O Telefone Preto 2 (Black Phone 2)

10/18/2025 03:19:00 AM |

Se no primeiro filme eu fiquei reclamando da falta de violência física, tendo muito mais uma puxada psicológica, hoje com "O Telefone Preto 2", todos os meus clamores foram correspondidos, sendo daqueles filmes que a censura acertou bem em colocar 18 anos, pois mesmo a molecada já acostumada com os jogos e tudo mais que veem diariamente, aqui tudo foi bem explícito, com o protagonista saindo de algo mais tenso para algo bem mais pegado, aonde praticamente o foco foi mudado mais para a garota do que para o protagonista anterior, agora ousando mais trabalhar dentro dos sonhos e visões que a irmã tinha, e continua tendo, e assim com o vilão morto, agora é a vez do espírito maligno voltar do inferno para atormentar a vida deles. E se você acha que tudo foi apenas jogado como disse no primeiro de apenas "aceite", ledo engano, agora tudo é muito bem explicado, tendo uma história base bem boa para ser desenvolvida na tela, e que sem precisar ficar enrolando ou enfeitando para causar, acaba sendo imponente e funcionando muito bem durante toda a duração do longa.

No longa vemos que a jornada do menino que fugiu parece só ter começado. Quatro anos após matar e escapar de seu sombrio sequestrador, Finney tenta viver uma vida normal sendo o único sobrevivente do macabro cativeiro d’O Sequestrador. Enquanto o jovem encontra dificuldade de superar seu trauma, sua obstinada irmã mais nova Gwen começa a receber chamadas do telefone preto em seus sonhos, tendo ainda pesadelos recorrentes com três garotos sendo perseguidos num acampamento chamado Alpine Lake. Decidida a investigar a origem dessas visões, Gwen convence Finney a visitar o local durante uma tempestade de neve. O que os irmãos descobrem é que existe uma ligação perturbadora entre a história de sua família e o assassino que os atormenta. Atrás de vingança, O Sequestrador não só ameaça Gwen, mas se torna ainda mais poderoso depois de morto, obrigando Finney a enfrentar um mal inimaginável.

Costumo sempre falar isso, mas não falha nenhuma vez, se um filme deu certo, a continuação tem de ser do mesmo diretor e roteirista, senão estraga, e aqui Scott Derrickson conseguiu corrigir todas suas falhas no primeiro filme e ainda incrementou a mais, sabendo exatamente aonde pontuar, aonde causar e como fazer com que seu filme saísse do suspense psicológico com doses de terror, para algo realmente marcante, violento, bem próximo de um terror/horror tradicional, fazendo com que o vilão ficasse ainda mais brutal, cheio de nuances, e que os protagonistas tivessem para onde se desenvolver, o que acabou acontecendo com a garotinha que no primeiro filme era apenas um mero enfeite, e agora domina a atuação com tanta desenvoltura que sem dúvida alguma vai brotar papeis nas mãos de seu agente. Ou seja, o diretor brilhou com algo que muitos já até esperavam, e fazendo com que a expectativa criada fosse bem correspondida com entrega visual e história bem relacionada para ninguém reclamar.

Quanto das atuações, Madeleine McGraw cresceu muito em quatro anos não apenas ficando belíssima, como também aperfeiçoando tanto seu estilo interpretativo que domina o ambiente inteiro com uma entrega primorosa, cheia de nuances, e principalmente sabendo o que tinha de fazer para que sua Gwen não ficasse com traquejos malucos, ou seja, foi graciosa, imponente e direta na medida para não ficar jogada como muitas boas protagonistas já acabaram em outros terrores. Se no primeiro filme Mason Thames mostrou a que veio, ganhando inclusive muitos bons papeis depois do que fez com seu Finney, agora consolidado já trabalhou o papel com menos explosão na tela, não sendo ruim, mas estando naquela fase que não é nem adulto suficiente, nem garoto, se perdeu um pouco em cena, mas nada que atrapalhasse o estilo do longa. Ethan Hawke voltou com seu Sequestrador ainda mais explosivo, e com trejeitos fortíssimos, já que agora pode mostrar mais partes do seu rosto, e assim criou algumas nuances no melhor estilo possível, lembrando até outro personagem que mata nos sonhos. Ainda tivemos bons momentos com Demián Bichir bem colocado com seu Mando, e boas discussões de Maev Beat com sua Barb confrontando bastante a protagonista, além do jovem Miguel Mora com seu Ernesto bem apaixonado pela jovem protagonista.

Visualmente, a trama tem uma entrega incrível, com toda a gravação se passando inicialmente na casa dos jovens e voltando ao antigo porão do primeiro filme todo pichado, e depois indo para um acampamento tradicional nas montanhas com muita neve, frio e um lago congelado com todos os equipamentos casuais que já vimos em outros longas do estilo, ao ponto que a beleza branca dá as vozes de um modo bem macabro diferente de muitos outros filmes com a mesma paisagem, tendo os sonhos/visões da protagonista tomando formas ainda mais potentes com os cortes que acontecem lá acontecendo também na vida real, ou seja, podendo morrer no sonho e morrer de verdade, mas tendo bons confrontos com o Sequestrador, que como já disse acima veio com um visual ainda mais imponente e sanguinário, com uma maquiagem imponente e chamativa bem sangrenta, e claro tendo atos violentos e fortes na tela. Agora embora alguns achem bonito, me incomodou a fotografia "suja" escolhida para as cenas dos sonhos, ao ponto que não consigo pensar em uma solução melhor para distinguir os dois ambientes, mas acho que exageraram um pouco demais no granulado e acabou me deixando não muito feliz com isso, mas nada que atrapalhasse o restante da trama.

Enfim, é um tremendo filmaço que vai na contramão da maioria das sequências, sendo até melhor que o primeiro, e isso é muito bom, agora é ver como irá rolar a bilheteria com a censura 18 anos pelo mundo afora, pois quem sabe o Sequestrador volte a atormentar a garota em outro lugar! Dito tudo isso, se você tem mais que a idade proibida, vá correndo conferir, pois vai valer muito a pena. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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