Amazon Prime Video - Improvisação Perigosa (Deep Cover)

6/13/2025 01:19:00 AM |

Quem acompanha o site sabe que raramente dou play em comédias nos streamings da vida, pois na maioria das vezes recaem para o lado do pastelão forçado ou então para algum tipo de mistura com romances que não vão agregar em nada no meu dia, e sempre friso que um filme precisa trazer algo para o público, no caso, em casa, para a minha pessoa. E hoje quando estava procurando algo para conferir vi o lançamento da Amazon Prime Video, "Improvisação Perigosa", que aparentava ser um estilo cômico mais de aventura, com uma pegada diferenciada, e que talvez fosse uma boa escolha para a noite de hoje, e foi dito e feito, ri muito em diversos atos bizarros, me entreteve do começo ao fim, e tendo sacadas bem trabalhadas pelos personagens o resultado acabou sendo levado até além do que imaginava, ficando ao ponto de até desejar quem sabe uma continuação, embora nada deixasse isso em aberto no filme. Ou seja, foi um grande acerto, daqueles que arrisquei tudo, pois como não havia ainda muitas avaliações, a chance era de pegar uma bomba e forçarem o riso para ganhar o público, o que felizmente não aconteceu.

O longa nos conta que Kat é uma professora de humor de improvisação que começa a questionar se perdeu sua chance ao sucesso. Quando um policial disfarçado oferece a ela um papel decisivo, ela recruta dois de seus alunos para se infiltrarem nas gangues de Londres disfarçados de criminosos perigosos.

Diria que o diretor Tom Kingsley soube trabalhar de uma forma tão bem feita a arte do improviso com seus personagens, que se não fossem atores tão conhecidos apostaria que eles realmente improvisaram em cena, pois vemos as dinâmicas soltas e as situações tão fora do eixo que por milésimos não quebraram o ritmo e jogaram as coisas para o alto em diversos momentos, e isso mostra a segurança que ele teve com o roteiro que tinha em mãos. Claro que o filme tem atos escrachados e até exagerados, mas como a dinâmica pedia um pouco disso, o resultado final acaba fluindo fácil e parece até um algo a mais. Ou seja, é daqueles filmes que facilmente você não dá nada, mas que sabiamente brincam com você, e ao final acabamos querendo até mais um pouco, e isso acontecer com comédias é dificílimo, então foi um trabalho brilhante da direção.

Quanto das atuações, o elenco é bem estrelado e mostrou que Bryce Dallas Howard conseguiu mudar sua personalidade mais fechada na maioria dos filmes que faz para uma Kat solta e desenvolta, sabendo exatamente aonde se pontuar para jogar suas dinâmicas e agradar como uma professora de improviso, mas sem dúvida seu grande ato foi no momento da reunião dos amigos e família, pois ali se jogou por completo. Outro que entrou demais no personagem foi Orlando Bloom com seu Marlon, pois mostrou tantas facetas em cena que chega a ser brilhante, trabalhando a atuação dentro da atuação e dando todas as nuances e dinâmicas da criação de um personagem, sendo perfeito para o papel. É engraçado que  diferente das muitas séries que o levou a muitas premiações, no cinema Nick Mohammed é praticamente um desconhecido que sempre fez papeis bem secundários, e aqui seu Hugh tem atos tão cheios de entrega, que seu lado pequenino e mais fechado caiu perfeitamente para o papel, brincando com isso e até se soltando para algumas boas jogadas. Tivemos ainda bons momentos de Sean Bean como o policial que recruta os atores, Paddy Considine como um traficante que está querendo parar com essa vida, mas ainda tem de trabalhar, Sonoya Mizuno fazendo bons momentos com sua Shosh, mas sem dúvida que se entregou bem entre os secundários mesmo com poucas cenas foi Ian McShane com seu Metcalfe imponente e cheio de traquejos, além dos dois policiais bobos que Ben Ashenden e Alexander Owen fizeram.

Visualmente a trama teve uma entrega bem bacana, mostrando desde o emprego entediante do rapaz, o ator que só conseguia papeis para propagandas ruins, e a jovem atriz que virou professora para conseguir sobreviver, mostrando o pequeno bar-teatro que trabalha, depois vamos para o bar do traficante cheio de bebidas e pessoas de estilos duvidosos, uma emboscada num outro ponto, e claro a mansão do chefão, tendo os devidos ambientes bem cheios de elementos cênicos, as sacadas de quebras de garrafa como arma e tudo bem trabalhado na tela, mas a perseguição de um carro de polícia a bicicletas sendo pedaladas quase em ritmo lento foi exagerar demais na esquete, mostrando que a equipe de arte quis dar seu show também.

Enfim, é um filme inusitado, cheio de nuances e divertido, que certamente fará muitos rirem em vários momentos e não precisou ficar forçando tanto para ser engraçado na tela, tendo boas dinâmicas e claro sacadas improvisadas, afinal o nome já diz tudo. Então fica a dica para a conferida, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - O Último Respiro (Last Breathe)

6/11/2025 11:59:00 PM |

Muitos amigos discordam quando falo que um filme só funciona mesmo quando faz o espectador sentir algo, seja emoção, tensão ou até mesmo fazer rir, pois do contrário acaba sendo apenas algo inerte que como o nome diz passa o tempo. E hoje fui surpreendido com a estreia de "O Último Respiro" na Amazon Prime Video, pois não tinha me chamado atenção quando li os nomes dos filmes que estreariam na plataforma nesse mês, e contando com um elenco interessante em um filme baseado em uma história real, o resultado foi tão expressivo que você não vê o tempo de tela passar, e quando se dá conta já está respirando ofegante com toda a entrega. Ou seja, é daqueles filmes que você confere meio que já sabendo o que irá acontecer, mas que funciona bem pela dinâmica e pela desenvoltura completa, aonde conseguiram ser bem simples na dramaticidade toda, mas forte e emocionante pelos atos em si.

A sinopse é bem simples e nos conta que a trama segue mergulhadores em uma corrida contra o tempo e contra as forças da natureza para resgatar um companheiro preso a 90 metros de profundidade no oceano.

O mais bacana de tudo é que o diretor Alex Parkinson também dirigiu o documentário do caso em 2019, ou seja, já conhecia detalhes e também toda a equipe para desenvolver a ficção, apenas precisando de bons atores para dimensionar tudo na tela e entregar um bom resultado. Dessa forma o diretor trabalhou suas cenas com um fechamento de tela bem propício, pois não ousou com cenários grandiosos, principalmente pelo fundo do mar ser algo que quase ninguém consegue enxergar, e assim toda a técnica foi possível para causar um ar claustrofóbico no público, que praticamente entra ao lado dos protagonistas em todos os momentos de tela, seja em cima do navio enfrentando as ondas ou embaixo do mar com o parceiro de equipe levando o mergulhador apagado até o sino.

Quanto das atuações, o trio principal conseguiu trabalhar tão bem em conjunto que cada um dentro da especificidade colocada chamou a dinâmica para seus atos, começando claro com Woody Harrelson fazendo com que seu Duncan fosse literalmente um paizão dos mergulhadores, e preocupado com o amigo passou todo o tempo mesmo sem olhar equipamentos dando as noções, ou seja, o ator foi preciso de envolvimento e agradou muito. Simu Liu é daqueles atores que gosta de pegar trabalhos bem diferentes, e aqui seu Dave é extremamente sério e fechado, focado na sua missão e sabendo passar bem a síntese do papel na tela, ao ponto que só quebra as nuances no fechamento, e ali ganhou o aplauso. Finn Cole trabalhou seu Chris com trejeitos meio que tristes demais, parecendo aéreo em alguns momentos, mas dentro da personalidade do papel foi bem no que fez, fora toda a preparação para os atos finais, sabendo expressar tudo com poucos movimentos. Quanto aos demais, diria que entregaram o que precisavam apenas para dar o conteúdo ao filme, mas tiveram dinâmicas suficientes para chamar atenção e marcar presença, tendo claro o destaque para Mark Bonnar com seu Craig cheio de boas sacadas e expressividades no ato de resgate.

Visualmente, como disse ao falar da direção, o longa não precisou de ambientes amplos, tendo a base com toda certeza filmada no navio original aonde puderam usar alguns equipamentos dali para ambientar o público de tudo, e depois em estúdio focaram mais nos elementos menores bem colocados, afinal não arriscariam tanto colocando grandes atores no meio do mar, mas vemos desde o sino aonde os mergulhadores ficam para a compressão e descompressão, vemos as nuances dentro do fundo do mar escuro, e claro o navio com a base de comando cheia de computadores e botões para todos os lados.

