Netflix - Rede de Ódio (Sala Samobójców. Hejter) (Suicide Room: Hater)

7/30/2020 12:39:00 AM |

Olha, tem dias que você assiste um filme e a cabeça fica pensando nas coisas possíveis disso no mundo real, mas tem aqueles que você precisa pensar em como alguém pode ser assim, pois olha já vi muitos longas de psicopatas, já vi filmes com pessoas rancorosas, mas o que nos é mostrado no filme polonês da Netflix, "Rede de Ódio" é algo que não dá para imaginar que exista alguém que chegue nesse ponto, que tenha empresas prontas para fazer o que é mostrado ali, para as atitudes que ocorrem, e o pior é saber que existem!!! Ou seja, é um filme bem atual do ponto que a internet, os jogos, e tudo mais nos levam ao ciúme doentio por algo, que só é amplificado por situações piores, e que acabamos vendo pessoas doentes realmente que acabam deixando se levar para o pior lado possível para tentar estragar a vida ou o trabalho dos outros. Dito isso, o longa é um tremendo filme, que mostra muito do que andamos vendo mundo afora, e que principalmente causa muito pelo ótimo ator que consegue ter mais caras do que tudo, ao ponto de arrepiar na última cena como ele consegue mudar uma expressão do nada com um simples trejeito para o ponto que deseja passar. Vale muito a conferida, mas dá medo!

O longa nos conta que Tomek, um estudante de direito da Universidade de Varsóvia, é pego em plágio e expulso da universidade. No entanto, ele decide esconder esse fato do mundo e continua recebendo ajuda financeira da família Krasucki - os pais de Gabi, uma amiga de infância. Quando o engano é revelado, o garoto comprometido perde a confiança e a bondade de seus benfeitores. Cheio de raiva e arrependimento, separado de Gabi, por quem ele está secretamente apaixonado há anos, Tomek planeja se vingar da família Krasucki. A oportunidade aparece quando ele consegue um emprego em uma agência de publicidade e, com ela, acesso às mais recentes tecnologias e segredos da elite da capital. Sob o disfarce de deveres profissionais, Tomek começa a vigiar a família Krasucki, que está ativamente envolvida na campanha política do candidato a presidente da capital - Paweł Rudnicki. Logo, o plano de um invasor da Internet começa a tomar forma cada vez mais real, e o caminho para sua implementação leva ao mundo virtual do popular jogo de computador.

O diretor Jan Komasa tem ficado bastante nos holofotes, e após entregar seu último filme ("Corpus Christi") ter figurado em todas as premiações, ele vem e entrega um filme que teoricamente é a continuação de outro filme de sucesso seu de 2011 ("Sala de Suicídio"), mas que possui uma história fechada e muito bem feita, daquelas que vemos tudo ir acontecendo conforme vamos pensando que o protagonista não poderia ir além, mas vai, e que o diretor não teria coragem de fazer, mas vai, ao ponto que tudo é muito atual, vemos acontecer quase todos os dias diversas intrigas e posts na internet que são incrementados de ódio gratuito, e que muitos acabam caindo e piorando tudo. Ou seja, o diretor soube escolher muito bem o tema, soube dosar as atitudes de maneira certeira, e principalmente conseguiu conectar todo o envolvimento possível para cima de um protagonista muito bom, pois a oscilação da trama é quase nula se focarmos na insanidade do protagonista e da empresa que ele trabalha, mas também podemos ver muito da arte de sufocar o ambiente para que tudo funcione, e dessa forma o acerto é iminente do começo ao fim.

E já que comecei a falar da atuação do protagonista, chega a ser assustador tudo o que vemos Maciej Musialowski fazer com seu Tomek, pois o ator soube segurar a dramaticidade, muda trejeitos do nada, possui um estilo duro e imponente, e com a mesma serenidade que está preparando um ataque, na mesma cena já começa a chorar com olhares convincentes, ou seja, foi perfeito para o papel, e acertou na medida. Agata Kuleska entregou uma Beata imponente e também bem cheia de ódio no coração, mas como empresária do ódio mostrou olhares e boas dinâmicas com o protagonista, agradando bastante. Maciej Stuhr trouxe para seu Paweł algo meio estranho dentro do mundo da política, mas que acaba sendo interessante dentro da proposta da trama, só diria que poderia ser menos inseguro, que aí seu personagem chamaria mais atenção. Adam Gradowski trabalhou seu Guzek de uma maneira forte, porém influenciável demais, ao ponto que não nos convence sua militância, mas suas cenas emotivas foram bem feitas ao menos. Da família Krasucki, os pais vividos por Danuta Stenka e Jacek Koman mereciam ter sofrido um pouco mais, pois fizeram papeis daqueles que provocam o ódio em qualquer pessoa, mas fizeram bem seus atos, já Vanessa Aleksander trabalhou uma Gabi instável demais, ao ponto que não sabemos se a atriz que está falhando em cena, ou se a personagem não tem um gatilho mais imponente, mas não foi ruim de ver ao menos. Dentre os demais, a maioria foi participativa apenas, tendo um ou outro momento com mais força, mas sem grandes destaques, sobressaindo um pouco Piotr Biedron com seu Kamil, mas nada que surpreenda muito.

Visualmente o longa traz cenas mais fechadas, com olhares ocultos ao longe pelo protagonista, mostrando bem tanto o ódio guardado por ele, como o ódio das demais classes, sejam os ricos pelas classes, os imigrantes pelo gordo, seja ela pelos atos ou pelos comentários, usando muito de vídeos de internet, mostrando uma empresa de publicidade bem cheia das artimanhas hackers, e claro casas e exposições bem elegantes com música clássica, óperas, e tudo mais, ou seja, a equipe de arte teve um trabalho bem considerável e entregou tudo com muita intensidade.

Enfim, é um filme diferente do usual que vemos sempre, afinal a escola polonesa de cinema não entrega filmes bem tradicionais, mas toda o rancor, a tensão e a dinâmica, isso sim estamos bem acostumados de ver pela internet e nas ruas afora, ou seja, é um filme bem forte, que tem um ritmo um pouco lento, mas que vai impressionar bastante a todos por tudo o que ocorre, valendo muito a conferida. Então é isso pessoal, eu fico por aqui deixando essa dica para todos, mas volto em breve com mais textos, abraços e até logo mais.
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Netflix - Decisão De Risco (Eye In The Sky)

7/28/2020 12:08:00 AM |


Uma das vantagens das plataformas de streaming é que além dos lançamentos semanais, você também pode ver alguns antigos que acabaram não chegando nas salas dos cinemas do interior, e hoje encarei o filme "Decisão de Risco" na Netflix, mais pelo elenco e pela história em si, do que pelo que aparentou o trailer, pois por lá já era possível imaginar a enrolação gigantesca para que a trama tivesse algum conteúdo, e foi dito e feito, de forma que é um tremendo filmaço, mostrando a polêmica imensa em decidir se abatem ou não um grupo de terroristas que estão juntos numa casa ou se tentam de alguma outra forma capturar eles. Pois bem, isso certamente num ato normal de guerra deveria durar coisa de alguns minutos (ao menos na hora do acontecimento, se tudo foi planejado antes), mas aqui resolveram discutir tudo, questões legais, liga pro fulano, liga pro ciclano, vê isso, vê aquilo, agora não dá que tem alguém ali, meuuuuu teve uma hora que se eu sou o general que está na sala com os políticos quem ia morrer ali eram os políticos, e os terroristas que se virassem depois, pois ô povo chato, mas tirando essa enrolação toda, é um filme interessante e bem intenso, que causa muita comoção principalmente pela mão que atira não ser a que decide, ou seja, a trama até passa bem rápido, mas poderia ser resolvida muito mais facilmente.

A sinopse nos conta que o encontro de três perigosos terroristas em Nairobi, no Quênia, faz com que uma elaborada operação seja coordenada diretamente da Inglaterra. É lá que a coronel Katherine Powell e o general Frank Benson acompanham os movimentos dos alvos, através de um avião-drone estrategicamente posicionado para que não seja detectado por radares inimigos. Inicialmente a operação seria para capturá-los, mas a descoberta de dois homens-bomba faz com que o objetivo mude para eliminá-los a qualquer custo. Inicia então um debate interno, envolvendo o lado militar e também o político, sobre como agir causando o mínimo possível de danos colaterais.

Sabemos bem que o estilo do diretor e ator Gavin Hood é daqueles que geralmente sobra algum canto pronto para cometer erros, visto que algumas obras suas são daquelas que os críticos caem matando em cima, mas também sabemos que ele tem uma boa técnica e geralmente consegue amarrar o público com o que costuma entregar, e aqui como justamente a obra preza "o amarrar", então é um filme que caiu como uma luva para vermos o quanto ele soube brincar com diálogos, revoltas, e principalmente mostrar toda a indústria de guerra atual, aonde hoje nem é mais necessário que os combatentes mesmo cheguem perto dos inimigos, bastando drones, e mais do que isso, pessoas dispostas a fazer uma "boa" negociação do que atacar ou não. Ou seja, o diretor foi preciso, soube trabalhar com um filme digamos não caro, afinal cada elenco pode trabalhar individualmente em pequenas salas, tendo apenas projetores, computadores e monitores, além de um ou outro detalhe, e deixasse com a computação para brincar com o resto, e assim a dinâmica foi muito bem montada, e funciona, embora volte a frisar que é um filme que enrola demais, e poderia ser resolvido tão rápido quanto você pense, mas aí não seria um longa.

