Todo Dia (Every Day)

7/28/2018 02:35:00 AM |

Tem filmes que já vamos conferir imaginando o que veremos, e pelo trailer de "Todo Dia" era esperado um daqueles romances bem melosos, que adaptados de livros acabam pecando por atuações engessadas e não conseguem entregar alguma novidade sem ter um excesso de clichês, porém fomos surpreendidos com uma trama leve e razoavelmente amarrada por pontas difusas que até trabalham certos conceitos morais, mas que felizmente foge do clichê romance adocicado teen que poderia até agradar se fosse bem feito, mas que ao menos trabalhou uma proposta mais crítica dos moldes de aceitação de personalidade e que acabou resultando em algo mais simples do que aparentava. Ou seja, um filme completamente novo, com uma proposta razoavelmente nova, com atores novos e que talvez uma afinada melhor faria dele algo memorável, mas que acredito ser ao menos mais fácil de assimilar do que o livro original, pois toda essa bagunça de personalidades na leitura deve deixar a mente completamente maluca.

O longa nos conta a história de Rhiannon, uma garota de 16 anos que se apaixona por uma alma misteriosa chamada "A" que habita um corpo diferente todos os dias. Sentindo uma conexão incomparável, Rhiannon e A trabalham todos os dias para encontrar um ao outro, sem saber o que ou quem o próximo dia irá reservar. Quanto mais os dois se apaixonam, mais as realidades de amar alguém que é uma pessoa diferente a cada 24 horas afeta eles, levando o casal a enfrentar a decisão mais difícil que eles já tiveram que tomar.

O diretor Michael Sucsy não é daqueles que pegam diversos projetos para tocar, mas foi certeiro em diversos pontos em sua obra de estreia "Para Sempre", e aqui utilizou dos mesmos artifícios para transportar uma obra literária para as telonas sem ficar amarrado demais em vértices pontuados, e isso acaba funcionando por fazer com que um livro que aparentemente é bem bonito, mas complicado de entender por ter diversos personagens, trejeitos e indagações reflexivas, serem transportadas para a telona de maneira sutil e bem gostosa de acompanhar, que sim, vai confundir quem não for sabendo o que irá ver, mas que trará uma boa essência, e resultará de cenas leves e bonitas de serem condicionadas. Ou seja, o trabalho de adaptação foi bem coeso e o resultado empolga pela boa funcionalidade da trama, divertindo em bons momentos e não sendo açucarado demais, embora isso seja também um defeito do longa que poderia comover mais caso derrubassem algumas colherinhas de açúcar no longa para que a cena final que é envolvente caísse em algo mais dramático e emocionante, mas quanto ao desenvolvimento certamente podemos dizer que foi bem acertado, apesar de certamente saber que no livro trabalharam muito mais o lance da família de Rhiannon que aqui ficou bem em segundo plano.

Quanto da atuação temos basicamente que falar de Angourie Rice com sua Rhiannon, pois está em praticamente todas as cenas como protagonista, e a atriz soube dosar muito bem suas emoções e desenvolver trejeitos bem alocados, não ficando boba para com a trama, nem soando desentendida do que estava acontecendo, e com isso acabou sendo bem elegante na postura, e divertida no momento em que "A" assume seu corpo, ou seja, um belo acerto para uma atriz que ainda não havia chamado atenção mesmo com tantos filmes na carreira. Agora para falar do personagem "A" teria de fazer um texto inteiro, pois temos 15 atores diferentes interpretando ele, em suas diversas expressividades e cada um entregando um pouco de si para a personalidade da alma que era o exigido no filme, mas sem dúvida alguma os mais marcantes momentos foram com Lucas Jade Zumann, como o extrovertido Nathan, o carismático Jacob Batalon com seu James, o gordinho simpático Jake Sim com seu Michael, e claro o momento mais tenso como a suicida Kelsea, interpretada muito bem no pequenino momento de Nicole Law. Além claro, dos dois bons momentos com Justice Smith como Justin tendo seus dois atos, o babaca tradicional de todos os dias, e o dia em que "A" se apaixona, sendo gracioso e atencioso, e Owen Teague como Alexander, o que mais teve tempo de tela com a personalidade da alma, além de todo o charme que deram para o "interior" da personalidade do garoto. Dentre os demais, a maioria é bem rápida, e não atrapalha, mas poderiam ter dado mais tempo de tela para a sempre ótima Maria Bello como a mãe da garota, Michael Cram como o pai, e Debby Ryan como a irmã, pois certamente teriam mais para mostrar.

No conceito visual a trama nos colocou em locais muito bem escolhidos, como um aquário/praia maravilhoso cheio de detalhes, um chalé romântico, uma festa com bons momentos, uma escola (bem livre, que dá para fugir a todo momento das aulas), e claro uma casa com problemas, além de muitos passeios de carro, de modo que aparentemente procuraram recriar bons detalhes do livro na telona, não soando forçado, mas se atentando para não soar falso também, ou seja, um bom trabalho. A fotografia brincou bastante com tons mais escuros para criar elos dramáticos, mas sempre que possível o ambiente tinha uma luz forte, demonstrando muita vida na personalidade da alma, e claro aquecendo o romance, mas ainda assim poderiam ter trabalhado mais cores na paleta para que o longa tivesse uma dinâmica ainda mais diferenciada.

Claro que como todo bom romance, a trilha sonora tem um âmbito funcional incrível, e cada momento precisa respirar juntamente com boas canções sejam elas originais ou escolhidas para que o filme tenha ritmo e funcione perfeitamente. E aqui a equipe escolheu ótimas canções bem representativas que além de serem gostosas de ouvir também trabalham mensagens que o filme passa, então vale a pena a conferida no link e para quem quiser também está aqui o link das músicas originais de cada momento do filme.

Enfim, um filme simples que até poderia ser melhor, mas que vai agradar bastante quem for disposto a ver algo teen, mas com uma proposta diferenciada, pois como disse saiu bem do conceito meloso e também não atacou tanto algo com muita moralidade, ficando no meio do caminho, o que é sempre arriscado. De modo geral é bonitinho e gostoso de acompanhar, e funciona a ponto de podermos recomendar. Bem é isso pessoal, infelizmente encerro já essa semana curtíssima aqui, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até breve.

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Missão Impossível - Efeito Fallout em Imax 3D (Mission: Impossible - Fallout)

7/26/2018 02:53:00 AM |

Eis que após um longo período (devido claro ao maluco que quase se mata sem dublê, mas que aqui apenas quebrou a perna e atrasou em 6 meses a produção!), estreia "Missão Impossível - Efeito Fallout", que diria mais claramente ser a junção das outras produções com suas devidas falhas, mas que trabalhada com muita dinâmica e desenvoltura consegue empolgar do começo ao fim, jogando muita adrenalina e reviravoltas sem limites para o público que for conferir, de modo que consegue seguir toda a ideia completa da franquia e ainda criar muitas perspectivas e situações que vão se conectando num crescente completo, que até chega a dar um leve suadouro nas mãos (e olha que sempre sabemos como os filmes terminam bem, mas a tensão vem forte e funciona!), faz com que muitos conversem com os personagens do longa, gritem, e assim sendo, a missão foi cumprida com êxito. Posso até estar sendo equivocado por dizer isso, mas acredito que esse (tirando claro o primeiro filme, que originou a franquia!) seja o melhor de todos por conter tudo o que esperávamos ver, e que principalmente com grandes efeitos 3D bem funcionais de perspectiva (que acabam nos colocando quase junto dos personagens), por terem filmado o longa com câmeras próprias para isso, acabaram empolgando ainda mais a todos que conferiram a emoção na sala Imax, ou seja, se possível veja com a tecnologia.

A sinopse nos conta que obrigado a unir forças com o agente especial da CIA August Walker para mais uma missão impossível, Ethan Hunt se vê novamente cara a cara com Solomon Lane e preso numa teia que envolve velhos conhecidos movidos por interesses misteriosos e contatos de moral duvidosa. Atormentado por decisões do passado que retornam para assombrá-lo, Hunt precisa se resolver com seus sentimentos e impedir que uma catastrófica explosão ocorra, no que conta com a ajuda dos amigos de IMF.

Bem antes de estrear em 2015, "Nação Secreta", o diretor Christopher McQuarrie já havia anunciado que seu longa teria uma continuação bem mais emocionante, e ele não estava brincando, pois como ele gosta demais de cenas grandiosas, cheias de riscos para seus dublês (no caso seus últimos três longas o maluco no caso foi o próprio Cruise!), aonde tudo possa ser filmado com muita emoção e perfeccionismo, já podíamos esperar algo com no mínimo diversas explosões e cenas de tirar o fôlego, e aqui o resultado além disso conseguiu ter uma história muito bem moldada, pois a cada momento pensávamos que a trama teria um desfecho diferente, e que a cada virada de interpretação do texto já poderíamos esperar ainda mais confusão e pancadaria (além claro de muitos tiros). Ou seja, McQuarrie foi esperto em não entregar tudo de mão beijada para o público, criando muitas alegorias e tocando cada ato como algo mais elementar para a produção completa, funcionando bem como uma colcha de retalhos, aonde a ação só era mais incrementada a cada nova cena, mostrando que tanto o diretor, quanto o protagonista foram dois malucos completos para que tudo funcionasse e ficasse realmente perfeito, pois tudo é tão realístico que se usaram qualquer mera cena em CGI, não notamos de forma alguma, e assim sendo, o resultado da ótima direção com a perfeita história só não foi mais perfeita pela falta da equipe de maquiagem se impor e colocar mais sangue ou no mínimo uns bons roxos na cara dos protagonistas após o tanto de porrada que levam, mas tirando esse detalhe, o filme é mais do que incrível.