Enfim, é um filme que já nasceu bem feito, afinal o documentário fez muito sucesso e transportar isso para uma ficção com atores foi bem sacada dentro das emoções que o diretor sabia que o público reagiria, ou seja, é algo que costumo falar que quando se vai fazer algo baseado em uma história, não é só transportar a ideia, mas sim criar tudo com as devidas nuances para ir além, e aqui está um belo exemplo dessa ideia. Então fica a dica para conferirem na plataforma de streamings, e eu fico por aqui hoje voltando amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Prédio Vazio

6/09/2025 11:59:00 PM |

Sem dúvida alguma um dos diretores mais cultuados do cinema nacional dentro do viés de terror é Rodrigo Aragão, ao ponto que muitos podem nem conhecer, por justamente seus filmes fugirem completamente do comum, e assim dificilmente chegar nos cinemas tradicionais das redes de cinema, mas se você viajar para qualquer lugar mundo afora e perguntar entre os fãs de terror o nome de um diretor brasileiro, provavelmente ouvirá o nome dele. Dito isso, o seu novo longa "Prédio Vazio" estreia na próxima quinta 12/06 nos cinemas nacionais, mostra bem seu estilo mais fechado em tramas com uma tensão bem desenvolvida, mas sem precisar criar um contexto muito grandioso, tendo elos violentos e personagens fortes, aonde tudo se resolve de uma forma simples, porém coerente dentro do contexto. Ou seja, diria que é o filme mais "acessível" do diretor, pois consegue trabalhar a ideia do ver/falar com espíritos, e desenvolve tudo de forma rápida, de modo que tudo se encaixa sem ir muito além, nem forçando o estilo, nem saindo totalmente dele.

O filme acompanha a história de Luna, uma jovem que busca por sua mãe, que desapareceu no último dia de Carnaval em Guarapari, cidade litorânea do Espírito Santo. Ao mergulhar mais fundo na investigação, Luna descobre um antigo prédio aparentemente vazio, mas que na realidade é habitado por almas atormentadas. A atmosfera de suspense e pavor aumenta à medida que Guarapari, famosa por suas belas praias, deixa de ser um destino turístico movimentado, tornando-se um cenário assombrado pela busca implacável de Luna.

Claro que quem não conhece o estilo do diretor Rodrigo Aragão talvez não se conecte por completo à proposta da trama, mas quem já viajou para cidades turísticas fora de temporada sabe que ruas e prédios viram quase ambientes fantasmas, então a base foi colocar essa onda junto de uma dona de um prédio antigo que não quer ficar mais sozinha após os velhinhos que moravam ali deixarem o plano terreno, ou seja, é um filme bem básico que dá para pegar bem a ideia logo de cara, e que usando das sempre boas maquiagens e efeitos práticos (sem ou com bem pouca computação), ele conseguiu simbolizar toda a densidade dramática e causar com a entrega na tela. Ou seja, é daqueles filmes que você não vai precisar pensar muito, e que a violência visual funciona, que quem curte o estilo do diretor talvez até ache um pouco calmo demais, mas que certamente muitos que forem conhecer, acabarão procurando por mais dele.

Quanto das atuações, diria que Lorena Corrêa ficou um pouco surtada demais com sua Luna, ao ponto que até temos pessoas que se desesperam após algumas situações, mas chega a ser exagerado demais alguns atos seus, não que isso tenha atrapalhado o andamento do longa, mas ficou mais difícil de se conectar com suas atitudes. Gilda Nomacce faz tantos filmes de terror que já deve ver algumas coisas estranhas pela sua casa, e aqui sua Dora é a base tradicional de alguém com problemas e que está disposta a tudo para manter seu prédio com o maior número de pessoas o ano inteiro, e não apenas no verão, fazendo trejeitos fechados, mas totalmente apropriados para os momentos da trama. Assim como o papel da garota, a mãe vivida por Rejane Arruda é meio explosiva demais em cena, fazendo com que sua Marina até tivesse um tom fora do eixo em alguns atos, mas no decorrer do final da trama o resultado acaba sendo convincente. Já o rapaz Caio Macedo tentou puxar um lado meio cômico e se perdeu, depois trabalhou o lado mais sofrido e ficou estranho, até que o lado mais desesperado funcionou, mas não teve muito tempo para trabalhar isso, então não deu para ele. Quanto ao casal de velhinhos diria que dava para ter brincado mais com eles, pois os atores Walter Filho e Thelma Lopes tinham tudo para chamar muita atenção e desenvoltura na tela, ainda mais do que fizeram com seu pouco tempo de cena.

Visualmente o longa trabalha basicamente o prédio bem feio pelo exterior, sendo algo até estranho de ter moradores na época do Carnaval ou do verão capixaba, quartos simples e básicos, mas depois quando a situação bota para quebrar, aí já temos muito sangue, cruzes, iluminações, facas, algemas e tudo mais com muita maquiagem plástica característica do diretor para dar as devidas nuances na tela. O único aquém que pontuaria foram as cenas dos velhinhos vivos ainda, que a fotografia ficou rosada demais, e com um cenário falso de nuvens, que dava para ter melhorado para não ficar tão artificial.

Enfim, é um filme simples e bem feito, que fez parte de um projeto que o diretor esteve presente, então não é uma obra tradicional sua, que mostra que o cinema nacional também sabe brincar com o terror, mas não vá conferir esperando algo gigantesco, afinal não é o estilo nem do diretor, nem desse projeto, então fica a dica para a conferida nas cidades que entrar em cartaz a partir da próxima quinta. E é isso meus amigos, fico por aqui agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Retrato Filmes pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até lá.


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Netflix - O Jogo da Viúva (La Viuda Negra) (A Widow's Game)

6/08/2025 10:45:00 PM |

O que mais gosto dos longas de suspense policial espanhóis é que eles pegam casos reais e os esmiúçam na tela para que o espectador se conecte por completo com personagens e história, porém isso também é algo que me irrita algumas vezes, afinal muitos longas acabam ficando novelescos demais quando usam dessa técnica. E é justamente isso que ocorreu no longa da Netflix, "O Jogo da Viúva", aonde facilmente removendo uns 20-30 minutos e ao invés de criar "capítulos" para cada personagem trabalhar, apenas colocassem uma dinâmica central bem trabalhada, resultaria em algo chamativo e bem marcado. Ou seja, não é um filme ruim, pois a história em si é algo que já vimos muitas vezes acontecer e quando uma trama policial é bem encaixada causa boas sensações no público, mas dava para ter feito algo impactante que chamaria muito mais atenção e impactaria pela boa desenvoltura cênica na tela.

No longa acompanhamos a recriação ficcional de um caso criminoso verdadeiro que ficou conhecido como ‘A Viúva Negra de Patraix’. Em Agosto de 2017, num estacionamento na cidade espanhola, o corpo de um homem foi encontrado esfaqueado sete vezes. O cenário e os múltiplos ferimentos indicavam um crime passional e não um simples roubo com homicídio. A equipe do Departamento de Homicídios da cidade, com uma detetive veterana no comando, porém, rapidamente iniciam uma investigação contra o relógio que os conduz na mira de uma suspeita inesperada: a esposa do falecido, Maje. A jovem viúva, que todos diziam ser amável, doce e serena, levava uma vida dupla. Casada a menos de um ano com a vítima, Maje foi a responsável pelo trágico crime que marcou a comunidade local.

Diria que o diretor Carlos Sedes trabalhou de forma bem coerente, mas não quis ser tão direto na desenvoltura da trama, pois dava para transformar o roteiro em algo simples e bem feito, ao invés de querer trabalhar toda a personalidade de cada um dos protagonistas, mas como seu estilo é de muitas séries, optou em querer quebrar em capítulos a dinâmica do longa, e com isso vemos praticamente personagens desaparecendo enquanto outros entregam seus atos. Ou seja, faltou um foco maior na dinâmica policial, ficando o longa um pouco novelesco demais, o que não é ruim dentro da proposta toda, mas dava para ser daqueles que chocariam mais com toda a realidade e o estilo da protagonista policial e da jovem criminosa.

Quanto das atuações foi bem bacana ver uma inspetora fora dos padrões, de modo que Carmen Machi deu um tom bem marcante para sua Eva, sendo ousada e direta em cena, mas também não sendo tão aproveitada dentro do âmbito policial que precisaria, ou seja, a atriz poderia ter sido mais intuitiva e cheia de traquejos para que o papel fosse além, sem precisar mostrar coisas da vida dela, mas isso é um erro de roteiro e não da atriz. Diria que Ivana Baquero trouxe para sua Maje o lado intenso e marcante de muitas mulheres com ares de muitos homens, jogando com a ingenuidade de alguns e com o lado sedutor para cima de outros, ao ponto que a atriz soube segurar seus atos como uma verdadeira atriz, ou seja, segurou as nuances sem precisar explosões emocionais e agradou com o que fez. Tristán Ulloa trabalhou um Salva meio forçado, sendo daqueles homens de mais idade que caem no golpe das bonitinhas de plantão, e sem jogar muito do emocional, ele até fez alguns atos interessantes, mas não foi muito além na tela.

Visualmente a trama teve uma pegada interessante, mostrando um pouco da delegacia, um pouco da casa religiosa da família dos protagonistas, o estacionamento aonde aconteceu o crime, o hospital aonde trabalhava a garota e o envolvido, um pouco da família do envolvido e claro o luxo das saídas dela em boates e restaurantes, mostrando uma certa precisão cênica bem dividida para criar todos os ambientes da história, mas até agora ainda estou me perguntando qual a necessidade de mostrar a filha da inspetora de polícia, que nada agregou na trama, ou seja, apenas serviu para que ela não estivesse quando o colega sofreu o atentado, que também não importa tanto para a trama, ou seja, gastaram com locações sem necessidade.

