Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge

7/28/2012 01:35:00 AM |

Alguns filmes ficarão marcados na eternidade e Christopher Nolan pode dizer que seu nome acaba de ser colocado junto a grandiosos patamares da indústria do cinema. Se já havia feito dois excelentes filmes anteriores da trilogia, com "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" ele dirige um roteiro escrito a 6 mãos de forma brilhante e impecável, podendo ser engrandecido mais ainda com todos elementos possíveis de serem colocados num grande filme, tais quais uma trilha sonora arrasadora, atuações convincentes e perfeitas e efeitos visuais dosados na mesma quantidade de dramaticidade que o filme necessitava.

O filme nos mostra que Batman é perseguido pela lei depois de ser acusado de ter assassinado do promotor Harvey Dent. A busca, liderada por seu amigo Comissário Gordon, não chega a lugar algum, mas obriga o herói a abandonar sua identidade secreta. Em meio à dor pela morte de seu amor Rachel Dawes, oito anos se passam, até que o Homem-Morcego é obrigado a voltar à ativa quando o líder terrorista Banechega à Gotham City trazendo o caos e destruindo tudo a sua frente.

O interessante do roteiro escrito pelo próprio Christopher Nolan, seu irmão Jonathan Nolan e David Goyer é o que o diferencia de qualquer filme de super-herói, pois carrega uma carga dramática com enfoques em bons diálogos que a pancadaria, não que ela não esteja bem presente e otimamente coreografada, vira quase algo que não precisaria ter no filme para que saíssemos da sala de cinema apaixonados pelo filme. Tem todos elementos possíveis de um bom filme, a carga dramática pesada, alguns alívios cômicos bem de leve, tem altas emoções para que torçamos para dar certo e claro tem um bom vilão, ainda que o Coringa fique eternizado como o melhor de todos, que nos faz ficar com ódio e torcendo para se ferrar de uma forma colossal. Sem contar a quantidade de reviravoltas que tem no roteiro que é de brincar com a mente do espectador a todo momento.

As atuações estão colocadas na forma perfeita de ser fazer uma receita de bom filme. Todos os personagens você olha para eles e fala esse é o Batman, esse é o Gordon, esse é o Alfred, e por aí vai. E isso recai claro numa boa direção de atores, para que o elenco em si trabalhe para o filme. Como disse para alguns amigos, no segundo filme da trilogia o Batman mesmo acaba sumido no meio dos dois personagens principais que pra mim foram o Coringa e o Dent que transformaram o filme como sendo deles, agora nesse final apoteótico Nolan retorna o foco para Batman e Wayne assim como fez em Batman Begins e Christian Bale da conta completamente do recado sem exitar, fazendo uma interpretação dolorosa com momentos de alta emoção para sua atuação. Tom Hardy, embora irreconhecível atrás da máscara do Bane também tem diálogos ditos de forma bem impostada que a cada som emitido pela sua voz você fica com mais raiva dele. Gary Oldman faz seu Gordon de forma impecável de tal forma que o personagem veio crescendo na medida para ter sua penúltima cena mostrada através de um flashback incrível, que nem precisaria ser colocado, mas ajuda bem a quem não lembrar do primeiro filme. Anne Hathaway faz uma Selina "Mulher-Gato" que deixa todos os homens babando e quase pedindo para ser roubados por uma mulher daquela, claro sem precisar mostrar ela como uma gata e sim como uma gatuna que é a origem do personagem nos quadrinhos, e se seu pedido for aceito muito em breve pode protagonizar um filme solo da gatuna. Joseph Gordon-Levitt aparece bem no seu personagem e atua de forma correta e bem interessante, com falas precisas mostra que vem crescendo a cada filme que é colocado. Morgan Freeman não é tão aproveitado como nos outros filmes mas mesmo assim nas cenas que aparece mostra que é um tremendo de um ator, usando a sua comicidade sem precisar apelar para nada. Michael Caine também aparece pouco no filme, mas ficará na mente de todos como o Albert, sua cena final é muito boa e deixa um gostinho para se pensar. Marion Cotillard poderia ser melhor explorada, acabando sendo quase um personagem desnecessário, mas como seu personagem só é desenvolvido mesmo na segunda parte do filme ela consegue mostrar bem sua atuação nas cenas que está presente. Bom acho que dessa vez falei de todos os principais pois não tem como destacar um só, vale lembrar também da pontinha de Cillian Murphy, o espantalho dos filmes anteriores, que tenho certeza que caso Heather Ledge não tivesse morrido nessa cena que ele entra seria o Coringa no lugar. Outro ponto interessante é que Nolan trabalha em praticamente todos os seus filmes com um elenco fixo, alternando um ou outro ator, e isso é excelente, pois monta seu time.