Sobre as atuações, é até fácil falar que Tom Cruise com seus 56 anos está muito melhor que muito ator novo por aí, entregando seu Ethan Hunt com muita desenvoltura, fazendo ótimas expressões (até mesmo em situações completamente desconfortáveis), e cada vez se arriscando mais (agora foi apenas 106 saltos de avião numa altura bem básica, trombar com uma moto em alta velocidade, pilotar um helicóptero logo após aprender a pilotar controlando sozinho o helicóptero e as câmeras, ou seja, coisinhas bem básicas!) ele conseguiu empolgar e agradar muito, ou seja, que venha o 7º filme. Quanto à Henry Cavill, todos estavam muito curiosos para saber tudo o que ele faria no longa, afinal seu protagonismo aqui teria de ser muito bem compensado por ter de manter o bigode (que foi apagado digitalmente em "Liga da Justiça" para que ele continuasse gravando este longa nas cenas refilmadas do longa de super-heróis), e olha que seu Walker é muito bem colocado na trama, mostrando que o ator além ter muita força sabe ser completamente dinâmico, fazer bons trejeitos, e ainda claro surpreender nos momentos que necessitaram dele, e claro, suas lutas na mão foram com muita empolgação. Sean Harris teve uma participação expressiva com menos diálogos aqui na continuação, mas seu Solomon Lane ainda deu muita conversa e teve uma importância bem conectada na trama, e claro que o ator fez ótimas caras e bocas para que o personagem ainda fosse forte e nos desse raiva dele. A dupla Ving Rhames e Simon Pegg como Luther e Benji estão numa sintonia incrível e ajudam a dar o tom cômico e conectar todos os detalhes que os protagonistas deixam abertos na tela, numa dinâmica tão bem coesa que chegam a ser até bem protagonistas em muitas cenas. As moças da trama novamente estão incríveis tanto em suas personalidades sexies quanto com bons trejeitos e envolvimentos perfeitos para o longa (apenas um adendo que Tom já beijou mais nos outros longas, e aqui foi algo bem rápido), ou seja, Rebecca Ferguson como Ilsa, Vanessa Kirby como Viúva Branca e Michelle Monaghan como Julia tiveram cada uma no seu ato bons momentos e agradaram bastante. E para finalizar, os chefões do IMF e da CIA, interpretados por Alec Baldwin e Angela Basset respectivamente tiveram atos pequenos, mas muito bem colocados no longa, chamando com olhares e bons trejeitos para que seus momentos fossem completamente funcionais e não ficassem apenas jogados na tela.

Como todos os filmes da franquia, escolheram a dedo todas as ótimas locações em Paris, Londres e Nova Zelândia (que acabou se passando por Caxemira no filme), encontrando detalhes de prédios turísticos marcantes, bons lugares e carros para destruir, muitos ambientes abertos para diversas cenas em movimento, e claro que uma amplitude bem bela para as cenas aéreas com helicópteros, roupas especiais de salto, cordas e ganchos, que com o bom uso da tecnologia ainda deram ótimas sensações para que o público ficasse realmente dentro do filme, passeando junto com os protagonistas por todos esses belos locais, ou seja, um ponto mais do que positivo da equipe de arte que arrumou tudo com muito primor para que o filme ficasse ainda mais completo dentro do roteiro solicitado. A fotografia brincou com tons mais densos para dar o ar dramático que a trama pedia, mas também colocou muito contraste nas cenas, sempre tendo um personagem ou uma locação destoando para que o olhar do público se desviasse para aonde o diretor desejava que ficássemos atentos, ou seja, diversos pontos falsos que ajudaram o longa não ficar embaçado com tanta movimentação, e ainda agradasse para que o 3D funcionasse com muita perspectiva, e não desse dor de cabeça com cores fortes e vibrantes. E já que começamos a falar do 3D, como toda produção grandiosa, aqui não tivemos conversão, e sim filmagens utilizando as imensas câmeras Imax 3D, ou seja, muita perfeição nas cenas aéreas, aonde os personagens realmente parecem estar imersos na tela, bons momentos com alguns objetos saindo da tela (principalmente nas cenas finais com o helicóptero), aonde voam pedras e o gancho para todo lado, e com isso, fazia tempo que não recomendava a tecnologia como algo "obrigatório", mas aqui o efeito se faz um belo adicional para a trama. Além claro do ótimo 3D, volto a frisar que a equipe de efeitos especiais fez tudo muito bem maquiado, de modo que como disse no começo não conseguimos distinguir o que foi realmente gravado do que foi feito na computação, ou seja, um filme muito realista que impressiona nos detalhes.

Claro que como todo bom longa de ação, tivemos excelentes momentos sonoros, com barulhos vindo de todos os lados, e claro a trilha sonora tema tradicional funcionando a todo momento, além de ótimas escolhas musicais para encaixar em cada ato e fazer com que a adrenalina ficasse num ritmo completamente acelerado, e que fizesse as quase duas horas e meia de projeção não ficassem cansativas. E como todos bem sabem, esse Coelho que vos digita não iria deixar de colocar a trilha sonora completa aqui para que todos ouvissem após conferir o longa, então é só clicar no link e sair curtindo.

Enfim, um filme que vinha com uma grandiosa expectativa e que não desaponta em momento algum, que entrega excelentes cenas de ação, um roteiro cheio de surpresas e reviravoltas e muita dinâmica para ninguém botar defeito. Aliás falando em defeitos, pontuaria a falta de sangue ou pelo menos uma maquiagem melhorada com roxos nas caras dos personagens, pois temos muitos socos, muitos tombos, e isso mereceria ser melhor trabalhado, mas como isso não atrapalha o resultado final, não irei tirar um ponto da nota, pois confesso que saí da sessão muito feliz com o que acabei vendo na telona, e só posso recomendar a trama completa com muitos elogios, então vá para a maior sala possível que puder para conferir esse longa incrível. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais um texto. E claro que não poderia ir embora sem agradecer os amigos da rádio Difusora FM 91,3MHz pela excelente pré-estreia lotadaça que com certeza agradou todos os presentes, então mais uma vez, valeu galera e até a próxima.

PS: volto a frisar que deveria tirar um ponto ou pelo menos meio pela falta de sangue, ou até mesmo por alguns detalhes falsos e exagerados, mas como bem sabemos, a franquia "Missão Impossível" é assim, então vou relevar.

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Mulheres Alteradas

7/23/2018 12:07:00 AM |

É engraçado como alguns autores/diretores conseguem trabalhar temas diversos de formas mais dinâmicas e acabam criando vertentes que poderiam soar até ofensivas de uma maneira gostosa e descontraída. Digo isso, pois fui conferir "Mulheres Alteradas" pronto para sair reclamando de excessos feministas, de descontroles hormonais forçados e tudo mais, mas por incrível que pareça fizeram um filme muito condizente, cheio de situações bem "reais" e divertidas, aonde o descontrole é claro que ocorre por diversos motivos, e como bem trabalhados dentro da telona, o resultado funciona tanto como filme, quanto facilmente poderia virar uma série com grandiosas propostas para cada dia ser trabalhado um tema, que certamente viraria sucesso como ocorreu com "Confissões de Adolescente" e  "Sex and the City". Ou seja, um filme que diverte pelas situações e que não força a barra para criar cada ato, sendo trabalhado ato por ato, tendo bons fechamentos, e principalmente, funcionando como deve ser algo feito a partir de uma HQ: com muita dinâmica em um ritmo aceleradíssimo aonde tudo acontece com minúcias.

A sinopse nos diz que o filme é uma comédia sobre os dilemas tragicômicos enfrentados por quatro mulheres em diferentes fases da vida: Leandra está na crise dos 30. Solteira, não aguenta mais a intensa vida noturna; sua irmã, Sônia, é o oposto. Casada e com dois filhos, sonha com uma noite de curtição; Já Marinati é uma advogada workaholic que se apaixona justo quando sua carreira está deslanchando. E Keka, está ansiosa com a viagem que programou para salvar seu casamento.

