar na tela, mas assistam e confiram se não é tudo isso mesmo. Cécile de France, é hors-concurs em todos os filmes que entra e consegue mesmo que com poucas cenas mostrar todo o seu charme de interpretação, a cena dela no telefone emociona.

Eu não sei porque, mas todo filme que vejo que tem alguém andando de bicicleta, já acho que vai acontecer algum acidente de trânsito ou coisa do tipo, e a câmera escolhida pelo diretor de sempre acompanhar o ator em suas andanças de bicicleta com a câmera em movimento lateral consegue passar mais ainda essa sensação, isso não é um spoiler que fique claro, pois justamente dessa vez não ocorre. Mas a equipe de arte juntamente com a equipe de fotografia consegue trabalhar bem para mostrar mesmo que não muitas locações, mas todo um âmbito de rua que é por onde o garoto passa com sua bicicleta.

Uma coisa que me incomodou por demais no longa, é o excesso de trilhas melodramáticas para tentar comover, isso é completamente desnecessário e poderia ter sido evitado, mas é a minha opinião e não foi a dos diretores que preferiram assim, achei piegas demais.

Enfim, é um longa bacana, mas que tem o mesmo problema de todos os dramas franceses, abertura ampla demais dos fatos, não que isso seja ruim, mas fechar um filme na minha opinião mostra que o diretor tem opinião. Recomendo somente com essas ressalvas que fiz no texto, mas é um longa bonito e pode emocionar algumas pessoas. Encerro por aqui, mas nesse Domingo, como festival é só na quinta novamente, já começo com as estréias dessa semana cinematográfica. Abraços pessoal e até breve.


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Homens e Deuses

4/15/2012 01:43:00 AM |

Filmes que misturam religiões sempre são interessantes, mas quando a mistura envolve as duas frentes mais fortes, catolicismo e islamismo, tudo pode acontecer. Em "Homens e Deuses", temos a pitada envolvendo os dois extremos dessas frentes que é a reclusão de monges e os extremistas islâmicos, ou seja a bomba está explodida. Achei que embora o filme possa ser bem amplo para pensar, o diretor optou por não mexer tanto na ferida que poderia causar um pouco mais, mas mesmo assim consegue transmitir sua mensagem.

O filme mostra que há anos morando num mosteiro na Cordilheira do Atlas, na Argélia, um grupo de monges franceses passa a ser ameaçado de morte diante da explosão do fundamentalismo islâmico no país, na década de 1990. Unidos pela fé e diante da ameaça humana, cada monge deve decidir se quer ficar e arriscar sua vida ou voltar para a França. O filme é uma obra poderosa e comovente sobre as complexidades da fé e a noção de Deus no mundo contemporâneo e é inspirado em fatos reais.

Com base nessa sinopse, já dá para ter uma boa noção do filme, só acho que o diretor Xavier Beauvois foi econômico na forma de mostrar o real conflito da região ao invés de ficar tanto mostrando os rituais dos monges. Chega a ser exagerado a quantidade de cenas deles cantando as músicas e como a opção do filme foi  de não utilizar trilha sonora para praticamente nada, usando apenas os cânticos dos monges e somente uma vez colocar uma música mesmo, o longa acaba cansando um pouco e acaba perdendo um pouco o brilho que poderia ter se fosse mais forte já que é inspirado em fatos reais.

Os atores conseguem, claro que por excesso de cenas, mostrar todo o ritual do monastério e os islâmicos também fazem bem o seu papel, embora sejam quase que coadjuvantes sem aparições pela escolha do diretor. Mas todos agradam por dominarem os personagens. Poderia ficar falando de um por um, mas como é um filme de praticamente desconhecidos da maioria seria algo até chato. Citando apenas um bom exemplo de atuações veja as cenas finais onde entra a música Lago dos Cisnes de Tchaikovsky onde a expressão dos monges já diz tudo.

No quesito direção de arte que gosto de reparar, o diretor consegue eximir bem o confronto de etnias que tem com roupas e moradias, mesmo os monges abdicando de tudo que possa ostentar, ainda assim é muito mais do que o pobre povo da Argélia tem pra si. Na questão de fotografia e planos achei exagerado os travellings que ficam a todo momento buscando as interpretações dos monges. Porém as cenas finais sob a grande nevasca tem um sentimento muito interessante de se captar que conseguiram transmitir através da câmera parada.

