Amazon Prime Video - Jogo Sujo (Play Dirty)

10/02/2025 01:14:00 AM |

Costumo dizer que alguns filmes nos subestimam tanto que você precisa abstrair a ideia toda para não desistir no primeiro abuso do diretor, e com tramas de ação tem de ser dessa forma para encarar, pois é tanta insanidade na tela que só dando risada mesmo para não xingar. E claro que comecei dessa forma o texto do lançamento da semana da Amazon Prime Video, "Jogo Sujo", pois a trama até me soou interessante, afinal gosto de ouvir o ditado "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão", mas aqui tudo é tão cheio de dinâmicas que chega a assustar o espectador comum, funcionando claro como um grande passatempo, mas dava para ser mais sucinto em algumas situações e entregas dos personagens. Ou seja, é uma trama divertida e ágil que força a barra para entregar o que propõe, mas que não chega a ser um incômodo total, já que a entrega dos personagens mesmo que bobinha em suma agrada na tela, só fiquei espantado com o tanto que gastaram, pois não foi um filme barato com todas as cenas de ação!

O longa acompanha a missão mais perigosa da carreira de Parker, um engenhoso ladrão profissional. Na trama, Parker é contratado para fazer o que faz de melhor, orquestrar um assalto de proporções gigantescas e com estratégias refinadas. Ao lado de Grofield, Zen e uma equipe habilidosa, Parker confronta a máfia nova yorkina e se depara com um golpe e uma ameaça inesperada que coloca o plano e sua vida em risco.

Se pararmos para analisar a filmografia do diretor e roteirista Shane Black, dá para entender bem tudo o que ele acaba propondo na tela em quase todos seus filmes, que é não desligar a câmera de forma alguma, botar os personagens para correr ao máximo, e por vezes enganar o público com algumas sacadas, de modo que aqui usando como base um dos livros da série de Donald E. Westlake, ele conseguiu brincar bastante com todas as essências, trabalhou bem os personagens, porém exagerou demais em efeitos de ação, ao ponto que a maioria das cenas não dá para acreditar que não sejam 100% computação gráfica, e isso pesa demais em alguns atos, mas como disse no começo, se relevarmos esses excessos, o resultado final acaba sendo divertido e até bem sacado, agora é ver se terá fôlego para adaptar mais algum livro da série, pois o personagem já está ao menos apresentado para o público.

Quanto das atuações, o longa é daqueles que define o protagonista e o restante que corra atrás para aparecer, de modo que Mark Wahlberg fez a entrega de seu Parker com o que mais sabe fazer que é trabalhar bem as dinâmicas, mas não mudar tanto de trejeitos, o que costuma irritar um pouco, pois fica parecendo que está fazendo um papel obrigatório na sua carreira ao invés de estar interpretando realmente, e isso fez muita falta na tela, pois seu protagonismo fica apagado e incomoda mais do que agrada, não sendo algo ruim de ver, mas o personagem pedia mais entrega e expressividade. Rosa Salazar teve bons momentos intensos com sua Zen, porém não convence muito como alguém que deseja algo para seu país sendo da forma que entrega na tela, de modo que até parece irônico seus atos falando sobre o desejo e tudo mais, mas no quesito intensidade mostrou personalidade e foi bem no que fez.  Os demais do grupo do protagonista pareciam estar em algum episódio cômico de qualquer série, menos no filme, fazendo cenas bobas e jogadas, exagerando nos atos forçados que é melhor nem dar muita atenção, mas que ao menos fizeram rir de tão exagerados, valendo o destaque para LaKeith Stanfield como um ator/dono de teatro falido. Do lado oposto, o grupo da máfia pareceu tão sem rumo, que o antagonista principal é tão ruim, o seu subordinado acaba sendo bobo demais, e o comprador parecia perdido em cena, valendo apenas pela forma que foram enganados e nada mais.

Agora visualmente a equipe de computação trabalhou muito para as cenas de perseguição com muitos tiros de armas de diversos portes, várias cenas com trombadas de carros, muita neve, um trem descarrilhando e voando para fora destruindo tudo que tivesse na sua frente, explosões de cofres e muito mais, tendo bons elementos cênicos e ambientes simples, porém bem chamativos, o que ao menos deu uma essência mais chamativa para a produção.

Enfim, é um filme que parecia mais promissor, mas que não é ruim como um passatempo, valendo para quem gosta de uma ação sem precisar pensar em nada, e quem sabe se forem fazer outros livros do autor, o resultado numa continuação seja mais interessante na tela. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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