O longa acompanha uma artista plástica recém-divorciada que atravessa uma crise existencial e financeira. Seu nome é Glória Hartman. Em meio a esse momento de reflexão, Glória retorna à sua cidade natal onde descobre na antiga casa de Clarice Lispector um espaço de reconexão. A cidade de Recife se torna, então, um lugar de exploração e de reencontro para a jornada pessoal e onírica de Glória, que passa a aprender a estar sozinha, a lidar com seu divórcio, com a morte de sua tia e com o envelhecimento. A partir dessa experiência, a mulher passa a enxergar algo de fantástico na sua rotina, encontrando novos caminhos para sua vida.
Ao copiar o trailer aqui para a página vi um comentário que Clarice Lispector é para poucos, e acredito que seja isso talvez que a diretora e roteirista Renata Pinheiro desejou ao criar o longa: uma trama para pouquíssimos que conseguiriam entender o que colocou na tela. Claro o filme tem algumas nuances aonde vemos os momentos bem colocados da protagonista, mas tudo é tão abstrato que até os sentimentos da protagonista não funcionam para fazer o público sentir algo, e isso é triste de ver, ao ponto que são raros os filmes que preciso pausar para alguma coisa, e aqui me vi parando três vezes para ver se já estava chegando ao final, e me esforçando para entender algo dali. Ou seja, eu não sou um desses poucos Clarice Lispector acaba sendo, e muito menos para o que a diretora trabalhou, de modo que não vi sua mão pesar na tela, talvez nos atos da trincheira, talvez nos atos de envolvimento, e até mesmo no liberalismo da protagonista, mas não no filme como um todo.
Quanto das atuações, diria que Marcélia Cartaxo até tentou passar um estilo meio que desesperado para sua Glória, porém a personagem parece muito perdida em cena, tentando várias sensações em um único momento, o que acaba não fluindo como deveria, e assim ela até tenta se expressar mais na tela, mas não vemos uma fluidez nos atos, o que acaba soando abstrato demais. Dentre todos os demais que aparecem, vale mencionar bem rapidamente Pedro Vagner com seu Guitar, mas nada que fosse chamativo ao ponto de aprofundar elogios para o que faz em cena.
Visualmente a trama não tem grandes anseios, tendo a casa que falam ser de Clarice completamente abandonada, com luzes malucas lá dentro, fogos de papel picado, e tudo mais, a casa da tia aonde rola uma festa completamente maluca, e uma trincheira de batalha também bem insana, além de alguns atos nas ruas, mostrando que a equipe de arte não foi tão bem usada.
Enfim, é um filme que tem muitas falhas, que não convence com a história mostrada, que não tem personalidade, e que sendo completamente abstrato resulta em um filme que infelizmente não vale a recomendação. E é isso pessoal, fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Embaúba Filmes pela cabine, afinal seria bem triste ver esse longa numa sessão das 22h, aonde certamente eu dormiria no cinema após um dia cansativo de trabalho. Então abraços e até amanhã com mais dicas de filmes.
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