A parte cenográfica do filme é impressionante, pois conseguiram mostrar uma cidade caótica completamente destruída pelo povo e por explosões que nem os filmes catástrofe conseguiram mostrar de forma tão real. Todo o visual é palpável de forma a se ver a degradação que quiseram mostrar. Os elementos visuais são diversificados de um modo que você pode sentir o ambiente. Os objetos computacionais inseridos tais como o veículo voador entre outros também estão bem encaixados com a história e não pagam gafe. A equipe de  efeitos especiais também trabalhou muito bem de forma que todos estão bem convincentes e fazem com que as explosões surtam como sendo extremamente reais. Como já fez em outros filmes Nolan colocou seu diretor de fotografia para trabalhar com uma paleta de cores bem escura o que poderia cansar mas pelo contrário o longa de quase 3 horas (2:45 para ser exato), passa quase imperceptível de rápido movimentando os olhos a todo momento para todo o canto sem pestanejar.

Um dos pontos de destaque do filme sem dúvida alguma está presente na trilha sonora de Hans Zimmer que faz algo que ecoa em nossos ouvidos ao mesmo tempo como uma lamúria e consequentemente emocionando em seguida. A cena na prisão é algo que arrepia só de lembrar, culminando em seu final num ápice de com certeza se emocionar. Fora as variações de uma trilha veloz, com outra lenta, encaixando momentos de silêncio absoluto que deixam o filme com sua cara. É com toda certeza uma trilha sonora para se ter em casa e ouvir repetidas vezes se lembrando do filme.

Enfim, poderia passar horas aqui escrevendo e falando sobre esse filmaço que pretendo ter em minha coleção sem dúvidas alguma, mas se falar muito mais estragaria com algum spoiler e estragaria a sessão de muitos que falo e peço que vejam o filme no cinema, pois vale cada centavo pago para se ver inclusive na maior tela possível e no melhor som que tiver em sua cidade, faça essa escolha e não se arrependerá. Ficamos agora na espera do que esse nobre senhor chamado Christofer Nolan vai nos trazer em breve, ficamos órfãos por enquanto de sua genialidade, mas seu desfecho foi excepcional e aqueles que não forem fortes o suficiente se prepare para se emocionar com tudo. Fico por aqui nesse único filme dessa semana, mas que valeu por vários. Abraços pessoal, desculpem o tamanho do texto e até breve.


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Na Estrada

7/16/2012 12:27:00 AM |

Existem filmes que você assiste e já vê de cara que é um filme com cara de participante de festivais. "Na Estrada" tem todo esse jeito de filme com muito diálogo, boas atuações e ritmo lento, o que lhe qualificaria para disputar vários prêmios se não fosse a data de lançamento que está muito longe dos principais festivais para ser lembrado. Não digo que o filme é ótimo para todos, pois aqueles que não gostarem de um filme verborrágico com certeza o achará extremamente monótono, mas sem dúvida alguma é um filme de respeito feito por um diretor brasileiro.

O filme conta a história do jovem escritor Sal Paradise, cuja vida é sacudida e inteiramente transformada pela chegada de Dean Moriarty, um jovem libertário e contagiante, recém-chegado do Oeste com sua namorada de 16 anos Marylou. Juntos, Sal e Dean cruzam os Estados Unidos em busca da última fronteira americana e à procura deles mesmos. Na viagem, ultrapassam todos os limites conhecidos. Ritmado por sexo, drogas e jazz, o filme é baseado em On the Road, o romance cult de Jack Kerouac que lançou as bases da geração Beat. Na Estrada também narra a história de um bando de jovens extraordinários, Bull, Camille, Carlo e Jane, que se libertaram do conformismo conservador de sua época para seguir seus próprios caminhos, impactando gerações até os dias de hoje.