Outra coisa que incomoda, é pela ausência de trilha sonora, a mudança brusca de planos de um tremendamente silencioso para um barulho estrondoso, assusta o espectador sem ter nenhuma finalidade cênica para o filme.

Enfim, é um filme bem interessante que poderia ser bem melhor, mas segue o padrão do cinema francês de dramas, que opta por largar mais idéias em aberto do que focar em situações, isto é agradável para alguns, mas nem todos irão gostar. Fica como recomendação para ver realmente o conflito que o diretor tenta passar mesmo que superficialmente. Daqui a pouco tem mais um do Festival. Até mais pessoal Abraços.


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Cópia Fiel

4/13/2012 01:17:00 AM |

Antes que me atirem 100 pedras, não achei ruim, apenas achei mais um filme intrigante feito a esmo. Com esse início poderei explicar melhor o que achei de "Cópia Fiel", que em poucas palavras poderia definí-lo como uma DR(discussão de relacionamento) onde não podemos definir com clareza se eles são ou não realmente casados feito no padrão Cannes de filmes feitos para agradar os críticos em geral. O que quero dizer com isso, que o filme é bacana, tem bons diálogos, mas que ao ir cada vez mais abrindo possibilidades de pensamento se perde na conclusão que o roteirista ou diretor realmente pensou para o filme.

O filme mostra que na Toscana, para promover seu último livro sobre o valor da cópia na arte, o britânico James Miller conhece Elle, dona de uma galeria de arte. Eles passam uma tarde juntos e, enquanto se conhecem, começam a desenvolver um complexo jogo de identidades.

Ao ler a sinopse pode ser que fique mais claro o entendimento geral do filme, mas garanto que ao fazer como sempre costumo fazer que é ver um filme sem ler qualquer coisa ao seu respeito, no mínimo se abrem mil dúvidas ao término do filme. Como falei, não achei ele ruim, é até bem bacana a forma de tratamento que o diretor usa, tem diálogos bem interessantes(alguns no melhor estilo Woody Allen de ser interpretado), mas achei aberto demais para o pensamento e com isso acaba tendo certos lapsos.

Da atuação do casal principal, não tenho nem o que falar, pois Juliette Binoche é clássica e sempre irá fazer digníssimas atuações de serem premiadas e William Shimell embora um pouco apático e mau-humorado demais consegue fazer boas interpretações. Agora os figurantes não tenho como elogiar, em diversos momentos se vêem perdidos em quadro ou senão olhando para a câmera durante um diálogo que não fazem parte, e como sempre falo isso é um problema gravíssimo na direção de atores que acontece, mas pode ser bem minimizado.

A direção de arte é bem bonita de se ver, usando diversos elementos sem precisar sair praticamente do mesmo local, só acho que a região da Toscana é muito mais bonita para poder ficar presa a enquadramentos fechados que o diretor não soube aproveitar, usados apenas alguns míseros planos na cena do carro que poderiam ser até melhores.

Enfim, é um filme que até vai agradar um pouco a platéia que ler a sinopse e já ir preparada para o que vai ver nos lugares que for mostrado e na sua casa caso alugue o filme, claro porque agora não irá sair em circuito comercial, já que é um filme de 2010 que passou em alguns lugares em 2011, chegando aqui no interior apenas agora em 2012. Gosto muito do pessoal da Imovision, mas na época ela pecou passando o filme apenas em míseras salas. Pelo que assisti, eu daria uma nota bem menor, mas agora lendo a sinopse e refletindo sobre o filme melhorei a quantidade de coelhos e quem sabe revendo o filme até melhoraria mais. Como todos que vão assistir provavelmente vão ler a sinopse agora, recomendo o filme sim. É isso, fico por aqui, e amanhã tem mais filmes do Festival Sesc Melhores Filmes por aqui. Abraços.


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Xingu

4/10/2012 01:15:00 AM |

Quando vejo o nome de Fernando Meirelles e sua produtora O2 Filmes envolvidos em algum filme, já é praticamente uma garantia de que se verá algo grandioso na tela, quase que o mesmo que acontece com o nome Spielberg de filmes vindos lá de fora. "Xingu" é tão grandioso que se fosse uma mini-série, e acredito que brevemente se tornará pois contém também o selo Globo Filmes, seria mais bem mostrado tudo que se conseguiu captar no meio de matas e claro mostrar a história sem necessitar ser tão rápido nos fatos, o que prejudicou um pouco a narrativa da história.

