#SalveRosa

10/28/2025 12:34:00 AM |

Acho interessante o tanto que vou aos cinemas, entro antes em todas as sessões para ver os trailers por lá, e não tinha visto nem ouvido nada sobre o longa "#SalveRosa", apenas um amigo tinha me falado que lembrava um pouco o filme da Netflix, "Fuja", mas como minha memória também não é essa maravilha, só fui lembrar do filme a hora que vi a primeira aplicação na protagonista, que aí a ligação a cobrar foi completada. E sim, mesmo lembrando em muitos atos, enquanto lá se não me engano a mãe apenas não queria que a filha a abandonasse, aqui o drama é um pouco maior, afinal temos muito disso no mundo atual de mães que lucram em cima dos filhos na TV, no esporte, e principalmente hoje no submundo da internet como influenciadores, e sério, assim que alguém ver o filme e souber de algum caso, denuncie, pois é algo muito errado. Dito isso, o longa tem uma pegada forte, porém muito bem feita para não termos algo jogado apenas na tela, e o melhor é que tudo é muito convincente na tela, fora a maquiagem digital ou não da protagonista que realmente aparentou a idade que a personagem aparenta ter, e sabemos que ela não tem mais essa carinha de tão nova, ou seja, o filme ficou perfeito dentro das sacadas, e mais perfeito ainda pelo desenvolvimento cênico, valendo bastante a conferida.

O longa nos mostra que uma jovem chamada Rosa é uma influenciadora de 13 anos que produz conteúdo infantil para uma rede de mais de 2 milhões de seguidores. Por trás dos posts e das câmeras, a vida da jovem é exaustiva, num ritmo de trabalho fora do comum controlado por sua mãe superprotetora Dora. Obsessiva e onipresente, Dora gerencia todos os passos da filha, desde a dieta até a presença digital da adolescente, revelando uma relação sombria e sufocante marcada por mistérios. Depois de sofrer um desmaio na escola, Rosa investigar seu passado, que parece esconder segredos estranhos. A descoberta acaba colocando não apenas a relação com sua mãe em risco, como a própria vida da adolescente.

Não conhecia o trabalho da diretora Susanna Lira, mas posso dizer que o que fez aqui com o texto de Ângela Hirata Fabri foi de um nível bem superior, pois transformou uma história que poderia ser básica, mas que ao conter situações que sabemos que existem aos montes no Brasil e no mundo, já dava para ficar com uma pulga atrás da orelha, mas a dinâmica em si e como isso é feito na trama usando drogas e praticamente aprisionando a garota, o resultado foi muito além, ficando intenso e marcante. Claro que também temos alguns exageros que davam para minimizar fazendo um pouco menos, como a vida sexual da protagonista, suas baladas e tudo mais, porém na cena de fechamento isso fica bem claro o motivo, então o resultado completo funciona, e mostra que a dupla de direção e roteiro encontrou aonde poderia pontuar e fazer o máximo.

Quanto das atuações, já falei o quão assustador de bom ficou a maquiagem de Klara Castanho com sua Rosa, pois sabemos que seu rosto é bem jovem e ela até engana não aparentando seus 25 anos, mas ficou muito com cara de 13 que é a idade do aniversário ao menos mostrado no longa, sendo muito infantil de entrega, trejeitos e com um ar mais tímido e fechado até nem parece a influenciadora do canal que faz sucesso, ou seja, a atriz brincou com as possibilidades do papel, trabalhou expressividade e conseguiu ser totalmente impactante com o que fez, não sendo explosiva, nem fechada totalmente, mas pontual na medida certa para agradar com tudo. O mais interessante de ver na personalidade que Karine Teles encontrou para sua Dora é que você não fica com raiva logo de cara dela, pois muitas mães tem um estilo mais super-protetor, e principalmente nesse meio digital a maioria dos jovens acabam sendo agenciados pela própria família, mas depois ela vai mudando conforme tudo vai se desenvolvendo, e aí o nível de surto é grande, ao ponto que a atriz chega até nos assustar com sua entrega, ou seja, foi muito bem também em cena. Quanto aos demais, a jovem Alana Cabral segurou bem sua Luana, um pouco forçada demais no nível de amizade com a influenciadora; Indira Nascimento forçou também um pouco o nível de invasão que uma presidente de associação tem nas casas de um condomínio; sobrando para Ricardo Teodoro ter as cenas mais quentes com seu Beto, numa entrega até fácil demais de um pai de família, mas sabemos que ocorrem muitos casos assim.

Visualmente a equipe de arte encontrou um condomínio bem rico para se filmar, tendo a casa dos personagens toda uma imponente entrada, o quarto da garota com uma cenografia bem lúdica para o canal de jogos, a festa bem chamativa, mas com sacadas bem colocadas para não onerar o orçamento, e falando em não onerar o orçamento, a reunião numa mesa de bilhar com a desculpa do salão não estar pronto foi genial, mas bem falso para um condomínio do porte mostrado, além disso tivemos cenas numa escola e numa feira, mas nada que fosse muito chamativo, tirando o fator do exame de sangue.

Enfim, é mais um exemplar de como o cinema nacional tem crescido sem precisar ficar batendo nas mesmas teclas, e sendo imponente na medida certa consegue impressionar pela simplicidade cênica muito bem usada para impactar também, com uma história fictícia não sendo baseada em nenhum personagem real, mas que sabemos que existem aos montes espalhados mundo afora. Então fica a dica para a conferida, e eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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