Após fazer muitas séries, eis que o diretor Luis Pinheiro se arrisca pela primeira vez em um longa-metragem, e o acerto além de ser bem colocado no estilo desenvolvido, acaba como disse funcionando nos dois meios: na telona como filme, e quem sabe virar depois uma série mais alongada com uns 10 a 12 episódios. É claro que o grande ponto do sucesso foi o roteirista Caco Galhardo ter adaptado uma HQ completamente funcional da argentina Maitena, aonde todos os quatro dilemas são bem desenvolvidos, temos pontuações colocadas com números, temos explicações, e até temos formalidades exageradas, mas tudo é resolvido e colocado com belos símbolos, que acabam mais agradando do que incomodando, e sendo assim o resultado é quase perfeito. Diria que o maior defeito é o longa ser simples e rápido, pois talvez pudessem até colocar mais detalhes, mais situações, mas aí talvez seria necessário mais personagens, e esse foi o grande trunfo da trama, trabalhar com poucas artistas e praticamente todas se conectando entre elas, o que resultou em quase um episódio de algo que pode ser bem maior, e certamente emplacará.

Outro grande ponto forte foi que as artistas foram bem dispostas a se entregar às personagens, criando vértices expressivos bem trabalhados e chamando a atenção para si em cada momento da trama, de modo que quase não vemos a existência dos figurantes, reparando completamente nelas dando seu show. Para começar temos Alessandra Negrini sendo bem coesa com sua Marinati, assumindo o papel de protagonista e dando bons shows de expressões diversificadas, não recaindo tanto a clichês e chamando para si a responsabilidade nas suas cenas. Logo seguida dela temos a supermãe desesperada com dois filhos pequenos Sônia, interpretada com muito charme por Monica Iozzi (olha, jurava que ela não tinha toda essa expressividade!!) e conseguiu se soltar muito nos seus momentos de festa, ou seja, foi bem nas duas versões. Foi engraçado ver Maria Casadevall falar que está na crise dos 30 com sua personagem Leandra, pois aparentemente parecia bem mais uma jovem de 20 e poucos, mas foi bem ao cair na bagunça das crianças e agradou bastante na conversa com a irmã. E por fim temos Deborah Secco com sua Keka, uma assistente bem maluca que está tentando salvar o casamento, e sua paranoia para dar certo com o marido foi a que causou os momentos mais engraçados, e que acabou ajudando bastante Sérgio Guizé como seu marido Dudu, que foi a piada pronta com tudo o que pode dar de errado num resort. Ainda tivemos momentos bem colocados com o galã Daniel Boaventura (que exagerou um pouco no momento de dança).

No conceito cênico chega a ser engraçado a quantidade de cores que o filme trabalha, tendo diversos elementos cênicos, desenhos aparecendo como finalizações de momentos, locações cheias de detalhes e claro também muito pensamento fluindo com mais elementos ainda, ou seja, um show da equipe de arte que conseguiu brincar bastante com a ideia sem deixar o filme pesado. Com tantas cores, a fotografia acabou um pouco poluída, mas acabou tendo uma dinâmica bem alegre funcionando como o longa desejava, ou seja, quase se parecendo com um quadrinhos realmente.

Enfim, é um filme bem gostoso e divertido, que até possui defeitos pelo exagero em muitas cenas, mas a diversão é tanta que acabamos relevando e saindo contentes com o resultado, e até torcendo por mais desenvolvimento com as histórias. Claro que terei de pontuar na nota esses excessos, mas recomendo com certeza o filme para todos que gostem do estilo, e que é certeza de diversão. Bem é isso pessoal, fico por aqui encerrando essa semana, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até lá.

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Uma Quase Dupla

7/22/2018 01:54:00 AM |

Diria que a única coisa boa de "Uma Quase Dupla" é a química entre os protagonistas, pois certamente com uma história melhor, com piadas melhores e com algo bem mais coeso, certamente teríamos uma ótima comédia para ver, mas como nada disso existe na trama, o resultado é algo tão fraco que passamos 90 minutos dentro da sala de cinema sem nem sequer esboçar um sorriso, e olha que forçam a beça para que o riso saia, mas como todas as partes "engraçadas" já estavam no trailer, nem nos surpreendemos quando ocorre realmente. Ou seja, um filme de proposta que felizmente teve um ar fora do gênero novelesco, com uma dupla realmente boa de atores, mas que se perdeu em exagerar com tudo, fazendo humor cansado e gerando um filme que infelizmente não vai pegar.

A sinopse nos conta que quando uma série de assassinatos abala a bucólica rotina da cidade de Joinlândia, o calmo e pacato subdelegado Claudio recebe a ajuda da destemida e experiente investigadora Keyla nas investigações. No entanto, a diferença de ritmo e a falta de química dos dois só atrapalha a solução do misterioso caso.

Que o diretor Marcus Baldini sabe fazer bem comédias isso já sabemos, pois já vimos isso em seu longa anterior, porém aqui pareceu que ele quis fazer algo acelerado sem muito controle, e acabou se perdendo, de modo que a trama misturando um suspense policial (quase no melhor estilo Scooby-Doo") com uma comédia escancarada no melhor estilo dos policiais dos anos 90, acabou resultando em um filme sem muita coesão, e principalmente que falha em fazer rir, e olha que a cada 5 minutos vinha alguma piada forçada para tentar esse feitio, mas nada, acabamos saindo da sessão como entramos, e o pior com um público até razoável na sala sequer ouvi uma risada!! Ou seja, o diretor até pode pensar em fazer uma continuação, afinal é de praxe o gênero pedir isso, mas se fizer procure alguns roteiristas com piadas e situações melhores, pois a falha com certeza ficou nesse quesito.

Sobre as interpretações, podemos dizer que os atores se esforçaram para chamar atenção, e até agradaram pelo estilo empregado, criando boas conexões e mostrando personalidade, mas tudo com um excesso tão forte que chega a assustar, e isso não é legal de ver, ou seja, poderiam ter feito tudo com mais classe que conseguiriam um resultado bem melhor. Tatá Werneck é uma humorista de mão cheia, e sabe fazer trejeitos fortes para que suas personagens chamem atenção, mas aqui sua Keyla é muito forçada para funcionar sozinha na trama, de modo que não engrena, ou seja ela faz diversos trejeitos, mas não encontra o rumo certo para fazer o público rir. Cauã Reymond fez o que sabe: ser galã com seu Claudio, mas fazer papel de bobão ficou tão tosco que talvez um ar mais caipira funcionasse melhor, pois agraria e divertiria sem ser apelativo. Quanto aos demais, a maioria é enfeite no meio das confusões dos dois, tendo aparecendo mais Ary França como o delegado Moacir que é histérico demais, Alejandro Claveaux como o legista Augusto também tentando ter pinta de galã, e Daniel Furlan como o caipira cheio de marra Dado, ou seja, figurantes com um pouco mais de falas.

No conceito cênico a trama foi digamos "bem" engraçada, contando com cenas de morte bizarras, pistas jogadas estranhamente e uma cidadezinha interiorana até que bem colocada, mas nada que nos impressionasse realmente, tendo apenas bons elementos cênicos para serem usados pelos protagonistas, mas poderiam ter caprichado mais nas armas e nos tiros para realmente parecer um policial. A fotografia ao menos foi bem dinâmica com cores vivas (aliás tem tons de tudo quanto é tipo na paleta!) trabalhadas para criar ritmo e ainda tentar dar uma certa comicidade para a trama, o que não foi bem aproveitado.

Enfim, é um filme que tinha uma proposta até que bem moldada, mas que não conseguiu atingir da forma prevista, soando mais bobo do que divertido, e muito mais exagerado do que envolvente, e sendo assim, não tenho nem como recomendar, pois, a bomba ficou bem grande, não tendo nota pior pelos momentos bacanas que já aparecem no trailer e que no contexto do longa funcionam. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas amanhã ainda confiro a última estreia da semana (ou melhor de outra semana que só apareceu por aqui agora), e volto para falar sobre ele, então abraços e até logo mais.

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Desobediência (Disobedience)

7/21/2018 05:24:00 PM |

Trabalhar com temas envolvendo religiosidade e quebras de paradigmas dentro dos pensamentos que os diversos livros de cada religião coloca como corretas posturas dos seus membros é algo que envolve muita reflexão, e nem sempre todos irão concordar com a opinião alheia, ou seja, um filme que trabalhe isso sempre causará diversas discussões, e apontar certo ou errado é algo incompatível para se comunicar. Começo o texto de "Desobediência" dessa forma pela simples noção de que temos sim um filme para refletir, mas que cada opinião será apenas mais uma, visto que a religiosidade e a forma de criação dentro da comunidade será sempre algo forte em cada cultura, e sempre haverá "ovelhas negras" que se rebelarão e quebrarão paradigmas, fazendo com que o fluxo desande. E quando falamos de amor de adolescência, muitos acreditam ser um elo que será lembrado muitas vezes, realçado em um momento delicado e que acaba sempre soando forte, de modo que uma bomba pode sempre explodir quando conexões antigas se encontram. Ou seja, um filme complexo, que é bem trabalhado pelo trio de protagonistas, que poderia ter diversos finais diferentes, mas que o diretor soube opinar e ser coeso com sua escolha, fazendo com que o resultado agradasse alguns e soasse ao menos diferenciado.

A trama nos mostra que a fotógrafa Ronit retorna para a cidade natal pela primeira vez em muitos anos em virtude da morte do pai, um respeitado rabino. Seu afastamento foi bastante abrupto e o reaparecimento é visto com desconfiança na comunidade, mas ela acaba acolhida por um amigo de infância, para sua surpresa atualmente casado sua paixão de juventude, Esti.

