Vou ser bem sucinto para falar do longa "A Última Rodada", que pode ser conferido dentro do Festival de Cinema Italiano no Brasil, pois é um filme que talvez muitos já tivessem imaginado a situação e criado o roteiro em suas mentes, principalmente os amigos da faculdade de cinema, afinal sair andando de bar em bar, sempre procurando a próxima saideira até esperar algum horário que tenha de buscar alguém, no caso do filme ninguém vai preso, e nem causa nenhum estrago, mas no Brasil sabemos bem o que poderia rolar, e durante essas andanças ir pensando na vida e conversando com os demais nos bares, ou seja, bem básico que por ventura pode ser que saia algo mais filosófico ou até alguma conversa sobre algum assunto mais profundo, como no caso aqui ao pegarem um jovem estudante de arquitetura, falar sobre um cemitério, mas nada que chegue a impressionar realmente. Aliás, não sei o que chamou tanta atenção para ser selecionado em Cannes, pois não tem nada realmente que impacte o público com o estilo entregue.
A sinopse nos conta que Carlobianchi e Doriano, dois cinquentões à deriva, compartilham uma obsessão: tomar a última “a saideira”. Numa noite qualquer, enquanto vagam de carro de um bar a outro pela imensa planície do Vêneto, cruzam o caminho de Giulio, um jovem e tímido estudante de arquitetura. Esse encontro inusitado com dois mentores improváveis transforma radicalmente a visão de Giulio sobre o amor, a vida e o futuro. Um road movie nostálgico que viaja na velocidade da sobriedade.
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Diria que o diretor e roteirista Francesco Sossai desejava trabalhar um road movie simples que funcionasse na tela e não precisasse ir muito além, e ele conseguiu essa entrega, afinal seu filme não é daqueles que você precise pensar mais que 5 minutos, e isso não é ruim, mas ficou faltando conteúdo para que o longa tivesse um algo a mais, e assim sendo pareceu como disse acima um projeto de escola, aonde talvez alguém até veja algo diferenciado na entrega dos personagens, mas não consegue ser convincente o suficiente como filme mesmo.
Quanto das atuações, Sergio Romano e Pierpaolo Capovilla foram bem diretos com seus Carlo e Dori, entregando trejeitos bem de bêbados (será que o diretor deu bebidas reais para eles?) e com olhares e traquejos bem propícios para toda situação, não sendo personagens chatos de acompanhar, mas que talvez com diálogos que fossem um pouco além acabariam resultando em uma trama bem melhor. Ainda tivemos Filippo Scotti com seu Giulio entrando bem na onda dos demais protagonistas, demorando um pouco para engrenar, mas depois se jogando e trabalhando bem os elos da história em conjunto.
Visualmente a trama fica dentro do carro dos protagonistas, passa por diversos tipos de bares, desde os mais tradicionais italianos até alguns que já parecem dominados pelos EUA (tendo até uma boa sacada de um alemão falando que a Itália foi dominada antes que eles), tivemos uma cena mais ampla junto de um grupo de amigos de faculdade, e também o cemitério aonde o jovem arquiteto irá explicar mais coisas para os protagonistas. Além disso tiveram algumas cenas do passado deles mostrando como ganharam dinheiro, mas sem grandes floreios para ir bem além na trama.
Enfim, estava bem curioso pela proposta do longa e acabei não conseguindo enxergar o "algo" a mais que o longa talvez tenha conquistado a curadoria de Cannes, ou até mesmo do Festival Italiano para que entrasse nas exibições, pois é básico e sem grandes feitios, mas que vale como uma ideia para os futuros diretores verem aonde podem explorar com algo bem barato e fácil de se fazer. E é isso meus amigos, volto amanhã com mais dicas, então abraços e até breve.


