Sobre as atuações, são diversos personagens que tiveram muita importância, cada um da sua maneira, e todos com expressões fortes e dinâmicas bem colocadas, de forma que não tenho que falar de um só exclusivamente, mas sim de todos, dando destaques para Helen Mirren claro pela imponência de sua personagem, Alan Rickman da mesma forma pela segurança (e destacaria ainda mais por não dar um tiro na cabeça de cada um dos demais irritantes na sala, principalmente em Monica Dolan), tivemos ainda do outro lado a precisão e o desespero de Aaron Paul e Phoebe Fox controlando o drone, e na linha de frente ainda tivemos bons momentos de Barkhad Abdi que chega a ser desesperador estar no meio de tudo e não levar um tiro, além claro da garotinha bem graciosa Aisha Takow, ou seja, todos se doaram em algum momento e foram bem resolvidos.

Visualmente como já disse o longa foi bem econômico e trabalhou praticamente todo em salas, uma maior aonde a personagem de Helen Mirren comandava todas as demais, outra menor com os personagens que controlavam o drone com um pouco mais de elementos cênicos, outra com os políticos em uma mesa de negociação, e claro os personagens mais simples ao redor da casa no Quênia, com muitos figurantes andando armados ao redor, detalhamento de bombas, drones menores (um beija-flor e um besouro) filmando tudo por controle remoto, e assim a equipe de arte brincou mais com os poucos ambientes e elementos, do que com uma guerra maior, deixando claro que a computação dominasse tudo, e locações mesmo fossem nem utilizadas.

Enfim, é um filme bem bacana, que causa toda uma tensão e comoção em cima de se vai matar civis ou não, se ataca agora ou não, o que é melhor fazer, ou seja, muita discussão e pouca ação, que acaba nos deixando bem agoniados, ao ponto de ser um filme que valha a conferida, porém volto a frisar que poderia ser bem menor, e sendo assim, quem gosta do estilo até vai se empolgar um pouco com tudo, e fica assim sendo a dica, e eu fico por aqui, então abraços e até logo mais.
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Netflix - A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata (The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society)

7/26/2020 10:16:00 PM |


Confesso que não sou muito fã de romances, mas quando colocam uma boa história dentro do conteúdo acabo viajando nas possibilidades, e hoje resolvi conferir uma indicação de um amigo na Netflix, e eis que a trama é lindíssima, daquelas que acabamos envolvidos com tudo o que aconteceu no passado, com tudo o que está acontecendo no momento, e praticamente nos vemos na personalidade da escritora para tentar entender um pouco mais sobre tudo o que se passou na pequena ilha em "A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata", e que a cada desenvoltura nos vemos mais apaixonados pelo momento, pelos personagens, pelas atitudes e tudo da ilha. Ou seja, um filme doce, com uma pegada forte em cima do tema, e que quem ama literatura certamente se verá apaixonado pela história toda, pois foram tão sutis com tudo, souberam dosar cada momento com uma simplicidade única ao ponto que o longa passa voando, e cada detalhe é acertado sem precisar apelar ou dizer qualquer palavra a mais.

O filme conta a história de Juliet Ashton, uma escritora em busca de um tema para seu próximo livro. Ela acaba encontrando-o na carta de um desconhecido de Guernsey, Dawsey Adams, que entra em contato com a jornalista para fazer uma consulta bibliográfica. Começa aí uma intensa troca de cartas a partir da qual é possível identificar o gosto literário de cada um e o impacto transformador que a guerra teve na vida de todos. As correspondências despertam o interesse de Juliet sobre a distante localidade e narram o envolvimento dos moradores no clube de leituras – a Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata –, além de servirem de ponto de partida para o próximo livro da escritora britânica.

O diretor Mike Newell foi muito bem na condução que acabou fazendo para esse roteiro baseado no romance homônimo de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows, pois vemos toda a essência de uma maneira gostosa, nos sentimos quase lendo o livro, encontramos os personagens acontecendo em cada ato quase como um sentido extra que envolve bastante e resulta em algo tão bom e tão bonito que seu trabalho parece ter sido feito com a leveza total de uma pena, ao ponto que não vemos cortes bruscos, não sentimos falta de nenhum elemento, os acontecimentos do passado parecem passar no meio do momento real acontecendo sem forçar nada, e a cada reviravolta nos vemos desesperados com tudo o que aconteceu da mesma forma que a protagonista. Ou seja, o diretor acabou nos transportando quase como elementos ativos do filme, isso sem precisar tecnologia ou usar qualquer artifício de ângulo de câmera, apenas sabendo dar o tom da trama num ritmo perfeito, e com sintonias afinadas entre todos do elenco, o que funcionou demais.

Sobre as atuações, Lily James caiu perfeita para o papel de Juliet, ao ponto que seu carisma encanta, seus atos são serenos e bem feitos, e mesmo nas cenas que precisou demonstrar insatisfação com o que estava fazendo ela fez muito bem e chamou muita a atenção, trabalhando tudo com um brilho no olhar tão bem colocado que chega a nos encantar. Michiel Huisman foi bem emotivo e envolvente com seu Dawsey, passando sentimento do começo ao fim, sendo direto ao ponto e funcionando muito dentro da proposta toda, ao ponto que mesmo sendo um personagem estranho, o seu resultado acaba perfeito. Katherine Parkinson entregou uma Isola cheia de nuances, com um ar meio cigano, mais rústico e agradou em cheio com olhares. Tom Courtenay trabalhou seu Eben com densidade, com tons mais calmos e seguros, agradando bastante quase como um avô bem colocado na trama. Penelope Wilton foi a mais dramática com sua Amelie, mas com muita ternura e sinceridade nos olhares acabou nos prendendo com sua dor, o que chamou muita atenção. Matthew Goode ficou meio que em segundo plano como o editor Sidney, mas nem por isso falhou, dando nuances bem cômicas, porém diretas e objetivas como conselhos para a protagonista, agradando quase como um irmão mais velho. Glen Powell foi tradicional como todo galã rico de época com seu Mark, chamando bastante atenção pelo estilo imponente, e claro um certo charme, mostrando atitude para o papel, e acertando no tom também. E claro tivemos Jessica Brown Findlay como Elizabeth, tendo também um brilho nas suas cenas com muito envolvimento e atitude, mostrando a força nos atos e chamando a responsabilidade cênica para si, ao ponto de agradar bem, mesmo aparecendo pouco. Além de termos ainda muita graciosidade nas crianças vividas por Kit Connor como Eli e Florence Keen como Kit, que se saíram muito bem em todos os momentos que apareceram.

Visualmente o longa trabalha bem o estilo da época, sem precisar forçar com elementos clássicos, mas trabalhando bem o figurino dos protagonistas, as festas em Londres, ao mesmo tempo contrapondo com a ocupação nazista na ilha, as casas simples, o belo jantar e claro os encontros literários bem envolventes e cheios de significado, tudo com muitos detalhes, muita ambientação direta para mostrar tudo, e cada elemento mínimo funcional para o resultado como um todo, ou seja, perfeição.

Enfim, é daqueles filmes que emocionam realmente, que quando vemos já estamos completamente envolvidos com toda a trama, e que mesmo com um nome horrível (pois garanto que muitos fugiram de conferir o longa só pelo nome - que tem todo um significado incrível) merece muito ser visto na plataforma, então se você ainda não colocou ele na sua lista, pode pôr e conferir, pois garanto que irá emocionar a todos, mesmo aqueles que não curtem muito o gênero romântico, pois felizmente não é daqueles lotados de açúcar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, agradecendo mais uma vez meu amigo Fábio pela indicação, e se você também viu algum filme bacana que o Coelho aqui não conferiu, pode mandar, afinal sempre é bom compartilhar bons filmes. Então abraços e até logo mais pessoal.

PS: Só não dei nota máxima para o filme, pois mesmo sendo tudo bem bonito, queria ter me emocionado ainda mais em algum momento da trama, e faltou aquela válvula para fazer lavar a sala, mas de resto é um filme perfeito.
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Netflix - É o Bicho! (Animal Crackers)

7/26/2020 02:42:00 AM |


Cada dia vejo mais empresas do ramo das animações entregando ótimas propostas para concorrer com as gigantes que tanto emplacam grandes sucessos, e usando isso a Netflix tem procurado algumas para também entrar na briga com algo a mais, e eis que a Blue Dream foi a escolhida da vez, e com um elenco cheio de grandes nomes hollywoodianos acabaram entregando "É o Bicho!" com uma pegada bem divertida, situações casuais e familiares, e principalmente colocando o circo como grande conector para que a trama funcionasse bem, e com isso o resultado agrada pelas boas cores, por bons momentos divertidíssimos, e principalmente pelos animais bacanas bem trabalhados com magia. Então o que faltou para o sucesso ser perfeito para arrumar uma boa briga com os grandes estúdios? O carisma! Pois o filme até tem bons atos, tem um ritmo agradável e gostoso de conferir, mas ao final não estamos torcendo para um ou outro personagem, cantando com eles, ou brincando com as imagens, mas sim apenas conferindo uma boa animação, e isso talvez seja o grande luxo que tanto estamos acostumados a ver por parte das três grandes, mas confesso que já melhoraram muito do que já vimos por lá em suas produções originais, tanto que no ano passado já vimos a primeira indicação do estúdio nas premiações do gênero, e possivelmente vão acertar cada vez mais.

