Fazia um bom tempo que não via um filme tão gostoso quando "Sr. Blake ao Seu Dispor", sendo daqueles que certamente colocarei num cantinho para me lembrar, pois o longa consegue ser doce e bem humorado, cheio de nuances, mas sem precisar ficar forçado, e que acaba brincando com as facetas da famosa rixa entre franceses e ingleses com uma desenvoltura própria e fácil de se envolver. De tal forma o longa brilha nossos olhos com o carisma dos personagens, o lorde que um empresário acaba virando como mordomo, e todas as boas sensações que consegue colocar num castelo triste e quase que em ruínas pessoais, parecendo até uma daquelas obras natalinas que vemos tranquilamente numa tarde leve e gostosa, que não precisamos pensar em nada, e que ainda assim passam boas lições. Ou seja, é um filme simples, muito bem feito, muito bem atuado, e que emociona na medida, mesmo tendo alguns pequenos defeitos, mas que não impactam no resultado final.
A sinopse nos conta que desde a morte de sua esposa, Diane, Andrew Blake não tem mais ânimo para nada. Ele só tem uma ideia em mente: voltar para a França e se aproximar das lembranças felizes no local onde conheceu sua amada. E para isso está disposto a renunciar ao sucesso e correr todos os riscos. Mas sua viagem não ocorre como planejado e Blake se vê obrigado a desempenhar o papel de mordomo para ficar na mansão onde tudo aconteceu. Entre Madame Beauvillier, a dona da casa, Odile, a cozinheira com um carácter forte, Philippe, o caseiro teimoso e Manon, a jovem empregada, Blake descobre pessoas tão perdidas como ele. Neste lugar tão especial, este homem que já não esperava nada da vida será obrigado a começar tudo de novo.
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A sinopse nos conta que desde a morte de sua esposa, Diane, Andrew Blake não tem mais ânimo para nada. Ele só tem uma ideia em mente: voltar para a França e se aproximar das lembranças felizes no local onde conheceu sua amada. E para isso está disposto a renunciar ao sucesso e correr todos os riscos. Mas sua viagem não ocorre como planejado e Blake se vê obrigado a desempenhar o papel de mordomo para ficar na mansão onde tudo aconteceu. Entre Madame Beauvillier, a dona da casa, Odile, a cozinheira com um carácter forte, Philippe, o caseiro teimoso e Manon, a jovem empregada, Blake descobre pessoas tão perdidas como ele. Neste lugar tão especial, este homem que já não esperava nada da vida será obrigado a começar tudo de novo.
Quem me acompanha a algum tempo sabe o temor que tenho de diretores e roteiristas estreantes, principalmente em comédias dramáticas, pois é um gênero que você precisa ter o dom para conseguir fazer o público rir e se emocionar ao mesmo tempo, e Gilles Legardinier ganhou todas minhas atenções para o seu próximo filme, pois se conseguiu algo tão bem elaborado assim logo na estreia, o que será que irá conseguir fazer com um pouco mais de experiência? Claro que aqui ele teve a sorte de pegar um ator que todos dizer ser incrível trabalhar com ele, mas lhe foi dado um bom texto para isso, e o diretor soube dominar as dinâmicas sem precisar ficar explicando muita coisa, embora algumas pudessem ter sido melhor desenvolvidas (como a empresa do protagonista, se ele comprou ou fez algo para a dona, entre outros detalhes, mas que acabaria enrolando um pouco a trama), mas ainda assim o resultado fluiu tão bem que dá para relevar essa falta que provavelmente foi feita para dinamizar cortando as sobras.
Quanto das atuações, já vi muitos longas de John Malkovich, porém não me lembro de nenhum que eu tivesse me apaixonado pela entrega do ator como aconteceu aqui, de modo que seu Andrew Blake é mais do que apenas um lorde inglês falando um francês perfeito e maravilhoso na tela, sendo daqueles seres humanos que agregam os demais, que mesmo tomando uma posição bem inferior se joga, se transporta, ajuda, conecta e traz o envolvimento de tela, fazendo até com que os outros atores saíssem das suas zonas de conforto e se doassem por completo com ele, ou seja, fez tudo e mais um pouco na tela, agradando do começo ao fim. Outra que caiu muito bem para o papel foi Émilie Dequenne, de modo que sua Odile tem todo um ar de liderança, mas também tem suas fraquezas e recaídas, tendo muitas dinâmicas diretas, que até acabam parecendo arrogantes, mas que sendo desenvolta acaba agradando demais com o que faz na tela. Ainda tivemos momentos bem colocados e emocionais de Fanny Ardant com sua Nathalie Beauvillier com ares tristes e dinâmicas bem enlutadas na tela, tivemos Philippe Bas bem atrapalhado, mas durão com seu Magnier, e também a doce e ingênua Manon que Eugénie Anselin fez, além claro que devo citar a gatinha Novehka fazendo seu Mephisto com muitas caras e bocas.
Visualmente a trama fica toda no grandioso castelo, com seus vários cômodos empoeirados, tendo boas sacadas com os materiais que são dados para o protagonista limpar relógios, caçar poeiras e tudo mais, tivemos a reabertura de alguns ambientes como uma grandiosa sala e um salão de jogos, muitas cenas na cozinha do ambiente, e também no casebre de Magnier, além de um belo bosque e um jardim bem harmonioso, com muitos detalhes e dinâmicas ocorrendo das formas mais icônicas, e claro com muitos elementos cênicos, ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante para detalhar, dar as devidas nuances nos objetos, e fazendo com que tudo representasse bem na tela, desde contas até o bichinho de recordação da filha, entre fotos e tudo mais.
Enfim, é um filme que me agradou demais, que fez eu ter uma noite como há muito tempo não tinha de dar risadas, me emocionar e se envolver com cada detalhe da trama, ao ponto que só achei mesmo defeitos enquanto escrevia o texto, principalmente por achar que talvez alguns elos pudessem ser melhores desenvolvidos, mas não é nada que atrapalhe a graciosidade da trama, e claro valer demais a recomendação para uma ótima sessão para todos os amigos que conseguirem assistir ele na estreia que ocorre na próxima quinta, 18/09. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Mares Filmes pela excelente cabine, e volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.