A história do filme é bem interessante e foi muito bem dirigido por Walter Salles que acredito ter conseguido passar a maior parte do livro de Jack Kerouac para as telas de forma bem interessante, tanto que o filme fica até literal demais em alguns momentos, o que fica no ar apenas é alguns detalhes entre os dois protagonistas, mas tirando isso é um filme bem linear contado da forma real que o protagonista vivenciou.

As atuações estão bem interessantes, e altamente convincentes inclusive nas cenas mais calorosas que vêm dando o que falar ultimamente nas entrevistas. Ao que tudo parece os atores não tiveram pudor nenhum de tirar suas roupas para as câmeras para fazer o melhor em cena. É difícil destacar algum ator pois como disse todos foram bem, inclusive Kristen Stewart consegue mostrar um pouco mais de interpretação do que somente suas caras e bocas que vinha fazendo. Sam Riley faz um personagem visceral que mesmo nos momentos que está apenas observando demonstra uma boa interpretação, acredito que o autor do livro tenha se sentido satisfeito com ele no seu papel. Garrett Hedlundque não colecionava boas atuações também mostra que sabe fazer uma boa interpretação e convence bastante em seu papel, suando bastante com suas cenas tórridas. Tom Sturridge faz poucas cenas, mas nas que aparece consegue mostrar um papel sem ficar preso ao estereótipo comum que costumam fazer de homossexuais. Além desses como principais temos bons destaques para os coadjuvantes Amy Adams, Viggo Mortensen, Steve Buscemi, Elisabeth Moss entre outros bons atores que a produção arranjou para que o filme fosse repleto de estrelas.

No quesito direção de arte, mesmo sendo um road movie, onde se mostram muitas cidades e paisagens por onde passam os viajantes, o filme também explora bastante cenários internos que contam com uma cenografia vasta para representar a época em que o filme se passa, e o diretor valoriza muito esses elementos mostrando tudo que foi conseguido evitando planos mais fechados que cansasse mais ainda o espectador. A fotografia também trabalhou bastante para que o filme que é bem longo não ficasse tão cansativo, e com isso a câmera vasculha pontos por todo o cenário fazendo planos diferenciados e também evitaram de saturar tanto a imagem para representar o passado como ultimamente as produções vêm fazendo.

A parte sonora do filme cultua uma boa dose de jazz da época com músicas tocadas durante o longa inteiro que agradam sem pesar na trama, ou seja, em vários momentos está tocando a música mas não necessariamente precisa estar acompanhando a trama, servindo apenas de pano de fundo para ditar um ritmo gostoso para a trama.

Enfim, é um bom filme, que mostra que o diretor brasileiro aliado a bons financiadores conseguiu firmar seus dotes em Hollywood e agora deve fazer muita coisa por lá. Como disse não é um filme que vá agradar a todos, pois é extremamente verborrágico, então quem gostar do estilo vá ver que com certeza sairá da sessão contente com o que vai ver, mas quem não gosta fuja que a chance de se cansar com o filme é alta. Bom é isso, essa semana encerro por aqui, rezando para que semana que vem venha uma boa quantidade de filmes e enquanto isso irei vendo em casa os filmes e me preparando para a grande estréia do dia 27. Abraços e até mais pessoal.


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Valente em 3D

7/14/2012 11:09:00 PM |

Algumas animações vão ficar guardadas sempre em nossos corações, e agora já abri um espaço novo para colocar "Valente", pois o filme é magnífico, emociona e coloca uma lição de moral não necessariamente comum às tradicionais. Mas além de todos os sentimentos possíveis que o filme consegue transmitir com sua boa história, o maior atrativo (principalmente para as crianças, já que a história diria ser de juvenil para adulto) é o visual que conseguiram transmitir de forma tão palpável que os elementos cênicos nem parecem ter sido construídos em computador e sim filmados e convertidos para animação de tão perfeitos que são.

O filme nos mostra Merida, uma habilidosa e impetuosa arqueira, filha do rei Fergus e da rainha Elinor. Determinada a trilhar o próprio caminho, ela desafia um antigo costume considerado sagrado pelos ruidosos senhores da terra: o imponente lorde MacGuffin, o carrancudo Lorde Macintosh e o perverso lorde Dingwall. Involuntariamente, os atos de Merida desencadeiam o caos e a fúria no reino e, quando ela se volta para uma velha feiticeira em busca de ajuda, tem um desejo mal-aventurado concedido. Os perigos resultantes a forçam a descobrir o significado da verdadeira valentia para poder desfazer o brutal curso dos acontecimentos, antes que seja tarde demais.