Enfim, é um filme correto dentro do que se propõe, mas que se alonga sem necessidade e mostra coisas a mais que não fizeram tanta parte do crime e da investigação em si, e assim sendo não impactou como poderia. Vale como um passatempo razoável que até agrada, mas nada demais dentro do estilo suspense policial. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Como Treinar o Seu Dragão em Imax 3D (How To Train Your Dragon)

6/08/2025 02:52:00 AM |

Sei que muitos não sabem disso, mas uma das animações que mais amo é "Como Treinar o Seu Dragão", tanto que até hoje tenho ranço de "Toy Story 3" por ter rancado o Oscar do meu Banguela, tenho a coleção completa dos livros da Cressida Cowell (sendo uma das poucas coleções da minha biblioteca particular que li inteira), e estava morrendo de medo de estragarem no live-action como aconteceu com muitas adaptações, mas felizmente isso não aconteceu, ao ponto que me vi voando na tela junto com o protagonista, senti a presença do dragão bem próximo de mim e a base completa foi belissimamente transportada para a versão com atores, e claro que trouxe para casa um balde do Banguela, pois não deixaria ele sozinho lá na prateleira do cinema (brincadeira, pois acabaram em segundos os baldes belíssimos!). Mas vamos ao que interessa, afinal aqui não tem passada de pano, e quando tenho de ser crítico não vou com a emoção (ou vou, já que aqui o espaço é meu), e o que posso dizer é que sempre coloco em pauta que continuações tem de permanecer com seus criadores, pois eles sabem o que fazer na tela para não desapontar, e Dean DeBlois não soltou a pata de seu dragão de forma alguma desde o primeiro longa, fazendo as 3 animações, e quando cogitaram adaptar para live-action falou que nem que seu salário fosse menor, ele não deixaria que outro pegaria o projeto, ou seja, ele se manteve fiel e soube transportar em detalhes cada elemento cênico da sua animação brilhante para que com a versão com atores reais ficasse tudo perfeito e emocional, dando ainda mais texturas para os personagens principais. Ou seja, é um filme que alguns vão atacar a garota por não ser loirinha como a do desenho, outros vão reclamar de ser uma cópia exata, mas souberam usar bem a sina de que pouquíssimos vikings reais são loiros, e pra que mudar algo que deu certo? Então, até procurei algo que eu pudesse reclamar, mas meus olhos brilharam hoje, e digo mais, optei em ver dublado que mantiveram os mesmos dubladores, e claro os nomes, então me senti feito por completo, e se vier legendado semana que vem que estreia realmente, quem sabe eu arrisco ver novamente, afinal é lindo demais.

A sinopse nos conta que na acidentada ilha de Berk, onde vikings e dragões convivem em constante conflito, vive Soluço, um jovem imaginativo e subestimado pelo pai, o Chefe Stoico. Diferente de seus conterrâneos, Soluço não possui habilidade para caçar dragões, mas busca provar seu valor. Tudo muda quando ele derruba um temido Fúria da Noite, mas, em vez de matá-lo, forma uma improvável amizade com o dragão, a quem chama de Banguela. Esse laço revela a verdadeira natureza dos dragões, desafiando séculos de tradições e crenças da sociedade viking. Com a corajosa Astrid e o excêntrico ferreiro Bocão Bonarroto, Soluço lidera uma jornada de transformação, questionando o medo que separa os dois mundos. Quando uma antiga ameaça ressurge, colocando em risco tanto os vikings quanto os dragões, a amizade de Soluço e Banguela se torna a única esperança de unir os dois lados.

Embora muitos não saibam, o primeiro filme dirigido por Dean DeBlois foi junto de Chris Sanders e se chama "Lilo & Stitch" que foi feito em 2002, mas basicamente quem levou todos os louros foi Chris, e 8 anos depois ele veio com esse projeto maravilhoso que tinha lido os livros de Cressida Cowell e havia se encantando, ou seja, fez os três belos trabalhos, encantou o mundo e só não levou premiações pelas datas erradas junto de grandes nomes na mesma época. Pois bem, quando o estúdio levantou a fala dizendo que seu primeiro projeto de live-action seria "Como Treinar Seu Dragão", não pensou duas vezes e falou que só liberaria o projeto se fosse ele a seguir com a direção, e o estúdio que não é besta, não pensou duas vezes, e pronto, podemos afirmar que depois de tantas adaptações mal-feitas para o estilo de animação com atores, aqui ele deu uma aula de como não estragar a essência e encantar ainda mais, usando personalidade e bons personagens, sem inventar a roda, fazendo o básico bem elaborado e botando o carisma e essência emocional em níveis fora do imaginário, tanto que o estúdio já lhe deu carta branca para começar o projeto da continuação antes mesmo do lançamento, pois sabem que o dinheiro vai vir, e o exemplo foi dado hoje, quase uma semana antes da sessão de estreia oficial com sessões praticamente esgotadas, combos sendo levados quase que na briga, e 2027 está pertinho para vermos a continuação, e ainda com uma área de parque completamente inteira para chamar de sua (o qual pretendo visitar o quanto antes, e certamente se emocionar por lá também!).

Quanto das atuações, vou falar pela expressividade em si de cada ator, afinal como já disse optei em ver dublado para me remeter as vozes que conhecia da animação, e sim foram exatamente todos os mesmos dubladores da animação de 2010 que voltaram aqui como Gustavo Pereira, Mauro Ramos, Luisa Palomanes e Claudio Galvão nos papeis principais; mas principalmente por gostar mais de Soluço e Banguela do que a forma que soa Hiccup e Toothless, que não são os nomes da leitura no livro. Dito isso, aonde esse garoto Mason Thames esteve escondido todo esse tempo, pois sei que foi muito bem e detonou em "O Telefone Preto" e já virá bem demais na continuação ainda nesse ano, mas ele ficou muito semelhante ao personagem original, possuindo até os mesmos traquejos faciais expressivos do desenho, sendo dominante nas dinâmicas e claro nos colocando passando a mão no dragão mais fofo que existe no mundo. É difícil reclamar de Gerard Butler quando ele pega um personagem para se jogar por completo, e aqui seu Stoico chega a ser um chefe até mais imponente que o da animação, com dinâmicas que chegam a assustar pela expressividade do ator, mas foi simbólico como um grande viking, e não desapontou de forma alguma com o que fez. O que tem de fã atacando Nico Parker por não entregar uma Astrid loirinha como muitos esperavam igual a da animação não está escrito, mas a jovem foi muito bem pensada antes da criação final, afinal nos livros ela tem essa fisionomia de guerreira, e não é algo muito comum de vermos mulheres angelicais no mundo viking, e assim contando com um semblante mais forte e menos doce, e a atriz trabalhou isso muito bem, soube ser explosiva e cheia de entrega e agradou demais nos momentos chaves. Ainda tivemos outros atores muito bem colocados, destacando todos os jovens muito bem representados, mas não vou me alongar no texto, apenas dizendo que fui surpreendido com tudo o que vi na tela, e nenhum ator ficou jogado de lado, o que mostra uma direção segura e bem certeira nesse sentido também.

Agora visualmente o longa ficou perfeito, ao ponto que estava com um certo receio que abusassem de semblantes muito fortes para que os dragões ficassem malvados e imponentes, mas souberam trabalhar algo que muito se vê no livro, os tamanhos de cada um, pois o Fúria da Noite, Banguela, bem longe do ser gigantesco que é na animação, aqui tem quase o mesmo tamanho de Soluço, e outros dragões também tiveram seus "poderes" mais bem exemplificados como lemos nos livros, então a equipe de arte computacional brincou com o público e deu as devidas nuances na tela para que tudo ficasse bem próximo de algo real, porém fantasioso como deveria ser, a ilha de Berk está com um primor visual incrível e as cenas de batalha com fogo ficaram realmente impressionantes, ou seja, pegaram quem trabalhou bem nas animações e falaram transporte isso para o realismo, sem ter de inventar muito, corrija os excessos, e pronto. Agora falando para os amigos que amam a tecnologia 3D, prepare-se para voar com Banguela, pois é lindo no mesmo estilo que James Cameron brincou com "Avatar", usando de tecnologia de imersão, de proximidade e tudo mais, ao ponto de você querer passar a mão nos dragões, fora que em todas as cenas de voo somos imergidos quase que em primeira pessoa, ou seja, são raros filmes que isso funciona na telona, e aqui foi perfeito.

Enfim, junto das mesmas trilhas sonoras de John Powell que seguraram o tom da animação, aqui vemos algo muito presente e envolvente com praticamente as mesmas canções, ou seja, um grande acerto na telona. Ou seja, falei a palavra perfeito diversas vezes aqui, e dar qualquer nota menor que a máxima seria uma loucura completa, pois certamente se eu rever, até acharei alguns defeitos, mas nessa noite eu sei que sonharei feliz com o que vi na telona, pois me emocionou como deveria, cumpriu com a missão de não estragar o que vi 15 anos atrás (justamente quando comecei as críticas, e infelizmente foi em Março que ainda não tinha o site), ou seja, que a briga entre o dragão fofo e o alienígena azul seja um grande sucesso para que os cinemas voltem a lotar, pois o acerto foi grandioso, e 2027 está logo aí para a continuação, com mesmo elenco, direção e tudo mais, então foco em não falhar caro Deblois. E é isso meus amigos, o texto ficou imenso, mas estou feliz demais com o que escrevi, então abraços e até amanhã com mais textos.


