Na minha pré-crítica no Facebook falei que "até os brucutus podem atuar bem sob a mão de um bom diretor", e complemento aqui dizendo que "qualquer um pode atuar bem sob as mãos de um bom diretor", pois para quem não se lembra Benny Safdie fez Adam Sandler ser indicado a praticamente todas as premiações com "Joias Brutas" quase conseguindo uma indicação ao Oscar, e aqui deve fazer o mesmo com The Rock, ou seja, o cara sabe pegar atores que vivem sendo "bobões" e atuando sempre da mesma forma e mudar suas perspectivas completamente para papeis que sejam enxergados pela crítica e pelo público fora dos tradicionais blockbusters cômicos, e aqui ele foi muito esperto na concepção do trabalho ao usar pessoas do meio do MMA para serem treinadores, lutadores, repórteres, médicos e tudo mais, e até mesmo Dwayne já lutou no passado outro estilo de luta, então o diretor não precisou reinventar a roda, apenas soube conduzir bem as expressividades de cada um para a câmera, e o resultado fluiu, ao ponto que talvez esse seja o ponto mais positivo e ao mesmo tempo o mais negativo da produção, de que ele não quis fazer um longa esportivo tradicional, cheio de melodrama, emoções e tudo mais, mas sim algo representativo bem colocado, mostrando o efeito das drogas, e até mesmo como um conflito familiar desconcentra um atleta.
Quanto das atuações, já falei o quanto o diretor conseguiu tirar de Dwayne Johnson com seu Mark Kerr, e o ator se empenhou aumentando ainda mais seu tamanho com muito treino, lutou bem com lendas do esporte que ainda estão em atividade, e principalmente soube se expressar incrivelmente bem nos atos dialogados com sua parceira cênica, de modo que o ator praticamente se reinventou em cena, e caiu muito bem dentro de algo dramático, sendo até irreconhecível o quanto conseguiu sentir o personagem na tela ao invés de jogar apenas como costuma fazer, claro que ainda não é perfeito para ganhar, mas certamente deve ser citado nas premiações. Agora Emily Blunt também deu um show com sua Dawn, de tal forma que em um primeiro momento parecia uma personagem fútil jogada na tela, mas conforme vai trabalhando mais suas cenas consegue impressionar e chamar muita atenção com o que faz junto do protagonista. Quanto aos demais, a maioria são personalidades do MMA que ainda lutam, comentam, treinam e medicam os atletas, e alguns que até atuam em filmes como dublês ou personagens de lutas mesmo, valendo dar destaque claro para Ryan Bader com seu Mark Coleman bem trabalhado e com uma amizade icônica junto do protagonista.
Visualmente o longa teve uma estética de época bem marcante tanto nos ambientes da casa do protagonista quanto nas coletivas do Pride no Japão, além claro de lutas intensas e cheias de coreografias bem impactantes, mostrando um pouco dos bastidores desse mundo que hoje é uma potência milionária, mas que na época era algo bem mais singelo, de modo que a equipe de arte conseguiu pesquisar bastante para que tudo ficasse chamativo e cheio de nuances, principalmente nos atos envolvendo os remédios viciantes que o personagem toma, e suas crises quebrando tudo.
Enfim, é um longa que poderia ter ido até mais além, pois tramas esportivas geralmente causam um impacto mais sentimental no público, mas é algo muito bem feito dentro da proposta de homenagem a uma lenda do esporte que teve muitos altos e baixos, e dessa forma o resultado até funciona bem, então fica a dica principalmente para ver um The Rock menos rochoso. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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