A sinopse nos conta que uma família recebe, como parte de uma herança, um circo e uma caixa mágica de biscoitos. Aquele que come algum biscoito dessa caixa se transforma imediatamente em um animal. Junta, essa família fará de tudo para impedir que o circo caia nas garras do maléfico tio Horatio P. Huntington.

E para alcançar altos voos, o filme colocou um trio de diretores de peso comandados principalmente por Tony Bancroft que só é conhecido como animador de várias obras da Disney, mas que tem sua principal direção em cima da animação antiga "Mulan", e aqui junto com Scott Christian Sava que escreveu o livro base para a trama, e o espanhol Jaime Maestro que já vinha fazendo bons trabalhos animados por lá, resultando em uma equipe caprichada, aonde o estilo clássico domina, e lembra muito outras obras, principalmente pelo ritmo, pelo ar de vilania em busca de riquezas, da família bagunçada, e claro de tentar mostrar que não adianta trabalhar em algo que não gosta, pois o resultado flui melhor quando se ama o que faz, além claro de dar prioridade para a família. Ou seja, a base comum da maioria das animações, que o trio fez questão de desenvolver bem no longa. Diria que talvez o maior problema seja a condução tripla também, pois o filme faltou uma direção linear aonde talvez o carisma desenvolvesse melhor, de modo que logo de cara pegamos a ideia, e isso não chega a atrapalhar, pois trabalharam muito bem a comicidade dos personagens, usaram artifícios de gases que a maioria das crianças gostam de ver nas animações, e claro, brincaram muito com a magia, e o circo, fazendo com que tudo funcionasse bem, tivesse boas texturas, e agradasse de um modo geral, ou seja, acaba sendo um bom passatempo que até poderia ter ido mais longe, mas vale o tempo assistindo.

Sobre os personagens, e claro os dubladores originais, tivemos um vilão bem imponente dublado pelo grande Ian McKellen, fazendo com que Horatio tivesse força e bons atos. Tivemos um jovem magrelo e cheio de manias bem colocado por John Krasinski entregando um Owen atrapalhado, porém bem dinâmico. Tivemos uma empolgada e cheia de vida Zoe dublada por Emily Blunt. Temos um ótimo palhaço baixinho Chesterfield que não poderia ser outro senão Danny Devitto. Entre muitos outros bons atores se doando para cada um dos personagens secundários, desde Raven-Symoné com sua carismática e maluca Binkley, até chegarmos no quase "I'm Groot" que aqui virou "Bulletman" feito por Sylvester Stalone, ou seja, todos colocaram um pouco de tudo mas não se doaram ao ponto de termos personagens carismáticos e empolgantes para nos conectarmos tanto como acontece em outras animações, de forma que vemos todos bonitinhos, tudo bem gracioso, mas ficamos esperando algo a mais.

Visualmente o longa é bem colorido, consegue mostrar bem a ideologia do circo que andam tendo que se reinventar para poder chamar cada vez mais a atenção do público, pois o tradicional palhaços fazendo palhaçada, mágicos com suas cartolas, atiradores de facas, homens fortes, equilibristas e malabaristas já não empolgam como antigamente com sua magia tradicional, e aqui o apelo para animais mágicos também mostra a preocupação de não ter animais reais sendo torturados, ou seja, é uma discussão ampla que podemos ir além, e a equipe de arte soube brincar bastante com resultados bem divertidos e ousados, funcionando bastante.

Enfim, é uma animação bem gostosa de conferir com toda a família, que fará com que as crianças e os adultos se divirtam bastante, e que mesmo não sendo nenhuma grande e emocionante obra acaba entregando bons momentos agitados do começo ao fim, com uma boa dinâmica e um ritmo ao menos bem envolvente, ou seja, vale a conferida despretensiosa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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Netflix - Mundo Duplo (征途) (Double World)

7/25/2020 09:05:00 PM |


Se tem um país que tem investido bastante no cinema fantasioso de ação é a China, e o melhor é que mesmo soando sempre exagerados num nível máximo, o resultado acaba sendo tão grandioso que empolga demais. E não foi diferente com o longa "Mundo Duplo" que estreou ontem na Netflix com pompa de grandes batalhas, misticismo, impérios, monstros imensos e tudo mais muito bem orquestrados, com coreografias de lutas precisas e até que uma história bem contada, ou seja, é daqueles que acabamos nos envolvendo completamente na ideia passada, e no final já estamos torcendo tanto pelos protagonistas que queremos muito ver o sangue dos vilões das piores formas possíveis (acho que fiquei nervoso com algo!!) e só não diria que o resultado é perfeito por deixarem um pouco aberta a trama para uma possível continuação, mas de resto é um tremendo filme que quem gosta de artes marciais, lutas com armas, competições, e muita dinâmica certamente acabará bem impressionado com tudo, e assim sendo temos uma produção digna de ser lembrada mais para frente, e recomendada sempre.

A sinopse nos conta que em um universo fictício composto por dez nações. Vendo o país vizinho se tornar cada vez mais poderoso, um senhor da guerra organiza uma competição para revelar os melhores guerreiros. Ao ouvir a notícia, Dong Yilong, um jovem aldeão valente, decide aceitar o desafio, apesar das dúvidas de sua aldeia. Então começa a jornada.

Confesso que não sou muito conectado aos filmes chineses que vem despontando, mas a Netflix tem comprado alguns, e até Hollywood tem feito grandes parcerias, afinal eles são lendas em filmes de grandes batalhas, possuem grandes coreógrafos cênicos para que tudo pareça o mais real possível, e claro pra que ficar exportando os bons para fora, se podem fazer o serviço em casa, e aqui o diretor Teddy Chan mostrou muita técnica, além de muita grana para levar um épico de guerra para as telas do mundo afora, e não sei se o resultado final se pagou, afinal lançado bem próximo do início da pandemia por lá, e mundo afora sendo lançado pelo streaming, talvez o prejuízo seja bem grande no final. Porém tirando esse detalhe monetário, o diretor soube dominar bem a dinâmica toda, criou uma história bem contada (embora meio que jogada, que temos de acreditar direto no que acontece, parecendo ser parte de um episódio maior), e que funcionou bem tanto no quesito coreográfico das lutas, quanto nas tensões dos diálogos e movimentos, ao ponto que tudo fica bem interessante e o resultado final acaba sendo envolvente, e que como disse no começo, entramos no clima ao ponto de desejar que o vilão leve uma bela surra.

Sobre as atuações, não vou sair colocando os nomes dos atores, pois primeiro que só o protagonista está com nome no IMDB, e mesmo pausando os créditos, ainda não sei ler os símbolos chineses para pegar os nomes, então o que posso dizer é que todos os personagens e atores se entregaram bem, criando bons momentos de luta, trabalhando os envolvimentos, passando suas ideologias, desde o protagonista bondoso e caridoso com cada elemento, a jovem guerreira que sonha em ser alguém, o ex-soldado que quer sua dignidade resolvida contra quem dizimou sua nação, o vilão infiltrado, e até mesmo o rei/imperador frouxo que vive escondido, ou seja, cada um procurou trabalhar seus elementos para se mostrar bem, e junto com os demais clãs, cada um com sua pegada própria resultaram em batalhas épicas, fazendo disputas nem sempre bem honestas, mas que mostraram que o elenco foi bem treinado para tudo, e soaram graciosos no resultado final.

Agora com certeza o melhor do filme é o visual impecável, com monstros gigantes, um campo de batalha minucioso cheio de detalhes no melhor estilo dos cenários de jogos de videogame sangrentos, um ambiente visual incrível mostrando as diversas cidades/províncias com muita ambientação detalhada, com espadas e armas bem imponentes, com efeitos especiais incríveis ao ponto de tudo parecer bem realista como tempestades de areia, flechas voando para todos os lados e tudo mais, de forma que se converterem bem para 3D, a galera que curte a tecnologia é capaz de vibrar muito depois com o resultado visual do filme.

