Alguns filmes conseguem desenvolver situações que nem sequer pensamos na possibilidade de acontecer um dia, e com "Derivar" jamais poderíamos sequer imaginar no relacionamento de um agressor com sua vítima da maneira que o diretor nos entrega. Claro que só de ler a sinopse já é possível imaginar o final do longa, pelo estilo europeu alternativo de ser, mas todo o miolo é tão bom que mesmo com a ideologia tradicional dos filmes europeus dramáticos de deixar que você crie seu próprio final, a ideia é tão bem passada que ficamos apavorados com tudo que poderia dar errado durante as diversas cenas mais fortes do filme, ou seja, um trabalho duro, bem desenvolvido e muito interessante de assistir que recomendo à todos que vejam assim que possível.
O filme nos mostra que o ex-piloto de corridas ilegais Robert, de 22 anos, volta a sua cidade natal, Dietikon, depois de um longo período de ausência. Ele está determinado a deixar seu passado para trás, até conhecer Alice, professora de inglês. Um forte e obscuro vínculo do passado os une. Ele a segue e a espiona. Para se aproximar dela, começa a ter aulas de inglês.
Em seu primeiro trabalho como diretor de longas, Karim Patwa trabalhou bem no conteúdo para não acontecer de termos um problema com o que é passado, de modo que não descobrimos logo de cara todos os problemas que o rapaz possui, pois ele nos instiga a irmos vendo pouco a pouco, e isso é o que faz o roteiro, que também foi escrito por ele, ficar melhor ainda. Claro que nem tudo é perfeito, pois temos algumas cenas meio que absurdas acontecendo, mas conforme vai passando a história acabamos nos envolvendo com a trama, e isso transformou o filme em algo que poucos filmes conseguem desenvolver, deixando ele nos moldes de grandiosos filmes europeus dramáticos. Embora o abuso da câmera na mão para dar o ponto de vista dos atores pudesse ser reduzido, a tensão que o diretor conseguiu criar com esse estilo, nos faz pensar a todo momento no pior, e isso é algo bem bacana de se ver, portanto o mix de roteiro envolvente com boa técnica de filmagem deu um rumo que certamente se feito de maneira diferente não agradaria tanto. Um detalhe para os amigos que forem assistir ele, o filme é falado em alemão, e somente nas cenas que estão em alemão a legenda foi colocada em português, portanto nas aulas de inglês e quando os personagens discutem em inglês, temos legendas em inglês, o que acaba dando para treinarmos a leitura do idioma americano escrito na tela, interpretando a cena junto com os personagens.
Sobre a atuação, temos de falar certamente sobre o estilo de Max Hubacher, que ao mesmo tempo que mantém um ar jovial conseguiu imprimir uma personalidade forte para o seu Robert, de modo que ficamos instigados pelo seu personagem e até bravos com o que acaba fazendo em determinados momentos, claro que poderia ter melhores expressões para que fosse mais crível, porém acaba agradando bastante com um jeito mais rústico em seus trejeitos, ainda é novo e deve melhorar bem. Sabine Timoteo trabalhou sua Alice de uma maneira meio que estranha, pois em alguns momentos vemos ela mais solta em cena, logo em seguida já está introspectiva, e isso não é algo que funciona para transpassar os problemas de sua composição, e claro que seu final é excelente, mas expressaria o nervosismo de uma maneira mais cheia de trejeitos fortes que certamente daria um outro tom para a trama, mas como disse no começo do texto, ainda temos um final meio que aberto, e o que ocorre pode ter outros significados, então dessa maneira a atriz até que segurou bem as pontas. Os demais personagens acabam aparecendo pouco, mas o papel de Sandro que é feito de forma tão contundente por Scherwin Amini é algo como aqueles diabinhos de animações instigando o protagonista a fazer coisas erradas, e isso é algo que chega de certa maneira irritar o espectador, então se essa era a proposta de seu personagem, o ator fez muito bem.
A direção de arte do longa até que fez os três cenários principais da trama (quarto do rapaz, casa da mulher e oficina mecânica) de maneira bem colocada, mas nada que você fale que foi algo muito evoluído, apenas simbolizando para mostrar alguns sentimentos dos protagonistas e nada mais, e de certa maneira até alguns momentos foram bem forçados e acabam não agradando tanto, como as cenas na rua que até desenvolvem a questão da velocidade com luzes e tudo mais, mas pareceu um pouco artificial demais, não fluindo como deveria. No quesito fotográfico tivemos algumas cenas com uma iluminação mais chamativa, como nas boates e nas cenas de corrida, mas o filme usou muito de contraluzes tradicionais e isso é legal de ver que o cinema europeu vem abusando um pouco da luz falsa para preencher a cena.
