Netflix - Caramelo

10/09/2025 12:21:00 AM |

Desde quando foi anunciado pela Netflix que estavam produzindo o longa "Caramelo" tinha duas certezas e um grandioso medo, a primeira certeza é que seria um filme que me emocionaria em vários atos, a segunda certeza que o adestrador de animais teria um trabalho imenso já que escolheram um cão que não era "ator" ainda, e o medo imenso era o de como tudo funcionaria bem na tela sem virar uma novelona que me incomodaria demais. E cá estou hoje aqui muito feliz com o resultado que vi na tela, pois o Amendoim foi incrível, com um carisma fora do normal, acertando do começo ao fim, e principalmente não sendo apenas um personagem jogado na tela, a história encontrada para dar as dinâmicas e não ser "apenas" um filme de cachorro funcionou demais, o ator humano fez bem o seu papel na tela, os coadjuvantes tanto humanos quanto caninos foram muito bem colocados, e mesmo sendo novelesco (que era o meu medo), a trama comove e agrada demais, de modo que quem for fã de cachorros vai curtir, quem gostar de um drama bem colocado vai curtir, e com o tanto de marketing que a Netflix está fazendo em cima do longa é capaz de bater grandes blockbusters da companhia, ou seja, um acerto imenso!

O longa acompanha Pedro (Rafael Vitti), um chef de cozinha determinado, prestes a realizar o sonho de comandar seu próprio restaurante. No entanto, sua vida toma um rumo inesperado após um diagnóstico que o obriga a repensar suas prioridades. Nesse momento crucial, ele encontra apoio em um simpático cão de rua, um vira-lata caramelo (Amendoim), que o ajuda a redescobrir o significado da vida e a enfrentar seus desafios com uma nova perspectiva. Juntos, eles embarcam em uma jornada cheia de obstáculos e emoções, construindo uma conexão única e inspiradora.

É engraçado que quando vi o longa de estreia do diretor e roteirista Diego Freitas, "O Segredo de Davi", já o elogiei bastante e falei que gostaria de ver seu futuro promissor, mas acabei não vendo nenhum de seus outros dois longas para saber se realmente decolou, mas com o que vi hoje posso dizer que ele sabe fazer muito bem cinema, pois soube dosar bem as cenas emocionais com o cachorro, soube trabalhar muito bem a doença na tela, e misturando bem atos cômicos com os dramáticos, o resultado ficou denso sem ficar pesado e nem bobo, o que deu um tom completamente funcional e bem desenvolvido. Ou seja, o diretor que se mostrou promissor no passado deu um passo ainda maior agora, pois usar um ícone nacional, com uma história bacana (embora batida) e fazer isso sem precisar de apelos jogados certamente fará com que seu nome suba e muito, principalmente dentro da própria Netflix.

Quanto das atuações, posso dizer que Rafael Vitti soube trabalhar bem seu Pedro, de modo que fez bons trejeitos para seus atos mais dramáticos e mesmo sendo um pouco seco demais em alguns momentos, teve uma química gostosa com o protagonista canino, convencendo nas dinâmicas que foram entregues, e agradando com isso. E falando no protagonista canino, Amendoim deu seu nome na tela, fazendo as maiores artes possíveis, mas também emocionando com suas atitudes, mostrando que a equipe foi muito bem nas dinâmicas para não estressar o cão, e seu adestrador deu um show fazendo com que ele atuasse se duvidar até melhor que o protagonista humano, fora a química entre ambos. Até que enfim deram um papel para Arianne Botelho sem ser em longas criminais, pois a jovem atriz já participou de tudo quanto é filme do estilo, e aqui sua Camila embora não tenha grandes cenas conseguiu chamar atenção, fazendo um bom par com o protagonista. Agora quem mandou muito bem na tela foi Bruno Vinícius com seu Leo num nível de coach de doença que chega a animar o mais desanimado possível, tendo trejeitos bacanas e desenvolturas tão bem colocadas que merecia até mais momentos na tela. Ainda tivemos outros bons atores na tela, alguns com bem poucas cenas, tendo leves destaques para Ademara com sua Paula, Caroline Ferraz com sua Martha, Kelzy Ekhard como a mãe do personagem principal, também tivemos a participação da chef Paola Carossela, e Noemia Oliveira cheia de momentos cômicos com sua Luciana.

Visualmente a trama focou bem no apartamento simples do rapaz que o cachorro consegue deixar de ponta cabeça no começo do longa, tivemos cenas dentro de um restaurante bem refinado, com sua cozinha imponente e tudo mais, tivemos o abrigo/escola de cachorros que ficou bem simples, porém com boas nuances na tela, bons atos dentro de um hospital, e claro o food truck para as cenas em uma praça, tendo ainda cenas com grafite artístico e até animações em bloquinhos, que ficaram bem bacanas, mostrando que a equipe de arte trabalhou bastante, isso fora as cenas no mar/praia no meio e final que deram um tom lindíssimo para a produção.

Enfim, eu estaria mentindo se falasse que não rolou algumas lágrimas por aqui, pois temos alguns atos emocionantes bem colocados, mas como crítico tenho de pontuar que o longa tem muitos clichês do estilo que você já fica esperando o que vai acontecer, mas isso não atrapalha, pelo contrário me vi ficando desesperado com a cena próxima ao final com o cão correndo, então podem assistir tranquilos, levem seus lencinhos para o lado da TV, e boa sessão. E é isso meus amigos, alguns vão estranhar minha nota, mas o longa me pegou num dia muito bom, e assim sendo gostei e me emocionei com o que vi na tela, então fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas (muitas cabines nesse final de semana), então abraços e até logo mais.


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