Existem algumas animações que conseguem seguir linhas tão diferentes do usual, fazendo com que o público pense (mesmo que tudo seja explicado em uma única música), reflita e chegue à ideais que são fora do padrão de conhecimento que acabamos nos emocionando, vibrando e até dançando com o que nos é mostrado na telona, e felizmente isso aconteceu com "PéPequeno", que nos entrega uma história bem divertida, cheia de contrastes, e principalmente que consegue passar uma boa mensagem de respeitar o próximo e suas diferenças, além claro de mostrar que o que tanto sabemos, que os seres humanos são bem mais monstruosos que os monstros da ficção, não pensando duas vezes antes de pensar em matar, atirar, tacar fogo e por aí vai. Diria que o longa é bem bonitinho, e tem cores suficientes para agradar visualmente os pequenos, mas colocaria que é um filme para uns pequenos já crescidinhos que entendem histórias, pois os pequeninos logo de cara já começam a não gostar do escuro e já começam a chorar para pedir pra sair, o que não é legal quando se leva uma criança ao cinema (e também atrapalha a sessão dos demais), ou seja, encaixaria ele na faixa dos 8 anos pra cima, indo até o infinito e além, pois os mais velhos vão se apaixonar pela história contada.
O longa vira a lenda do Pé Grande de cabeça para baixo quando um jovem e genial Yeti encontra algo que ele achava que não existia – um humano. A revelação deste “PéPequeno” traz preocupação à comunidade dos Yetis sobre o que pode existir além de seu pequeno vilarejo nas neves em uma nova e divertida história sobre amizade, coragem e a alegria da descoberta.
É engraçado a forma que o diretor Karey Kirkpatrick moldou o seu longa, criando personalidades fortes para cada personagem, deixando claro as diversas diferenças e responsabilidades de cada um na aldeia, e principalmente por não fazer como costuma ocorrer em encontros de diferentes espécies, pois cada um falando sua língua para os seus, vão apenas se entender através de sinais gestuais, o que é algo incrível de ver. Além disso, ele conseguiu criar um mapa de cores tão bem colocados para realçar os sentimentos, que além das canções envolventes e de toda uma trama bem montada, o filme vai esquentando e esfriando com tons, fazendo com que o público sinta a dúvida dos personagens sobre o que é ou não bom para eles, como podem atingir determinados momentos e tudo mais, numa brincadeira clara de gente séria. Outro bom ponto a ser visto, é que embora o diretor tenha alguns personagens bobinhos para dar o tom cômico na sua trama, ele não focou em nenhum personagem de esquete (talvez colocaria a cabra, mas como não é nada exagerado até passa batido!) como outras animações costumam fazer, e com isso o longa nos faz viajar e refletir sobre tantos temas, como, inclusões, preconceitos, humanidade, e por aí vai, ou seja, um longa muito maior do que apenas um infantil.
Sobre os personagens é fato que vamos nos afeiçoar completamente ao protagonista Migo, afinal ele que fica quase que 100% na telona, e sua pelagem é incrivelmente detalhada, lembrando até mesmo o que vimos já no passado de "Monstros S.A.", e não bastasse uma boa modelagem cênica para o personagem, o carisma, suas dúvidas, e claro, as encrencas em que se mete, nos faz ficarmos cada vez mais conectados com ele. O humano Percy também é bem interessante, e nos lembra bem dos desafios que produtores de conteúdo tem, de que as vezes estão por cima, outrora as dívidas mais comem as pernas do que tudo, mas a trama mostra muito bem que mentir não é o melhor negócio (a não ser que seja para salvar alguém!) e o funcionamento do personagem recai muito bem para tudo o que possamos imaginar. Além dos dois protagonistas, é bacana olharmos para o Guardião das Pedras, com seu tom mais sério, e claro, com motivos bem sólidos para expressar sua fé nos demais, de tal maneira que vemos muito por aí como alguns ocultam informações, mudam tudo para que todos passem a crer somente na sua verdade, ao invés de tentar chegar no bom senso para que todos tenham uma vida com menos medo, ou seja, um personagem bem reflexivo. Quanto aos demais, todos foram bem graciosos, com Meechee sendo o par romântico bem colocado, mostrando a força e a coragem das mulheres audaciosas, e comandando bem a liga dos malucos do PPM, que agradaram bastante no contexto visual e deram um bom humor para a trama.
No contexto visual, a trama trabalhou bem os dois mundos, o dos humanos com cidadelas pequenas, mas toda voltada para o turismo no meio da neve, com muitas luzes, e bares semi-vazios aonde as pessoas pegam os microfones para cantar, mas a graciosidade do longa fica por conta da vila dos yetis, com muitos detalhes em movimento, e que são completamente bem explicados quase no final para que cada coisa servia, com muita graciosidade e simbolismo de primeira linha, agradando demais o resultado. Quanto do 3D, temos alguns bons momentos, mas a função foi mais de textura e modelagem, fazendo com que os personagens tivessem movimentos quase teatrais pelas boas sombras, aonde enxergamos eles bem encaixados, do que realmente com coisas saindo para fora da tela (tirando claro a neve e sua sensação visual), ou seja, poderiam ter abusado até um pouco mais para agraciar as crianças e quem gosta do estilo.
Como toda boa animação, as canções são envolventes e agradam demais ouvir e acompanhar, dando sentido para a trama, e fazendo com que o público se envolva vendo os personagens dançando e trilhando seu caminho, e claro que procuro buscar ela para que todos possam ouvir, mas a trilha sonora nacional não foi liberada online, apenas a música "Maravilha é Viver" que você pode ouvir aqui, e claro quem conseguir conferir na versão original o filme, pode ouvir todas as canções aqui.