Enfim, é um filme bem grandioso, cheio de detalhes, com boas lutas, e uma história bem convincente, que quem gosta de longas com artes marciais e grandes batalhas irá se divertir bastante. Claro que passa bem longe de ser uma daquelas obras memoráveis, mas agrada bastante e vale muito a conferida. Então é isso pessoal, fica a dica para todos, e eu fico por aqui hoje, abraços e até logo mais.
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Netflix - Oferenda à Tempestade (Ofrenda a la Tormenta) (Offering to the Storm)

7/25/2020 02:16:00 AM |


Se você é daqueles que gostam de um mistério, de uma história policial investigativa bem envolvente, e principalmente se gosta de adaptações literárias que te prendem por mais que um filme, certamente você irá curtir a trama da Trilogia Baztán, que estreou na Netflix com "O Guardião Invisível", depois veio com "Legado Nos Ossos", e agora temos o fechamento bem conclusivo da trama toda com "Oferenda à Tempestade", que conseguiu amarrar tudo o que os filmes anteriores deixaram aberto, e explicar ainda muitos elementos interessantes, o que é sempre bom, mas por incrível que pareça ainda deixou alguns elos abertos para talvez alguma continuação, ou seja, veremos o que vai acontecer mais para frente, já que com a pandemia, a trama não chegou nem a ser lançada nos cinemas espanhóis como aconteceu com seus antecessores, e assim a renda certamente vai ser menor. Dito isso, o novo filme é intenso como os demais, tem diversos bons personagens interessantes (a maioria já havia aparecido felizmente, então quem não viu os anteriores é muito necessário para entender o que está ocorrendo!), porém tirando alguns choques com algumas situações, ficamos esperando um pouco mais de tudo, parecendo ser levemente mais morno, não que isso seja ruim, muito ao contrário, o filme ainda é bem bom, mas o primeiro foi tão forte, que a expectativa de uma conclusão mais forte ainda era alta, ou seja, como costumo dizer, é melhor não criar expectativas, pois a chance de decepção acaba sendo mais alta ainda, porém o resultado ainda vai valer muito a conferida, e certamente muitos irão se surpreender com alguns momentos do filme.

A trama nos conta que já faz um tempo desde que a inspetora Amaia Salazar confrontou sua mãe. Mas, apesar da Guarda Civil e do juíz Markina considerarem o caso encerrado, Amaia sente que não está livre de perigo. A morte súbita de uma bebê em Elizondo é suspeita e as análises forenses do Dr. San Martín levaram Amaia a investigar outras mortes de origem semelhante que levarão a inspetora à resolução final dos eventos que devastaram o Valle de Baztan.

Já havia dito isso nos outros dois textos, mas reforço novamente que o diretor Fernando González Molina certamente entrará para um grupo de diretores que muitos vão ficar de olho após essa trilogia, pois ele conseguiu um feito que é raro em sequências, manter o clima e o envolvimento da trama do começo ao fim, de modo que em raríssimos momentos dos quase 400 minutos que tem toda a trilogia vemos elementos desnecessários ou situações que sirvam apenas de enfeite, pois tudo acaba bem amarrado, situações ou personagens que acabaram parecendo perdidos em determinado momento acabam sendo úteis para outros, ou seja, o diretor fez o rascunho muito bem feito para que seus três filmes se complementassem, mas principalmente que criassem a tensão necessária ao ponto do espectador desejar ver mais e mais, e assim fosse se envolvendo com tudo, criasse um carisma pela protagonista (e até por alguns secundários), e claro desejasse saber o desenrolar da trama. Claro que por ser uma adaptação literária pronta em cima dos livros de Dolores Redondo, isso tudo já veio pré-esquematizado, porém o diretor foi sábio o suficiente para não entregar tudo, e sempre deixar o gostinho de quero mais, tanto que fechamos a trilogia aqui, mas ainda sobraram muitos elementos sem explicação que podem gerar ainda mais dinheiro em continuações, ou talvez um prequel, mas isso é assunto para pensar mais para frente, então aqui posso dizer que ele fechou bem seu ciclo e o resultado, mesmo com algumas falhas, foi extremamente positivo.

Sobre as atuações, costumo dizer que quando você se entrega bem para um personagem é difícil o resultado não ficar bom, e aqui Marta Etura deu muita personalidade para sua Amaia desde o primeiro filme, e aqui se soltou completamente para cenas bem quentes e também para atos intensos de investigação, ao ponto que como já conhecíamos bastante a personagem desde o começo, aqui já ficamos intrigados com suas opiniões, e o resultado faz com que algumas surpresas soem bem marcadas, ou seja, talvez seja difícil vê-la fazendo outros papeis depois daqui, mas mostrou um bom ganho para chamar atenção para outros papeis investigativos. Imanol Arias apareceu um pouco mais aqui como Padre Sarasola, e até entregou bons diálogos para moldar a trama, dando mais intensidade para a história, e talvez até pudesse chamar mais atenção em outros atos, mas foi bem pelo menos. Esperava ver mais Susi Sánchez na trama com sua Rosario, porém a opção dela ficar apenas como algo oculto na trama foi bom, e seu ato foi bem marcado de intensidade ao menos. Marta Larralde entrou apenas nesse filme da trilogia com sua Yolanda, mas é daquelas malucas que você inicialmente tem até um pouco de pena de tudo o que está fazendo, depois começa a pegar ranço e já quer tacar uma porretada na cabeça para parar de fazer as coisas, e a atriz foi muito bem no que fez, sendo chamativa ao menos. Carlos Librado como nos outros dois filmes fez um Jonan muito intenso e cheio de mistérios, e aqui ele foi até usado para algo forte e impactante, mas que queríamos até mais dele, mas seu personagem acabou puxando as cenas de Carlos Serrano-Clark com seu Mark bem trabalhado também, então o funcionamento completo deu resultado. Se nos outros filmes ficamos intrigados com as participações apenas de Leonardo Sbaraglia como juiz Markina, aqui ele passa a ser alguém bem importante com seu envolvimento mais próximo ainda da protagonista, e o ator fez bons atos, conseguiu chamar a atenção e funcionou do começo ao fim, embora alguns temas de seu personagem talvez precisassem de um desenvolvimento maior ao invés de serem apenas jogados, mas funcionou. Quanto aos demais, a maioria entregou bons momentos também, alguns mais, outros menos, e cada um chamando a importância para seus personagens, mas ficaríamos horas falando de cada um, e muitos já foram até destacados nos textos anteriores como Elvira Minguez com sua Flora, Alicia Sánchez com sua Elena, e até Benn Northover com seu James como pai do ano, mas não entregaram tanto aqui, então vamos apenas deixar como secundários.

Visualmente o longa trabalhou com muitas cenas em cemitérios, algumas no caminho tradicional que a protagonista fez de carro umas 20x durante a trilogia toda falando no telefone dentro do carro, algumas cenas mais quentes na casa chique do juiz, e algumas na cidade que exageraram um pouco no tom avermelhado da iluminação (sem motivo aparente), mas tudo num clima bem denso, que se nos dois primeiros foram dominados pela chuva, aqui tivemos alguns atos com neve, e bem poucos com chuva intensa (embora o  nome aqui tivesse mais sentido continuar toda a chuva anterior). Ou seja, não se prenderam tanto nos ambientes, mas tudo foi bem funcional.

Enfim, diria que esperava um bom tanto a mais no fechamento da trama, e com isso me decepcionei um pouco, e embora ainda seja um ótimo filme, poderiam ter ido bem além em alguns momentos mais impactantes. Claro que o conjunto completo vai ser daqueles que vou lembrar sempre e indicar bastante, mas ficou um pouco morno demais para algo que vinha bem movimentado dos anteriores. Ou seja, recomendo ele com certeza como fechamento da trilogia, tudo praticamente foi bem elucidado, vai agradar muita gente, e vale a conferida, mas vá com menos expectativas para a chance de gostar mais ser maior. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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Netflix - Já Não Me Sinto Em Casa Nesse Mundo (I Don't Fell At Home In This World Anymore)

7/24/2020 01:21:00 AM |


Não sei vocês, mas eu gosto de arriscar clicando nas sugestões que a Netflix mostra quando você larga a TV ligada sem clicar em nada e ficam sugerindo alguns filmes de acordo com o que você costuma assistir, e hoje fui em um dos ganhadores de Sundance 2017, "Já Não Me Sinto Em Casa Nesse Mundo", e olha que filmaço!! Divertido na medida, intenso pela dramaticidade do tema, e principalmente contando com olhares amplos sobre a depressão, e claro sobre como vemos as pessoas que não andam fazendo o bem pelo mundo, enquanto outras tentam ao menos fazer sua parte. Ou seja, é um filme com dinâmicas, com causas, e que souberam trabalhar cada momento com detalhes importantes, com situações bem colocadas, em que os protagonistas se entregam de uma forma simples, porém bem ousada para cativar cada ato, ao ponto que de cara pode até parecer meio bobinho, mas depois tudo flui tão bem que o resultado final acaba sendo incrível, depois de uma sequência de cenas completamente insanas de fechamento.

A sinopse nos conta que quando uma mulher deprimida é roubada, ela passa a viver com o propósito de rastrear os ladrões ao lado de seu vizinho detestável. Porém, eles logo entendem que estão se envolvendo com um grupo perigoso de criminosos degenerados.

