Alguns filmes são tão leves e gostosos de assistir que mesmo tendo uma reflexão em segundo plano acaba sendo envolvente e divertido, e desde quando vi o trailer de "Eternidade" senti que seria algo interessante com boas nuances, mas que talvez recairia para algo bobinho demais na tela, e hoje após conferir posso dizer que tem seus atos mais bobinhos, mas a ideia por completo é tão genial que não tem como você não sair da sessão com um sorriso no rosto, e até sonhando com a possibilidade de quem sabe o pós-morte ser nesse estilo (será que tem cinema na eternidade?). Ou seja, pode até parecer daquelas comédias românticas bem sessão da tarde, mas que trabalha até que bem a ideia de um pós-morte menos religioso, aonde as nuances funcionam para que nos afeiçoemos com os personagens, e até ficar com uma certa torcida para um dos lados, e assim o resultado funciona até mais do que parecia.
No longa vemos que todas as almas, após a morte, mudam-se para uma espécie de limbo chamado Junction, onde tem uma semana para decidir onde querem passar a eternidade. Ao lado de seus coordenadores do pós-morte, cada um precisa escolher a maneira como (e com quem) quer passar esse tempo infinito. Quando Joan morre, ela é confrontada com uma escolha impossível entre Larry, o homem com quem passou a vida junto, ou Luke, seu primeiro amor e marido que morreu na guerra muito jovem e esperou por ela por 60 anos no limbo da eternidade.
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No longa vemos que todas as almas, após a morte, mudam-se para uma espécie de limbo chamado Junction, onde tem uma semana para decidir onde querem passar a eternidade. Ao lado de seus coordenadores do pós-morte, cada um precisa escolher a maneira como (e com quem) quer passar esse tempo infinito. Quando Joan morre, ela é confrontada com uma escolha impossível entre Larry, o homem com quem passou a vida junto, ou Luke, seu primeiro amor e marido que morreu na guerra muito jovem e esperou por ela por 60 anos no limbo da eternidade.
Diria que o diretor e roteirista David Freyne foi bem criativo tanto na ideia da trama quanto na execução, pois é um filme que se olhado bem de perto é simples de essências, mas que consegue se desenvolver tão facilmente que acabamos rapidamente envolvidos com toda a entrega dos personagens e do ambiente em si, ao ponto que mesmo tendo uma pegada cômica não fica como algo jogado ou forçado para que o público ria das situações, mas sim que estejam sempre com o sorriso no rosto mesmo nos atos mais densos de dúvida da protagonista. Além disso pode parecer simples a história principal que rola na tela, mas foram criadas as diversas eternidades no melhor estilo de um Mercadão de frutas, foi feito o lance do Arquivo aonde os protagonistas veem suas histórias a qualquer momento para relembrar boas dinâmicas, e no ato da correria vemos ao fundo toda a confusão com os momentos mais tensos da vida da personagem, ou seja, são vários outros mini-filmes rolando ali, além de toda a estação Encruzilhada com centenas de figurantes mortos das mais diversas maneiras voltando ao seu melhor momento para escolher sua Eternidade, e assim posso dizer que o diretor teve trabalho a beça, e acertou.
Quanto das atuações, o longa tem um quinteto fantástico de personalidade e entrega, começando por Miles Teller com um Larry não tão bonito, mas com um gracejo bem jogado, uma expressividade bem chamativa e sendo leve dentro da proposta que quis colocar na tela, contando com um charme mais romantizado. Do outro lado tivemos Callum Turner com um estilão mais imponente de galã com seu Luke, com todas nuances trabalhadas em cima da perfeição e tendo até mais pegada para saber puxar a protagonista para seu lado. Claro que no meio disso tudo tivemos Elizabeth Olsen com uma doçura bem colocada para sua Joan, cheia de personalidade e dúvidas de seguir com um casamento de muitos anos ou experimentar a vida que poderia ter acontecido no passado, e a atriz soube ser bem confusa mesmo para dar essa ideia de uma maneira leve e divertida. E claro que tivemos os Coordenadores do Pós-Morte (ou CPM como abreviam a todo momento) com a sempre bem pontuada Da'Vine Joy Randolph mais durona e cheia de bons traquejos com sua Anna, sabendo vender bem suas ideias, mas sendo bem atrapalhada, e do outro lado John Early fazendo um Ryan com mais classe e requinte, mas cheio de dinâmicas mais direcionadas, ou seja, divertiram o público com suas entregas e se divertiram com o que fizeram.
Já falei no começo das grandes nuances visuais da trama, mas tenho que aplaudir a equipe de arte, e mal posso esperar o longa sair na AppleTV+ (pois é um longa da companhia) para ver com todas as cores possíveis, afinal hoje o longa estava em uma sala de baixa iluminação do projetor, mas ainda assim vemos muitas sacadas com o céu do ambiente fechado sendo pintado e com cortinas caindo para mudar de dia para noite, vemos hotéis gigantescos aonde as pessoas passam seus sete dias escolhendo para aonde vão, mostrando que morrem muitas pessoas por dia, temos todas as várias eternidades sendo vendidas, os programas nas TVs dos quartos mostrando algumas sugestões de realidades, e claro toda a estação de junção dos trens, além da praia e das montanhas aonde os personagens vão para o teste VIP que ganham, ou seja, a equipe de arte trabalhou duro e o resultado funcionou na tela.
Enfim, é um filme que fui conferir esperando que gostaria do que me seria entregue, mas acabei sendo surpreendido com um algo a mais na tela que me envolveu e fez com que saísse da sessão bem feliz com o que vi, pensando como seria a eternidade que escolheria para meu pós-morte, e agora irei refletir mais sobre tudo o que foi mostrado. Sendo assim, recomendo ele com toda certeza para todos conferirem, só sendo uma pena estar em uma única sessão na cidade, então quem puder ir conferir é uma boa, senão vamos torcer para logo chegar na plataforma da AppleTV. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, pois ainda faltam muitos filmes do Festival Francês para conferir, além de estreias, então abraços e até breve.




