Só pela sinopse já se enxerga a densidade da trama, embora mesmo lendo eu não estava dando nada para o filme, estava crente de ser mais um filme tradicional da Pixar, que sempre faz boas coisas mesmo que ultimamente tenha derrapado um pouco e não feito coisas tão geniais. Mas apague qualquer impressão negativa que tenha do filme, pois dessa vez se superaram de uma forma impressionante com uma história que quebrou todos os paradigmas tanto do estúdio quanto das histórias de princesas tradicionais, o que deve deixar algumas crianças um pouco decepcionadas, mas alegrar os olhos de jovens e adultos que assistirão à trama e com certeza esconderão lágrimas por trás dos óculos escuros da sessão.

A dublagem e as canções em português estão bem legais, mas pretendo (se vier) assistir a versão legendada que dizem estar melhor ainda com sotaques escoceses. Os personagens todos tem seus trejeitos próprios e são bem caricatos quanto à suas personalidades e isso agrada muito, pois faz com que você assimile facilmente quem é cada um na trama sem que precise ficar se remetendo à outras partes da história. O destaque emocional fica mesmo para a trama entre Merida e sua mãe Elinor, que é feito de forma tão sublime e real que nem parece ser fantasia. A parte cômica fica encarregada do rei Fergus, seus três filhos gêmeos e os filhos dos lordes, todos bem caricatos e fazem do filme uma grande diversão.

A parte gráfica não dá nem para falar, é algo que tem de ser visto com seus próprios olhos, como disse acima parecem ter sido filmados e não desenhados computacionalmente. Tudo tem dimensão, profundidade, sombras, texturas, tanto que chega a beirar a perfeição em alguns momentos. Os planos que optaram no filme também agradam muito, e diferente da maioria das animações temos pans, travelings e tomadas aéreas de uma forma bem condizente quase tão similar a de um filme com atores.

Quanto do 3D, muitos irão reclamar, pois são poucas coisas que vêm para fora da tela, mas no quesito profundidade, ele dá um realismo impressionante de camadas que é possível ir distinguindo a pessoa a frente, o fundo, as plantas mais ao fundo e somente depois um desfoque, o que fica belíssimo na tela. Uma recomendação é que escolham os cinemas que costumam ter mais cores ou salas 4K, pois o filme tem muitas cores que com o óculos 3D devem ser perdidas, e nessas salas dá pra ter uma melhor nitidez.

As canções estão muito bem colocadas e da mesma forma que divertem quando precisa divertir, faz emocionar na mesma medida. A canção final na minha opinião é a mais bela de todas e cai como uma luva para um fechamento sensacional com a frase de efeito escolhida para a personagem dizer. Final sensacional daqueles que dão vontade de aplaudir.

Enfim, é um filme maravilhoso que vale ser visto e revisto muitas vezes e com toda certeza guardado para ver sempre que puder pois a mensagem que deixa é muito boa. Ele estréia somente semana que vem, mas está com várias salas em pré-estréia portanto recomendo com muita certeza para todos, mas como disse algumas crianças podem sair um pouco insatisfeitas com a história, pois não é muito infantil não. Bom é isso, já deu para notar que adorei o filme, tentei me conter ao máximo aos detalhes, pois tudo que falar sobre o filme irei estragar surpresas. Assistam e comentem aqui no blog as impressões que tiveram desse ótimo filme. Fico por aqui, mas amanhã tem mais. Abraços e até breve.


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Chernobyl - Sinta a Radiação

7/14/2012 12:35:00 PM |

O diretor Oren Peli é um dos que mais tem ganhado nome no ramo dos filmes de terror ultimamente, desde seu econômico, intrigante e lucrativo "Atividade Paranormal", mas depois que resolveu abandonar a direção e ficar apenas com roteiro e produção de seus filmes não vem colecionando bons resultados. Com "Chernobyl - Sinta a Radiação" ele abandona os espíritos malvados para trabalhar com pessoas mais carnudas(ou nem tanto já que essas foram bem expostas a radiação), mas dessa vez entregou seu roteiro nas mãos do inexperientíssimo responsável por efeitos visuais mas que nunca tinha dirigido um filme Bradley Parker que tentou fazer um filme ao estilo "Bruxa de Blair", onde as pessoas estariam filmando com suas câmeras mas sem que as câmeras estivessem com essas pessoas, então o que se vê é a câmera correndo, rolando, capotando sem que os personagens estejam com algo filmando(tirando as cenas iniciais e depois uma dentro da van).