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O Grande Golpe do Leste (Zwei Zu Eins) (Two to One)

6/07/2025 01:35:00 AM |

Vou começar o texto do filme de hoje pela frase de encerramento dele: "Dinheiro é liberdade impressa", que colocaram assinada por Dostoiévski, e lembro bem pouco de um passado já longínquo o que vi sobre a união das Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental, da queda do muro e tudo mais que foi marcante na época, porém estudamos pouco sobre como ficou a economia, os empregos e tudo mais, afinal História Mundial acaba sendo uma matéria meio que grande demais para a época da escola, e tudo é passado bem rápido para nós. Dito isso, por um certo momento vendo o longa "O Grande Golpe do Leste", que estreia na próxima quinta 12/06 nos cinemas, pensei essa história não pode ser real, certamente a diretora viajou no material que tinha e criou isso da sua mente, mas não, ao final dele vemos os detalhes de como tudo aconteceu bem de forma semelhante ao que foi trabalhado na tela. Ou seja, é daqueles filmes tão malucos que você não acredita no que está acontecendo, e acaba se divertindo com toda a situação, pois realmente foram bem espertos quando puderam, e claro o governo foi extremamente burro com o que fez, pois abriu brecha para algo fora de série que poderia ter acabado com o país.

A sinopse nos conta que após a queda do Muro de Berlim, uma família comunista encontra um bunker cheio de dinheiro prestes a perder o valor. Com a ajuda dos vizinhos, eles embarcam em uma corrida contra o tempo para entrar em grande estilo no mundo capitalista.

Diria que a diretora e roteirista Natja Brunckhorst pegou uma história bem aberta e soube encontrar um estilo mais propício para contar, pois certamente viu a história acontecendo em sua juventude ficou abismada com tudo aquilo rolando, e dessa forma ela acabou trazendo para o lado cômico um vértice bem trabalhado que ao mesmo tempo que surpreende também diverte o público. Ou seja, dava para ser uma trama completamente forte e densa, mas a leveza e a dinâmica que ela encontrou para mostrar os vértices socialistas, comunistas e capitalistas em um mesmo plano ficou beirando o brilhantismo, com sacadas bem marcadas na tela que não dá para acreditar em momento algum que isso aconteceu mesmo. Claro que ela usa a base do cinema alemão que não são comédias que você irá rolar de rir, mas a diversão acontece ao mesmo tempo que está implícita nas dinâmicas, e isso é um show a parte na tela.

No quesito das atuações acostumamos tanto a ver Sandra Hüller em papeis dramáticos e densos, que inclusive a levou a ser indicada ao Oscar e ganhar tantos outros prêmios, que encontrar um tom leve e despojado para ela certamente foi um desafio gigante para a diretora, mas se saiu tão bem com sua Maren que até nem parece a mesma atriz que já vimos em outros filmes. Ronald Zehrfeld num primeiro momento pareceu deslocado com seu Volker, de modo que não pegamos bem a ideia, mas durante a desenvoltura completa do longa ele acaba se jogando com uma personalidade forte, mas com sutilezas gostosas de dar o encontro na tela, ao ponto que funciona com o que faz. Max Riemelt também se jogou por completo com seu Robert, sabendo ser um líder na hora que tinha que ser, mas também alguém com uma linha emocional solta demais para o papel, e assim agrada sem pesar a mão, mas naquele limiar que poderia dar muito errado. Ainda tivemos bons momentos com Ursula Werner fazendo sua Käte cheia de imposição de experiência, Martin Brambach chegando a ser irritante com todo o estilo de seu Lunke, Peter Kurth bem fechado com seu Marke, mas sem dúvida entre todos os secundários quem conseguiu sobrepor por completo diversos momentos importantes foi a garotinha Lotte Shirin Keiling com sua Dini.

Visualmente a trama trabalhou locações bem interessantes desde um complexo habitacional mais pobre, com muitos desempregados, rebeldes e trabalhadores mais humildes, porém espertos, um bunker do governo cheio de caminhos e claro todo o dinheiro antigo deixado para se deteriorar com o tempo, e ainda muitos vendedores de porta em porta, com objetos de todo o estilo no maior capitalismo selvagem possível, sendo engraçado ver todos os carros da época abarrotados de eletrodomésticos e itens de cozinha passando pela alfândega sem fiscalização alguma já que o país está aberto de um lado para o outro, e claro muito dinheiro, inclusive tendo a sacada do "lavar" dinheiro literalmente.

Enfim, é um filme bem bacana para conhecer um pouco de uma história real completamente absurda, e ainda se divertir com a sacada trabalhada pela diretora, que só me incomodou em um detalhe que mesmo tendo algumas canções boas colocadas para as dinâmicas, a trilha sonora original acabou ficando num tom pastelão meio que forçado demais, mas nada que atrapalhe toda a entrega na tela, e claro valendo a recomendação para conferirem na estreia. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Atômica Lab Assessoria e da Synapse Distribution pela cabine, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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HBO Max - Mountainhead

6/06/2025 12:47:00 AM |

Costumo dizer que a ficção anda tão próxima do mundo real atualmente, que alguns elementos de filmes acabam trabalhando situações que enxergamos as coisas críticas da tela como algo comum de possivelmente acontecer num futuro próximo, ou até mesmo já estar acontecendo. E a sacada do longa "Mountainhead", que estrou na Max ou HBO Max, trabalha através de diálogos intensos um final de semana entre ricaços donos de empresas de tecnologia na mansão de um deles aonde veem o mundo pegando fogo através das redes sociais e dos jornais, principalmente após o lançamento de uma ferramenta que propaga sem limites informações mistas que não dá para saber se é verdade ou não o que está acontecendo, enquanto a IA de um passa a lucrar enquanto verifica os fatos. Ou seja, facilmente poderíamos estar falando sobre isso hoje no jantar com nossa família, afinal temos notícias assim acontecendo, ou seja, estou na dúvida se vi um filme ou o noticiário na TV, mas como conheço os atores, sei que é o primeiro caso, então fica a dica para a conferida e reflexão.

O longa acompanha quatro amigos bilionários, donos de empresas de tecnologia, que se reúnem numa mansão durante o desenrolar de uma crise política, social e econômica internacional.

Após roteiros brilhantes de séries de sucesso mundo afora, Jesse Armstrong chega aqui para sua primeira direção de longa-metragem, e ele fez algo que facilmente poderia ser em filmado em qualquer ambiente, mas que sabiamente jogou em um lugar fora da bolha aonde tudo poderia explodir, do tipo jogue uma bomba no mundo e saia para as montanhas para ter um final de semana com os "amigos". Ou seja, é daqueles roteiros bem feitos e cheio de sacadas ácidas, que pontualmente funcionam dentro de uma proposta mais ampla, aonde você vê tudo acontecer, e nem pensa que algo poderia mudar os rumos do dia, mas que no final o diretor soube mostrar a faceta dos grandes ricos que não estão nem aí para os acordos feitos de boca, mas sim para algo melhor para ele próprio. Claro que por ser sua primeira direção vemos a famosa enrolação para manter o tempo de texto na tela, mas o resultado em si não fica preso, e assim acaba agradando.

Um ponto muito interessante para se discutir inclusive na data de hoje é que praticamente todos os protagonistas são humoristas, e falam de temas sérios e pesados com uma ironia que talvez impacte muitas pessoas, mas como reflexão são personagens fazendo aquilo, e não suas opiniões, ou seja, aqui sim o valor tem de ser marcado, então fica a dica para a briga atual. Dito isso, Steve Carell é daqueles que tem sempre um bom tom para impactar com o que faz, e mesmo trabalhando personagens meio que depressivos, o resultado sai pela tangente, tanto que seu Randall entrega atos fortes, porém entretém com uma pegada diferente do padrão. Agora quem impacta novamente em um filme cômico em duas semanas seguidas no streaming é Cory Michael Smith com seu Venis, que qualquer mera coincidência com outro bilionário tecnólogo que conhecemos e anda fazendo grandes bagunças no mundo é apenas ficcional, ou será que ele se inspirou? Não saberemos, mas o ator tem um timing tão preciso para tudo o que faz na tela que agrada demais, e mostra que devemos muito ficar de olho nele, tanto no ator quanto no personagem "real". Ramy Youssef brincou com as facetas mais fechadas e diretas de seu Jeff, sabendo utilizar da proposta como um contraponto mais centrado dentre os amigos na tela, mas talvez uma pegada mais explosiva anteriormente agradaria de uma forma melhor, mas ainda assim foi muito bem com o que fez. Já Jason Schwartzman acabou fazendo um Souper meio que forçado demais, daqueles que chega a irritar na tela, porém é o estilo do ator e isso poderia ter sido melhor trabalhado para que não saísse tanto do eixo, mas para o personagem que é alguém ainda milionário e quer um dígito a mais na sua conta até foi bem no que fez.