Em sua estreia na direção, o ator Macon Blair soube usar todos os artifícios clássicos do errando para acertar que sempre funciona em dramas cômicos, e foi tão bem colocado que inicialmente vemos a simplicidade nos atos da protagonista, tentamos entender suas virtudes e defeitos, mas não entramos no clima exato que o diretor tentava passar, ao ponto que vamos conhecendo ela um pouco mais a cada dinâmica sua, mas aí vem o segundo ato, e meus amigos, tudo passa a funcionar numa insanidade atrás da outra, ao ponto que vamos falando nãoooo para cada loucura, até chegarmos nas duas últimas cenas, que é de surtar, pois tudo acaba saindo errado, e tudo acaba dando certo, e é muito bacana conferir cada detalhe empregado. Ou seja, é daqueles filmes que entramos de cabeça em tudo, e o diretor acertou muito em todas as escolhas que colocou, fazendo algo delicado de início, esquentando no miolo, e explodindo totalmente no final, de forma que acabamos muito felizes com o resultado mesmo com os excessos. 

Nunca botei reparo na atriz Melanie Lynskey, e aqui sua Ruth é singela de atitudes, toda trabalhada em olhares e sensações, ao ponto que vamos conhecendo mais e sentindo suas virtudes, além claro que é notável toda sua depressão sem que ela precise ficar jogada num canto como acaba acontecendo com a maioria dos personagens de filmes, ou seja, foi muito bem, graciosa, e acertou muito. Nosso querido Frodo, ops Elijah Wood, entregou um Tony maluquíssimo, cheio de desenvolturas, carisma, e mesmo sendo um mala em muitos sentidos, acabou sendo gracioso também em muitas dinâmicas, de forma que acabamos torcendo para ele, e ficando completamente apreensivos com as cenas finais, e paro por aqui para não dar spoiler, pois ele foi bem demais. David Yow mostrou bem seu Marshall no segundo ato, e o ator foi muito bem, voando ponte dentária, fazendo caras e bocas com trejeitos fortes, e claro sendo aquele tipo de antagonista que acabamos até torcendo para ver mais dos seus atos, ou seja, o ator caiu muito bem no papel. Christine Woods entregou a tradicional madame com sua Meredith, daquelas que vivem sem ter o que fazer na mansão imensa, e qualquer um que aparece na casa chama para um bate papo com cafezinho, e procurando coisas para limpar sempre, ou seja, fez bem também. Robert Longstreet entregou seu Chris com personalidade, com a tradicional forma do rico que se acha por cima de tudo e todos, e se saiu bem, mesmo sendo um personagem completamente arrogante. Tivemos ainda outros bons personagens secundários, cada um no seu momento, desde o policial que não dá a mínima para o caso da protagonista, a amiga que vive meio que drogada num mundo fora do normal, mas os destaques ficam para os outros da gangue com Jane Levy e Devon Graye fazendo altas caras e bocas, e agradando bastante nas suas paranoias.

Visualmente o longa foi riquíssimo de elementos cênicos detalhados para dar a essência da preocupação com o pouco que a jovem protagonista tem, desde as memórias afetivas com a avó e seus talheres, passando pelos objetos de luta do protagonista, a mansão grandiosa dos ricos comparada com as casas simples e desajeitadas dos protagonistas, a van e o carro caindo aos pedaços comparados com os carrões de marcas, além de muitos elementos simbólicos que funcionam e realçam demais tudo, até chegarmos claro nas cenas finais aonde a equipe de efeitos especiais (aparentemente práticos e não computacionais) deu um show com maquiagem e pedaços voando para todos os lados, ou seja, um show visual.

Como sempre costumo colocar o link para filmes que encaixam bem o ritmo na trilha sonora, e aqui usando algo mais rústico com country antigo acabamos vendo um tom gostoso e bem dinâmico para a trama toda, ou seja, quem curtir o estilo vale ouvir depois.

Enfim, é um filme muito louco, com pegadas em vários momentos, diversos ganchos para refletir sobre tudo, mas principalmente que sendo um filme independente e alternativo acabou não ficando chato como costuma acontecer com esse vértice, ou seja, é daqueles que você se diverte demais com toda a loucura entregue nas cenas finais, e ainda reflete sobre temas importantes como depressão e a vida em si. Sendo assim, recomendo demais ele para todos que não viram ainda, afinal está na Netflix desde 2017, e fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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Netflix - Strange Weather

7/21/2020 11:45:00 PM |


Filmes que trabalham situações de luto sempre soam depressivos, costumam se verter com histórias tensas e problemáticas, mas sempre costumam entregar personificações tão boas com atores se jogando nos papeis que o resultado na maioria das vezes emociona e agrada demais. E no longa "Strange Weather", que é bem antigo, mas que estreou por esses dias na Netflix, coloca todo esse sentimento de tentar entender o luto de alguém, tentar entender o motivo que alguém se matou, e principalmente descobrir o algo a mais que geralmente dá aquele solavanco para que a pessoa em luto abandone o passado (não abandone os sentimentos claro), mas passe a viver novamente (ou tente pelo menos!). E aqui o resultado da trama é bem intenso, traz uma protagonista com atos bem marcantes, e mesmo sendo daqueles filmes que você quase cansa de tantos diálogos, e poucas ações, a trama acaba nos envolvendo e sendo bem significativa, ou seja, é um filme bonito ao mesmo tempo que é duro, mas que não precisa dar socos no estômago para convencer, sendo funcional e interessante.

A sinopse nos conta que Darcy Baylor é administradora acadêmica de uma faculdade do Mississippi, mas outra rodada de cortes no orçamento coloca seu trabalho - como quase tudo em sua vida - no limbo. Seu filho Walker cometeu suicídio há sete anos, e as únicas constantes na vida de Darcy desde então foram seu jardim e sua melhor amiga, Byrd. Logo após suas preocupantes notícias no local de trabalho, Darcy descobre que o antigo colega de Walker, Mark, agora é o proprietário de uma cadeia de restaurantes de sucesso - uma cadeia cujo conceito, até o último detalhe, foi roubado de seu filho. Darcy imediatamente faz as malas, entra em sua caminhonete, pega Byrd e parte para Nova Orleans para confrontar Mark e acertar as contas.

A diretora Katherine Dieckmann soube trabalhar bem os diversos pontos que o seu longa precisava dialogar, desde a amizade, passando pelo passado, chegando no acerto de contas, e claro o futuro, tudo junto do incrustado luto que a protagonista não tira do corpo há 7 anos, ou seja, o filme dialoga bem com o público ao passar todos os possíveis sentimentos que deveriam pesar, mas que soam leves no tratamento dado por ela, pois o filme não chega a ser depressivo, e isso é algo incomum dentro do estilo, mas que acaba sendo um acerto por parte da diretora. Claro que para isso ela escolheu uma formatação quase de road-movie, brincou com as diversas essências do clima infernal que lava o país no verão, e deixou o clima da trama morno na maior parte do tempo, o que fez com que todos os momentos soassem sutis e diretos, o que acaba agradando do começo até o fim, mesmo que o excesso dialogal faça frente às sensações das emoções, que talvez daria um tom até mais forte para o longa.

Podia jurar que Holly Hunter era mais nova, pois na maioria dos longas ela faz personagens mais novos, e sua genética ajuda bem, mas aqui usando uma maquiagem mais marcada, deixando a idade transparecer para que sua Darcy tivesse não só as marcas da idade, mas também as marcas do luto de vários anos, a atriz acabou fazendo cenas fortes, e atos bem amplos, mostrando sutileza e destreza pelos bons tons que escolheu na forma de dialogar, de modo que a vemos a todo momento enquadrando olhares tristes, melancólicos, porém bem diretos e certeiros, o que chama a atenção e mostra o domínio de cena, que como disse no começo, fez com que o filme se tornasse dela. Carrie Coon também deu um bom tom para sua Byrd, de forma que num primeiro momento acaba sendo até exagerado o estilão dela, para certos normativos, e também alguns atos soaram jogados para ela, mas no seu momento mais impactante e direto de diálogo, o resultado e sua atuação se mostraram perfeitos, e claro no tom correto para a trama. Quanto dos demais personagens, todos tiveram seus momentos funcionais na trama, desde Andrene Ward-Hammond como a namorada de Byrd, que acaba apoiando no encontro dos documentos necessários para o processo andar, passando por Susan Gallagher como a amiga de longa data de outra cidade que serve para desabafar num momento descontraído de fofocas, além de descobrir outras coisas para a mudança na vida da protagonista, até chegarmos em Shane Jacobsen cm seu Mark, aonde vemos os momentos que o filme inteiro esperava acontecer, e funcionam tanto na conexão do ator com a protagonista, quanto nas atitudes corretas, e assim o filme flui, entre outros bons atores.

Visualmente o longa mostra bem várias diferenças de clima, de ambiente, de paisagens e de envolvimentos nas locações em várias cidades/estados que as protagonistas passam com sua caminhonete, e além disso, em cada momento, o clima junto das mensagens acaba esquentando ou esfriando a mente dela, ou seja, tudo tem um sentimento, cada objeto, cada ato, e a equipe quis passar bem o calor cênico na trama, o que acabou funcionando bastante.

