Netflix - Casa de Dinamite (A House of Dynamite)

10/24/2025 11:07:00 PM |

Já adianto que hoje não vou falar do elenco do longa da Netflix, "Casa de Dinamite", pois é impossível a quantidade de bons atores que a diretora Kathryn Bigelow conseguiu colocar em um único filme, parecendo que deu a missão pro diretor de elenco da empresa de ligar para todos que estivessem disponíveis e fossem para o set filmar. Dito isso, o longa é muito interessante, e acredito que meio que quase rolou algo do estilo quando as torres gêmeas foram atacadas lá no famoso 11/09/2001 que a diretora já usou como base em seu outro premiado filme, e aqui imaginando que um míssil nuclear tenha sido disparado rumo aos EUA, como seria a ação dos principais chefes de cada departamento durante as ações do que fazer, de como executar ou dar as ordens, e claro também pensar nas famílias e tudo mais. Ou seja, vemos um único filme em uma ação de duração em tempo real de 15-20 minutos, sob a ótica de cada um dos membros principais, com tudo acontecendo e as dinâmicas rolando, que pode até parecer repetitivo, mas funciona bem na tela.

O longa acompanha as investigações norte-americanas perante a um atentado. Atingidos por um míssil não identificado, os Estados Unidos precisam correr para descobrir quem foi e determinar os responsáveis para garantir um ataque eficaz e ao mesmo nível.

O mais bacana que a diretora Kathryn Bigelow fez com o roteiro de Noah Oppenheim foi transformar a trama em algo de tempo corrido, que mesmo tendo os cortes e não sendo um plano-sequência atrás do outro, brilha por fazer o espectador parte daquilo que está entregando, então no começo estamos junto dos soldados que disparam as tentativas de desativar o míssil, depois estamos junto da central de crise americana, depois para o vice-diretor de defesa, na sequência vamos para perto do general de ofensiva, depois para junto do secretário de defesa no Pentágono, e por fim acompanhamos um presidente americano recém empossado que nunca achou que precisaria ver o "menu" de ataques, ou seja, são os mesmos 15-20 minutos para cada um se desenvolver da melhor forma possível, com a mesma história acontecendo, tanto que ouvimos os demais pela tela de video-chamada, mas a diretora soube passar o impacto de uma forma tão presente para eles, que o resultado impacta e chama muita atenção, causando desconforto para o público, e claro para pensarmos o que faríamos no lugar de cada um, e isso mostra um tremendo acerto da parte da diretora pela técnica escolhida.

Não vou entrar em detalhes das atuações, pois como falei no começo é um elenco de respeito em todas as posições, e cada um entregou muita personalidade, emoção e sinceridade para com seus momentos, desde Idris Elba com seu presidente mais focado nas pessoas e menos tático, passando por Rebecca Ferguson como uma capitã precisando pensar na família, mas apta a resolver tudo rapidamente, indo para Gabriel Basso tendo de assumir sua função de forma desesperada pelo titular não estar disponível, tendo um Jared Harris imponente como secretário de defesa, mas sem estruturas, tendo um Tracy Letts rígido e querendo atacar a qualquer custo como um general deve ser, até chegarmos num major simples que brigou com a família, e acaba brigando com todos ao seu redor que Anthony Ramos fez muito bem. Isso que só citei os principais, pois tivemos muitos outros abaixo que foram imponentes nas suas cenas e fizeram tudo funcionar muito bem na tela. 

Visualmente embora tenha cenas de aviões, bases militares, helicópteros e até carros presidenciais andando pelas ruas, a trama é muito mais focada dentro dos ambientes, e isso sem dúvida alguma facilitou demais para a equipe de arte, tendo o centro de crises com muitos computadores e telas, o centro de operações de mísseis também com muitos computadores, uma cúpula do exército praticamente igual mudando apenas alguns ambientes, e claro a Casa Branca com a sala presidenciável e uma quadra de basquete aonde ele vai prestigiar algumas crianças, ou seja tudo bem básico e funcional na tela, que não incomoda, mas também não vai muito além, afinal nem precisaria.

Enfim, acredito que o filme poderia ter mostrado um pouco mais do pós-conflito, para vermos que decisões foram tomadas, se é que conseguiram tomar alguma, mas a essência é forte e as atuações foram convincentes, então o resultado acaba sendo um filmão para quem curte o estilo pensar, e assim quem sabe até garantir alguns nomes nas premiações, então fica a dica para a conferida, e eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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