A sinopse nos conta que diante da vulnerabilidade da velhice, Arménio é obrigado a encarar os fantasmas do passado, enquanto uma amizade inesperada floresce entre ele e Hermínia. Este filme é um retrato poético e intimista de um idoso em um asilo, explorando a fragilidade da condição humana, a inevitabilidade da morte e a busca por redenção. Aborda questões urgentes da nossa sociedade, como o envelhecimento da população e o racismo estrutural.
Claro que o diretor e roteirista António Ferreira já foi no ponto mais longe da curva para falar de senilidade e racismo estrutural dentro de um senhor que foi do exército colonialista em Angola, ou seja, sofreu bons bocados e na velhice essas memórias voltam a tona, e com um carisma próprio, mesmo sendo rude e mais fechado, souberam compor bem o protagonista para que o filme ficasse bem ao redor dele, tendo situações mais fortes e dinâmicas mais colocadas dentro da desenvoltura do ambiente, sem precisar ficar fazendo flashbacks ou apelos de memória, mas sim indo na conexão com a cuidadora, e claro nos sonhos pesados do senhorzinho. Ou seja, o diretor pode brincar com as facetas sem precisar inventar muito, dando todas as dinâmicas no cenário do quarto do protagonista, e tendo leves dinâmicas numa sala coletiva de jantar, podendo assim dosar mais o roteiro nos diálogos e/ou na falta dele para que os olhares acontecessem e marcassem dentro da ideia completa.
Quanto das atuações, José Martins chamou o filme para si, e fez com que seu Arménio fosse fechado, porém extremamente expressivo, de modo que suas cenas caíram perfeitas dentro da personalidade criada, e conforme a desenvoltura vai acontecendo acabamos criando uma boa conexão com ele, entendendo seus sentimentos, mas também não passando pano para seus atos mais rudes, e assim o resultado funciona até mais do que parece. Outra que foi muito bem em cena foi Mina Andala com sua Hermínia inicialmente mais fechada de sentimentos, mas conseguindo conquistar o protagonista da forma mais emblemática possível, sem precisar apelar para sentimentalismo ou dramas menos amplos, chamando atenção demais na simplicidade e nos olhares que acabam conquistando todos. Os demais foram o tradicional de mais velhinhos e médicos, sem grandes nuances ou chamarizes, valendo um leve destaque para o brasileiro Robson Lemos que fez o enfermeiro Jefferson no começo do longa conquistando o protagonista rapidamente, mas depois saindo de cena.
Visualmente o longa não foi muito amplo, pois ficou somente dentro da casa de repouso, mostrando bem tudo que já vimos em outros filmes do estilo, com um quarto bem simples, porém bem recheado com elementos cênicos que o senhor gostava de arrumar, muitas meias velhas que ele opta por guardar, mesmo praticamente morrendo sem ar, usando bombinha e até oxigênio de galão, ainda fumando, tivemos alguns atos em um banheiro simples tradicional dessas casas, e uma sala de jantar coletiva, tendo algumas passeatas do lado de fora, e o mais bacana claro, as cenas dos sonhos do senhorzinho sendo refeitas ali dentro mesmo com os elementos tinham por ali.
Enfim, é um filme que volto a frisar que parece ser bem mais longo do que a duração real, mas que envolve bastante e tem atuações incríveis muito bem alocadas no tema, e que não cansa o espectador, valendo com toda certeza a conferida aonde estrear. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo os amigos da Sinny Assessoria e da Bretz Filmes pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.







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