O filme mostra a história de três irmãos que decidem viver uma grande aventura. Orlando, Cláudio, e Leonardo Villas-Bôas alistam-se na expedição Roncador-Xingu e partem numa missão desbravadora pelo Brasil Central. A saga começa com a travessia do Rio das Mortes e logo os irmãos se tornam chefes da expedição e se envolvem na defesa dos índios e de sua cultura, registrando tudo num diário batizado de Marcha para o Oeste.

O roteiro é muito complexo, pois mostra a história que ocorre em mais de 20 anos e com isso pra caber em um filme foram bem coesos, acelerando diversos acontecimentos, não que tenha ficado ruim, mas diferentemente do que acontece de encher linguiça, aqui temos uma redução inclusiva da história. O bom de acontecer isso é que mostra o poder do diretor Cao Hamburger de conseguir dinamizar a história que poderia ser até um pouco chata, vista pelos modos que nos foi ensinado nas aulas de História, mas gostaria de ver um material maior, quem sabe em breve saia como mini-série na Globo.

As atuações se mostram tão verdadeiras que ao final do filme onde é mostrada imagens reais de arquivo, até parece ser o próprio ator carregado pelos índios. Tanto dos protagonistas quanto o elenco indígena consegue se mostrar em cena com um domínio da linguagem puro que nem parecem ter sido selecionados nas próprias aldeias, mérito completo da equipe de Chico Accioly e Patricia Faria, que fizeram um trabalho de peneira no mesmo estilo que Meirelles fez em "Cidade de Deus".

Quando falamos de filmes feitos em campo, ou seja fugindo de estúdios, eu já começo tirando o chapéu, pois sei o quão difícil pode ser, e aqui nesse filme tudo é feito em mata de difícil acesso, onde as equipes sofreram muito com toda certeza, li em um artigo da Revista Isto É que precisou inclusive de rastreadores de cobras e onças devido a periculosidade dos locais para não ter maiores problemas. Então o que se vê na tela são árvores e matas da maior realidade absoluta e com isso a fotografia consegue ficar maravilhosa e enche os olhos com tudo que está vendo na tela grande. Eu diria um trabalho perfeito de toda a equipe de arte e fotografia.

A trilha sonora poderia animar um pouco mais, mas agrada na medida que é proposta se fazendo utilizar de diversas vezes dos próprios hinos indígenas e com isso contextualizar mais o filme no parâmetro que acredito o diretor ter desejado.

Enfim, é mais uma produção "diferente" dos padrões que estamos acostumados de ver nos filmes brasileiros, que consegue ficar no meio termo entre ficção e realidade, ou seja sem perder a coerência para "ensinar" como foi algo que apenas lemos nas aulas de História, mas também não ficando apenas nas chatices teóricas que estamos acostumados a ver nas adaptações. Recomendo assistir, principalmente por ser um bom produto nacional e claro por ter ficado bom, mas como já disse muitas vezes, ainda quero ver uma versão mais extendida. Encerro por aqui, mas quinta tem mais filmes do Festival para comentar aqui, então abraços e até mais pessoal.


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Rock Brasilia - Era de Ouro

4/08/2012 01:38:00 AM |

Um problema monstruoso na minha opinião de documentários é cair no formato Globo Repórter de ser e o filme ficar limitado a milhões de entrevistas, uma ligando com a outra, de uma maneira estritamente jornalística de captar os fatos históricos de como foi tudo. "Rock Brasília - Era de Ouro", peca por usar justamente dessa forma, porém para os fãs de Legião Urbana, Capital Inicial, entre outras bandas, que lotaram a sala, nem devem ter ligado pra isso e com certeza saíram satisfeitos da sessão, mas se olhar o filme em si não passa de um especial que passaria na TV sem ter uma didática própria para um longa que se preze de passar no cinema.

O filme mostra como a geração dos jovens de Brasília dos anos 80, filhos de profissionais liberais cheios de utopia, que se mudaram para a capital federal nos anos 60 mudou os rumos da música brasileira.