Como disse no começo, visualmente o longa poderia se passar em qualquer lugar, até mesmo em uma peça teatral de apenas um palco e alguns cenários simples espalhados pelo ambiente, porém vemos uma mansão gigantesca, com bunker, sauna, salão de jogos e claro comida de todo o tipo para que os personagens humilhassem com seus gostos e gastos, além claro da montanha belíssima de fundo na neve aonde eles andam com suas motos de neve e vão até o topo ostentar seus gritos e contas. Fora claro muita coisa real acontecendo e sendo apenas noticiada pelos celulares e TVs da casa, mas apenas como pano de fundo para as discussões, e também os gigantes carros, aviões, helicóptero e tudo mais para chegar ao local.

Enfim, acredito que muitos irão achar a trama chata e até um pouco cansativa, porém é daqueles que se a equipe pensasse em tudo o que ocorreria nesses dias/semanas no mundo atual real, jamais acertariam tanto na data de lançamento, pois tanto nos EUA quanto aqui no Brasil o longa pode ser discutido aos montes com os fatos que aconteceram, então fica como uma boa dica para refletir. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Bailarina (Ballerina)

6/05/2025 01:09:00 AM |

Não posso dizer que hoje fui ao cinema sem saber o que esperar, pois o trailer de "Bailarina" passou tantas vezes antes das sessões que fui, que só não decorei a música dele por não ser algo tão chiclete como alguns outros trailers, e claro também por ser uma obra inserida no Universo de John Wick como tanto frisam em pôsteres, trailers e todo material promocional possível e imaginário, dava para imaginar ao menos que seria uma trama de vingança e pancadaria, e pronto. Ou seja, fui ao cinema esperando ver a versão feminina de Keanu Reeves socando quem entrasse na frente de seu objetivo, e nada mais, e assim sendo, saí bem satisfeito com o que me foi entregue, agora quem for esperando uma história original, dentro de um mundo do crime, com nuances e tudo mais, vai com toda certeza sair decepcionado, pois não vão reinventar a roda dentro do cinema moderno, vão pegar e colocar um brilho, mudar ranhuras, e só, afinal já dizia um sábio profeta: "no mundo de hoje nada se cria, tudo se copia", e bola pra frente, pois como já falei, saí feliz com o que vi, assustei com o horário que acabou, pois foi longo e não vi a hora passar, e agora é esperar continuações dela, friso isso, pois o John morreu no último filme, e reviver ele para continuações seria algo bizarro, tanto que aqui o longa da garota se passa entre os dois últimos filmes do John.

A trama segue uma assassina habilidosa, que foi treinada nas tradições da organização Ruska Roma. Ela busca vingança contra aqueles que assassinaram sua família.

Acho que nunca coloquei uma sinopse tão curta aqui, mas é isso, o diretor Len Wiseman não quis enfeitar seu filme, colocando logo de cara a história da garotinha que vê seu pai sendo morto após muita luta para que ela fosse livre, é colocada numa "academia" de balé aonde formam assassinos do método russo, em um de seus trabalhos atrás de saber mais do seu passado vê algo muito semelhante ao que ocorreu com ela, e chega na cidadezinha já sendo caçada por todos e botando as Armas para explodir quem tentar lhe impedir de pegar o chefão. Ou seja, básico do básico do estilo aonde o diretor, que já fez outro grandioso filme de mulheres empoderadas quando isso nem era uma palavra do nosso vocabulário em 2003 ("Anjos da Noite"), soube brilhar e entregar o que o público alvo do estilo desejava ver, com uma fotografia bem feita, armas imponentes e muita luta corporal para dar aquele extra que gostamos de ver em tramas desse gênero.

Sei que muitos irão pegar minha sacada de colocar Armas em maiúsculo no parágrafo acima, afinal a escolha do elenco com certeza também brincou com isso da protagonista Ana de Armas vir com tudo com sua Eve, aonde certamente a atriz usou muito de sua dublê Cara Marie Chooljian, mas também brincou e se jogou bastante nas lutas, afinal tem vários vídeos de bastidores com ela treinando para o papel, ou seja, já disse em outros filmes que a atriz tem uma boa pegada e aqui ela não desaponta com o que faz em cena. Gabriel Byrne chega a ser daqueles vilões meio que irritantes com seu Chanceler, mas talvez um desenvolvimento um pouco maior de sua corporação (ou seita como o longa diz) seria interessante para ir mais além, afinal ele só manda, e quem bate são seus seguidores e protetores da cidadezinha. Keanu Reeves dispensa apresentação, e teve até que uma quantidade significativa de cenas com seu John Wick. E vale claro colocar em pauta vários outros atores que já vimos nos outros filmes de Wick, como Anjelica Houston como a diretora da Ruska Roma, Ian McShane com seu Winston, e claro o último trabalho de Lance Reddick com seu Charon.

Visualmente o longa é bem bonito, contando com uma fotografia densa e cores chamativas para realçar alguns detalhes, muitas armas de todos os estilos, facas, machados, martelos, patins, mangueira e o que mais aparecer na frente da protagonista é usado com letalidade, e claro muitas bombas que praticamente fazem os vilões saírem com milhares de pedacinhos pelos ares, tivemos atos em boates, na academia de treinamento tanto de balé, como de luta e tiro, e claro a cidadezinha no meio do nada, repleta de neve e muita interação visual, aonde a caçada ficou bem intensa. Ou seja, a equipe de arte brincou bastante com o que tinha no orçamento.

Enfim, é o famoso filme que promete algo e entrega o que foi prometido, não sendo algo para lacrar, não sendo algo que trabalhe algum tipo de empoderamento como poderiam ter feito, mas que agrada por ser simples e objetivo, aonde quem gosta vai torcer e querer ver mais, e quem não gosta nem vai passar na porta. Claro que dava para ter desenvolvido muito mais coisas, principalmente o lado da seita dos antagonistas, mas não duvido que isso talvez já tenha sido jogado na série derivada do filme, ou em algum dos outros quatro longas (que aí não vou lembrar tanto), e também mesmo sendo uma trama dinâmica aonde não vemos os 125 minutos de duração, talvez alguns cortes de atos desnecessários agradaria um pouco mais. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Memórias de um Caracol (Memoir of a Snail)

6/04/2025 12:55:00 AM |

Ver uma animação em stop-motion já é algo incrível, pois se pararmos para pensar o tanto de trabalho que dá fotografar quadro a quadro para depois virar um filmão já acaba sendo obrigatório a conferida, mas juntar a isso ter ganho o Anecy que é o Oscar das animações, além da indicação ao Oscar de Melhor Animação perdendo apenas para uma outra belezinha num ano acirrado de ótimos trabalhos do estilo, e ainda colocar todo um mote cheio de nuances nos diálogos (ou quase um monólogo da protagonista) envolvendo solidão, depressão, e muito mais para refletirmos e pensarmos em tudo o que já vivemos e/ou iremos viver um dia! Ou seja, pode parecer apenas um desenho animado no pôster, mas é um baque forte e até bem triste em alguns momentos, que o diretor soube entregar com tanto impacto que faz de "Memórias de um Caracol" uma verdadeira obra de arte, e que finalmente poderá ser conferido nos cinemas nacionais a partir da próxima quinta 05/06.

A sinopse nos conta que Grace Pudel é uma garota solitária que coleciona caracóis ornamentais e tem um enorme amor pelos livros. Ainda muito jovem, Grace foi separada do irmão gêmeo, o pirofagista Gilbert, e a partir daí, entrou em uma espiral contínua de ansiedade e angústia. Apesar dessas inúmeras dificuldades, a menina volta a encontrar inspiração e esperança quando inicia uma amizade duradoura com uma idosa excêntrica chamada Pinky, repleta de coragem e desejo de viver.

Apostaria fácil que o diretor e roteirista Adam Elliot vivenciou muito do que entrega na tela com a protagonista, pois é daquelas histórias que você sente o envolvimento acontecendo como se algo ali falasse mais do que apenas com imagens, e isso é algo lindo de se ver, porém também bem forte pela essência completa dos temas tratados, e assim sendo cada elo é tratado com requinte e cheio de vivência, aonde cada quadro tem muitos elementos cênicos incríveis que acabamos apaixonados pelos detalhes e pela composição em si. Ou seja, é mais do que um simples stop-motion tradicional, com elos que vão muito além de algo bonitinho de se ver, mas que amplia a discussão sobre temas difíceis, e claro sobre o que o pôster já diz, que é sair da sua própria concha.

Os personagens na tela são incrivelmente bem desenhados, de modo que Grace mesmo com um ar depressivo tem todo um carisma e um charme fácil de nos conectarmos, aonde Sarah Snook trabalhou as nuances de sua voz para que tudo fosse bem pausado e pontuado, e que mesmo sendo quase um monólogo narrado não cansasse e fluísse na tela. O irmão gêmeo Gilbert tem um ar ainda mais depressivo, com uma pegada mais fechada, porém com um vértice completamente cheio de intensidade, que tendo ainda a família adotiva completamente maluca conseguiu chamar muita atenção para as dinâmicas colocadas. E como já falei deles, a família Appleby é daquelas aonde cada personagem chama na tela para a formatação e para as dinâmicas que entregam, sendo marcante pelo lado religioso e crítico por tudo o que rola na fábrica e atrás dela. A senhorinha Pinky é muito bem elaborada, e ainda brincando com o tema do momento Alzheimer vai além demais com tudo. Entre muitos outros personagens que valeria citar, mas vamos parar por aqui, apenas dizendo que os caracóis e porquinhos da Índia são muito fofos e fizeram bem na tela.

