Se Não Fosse Você (Regretting You)

10/19/2025 04:48:00 PM |

Quem me acompanha aqui há algum tempo sabe que tem pouquíssimos romances ou dramas românticos que confiro fora dos cinemas ou festivais, pois não é meu gênero favorito, e a maioria recai para o lado novelesco, mas quando chega no cinemas minha meta é ver tudo ou praticamente tudo, e esse de hoje tinha uma cara interessante ao menos. Dito isso, eis que fui na pré-estreia do longa "Se Não Fosse Você", e mesmo tendo alguns traquejos novelescos, o estilo dramático do diretor conseguiu fazer com que a história tivesse boas amarrações e fosse gostosa de curtir bem no estilo de uma leitura do livro, sendo simples, porém cheio de nuances, e assim o resultado flui, mesmo que se contado a verdade antes pela mãe para a filha, poderíamos ter pelo menos uns 40 minutos a menos de filme, mas é cinema, então história que segue, pois ficou bonito, meloso e gracioso.

O longa acompanha a dura realidade de Morgan Grant e sua filha adolescente Clara após um acidente trágico causar a morte de dois membros da família: o pai de Clara e a irmã de Morgan. Por ter sido mãe muito cedo, aos 18 anos, Morgan tenta proteger a filha de cometer os mesmos erros, enquanto Clara tenta encontrar sua independência e escapar das restrições da mãe. Com personalidades distintas, a distância entre as duas parece crescer ainda mais depois do incidente, já que o pai e marido Chris era a âncora do trio, trazendo paz para a casa em constante conflito. A convivência complicada parece também piorar quando uma série de segredos da família e revelações chocantes vêm à tona, mergulhando-as em ressentimentos do passado e mal-entendidos. Enquanto tenta reconstruir sua vida, Morgan encontra consolo na última pessoa que imaginava, Já Clara vai atrás do rapaz que sempre sonhou.

É interessante observar o estilo de direção de Josh Boone, pois mesmo sendo adaptações literárias praticamente todos os seus filmes, ele coloca nuances mais densas e conflitivas de uma maneira bem forte para tentar impactar o público, e aqui ele soube usar essa densidade sem precisar impactar diretamente, brincando com as facetas entrelaçadas nos personagens para que isso viesse de uma forma conflitiva, e com isso não ficasse uma trama exageradamente novelesca. Ou seja, o que vemos na tela é bem uma representação literária, daquelas que talvez pudesse até ir mais longe dentro de uma essência cinematográfica, mas que agrada e entrega bons momentos. Só volto que mesmo o livro sendo uma enrolação gigante na falta de diálogo para resolverem rapidamente tudo, no filme o diretor usou da mesma situação, e assim dava para reduzir muita coisa e ficar ainda melhor, pois volto a frisar que gostei do que vi, não sendo o melhor do estilo, mas passando bem longe do pior.

Quanto das atuações, Allison Williams trabalhou bem sua Morgan, com uma desenvoltura mais fechada e imposta, afinal morreram sua irmã e seu marido, e também foi blindada das experiências já que teve a filha muito nova, e a atriz soube dar essa essência pra personagem com dinâmicas mais impositivas do que um carinho realmente, mas volto a frisar, faltou aprender a dialogar, pois dava para resumir bem a história com um bom papo sobre sentimentos. McKenna Grace trabalhou sua Clara de uma maneira tradicional adolescente que conhecemos bem os problemas, e agora escrevendo estou em choque como ela ficou bonita, pois já tinha demonstrado boas atuações mais nova, mas era esquisitinha e agora se tornou uma mulherona imponente e que vai dar trabalho em muitos filmes futuramente, pois mostrou estilo e ainda continua atuando bem, mesmo que de forma um pouco irritante como todo adolescente quase adulto. Mason Thames esse ano já pode aposentar, pois já é seu terceiro filme, sendo dois em dias consecutivos por aqui, e já tinha falado disso ontem, mas hoje volto a frisar que ele ficou com uma cara de adulto muito rápido, pois aqui ele nem aparenta ser um aluno de 17 anos, que é praticamente sua idade real, mas sim alguém mais velho, porém soube ser gracioso com seu Miller, e o resultado agrada, afinal é um bom ator. Dave Franco esse ano também já fez de tudo, tendo agora seu terceiro ou quarto filme, e ainda terá mais um em Novembro, mas falando de seu Jonah, ele consegui trabalhar trejeitos fortes para tudo o que aconteceu, juntamente com um olhar apaixonado tão bem doce e bacana para com a protagonista, que dava para ela já ficar com ele no próprio velório. Ainda vale citar Clancy Brown bem colocado nas nuances como o avô do garoto, Sam Morelos bem divertida e cheia de sacadas com sua Lexie, e claro os dois atores que apenas apareceram rapidamente nas cenas iniciais Scott Eastwood com seu Chris e Willa Fitzgerald com sua Jenny, mas nada que impactasse nas expressões entregues.

Visualmente a trama foi bem dividida com cenas na escola aonde os jovens estudavam e o professor que é o tio da garota, tivemos a casa bem cheia de detalhes da protagonista, aonde ela sendo desenhista de interiores faz uma mudança bem bacana, e também cenas nos cinemas AMC aonde o jovem trabalhava, e a fazenda do avô na beirada da estrada, tudo bem simples, mas com muitos detalhes cênicos, para claro ajudar a galera que leu o livro se situar dos momentos, e assim vemos tudo sem ser forte, mas bem direto na tela.

Enfim, passa longe de uma obra de arte literária bem transportada para a telona, mas consegue ser gostosinho de assistir e se envolver, principalmente pela boa trilha sonora (que deixei o link aqui), e claro das atuações que fazem expressões bem colocadas na tela, mas dava para resumir um pouco tudo e criar talvez mais situações fortes para causar um pouco mais de impacto na tela. Então fica a dica para a conferida na próxima quinta que é quando o longa estreia oficialmente, e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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