O diretor Vladimir Carvalho, até tenta fazer uma boa colcha de retalhos juntando depoimentos antigos de Renato Russo, com depoimentos mais atuais dos integrantes das bandas e sempre sincronizando as mudanças do estilo um começa a frase outro termina, consegue deixar bem interessante. Mas o grande problema é que ele esqueceu que era um documentário "musical" que falava sobre grandes nomes da música e na maior parte do tempo temos apenas as pessoas falando e só em determinados momentos ele põe a música das bandas ao fundo, isso foi um pecado imenso que poderia dar um ar completamente diferente e com certeza agradaria mais ainda os fãs e ficaria mais digerível para os apenas que gostam de uma boa sessão de cinema.

Muito pelo contrário eu falar que o filme é ruim, é algo de um valor bem interessante de se ver como eram as vidas dos integrantes e saber pelo que passaram em sua jornada de crescimento, principalmente numa época onde a economia mudava todo dia da mesma forma que as drogas entupia as veias dos artistas, mas se tivesse sido feito de outra forma com certeza seria bem mais rico em questões de cinema e não ficaria tão jornalístico.

Enfim, recomendo apenas para os fãs das bandas, pois como falei, se você apenas curtia as músicas mas não conhece bem os integrantes pode ficar meio perdido ou como vi do meu lado o garoto que cantou a música do começo e logo depois estava num sono bem profundo. Fico por aqui hoje, mas ainda temos mais uma estréia pra essa semana, então até mais tarde pessoal. Abraços.


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Titanic 3D

4/07/2012 04:06:00 AM |

Alguns filmes marcam época, e "Titanic"com certeza marcou não só por ser um dos primeiros filme a levar 11 estatuetas do Oscar(Ben-Hur levou em 1960, mas naquela época nem quase era uma concorrência o Oscar), mas por levar multidões ao cinema, lembro como se fosse hoje as imensas filas que se formavam para ver uma ou duas ou mais vezes em todos os cinemas da cidade. Realmente foi um fenômeno. Dai passados 15 anos do lançamento para celebrar os 100 anos que o navio mais glamuroso que existiu afundou, me vem James Cameron que deu imensas declarações de que filmes 3D não deveriam ser convertidos e sim sempre filmados com a tecnologia, e aparece com seu filme convertido. E pasmem, esse homem sabe o que diz e sabe o que fazer, pois depois de mostrar um dos melhores, senão o melhor filme de 3D chamado "Avatar", ele consegue fazer uma das melhores conversões de filme com uma profundidade que muitos dos filmes que estão sendo filmados com a tecnologia não conseguem nem passar perto.

O filme conta a história sobre dois jovens apaixonados, Jack e Rose, separados por suas classes sociais mas unidos pelo destino na viagem inaugural do `inafundável´ R.M.S. Titanic. Mas, quando o malfadado navio colide com um iceberg nas águas geladas do Atlântico Norte, o romance se transforma numa corrida pela sobrevivência.

A sinopse nem precisaria ser posta aqui, pois como disse, praticamente desconheço uma pessoa que não tenha visto pelo menos o clipe da música cantada por Celine Dion que tocou incansavelmente no ano de 97, 98 e ainda é vista infinitas vezes em videos de casamentos e com isso tenha pesquisado de onde veio tudo, mas é bacana recordar, pois marcou uma época e foi algo como escrito em diversos trailers hoje: visionário, tanto para época como ainda é hoje.

Como não sou fã de refilmagens, também não sou o mais adepto de conversões para 3D, para lançar filmes novamente nos cinemas e "segurar"salas que poderiam ser usadas para filmes novos, mas tenho de admitir que o 3D que o "pai"do 3D moderno, James Cameron, conseguiu mostrar faz jus a novamente lotar salas para assistí-lo. Fora que novamente são feitas imensas campanhas de divulgação do lançamento do filme e com isso deve lotar mesmo.

Enfim, se você é uma das poucas pessoas que não assistiu o longa nos cinemas em 97, vá conferir para ver a grandeza do filme com um bom 3D de profundidade, lembrando que o filme não foi concebido na época nem sonhando em ser convertido para 3D, e se você viu e reviu muitas vezes já o filme, gaste mais um pouco de dinheiro com essa versão 3D para relembrar e ver como James Cameron ainda vai ensinar muito para todos esses diretores que querem fazer seus filmes usando da tecnologia seja ela filmada ou agora convertida. Encerro por aqui, mas nesse sábado temos mais críticas dos filmes do Festival Sesc Melhores Filmes. Abraços e até mais pessoal.