Visualmente o longa é um deslumbre completo, pois conseguir fazer com que tudo tivesse texturas e personalidade na tela, com detalhes e tudo mais sendo criado do zero com a técnica de massinhas principalmente, fotografado quadro a quadro, com elementos incríveis desde a casa da protagonista, a casa aonde o irmão vai morar, a igreja, todos os ambientes cheios de caracóis e maçãs, entre muitos outros símbolos presentes, já começando com uma abertura minimalista com elementos que veremos o filme todo por a protagonista ser acumuladora, ou seja, a equipe de arte mereceu todos os aplausos possíveis.

Enfim, é um tremendo filmaço, que vai muito além de uma animação simples tradicional que estamos acostumados, emocionando e envolvendo na medida, e principalmente fazendo com que pensássemos em tudo ao redor da protagonista e de nossa vida também, só não digo que é perfeito que valeria um final mais coerente a tudo o que vimos ao invés de algo bonitinho, mas ainda assim não é algo que tenha estragado todo o resultado anterior. Então fica a dica para conferir o longa em todos os cinemas do país a partir do dia 05/06, e eu fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Mares Filmes pela cabine, então abraços e até amanhã com mais dicas.


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Terra à Deriva 2: Destino (流浪地球2) (Liú Làng Dì Qiú 2) (The Wandering Earth II)

6/03/2025 01:26:00 AM |

Já digo de antemão que o que vou indicar hoje é literalmente um filmão, tanto em qualidade quanto em duração, tendo nada menos que 173 minutos de duração (já inclusos as cenas no meio dos créditos, que não dá para fugir antes). Dito isso, o lançamento dessa quinta 05/06 nos cinemas, "Terra à Deriva 2: Destino", é uma história que se passa antes do filme de 2019 que quase quebrou a Netflix, batendo recordes e mais recordes de exibição, e que agora o novo lançamento nos cinemas chineses botou todos os filmes hollywoodianos no chinelo com uma bilheteria bilionária, ou seja, veremos ainda muitas tramas derivadas desse sucesso, e digo que vale cada momento de tela, pois a tecnologia computacional é daquelas que mesmo não vendo em 3D é possível enxergar as diversas camadas sendo exibidas, detalhes impressionantes em ângulos de todas as formas possíveis, e algo que insisto muito que todos vejam legendado o longa, pois não temos uma linguagem universal, então os chineses falam mandarim, os russo falam em russo, brasileiros em português, e norte-americanos e britânicos falam em inglês, ou seja, é um filme multicultural, com personagens dinâmicos e imponentes, com uma ideia completamente maluca de levar a Terra e a Lua o mais longe possível do Sol com motores para evitar a extinção através das tempestades solares. Ou seja, é um filme complexo, ficcional é claro, mas que trabalha inteligência artificial, processos físicos, bombas nucleares, intervenção de diversos países, e tudo mais dentro de complexos personagens e dinâmicas, ao ponto que hoje após a cabine estava até com dor de cabeça de tanta informação, mas completamente vidrado em tudo o que vi, e assim sendo aplaudi com toda certeza toda a entrega na tela.

A sinopse é bem simples e nos conta que os humanos construíram enormes motores na superfície da Terra para encontrar um novo lar. Mas a estrada para o universo é perigosa. Para salvar a Terra, os jovens mais uma vez precisam dar um passo à frente para começar uma corrida contra o tempo pela vida e a morte.

Volto a falar que a melhor coisa que existe em continuações é manter a equipe original, com diretores, roteiristas e tudo mais que for possível, afinal já conhecem tudo o que fizeram, e dá para trabalhar bem a ideia por completo, e aqui Frant Gwo voltou a usar o livro de Cixin Liu, e já digo mais, a terceira parte vem em 2027 já sendo produzida, ou seja, ele gostou de gastar um orçamento pequenino de 900.000.000 de yuans (o que corresponde a quase o mesmo valor de reais, ou seja, quase 1 bilhão de reais), e que demonstra cada moeda que colocou na tela, pois tudo é impressionante, desde a história que constou com vários consultores técnicos para que a ficção fosse inventada, mas não saísse do absurdo completo, aonde tudo acaba sendo explosivo, diálogos intensos entre os líderes, personagens heroicos e tudo mais funcionam dentro da proposta, não sendo uma loucura desvairada do diretor, mas sim uma trama com pegada técnica, com história (um pouco confusa dentro de todo o tempo de duração), mas que mesmo sendo alongadíssimo, não cansa e muito menos vemos partes que poderiam ser eliminadas, que claro parecem quase uma série completa em um único capítulo, mas que funciona com a proposta de várias frentes, e o resultado impacta no final.

Não vou entrar em detalhes sobre as atuações, pois são muitos personagens principais, e quando digo muitos não estou economizando, ao ponto que chega a ser até confuso quais histórias principais querem nos colocar em evidência na tela. Mas o que posso falar sem menosprezar nenhum deles é que Jing Wu que aparece no primeiro filme entregou bastante aqui com seu Liu Peiqiang, Yi Sha fez os vários momentos desde mais novo até um velho general com seu Zhang Peng de uma forma bem imponente, Yanmanzi Zhu trabalhou sua Xiaoxi bem cheia de dinâmicas, e claro tenho de dar um destaque para Daniela Tassy que faz uma astronauta brasileira contando até com uma boa quantidade de diálogos, ou seja, não fez apenas uma breve participação.

Visualmente meus amigos, os caras gastaram quase um bilhão de reais, o que em dólares é algo que praticamente nenhum filme se arrisca a gastar, ou seja, é o sonho de qualquer diretor de arte chegarem pra ele e falar: quero realismo, então se vire que você pode pagar! E vemos muita computação gráfica de primeiríssimo nível, ambientes gigantescos, figurantes a rodo com figurinos imponentes e bem trabalhados, destruições para todos os lados, fogo, explosões, robôs, muita água também com as mudanças lunares, ou seja, o pacote completo que junto de uma fotografia precisa de ângulos incríveis ainda foi possível fazer a tridimensionalidade sem óculos, ou seja, algo brilhante de se ver em qualquer tela, mas se for possível nas maiores, com toda certeza será mais impactante.

O longa conta também com uma trilha sonora impressionante que dá ritmo e tensão para os diversos momentos do filme, tanto que sempre deixo ativado o Shazam enquanto assisto aos filmes, e aqui vieram nada menos do que 40 canções compostas para ele, mostrando a qualidade do compositor Roc Chen, que também deu o tom para o primeiro filme, ou seja, é o envolvimento que muitos sabem colocar bem na tela.

Enfim, é daqueles filmes que quem curte o estilo não vai ter do que reclamar, pois são efeitos de primeira linha, uma história cheia de amarras e desenvolvimentos insanos, e toda uma proposta ficcional que tem uma base real até que bem colocada, mas que quem prefere dramas mais centrados sem tanta insanidade com toda certeza irão reclamar até das cores do longa, o que é uma inverdade, pois é algo bonito de se ver, mesmo que saia da sessão com uma dor de cabeça imensa, pensando se realmente entendeu tudo o que aconteceu. Então fica a dica para a conferida nos cinemas a partir da próxima quinta 05/06, em algumas cidades apenas, o que é uma pena, mas como também tem dinheiro da Netflix envolvido, acredito que daqui alguns meses surja por lá. E eu fico por aqui agradecendo demais o pessoal da Sinny Assessoria e da Sato Company pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.

PS: Infelizmente a distribuidora só compartilhou o trailer dublado, mas assim que arrumar um bom legendado eu troco aqui, pois como disse no começo, ver o filme com as várias linguagens e traquejos é mais do que necessário.



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A Lenda de Ochi (The Legend of Ochi)

6/02/2025 12:11:00 AM |

Costumo dizer que quando vemos muitos filmes como é o caso de críticos e/ou cinéfilos, vemos tanta coisa que por vezes acabamos esperando até algo a mais que não vai rolar, mas esperamos mesmo assim, e isso é ruim, pois você acaba pegando um elo solto ou uma proposta sem carisma, e o filme inteiro vai para o brejo. E porque comecei o texto de "A Lenda de Ochi" dessa forma? Simplesmente por existir um negócio chamado Flix Channel que antes de cada filme que vemos vem os apresentadores todo santo dia mostrar as mesmas coisas, e acabei ficando interessado pela proposta do longa que parecia um "Gremlins" versão para crianças modernas, que não aceitam o terror, mas hoje assistindo me vi acompanhando mais a mistura de "Como Treinar Seu Dragão" com uma pegada meio de "Lilo & Stitch", entre muitas outras referências, sendo uma mistura completa de estilos, aonde os personagens principais não tem carisma algum, e a história acaba sendo um recorte que não prende o espectador. Ou seja, é daqueles que você até espera ir além até o final, mas quando vê o final aconteceu e não veio aquele além que você esperava, e assim o resultado fica morno, e não chama atenção para nada.