O diretor chileno Sebastián Lelio está cada vez mais caindo nas graças de Hollywood desde 2013 quando fez seu filme "Gloria" (que será refilmado agora nos EUA com atores americanos por ele mesmo) e que acabou ganhando a indicação ao Oscar com "Uma Mulher Fantástica", e aqui ele demonstra que não se preocupa em estereotipar situações e permear sua opinião dentro de um meio bem fechado que é a comunidade judia ortodoxa, pois poderia se queimar facilmente com o estilo, mas optou por ser coeso, respeitoso para com as tradições e ainda conseguiu desenvolver seu roteiro com uma temática amorosa diferenciada, e com isso seu novo filme, mesmo com um ritmo bem lento, consegue prender o espectador que deseja saber qual rumos os personagens tomarão, mas diria que ainda poderiam ter ousado um pouco mais.

Sobre as atuações é bem fácil elogiar quando temos um elenco expressivo que consegue comunicar qualquer coisa com olhares bem pausados, com entonações claras nos diálogos prontos para dizer e conectar com o público, e ainda ser sinceros para com seus personagens, ou seja, arrasam no que fazem. Para começar temos Rachel Weisz com sua Ronit impactante e cheia de desenvoltura, que consegue soar misteriosa e ainda mostrar claramente o motivo que lhe fez fugir da comunidade, mas indo além de trejeitos, a atriz soube ser sincera com a opinião da personagem, não soando caricata, o que deu um ar mais interessante ainda para sua atuação. Se a serenidade foi o ponto chave de Weisz, o desespero para explodir ficou nítido na Esti de Rachel McAdams, que necessitou muito mais impacto expressivo no seu tom para não ficar gritante cada momento seu, e incrivelmente a atriz não falhou nos trejeitos e conseguiu agradar com momentos simples, mas bem feitos. E se precisavam de um terceiro ponto como elo na trama, veio a serenidade de Alessandro Nivola com seu Dovid, que dosou seus atos com simplicidade e ainda caiu com perfeição na personalidade que o personagem necessitava, tendo explosões bem colocadas e dinâmicas impactantes com bom desenvolvimento, ou seja, um grande acerto. Dentre os demais, a maioria soou preconceituosa como toda comunidade religiosa é quando tem algo divergente se suas ideologias, e souberam fazer as devidas caras de espanto e interjeições clássicas para se expressar com a força de contrariedade bem colocada, de modo que valha destacar bem pouco a primeira e única cena de Anton Lesser com seu Rav Krushka pelo sermão bem entonado, e Nicholas Woodeson como Rabbi Goldfarb em seu ato de demonstração contrariada pelo que imaginava correto.

No conceito visual não posso opinar como o mais correto de entregarem todo o processo religioso da morte dentro do modo ortodoxo, mas diria que os ritos forma bem cheios de detalhes, o figurino funcionou para mostrar tanto a frieza dos atos, como também o frio da cidade, e ainda transmitiram bem os últimos momentos do rabino sem precisar voltar com flashbacks, apenas mostrando detalhes dentro de sua casa bagunçada, ou seja, uma trama detalhada sem precisar explicativos exagerados, e só diria que faltou mostrar um pouco mais de detalhes da amizade entre o trio na juventude para complementar tudo, mas de resto o acerto foi bem colocado visualmente de forma simples e efetiva. A fotografia sempre escura deu o tom dramático para a trama, mas acabou soando forte demais e auxiliou na falta de ritmo do longa, ou seja, poderiam ter diversificado um pouco mais, mesmo todos estando de luto na trama.

Enfim, um filme interessante de proposta, com ótimas atuações, mas que não ataca como poderia, além de falhar em ritmo e símbolos. Ou seja, é algo que chega a causar, mas que poderia ter ido muito além. Recomendo ele mais como uma reflexão cultural do que como um filme de impacto dramático realmente como deveria ser. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.

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Tio Drew (Uncle Drew)

7/21/2018 02:50:00 AM |

Com toda certeza quando a Pepsi convidou o jogador de basquete Kyrie Irving para uma "pegadinha" com jovens e jogadores profissionais, que acabou viralizando e claro sendo muito usada como comercial do refrigerante, ninguém imaginaria do potencial para a ideia virar um filme completo, mas com o sucesso logo a empresa já fez uma parceria grandiosa com uma produtora, e pronto, logo estavam capturando outros grandes jogadores mais antigos para formar um timaço pronto para detonar nas quadras com muita maquiagem de envelhecimento no longa "Tio Drew". Aí você vem e pergunta para o Coelho, é uma comédia engraçada que valha a conferida? E a resposta vem bem direta: se você gosta de basquete, a trama vai lhe envolver e divertir bastante principalmente após a metade do longa, agora caso contrário, acabará soando cansativo e com mensagens bem jogadas, sem muita dinâmica de carisma, afinal quase todos os protagonistas são jogadores e não atores, então falta uma pegada mais expressiva, mas confesso que ao chegar realmente nos jogos a trama emociona e acaba agradando bastante, mas certamente poderiam ter trabalhado mais para que o filme ficasse mais com cara de filme e não apenas algo encomendado.

A trama nos conta que Dax é um grande fã de basquete, que atua como técnico de um time amador. Ele decide gastar todas as suas economias para garantir a presença de sua equipe em um campeonato de basquete de rua realizado no Harlem, Nova York, de olho no prêmio de US$ 100 mil ao vencedor. No entanto, após uma série de eventos desastrosos, ele perde o controle do grupo e precisa urgentemente formar uma nova equipe. Para resolver o problema, ele recruta uma grande lenda do esporte, o incrível tio Drew, que está aposentado há anos. Com um novo time repleto de setentões, Dax acredita que finalmente conseguirá alcançar uma vitória em sua carreira esportiva.

É engraçado que muitos diretores que fizeram pequenos filmes no começo dos anos 2000 voltaram a produzir agora (será que o barateamento das filmagens em digital comparada com o alto custo das películas? Ou apenas acabaram seus anos sabáticos?), e com isso alguns estilos que víamos muito nas diversas sessões da tarde, ou em filmes jogados na noite na TV começam a surgir com uma frequência maior, e Charles Stone III até teve algumas obras bem montadas, mas acabou não decolando, e agora ele traz uma boa dose de dinâmica emocional dos filmes esportivos, mas brincando com a sagacidade da família, da velha escola tanto de basquete quanto de cinema, e que se talvez fosse mais trabalhado com atores do que com jogadores, e usasse mais lições de moral para que o longa tivesse um peso maior, a trama até poderia recair nos moldes de "Space Jam" e virar um marco, mas como aqui ele focou bem mais no esporte, em algo aparentemente encomendado por órgãos esportivos, a trama acabou um pouco engessada e os raros momentos engraçados acabaram ficando levemente cansativos e forçados, o que é uma pena, pois após a trama engrenar, já estamos quase finalizando, e é fácil notar potencial no time completo.

É até difícil falar das atuações, afinal temos aqui um timaço de estrelas antigas e novas da NBA, que até demonstraram um certo afeto para com suas expressões cheias de apliques na cara para o longa, mas como disse antes, não são atores, e com isso o resultado acabou pecando um pouco. Lil Rel Howery como de praxe é exagerado em suas atuações, de modo que seu Dax parece uma gralha gritadora desesperada no começo do filme, claro que dá uma melhorada no miolo e finaliza bem, mas poderia ter sido mais homogêneo que agradaria muito mais e ainda passaria a mesma personalidade. Kyrie Irving ainda atua no basquete, e já considera seu Drew quase uma segunda personalidade com o tanto de comerciais e séries que fez com o personagem (ganhando muito dinheiro de seu patrocinador é claro!), e aqui ele foi bem condizente, até entregando bons olhares, mas falta aquele empurrão para mostrar que sabe atuar também e não apenas jogar, pois nas cenas com a bola deu show. Após se aposentar das quadras, Shaquille O'Neal já fez tantos filmes que podemos dizer que tem um pouco mais de dom com as câmeras, de modo que seu Big Fella consegue soar interessante mesmo fazendo algumas caretas estranhas, e poderiam ter trabalhado mais a relação dele com Drew, não ficando apenas a resolução rápida e rasteira. Aaron Gordon também ainda tem muita carreira no basquete, pois com apenas 22 anos, apenas serviu de elo com seu Casper para mostrar sua habilidade com a bola, mas foi quase um enfeite cênico. Chris Webber também já se aposentou das quadras, e podemos dizer que foi o que mais se esforçou em fazer bem seu Preacher, de modo que soou hilário em sua cena de batismo e teve boas dinâmicas na fuga de sua esposa, não apelando tanto para trejeitos. E falando na esposa, temos mais uma estrela das quadras, Lisa Leslie, a primeira mulher a fazer uma enterrada na WNBA, que aqui como Betty Lou ficou digamos um pouco estranha e meio desengonçada, mas que ao pegar a bola deu show também. Nate Robinson ainda joga, mas aqui sentado em uma cadeira praticamente a metade do longa com seu Boots, o que mais assustou foi sua cabeleira monstruosa. Para finalizar o elenco de jogadores, tivemos ainda Reggie Miller que ao fazer o cego Lights acabou divertindo demais com a desenvoltura do personagem nas cenas que precisaria ver as coisas, e assim acabou agradando também. Quanto aos demais atores, Nick Kroll acabou forçando a barra com seu Mookie, apelando para trejeitos e dinâmicas bobas para criar um personagem bobo, que poderia ser mais leve e ainda ter o mesmo tom. E para finalizar as demais moças até tentaram cair bem na trama, mas Erica Ash foi singela demais com sua Maya (embora bonitinho o seu carisma) e Tiffany Haddish gritou demais com sua Jess (parecendo uma gralha).