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Bahêa Minha Vida - O Filme

4/07/2012 03:28:00 AM |

Existem coisas na nossa vida que nunca se imagina passar numa sessão de cinema, e nesse Festival Sesc Melhores Filmes, ao ir assistir "Bahêa Minha Vida - O Filme", aconteceu algo que nunca esperava ver: um torcedor fanático do Bahia em Ribeirão Preto, levando a família de esposa e bebê para assistir ao filme, uniformizado, com mascote de pelúcia do clube, tirando fotos antes, durante a sessão e ao final reunir todos que estavam assistindo para tirar uma foto coletiva no melhor estilo de foto de campeonato!!!

Bahêa Minha Vida é um longa metragem que evidencia que o BAHIA é mais que um clube, mais que paixão, loucura, amor. Quando um torcedor afirma: "Eu sou BAHÊA!", não é no sentido figurado, é no literal. Ele é o clube e o clube também é ele. As vidas se misturam numa só.

O documentário em si, conseguiu ser um dos melhores que falam sobre clubes que já vi, e olha que não sou torcedor fanático de futebol, mas conseguiu eximir os grandes feitos do passado do clube, mostrar os grandes nomes vivos e mortos que fizeram parte de campanhas históricas, e mostrar também os momentos ruins do clube com toda a euforia capaz da visão de um torcedor que acredito ser o diretor do longa.

Outro ponto muito bem feito, é a trilha escolhida que faz com que o longa empolgue e ao adicionar o grito da torcida nos faz entrar no clima de estar presente em grandes finais no meio da torcida cantando com garra para empolgar o time.

Enfim, um documentário que faz valer o ingresso com certeza, claro que já não está mais nos cinemas, veio apenas para o Festival, mas assim que tiver na locadora ou na TV assista para saber o que é realmente uma torcida e não essas facções que existem em São Paulo e Rio de Janeiro que falam que torcem pelo seu time. Com toda certeza ao final do filme você irá desejar sair da sala e ir para uma partida de futebol. Recomendo. Abraços pessoal e daqui a pouco mais uma crítica de hoje.


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Belair

4/06/2012 05:12:00 PM |

Quando discuto a relação filmes feitos para festivais e filmes comerciais, muitos acabam ficando bravos comigo, mas hoje vou voltar a focar no tema. Ontem no inicio do Festival Sesc Melhores Filmes assisti o documentário "Belair" onde pude conhecer mais sobre os bastidores das produções experimentais brasileiras da década de 70. E ele se encaixa perfeitamente na concepção de filmes feitos apenas para serem vistos em festivais, pois é interessante sim, mas apenas para um seleto público que esteja interessado no assunto, pois tirando esse público-alvo, quem não for da área não vai ter o menor interesse no que é mostrado no documentário.

Belair Filmes foi a produtora criada por Julio Bressane e Rogério Sganzerla que, entre fevereiro e maio de 1970, realizou sete filmes de longa metragem. Belair é uma historia do cinema. Interditados pela censura da época estes filmes de ficção são uma desconhecida e reveladora máscara-espelho daquele período sombrio. Uma escavação ótica traz estes fotogramas clandestinos a luz. A montagem projeta o esforço experimental destes cineastas em tornar o invisível visível , move as peças de um xadrez de ficções , de energias, de histórias.

Pra galera que estuda cinema ou gosta muito, o longa é um prato cheio para conhecer mais sobre esses personagens e como era a idéia de fazer cinema nessa época marcada pela censura, verá claro coisas bastante estranhas, mas bem interessante para sabermos que hoje com toda tecnologia e facilidades que temos não conseguimos fazer praticamente nada em questão de cinema, naquela época com tudo proibindo se conseguia fazer bastante.

A diretora Noa Bressane, filha de Julio, juntamente com Bruno Safadi conseguem juntar muitos fotogramas antigos e com isso revelar muita coisa que nunca veio a público para mostrar muitas opiniões que agora ainda são chocantes, então imagine para a época se dizer certas frases e toda essa junção acaba por deixar o filme bem interessante.

Enfim, como disse será altamente interessante para quem é da área e por consequência verá ele em festivais dirigido à esse público mesmo, e claro deve logo passar também no Canal Brasil para aqueles que não tiverem acesso ao filme no cinema. Então só recomendo mesmo para esses. Fico por aqui, mas hoje tem mais tanto do Festival quanto de pré-estréias. Então abraços e até mais pessoal.