O longa conta a história de uma jovem garota chamada Yuri que vive num vilarejo remoto e isolado na ilha de Carpathia. Tímida e introvertida, Yuri cresceu com avisos de que nunca poderia sair após o anoitecer, criada para temer uma espécie reclusa da floresta conhecida como Ochi. Sob o estigma de serem criaturas perigosas e malignas, piores do que lobos e ursos, os Ochi são continuamente caçados pelos moradores da vila com quem possuem um atrito ancestral. Um dia, porém, enquanto acompanha seu pai numa dessas caçadas, Yuri esbarra com um Ochi bebê machucado e abandonado por sua matilha. Decidida a devolver o pequeno de volta para sua família, a jovem embarca numa aventura cheia de obstáculos e ameaças pelas montanhas e caminhos tortuosos da ilha. Ao se arriscar cada vez mais fundo dentro da floresta, ela descobre os segredos desse lugar, enfrenta desafios inimagináveis e aprende lições valiosas sobre o verdadeiro sentido da amizade, da coragem e a importância de proteger a natureza.

Diria que o diretor e roteirista Isaiah Saxon até foi bem criativo com o que desejava apresentar, mas cometeu o famoso erro de estreante em longas que é colocar tudo o que já viu em outros filmes no seu, e o mais interessante é que ele não começou pequeno, pois tem a produção dos Irmãos Russo junto da A24 Filmes, ou seja, veio com o pavão completo de penas abertas para entregar algo que certamente foi muito bem vendido nos bastidores. Ou seja, dava para o jovem diretor não inventar tanta moda e criar algo mais simples e bem feito, mas sonhou demais com a venda, e o resultado acabou ficando uma mistura completa de vários elementos gostosos, que junto ficaram com um gosto estranho, e isso é o famoso erro que acontece quando um diretor/roteirista tem um bom projeto, mas quando vê tanto dinheiro nas mãos, acaba se perdendo, não agradando nem os produtores, nem o público que vai conferir.

Um dos maiores problemas do longa acredito que tenha sido nas atuações, pois Helena Zengel fez sua Yuri totalmente sem carisma, ao ponto que mesmo tendo uma conexão até que bonita com o bichinho, não nos convence de seus atos, e não chama o filme para si, ou seja, faltou alguém ali que pegasse na mão da atriz e falasse para ela reagir e se expressar, e infelizmente isso não aconteceu com os demais atores. Gosto muito do estilo que Willem Dafoe costuma entregar para seus papeis, mas já está ficando exagerado ele aparecer em 11 de cada 10 filmes lançados, ao ponto que aqui pareceu até estar sem muita paciência para que seu Maxim (aliás nem sabia que ele tinha nome!), apenas gritando e se jogando para frente da câmera sem se expressar bem como costuma fazer. Emily Watson trabalhou sua Dasha com tanto conteúdo para ir além na tela, mas praticamente todos seus atos foram recortados, e isso fica nítido na tela ao ponto de esquecermos de sua personagem tão rápido quanto aparece, e olha que ela poderia ajudar muito no filme. Finn Wolfhard é um ator bem versátil na tela, e tem puxado sempre o carisma para si nos longas que tem entrado, mas aqui seu Petro é tão apático e sem rumos, que ainda estou pensando o que ele fez em cena, ou seja, não ajudou em nada. Quanto aos demais, é melhor nem entrar em detalhes, pois não fluíram, sendo apenas um monte de garotos atacando sem rumo algum, no melhor estilo "Peter Pan" que tem, ou seja, nem lembraremos deles.

Visualmente, a minha maior recomendação para quem for conferir o longa nos cinemas é procurar a sala com maior brilho possível, pois o filme é bem escuro, com cenas em meio de florestas e pântanos, além de casas quase sem iluminação alguma, aonde você verá somente o rostinho azul do bichinho, aliás aí está um ponto bem favorável, pois mesmo sendo algo meio como um morcego ou sei lá o que com seus dentes pontudos, os bichos são bonitinhos, lembrando uma mistura de Gremlim com o Stitch, com a carinha azul e muitos pelos, também tivemos o protagonista vestindo uma armadura estranha, e a casa de todos bem rústica e com um ar até certamente místico da mulher no meio da montanha. Ou seja, a equipe de arte até tentou ir além, mas não conseguiu mostrar todo seu potencial, e o culpado pode ser o diretor de fotografia que esqueceu de ligar a iluminação secundária para dar as devidas nuances.

Enfim, é o famoso filme que tinha muito potencial para talvez virar algo mitológico e com outros longas derivados, mas que foi tão mal aproveitado, que o resultado apenas acaba sendo bacaninha, não empolgando e não levando nada a lugar algum, e assim sendo recomendado apenas como algo bem mediano. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Ainda Não é Amanhã

6/01/2025 04:45:00 PM |

Costumo dizer que longas que envolvem gravidez inesperada são os mais tensos para se falar, e claro para a direção dele saber como trabalhar para funcionar na tela sem ficar artificial ou exagerado, e felizmente o filme "Ainda Não é Amanhã", que estreia na próxima quinta 05/06 nos cinemas, trouxe uma abordagem simples, direta, rápida e bem funcional do ato em si da mulher escolher o que quer para si, para seu corpo e para sua própria vida, de modo que o que vemos na tela é bem feito, mostra o processo e as consequências, e mesmo sem fazer apologia para nenhum dos lados consegue fazer sentido, o que é muito válido principalmente como cinema. Ou seja, sei que muitos vão atacar a produção, outros nem irão ver, mas a ideia ao meu ver tem de ser sempre da pessoa em si, pois o mundo só tá o caos pelas pessoas com decisões erradas, e os filmes tem de abordar sim cada tema e cada um tirar o que acha preciso ou interessante do que ve na tela, então não a toa o longa tem ganho várias premiações pela intenção e pela dinâmica muito bem representada.

A sinopse nos conta que Janaína é uma jovem de dezoito anos que mora com a mãe e a avó em um conjunto habitacional na periferia do Recife. Ela é a primeira pessoa da família a entrar na universidade, mas uma gravidez indesejada ameaça os planos que ela havia traçado.

Diria que a diretora e roteirista Milena Times soube ter uma estreia em longas sendo singela com o tema, pois dava para fazer dois tipos bem diferenciados de trabalho com a situação, e por vezes poderia ter virado até um capítulo de novela, mas felizmente o resultado flui como cinema, traz a proposta na tela, mostra a escolha da garota frente a tudo o que está acontecendo com ela, e também mostra o impacto do remédio, mas também a ajuda das amigas e claro a sinceridade final da mãe, ou seja, vemos a proposta bem direcionada e bem dirigida, que funciona e sem enfeitar o doce, entrega bem um começo, meio e fim.

Quanto das atuações, a jovem Mayara Santos trabalhou bem toda a síntese que sua personagem Janaína precisava mostrar, desde os estudos difíceis na faculdade, a diversão no baile e no amor, a cobrança da família, e claro a dor da descoberta inesperada e dos remédios na escolha feita, mas mais do que isso, trabalhou olhares e emoções com boa sinceridade e estilo, o que acabou agradando e funcionando bastante. Vale destacar também em cena Bárbara Vitória com sua Kelly bem amiga da protagonista e sabendo encontrar conselhos, colo e boa sintonia, aonde o resultado funciona na tela. O longa contou com muitos atores e atrizes estreantes em longas, mas todos bem centrados e chamativos aonde precisavam, valendo também citar com boas dinâmicas, principalmente no fechamento Clau Barros como a mãe da protagonista e Cláudia Conceição como a avó, mas dentro de uma boa síntese não precisaram se mostrar muito para o resultado focar bem mais na jovem garota.

Visualmente a trama também foi bem simples, sem grandes anseios visuais, mas totalmente representativa, como o condomínio periférico aonde os personagens moram, o baile cheio de jovens na noite, toda a condução para ir estudar longe, o ambiente da faculdade aonde a jovem com seu financiamento busca opções de bolsas para ir mais além, o apartamento da amiga, e claro a forma ilegal de se conseguir o remédio, além dos modos de chás e tudo mais, sendo tudo sem grandes formatações, mas simbólico na medida.

Enfim, é um filme que não vai além da proposta, o que não é ruim, pois funciona de forma inteligente e sutil, e assim vale a recomendação de conferida na data de estreia. E é isso meus amigos, fico por aqui agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Embaúba Filmes pela cabine, e volto mais tarde com outras dicas, então abraços e até logo mais.


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O Refúgio (Homestead)

6/01/2025 02:03:00 AM |

É bem engraçado que antes de pesquisar qualquer coisa sobre o longa "O Refúgio" acabei assistindo ele inteiro e fazendo a pré-crítica no Facebook julgando que ele tinha toda a cara de ser uma série que resolveram lançar nos cinemas antes para testar a popularidade e ver até onde poderiam chegar, e aí eis que abro as informações do diretor, e bingo, está lá já dois episódios lançados que são mostrados trechos bem rapidamente no final do longa. Ou seja, se eu esperava ver a continuação do longa na telona, posso esquecer, afinal já entregaram tudo na série. Porém, acredito que a essência toda foi bem colocada aqui, embora com o estilo novelesco (ou de série como muitos preferem falar atualmente), e que confesso que se não tivesse tanto anseio religioso em cima para um fechamento até milagroso demais, o resultado da proposta poderia fluir e entregar algo até bem marcante. Sendo assim, vemos que o pessoal religioso anda querendo brincar com todos os estilos possíveis dentro do mundo do cinema, e só está faltando virem com um terror religioso, mas aí seria forçar demais a barra.