O filme conta a história de um grupo de jovens que, ao buscar um pouco de emoção durante as férias, viaja para o Leste Europeu, mais precisamente à cidade de Pripyat, abandonada após o holocausto de Chernobyl, ocorrido em 1986. Lá, eles percebem, tarde demais, que seres desumanos escondem-se na escuridão.

A história do filme é intrigante e sua condução consegue deixar um ar de tensão, principalmente por em quase sua totalidade não mostrar os rostos ou o que são os terrores e diferentemente dos outros filmes do gênero não faz a preparação costumeira sonora para que o espectador saiba que vai assustar, e sim pega sempre algum desprevenido que você verá pulando na sala de cinema. O único problema mesmo do filme foi errar na forma de conduzir a câmera que não ficou claro qual a intenção do diretor, pois tem planos e contra-planos mas nenhum personagem está segurando a câmera para que ela se movimente junto com eles balançando, caindo, correndo, etc. Acredito que se tivessem corrigido isso seria um filmaço de terror para ser lembrado muito.

Com nenhum ator conhecido, tudo poderia dar errado no quesito atuação, mas como a idéia do filme é passar os atores como turistas em uma cidade desconhecida, o que eles fazem mesmo parecendo de forma boba e ornamentada acaba sendo condizente com o que o filme pede, somente os policiais da fronteira que fazem umas caras malvadas de forma que nenhum policial faria daquele jeito.

A cenografia gostaria muito de saber se foi realmente filmado na cidade de Pripyat pois ficaram bem interessantes as tomadas abertas e como é um filme de tensão as tomadas fechadas nem revelam muitos elementos cênicos além claro de ser um filme bem escuro então a fotografia não revela nada principalmente para termos o elemento surpresa como fato de tensão do filme.

Como todo filme de terror, a sonoplastia é um fator que prende bem o espectador na cadeira e o faz saltar quando é elevado o volume sem que se espere, e aqui não seria diferente já que é um padrão adotado a tempos e que Oren Peli conhece muito bem o resultado. A única coisa estranha é algo que já vem acontecendo há tempos do filme vir numa levada de canções e ao chegar no trailer entrar algo de um ritmo completamente diferente do que foi passado no longa inteiro, o que quebra um pouco a tensão.

Enfim, o filme vale a pena ser assistido pela tensão que consegue manter, e o nome Oren Peli chama as pessoas para a sala tanto que na minha sessão havia um bom público, mas não é algo que você irá lembrar daqui algumas semanas, pois não tem algo tirando esse erro das câmeras que marque forte. Fico por aqui, mas ainda hoje tem mais filme no blog nessa semana recheada, então abraços e até daqui a pouco pessoal.


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Diário de Um Jornalista Bêbado

7/13/2012 12:12:00 AM |

Muita gente torce o nariz quando vê um filme alternativo em cartaz, mas quando entra na sala se diverte horrores mesmo sendo um drama com uma boa dose de crítica à corrupção do jornalismo(o filme se passa nos anos 70 mas não seria muito diferente se fosse filmado nos anos atuais). Com essa dose de sarcasmo, mas sem necessitar apelar a Vinny Filmes trouxe pouquíssimas cópias do filme "Diário de Um Jornalista Bêbado" que chegou aqui no interior através do Cinecult somente agora quase 2 meses depois de estrear no Brasil.

O filme conta a história do jornalista itinerante Paul Kemp. Cansado do barulho e da loucura de Nova York e das convenções pesadas da era de Eisenhower na América, Kemp viaja para Porto Rico para escrever para um jornal local, The San Juan Star, dirigido pelo oprimido editor Lotterman. Adotando a vida encharcada de rum da ilha, Paul logo se torna obcecado por Chenault, a atraente noiva de Sanderson, nascida em Connecticut. Sanderson é um dos empresários envolvidos em negócios obscuros de desenvolvimento de propriedades na ilha e faz parte de um número crescente de empresários americanos que estão determinados a converter Porto Rico em um paraíso capitalista a serviço dos ricos. Quando Kemp é recrutado por Sanderson para escrever favoravelmente sobre seu sistema de negócio, o jornalista se depara com duas possibilidades: usar suas palavras para o benefício dos empresários corruptos ou usá-las para enfrentá-los.