Enfim, é um filme com uma proposta densa, mas que foi desenvolvido de uma maneira leve e bem trabalhada, que mesmo soando levemente cansativo pelo excesso de diálogos em contraponto às ações, o resultado acaba funcionando e agrada bastante, sendo bem recomendado para quem gosta de dramas mais leves. Sendo assim fica a dica, e eu fico por aqui hoje, voltando em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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Netflix - Fúria Feminina (Hai Phuong) (Furie)

7/21/2020 12:47:00 AM |


É interessante como tem uma onda de filmes de ação protagonizados por mulheres não é mesmo? E o melhor é que não ficam no básico, partem para a ignorância sem dó nem piedade, ao ponto que poderia colocar o filme vietnamita da Netflix, "Fúria Feminina" como sendo um filme do Liam Neeson protagonizado por Van Veronica Ngo, pois a ideia é mais ou menos a mesma, com ela sendo uma cobradora de dívidas, sua filha é sequestrada, e ela enfrenta quem tiver que bater usando a arte marcial vovinam. Ou seja, um filme que tem uma boa pegada, que a protagonista luta sem medo, e que principalmente tem uma história funcional, mas que claro como é de praxe do estilo tem tanta coisa que não dá para acreditar que só abstraindo mesmo para não reclamar do primeiro ao último minuto, mas se fazemos isso com os filmes do Liam, não vamos fazer também com os da moça aqui, e sendo assim, curta a trama, torça por ela, e descubra um pouco mais do Vietnã, pois o filme é forçado, mas a é bacana.

A sinopse nos conta que quando uma garotinha é sequestrada por uma quadrilha de tráfico, logo descobrem que mexeram com a criança errada. Pois sua mãe, uma notória ex-líder de gangue, está perto de seguir o seu caminho e fará todo o possível para levar sua filha para casa.

Não posso falar nada sobre o estilo dos diretores e roteiristas, pois confesso que vi bem poucos filmes vietnamitas, e a maioria foram de dramas bem lentos, então não conheço absolutamente nada sobre o estilo de luta do país ou até mesmo sobre o seu cinema de ação, mas posso dizer que o que foi feito aqui lembra muito bem vários exemplares hollywoodianos que temos de abstrair qualquer ideia real para aceitar o que acontece, pois saindo de uma cidadezinha do interior do país e indo para a capital financeira do país, e ir de encontro com a possibilidade de achar sua filha é algo bem falso, mas se usarmos com base no que diz a sinopse, e que passa bem rapidamente no filme como sendo algo importante que deveríamos nos atentar melhor, a protagonista já foi líder de uma gangue, e assim soube bem onde procurar, ou seja, a trama tem algo a mais. Claro que vemos lutas impactantes, vemos pouco uso de armas de fogo, e tudo cria uma boa dinâmica de batalha e ação que muitos gostam, então é um gênero que já foi muito explorado no passado, e que quem sabe volte a aparecer mais com o espaço agora no streaming, pois o filme acaba sendo exagerado, mas bacana de conferir.

Sobre as atuações, basicamente o filme é dela, Van Veronica Ngo, que tem aparecido bastante em diversos grandes filmes da Netflix ("The Old Guard", "Destacamento Blood", "Bright") e aqui sua Hai Phuong é determinada, tem técnica de luta, bate sem pensar, e atua bem nas dinâmicas todas, mas talvez pudesse ter trabalhado um pouco mais as dinâmicas de diálogos, pois por ser a protagonista, alguns atos precisavam um pouco mais de expressão, e ela optou mais por bater do que se envolver, mas não chega a atrapalhar. Quanto aos demais, a maioria aparece pouco e luta muito, então nem vale ficar colocando nomes aqui, pois sei que a maioria nem vai conhecer eles, então só vale o destaque bem de leve para o policial que do nada está na estação e na sequência já está brigando no trem também, e para a chefe da gangue que luta bem também e dá um bom coro na protagonista, mas nada que impressione por parte das atuações, mas quanto das lutas, aí a conversa é outra, pois todos foram muito bem.

Outro ponto bem positivo da trama ficou a cargo da equipe de arte, pois como o filme não usa efeitos especiais, já que há somente uma cena de tiro (e digamos que deveriam ter deixado sem ela, pois foi extremamente falsa!), o restante do cenário foi bem usado para quebrar, arremessar nos personagens, usar de arma, e claro ambientar também os locais por onde a protagonista passa, mostrando desde a cidade de Can Tho até chegar em Saigon (ou Ho Chi Minh), mostrando bem as diferenças entre a área mais rural com a urbana e financeira grande cidade, aonde as motos dominam o ambiente, além de trens de carga e bons momentos nas casas de muitos andares, ou seja, uma produção simples, porém bem considerável, cheia de cores (iluminação vindo sabe-se lá de onde, mas dando um tom forte para o filme pelo menos).

Enfim, é um filme bem bacana, que sai completamente do eixo tradicional, mas que tem pegadas de filmes que já vimos em diversos outros países, ou seja, não chega a ser nada original, mas com boas cenas de lutas, quem for fã do estilo certamente irá gostar bastante, mas quem quiser uma trama mais dialogada pode procurar outro filme, que não é aqui que irá encontrar. Além disso, muitos irão reclamar dos exageros em nível máximo, e isso é até um defeito do estilo, mas não é o primeiro, nem o último filme que teremos que relevar isso, então, segue valendo. Sendo assim recomendo ele única e exclusivamente para o pessoal que gosta de longas de artes marciais, e para aqueles que gostam dos filmes do Neeson, talvez vá curtir a mesma pegada aqui, então fica a dica. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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Netflix - Um Banho de Vida (Le Grand Bain) (Sink or Swim)

7/19/2020 10:51:00 PM |


Vemos alguns filmes já sabendo como vão se desenvolver, pois o estilo esportivo geralmente pede essa pegada de dramatizar tudo para ao final termos algum tipo de glória, que mesmo que não seja campeões ou algo do tipo, teremos algum positivismo para funcionar, mas ainda assim gostamos de ver o estilo, e sempre podemos tirar algo do que vimos. Com "Um Banho de Vida" que está na Netflix já há algum tempo, e que passou muito o trailer nos cinemas, mas não veio para o interior na época, vemos exatamente isso, e foi entregue com muita delicadeza e sutileza tudo, pois o filme tem um começo demorado, praticamente massacrando todos os personagens principais, mostrando eles como depressivos, mal-sucedidos, fracassados, humilhados e tudo mais de ruim, para no miolo serem massacrados por uma técnica bem rigorosa, mas sabemos que a vida é assim, que sofremos por algo, e sofreremos mais ainda para conseguir algo a mais, e essa acabou sendo a mensagem de um filme tradicional, bem feito, e que empolga com um final bonito de se ver. Claro vão falar que é clichê, vão falar que é dramático demais, mas é o estilo que pede isso, e o filme seguiu bem a cartilha do gênero, e o resultado vale a conferida.

A sinopse nos conta que Bertrand está no "auge" dos seus quarenta anos e sofre de depressão. Depois de usar uma série de medicamentos que não surtiram nenhum efeito, ele começa a frequentar a piscina municipal do bairro em que vive. Lá ele conhece outros homens com histórias semelhantes a sua. O grupo se junta e forma uma equipe de nado sincronizado masculina, algo incomum dentro do esporte. Sob o comando de Delphine, uma ex-atleta vitoriosa, Bertrand e os novos companheiros decidem participar do Campeonato Mundial de Nado Sincronizado, encontrando, enfim, um novo propósito para sua vida.

O mais interessante de tudo é ver que um diretor mostrar e criar um filme com um esporte que praticamente ninguém nem vê nas competições olímpicas, quanto mais um filme com o mesmo esporte que é quase que exclusivo feminino, ser feito por homens, e lá foi Gilles Lellouche em seu filme com algo ousado, porém seguindo bem o modus operandi de dramas esportivos, conseguiu envolver e emocionar bem, criando toda a síntese ideal, porém usou muito o primeiro ato para apresentar cada um, colocar seus problemas em evidência, e talvez não precisasse enfatizar tanto suas fraquezas, mas isso é apenas uma opinião de estilo, já que o filme funciona, então talvez dar uma dinâmica maior no miolo, e colocar alguns flashbacks de seus problemas só acabaria envolvendo mais e não cansaria tanto para começar realmente o treinamento deles. Claro que isso é algo de escolha, e não atrapalhou o andamento do filme, porém conhecendo muito do público de streaming, como o filme demora a acontecer, e o primeiro ato é extremamente depressivo, talvez muitos nem cheguem até o final, mas nada que seja ruim de ver pelo menos.

