No longa acompanhamos uma jornalista em uma viagem de trabalho entra a bordo de um iate de luxo ao lado de alguns dos empresários mais ricos do mundo. Designada a escrever uma matéria de capa sobre essa excursão pomposa, Lo ouve uma troca de gritos na cabine ao lado no meio da madrugada e, quando se debruça sobre sua varanda, vê um corpo estirado e morto na água. O problema é que ninguém acredita nela, nem o dono milionário do barco Richard Bullmer, nem os outros companheiros de viagem, que alegam que ela deveria estar apenas sonhando, já que todos os passageiros e a tripulação estão a bordo. Apesar de continuamente desacreditada, Lo não desiste de procurar respostas e provar que o que viu era verdade, desvendando o que aconteceu naquela noite, mesmo sua vida estando em risco.
É interessante observar que o estilo do diretor e roteirista Simon Stone é de filmes bem mais fechados dramaticamente, aonde as dinâmicas vão acontecendo, e aqui ele trabalhou um roteiro mais simples, porém interessante dentro de um contexto maior que é o literário, e talvez por isso seu filme não tenha tantas nuances quanto poderia, porém de forma alguma podemos dizer que o longa é ruim, pois tem o suspense tradicional bem colocado como um bom passatempo, aonde cada elo é entregue de uma forma até que rápida, porém nem em sonho metade das coisas conseguiriam acontecer, então diria que no livro de Ruth Ware tudo pode ser mais impactante, afinal lendo criamos as situações, já mostrando o diretor talvez precisaria de um algo a mais para funcionar de uma forma melhor que fosse mais crível.
Quanto das atuações, se existe uma atriz esforçada que não nega um papel em Hollywood é Keira Knightley, de forma que sua Laura, ou Lo como alguns a chamam, tem uma boa entrega, tem disposição e consegue segurar o filme como uma boa protagonista, mas não como uma boa jornalista investigativa, pois é muito explosiva, e geralmente esse estilo de personagem pede um pouco mais de centralidade, ou seja, não digo que outra atriz cairia melhor no papel, afinal esse estilo vem com a biografia do personagem, mas dava para chamar um pouco menos de atenção e ir colhendo tudo com mais técnica. Guy Pearce é o famoso ator que se encaixa perfeitamente em papeis de bilionários, de pessoas esnobes e cheias de sacadas interligadas, de modo que seu Richard chega até ser acima disso tudo com as entregas que faz para com os demais ao seu redor, e isso não é ruim, pois é exatamente o que o papel pedia, ou seja, fez bem sem precisar ir além. Quanto aos demais personagens, cada um da sua maneira foi trabalhado para encaixar nos mistérios da trama, mas não entregaram algo que fosse chamativo o suficiente para impactar, tendo David Ajala como o fotógrafo dos ricaços e ex-namorado da personagem principal, Kaya Scodelario bem trabalhada com sua Grace que tem uma boa importância na trama, mas sem dúvida quem teve mais destaque foi Art Malik com seu Dr. Robert que tinha segredos demais para estar ali.
Visualmente o longa foi filmado em um iate bem básico de 150 milhões de dólares, requintadíssimo com quartos bem decorados, banheiros com banheiras, sacadas eletrônicas, portas automáticas, cozinha com chefs e pratos bem chamativos, uma biblioteca e muitos outros detalhes, além de uma festa no instituto para criar a nuance final, ou seja, a equipe de arte não economizou nos detalhes para que tudo ficasse bem cheio de mistério, porém poderiam ter trabalhado com mais pistas, afinal esse estilo pede isso, e acabou faltando.
Enfim, é um longa interessante, com uma história bacana que poderia ter ido mais longe com poucos detalhes, mas que funciona bem como passatempo para quem curte um bom suspense, então fica a dica para conferir sem esperar muito dele. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, afinal ainda tenho algumas cabines para conferir nessa semana, então abraços e até logo mais.
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