No conceito visual o longa teve muitos elementos interessantes, como a van trabalhadíssima em detalhes, os asilos, o parque de diversões bem montado para agradar o velhinho, as quadras bem preparadas para os jogos incríveis, mas sem dúvida o grande feitio da equipe de arte foi o trabalho da equipe de maquiagem para transformar jogadores de no máximo 46 anos em velhinhos com bem mais de 70, o que acabou lhes dando novas personalidades, e praticamente fazendo com que o público sequer os reconhecesse, ou seja, um show de coisas estranhas, mas que agradou bastante. A fotografia oscilou muito para tentar dar as lições de moral, recaindo para tons pasteis, mas ao dar um colorido vibrante para tentar fazer o público rir, o longa acaba apelando e isso não dá o tom cômico que a trama pediria.

Enfim, como filme a trama acaba sendo mediana, pois poderia ter alçado voos maiores, mas como um show de basquete com velhinhos, o resultado acaba sendo incrível e muito bem feito. Volto a dizer que está bem longe de ser algo ruim (afinal gosto muito de basquete), mas poderiam ter trabalhado mais as disputas, ou o relacionamento entre os velhinhos, ou até mesmo mais problemas entre eles para que aí sim tivéssemos um filme mesmo, mas ainda assim como disse no começo quem gostar de bons jogos de basquete, aqui é uma boa dica. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Uma Casa à Beira-Mar (La Villa) (The House By The Sea)

7/20/2018 01:40:00 AM |

Sabe quando tínhamos de escrever na escola aquela redação de volta às aulas após o período de férias, e só tínhamos dois tipos de texto, ou aquele que enrolávamos ao máximo para dizer que apenas dormimos e comemos, ou aquela que tínhamos de falar de tantos lugares que passamos, das mil desventuras que fizemos, da morte do gato, do cachorro, do novo corte de cabelo, e tudo mais? Pois bem, acredito que o roteirista de "Uma Casa à Beira-Mar" estava com essa ânsia após ver os diversos jornais franceses noticiando as diversas invasões de refugiados, das desvalorizações de casas à beira-mar, de romances entre velhos e novos, de pessoas que passam anos em estado vegetativo, de velhos que perdem empregos após anos lutando em greves e revoluções, e resolveu tentar contar tudo isso em um único texto sem tentar que tudo (ou ao menos algum detalhe) fosse mais envolvente e emocionasse ou comovesse o público com algo, apenas trazendo diversas reflexões, mas sem um caminho óbvio a seguir, ou seja, um filme até poético, com uma locação bem bonita, mas que talvez cause muito mais desconforto por tentarmos pensar que rumos a trama pode seguir, do que saíssemos da sala do cinema revoltados ou felizes por algo que a trama realmente valesse apontar. Diria mais, se talvez o caso das crianças refugiadas entrasse na trama bem antes da metade, e aí sim o drama se desenvolvesse a partir dali, teríamos um filme incrível. Ou seja, não digo que seja um filme ruim, apenas algo que não teve um rumo focado para contar sua história realmente, e se eu ficar rodando igual ele, daqui a pouco esse texto também não terá rumo algum.

A sinopse nos conta que em uma pequena baía perto de Marselha, existe uma vila pitoresca, propriedade de Maurice. Seus três filhos reuniram-se ao seu lado durante seus últimos dias: Angéle, atriz que morava em Paris, Joseph, que acabou de se apaixonar por uma jovem garota, e Armand, o único que ficou em Marselha para dirigir o restaurante da família. É hora deles ponderarem o que aprenderam dos ideais do pai e do espírito comunitário que ele criou neste lugar mágico.

O estilo do diretor e roteirista Robert Guédiguian é bem contido, mas nem por isso ele deixa de alfinetar tudo o que anda acontecendo no mundo (e principalmente na França!) nos últimos anos, e com isso sua trama tem muita polêmica, e certamente se mais enxuta da quantidade de temas, acabaria sendo de uma precisão incrível, conseguiria comover e chamar atenção, e ainda até que se fosse colocado em segundo plano daria para mostrar tudo, mas o grande erro foi ele ser contido e querer dar destaque para tudo, pontuando cada tema em um ou dois personagens, e resultando em uma obra difusa demais. Não posso crucificar ele, pois sei bem como é começar um texto e ir aprofundando, daí lembro que preciso falar de mais algo, coloco também, e quando vemos o texto já não está falando de mais nada por completo, ou seja, é algo que acontece, e por isso, embora seja algo que não aprovo, muitas vezes um texto tem de sair das mãos do pai, para criar asas e desenvolvimento nas mãos de outro diretor que saberá eliminar o que não vai interessar (prefiro muitas vezes que um roteirista dirija seu próprio texto por saber aonde quer chegar, mas aqui certamente outro diretor teria eliminado uns 40% dos temas pelo menos). Ou seja, o diretor foi ousado nas suas propostas, mas ao querer colocar todas em um único filme acabou falhando mais do que acertando.

Fazia tempo que as atuações não me incomodavam tanto em um filme, pois geralmente temos alguns que falham, mas a maioria consegue suprir essas falhas e se destacar, e aqui aparentemente nenhum, repito nenhum, dos protagonistas quis assumir a responsabilidade e puxar sua trama para frente, sendo quase todos coadjuvantes da história do outro e nenhum protagonista da sua própria história, o que é algo muito errado em qualquer filme. E olha que digo isso com um pesar imenso, pois o elenco é de grandes nomes do cinema francês, passando de Ariane Ascaride com sua estranha e traumatizada Angéle que só faz caras exageradas, entrando num pessimista e desanimado (que pelo texto era o piadista da turma) Jean-Pierre Darroussin com seu Joseph apático demais, recaindo sobre um Gérard Meylan com um Armand desesperado por manter tradições, mas que não tem sincronia com nada, até recair nos mais jovens e estranhos Anaïs Demoustier com sua Bérangère cheia de ideais, mas jogada na trama, o médico Yvan interpretado por Yann Trégouët que nem nota a doença nos pais e só faz caras enfáticas até mesmo no seu momento mais bobo e clichê. Ou seja, a salvação só chegou com os trejeitos das crianças que apareceram somente bem no final do longa, e das expressividades fortes dos idosos que um está semi-morto, no caso Fred Ulysse com seu Maurice, e o outro fala demais e não se expressa, no caso Jacques Boudet com seu Martin. Mas o grande susto fica por conta do exagerado Robinson Stévenin com seu Benjamin que parece ter saído de um filme de terror com sua expressividade forçada e desespero nos diálogos. Ou seja, decepção total nesse quesito.

Agora como sempre ocorre, quando um filme francês tende a não agradar pelas atuações, o visual, a composição cênica e cada detalhe mínimo dos objetos usados no longa passam a valer reparo, de modo que a vila em si funciona para mostrar o misto entre o passado (o restaurante que nem prestígio muito menos insumos tem para sobreviver atualmente), o futuro (um super trem veloz passando por cima da vila de hora em hora) e o presente (a invasão de refugiados e os militares passeando a todo momento pelo paradisíaco local), que acaba nos fazendo refletir demais em cada momento que passamos que tudo pode ser mudado e também o que não deve mudar, como as essências funcionam, como cada objeto passa a ser importante para a trama, ou seja, um trabalho primoroso e muito bem feito. A fotografia embora esteja em um cenário maravilhoso, acabou ficando apática demais em cores mornas, dando um ar de morte que certamente o diretor desejava, mas que acabou não atacando como poderia.

Enfim, um filme bem mediano que poderia ser imensamente melhor se tivesse desenvolvido menos temas, e que raspou a trave de virar uma tragédia, ou seja, se na sala os poucos que tiveram conferindo saíram cansados com o que viram, certamente será daqueles filmes que talvez até funcionaria mais em festivais do que comercialmente, mas como veio, deve ficar bem pouco tempo em cartaz, e quem quiser arriscar ver, corra, mas confesso que tem coisa melhor passando nos cinemas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.