O longa nos mostra que uma bomba nuclear é detonada em Los Angeles, e o país mergulha em um caos sem precedentes. O ex-integrante das Forças Especiais, Jeff Eriksson e sua família escapam para The Homestead, uma excêntrica fortaleza de sobrevivencialistas aninhada nas montanhas. À medida que ameaças violentas e condições apocalípticas se aproximam de suas fronteiras, os moradores de The Homestead se perguntam: por quanto tempo um grupo de pessoas conseguirá resistir aos perigos da natureza humana e ao derramamento de sangue à sua porta?

Diria que o diretor Ben Smallbone trabalhou bem o conceito que lhe foi dado na tela, porém acabou exagerando demais na quantidade de personagens importantes e nas dimensões que desejava alcançar com sua trama, pois dava para ser tranquilamente um filme apocalíptico bem encaixado aonde os preparados para o fim (ou sobrevivencialistas como preferem ser chamados) montam seu exército particular, cultivam sua comida e animais enquanto do lado de fora todos morrem e os conflitos que isso geraria, mas ao envolver religião e lições de vida dentro da proposta o resultado acabou ficando um pouco frouxo na amplitude completa. Ou seja, o que vemos dava para ser um filme só, bem fechadinho e direto de impacto, mas ao querer colocar tantas coisas na tela, o resultado só poderia ser visto como uma série maior, e claro com um desenvolvimento maior de personagens, o que quem for conferir a série pode até voltar aqui e dizer se ficou bacana, pois eu não irei.

Quanto das atuações, um fator que me incomoda demais nesse estilo é que temos de um lado os bons samaritanos que pregam a paz e tudo mais, e do outro temos os brucutus que precisam ter o espírito mudado, e isso se não é bem passado para os atores acaba virando uma bagunça na tela. E Bailey Chase fez com que seu Jeff Eriksson ficasse bem no estilão de segurança, aonde só se preocupa em ganhar a guerra e não ver as consequências dos dois lados, mas começa a mudar meio que do nada nos atos finais, e isso não flui como algo normal em uma trama, ao ponto que o ator forçou um pouco seu jeitão na tela. Neal McDonough trabalhou seu Ian quase coo um caipira rico aonde nem vemos o dinheiro surgir e comanda tudo ali ao redor, mas que ao mesmo tempo o povo da prefeitura nem sabe quem ele é, ou seja, faltou desenvolver um pouco mais o antes dali para ter mais vivência no personagem e agradar mais. As mulheres da trama ficaram todas em segundo plano, com trejeitos de dona de casa, mas algumas com porte para ir mais além, apenas dando um leve destaque para a garota que Olivia Sanabia faz bem doce e que valeria ter trabalhado um pouco mais na tela. Ou seja, vou falar só desses, mas tivemos muitos personagens na tela, com atores bons e outros apenas enfeitando o ambiente, mas que sem o devido desenvolvimento apenas foram jogados.

No conceito visual diria que exageraram na explosão que apenas um barquinho fez em um país continental como os EUA, de modo que talvez desse para trabalhar algo mais chamativo na destruição em si, mas isso é um detalhe técnico, depois vamos para os carros gigantes fugindo para o casarão que tem mais cara de um grande palácio do que uma fortaleza realmente preparada para o fim, mas tudo foi muito bonito cenicamente, tendo um pomar de diversos tipos de frutas, muita floresta e tudo mais para acontecer nas montanhas, mostrando que a equipe de arte conseguiu um arsenal gigantesco de armas de todos os estilos, e até tentou ser chamativo dentro do possível com as cenas mais intensas.

Enfim, diria que dava para ter ido bem mais além dentro da proposta como um ou dois filmes, desde que tudo fosse mais desenvolvido e sem tantos personagens-chave, mas como a ideia era algo maior como uma série, faltou talvez explodir mais tudo na tela para convencer o público a querer ver esse algo a mais, então também não rolou. Sendo assim fica a dica apenas para o pessoal mais desse meio que quer se preparar para um fim, e nem tanto para o pessoal religioso, pois não ficou tão propício a funcionar dessa forma, pois mesmo não sendo algo ruim de ver, também passa longe de ser algo bacana na tela. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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A Procura de Martina (La Búsqueda de Martina) (Martina's Search)

5/31/2025 07:26:00 PM |

Esses dias conversando no programa Estúdio TH+ que faço parte às sextas estávamos discutindo como as produções brasileiras tem melhorado substancialmente, e digo mais, após vários trabalhos em conjunto com outros países ao nosso redor, estamos vendo trabalhos fortíssimos de envolvimento, com nuances precisas bem colocadas, e que usando de conhecimentos replicados acabam fazendo algo bonito na telona para não apenas contar histórias, mas sim ampliar o horizonte das pessoas e ao emocionar com a essência bem trabalhada também levantar problemas do passado para que não ocorram novamente. E a colaboração entre Brasil, Uruguai e Argentina, "A Procura de Martina", que estreia nos cinemas na próxima quinta 05/06 traz não apenas uma situação tensa que são as avós da Praça de Maio em busca de seus netos que foram levados das mães grávidas durante a ditadura argentina, mas também coloca uma doença triste demais que é o Alzheimer em seu ponto quase crítico. Ou seja, é daqueles filmes que permeiam situações tão bem colocadas na tela, que você acaba se envolvendo fácil com a protagonista, e quando vê ela fazendo a loucura de sair de Buenos Aires, andar pelo Rio de Janeiro sozinha nos lugares não muito amigáveis, e tudo mais, acaba sentindo a pressão e a tensão junto dela para chegar aonde deseja, sendo bonito e bem representativo.

O longa nos conta que Martina é uma viúva argentina que procura há mais de trinta anos pelo neto, nascido em cativeiro durante a ditadura militar. A necessidade de encontrá-lo se torna ainda mais urgente quando Martina recebe o diagnóstico de Alzheimer. Ao descobrir que o neto pode estar no Brasil, Martina embarca em uma jornada onde passado e presente se misturam, transformando sua busca em uma luta contra o esquecimento.

Diria que a estreia da diretora e roteirista Márcia Faria em longas foi precisa demais, pois a história em si tem um funcionamento tão doce e ao mesmo triste, que consegue se desenvolver dentro da trama várias sensações, e isso conforme vai acontecendo na tela vai se abrindo os frutos do carisma da personagem para com a essência do que viveu, da sua busca em tentar não ser esquecida, de ter um mínimo contato com alguém de seu sangue, e tudo mais, juntamente com fantasmas do passado que a mente vai lhe trazendo, criando um elo bonito e cheio de desenvolvimentos. Ou seja, ela fez daqueles filmes que mesmo não sendo fortes e impactantes, conseguem passar o sentimento da tela para o público, e isso é acertar na escolha de um primeiro longa, que nem é tão longo assim, tendo 87 minutos que é uma medida perfeita para funcionar.

Quanto das atuações, sem dúvida alguma Mercedes Morán soube dominar a tela com sua Martina, passando muita sinceridade no olhar, desenvolvendo personalidade nos atos mais densos e sendo tão solta que por vezes você até esquece que está vendo um filme e não apenas acompanhando ela na sua busca, o que é bem raro de ver em muitos filmes aonde você sente a mão do diretor nos personagens e atores, ou seja, ela se jogou e conseguiu passar muito tanto a sensação da doença, quanto o sentimento de perda de alguém. Outra que foi muito bem em cena, e gosto muito de suas atuações é Luciana Paes, pois fazendo a recepcionista do hotel Jéssica de cara demonstra conhecimento do Rio, e assim como as boas recepcionistas são fluentes em outros idiomas, e aqui além disso ela ajudou demais a protagonista na sua busca, foi precisa de envolvimento, e a atriz passou trejeitos tão bem feitos que acabam agradando bastante na tela. Vale ainda dar um destaque para Carla Ribas com sua Hilda, aonde não chega a passar a rigidez militar de seu marido, mas segurou a dramaticidade cênica nos atos de confronto com a protagonista, sendo bem marcante com o que conseguiu trabalhar.

Visualmente o longa passeia no começo pela casa da protagonista, sua rotina de remédios e coisas sumindo de sua vista, sua imaginação conversando com o marido que não a ajuda achar as coisas, vemos suas idas na hidroginástica e no aniversário de uma amiga, depois já no RJ vemos suas andanças por bairros simples e comunidades, além de um fechamento em um terreno bem marcante pela simbologia entregue, ou seja, a equipe de arte foi sutil e direta no que desejavam entregar.

Enfim, é um filme que em um primeiro momento achei que não fosse curtir tanto, mas que acabou me envolvendo de um jeito gostoso e interessante, e que certamente recomendo para todos que gostam de um bom drama com os temas, então fica a dica para conferirem nos cinemas quando lançar no dia 05/06. E é isso meus amigos, fico por aqui agora agradecendo a Bretz Filmes e a Primeiro Plano Assessoria pela cabine, e volto mais tarde com outras dicas, então abraços e até logo mais.


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