O filme que é baseado no livro de Hunter S. Thompson consegue criticar o jornalismo de uma forma cômica, mas sem deixar de ser dramática, tanto que alguns momentos da mesma forma que você acabou de rir muito da cena anterior, você fica com pena do personagem por tudo que faz, e o diretor soube usar bem isso de modo que o filme ficasse leve, só pecando um pouco na velocidade do filme que o faz parecer ter bem mais do que seus 120 minutos, mas tirando isso, todos os planos estão bem encaixados de forma que o filme aconteça sempre criando situações que mesmo tendo a idéia completa de como vai acontecer você saia surpreendido.

No quesito atuação, todos os personagens são bem caricatos e alguns até abusam de clichés, mas mesmo assim fazem seus papéis de forma exemplar sempre enquadrando bem na câmera. É difícil destacar algum, pois os 5 personagens principais que estão nas mãos de Johnny Depp, Aaron Eckhart, Michael Rispoli, Amber Heard e Giovanni Ribisi fazem todas boas interpretações que conseguem agradar na medida, mesmo alguns aparecendo poucas vezes em cena e tirando os cinco os demais coadjuvantes apenas fazem o que precisam para encaixar as falas dos protagonistas e saem de quadro. Um pesar apenas ficam com os figurantes da cena da praia, que mesmo sua cena dando pano para a próxima, ficam com umas caras tão ridículas que nem no filme mais tosco dos western spaghetti algum figurante fariam aquelas expressões.

O cenário caribenho é algo que agrada nos filmes que são colocados como pano de fundo, por suas belas matas e praias e deveriam ser mais explorados, porém os destaques no cenário não ficam nas belezas do país e sim nas cenas que mostram a pobreza explorada do local, que é ricamente valorizada por diversos elementos cênicos e que pesam os olhos, um bom destaque para a primeira cena da rinha de galos e o que acontece na saída do personagem de Depp do local. A fotografia levemente envelhecida também agrada pois o filme se passa na década de 70 e uniu cenografia, fotografia e figurino para darem bons elementos épicos.

A trilha sonora usada, achei um pouco repetitiva, tocando as mesmas canções em quase todo o filme, não sei se quis ser pejorativo, mas acaba não agradando muito. Poderiam ter valorizado um pouco mais.

Enfim, é um filme que vale muito a pena ser visto, principalmente se você é jornalista ou escritor, para poder olhar com outros olhos as críticas, textos ou matérias que escreve se não está se vendendo facilmente, e recomendo também para todos que gostam de um bom drama com pitadas cômicas de forma sarcástica, o que Depp faz de melhor nos seus filmes. O único pesar forte mesmo é que como veio no Cinecult, o Cinemark como faz tradicionalmente arrancou os créditos finais, então o filme acaba logo após um escrito, espero não ter perdido nada com isso, mas vale muito o ingresso. Acabo a semana cinematográfica hoje, mas nesta sexta já começo com muitos filmes e pré-estréias novamente atacando por aqui, então abraços e até breve pessoal.


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O Espetacular Homem-Aranha em 3D

7/05/2012 09:08:00 PM |

Como muitos sabem nunca fui muito adepto à filmes de super-heróis, tanto que dos antigos gosto bem pouco do primeiro Homem Aranha, mas como ultimamente os filmes tem tido além boas histórias que não fiquem apenas ligada aos amantes de quadrinhos, tenho visto todos os novos e gostado até que razoavelmente. Com "O Espetacular Homem-Aranha" não foi diferente, apesar de na cena pós-crédito eu ficar boiando quem seria o personagem que aparece, mas no geral o filme me agradou bastante principalmente devido à boa atuação de Andrew Garfield que na minha opinião superou Tobey Maguire com um ar mais descontraído e com mais ação que os anteriores, embora a história seja bem parecida com a do primeiro filme de Sam Raimi.