Enfim, um longa que trabalha diversos sentimentos angustiantes, e que conforme vamos nos envolvendo com os personagens, mesmo sabendo tudo o que aconteceu anteriormente, ainda torcemos para o melhor para os dois protagonistas, claro que o final foi mais do que merecido, mas ainda existem outras alternativas para pensarmos no que aconteceu, então recomendo demais o filme para todos que puderem conferir, e vamos discutindo mais sobre ele nos comentários. Fico por aqui agora, mas ainda volto hoje para falar da pré-estreia que irei conferir, então abraços e até breve pessoal.
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O filme nos mostra que o ex-piloto de corridas ilegais Robert, de 22 anos, volta a sua cidade natal, Dietikon, depois de um longo período de ausência. Ele está determinado a deixar seu passado para trás, até conhecer Alice, professora de inglês. Um forte e obscuro vínculo do passado os une. Ele a segue e a espiona. Para se aproximar dela, começa a ter aulas de inglês.
Em seu primeiro trabalho como diretor de longas, Karim Patwa trabalhou bem no conteúdo para não acontecer de termos um problema com o que é passado, de modo que não descobrimos logo de cara todos os problemas que o rapaz possui, pois ele nos instiga a irmos vendo pouco a pouco, e isso é o que faz o roteiro, que também foi escrito por ele, ficar melhor ainda. Claro que nem tudo é perfeito, pois temos algumas cenas meio que absurdas acontecendo, mas conforme vai passando a história acabamos nos envolvendo com a trama, e isso transformou o filme em algo que poucos filmes conseguem desenvolver, deixando ele nos moldes de grandiosos filmes europeus dramáticos. Embora o abuso da câmera na mão para dar o ponto de vista dos atores pudesse ser reduzido, a tensão que o diretor conseguiu criar com esse estilo, nos faz pensar a todo momento no pior, e isso é algo bem bacana de se ver, portanto o mix de roteiro envolvente com boa técnica de filmagem deu um rumo que certamente se feito de maneira diferente não agradaria tanto. Um detalhe para os amigos que forem assistir ele, o filme é falado em alemão, e somente nas cenas que estão em alemão a legenda foi colocada em português, portanto nas aulas de inglês e quando os personagens discutem em inglês, temos legendas em inglês, o que acaba dando para treinarmos a leitura do idioma americano escrito na tela, interpretando a cena junto com os personagens.
Sobre a atuação, temos de falar certamente sobre o estilo de Max Hubacher, que ao mesmo tempo que mantém um ar jovial conseguiu imprimir uma personalidade forte para o seu Robert, de modo que ficamos instigados pelo seu personagem e até bravos com o que acaba fazendo em determinados momentos, claro que poderia ter melhores expressões para que fosse mais crível, porém acaba agradando bastante com um jeito mais rústico em seus trejeitos, ainda é novo e deve melhorar bem. Sabine Timoteo trabalhou sua Alice de uma maneira meio que estranha, pois em alguns momentos vemos ela mais solta em cena, logo em seguida já está introspectiva, e isso não é algo que funciona para transpassar os problemas de sua composição, e claro que seu final é excelente, mas expressaria o nervosismo de uma maneira mais cheia de trejeitos fortes que certamente daria um outro tom para a trama, mas como disse no começo do texto, ainda temos um final meio que aberto, e o que ocorre pode ter outros significados, então dessa maneira a atriz até que segurou bem as pontas. Os demais personagens acabam aparecendo pouco, mas o papel de Sandro que é feito de forma tão contundente por Scherwin Amini é algo como aqueles diabinhos de animações instigando o protagonista a fazer coisas erradas, e isso é algo que chega de certa maneira irritar o espectador, então se essa era a proposta de seu personagem, o ator fez muito bem.
A direção de arte do longa até que fez os três cenários principais da trama (quarto do rapaz, casa da mulher e oficina mecânica) de maneira bem colocada, mas nada que você fale que foi algo muito evoluído, apenas simbolizando para mostrar alguns sentimentos dos protagonistas e nada mais, e de certa maneira até alguns momentos foram bem forçados e acabam não agradando tanto, como as cenas na rua que até desenvolvem a questão da velocidade com luzes e tudo mais, mas pareceu um pouco artificial demais, não fluindo como deveria. No quesito fotográfico tivemos algumas cenas com uma iluminação mais chamativa, como nas boates e nas cenas de corrida, mas o filme usou muito de contraluzes tradicionais e isso é legal de ver que o cinema europeu vem abusando um pouco da luz falsa para preencher a cena.
Enfim, um longa que trabalha diversos sentimentos angustiantes, e que conforme vamos nos envolvendo com os personagens, mesmo sabendo tudo o que aconteceu anteriormente, ainda torcemos para o melhor para os dois protagonistas, claro que o final foi mais do que merecido, mas ainda existem outras alternativas para pensarmos no que aconteceu, então recomendo demais o filme para todos que puderem conferir, e vamos discutindo mais sobre ele nos comentários. Fico por aqui agora, mas ainda volto hoje para falar da pré-estreia que irei conferir, então abraços e até breve pessoal.