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Espelho, Espelho Meu

4/05/2012 06:09:00 PM |

Poucas adaptações de desenho para live-action foram bem feitas, pois sempre pecam em alguma coisa, seja em ofender a história original que conhecemos quando criança, ou seja em criar coisas sem sentido mesmo. A primeira versão desse ano, afinal teremos mais uma daqui uns meses, da fábula da Branca de Neve e Os Sete Anões, chamada aqui no Brasil de "Espelho, Espelho Meu", pode ser considerada um aparte desses erros, pois embora seja algo bem diferente do que vimos no original em desenho da Disney, essa versão embora tenha tentado partir para o lado cômico consegue transmitir uma boa aventura e utilizando de um primor artístico de cenários e figurinos, o diretor consegue conduzir uma excelente história pecando apenas pela distribuidora em optar por distribuir o filme em 99% das salas com cópias dubladas. Não que a dublagem esteja ruim, pelo contrário, a adaptação das piadas para as do nosso idioma estão bem interessantes, mas sempre prezo por ver o filme na sua linguagem original.

Era uma vez uma bela princesa chamada Branca de Neve. Tudo ia bem até sua madrasta, a Rainha Má, assumir o controle do Reino Encantado. A Rainha Má precisa casar com o rico Príncipe para salvar seu reino que está indo à falência. Mas o Príncipe está apaixonado por Branca de Neve, e para conquistá-lo a Rainha expulsa Branca de Neve para floresta. Na floresta Branca de Neve encontra e recebe a ajuda dos divertidos anões para lutar e reconquistar seu trono, além de recuperar o amor de sua vida. Nessa releitura do clássico conto dos irmãos Grimm, você descobrirá um mundo cheio de magia e comédia para toda a família.

Como a sinopse diz bem, é um filme feito para toda a família, então toda a violência e pudor que poderia haver em algumas cenas são levemente tratadas, e com isso o filme fica com um bem infantil. O diretor Tarsem Singh, dos belíssimos "The Fall" e "Imortais"(falando sobre a concepção artística ok) consegue conduzir tudo de uma forma nova, agradável e sem deplorar o original, pois ficamos com uma versão bem interessante em live-action.

No quesito atuação dessa vez nem posso julgar muito, pois como disse a distribuidora pecou mandando para cá nos 3 cinemas apenas cópias dubladas, então apenas vou falar como no gestual todos parecem estar bem dirigidos com boas coreografias de lutas e claro com trejeitos característicos de cada personagem, sem que um sobreponha o outro. Quanto da dublagem, a voz de Julia Roberts é sempre a mesma que vemos na TV então já estamos acostumados com a entonação da dubladora, que faz bem o papel. As piadas estão bem adaptadas e ficou bacana de ver sem deplorar muito a história acredito.

Um dos pontos alto da história, está na animação de bonecos do início do filme e que depois é mostrada novamente para contar a história e descobrimos que vem de um tipo de zootrópio(projetor de cinema antigo, ou seja mais um filme fazendo homenagem à moda antiga de cinema) com magia negra. Muito linda a animação que explica tudo que aconteceu antes de onde começa a história. Um show.

Como já falei o conceito visual do filme é belíssimo e salta os olhos com os figurinos e locações por onde passa o longa, desde o vilarejo que é pouco explorado, até os belos salões do castelo, passando pela floresta onde vivem os anões, tudo tem sua sutileza como em um quadro bem pintado que casa com os personagens. O único senão que achei meio mal-feito é "A Fera"da floresta que achei meio inacabada, mas mesmo assim tem o seu charme.

Com boas trilhas acompanhando todo o longa, o ritmo é bem dinâmico e passa bem mais rápido do que a duração, e claro como um bom filme "para crianças", tem que acabar com uma música e dança final, então após o The End espere um pouquinho para ver os personagens dançando a música interpretada por Lilly Collins, I Believe (In Love).

Enfim, o filme vale a pena ser conferido sim, claro que uma pena por ser dublado, mas deve levar um bom público durante o final de semana prolongado às salas de cinema. Recomendo para ver principalmente pela beleza estética do longa mais do que pelo conceito cômico que queriam para o filme, pois com certeza irá agradar mais e agora é esperar a próxima adaptação do conto. Encerro por aqui, mas essa semana teremos bastante atualizações com o festival que está rolando por aqui, então até breve pessoal. Abraços.


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