Sobre as atuações é até engraçado observar que quase nenhum dos protagonistas chama a responsabilidade cênica para si, de modo que o filme pode até ter um foco maior em Mathieu Amaric com seu Bertrand e sua família, mas todos acabam se desenvolvendo bem e entregando um pouco para o filme, desde Jean-Hugues Anglade com seu Simon roqueiro de festas para idosos, passando pelo solitário Phillippe Katerine com seu Thierry meio abobalhado, tendo o extremamente egocêntrico Laurent que Guillaume Canet fez perfeitamente, até chegarmos no endividado empresário maluco vivido por Benoît Poelvoorde com seu seu Marcus, além do enfermeiro que Félix Moati acabou aparecendo já no segundo ato e se encaixou bem no grupo. Dentre as mulheres, primeiro tivemos Virginie Efira bem colocada com sua Delphine, mas doce, porém problemática igual aos homens, para num segundo ato entrar Leïla Bekhti com sua Amanda totalmente imponente, quase uma general, que deu um bom tom para a trama, e claro tivemos meio que uma participação, mas os olhares valeram pelos atos de Noée Abita com sua Loja. Já os demais, foram enfeites apenas, então nem vale falar nada.

A trama em si teve um conceito visual bem aberto, já que mostrou muito da vida de cada um, passando pelos trabalhos e casas de cada um, mostrando seus problemas, mas sem muitos detalhes, deixando o foco mesmo para a piscina do clube aonde eles fazem seus treinamentos, e algumas paisagens por onde vão correr, e depois durante a viagem para o torneio, mas a grande sacada da trama ficou por conta das cores do filme, pois escolheram bem tons deprimentes para todo o ato das casas e serviços deles, quase escuro total, para ter um pouco de vida e ânimo no clube e na sauna aonde relaxavam, até chegar no ápice da competição com muitas cores vibrantes e um belo fechamento na volta para mostrar a mudança, ou seja, a equipe de fotografia fez bem seu trabalho para realçar na medida.

O filme contou também com boas canções na trilha sonora, para dar ritmo e envolvimento, usando claro as diferentes oscilações para criar cada ambiente, e assim ajudar o desenvolvimento do longa, e claro que deixo aqui o link para vocês curtirem depois.

Enfim, é um filme gostoso de conferir, com um ar motivacional bem moldado principalmente no segundo ato, pois o primeiro chega a ser desesperador de tanta depressão ao contar os problemas de cada um, e que vale muito a conferida, principalmente para quem gosta de dramas esportivos (e aqui temos um esporte quase que desconhecido, então é bacana pela diferença total, embora o estilo seja o mesmo), e que passa rápido por ter bom ritmo, então fica a dica. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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Netflix - King: Uma História de Vingança (Message From The King)

7/18/2020 10:06:00 PM |


Não sei se fui esperando muito do filme da Netflix, "King - Uma História de Vingança", pelo elenco que costuma ir bem, pela ideia da trama, e acabei me decepcionando, ou se o filme é realmente fraco, pois basicamente ele entrega apenas o subtítulo nacional mesmo, uma história de vingança e nada mais, ao ponto que vemos o protagonista revoltado com a morte da irmã, e sai quebrando tudo em busca de saber o que aconteceu com ela, por quais motivos a mataram, mas isso é apenas o pano de fundo, pois a história em si, quer mesmo é ver o sangue jorrando, e mesmo ao final quando descobrimos quem ele era, ou por quais motivos não mudou a vida da família, o longa não faz um sentido muito profundo. Ou seja, se você gosta de longas de vingança e pancadaria pode até ser que goste do resultado, pois é um filme mediano e não é ruim, mas quem for esperando algo a mais, pode desistir, que a trama não vai muito além disso, não desenvolvendo nada da história da irmã, nada da história dos personagens secundários, e mesmo a história do protagonista acaba sendo jogada ao final para algo sem muito a ver.

A sinopse nos conta que depois de perder de repente todo o contato com sua irmã mais nova, Jacob King chega a Los Angeles determinado a encontrá-la. Tentando reunir seus últimos movimentos conhecidos, King encontra evidências inquietantes de uma vida perdida - drogas, sexo e segredos no ventre desprezível da Cidade dos Anjos. Sem se deixar abater pelos avisos para voltar para casa, King prova ser mais do que uma partida pela violência com a qual se confronta, enquanto persegue incansavelmente a verdade sobre o que aconteceu com sua irmã.

A direção de Fabrice du Welz até tem seus momentos intensos, com alguns atos fortes e bem violentos, outros meio que sem ação, parecendo que ou o diretor esqueceu de instruir o ator, ou simplesmente vemos algo desligado da parte de atuação mesmo, pois o roteiro em si é fraco, e não vemos muito para explorar, mas ele poderia ter desenvolvido o envolvimento da garota com os personagens que o irmão vai vingar, vermos mais infiltração dela com o que vai ser candidato, ter mais dinâmicas, mas isso até ocorre tão rápido no acesso do cartão de memória que nem para servir de explosão serve. Ou seja, o diretor se embasou nas lutas que Chadwick ficou bom, e colocou personagens jogados, meio como aqueles joguinhos de videogame antigos que você ia pegando e batendo em uns capangas para no final bater no chefão, e aqui nem o grande chefão mesmo entrou na briga, sobrando só pros secundários. E assim sendo não posso dizer que o diretor tenha acertado em algo mais coeso, mas apenas fazendo um filme com dinâmicas vingativas, boas lutas, e uma tentativa de redenção ao final, que nem é um grande feitio. 

Sobre as atuações, sabemos que Chadwick Boseman é um ator com muita personalidade, e aqui ele até mostrou bons trejeitos com seu Jacob, bateu bastante, apanhou bastante e fez alguns atos com diálogos bem encaixados, mas nada que fosse impressionante realmente, ou seja, ficou parecendo que viram ele no filme da Marvel (aqui ele só tinha feito "Capitão América: Guerra Civil", e falaram pra ele sair batendo, pulando, socando e tudo mais, de modo que não vemos sua essência realmente funcionar, ou seja, apenas gastaram dinheiro para ter um rosto conhecido no filme, pois ele não fez valer o investimento. Luke Evans também é um tremendo ator, mas aqui seu Wentworth é um dentista praticamente de fachada, pois só tem ambição por ganhar dinheiro arrumando negociações com as gangues, e o ator até fez algumas caras e bocas, mas nada que empolgasse realmente. As mulheres Natalie Martinez com sua Trish e Teresa Palmer com sua Kelly, foram até que bem expressivas, com dinâmicas bem opostas, uma totalmente dependente das drogas e festas, e a outra desesperada com o âmbito familiar, trabalhando muito, e vivendo pouco, foram até bem usadas para representar as vidas que muitos acham que vão conseguir em LA, mas acabam caindo por água abaixo, ou seja, poderiam até ter trabalhado mais elas, pois foram bem em cena. Do time das gangues, tivemos alguns atos interessantes por parte da violência explosiva de Lucan Melkonian com seu Zico, e alguns envolvimentos mais marcados com Alfred Molina com seu Mike Preston como um diretor de filmes eróticos e Arthur Darbynian com seu Duc, bem com ares mafiosos, mas que solta no máximo meia dúzia de palavras e nada mais. Ou seja, um elenco até que bem montado, mas que não foi usado nem 50% do que poderiam atingir.

Visualmente a trama teve algumas cenas bem feitas nos subúrbios de Los Angeles, alguns atos numa mansão bem detalhada, e claro bons momentos de pancadaria, sejam eles num lava-jatos, ou numa festa regada a drogas, ou até mesmo no fim dentro da mansão, mas os elementos cênicos foram jogados para o alto com tão poucos momentos de desenvoltura, seja no supermercado chinês, ou até mesmo num restaurante com o jovem olhando fotos antigas, ou seja, a equipe de arte precisou trabalhar bastante, mas foi bem pouco usada para ambientar realmente os momentos da trama.

Enfim, é um filme bem mediano, que quem gosta de longas de vingança até pode gostar da pancadaria em si, mas falta história, falta direção, falta boas atuações, ao ponto de que tudo tem um pouquinho, mas nada chega a lugar algum, e assim não dá para recomendar ele para ninguém. E assim sendo eu fico por aqui desapontado com um filme que até parecia ter algum potencial, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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Netflix - Conspiração Terrorista (Unlocked)

7/18/2020 01:05:00 AM |


Muitas vezes o acaso acaba dando certo, pois hoje estava nos planos de ver uma das duas comédias que estreou na Netflix, mas na briga com a internet o controle remoto jogou mais para baixo em um filme que nem na minha lista estava, mas que pareceu bem interessante, então resolvi dar o play, mesmo com a com a lentidão que estava com tudo, e eis que olha cai numa trama tão bem envolvente, cheia de reviravoltas marcantes, uma confusão tremenda para saber quem é bonzinho ou não no meio de tantas mentiras, e que contando com um elenco incrível o resultado final é daqueles que se você gosta de uma boa trama policial cheia de investigação e conflitos pode dar o play aí também em "Conspiração Terrorista". O longa não é tão novo, já estando na plataforma de streaming desde 2018, mas garanto que quem não viu ainda e curte um bom longa cheio de conspirações, cheio de tramas que não dá para esperar nada, além de um final chocante, certamente irá curtir bastante, pois é daqueles que valem o tempo na frente da tela.

