A Meia-Irmã Feia (Den Stygge Stesøsteren) (The Ugly Stepsister)

10/23/2025 12:23:00 AM |

O mais interessante dessas novas versões meio terror, meio comédia que tem surgido com os antigos clássicos literários e de animações famosas é que o pessoal que faz tem se especializado em fazer melhor cada vez que pegam o tema, e quem ganha é claro que somos nós, pois além de situações bizarras, se melhorarem as dinâmicas acabam ficando bem trabalhados para não dormirmos ou apenas chocarmos com a violência crua. Dito isso, o longa coletivo entre Noruega, Polônia, Romênia, Dinamarca e Suécia, "A Meia-Irmã Feia", que estreia nessa quinta 23/10, nos traz a versão do clássico Cinderela visto pelos olhares da irmã feia da história, afinal já vimos muitas vezes a bela enteada que sofre nas mãos da madrasta e de suas filhas, e aqui entre muitas situações bizarras (se prepare para ver órgãos genitais, apodrecimentos, decepações, vômitos, entre outras coisas nojentas) o resultado até tem um sentido divertido e interessante, que claro muitos irão odiar, mas quem entrar na pegada e não ligar para o absurdo vai rir e até pode gostar bastante. Claro que já adianto se você é puritano com as situações, e gosta de um filme mais limpinho, nem passe na porta da sessão, pois esse não é um longa para você!

O longa é a releitura sombria da história clássica da Cinderela. Dessa vez, a trama acompanha a meia-irmã da princesa conhecida dos contos de fada, Elvira, que vive com a sua família em um poderoso reino onde poucas coisas são tão importantes quanto a beleza. Quando ela encontra a dose de determinação certa para conquistar o coração do príncipe, medidas extremas serão tomadas em meio a uma competição implacável pela perfeição física. Contra sua linda meia-irmã, Elvira recorre aos mais mirabolantes esquemas para cativar o pretendente e o status dos sonhos. Com muito sangue, mortes e suor, a jovem terá que lutar para ser a mais bela do local e tentar ser, finalmente, escolhida como a Rainha do Baile.

Posso dizer que a estreia de Emilie Blichfeldt como diretora e roteirista de longas foi algo até bem feito, pois sua trama não enrola e se desenvolve fácil, porém ela forçou a amizade com muitas cenas bizarras e exageradas, ao ponto que temos alguns momentos que é difícil até de olhar acontecendo, mas isso é algo que o estilo pede. Claro que talvez alguns diálogos mais elaborados ao invés de simples dinâmicas daria um vértice mais evoluído, mas aí não recairia para o trash que muitos gostam de ver. Ou seja, a diretora pode até não ter tido a intenção de fazer algo bizarro, mas ao jogar certas cenas que facilmente em outros estilos seriam cortados, o resultado decaiu um pouco, mas sem perder a essência principal.

Quanto das atuações, não posso falar que qualquer um dos personagens surpreenda na tela, porém Lea Myren foi bem cheia de vontade para com sua Elvira, dançando e se jogando nos atos finais de quase um "Substância", mas dava para trabalhar um pouco mais seus trejeitos, pois ficou muito simples como uma irmã malvada que era o que esperávamos dela. O mais engraçado é que o longa é da Elvira, ao ponto que os demais personagens soaram quase como enfeites nas cenas, tendo Thea Sofie Loch Næss com sua "Cinderela" Agnes apenas para contrapor a protagonista com sua beleza, mas sem nada que chamasse atenção fora disso, Ane Dahl Torp fazendo a mãe da protagonista completamente sem noção dos atos, e Flo Fagerli praticamente esquecida como a outra irmã mais nova, que aparece no começo, some, e volta no final; e falar de Isac Calmroth como o príncipe é querer dar destaque para nada, pois só serviu para dançar e nada mais.

Visualmente a trama teve poucos ambientes, porém bem cenográficos para todos os momentos, desde a casa antiga, porém grandiosa, com quartos e salas bem escuros, além de uma baia de cavalos aonde rolam algumas coisinhas extras, o castelo que só nos é mostrado o salão de baile, e falando em baile, antes tivemos cenas numa escola de etiqueta e balé, com os devidos figurinos e entregas bem tradicionais, mas se tenho de falar de elementos cênicos é inegável que preciso pontuar nos métodos do esteticista para corrigir o nariz e os olhos da protagonista, sendo algo bem bizarro das antigas, e também tenho de citar o método de emagrecimento completamente maluco que a jovem escolhe, que ao final resulta em uma das cenas mais nojentas dos filmes atuais.

Enfim, é um longa que talvez se não fosse tão jogado para o lado bizarro e trash resultaria em uma obra bem chamativa, mas da forma que foi concebido serve para dar algumas risadas das situações e ficar constrangido em outras pelo excesso de atos nojentos, mas é do estilo, então quem gosta vai acabar se divertindo bastante, mas quem não é acostumado com o gênero é melhor nem se arriscar, pois vai se incomodar mais do que gostar, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo o amigo Leo por conseguir a cabine para que eu conferisse, e a Mares filmes pela distribuição, então abraços e até amanhã com mais dicas.


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