O filme conta a história de Peter Parker, estudante rejeitado por seus colegas. Abandonado por seus pais quando criança, foi criado por seu tio Ben e pela tia May. Como muitos adolescentes, Peter tenta descobrir quem ele é e como se tornou a pessoa que é hoje, ao mesmo tempo em que vive sua primeira paixão por Gwen Stacy. Tudo muda, porém, quando Peter descobre uma misteriosa maleta e começa uma jornada para entender o desaparecimento de seus pais – o que o leva à Oscorp e ao laboratório do Dr. Curt Connors, antigo sócio de seu pai. Enquanto procura por respostas, o jovem comete um erro que o coloca em rota de colisão com o alter-ego do Dr. Connors, O Lagarto. Como Homem-Aranha, Peter tem de tomar decisões que podem alterar vidas, para usar seus poderes e moldar seu destino de se tornar um herói.

Como falei, a história não aparenta muita novidade, mas também não podem falar que é a mesma história dos anteriores, colocaria como um mix dos antigos com uma boa dose de ação aliada a boas atuações, além de muitos efeitos e jogadas de câmera que contribuíram muito com os efeitos 3D para que o espectador entre na pele do personagem algumas vezes(desnecessário para a história, mas que faz valer pagar um pouco mais pelo ingresso 3D). A única coisa que achei que o diretor poderia ter usado um pouco mais, é a interação do Peter com a Gwen, já que ele fez tão bem feito o "500 Dias com Ela", mas se ele tivesse feito isso, a galera dos quadrinhos iria reclamar, então o que vi foi um filme bem cômico e gostoso de ver que o diretor junto com o bom ator conseguiu fazer agradável um reinicio para a série.

Da atuação, já enchi de elogios em cima para o Andrew Garfield, mas não tem como falar mal, em 3 anos 3 filmes bem atuados("A Rede Social", "Não Me Abandone Jamais" e agora o Aranha) e se o contrato como Homem Aranha não for tão forte, torço para que faça muitos bons filmes pois já mostrou que sabe incorporar o personagem nos filmes e faz bem sem precisar fazer caras e bocas. Emma Stone também está bem no seu papel, apesar de ter ficado bem em segundo ou terceiro plano na história do filme. Rhys Ifans e  Martin Sheen também merecem um bom destaque, pois fazem seus papéis com bons textos e boas atuações. O papel de Denis Leary é um pouco dúbio, porque no começo odeia o cara mas do nada de repente fica bonzinho, mas tirando isso faz bem  o seu papel. O restante dos atores praticamente não possuem falas, então nem necessita falar nada, mas não atrapalham também em nada.

Por ter muitas cenas de salto, a maior parte do filme é digital e se nota alguns pontos que consegue se notar isso, mas somente olhando muito bem para reparar, do resto os cenários que em sua maioria são locações, ficaram bem interessantes e estão no mesmo dinamismo que o filme pede. A fotografia não inovou muito com cores principalmente pelo uso dos planos serem feitos mais para a tentativa de imergir o espectador nas cenas em primeira pessoa que colocaram no filme em 3D, mas também não ficou tão escuro para estragar o visual, pelo menos não na sala 4K onde assisti, caso tenha ficado nas outras salas comentem.

Já que falei um pouco do 3D, ele funciona nas cenas que foi preparado para isso, por exemplo nas que colocam o público como personagem do filme balançando e pulando entre os prédios, e algumas poucas cenas com uma boa profundidade, mas tirando essas cenas o restante do filme é o normal 2D que estamos acostumados e dá até para ficar sem o óculos.

Um ponto bem interessante está nos efeitos sonoros do filme, a mixagem fez um bom trabalho colocando sons para tudo que se possa pensar, e aliado a isso tem boas canções e trilhas escolhidas para acompanhar o filme.

Enfim, é um re-início bacana para o filme, não algo grandioso, mas bem feitinho e deve render um bom dinheiro pra Sony nas próximas 3 semanas enquanto o seu concorrente forte do ano não chega. Li muitas críticas negativas do filme por aí, mas na minha opinião valeu o ingresso pago e acredito que o público em geral vá gostar do que verá na tela. Só um pequeno detalhe que tem 2 cenas pós créditos, uma logo no começo dos créditos e outra assim que acaba tudo, ou seja daqui a pouco vão inovar colocando mais um filme inteiro nos créditos. Fico por aqui nessa semana, e na próxima só tenho um cinecult pra ver, então até mais pessoal. Abraços.


