O longa acompanha um dos momentos mais importantes realizados contra o ETA, a organização separatista basco que acabou virando um grupo de terroristas responsável por amedrontar a Espanha por um longo tempo. Durante as décadas de 1990 e 2000, o filme acompanha mais especificamente a jovem Amaia, uma jovem guarda civil que passou esse período infiltrada dentro da ETA. Com o objetivo de encontrar os locais nos quais eles se escondiam no sul da França, a missão foi rastreada e o longa é baseado em fatos reais do contexto histórico, político e social da época.
O interessante é que o diretor e roteirista Agustín Díaz Yanes conseguiu fazer um misto de documentário com imagens antigas de jornais do país junto de uma história ficcional bem funcional, pois nenhum dos casos da queda do ETA foram bem mostrados, afinal a Guarda espanhola fez questão de manter todos os registros e pessoas envolvidas bem ocultadas, já que mesmo parando com os ataques terroristas, o ETA continuou existindo como um braço político extremista, mas não armado, e assim sendo poderia haver alguma retaliação, mas a sacada de desenvolver toda a ideia de espionagem bem colocada na tela acabou mostrando versatilidade e criatividade da direção, pois facilmente daria para se imaginar que tudo rolou dessa forma tensa e forte para alguém mais fraco surtar com a ideia de estar frente a frente com as lideranças do grupo. Ou seja, o longa é baseado sim no que ocorreu, mas totalmente ficcional na ideia, e bem construído pelo diretor para causar um bom impacto como toda boa performance da protagonista.
E falando na protagonista, fiquei um tempo pensando em outros filmes que já tinha visto Susana Abaitua, mas o último que vi com ela pela filmografia faz tanto tempo que devo ter confundido, mas aqui com sua Amaia a jovem soube ser sutil de expressões, e passar uma sinceridade na sua entrega ao ponto de criar carisma para com o público, algo raro em um filme desse estilo, e como já disse nos colocar junto dela em tudo o que estava ocorrendo. Muita gente é contra falar isso, mas sabemos que em guerras ou investigações é muito fácil ser grandão, pois os pequenos se lascam enquanto os grandes apenas mandam e assistem, e Andrés Gertrúdix fez exatamente isso com os trejeitos de seu Tenente Coronel Castro, ficando apenas indicando e na hora que mais precisou quase não conseguiu dar a dica exata para a protagonista, sendo o famoso blasé que tanto conhecemos mundo afora. Outra que foi muito bem em cena foi Iraia Elias com sua Begoña, de modo que não precisou ser muito incisiva nos seus atos, mas demonstrou frieza e sabendo ser bem segura não deixou que nada lhe abalasse ao redor, entregando os diálogos para a protagonista sem faltar com a integridade. Tivemos outros bons papeis, mas tudo jogadas bem rápidas, valendo um leve destaque para Ariadna Gil com sua Anboto, a líder da célula bem cheia de facetas para tentar descobrir o invasor no grupo.
Por ser uma trama de época, o resultado visual funcionou bem principalmente pelas inserções de vídeos jornalísticos no miolo, mostrando as dinâmicas da população revoltada, algumas cenas de explosões e atos filmados reais que deram um tom, além claro dos ambientes mais escondidos, o apartamento da protagonista, o hotel aonde encontrava com o namorado, a clínica da mãe falsa, além de muitas cenas em carros com trocas de caminhos e claro mortes bem na cara do público, mostrando que a equipe de arte pesquisou bem os contextos e soube impactar com a tensão bem colocada.
Enfim, é um longa simples, porém muito bem feito, bem representativo na tela, sendo daqueles que funcionam tanto para lembrarmos como os grupos terroristas funcionavam no passado, quanto como uma ficção bem densa e cheia de nuances, valendo claro a recomendação de conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda vou ver uma pré-estreia nos cinemas, então volto mais tarde com o texto dela, fiquem por enquanto com meus abraços e até breve.







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