Novembro (Noviembre)

10/25/2025 08:04:00 PM |

Costumo dizer que sabemos praticamente nada da História mundial, afinal vemos bem o básico na escola envolvendo as principais guerras e colonizações, e um pouco do que rolou aqui no Brasil, mas quando falamos dos acontecidos ao redor de países menores quase sempre quem nos ajuda são os filmes! E um exemplar bem interessante é "Novembro", que estreia nos cinemas na próxima quinta 30/10 sendo uma produção internacional envolvendo Brasil (Vulcana), México (Piano), Noruega (Tordenfilm) e claro Colômbia (Burning), para mostrar a tomada do Palácio da Justiça da Colômbia em 06/11/1985 pelo grupo M-19, tentando conseguir que fossem ouvidos e que julgassem o presidente, mas acabaram encurralados pelo exército que também estava sendo julgado ali pelos juízes da casa. Ou seja, é daqueles filmes tensos e marcantes, porém se olharmos a fundo fáceis e baratos de se desenvolver, afinal se passa completamente dentro de um banheiro com vários atores, alguns com um pouco mais de fala, outros apenas compondo o ambiente, rezando e criando o caos, além de imagens de arquivo das emissoras jornalísticas que acompanharam o caos do lado de fora, mas que foram ocultadas as notícias passando jogos de futebol, afinal todos ali não estavam com boas intenções.

A sinopse nos conta que presos em um banheiro por mais de 27 horas durante a tomada do Palácio da Justiça, guerrilheiros, juízes e cidadãos civis encaram algo mais violento do que balas: suas próprias convicções — ou o colapso delas. Fora, o caos. Dentro, uma nação à beira do precipício.

Diria que a estreia em longas do diretor e roteirista Tomás Corredor foi bem intensa, pois ao trabalhar em um ambiente pequeno, fechado e com várias pessoas, a chance de dar muito errado cada tomada é altíssima, mas ele foi seguro com sua câmera focando nas principais pessoas dali, usou muitos efeitos de sujeira e explosões, sabendo criar tensão entre os personagens e por incrível que pareça com boas dinâmicas nesse espaço pequeno, além claro de escolher ótimas imagens de arquivo para que tudo se conectasse com o que era falado lá dentro. Claro que para isso ele não fez uma trama muito alongada, e tendo apenas 76 minutos, o longa se fecha bem para que nada saísse do eixo nem ficasse apenas de enfeite nos diálogos, ou seja, é o famoso rápido tiro para que o público entenda tudo.

Quanto das atuações, Natalia Reyes foi a mais trabalhada na tela com sua Mona, talvez dando um leve spoiler, por ser uma das únicas sobreviventes do conflito, e a atriz teve boa personalidade para manter os olhares, se deixar ajudada pelos reféns para tentar salvar os amigos, e fez boas expressões para que seus atos chamassem atenção. Santiago Alarcon também trabalhou bem as dinâmicas de seu Magistrado Gaona, tremendo bem para que parecesse estar com medo de morrer, mas imponente para assumir a frente no momento mais tenso do conflito. Juan Prada soube ser marcante também com seu Comandante Almarales, mas sem muito o que chamar a atenção, e quase que ficou entre os demais, que apenas fez figuração de luxo na tela.

Bom, é meio difícil falar sobre o conceito visual do longa, afinal tivemos apenas um banheiro, sem água, com as cabines vazias ou com mortos sendo colocados ali, muito sangue e alguns vazamentos, alguns personagens com roupas de guerra, outros mais chiques por serem funcionários de alto escalão, e mas na confusão todos foram iguais, tiveram alguns bons efeitos caindo pedaços do teto, fumaça e tudo mais com as explosões, mas sendo simples e funcional apenas.

Enfim, é um filme que vale pelo conteúdo histórico, para conhecermos um pouco de nossos vizinhos de país, e que funciona bem na tela, mesmo sendo simples, para quem curte entender um pouco do momento de alguns países, então fica a dica para conferir nos cinemas que estrearem na próxima semana. E eu fico por aqui agora agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e também da Vulcana Filmes pela cabine de imprensa, e até mais tarde, pois hoje ainda tenho uma pré para conferir também, então abraços e até logo mais.


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