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Arranha-Céu: Coragem Sem Limite em 3D (Skyscraper)

7/14/2018 02:41:00 AM |

Ultimamente só andamos tendo 2 certezas por ano, a que teremos 12 meses e que The Rock irá protagonizar algum filme de ação lotado de paias. E se tem The Rock, sabemos que dificilmente iremos nos decepcionar se formos sabendo o que iremos ver, ou seja, se você for preparado para ver muita ação absurda, cenas de tirar o fôlego, pancadaria e tiros para todo lado e The Rock salvando o dia, com toda certeza sairá muito feliz de "Arranha-Céu: Coragem Sem Limite", agora caso contrário nem vá, pois de gente mal-humorada que vai ver um filme sabendo que não gosta daquilo já temos aos montes, e se tem um ator que não vai fazer um filme cabeça e/ou filosófico esse com certeza é Dwayne "The Rock" Johnson. Dito isso, o filme com toda certeza possui muita ação, tem um conceito bem família interessante de curtir, uma tecnologia monstruosa (claro que muita coisa falsa!), e até um 3D interessante para quem achou que não teria nada, que chega a dar uma certa vertigem nas cenas na ponta do prédio, da ponte pegando fogo e nas diversas cenas de pulo, até que poderiam ter caprichado um pouco mais, mas ainda assim é um filme bem bacana.

O filme nos apresenta Will Sawyer, um veterano de guerra e ex-líder da operação de resgate do FBI, que agora avalia segurança de arranha-céus. Em missão na China, ele encontra o mais seguro e mais alto edifício do mundo em chamas, e é culpado por isso. Will deve encontrar os responsáveis pelo incêndio, limpar seu nome e de alguma forma resgatar sua família que está presa no interior do edifício... acima da linha de fogo.

É engraçado o processo migratório de diretores de comédias simples para ações impactantes de orçamentos mais aguçados, pois acostumados em necessitar mais da interpretação dos atores, de histórias que digam tudo através das entrelinhas, quando pegam filmes mais dinâmicos no começo até entregam cenas mais familiares, situações contidas bonitinhas, mas ao que o primeiro tiro é dado ou o primeiro pulo já sai fora do contexto é explosão que surge, é efeito vindo de todos os lados e aí tudo vira festa, e aqui aconteceu exatamente dessa forma com Rawson Marshall Thurber, que dirigiu The Rock em "Um Espião e Meio" e aqui acabou entregando algo com bem mais cara de produtor do que algo que um diretor realmente faria, pois praticamente todos os atores tirando o protagonista viram figurantes de uma maneira tão fácil, que até mesmo o prédio imenso tecnológico acaba tendo mais vida que os vilões, o dono do prédio ou até mesmo a família do protagonista, e isso soa estranho, e por incrível que pareça agrada, pois certamente muitos se tivessem mais dramaticidade acabariam atrapalhando, afinal a história que é de Rawson também, é fraquíssima de conteúdo, ou seja, com certeza os produtores viram potencial em colocar múltiplas explosões, cenas de dar vertigem e tirar o fôlego com a tecnologia 3D, um atrativo gigante de colocar o gigantesco ator para cativar a trama e chamar público, e podaram qualquer tentativa de termos grandes essências na trama, e sendo assim, o resultado/motivo dos vilões acaba soando bobo/fraco demais, a família acaba tendo uma essência, mas não chama a atenção, os policiais ficam duvidosos de quem é o vilão, mas também tem dúvidas de quem são eles, e assim com tantas incógnitas, o que fazemos? Comemos pipoca e nos divertimos com as paias, pulos e cenas de ação, e nada mais.

Como acabei de falar, a maioria dos personagens pode ser considerada como figurantes com falas, então temos um filme que quem merece ser falado é claro Dwayne The Rock Johnson, que aqui além de seus músculos, ainda usa uma perna postiça como elemento surpresa, arma, gancho e tudo mais que puder para dar desenvoltura para seu Will, e felizmente ele não fez gracejos em suas cenas, deixando a ação tomar conta e fazendo o filme fluir com impacto e grandes firulas de força, ou seja, um filme aonde ele sabia que seu protagonismo faria diferença e chamou a responsabilidade, agradando na medida (e até exagerando um pouco para fora do eixo!). Dentre os demais, tivemos algumas boas cenas com Chin Han como o Zhao, o dono do predião, alguns leves momentos família com a volta de Neve Campbell para as telonas após "Pânico 4" com agora sua Sarah cheia de truques, e até uns trejeitos impactantes com o vilão Rolland Møller com seu Bhota, mas nada que realmente impressionasse. Mas certamente a maior decepção ficou por conta de Pablo Schreiber com seu Ben completamente falso, e que foi utilizado tão pouco que nem sequer poderemos reclamar muito da sua falta de desenvoltura.

Agora, se temos um momento em que podemos aplaudir a criatividade dos artistas de produção é em filmes desse estilo, pois a estrutura visual do prédio, com todo um design incrível pelo exterior, uma floresta incrível no interior, apartamentos cheios de detalhes, e uma cobertura que é de cair o queixo (e pensar exatamente como o protagonista num misto de medo e surpresa com o que vê - nem consigo me imaginar num lugar daquele!!), mas que com tantos efeitos acabou nos momentos de fogo ao final ficando exageradas demais, e até tendo uma colorização estranha na telona, que infelizmente chega a atrapalhar a tecnologia 3D, mas nem sempre dá para acertar tudo. E falando em detalhes, os exageros do lado de fora do prédio foram demais, com a grua para o protagonista pular parecendo quase um Transformer, todos assistindo o prédio em chamas do lado dele como se fosse um reality aonde ninguém se machucaria, a polícia parecendo expectadores e bonequinhos ornados, ou seja, poderiam ter caprichado um pouco mais. Como disse o filme tem um exagero predominante nos efeitos visuais, e isso acabou trazendo duas cores fortes demais para a fotografia, o vermelho e o azul, que sobressaíram tanto que teve diversos momentos que os personagens ficaram vermelhos e os objetos cênicos pareciam azuis demais, e isso é um defeito técnico muito grande, que acabou não só deixando o longa estranho, como também atrapalhou o efeito 3D que o longa poderia ter melhor, afinal essas duas cores contrastam com a profundidade, e assim sendo, não causa como poderia. E já que estou falando tanto do 3D, achava que teriam bem menos cenas usando a tecnologia, mas o longa possui tantos momentos de pulo, que o diretor foi muito esperto em usar direto uma câmera vindo de cima dos personagens, o que acaba causando muita vertigem em profundidade, e com diversas fagulhas de chamas, o resultado acaba agradando bastante. Claro que volto a frisar, o efeito só funciona realmente nessas cenas, e na maravilhosa cena do "paraíso", então não conte que os óculos serão necessários na maior parte do filme.

Enfim, esperava realmente um filme bem pior, mas como fui preparado para ver algo completamente paia, o resultado entregue acabou se superando, e com isso, mesmo com diversos erros técnicos, que só quem for mais experiente e reclamão acabará notando, certamente é um filme que vale comprar uma pipoca e conferir se divertindo, ou em casa numa boa tarde de domingo. Então essa acaba sendo minha recomendação, vá sem muitas pretensões, que The Rock irá lhe satisfazer com muita ação. Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana bem curta de estreias, mas volto na próxima quinta, com o que parece uma semana com mais quantidade, então abraços e até lá.

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Hotel Transilvânia 3 - Férias Monstruosas em 3D (Hotel Transylvania 3: Summer Vacation)

7/13/2018 01:13:00 AM |

Alguns filmes simples conseguem ter grandes feitos na telona, e principalmente conseguem divertir adultos e crianças. Digo isso facilmente de "Hotel Transilvânia 3 - Férias Monstruosas", pois mantendo-se fiel à essência colorida dos dois primeiros filmes, e adicionando boas piadas e conexões com o universo dos monstros que ainda não haviam utilizado, os criadores conseguiram montar uma trama bem divertida e gostosa de conferir agora saindo de perto do hotel original, e embarcando num grande hotel flutuante. A grande sacada foi usar um enredo bem mais enxuto, aonde muitas vezes até fica parecendo um especial de férias de uma animação, mas sabendo conectar bem as situações que fizessem o longa ser original e não repetitivo na ideia, pois com certeza teríamos muitas reclamações. Então logo de cara o filme volta muitos anos para mostrar as diversas brigas de Drácula com Van Helsing, para daí termos a noção do ódio do bisavô da capitã Érica pelo nosso querido vampiro, e a partir daí temos todas as diversas divertidas situações que ocorrem quando uma paixonite aguda aparece, ou seja, boas situações, boas sacadas, mas tudo colocado da forma mais simples para não ficar nem pesado para as crianças, nem bobo demais para os adultos, ou seja, simples e efetivo. O único aquém, é que assim como os dois longas anteriores, o 3D é praticamente nulo, então quem quiser ver na versão normal não irá perder nada demais.

A sinopse nos conta que Mavis acha que o pai, Drac, está muito estressado e que precisa tirar férias. Os dois e a família vão para um cruzeiro de monstros. A princípio, Drac não gosta nada da ideia de ficar longe do seu querido hotel, mas tudo muda ao se apaixonar pela comandante Erica. No entanto, Erica é descendente do caçador de vampiros Van Helsing e Drac e companhia ficam em perigo.

