Desvende a chocante história real de um grupo de forasteiros desiludidos (Jude Law, Ana de Armas, Vanessa Kirby, Daniel Brühl e Sydney Sweeney) que abandonam a sociedade moderna em busca de um novo começo. Estabelecendo-se em uma ilha remota e desabitada, seu sonho utópico rapidamente se desfaz à medida que descobrem que a maior ameaça não é o clima brutal ou a vida selvagem mortal, mas sim uns aos outros. O que se segue é uma arrepiante descida ao caos, onde as tensões aumentam, o desespero toma conta e uma disputa de poder distorcida leva à traição, à violência e à morte de metade da colônia.
Já falei no começo que o estilo do diretor e roteirista Ron Howard é de criar muito, mas em seus últimos filmes tem sido limitado por escolher trabalhar com tramas reais, mas nem por isso ele deixou de ser inventivo e interessante de dinâmicas, principalmente por ousar deixar com que o público ficasse tentando torcer ou entender o que os protagonistas farão para quebrar seus elos, e a história aqui é algo que realmente beira a maluquice, mas que foi real, pois no final vemos as filmagens que uma equipe fez quando visitou a ilha, e tudo era bem marcante nos olhares e dinâmicas, ou seja, o diretor soube ser sintético com as ideias, mas receptivo no ambiente para que o caos dominasse sem ser explosivo, e assim o resultado fluiu e foi marcante ao mesmo tempo. Ou seja, vemos o estilo do diretor presente, e que brincando com tudo o que tinha pode ir além para marcar na tela.
Quanto das atuações é até difícil falar de um elenco que se jogou por completo, e por mais incrível que pareça, finalmente vi Sydney Sweeney se mostrar a grandiosa atriz que muitos vinham apostando, pois sua Margret é densa, fechada, com uma expressividade até superior à sua idade, e que nas duas cenas que mais precisou se mostrar (gravidez e interrogatório) colocou uma banca acima de tudo e mostrou uma personalidade fora dos padrões. Ana de Armas fez sua Baronesa com nuances sexys e totalmente incisiva na mente masculina, conseguindo convencer a todos ao seu redor, se achando a última mulher viva no mundo, e sabendo conquistar e inverter situações com uma facilidade artística sem tamanho, ou seja, brincou com tudo e foi muito bem em cena. Outro que entregou bastante, e completamente fora do que costuma fazer é Daniel Brühl com seu Heinz, pois geralmente ele trabalha seus personagens com traquejos mais fechados e dinâmicas mais fortes, mas aqui ficou um pouco apagado e com uma personalidade meio que desesperada por fazer e aparecer, e isso acabou não ficando com a força necessária para os devidos momentos, tirando claro alguns atos espalhados aonde foi bem. Agora a dupla formada por Jude Law e Vanessa Kirby tinha tudo para que seus Ritter e Dore fossem incríveis em cena, mas seguraram demais para os atos finais, parecendo que não estavam com tanta vontade de ir além, mas convenceram com seus jeitões e marcaram presença ao menos. Quanto aos demais, diria que todos trabalharam bem, apareceram e foram intensos no que precisavam fazer, tendo leves destaques para Felix Kammerer com seu Lorenz fazendo atos desesperados e Toby Wallace se jogando numa luta completamente nu com seu Phillipson, mas nada de muito impressionante para impactar na trama.
Visualmente, embora o longa se passe em Galápagos, foi completamente filmado na Austrália, mas souberam encontrar boas locações para mostrar o clima hostil do ambiente, conseguiram montar cabanas e tendas bem rústicas com todas as dificuldades, muita comida enlatada, animais espalhados, barcos, roupas sempre sujas e muitos detalhes nos elementos cênicos parecendo até uma adaptação literária, e claro que conseguiram retratar bem a equipe de filmagem que visitou a ilha durante o período de exploração mostrado, que ao final vemos durante os créditos as imagens reais das pessoas ali bem mais magras do que vemos no filme, afinal tinham pouca comida e trabalhavam muito.
Enfim, é um longa que funciona muito bem dentro da proposta, que como disse no começo se você parar e analisar tudo o que acontece vai achar até maluquice demais, mas entrando nas nuances do coletivo e do isolamento, todo o caos criado funciona muito bem, e o resultado acaba impressionando e agradando bastante, então vale a dica mais do que apenas uma sessão de passatempo bem trabalhada. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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