Sonho, Logo Existo (L’homme qui a vu l’ours qui a vu l’homme)

12/10/2025 10:14:00 PM |

Uma coisa que acho bacana no cinema francês é a mistura de vários gêneros que certamente você nunca imaginaria que algum maluco uniria, e um exemplo claro disso é colocar pastelão e drama junto na mesma produção, ao ponto que o longa "Sonho, Logo Existo", que pode ser conferido no Festival de Cinema Francês do Brasil, entrega uma trama que se melhor revista por algum roteirista e diretor mais inteligente, conseguiria chamar muita atenção para a proposta completa, mas da forma que acabou sendo entregue acabou virando algo bobo que leva nada a lugar algum, aonde o protagonista (que também é o diretor) tentou fazer gracejos e maluquices nas suas andanças, mas que se perdeu por completo na essência do que desejava mostrar, sendo algo que ainda por cima é alongado dando sono em muitas partes. Ou seja, é daqueles filmes que você tenta a todo momento achar algo para se envolver, mas que não consegue ir muito além do que está vendo, e assim totalmente dispensável.

O longa nos conta que dois homens de gerações diferentes forjam um laço inesperado e uma forte amizade enquanto protegem um urso que fugiu de um circo no interior da França. Michel é um jovem rapaz autista que ama poesia. Ele encara a vida com simplicidade, contemplando o mundo sem se deixar levar por preconceitos. Já Grégoire é um eremita que abandonou a família e a vida que tinha para morar sozinho numa cabana no Sul da França. Uma relação de companheirismo acaba nascendo entre os dois homens quando, um dia, o circo que reside na cidade declara que seu urso escapou, deixando a comunidade toda em pânico.

Claro que o diretor e roteirista Pierre Richard é uma lenda do cinema francês, fez muito sucesso com o seu estilo de humor, e ainda estar seguindo forte na carreira é algo para se aplaudir, porém aqui ele se perdeu por completo na proposta, de forma que lendo a sinopse agora até consigo ver as intenções mostradas na tela, mas tudo foi tão bobo e forçado nas situações, que salva apenas uma ou outra cena, aonde a entrega dos protagonistas até é bacana, mas não causa nada como poderia, e assim fica sendo um amontoado de cenas apenas.

Quanto das atuações, Pierre Richard até conseguiu chamar a atenção com as cenas de seu Grégoire, principalmente as que ele brinca com o espelho e com situações fora do ambiente ali, mas é um estilo de comédia que hoje já não tem mais tanta graça, e assim o personagem acaba soando bobo por vezes e se perde por outras situações, o que é uma pena, pois dava para valorizar mais tudo da história. E falando em valorizar mais, deveriam ter aproveitado mais para desenvolver o personagem de Timi-Joy Marbot com seu Michel, pois o rapaz chamou as situações mesmo que bobinhas para algo com um ar marcante bem convincente, que até acaba sendo exagerado na tela, mas que funcionam bem, e valeria ter ido mais além. Agora quanto aos demais, vale um destaque apenas para o urso, pois os demais nem lembro o que fizeram na tela.

Visualmente o longa até brinca bastante com o ambiente, tendo cenas num lago com os protagonistas pescando, algumas dinâmicas com o urso andando para lá e para cá, algumas blitz policiais e a casa bagunçada do protagonista, sendo bem divertido quando o jovem com seu transtorno resolve arrumar tudo, e os produtos de limpeza acabam sendo importantes no final, e claro algumas cenas em um cemitério, ou seja, tudo bem alegórico para conseguir chamar atenção para os detalhes.

Enfim, é um filme fraco e cansativo, até mesmo para um Festival, e assim sendo, não tenho como recomendar ele para ninguém, a não ser que você seja muito fã do diretor, senão pode pular tranquilamente. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, afinal o segundo filme do Festival de hoje deu erro no arquivo do cinema, e assim irei ver ele outro dia, então abraços e até amanhã com mais textos.


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