Se existe algo que valorizo é um diretor ser mantido para uma franquia completa, pois quando iniciou lá em 2012, o russo Genndy Tartakovsky só era conhecido pelos seus bons trabalhos em animações televisivas, e o acerto com o filme monstruoso foi tão bem colocado pela boa modelagem de personagens, pelas piadas bem colocadas, e tudo mais, que o sucesso foi também monstruoso e mal acabou de ser lançado e já se falavam em uma continuação, a qual embora tenha trazido novos desafios, foi um pouco repetitiva demais, e agora ele deu novos rumos, personagens novos, um design bem interessante, e claro uma boa ação mantendo claro as boas piadas, o colorido chamativo para todos os lados, mas ainda continuou pecando no 3D (o que é apenas um detalhe). E sendo assim, é notável o público rindo das diversas situações, as crianças conectadas com os personagens, e claro muitos produtos do filme sendo vendidos, afinal com tantas cores, a trama se torna um sucesso de vendas também. Porém como disse no começo, uma das falhas da produção se deve à falta de um pouco mais de versatilidade na história, pois a trama acabou parecendo mais um especial de fim de ano (ou de férias) que seria utilizado na TV em alguns capítulos, principalmente no começo, mas ainda assim é algo que passa despercebido com o andar da trama, e o resultado final agrada com a grande inserção de grandes músicas.

Sobre os personagens, e claro a dublagem, diria que poderiam ter brincado mais com o cão Pipi que ficou famoso no curta do ano passado, pois como bem sabemos com seu tamanho, o desastre seria bem bacana de se divertir, mas tivemos bons momentos com a família de lobos (tendo a sacada de pais que não conseguem fazer mais nada depois do nascimento dos filhos), com o carisma da gosma agora com seu filhinho, claro dos protagonistas também com seu filho (acho que é o filme dos filhos aliás!!), e sem dúvidas os dois protagonistas Drácula que já conhecemos bem fazendo seus grandes trejeitos, e a capitã Érica foi de grande movimentação e boa interação para com seus atos. A modelagem como sempre deu um show (ainda acho que o segundo teve bem mais texturas que esse, mas ainda continuou bem bacana!), e a dublagem nacional é claro que criou muitas piadas atuais nas frases, ainda que para isso exagerasse um pouco, mas o importante é divertir, porém acredito que quem puder conferir legendado ouvindo Adam Sandler e sua turma é capaz de ver um filme completamente diferente.

O visual do longa é bem cheio de detalhes, com um cruzeiro completo passeando por pontos turísticos inusitados (e que lembram bem alguns lugares bizarros que costumam ir em cruzeiros reais) como um vulcão subaquático, uma ilha deserta, e claro o ponto máximo a famosa cidade submersa de Atlântida, cheia de maravilhas, ou seja, tudo muito divertido e bem colocado para chamar a atenção no mix com os personagens. Ou seja, a trama tem muitas camadas, e poderiam ter brincado muito mais com o 3D, pois tudo seria mais realçado e jogado para fora da tela caso quisessem, mas como destaque da tecnologia deixo apenas a cena do cachorrinho lambendo e babando na porta do navio, do resto quem conferir em 2D não irá perder nada.

Claro que uma boa animação tem de contar com ótimas músicas para compor todo o ambiente que deixo o link para ouvirem, e aqui além das grandes escolhas musicais contou também com um grande setlist do DJ Tiesto, que você pode conferir nesse link após conferir o longa, e também deixo a trilha assinada por ele com seu nome completo Mark Mothersbaugh, que fica o link aqui, ou seja, pacote completo de boas músicas.

Enfim, não é um filme com muito apelo motivacional, aonde mensagens subliminares irão dominar, mas é o famoso pacote família aonde todos vão ao cinema e se divertem, coisas que costumamos gostar de conferir sem muita pretensão, ou seja, vá ao cinema, compre uma boa pipoca e relaxe rindo das bobeiras mostradas na tela, pois é essa a ideia principal da trama. Bem, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a outra estreia da semana, então abraços e até breve.

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Ella e John (The Leisure Seeker)

7/07/2018 10:35:00 PM |

É engraçado como pensamos na famosa "melhor" idade, como alguns dizem, ou terceira idade como outros, e ainda imaginar se teremos alguém para desfrutar disso até o último suspiro, mas principalmente a ideia que temos de ter é se vamos viver bem todos esses momentos, e qual a forma mais agradável de curtir suas memórias (quando a doença ainda não levou todas embora). Pois bem, como vocês podem ver, o ponto principal que "Ella e John" nos transmite é um emaranhado de reflexões, pois a trama é muito linda em sua essência e consegue com muita leveza, transmitir um ótimo road-movie aonde vemos um casal de velhinhos fazendo mais uma de suas viagens de férias, agora em fuga dos filhos e dos médicos para viver seus momentos juntos nem que seja pela última vez na estrada. O longa é simples, a ideia não é tão original (aliás o diretor praticamente refaz seu último filme, apenas mudando de duas mulheres de um sanatório, para dois velhinhos), mas a beleza dos cenários, as ótimas pausas nos diálogos e a brilhante dupla de protagonistas consegue fazer com que o nosso dia seja bem melhor após conferir a delícia que foi a entrega dessa história para nós, mesmo que com diversos clichês.

O longa nos situa em Detroit, EUA, em 2016. John e Ella Spencer, hoje na terceira idade, apoiados em seu vínculo de amor e na história que compartilham, decidem fazer uma última viagem no velho “Caçador de Lazer”, o trailer com o qual, nos anos 70, viajavam nas férias dos filhos. A ação é para escaparem da cerrada vigilância dos devotados filhos que lhes impõem os cuidados médicos e assistência. E, em liberdade pela icônica Rota 66 em direção à Califórnia, vivenciam que ainda riem, brigam, se confortam, se ressentem, são ternos, carinhosos e ciumentos, além de poderem, ainda, fazerem revelações surpreendentes. Uma viagem e tanto no vínculo do amor.

Falei no começo que o diretor Paolo Virzi refez seu longa anterior, "Loucas de Alegria", mudando os personagens apenas, mas revendo minha crítica lembrei dos diversos problemas que o filme teve, e que aqui ele conseguiu sanar com muita simplicidade e segurança, pois se lá a trama se confundia entre comédia dramática ou drama cômico, deixando diversas brechas abertas, aqui ele se concentrou no foco de simplicidade e seguiu com algo mais calmo, gostoso e que vai conquistando o público do começo ao fim com as revelações singelas do casal, a busca de cada um para o melhor entre eles, e que com muita desenvoltura, mesmo já imaginando como o longa acabaria, ainda vamos nos preparando e se agraciando com cada momento. Diria que só não foi mais eficaz por ter diversos momentos soltos e parecidos (não sei se todos os campings são iguais, mas aqui pareciam estar sempre nos mesmos locais), mas no conceito a trama foi entregue com minúcias e agrada demais pelo estilo e pela forma de tratamento que o tema acabou sendo desenvolvido, ainda que tivessem a necessidade de colocar certos clichês para convencer.

Sobre as atuações, a escolha dos protagonistas não poderia ser melhor com dois monstros que sabem pontuar suas interpretações com minúcias tão convincentes que não temos como reclamar de nada. Para começar nossa eterna rainha Helen Mirren vem com uma personalidade tão bem colocada para sua Ella, cuidando de seu marido que possui uma das doenças mais incômodas atualmente e ainda entregando trejeitos alegres, certeiros e com muito impacto em cada frase, fazendo com que a trama se firme em suas bases e se desenvolva bem ao seu redor, sem fazer gracejos, nem soando falsa para com a personagem, ou seja, mais um grande show seu. Da mesma forma Donald Sutherland foi singelo na forma entregue de seu John, e chega a nos emocionar com sua disposição e claro com seus atos bem colocados na medida do possível com a idade, ou seja, um ar sutil muito bem colocado que até chega a ser calmo demais, mas que acaba sendo muito bonito de ver. O filme basicamente passeia e permite a entrada de atendentes de restaurantes, vizinhos de trailer, entre outros que acabam conversando bastante com os protagonistas, soando bem como figurantes, e até mesmo os filhos do casal aparece bem pouco, mas claro que por possuírem uma conexão afetiva dentro da história, temos de destacar a atuação de Christian Mckay e Janel Moloney como Will e Jane respectivamente por sua preocupação e emoção para com os pais.

Claro que no conceito cênico temos de pontuar o motorhome do casal que leva o nome do filme Leisure Seeker (ou Caça-Lazer como foi traduzido na legenda) que é completamente cheio de detalhes, está velhinho como a dupla, e possui diversos elementos preparados para tudo o que vai ocorrer na trama, sendo incrível realmente, mas como todo bom road-movie, as grandes sacadas ficam por conta das ótimas paradas, em restaurantes, hotéis, campings, até chegar na casa do escritor que infelizmente não é mais o paraíso filosófico como imaginavam, ou seja, muitas reviravoltas e boas paradas que a equipe de arte teve de transpor do livro original para que ficasse bem colocado. Com sombras secas, a fotografia da trama ousa em não soar bonita demais, e também não muito dramática, e o acerto é muito bem feito.