Enfim, um longa muito gracioso que envolve demais e que com certeza recomendo para todos, irei tentar ver ele legendado também, não pela dublagem ter ficado ruim, muito pelo contrário, todos procuraram entregar bem as piadas com contexto, tiveram boas vozes, e tudo mais, mas ao ver o elenco completo cheio de grandes estrelas, acredito que o longa deve ter ficado bem bacana também. Portanto levem as crianças para o cinema, lembrando do que disse no começo que as muito pequeninas provavelmente não irão curtir tanto, e boa sessão, pois eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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O longa vira a lenda do Pé Grande de cabeça para baixo quando um jovem e genial Yeti encontra algo que ele achava que não existia – um humano. A revelação deste “PéPequeno” traz preocupação à comunidade dos Yetis sobre o que pode existir além de seu pequeno vilarejo nas neves em uma nova e divertida história sobre amizade, coragem e a alegria da descoberta.
É engraçado a forma que o diretor Karey Kirkpatrick moldou o seu longa, criando personalidades fortes para cada personagem, deixando claro as diversas diferenças e responsabilidades de cada um na aldeia, e principalmente por não fazer como costuma ocorrer em encontros de diferentes espécies, pois cada um falando sua língua para os seus, vão apenas se entender através de sinais gestuais, o que é algo incrível de ver. Além disso, ele conseguiu criar um mapa de cores tão bem colocados para realçar os sentimentos, que além das canções envolventes e de toda uma trama bem montada, o filme vai esquentando e esfriando com tons, fazendo com que o público sinta a dúvida dos personagens sobre o que é ou não bom para eles, como podem atingir determinados momentos e tudo mais, numa brincadeira clara de gente séria. Outro bom ponto a ser visto, é que embora o diretor tenha alguns personagens bobinhos para dar o tom cômico na sua trama, ele não focou em nenhum personagem de esquete (talvez colocaria a cabra, mas como não é nada exagerado até passa batido!) como outras animações costumam fazer, e com isso o longa nos faz viajar e refletir sobre tantos temas, como, inclusões, preconceitos, humanidade, e por aí vai, ou seja, um longa muito maior do que apenas um infantil.
Sobre os personagens é fato que vamos nos afeiçoar completamente ao protagonista Migo, afinal ele que fica quase que 100% na telona, e sua pelagem é incrivelmente detalhada, lembrando até mesmo o que vimos já no passado de "Monstros S.A.", e não bastasse uma boa modelagem cênica para o personagem, o carisma, suas dúvidas, e claro, as encrencas em que se mete, nos faz ficarmos cada vez mais conectados com ele. O humano Percy também é bem interessante, e nos lembra bem dos desafios que produtores de conteúdo tem, de que as vezes estão por cima, outrora as dívidas mais comem as pernas do que tudo, mas a trama mostra muito bem que mentir não é o melhor negócio (a não ser que seja para salvar alguém!) e o funcionamento do personagem recai muito bem para tudo o que possamos imaginar. Além dos dois protagonistas, é bacana olharmos para o Guardião das Pedras, com seu tom mais sério, e claro, com motivos bem sólidos para expressar sua fé nos demais, de tal maneira que vemos muito por aí como alguns ocultam informações, mudam tudo para que todos passem a crer somente na sua verdade, ao invés de tentar chegar no bom senso para que todos tenham uma vida com menos medo, ou seja, um personagem bem reflexivo. Quanto aos demais, todos foram bem graciosos, com Meechee sendo o par romântico bem colocado, mostrando a força e a coragem das mulheres audaciosas, e comandando bem a liga dos malucos do PPM, que agradaram bastante no contexto visual e deram um bom humor para a trama.
No contexto visual, a trama trabalhou bem os dois mundos, o dos humanos com cidadelas pequenas, mas toda voltada para o turismo no meio da neve, com muitas luzes, e bares semi-vazios aonde as pessoas pegam os microfones para cantar, mas a graciosidade do longa fica por conta da vila dos yetis, com muitos detalhes em movimento, e que são completamente bem explicados quase no final para que cada coisa servia, com muita graciosidade e simbolismo de primeira linha, agradando demais o resultado. Quanto do 3D, temos alguns bons momentos, mas a função foi mais de textura e modelagem, fazendo com que os personagens tivessem movimentos quase teatrais pelas boas sombras, aonde enxergamos eles bem encaixados, do que realmente com coisas saindo para fora da tela (tirando claro a neve e sua sensação visual), ou seja, poderiam ter abusado até um pouco mais para agraciar as crianças e quem gosta do estilo.
Como toda boa animação, as canções são envolventes e agradam demais ouvir e acompanhar, dando sentido para a trama, e fazendo com que o público se envolva vendo os personagens dançando e trilhando seu caminho, e claro que procuro buscar ela para que todos possam ouvir, mas a trilha sonora nacional não foi liberada online, apenas a música "Maravilha é Viver" que você pode ouvir aqui, e claro quem conseguir conferir na versão original o filme, pode ouvir todas as canções aqui.
Enfim, um longa muito gracioso que envolve demais e que com certeza recomendo para todos, irei tentar ver ele legendado também, não pela dublagem ter ficado ruim, muito pelo contrário, todos procuraram entregar bem as piadas com contexto, tiveram boas vozes, e tudo mais, mas ao ver o elenco completo cheio de grandes estrelas, acredito que o longa deve ter ficado bem bacana também. Portanto levem as crianças para o cinema, lembrando do que disse no começo que as muito pequeninas provavelmente não irão curtir tanto, e boa sessão, pois eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.