Lightyear em Imax 3D (Lightyear)

6/16/2022 10:14:00 PM |

Costumo falar que uma animação só acerta em cheio quando consegue passa vários sentimentos para quem vai conferir, pois hoje já chegamos no ápice das texturas, aonde muitos personagens animados parecem reais, já temos sombras e técnicas que fazem toda a perspectiva ir além, mas aí entra em jogo toda uma história bem feita, várias sacadas dos roteiristas para pegar algo e expandir ao ponto de convencer do começo ao fim, e fazer com que o personagem principal seja alguém que marque o público, e sem dúvida tudo isso pode ser visto em "Lightyear", aonde logo na primeira tela nos é mostrado que esse é o filme que Andy (lá de Toy Story em 1995) viu e se apaixonou pelo protagonista Buzz Lightyear ganhando um boneco inspirado no filme, e assim sendo vamos acompanhar as desenvolturas do patrulheiro espacial em sua jornada para tirar o povo de um planeta hostil no qual a nave deles ficou presa por muitos anos. A grande sacada da Pixar foi trabalhar o emocional com o brilhantismo do espaço-tempo, de que viagens em alta-velocidade para os pilotos se passam em minutos, mas para as pessoas que ficam no planeta acabam passando anos, e com isso os conhecidos se vão, surgem novos problemas e tudo mais, além de uma revelação bombástica sobre o vilão nos atos finais, ou seja, é um filme completo, com muita emoção, muitas texturas, um envolvimento preciso de personagens, e que tem boas doses cômicas e também emotivas, na proporção ideal para segurar desde o menorzinho até o mais velho durante toda a exibição. E quem não quiser fugir da sala logo que acaba, a trama entrega 3 pós-créditos (um inclusive eu já estava até indo embora depois das logos da Pixar), então fiquem até o final e boa sessão.

A sinopse nos leva a acompanhar o lendário patrulheiro espacial após ser abandonado em um planeta hostil a 4,2 milhões de anos-luz da Terra ao lado de sua comandante e sua equipe. Enquanto Buzz tenta encontrar um caminho de volta para casa através do espaço e tempo, um grupo de recrutas ambiciosos e o encantador gato-robô de companhia, Sox, se juntam ao herói. Para complicar a situação, Zurg, uma presença imponente, e seu exército de robôs impiedosos chegam no planeta com um compromisso misterioso.

Depois de anos no departamento de animação, e ter co-dirigido "Procurando Dory", Angus MacLane chegou entregando tudo em seu primeiro trabalho solo, de forma que é notável todo o carinho que teve com cada detalhe da produção, com um planeta cheio de vidas estranhas com plantas e insetos gigantes, mas também bem árido e escuro em boa parte, trabalhando o ambiente por completo e com muitos detalhes, ao ponto que vamos olhando tudo ao redor dos personagens, vemos traços bem expressivos em cada personagem, e tendo uma história de base muito crível em diversos pontos, afinal já se foi falado em muitos lugares sobre o espaço-tempo em diversos filmes, como alguns minutinhos fora passam anos, vemos toda a sagacidade de objetos aparentemente inúteis servindo para tudo, e principalmente como um animal de estimação pode mudar a vida de uma pessoa, é claro que a inteligência do gatinho Sox foi algo muito além do esperado. Ou seja, o texto que Angus fez em conjunto, mais sua destreza por ter passado por vários setores da Pixar em diversos filmes deu a ele uma ideia ampla de como emocionar, divertir e entregar tudo em uma única obra, e isso fez toda a diferença, pois embora muitos enxerguem apenas uma animação bobinha para crianças, outros vão enxergar sentidos em tudo, e o resultado para quem ver dessa forma será muito melhor do que quem for já reclamando de tudo.

Sobre os personagens posso dizer facilmente que o carisma e a personalidade do astronauta Buzz é ainda maior que o boneco Buzz que conhecemos lá anos atrás, pois ele tem vontade, tem garra, tem defeitos e tudo mais, mas é daqueles que nos conectamos de cara, que torcemos para conseguir cumprir a missão, que envolve e devolve com uma força bem marcante, e felizmente a dublagem de Marcos Mion caiu como uma luva para o papel, pois ele abraçou a ideia, fez entonações marcantes e não saiu da base original, dando todas as nuances corretas e precisas que fez o personagem ficar ainda mais gostoso de ver. O gatinho-robô Sox é daqueles que nos divertem, que tem sacadas certas e está presente nos momentos certos, sendo envolvente demais e cheio de grandes facetas para prender o público. A jovem Izzy é sagaz e tem muita vontade, além de um medo impressionante que necessitava ser quebrado, mas com certeza trazendo muito orgulho para sua avó Alicia Hawthorne que no primeiro ato nos emocionou com muita destreza e respeito pelo amigo Buzz, e foi certeira em seus atos, e digo mais, toda a polêmica envolvendo o beijo lésbico é balela para tentar arrumar confusão, o máximo que acontece na tela é uma aproximação familiar muito bonita de se ver, independente de gênero da pessoa. Os demais foram a base de diversão da trama, mas foram bem gostosos de fazer rir com Darby e Mo muito bem encaixados e cheios de astúcia para os atos principais.

Visualmente como já falei o longa é recheado de detalhes, perfeitamente desenhado com texturas e formatos, dando um realismo bem marcante e cheio de símbolos para tudo, ao ponto que volto na ideia colocada desse ser um filme que o garotinho do "Toy Story" assistiu como sendo de personagens reais para ele, então é o mesmo que imaginarmos nós assistindo um "Star Wars" e querendo depois os bonequinhos para brincar e ter nosso herói conosco, ou seja, com essa base tudo foi muito bem criado, as naves, toda a intensidade dos trajes, as cores fortes, as sombras, os diversos ambientes no mesmo planeta, e claro toda a síntese de construir uma vida, um lar em um planeta que originalmente não era sua casa. Ou seja, a equipe de arte, a qual o diretor já fez parte e soube muito bem o que pedir para ser feito, deu um show e agradou demais. E claro falando do 3D, como é um longa envolvendo espaço foram precisos num nível máximo de profundidade cênica, com uma vastidão ímpar de estrelas ao fundo, muita perspectiva entre os personagens, e tudo que desse uma boa noção de espaço e forma para o trabalho todo, ao ponto que sentimos realmente o efeito da técnica, e acaba sendo um longa que vale o investimento a mais, pois tudo foi muito amplo e com elementos bem colocados, não sendo daqueles filmes que muita coisa sai da tela, mas para o fundo foi uma precisão incrível.

Enfim, não é um longa perfeito, pois tem detalhes que abusaram um pouco da inteligência do público, tiveram alguns atos rápidos demais que mereciam mais detalhes e outros que poderiam ter sido eliminados e enfeitaram demais, mas é algo emocionante, é bem feito, tem personagens e momentos carismáticos bem gostosos de se envolver, e assim sendo vale completamente a indicação tanto para as crianças quanto para os adultos que forem levar os pequenos (e aqueles que vão sozinhos por gostar do gênero animado também), então vá para o cinema e boa diversão. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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