O longa nos conta que Alice Racine é uma ex-agente da CIA especializada em interrogatórios. Depois de passar um tempo afastada de suas antigas funções, ela é chamada para uma operação especial: extrair informações de um homem capturado pela agência a fim de evitar um ataque biológico planejado por um grupo terroristas. No entanto, durante o processo, ela descobre ser vítima de uma armadilha e precisa agir por conta própria para que consiga salvar sua vida e a cidade de Londres.

O diretor Michael Apted já é bem velho de guerra, e já fez diversos longas de conspirações, de investigações, policiais e afins, de modo que sabemos bem o quão bom ele é com o estilo, e aqui não foi diferente, pois pegou um roteiro que esteve entre os mais valorizados no mercado de roteiros, do jovem estreante Peter O'Brien, e aparou todas as arestas possíveis para que o filme ficasse vivo, ao ponto que em determinado momento da trama já nem sabemos mais em quem confiar, pois todos parecem ser algo de ruim para a protagonista, e claro que a genialidade de desenvolver as várias aberturas fez com que o filme não ficasse cansativo de forma alguma, tanto que vamos fluindo e quando vemos já estamos no final. Porém diria que talvez tenha faltado desenvolver um pouco mais o antagonista da trama e seu lado de criar/comprar uma arma biológica para destruir tudo, pois o vendedor mesmo praticamente nem aparece direito, ou seja, ficou meio que jogado, mas não é nada que atrapalhe tanto, então o resultado ainda continuou bem bom.

Sobre as atuações, com um elenco desse não dá nem para reclamar, pois até os quase figurantes saíram bem no que fizeram, e claro para começar temos de falar dela, a preferida dos filmes investigativos atuais, Noomi Rapace (e se você assistiu qualquer outro filme dela, sabe o potencial imenso que a atriz sempre entrega) que aqui entrega uma Alice inicialmente traumatizada, mas com muita vontade e destemida para resolver o problema em que se meteu, ao ponto de vermos a atriz se jogando com tudo, enfrentando tudo e todos, e que inclusive quebrou o nariz durante as gravações, ou seja, ela é daquelas que não faz nada pela metade, e detona no filme. Toni Collette também entrega com muita imponência sua Emily, que mesmo aparecendo pouco tem estilo e agrada bem nos atos mais dinâmicos com a protagonista. John Malkovich é um ator que geralmente entrega situações bem diferentes, e aqui seu Bob Hunter é daqueles que tem poucas cenas, mas que queremos ver bem mais dele, e o ator coloca tudo com uma calma que nem parece um dos chefões de tudo. Michael Douglas é incrível com as palavras, e seus atos parecem ser direcionados tão fortes, que acabamos gostando muito do que faz em cena com seu Eric, de forma que como mentor, ele domina bem como passar tudo para as pessoas. Orlando Bloom deu um ar cômico para seu Jack, além claro de cenas bem rápidas, cheias de pegadas, tiros, socos e tudo mais, ao ponto que talvez seja o responsável pelo miolo do filme não soar cansativo. E teria de falar de muitos outros secundários que chamaram atenção, como a turma árabe toda que deu um tom misterioso bem colocado, os demais capangas que pareciam gente de bem, mas na sequência tentavam matar a protagonista, mas tenho de falar da certa decepção que já falei no parágrafo anterior, que foi não terem desenvolvido mais o papel de Michael Epp com seu Mercer, pois ao mesmo tempo que aparenta ser apenas um negociador do vírus, também parece ser um entusiasta, e só ficou passeando pelas cenas, ou seja, poderia ter ido bem além.

Visualmente o longa tem alguns atos cheios de tiros pra todos os lados, algumas perseguições interessantes, começa bem com um interrogatório bem armado em uma pequena sala, mas com muitos elementos para serem usados, algumas cenas em meio a parques escuros, mas bem armados, cenas em prédios com muita ação, uma fortíssima cena com cachorros em um elevador, laboratórios, e claro o tradicional de armas biológicas: um estádio lotado para algum jogo, ou seja, alguns clichês colocados, mas tudo muito bem produzido, com cenas bem realistas, e bons momentos que funcionam, ou seja, um trabalho da equipe de arte bem mantido por uma fotografia levemente escura para dar tensão, e que agradará bastante quem gosta do estilo.

Enfim, é um filme bem dinâmico, com a pegada tradicional que gostamos de ver em filmes investigativos cheios de reviravoltas, que no miolo pode até confundir um pouco a cabeça com tudo o que está ocorrendo, mas que ao final tudo se encaixa, e o resultado acaba agradando bastante, então vale muito a conferida. Sendo assim recomendo a trama, mesmo com os exageros e bagunças, e fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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Netflix - Encontro Fatal (Fatal Affair)

7/17/2020 12:39:00 AM |


Tenho certeza absoluta que você já viu algum filme com a mesma história e a mesma pegada, apenas mudando os atores protagonistas, que o longa "Encontro Fatal" que estreou hoje na Netflix! Pois é o famoso clássico dos psicopatas amorosos que não conseguem esquecer uma paixão e tentam acabar com os outros relacionamentos para ter a pessoa para ela. Sai quase pelo menos um por ano no mesmo formato, as vezes nem mudando as locações. Mas e daí, é sempre divertido ver o estilo, pois os protagonistas caem como patinhos nas jogadas do psicopata, tentam fugir ao máximo de tudo, sempre rola aquele climão ao contar para o parceiro, e nós do outro lado da tela ficamos tensos e também nos divertimos com tudo o que ocorre. Ou seja, se você já viu um do gênero, já viu todos, pois a forma de bolo do roteiro é a mesma sempre, mas o público gosta, e dessa forma sempre vai ter mais um diretor que irá pegar ela, e tentar fazer um novo.

A trama nos conta que Ellie tenta consertar seu casamento com o marido, Marcus, depois de um breve encontro com David, um antigo amigo. O que Ellie não contava é que David é mais perigoso e instável que ela imaginava, colocando em perigo sua família e amigos.

É até engraçado, mas o diretor Peter Sullivan entregou no ano passado um longa quase igual esse para a Netflix chamado "Obsessão Secreta", ou seja, esse é o estilo dele, e a empresa já deve ter contratado ele para mais alguns iguais, ou podemos dizer que o diretor tem algum tipo de probleminha com isso! Dito isso, se no ano passado ele foi mais envolvente com sua trama, ao ponto de ficarmos tensos pela moça, aqui também consegue criar uma certa tensão com o protagonista observando, e fazendo seus atos, porém não ficou parecendo algo tão simples de essência, ao ponto que mesmo próximo do fim quando a protagonista faz o que devia ter feito no começo da trama, tudo acaba soando falso, mas embora o filme tenha muitos momentos intensos, o resultado não prende tão bem, mesmo sendo algo divertido de ver. Ou seja, o diretor seguiu uma linha bem segura, e entrega algo que conhece bem, mas o filme todo parece algo que já vimos tantas vezes, que até dá para parar o longa e olhar na lista se já não vimos realmente ele.

Sobre as atuações, diria que até escolheram um elenco bem montado, mas que não tem muito carisma, pois a família mesmo não estando nos seus melhores dias (pelo menos dentro do relacionamento, já que profissional está excelente com a casinha básica que compraram na praia!), poderia ter olhares mais amorosos, sentimentos mais vivos, pois tudo neles soa falso, até os beijos, mas não chega a ser algo ruim, então até vemos algo a mais neles, mas não tão imponentes de ver. Nia Long é daquelas atrizes que têm uma personalidade marcante, e sua Ellie tinha tudo para desenvolver um algo a mais como advogada criminal, com traquejos fortes tanto para cima do amigo quanto do marido, mas não deu liga. Omar Epps até teve alguns traquejos de psicopatia com seu David, fez alguns atos intensos, mas nada que surpreenda muito, mas foi bem ao menos no que precisava para criar a tensão. Stephen Bishop parecia não estar na produção com seu Marcus, de modo que suas cenas soaram extremamente artificiais, ou seja, ele foi muito ruim. Maya Stojan até tentou fazer uma Courtney interessante, mas fez umas cenas tão exageradas que chega a ser deprimente. Ou seja, todos foram razoavelmente bem em algumas cenas, mas forçaram demais.

Visualmente a equipe gastou até que uma grana considerável com o orçamento, indo para uma mansão bem imponente na beira da praia, um clube de golfe, uma balada bem trabalhada, apartamentos chiques, só carrões passeando para lá e para cá, ou seja, tudo de alta linha, de modo que o filme até ficou bem bonito de ver, com um glamour, e que funcionou dentro da proposta ao menos, não sendo algo que vamos lembrar por algum detalhe, mas mostrou um trabalho apurado ao menos.

Enfim, se eu falar que amei o filme estaria sendo incoerente com as várias falhas que citei aqui, porém é um filme divertido e ao mesmo tempo tenso de assistir, de forma que quem gosta desse estilo vai conferir e ficar feliz mesmo cheio de absurdos, mas é a velha história que comecei falando no primeiro parágrafo, já vimos uma tonelada de filmes iguaizinhos, inclusive o anterior do diretor no ano passado, ou seja, o pessoal precisa dar uma inovada. Sendo assim, recomendo a trama para quem gosta de rir desse estilo de psicopatia, e só. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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