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Para Roma Com Amor

7/01/2012 10:11:00 PM |

Que Woody Allen sempre faz comédias diferentes das comuns todos já sabem, mas o que vemos em "Para Roma Com Amor" é uma junção de 4 histórias distintas que não se ligam em momento algum, com diversas tomadas mal feitas onde o microfone aparece em cena chamando mais atenção do que os diálogos dos protagonistas da cena, era nítido não apenas eu vendo o microfone balançar no alto da tela, mas todos ao redor desesperados daquilo cair. O filme não chega a ser péssimo, pois diverte com as cenas absurdas que acontecem, mas poderia ser mais interessante se os personagens de cada história se ligassem entre si, e tivessem tomado mais cuidado com esse erro gritante do microfone que ocorre diversas vezes no filme. Alguns amigos me perguntaram se não foi intencional o microfone, na minha opinião não, mas se foi paciência pois como disse chamou mais atenção do que os atores.

O filme mostra um caleidoscópio de quatro histórias, numa das cidades mais encantadoras do mundo. Essas quatro histórias variam de um conhecido arquiteto americano revivendo sua juventude; um morador de Roma que de repente se vê como uma grande celebridade da cidade, um casal de jovens com encontros e desencontros românticos e um diretor de ópera que tenta fazer um agente funerário cantar.

As quatro histórias são bacanas e divertidas, embora sejam no mínimo estranhas demais, mas faltou um elo entre elas sem ser o amor em Roma, assim como acontece na maioria dos filmes italianos, que é onde o diretor tirou suas idéias para o filme, para isso leiam a minha opinião sobre "As Idades do Amor" que lembra bem esse filme e foi um dos que mais gostei do Festival Italiano. Analisando separadamente cada história, a que mais diverte é a que está inserida o próprio diretor como ator, onde ele faz um ex-diretor de ópera, e a história onde está inserido Roberto Benigni como um anônimo que passa a ser confundido como um famoso pelos paparazzi. As outras duas histórias até são engraçadas pela forma que ocorrem, mas acabam sendo um pouco forçadas e alguns momentos até confusos. Se fosse uma coletânea de curtas ou médias no caso, acho que sairia mais satisfeito da sala.

Um dos pontos fortes de Woody em todos seus filmes, é a direção de atores, e que fica notável sempre nas telas por não conter mesmo figurantes sempre alinhados e quando estão enquadrados fazendo de forma que não pareçam estarem jogados num filme. Com isso em mente todos os personagens fazem bem seus papéis, como são 4 histórias diferentes, seriam muitos atores para citar o que fez de bom, mas vou destacar Roberto Benigni que faz seu papel de forma genial, parecendo realmente como uma pessoa que os paparazzi pegam pra Cristo do momento e o próprio Woody Allen que se auto caracteriza como um diretor de ópera que faz tudo diferenciado e os críticos que atirarem pedras negativas não servirão de base alguma. Jesse Eisenberg também foi domado pelo diretor e está mais suave sem sua afobação comum vistas em outros filmes, embora sua trama seja a mais confusa, sua atuação está legal.

Uma coisa que também senti falta foi o que Woody fez em "Meia Noite em Paris", que é seu costume de valorizar a cidade onde filma mostrando diversos pontos turísticos, ficando apenas o começo do filme e depois tendo alguns trechos apenas. A equipe de arte não foi usada como deveria, ficando sempre planos mais fechados, e com isso por serem cenas na sua maioria externas, o famoso erro do microfone aparecendo por ter chego perto demais dos protagonistas. A fotografia também está bem simples sem nada que faça o filme ser lembrado mais para frente.

Enfim, é um filme que faz rir, mas como disse se fosse uma coletânea de curtas ou tivesse as histórias ligadas entre si, com certeza agradaria bem mais. Porém como o filme já teve esse problema de ser muito solto, aliado ao microfone roubando a cena mais que os protagonistas, o filme se torna um pouco irritante e nas cenas finais ao aparecer o microfone já dá vontade de abandonar a sala. Woody Allen não merecia e nem merece ser lembrado por esse filme, e espero que logo venha algum novo bem melhor. A minha recomendação caso você seja fã do diretor, é que ou não veja o filme ou tente o máximo não olhar para o microfone. Fico por aqui, mas essa semana ainda tem mais filmes aqui no blog, então abraços e até mais pessoal.


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