Mãos à Obra (A Pied D'œuvre) (At Work)

12/05/2025 09:40:00 PM |

Hoje tive três sentimentos fortes assistindo "Mãos à Obra" no Festival de Cinema Francês do Brasil, o primeiro de achar estar conferindo um documentário pelo início narrado e meio pausado sem ter lido nada, ficando até um pouco irritado, depois com um miolo um pouco lento demais cheguei a ficar com sono fortíssimo e cansado pela entrega do personagem, porém ao chegar no fechamento a emoção bateu por ver o amor do personagem pelo que faz tendo reconhecimento da pessoa que mais desejava e ver que todo o trabalho duro valeu a pena. Ou seja, muitas vezes nos vemos apanhando para conseguir alcançar sucesso ou satisfação com o que fazemos, e muitos nem veem por tudo o que passamos para chegar lá, mas por dentro sabemos que valeu a pena, é isso emociona realmente. Diria que o longa tem uma pegada meio lenta e cansativa pelo estilo escolhido quase que documental, porém é algo que funciona bastante com a proposta se analisado como deve, e assim acaba sendo daqueles que se você não entrar no clima e se entregar para ele também acabará não chamando tanta atenção, mas como um filme de festival é agradável e acerta bem.

O longa acompanha uma história radical em busca da liberdade, mais especificamente sobre um fotógrafo, que no auge de sua carreira, decidiu largar todo o seu sucesso profissional e se dedicar totalmente a sua verdadeira paixão: a escrita. Enfrentando problemas relacionados à sua vida financeira e aos seus problemas pessoais, ele precisa persistir no seu objetivo para finalmente, ser feliz, mesmo que isso custe muito caro.

É interessante que a diretora e roteirista Valérie Donzelli escolheu um formato que pouquíssimos diretores escolheriam para trabalhar na tela, pois o estilo semi documental com uma pegada quase intimista acaba tendo que segurar demais o espectador para não perder tempo, e para isso acontecer o personagem precisa ser muito bom e o ator se entregar ao máximo para convencer o público do que está vendo, e ela não teve na maior parte do tempo nenhuma das duas coisas, resultando em um miolo que você raspa de dormir ou desistir do longa, porém foi bem feliz na escolha de como fechar o longa, pois praticamente esquecemos os defeitos e entramos na mesma onda emocional da trama toda. Ou seja, é um filme que ela poderia ter feito de inúmeras maneiras mais fáceis tanto para as filmagens quanto para o envolvimento do público, mas não foi essa a escolha, então acabamos sofrendo um pouco com todo o resultado que vemos.

Basicamente o filme é de Bastien Bouillon com seu Paul, de tal forma que como disse acima, ele precisava ter pego o personagem e assinado seu nome com seu sangue, mas foi apenas simbólico em suas entregas, desenvolvendo uma pessoa pronta para fazer diversos trabalhos, mas não tendo a força necessária para que nos apaixonássemos por ele, ou seja, ficou morno demais na tela, entregando dinâmicas mais simples que até agradam, porém pedia bem mais. Quanto aos demais, acredito que usaram até pessoas reais para a maioria dos papéis, apenas pedindo autorização para aparecerem na tela, então não temos nada demais que chamasse atenção.

Visualmente a trama também não foi muito ousada nos ambientes, pois como falei até parece que colocaram realmente o ator para fazer os diversos serviços e foram filmando, tendo um porão/estúdio bem bagunçado, um ato com um cervo e uma livraria como cernes fora dos trabalhos, é assim não tivemos nada muito chamativo.

Enfim, é um filme com uma proposta e um roteiro bem chamativo, mas que não foi além quanto poderia, sendo interessante de conferir, desde que não esteja com sono, pois o miolo é cansativo demais. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas como é sexta vou encarar mais um longa no cinema, então abraços e até logo mais.


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