Enfim, um longa doce, bonito e gostoso de assistir, mas que também trabalha bem a dramaticidade da doença, e que consegue emocionar com sutilezas. Diria que poderia ter sido até mais ousado caso quisessem, e não necessitar de artifícios já usuais de outros longas para que ficasse mais original, mas ainda assim com toda certeza é um longa que recomendo demais. Bem é isso pessoal, fico por aqui encerrando essa semana que foi bem curta, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até lá.

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Homem-Formiga e a Vespa em Imax 3D (Ant-Man And The Wasp)

7/07/2018 01:51:00 AM |

Se em 2015 fomos apresentados ao Homem-Formiga com um longa com comicidade na medida, uma introdução cautelosa e grandes sacadas para um estilo diferenciado que a poderosa Marvel ousava trabalhar, colocando termos complicados da Física para o meio dos quadrinhos e brincando com cenas ousadas de ação, e acabou dando certo para que todos conhecessem o personagem de uma maneira gostosa e divertida, os produtores acabaram achando que poderiam abusar desse estilo e fazer uma comédia sem limites para resolver todos os problemas do primeiro filme e ainda introduzir aonde o personagem se enquadrou no meio de toda a Guerra Infinita que estava rolando em Wakanda. Pois bem, não digo que "Homem-Formiga e a Vespa" seja um filme ruim, pois diverte bem, possui boas cenas de ação, tem um 3D bem satisfatório e interessantíssimo de acompanhar, mas ao invés de um longa de heróis mesmo com uma boa aventura para ser contada, acabou ficando quase uma comédia sem limites de sessão da tarde daquelas que tudo é forçado para fazer rir, ou seja, o filme praticamente estaciona para todas as sessões de caras engraçadas de Paul Rudd e para os momentos de stand-up de Michal Peña (e olha que havia adorado seu tino cômico no primeiro filme). Ou seja, volto a frisar que me diverti bastante com o que vi, porém, a Marvel vem de longas que andaram derrubando nossos queixos no chão com "Pantera Negra" e "Guerra Infinita", que a exigência tem ficado cada vez maior, então voltar para trás com algo apenas ok, é algo que vamos reclamar com certeza, e principalmente, poderiam ter feito muito mais para que o longa tivesse uma desenvoltura maior.

A sinopse nos conta que após ter ajudado o Capitão América na batalha contra o Homem de Ferro na Alemanha, Scott Lang é condenado a dois anos de prisão domiciliar, por ter quebrado o Tratado de Sokovia. Diante desta situação, ele foi obrigado a se aposentar temporariamente do posto de super-herói. Restando apenas três dias para o término deste prazo, ele tem um estranho sonho com Janet Van Dyne, que desapareceu 30 anos atrás ao entrar no mundo quântico em um ato de heroísmo. Ao procurar o dr. Hank Pym e sua filha Hope em busca de explicações, Scott é rapidamente cooptado pela dupla para que possa ajudá-los em sua nova missão: construir um túnel quântico, com o objetivo de resgatar Janet de seu limbo.

Basicamente ao lançar seu filme em 2015, muitos questionaram o diretor Peyton Reed de não ter falado muito sobre os primeiros Homem-Formiga e claro sobre a Vespa que iniciaram Os Vingadores originais dos quadrinhos bem lá longe, vividos por Hank Pym e sua esposa Janet Van Dyne, e claro que se abriu diversas discussões, então eis que logo em seguida do sucesso do primeiro filme, já se foi encomendado um segundo aonde pudessem suprir tudo isso, pensando principalmente na não necessidade de voltar para trás, mas explicar tudo bonitinho dentro do Universo Marvel completo e dando estrutura para tudo o que anda rolando, ou seja, um filme pronto, mas como criar tudo e ainda manter a essência divertida do personagem? Certamente esse deveria ter sido o questionamento dos roteiristas, pois conseguiram colocar tudo dentro de uma margem aceitável, fizeram boas conexões, mas volto a frisar algo que já falei outras vezes, que trabalhar uma essência divertida não é fazer uma comédia escrachada, e infelizmente aqui abusaram demais, de modo que nos momentos que o filme para com piadelas jogadas, temos grandes cenas, visuais impressionantes do mundo quântico, cenas com muita ação e o filme se desenrola, mas logo em seguida eis que voltam com o gancho cômico e o longa fica bobo novamente. Claro que muitos vão amar o longa, pois o diretor tem essa capacidade de entregar um dos filmes mais fáceis da Marvel, sendo recomendado principalmente para os mais jovens, ou seja, encaixado no arco das férias escolares, mas quem exigir só um pouquinho a mais, sairá decepcionado com a falta de atitude do longa.

Sobre as atuações continuo achando Paul Rudd um ator que não era a melhor opção para o personagem, mas que caiu bem, e aqui ele deu belas jogadas interpretativas para seus momentos solo, conseguiu chamar a atenção quando precisou, e quando incorporou trejeitos nas cenas próximas ao fim acabou divertindo demais, e mesmo que pudesse fazer algo menos bobo para se aparecer menos e sim protagonizar mais, ele ainda conseguiria chamar a atenção pelo bom texto colocado para ele (será que o motivo é dele ser o roteirista do longa também, pois a maioria dos personagens teve um texto bem ruim para desenvolver!). Evangeline Lilly teve um protagonismo bem maior agora com sua Hope/Vespa e foi muito sagaz nas cenas de ação/luta, trabalhando sempre os olhares para que não ficassem jogados, de modo que o acerto foi bem colocado, mas ainda poderia ter sido mais acertada caso seu texto fosse melhor trabalhado. Michael Douglas é um ator talentoso, disso não temos dúvidas, e aqui seu Hank foi mais impactante, e embora não tivesse um texto melhor para mostrar suas habilidades interpretativas, o experiente ator conseguiu chamar bastante atenção nas cenas finais, e agradou bastante. Hannah John-Kamen conseguiu entregar muita personalidade e "um pouco" de ódio em sua Fantasma/Ava e com isso até se um dia desejarem podem fazer um longa solo da jovem mostrando suas atitudes para com a S.H.I.E.L.D no passado como é mostrado rapidamente em um flashback, mas sua única real cena de vilania é tão rapidamente cortada no texto para deixar um ar mais família, que classificaria ela mais como uma personagem que briga com os protagonistas e só, faltando realmente alguém para ser um vilão com sede de vingança na trama. Volto a frisar que gostei muito de Michael Peña no primeiro longa com seu Luis, mas aqui o jovem ator voltou à sua origem cômica forçada e desesperada que raspa a trave de não ser abusiva, e com isso rimos com certeza do que faz, mas não precisaria ser tão repetitivo. Michelle Pfeiffer dispensa apresentações, e se lhe derem duas linhas de texto para entregar, irá fazer com muito primor, de modo que sua Janet aparece em cenas mais espalhadas pelo longa e consegue o feito de em todas chamar muita atenção, ou seja, terão de ter cuidado nos próximos longas para ela não roubar o filme dos demais protagonistas. Dentre os demais, todos fazem cenas bem rápidas e acabam aparecendo mais por exageros do roteiro como Randall Park com seu Agente Woo que beira o pastelão policial em suas cenas, e Laurence Fishburne como um ex-cientista parceiro de Hank que até tenta mostrar um pouco suas ambições, mas não decola como poderia ou como o ator saberia fazer. Quanto aos demais, piadas prontas.

Agora sem dúvida alguma um grande feito da trama recaiu sobre a equipe visual, pois souberam brincar muito com tamanhos, aparecendo hora personagens e elementos cênicos gigantes, outrora elementos minúsculos tão bem detalhados que agradam como se fosse uma animação com brinquedos realmente, destaque claro para os carrinhos de Hot Wheels, e para as formigas bem dinâmicas, além claro para o conceito visual empregado para criar o mundo quântico com moléculas voando, monstros estranhos e muitos efeitos estroboscópicos, e também para a concepção do maravilhoso laboratório do cientista. E falando em efeitos é claro que entramos para falar do 3D do filme, que felizmente se faz por valer pagar mais caro nas salas dos cinemas, afinal temos muita profundidade, bons elementos voando para fora da tela (principalmente nas cenas do mundo quântico), boas jogadas de sombras com as lutas entre os protagonistas e a vilã com os insetos saindo da tela e a fantasma piscando e aparecendo por todos os lados, ou seja, não posso dizer que foi algo sensacional nesse quesito, mas ao menos não desaponta quem for com os óculos escuros para a sessão.

Enfim, é um filme que até diverte e serve para passar algumas horas no cinema, mas dentre tudo o que a Marvel já nos entregou é certamente um dos mais fracos que já apareceram com temáticas de heróis. Ou seja, se você gosta de filmes aonde tudo vire piada, pipoca do mais alto hype, esse certamente será um filme que lhe divertirá e você sairá muito satisfeito do cinema, mas se preferir obras que entreguem um pouco mais de história, mesmo que envolva ficção completamente maluca (e olha que aqui poderiam ter brincado horrores com Física Quântica, realidades paralelas e tudo mais) lhe garanto que vai sair bem decepcionado. Como a trama ao menos me divertiu um pouco não darei uma nota tão ruim para o filme, mas confesso que esperava muito mais dele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com a outra estreia da semana aqui no interior, então abraços e até logo mais.

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